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RESUMOS DO VIII ENCONTRO NACIONAL 
DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU 
ISSN 2358-615X Outubro de 2014 
Volume 8 – número 8 IFILO - UFU
ISSN 2358-615X 
Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU 
Volume 8 – número 8 
Outubro de 2014 
IFILO – UFU 
Organizadores: 
Marcos César Seneda 
Anselmo Tadeu Ferreira 
Henrique Florentino Faria Custódio 
Lucas Nogueira Borges 
Lucas Alves Oliveira
VIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU 
O VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal Uberlândia (UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer inserção regional e nacional da comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente, o fato de o evento ter se ampliado e tornado uma mostra significativa do diversificado consistente trabalho de pesquisa dos estudantes.
ISSN 2358-615X 
Comissão Científica: 
Anselmo Tadeu Ferreira Dennys Garcia Xavier Dirceu Fernando Ferreira Harley Juliano Mantovani Márcio Danelon Marcos César Seneda Paulo Irineu Barreto Fernandes 
Periodicidade: Anual 
INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU) 
Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125 
Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica 
Uberlândia - MG - CEP 38408-100 
Telefone: (55) 34 3239-4185 
http://www.ifilo.ufu.br/
SUMÁRIO 
Ádamo Bouças da Veiga ...................................................... 7 
Ana Marina Linhares Lucas ................................................. 8 
Arthur Falco de Lima ........................................................... 9 
Carolina Miziara Passaglia e Silva ..................................... 10 
Claudio Henrique E de Oliveira ......................................... 11 
Cristiano Rodrigues Peixoto .............................................. 12 
Diego de Souza Avendaño ................................................. 13 Eduardo Leite Neto ............................................................ 14 
Enoque M. Portes ............................................................... 15 
Enzo Estevinho Guido ....................................................... 16 
Fábio Júlio Fernandes ........................................................ 17 
Fernanda de Assis Ferreira ................................................. 18 
Fernanda Silva Confessor .................................................. 19 
Francisca Maria Oliveira Linhares ..................................... 20 
Gabriel Reis Pires Ribeiro.................................................. 21 
Graziela Guimarães de Macedo ......................................... 22 
Guilherme de Morais Damaceno ....................................... 23 
Gustavo Paula dos Santos .................................................. 24 
Hênia Laura de Freitas Duarte ........................................... 25 
Isabela de Castro Mendonça .............................................. 26 
Jean Claudio Sales Nominato ............................................ 27 
João Batista Freire .............................................................. 28 
José Pereira Prado Júnior ................................................... 29 Juan Guillermo Diaz Bernal ............................................... 30 
Júlia Pereira da Silva .......................................................... 31 
Kassius Otoni Vieira .......................................................... 32 
Lucas Alves de Oliveira ..................................................... 33 
Lucas Nogueira Borges ...................................................... 34 
Luiz Fernando Bandeira de Melo ....................................... 35 
Mak Alisson Borges de Moraes ......................................... 36 
Manoel Cipriano Oliveira .................................................. 37
Marcelo Lacerda Ferreira ................................................... 38 
Marcelo Rosa Vieira ........................................................... 39 
Mariane Rodrigues Ferreira ............................................... 40 
Maryane Stella Pinto .......................................................... 41 
Natália de Andrade Pereira ................................................ 42 
Nélio Gonçalves ................................. 43 
Núbio Raules de Oliveira ................................................... 44 
Pablo Henrique Santos Figueiredo ..................................... 45 
Rafael Gonçalves Queiroz ................................................. 46 
Rebert Borges Santos ......................................................... 47 
Ricardo Pereira Santos Lima.............................................. 48 
Roseli Gonçalves da Silva .................................................. 49 
Sidéia Glaucia Silva Machado Borges ............................................................... 50 
Thayane Queiroz Ramos .................................................... 51 
Verena Seelaender da Costa ............................................... 52 
Victor Hugo de Oliveira Saldanha ..................................... 53 
Vitor de Lima ..................................... 54 
Wilson Rosa Júnior ............................................................ 55
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Entre-tempos: a crítica do tempo cronológico em Deleuze e Derrida 
Ádamo Bouças da Veiga (PUC-RJ) 
Apesar da grande proximidade que pode ser antevista entre Gilles Deleuze e Derrida, parece- nos que poucas análises conjuntivas têm sido realizadas sobre o pensamento de ambos. Por ocasião da morte de Deleuze, Derrida escreve, em um belo texto, que no âmbito das teses, sente pelo outro uma proximidade quase total; entretanto, vê nele diferença no “gesto” e na maneira” como elas são abordadas. (DERRIDA, 1991). Por mais que haja uma convergência fundamental entre as suas teses, ela vem acompanhada de uma diferença espectral. O presente trabalho se pretende a análise experimental destas semelhanças e diferenças espectrais entre ambos os autores, no que concerne ao tempo. Em ambos, observamos o esforço de liberar tempo da narrativa crono- teleológica e a submissão do futuro passado à presença presente. Ambos procedem demonstrando as relações paradoxais que fundam o sujeito, em busca de uma nova forma subjetividade capaz de viver em um tempo fora das “relações retificadas de mundo construído em termos de categorias substâncias”. (PATTON, 2003). Para tal, é necessário um deslocamento da concepção comum do tempo, marcado pela injunção “presença presente”, em direção a uma nova temporalidade.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Ser feminino 
Ana Marina Linhares Lucas (UFU) 
Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho 
Ao pensar um conceito, é preciso considerar a época na qual ele está sendo empregado e ao que está dando significado. Na atualidade, falar de gênero e sexo, feminino e feminismo, diz de uma realidade mais complexa que antes, quando esses pares conceituais foram criados. Jacques Derrida, com a noção de Différance, consegue desmontar a estrutura binária do significante/significado e com isso nos introduz a idéia de unidade dos signos. Simone Beauvoir tem sua obra O segundo sexo tomada pelo movimento feminista como uma espécie de bíblia tal grupo social. Após 1969, com a luta pela emancipação das mulheres e revolução sexual, noção de identidade feminina sofre mudanças, a essência de ser mulher, devido construções históricas, sofreu uma transformação e o que é natural já não diz respeito exclusivamente ao conceito biológico. Podemos dizer, hoje, que há uma necessidade performática de se ser mulher, porém, mais que isso, veio também com o movimento gay a pulsão do ser feminino e o que significa ser. Pretendo então despertar a indagação sobre como seu comportamento cria gênero e o ser feminino de hoje equipara-se ao ser feminista de outrora.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
O conceito de espaço em Kant 
Arthur Falco de Lima (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda 
O objeto de investigação desta comunicação é o conceito espaço na obra Kant. Os comentadores de Kant distinguem, grosso modo, sua produção filosófica em dois períodos, a saber, o período crítico e pré-crítico. A maioria dos estudos a que temos acesso se concentra em investigar as ideias de um Kant já maduro, isto é, presentes em seus textos produzidos no período crítico. No entanto, sabemos hoje que é fundamental o estudo de alguns dos textos elaborados no período pré-crítico para uma compreensão mais completa de suas obras importantes, as do período crítico. Ora, a mais bem acabada concepção kantiana espaço se encontra formulada em sua obra inaugural do período crítico, a Crítica da Razão Pura, publicada pela primeira vez em 1781, e posteriormente revista e, partes, alterada pelo próprio Kant 1787. Tendo isto em vista, a proposta desta comunicação é de entender os principais aspectos da concepção de espaço presente na Crítica da Razão Pura à luz da Dissertação de 1770, que é o último escrito de Kant do período pré-crítico.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
A existência de Deus em Descartes 
Carolina Miziara Passaglia e Silva (UFU) Orientador: Prof. Dr. José Benedito de Almeida Júnior 
Este trabalho terá como objetivo a exposição das três provas que Descartes apresenta nas Meditações Metafísicas e no Discurso do Método. A investigação de Descartes é feita através seu método, que tem a dúvida hiperbólica como principal elemento e através da qual é introduzida hipótese do Deus enganador. Propondo tal hipótese, Descartes percebe um novo problema a ser analisado: a existência de Deus. Assim, Descartes lança mão três provas, podemos caracterizar as duas primeiras como: posteriori, pois partem do efeito em direção à causa e uma ontológica. Na primeira prova, Descartes propõe que entre as ideias inatas somente a ideia de Deus não pode ter origem no próprio homem devido a sua realidade objetiva. A segunda prova é um complemento à primeira, demonstrada pelo argumento da causalidade ela prova a existência de Deus através origem da existência do ser pensante. Com a terceira prova, Deus assume o papel de sujeito: existência faz parte da essência de Deus e por isso não pode ser pensada separada Dele. Ao concluir as provas da existência de Deus, Descartes afirma a verdade perante coisas que se apresentam forma clara e distinta desta respalda sua filosofia.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Questões da classificação nosológica para pensar o corpo 
Claudio Henrique E de Oliveira (UFU) 
Orientação: Drª Georgia Amitrano 
A partir dos tradicionais métodos nosológicos, Canguillhem reflete sobre os indicativos que classificam o homem em saudável ou doente. Nesse contexto, a carga histórico-científica espelha a concepção social e política da época. A saúde a doença são historicamente classificadas, ora como afecções antagônicas, ora como dinâmicas correlacionais no corpo. Assim, as heranças históricas que atingem o tempo contemporâneo (Parcelso, Hipócrates, Comte) expressam domínio binário do bem e mal. Segundo Canguilhem, a determinação das constantes fisiológicas elaboradas por médias experimentais, obtidas apenas no âmbito do laboratório, corre o risco de apresentar um homem normal aquém de suas reais potências, visto que a normatividade fisiológica aferida é regida pela determinação quantitativa em substituição do qualitativo. O pensamento de George Canguillhem, para a história da filosofia, encontra-se de forma residual nos pensamentos Deleuze, quando na obra Mil Platô reflete sobre os conceitos "anormal" e anômalo". Para artistas do corpo, suas ideias podem ser apresentadas como um ponto de bifurcação para o oficio corporal, e para a medicina, um projeto de revisitação metodológica frente à tendência objetivação clínica.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
O ceticismo de Hume quanto à existência da alma 
Cristiano Rodrigues Peixoto (UFU / CAPES) 
Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda 
Partindo do texto da Seção 5, Parte 4, do Livro 1 Tratado da natureza humana, intitulado Da imaterialidade da alma, o objetivo deste trabalho é mostrar os argumentos empregados por Hume para defender que, de acordo com os fundamentos sua filosofia empírica, é impossível demonstrar que possuímos uma alma. Hume defende não há impressão de alma à qual a ideia de que possuímos na mente possa se remeter e que, portanto, temos de alma é uma falsa ideia, vazia conteúdo. Além disso, Hume defende que, mesmo se admitirmos que possuímos uma alma, como faziam, por exemplo, os escolásticos, o conceito de alma por eles construído traz em si contradições tais, que fica difícil definir com clareza, exemplo, se ela é uma substância material ou imaterial. Assim, seja pela impossibilidade de remissão a uma impressão, seja pela imprecisão de seu conceito, Hume conclui que alma não existe, ou, pelo menos, que não podemos ter dela uma ideia precisa.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Atribuição e Impossibilidade no Pensamento Intermediário de Wittgenstein 
Diego de Souza Avendaño (UFG) 
A grande dificuldade da semântica, na proposta do Tractatus, era a de lidar com o conteúdo semântico das proposições necessárias. Uma proposição que descrevesse uma situação impossível teria que ter um conteúdo semântico tal pudesse ser, ao mesmo tempo, desqualificado em termos de sua própria significatividade. Nesse contexto, encontramo-nos na situação de ter que negar a significatividade de um significado afirmando ausência conteúdo em um conteúdo semântico. Contudo, após o retorno de Wittgenstein à filosofia em 1929, verificamos uma mudança que alterou completamente seu método filosófico e propôs uma nova solução para o tratamento das proposições necessárias. O nosso trabalho tem seu alcance definido pelo exame e esclarecimento dessa nova solução: o conceito de “regra”, ou, mais especificamente, regras sentido”, tal qual se desenvolve no Big Typscript. No caso específico, as rupturas comunicacionais envolvendo regras poderiam ser superadas estendendo um projeto de “semântica atributiva” à totalidade da linguagem.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Vico e a interpretação do movimento histórico 
Eduardo Leite Neto (UFU) Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido 
Esta comunicação tem como objetivo a abordagem da concepção cíclica história na obra de Giambattista Vico, quando trata modo gradual o movimento da história que abarca todos os âmbitos da vida humana. A história possui um papel de suma importância na ‘’humanização’’ do homem. A visão cíclica da história identifica três idades que dão desenvolvimento para as práticas humanas, esses momentos são comuns a todas as nações do passado e presente. Essa uniformidade permite ao filósofo discorrer sobre os corsi e os ricorsi percorridos pelas nações, de modo que há uma constante recorrência de fatos nas questões vividas pelos homens ao longo das gerações. Cabe ressaltar que não apenas Vico trabalhou essa questão, mas também outros pensadores, como o historiador grego Políbio, que no período imperial de Roma trabalhou a questão da volta monarquia romana ao poder seguindo uma linha de raciocínio natural passagem do império tirânico para a monarquia. Este raciocínio assemelhasse com um ciclo, que muito tempo depois foi retomado e reelaborado por Vico na perspectiva do estudo científico da história.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Pierre Menard e a alteridade absoluta 
Enoque M. Portes (UFU) 
Esse trabalho terá como objeto principal de interpretação o conto Jorge Luis Borges “O Quixote de Pierre Menard”. O conto Borges deixa entrever uma discussão acerca do que se poderia denominar a busca pela alteridade absoluta. Isto é, o anseio por experimentar do outro totalidade de sua diferença. Nesse sentido, o trabalho proposto quererá apontar como a personagem criada por Borges procura um encontro absoluto com o outro, tentando superar os limites da linguagem e do tempo. Todavia, será apresentado como tal intento parece absurdo. O texto deverá então abordar as questões da inacessibilidade inerente à relação entre os homens, bem como o desejo pela superação de si e o encontro fatual com mundo.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
O narrador de Walter Benjamin 
Enzo Estevinho Guido (UFU) 
Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido 
No ano de 1936, Walter Benjamin escreveu o texto intitulado “O Narrador, Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. Neste artigo, o filósofo discorre as características pertencentes a um narrador virtuoso, e ao mesmo tempo, explica porque verdadeira narrativa está cada vez mais escassa na sociedade. Walter Benjamin defende a existência de uma dualidade no mundo narrativo, o contador de histórias pode assumir a postura um marinheiro, que conhece as maravilhas do mundo, ou pode se assemelhar ao camponês que conhece os costumes e fábulas de sua terra natal. Segundo o filósofo, estas duas características se fundem no sistema de produção feudal, pois nele, o trabalhador, para se adequar ao seu ofício, deve viajar por terras estrangeiras para descobrir novas técnicas, e depois se fixar em uma pátria.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Notas sobre a noção de verdade em Descartes 
Fábio Júlio Fernandes (UFU) 
Orientador: Alexandre Tadeu de Soares 
O método cartesiano, que põe em xeque não apenas as crenças do senso comum, mas até mesmo os fundamentos mais sólidos da ciência e metafísica, parece fortemente exprimir do filósofo uma postura cética. Entretanto, certo é que papéis avulsos remetidos a um amigo talvez elucidem alguma coisa: em uma carta a Mersenne, Descartes declara nunca ter duvidado da verdade. O que o faz, então, a despeito da ruína de todos os conceitos verdade investigados radicalmente pelo filósofo, ainda assim decidir filosofar buscando o alcance de ao menos um mínimo conhecimento certo e indubitável? Se Descartes, no decurso de seu exigente exercício filosófico de meditar, põe-se de forma tão radical diante todo conhecimento filosófico da tradição, reconhecendo a necessidade e urgência de duvidar todas as coisas na busca pela verdade, por que ele nunca põe a verdade em dúvida? Como compreender esta postura paradoxal do filósofo: a de nunca duvidar da verdade? O objetivo nosso trabalho é mostrar como verdade emerge como problema filosófico na filosofia cartesiana, explicitando os expedientes e o enfrentamento desse problema por Descartes.
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As lições sobre o fascismo: de Togliatti a Gramsci 
Fernanda de Assis Ferreira (UFU/IFILO) 
Orientadora: Ana Maria Said 
De janeiro a abril do ano de 1935, Palmiro Togliatti (1893-1964) ministrou um curso aos trabalhadores de Moscou composto por quinze lições explicando a natureza e maneira combater o fascismo. Transcritas por um dos alunos, estas aulas foram posteriormente publicadas como Lições sobre o fascismo. Assim como seu companheiro de partido, Antonio Gramsci (1891- 1937), também co-fundador do PCI, Togliatti foi revolucionário, eles interpretaram os fatos contemporâneos em sua singularidade. Os dirigentes do PCI perceberam que o fascismo era uma nova estratégia da classe dominante e conseguiram traduzir Marx para a compreensão deste fato – não como um profeta que pudera prever os desdobramentos do início século XX. Portanto, nesta pesquisa pretende-se investigar como Antonio Gramsci e Palmiro Togliatti desvelam esta novidade política, destarte, objetiva-se inferir os pontos comuns na análise e definição do fascismo as possíveis divergências entre suas percepções. Deste modo, propomos verificar as categorias de partido político, revolução passiva e bonapartismo nos Cadernos do cárcere de Gramsci, e ainda, como as concebe Togliatti em suas Lições sobre o fascismo.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Max Horkheimer e o conceito de “Racket” 
Fernanda Silva Confessor (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva 
O presente trabalho pretende discutir através do pensamento de Max Horkheimer as transformações ocorridas nas relações de classe no capitalismo tardio. O filósofo emprega o conceito de “Racket” para elucidar e nomear os novos tipos relações sociais, políticas econômicas que surgiram nesta nova etapa do capitalismo. Para circunscrever este tema, tomarei como fio condutor os fragmentos denominados: “Os Rackets e o espírito”, a Sociologia das relações de classe”. Horkheimer denota que os “Rackets” seriam grupos organizados competem por poder e que algumas vezes se posicionam contra o Estado em outras aliam ao para evocar mais poder e assim continuar a lógica de dominação. O “Racket” no aparelho social se desenvolveu juntamente com o percurso histórico. O autor concebe a história da humanidade ocasionada sempre pela dominação, ou seja, os “Rackets” sobrevivem porque vigorou a lógica de dominação que resulta na brutalidade dos mais fortes contra os fracos. Somente a capacidade crítica poderia resultar em um mecanismo de resistência contra os “Rackets”.
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La recherche de la vérité, dialogo de René Descartes 
Francisca Maria Oliveira Linhares (UFU) 
Orientador: Alexandre Guimarães Tadeu de Soares 
A BUSCA DA VERDADE, o termo recherche é uma “busca” com a noção de “pesquisa”. É traduzido também e mais usualmente como “pesquisa”, mas se pensarmos nesse termo somente como pesquisa perdemos a noção desiderativa de la recherche. Pesquisar é um exercício presente na filosofia, que é uma busca à sabedoria. Para Descartes esse buscar, o trajeto, está ligado ao alongamento do caminho da “busca pesquisa”. O método deve ir muito mais adiante por si mesmo, é o modo de potencializarmos próprio espirito, mesmo que nossas faculdades não sejam tão potentes, ele regula a nossa vontade. A natureza é que preside busca do conhecimento, portanto, todo conhecimento que seja baseado na superficialidade é suspeito. Está presente em Descarte a oposição entre natureza e cultura. A cultura com seus artifícios suas sutilezas podem enfraquecer a espontaneidade do próprio espirito, o método quer resgatar essa espontaneidade. Durante o desenvolvimento do diálogo entre os personagens Eudoxo, Epistemão e Poliandro, vemos esse conduzir do Eudoxo, que entendemos como uma espécie de heterônimo do próprio Descartes, os seus interlocutores.
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Um estudo sobre a tese ontológica da existência de Deus e crítica à teologia racional conforme formuladas por Kant 
Gabriel Reis Pires Ribeiro (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda 
Essa comunicação pretende examinar a prova ontológica da existência de Deus, conforme exposta por Immanuel Kant. Assim, procuraremos demonstrar a impossibilidade de um conceito transcendental, fazendo uma crítica à teologia racional. Para tal desiderato, partir-se-á da tese prova ontológica, em que o entendimento, a priori, só consegue antecipar a forma de uma experiência possível, sendo necessária para produzir o conceito a possibilidade de determinado objeto na experiência, posto que o conceito tenha de concordar com as condições um objeto possível empiricamente. Cabe ressaltar ainda que tal objeto proveniente da sensibilidade é aquele cuja possibilidade empírica é possível, diferentemente da coisa em si ou dos noúmenos, sendo denominado por Kant de fenômeno, na medida em que expressa a determinação um objeto empírico. Assim, tendo como pressuposto o papel necessário da sensibilidade para a formação de um conceito, será demonstrada a impossibilidade da existência de um conceito transcendental, tendo como foco a teologia racional, pois, conforme dito, a priori o entendimento nada mais faz do que antecipar a forma de uma experiência possível. Após tal tarefa, será proposta crítica à teologia racional em conformidade com a ótica kantiana.
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Um esquema labiríntico da linguagem entre Husserl e Derrida 
Graziela Guimarães de Macedo (UFMG/FAFICH) 
Orientadora: Profª DrAlice Mara Serra 
O objetivo deste texto consiste em apresentar, linhas gerais, os desdobramentos aporéticos da análise desconstrutiva proposta por Jacques Derrida em A voz e o fenômeno acerca da teoria da significação e ideia de presença na fenomenologia Husserl. De acordo com o autor franco-argelino, a estrutura essencialmente binária do signo (Zeichen), descrita no primeiro capítulo das Investigações Lógicas, representa uma decisão inicial de caráter dogmático que conduz o projeto fenomenológico a um itinerário de extensas bifurcações previstas pelo esquema metafísico da experiência baseado na ideia de presença. Derrida procura evidenciar como essa dualidade originária na definição husserliana da linguagem já implica um emaranhamento inextrincável entre índice (Anzeichen) e expressão (Ausdruck), de modo a impossibilitar o rastreamento e o acesso definitivos à origem e ao telos em uma tal estrutura. Nesse sentido, tentaremos mostrar como a abordagem quase-transcendental do signo proposta por Derrida aponta para uma compreensão da linguagem a partir de sua forma propriamente labiríntica e suplementar de remissões, apagamentos e superposições.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
A ficção científica como possibilidade do real 
Guilherme de Morais Damaceno (UFU/PROGRAD) 
Orientador: Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho 
O objetivo inicial do trabalho parte da elucidação do conceito de ficção científica. É sabido que os livros de ficção científica em sua forma mais primitiva abordavam temas como viagens interplanetárias e estavam inteiramente ligados ao gênero da fantasia/aventura, porém hoje não se limitam somente a essas descrições. A ficção cientifica despontou rapidamente das convenções populares e do exotismo para se firmar como um forte gênero literário, auto designando-se sua própria personalidade e linguagem. Após uma breve exposição da evolução do gênero, pretende-se explorar os efeitos que a ficção científica implica ao que concebemos como o real, uma vez que muitas das obras do início do século XIX vieram a funcionar como fator “antecipador” a acontecimentos ocorridos em anos posteriores. Aborda-se na sequência, a importância da leitura do gênero, e como ela acaba se relacionando e estimulando o progresso científico. Todavia, encerra-se a reflexão, com o questionamento: é possível pensar em um modo de abordar essa antecipação do real através da ficção cientifica pelo viés filosófico?
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Emoções e Sentimentos na perspectiva de Antônio Damásio 
Gustavo Paula dos Santos (UFU) 
Orientador: Leonardo Ferreira Almada 
Em seu livro E o Cérebro criou Homem, Antônio Damásio desenvolve a sua perspectiva em relação às emoções e sentimentos do indivíduo, tendo em vista seu próprio comportamento. Desta forma, compreende a importância de valorizar as emoções e sentimentos do indivíduo em uma perspectiva materialista, pois tais percepções se encontram no cérebro. Assim, ressalta a mente consciente e o seu valor biológico, não negligenciando as emoções. Portanto, ele define emoção sentimento na própria construção do self. Alguns problemas surgem neste contexto, pois, embora essas coisas façam parte de um todo coeso, trata-se, no entanto, de processos distinguíveis. Conclui- se que o objetivo é saber há um contraste entre a essência própria da emoção e própria dos sentimentos.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Descartes: um pequeno estudo sobre a primeira parte das Paixões da Alma 
Hênia Laura de Freitas Duarte (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Guimarães Tadeu de Soares 
A presente comunicação é um estudo sobre a anatomia no Tratado das Paixões. Nosso objetivo geral visa compreender como a alma é o agente em suas vontades. Para alcançarmos esse objetivo, estudamos As Paixões da Alma, sobretudo a primeira parte, pois, é nela que Descartes tratará sobre o assunto que compõe nosso estudo. Estudamos também duas correspondências filósofo enviou a Elisabeth, princesa da Bohemia. Essas cartas datam de maio 1646. Nelas, Descartes elucida sobre a obra e o título As paixões da alma, ou Tratado das paixões. Posto isso, na primeira parte responderemos a duas perguntas importantes para o nosso estudo. A primeira é o que conceito de “paixão”? E a segunda, por necessário distinguir entre as funções da alma e do corpo para se conhecer as “paixões da alma”? Em última instância, como a anatomia ocupa um lugar importante nessa obra?
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Da religião em Cícero: análise das obras De natura deorum – Livro II e De divinatione – Livro II 
Isabela de Castro Mendonça (PPG-Filosofia/UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (IFILO/UFU) 
Esta comunicação tem como objetivo tentar identificar a concepção de Marco Túlio Cícero acerca da religião. Para isso, serão utilizadas as obras De natura deorum, onde se discute os deuses existem ou não, e, se existem, interferem não na vida humana, interferem, de que maneira interferem, e De divinatione, onde se discute sobre as mais diversas práticas de adivinhação. Primeiramente, será feita uma análise etimológica da palavra “religião”, também por Cícero, que difere da de Agostinho, e já diz muito a respeito concepção do pensador sobre este tema. Em seguida, serão analisados o Livro II da obra De natura deorum, onde Balbo, interlocutor representante do estoicismo, expõe as discussões desta escola sobre a natureza dos deuses, com as quais Cícero declara estar de acordo, e o Livro II da obra De divinatione, onde o próprio Cícero expõe a sua análise sobre as práticas da adivinhação. A conjunta destas obras é de suma importância, pois, apesar Cícero concordar com a concepção estoica exposta em De natura deorum, a sua própria exposição em De divinatione nos mostra que ele não está de acordo com todos os argumentos.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
A hospitalidade e a ética da alteridade em Jacques Derrida 
Jean Claudio Sales Nominato (UERJ) 
Orientadora: Dirce Eleonora Nigro Solis 
A desconstrução surge como um pensamento da impossível-necessária singularidade e, por ela, a ética é hospitalidade e ética. Pelo fato de não ter estatuto legal que hospitalidade incondicional deve acontecer modificando as condições da sua hospitalidade. A lei da hospitalidade incondicional expressa um convite ao acolhimento do outro que chega e nos convida a refletir e questionar as leis da hospitalidade condicional. O valor ética desconstrutiva, na hospitalidade, será possível como im-possível. Hospitalidade é recepção com dignidade, com acolhimento e, sobretudo, com respeito ao outro. A hospitalidade como ética é um acolhimento da alteridade “por vir”, porque não está feito, nem terminado. A competência ética fundamental consiste na abertura ao “outro estrangeiro” e aos outros. É uma relação de alteridades, que nada tem a ver com indiferença. Com reivindicação de uma hospitalidade incondicional é que será possível pensarmos nas condições de possibilidade uma ética da alteridade. É necessária uma abertura sem horizonte ao outro que chega, assim como, é exigido a hospitalidade exceda qualquer procedimento regulamentado, ou seja, que esteja para além do político e jurídico. Jacques Derrida nos mostra a possibilidade da construção de um novo sentido ético.
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NOÇÕES ARISTOTÉLICAS EM ANAXIMANDRO: ápeiron como elemento primordial e o que pensou Aristóteles sobre indefinido 
João Batista Freire (UFU) 
Rubens Garcia Nunes Sobrinho 
Anaximandro de Mileto teria nascido em 610 a.C conforme o testemunho Hipólito (Ref. I, 6, 7, DK 12 A 11), Aristóteles de Estagira, em 384 a.C. É evidente que viveram na Grécia Arcaica em fases distintas. Contudo, tinham interesses incomuns, a saber: explicar o mundo na esteira da natureza. Anaximandro propôs sua explicação a partir de um elemento indefinido Esta comunicação pretende investigar a intenção de Aristóteles ao voltar seu olhar para o elemento primordial anaximandrino, fato assaz curioso, que resulta em quatro citações mencionando o nome de Anaximandro nas obras De Caelo 123 B 13, 295 b 10, na Física 118 A 4, 187 a 20, 108  4, 203 b. 7 e 104 A 4, 187 a 12. Ao contrário de seguir rumo à tradução dos fragmentos, o que seria saltar sobre um abismo com limiar escorregadio, esta comunicação pretende estabelecer paralelamente e em que se aproximam ou divergem a cosmologia de Anaximandro e o mundo sublunar e supra lunar de Aristóteles. Também pretende se aproximar da noção apeíron e éter das respectivas cosmologias desses filósofos.
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A transmissibilidade histórica do direito em Vico 
José Pereira Prado Júnior (UFU) O pensamento formulado por Vico em sua Ciência Nova contribuiu com os desenvolvimentos da filosofia do direito moderno, pois não se preocupou somente com o abstrato (da ideia do direito), mas com o concreto (das leis formuladas em certas circunstâncias pelos homens), acertando ao afirmar que não houve influência grega na Lei romana das XII Tábuas, mas seus argumentos, embora geniais, aparentemente não se sustentariam, pois Vico terminaria assim negando a possibilidade da transmissão histórica do direito. Nesta comunicação, buscaremos demonstrar como Vico vincula a história e o direito na sua interpretação da Lei romana das XII Tábuas e, ao mesmo tempo, nega a comunicabilidade histórica do direito. A filosofia que Vico critica aqui representa ideia praticada fora do fato, e por isso é corrigida pela filologia que representa o estudo dos feitos humanos, pois o homem somente é capaz de conhecer verdadeiramente aquilo que cria, e sendo assim, o homem que deve ser não separado do é.
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A morte e a formação do caráter em Sócrates 
Juan Guillermo Diaz Bernal (UFU) 
O caráter do ser humano requer de tempo e momentos da vida para formar-se, manifestar-se e reafirmar-se. Paradoxalmente, no caso de Sócrates, ele aceita que seu destino e sua morte se converta em um acontecimento e oportunidade cardinal para reafirmar-se e demostrar sua singularidade frente aos atenienses e amigos. A presente comunicação tem como finalidade mostrar de que maneira a proximidade da morte Sócrates reafirma seu caráter e mostra também coerência entre seu modo de viver e pensar. Pretende-se, então, revelar de que maneira a própria morte ratifica sua convicção refletindo assim o conjunto de rasgos, exagerações e compromissos que assumiu em vida, na qual deixou um rosto e uma história. Enquanto a morte de Sócrates poderia ser julgada como um dos acontecimentos mais significativos de sua vida, foi o que se tornou o espírito crítico como uma das qualidades de seu caráter, sendo que essa atitude foi evidenciada no diálogo Apologia de Sócrates na versão platônica. Portanto, a morte tornou-se a prova final que precisava ser superada sendo fiel a si mesma e, com isso, alcançando liberdade interior que seus logros lhe proferem.
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Os meios psicológicos de manipulação na indústria cultural: o riso e trágico 
Júlia Pereira da Silva (UNESP /Franca) 
Orientador: Gustavo José de Toledo Pedroso 
Neste trabalho abordamos dois aspectos importantes, ambos relacionados ao caráter manipulador da indústria cultural, conceito de Theodor Adorno: o riso e trágico. Quase opostos complementares, são dois meios pelos quais se manipula a psicologia das pessoas. No caso do riso, Adorno distingue duas possibilidades opostas: o riso de reconciliação e do terror. Ambas acompanham o momento em que se supera medo, mas elas diferenciam pelo sentido desta superação – na primeira, o riso manifesta o alívio da liberdade alcançada frente a uma potência ameaçadora, enquanto que na segunda ele exprime a submissão à potência e negação da liberdade. O caso do trágico que ao ser absorvido pela indústria cultural inverte o seu sentido antigo. Originalmente tinha o sentido de uma resistência diante da ameaça mítica. Agora ele passa a apresentar tal sofrimento como natural e a convidar à aceitação das condições vigentes. O riso o trágico mostram-se, assim, como dois elementos de potencialidades ambíguas, capazes tanto do desenvolvimento do senso crítico quanto da manipulação indivíduo. Através estudo riso e do trágico, intenta-se, partindo de uma análise da parte para o todo, iniciar abordagem indústria cultural.
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Contexto da Vida de Tomás Aquino 
Kassius Otoni Vieira (UFU) 
Orientador: Anselmo Tadeu Ferreira 
Nesse trabalho registramos o estudo incipiente do contexto biográfico de Tomás Aquino, abarcando a conjuntura de tempo, espaço e, sobretudo, forma pensar em sua época. Tomamos ciência de alguns elementos primordiais do quadro histórico europeu e da Itália na idade média no período de sua infância e vida adulta. A Europa após o quinto século viu a civilização mediterrânea clássica ser eclipsada por vários fatores sócio-políticos, climáticos e religiosos, entrando assim, no que os historiadores denominam de idade média, perdurou aproximadamente por mil anos, chegando ao término por volta do ano mil e quinhentos da era cristã. Entretanto, atentamos prioritariamente ao período que marca o final da Alta Idade Média, já no princípio Média Clássica na qual se situa temporalmente o início da vida Tomás de Aquino que, segundo seus principais biógrafos, nasceu entre 1224 e 1225. O objetivo não foi um estudo historiográfico pormenorizado, mas mormente limitado pelo recorte da história do filósofo, recriando minimamente a ambiência de mundo, sobretudo do pensamento medieval escolástico, que recebeu Tomás Aquino, a fim de não incorrermos em anacronismo em relação ao seu próprio pensamento sem prejuízo na apreensão de seu legado.
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A Gênese da Filosofia Materialista e a Evolução do Conceito Atômico 
Lucas Alves de Oliveira (UFU) 
Este estudo pretende expor a evolução do conceito atômico desde os primórdios da filosofia antiga até a noção moderna de átomo (1955 - 1956), segundo Heisenberg em seu livro Física e Filosofia. Essa proposta visa relacionar a concepção colocada por ele com antiga filosofia materialista, possuindo como objetivo central a filosofia de Demócrito, Leucipo e Anaximandro. Essa abordagem consiste em apresentar, a priori, causa primeira, ou o conceito arché de alguns pré-socráticos e mostrar o que se afasta aproxima da física moderna. Apesar de Demócrito Leucipo postularem algo específico à noção moderna de átomo, Anaximandro também afirma pertinente ao assunto, porém, com outra abordagem. Contudo, seria interessante entender essa evolução do conceito presente desde a gênese pensamento cosmológico até noção da física moderna acerca da definição de Heisenberg.
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A divisão platônica das partes da alma e a definição estoica paixões no Livro IV das Discussões Tusculanas de Cícero 
Lucas Nogueira Borges (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira 
No livro IV das Discussões Tusculanas, para responder a questão se o sábio é vulnerável às paixões, Cícero assume a perspectiva pitagórica e platônica da alma, dividindo alma em duas partes: uma parte provida de razão e outra desprovida dela. Na parte desprovida de razão, estão as paixões. Assumindo essa divisão, Cícero passa a expor definições e divisões das paixões segundo os estoicos. Nesta comunicação, para dar continuidade ao assunto discutido no VII Encontro Nacional de Pesquisas em Filosofia da UFU em 2013 com o título “Uma possível comparação entre os livros I e IV das Tusculanas de Cícero: o problema partes da alma”, apresentarei uma comparação entre a teoria da alma platônica e estoica, no que diz respeito às partes da alma (Platão) e à definição das paixões Estoicos). Para isso, utilizarei os comentários das edições Inglesa Loeb e alemã Artemis & Winkler das Tusculanas.
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Religiosidade na Grécia clássica: a irracional de Êutifron e racional de Sócrates 
Luiz Fernando Bandeira de Melo (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho 
O motivo principal da acusação que Êutifron leva ao Pórtico do Rei contra seu pai é o medo da poluição que um crime de morte não punido, na Atenas do período clássico, atraía para os descendentes de um criminoso. Nesse contexto, este trabalho buscará mostrar que os costumes religiosos efervescentes daquele período histórico grego, apresentados pelo interlocutor de Sócrates no diálogo platônico Êutifron, eram cheios de conhecimentos dos mistérios propagados pelos cultos órficos, mas que Sócrates apresenta uma nova religiosidade, racional e diferente dos costumes atenienses. Os comentários de Bernabé, Dodds, Vernant, Eliade, Boyancé e Parker possibilitam uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema, envolvendo termos como miasma, contaminação, orfismo, iniciação, purificação e encantação. Esta pesquisa pode configurar elementos para responder questões como: por que Êutifron acusa o pai? Qual é a reviravolta que Sócrates promove na concepção de "purificação"? Delimitamos o estudo, portanto, abordando apenas as discussões do diálogo platônico sobre a religiosidade e poluição, destacando que importância helênica atribuída à religiosidade, tanto a cívica quanto a dos cultos de mistérios, era distinta da racionalidade apresentada pela proposta de religiosidade socrática.
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O especificamente humano na antropologia filosófica de Edith Stein 
Mak Alisson Borges de Moraes 
Orientador: Tommy Akira Goto 
Propõe-se neste trabalho uma reflexão a respeito do especificamente humano na análise antropológica de Edith Stein (1891 – 1942). Stein é uma filósofa e importante representante do movimento fenomenológico fundado pelo filósofo alemão Edmund Husserl (1859 – 1938). Para essa análise, será utilizado o texto da autora “A estrutura pessoa humana” (Der Aufbau der menschlichen person, 1932). Nesse texto a autora realiza uma antropologia filosófica como fundamento da pedagogia. Para a realização de sua antropologia, Edith Stein utiliza o método fenomenológico idealizado por Husserl. Na análise de Stein, o homem, em sua constituição corporal, é uma coisa material, um organismo à semelhança das plantas, está sujeito às leis da natureza material. Porém, o homem não é apenas um corpo material, pois ele vivo, dotado de movimento próprio, assim como os animais. No entanto, o ser humano possui uma dimensão espiritual que é algo especificamente humano e o diferencia dos demais seres. Essa dimensão espiritual esta relacionada ao caráter racional do homem. Portanto, para Stein, o ser humano é um microcosmo onde se unem todos os estados: a coisa material, o ser vivo, animado e o espiritual.
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Hegel e Marx: ponto contraponto da Filosofia do Direito 
Manoel Cipriano Oliveira (UFU) 
Orientador: Professor José Benedito de Almeida Júnior 
Este trabalho visa a compreender os fundamentos filosóficos da ordem jurídica na perspectiva da dialética hegeliana e do materialismo histórico marxiano. Pretende ser uma contribuição ao debate sobre a eficácia do direito positivo no âmbito da racionalidade moderna. Adota a dialética como método, pois esta ferramenta metodológica é que melhor suporte dá à análise do objeto deste estudo, por ser uma proposta que procura investigar e expor os condicionamentos históricos e sociais subjacentes à construção sistematização do conhecimento. A constituição e consolidações teóricas serão formuladas considerando a norma jurídica como atualidade temporal e espacial enquanto conjunto de regras disciplinadoras da vida individual e coletiva das pessoas como norma singular e universal, materializada nos preceitos do direito positivo. Averiguará como o fenômeno jurídico pode ser concebido enquanto regra de conduta e como saber sistemático, ou seja, como regra prática e ciência. Fará a abordagem dos fundamentos filosóficos do direito, a partir ponto e contraponto da concepção hegeliana percepção marxiana do direito. Tecerá considerações necessárias para a apresentação da pesquisa como contribuição para o estudo do direito numa perspectiva filosófica.
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Instrumentalização da linguagem e dominação 
Marcelo Lacerda Ferreira (UFU) 
Esta apresentação tem como objetivo explorar o processo de degradação da linguagem e a consequente modificação da forma de dominação dos indivíduos. Tem-se como principal referência o pensamento de Horkheimer e Adorno. O fenômeno da instrumentalização da razão, descrito por Horkheimer no seu livro Eclipse da Razão, tem como fato concorrente a instrumentalização da própria linguagem. Impotente, ela perde a sua força emancipatória para se limitar à comunicação. Esse processo, que teve o objetivo de desmitologizar a linguagem, faz, paradoxalmente, um retorno à magia. A crença na linguagem esvazia a experiência à qual ela deveria estar ligada. Esse afastamento das sensações empobrece também a realidade e, com isso, torna os indivíduos impotentes e faz desaparecer as expressões do intelecto livre. Justamente ao abandonar a sensações e ao abandonar a especulação que pensa o diferente, o homem se torna burro. Como dizem Adorno e Hokheimer, "a burrice é uma cicatriz". Abre-se um espaço para uma dominação mais efetiva dos homens, já que a linguagem afastou os indivíduos da possibilidade de um conhecimento crítico, as palavras se degeneram em denominações.
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A relação entre transcendência e temporalidade em Sartre 
Marcelo Rosa Vieira (UFU) 
Orientador: Alexandre Guimarães Tadeu de Soares 
O trabalho visa elucidar a questão da temporalidade de Sartre, forma articulada com ideia de consciência transcendental na fenomenologia Husserl. Sartre afirma que a maior parte dos filósofos, que estudaram o tempo, considerou a consciência como um Em-si, ou seja, um ser plenamente constituído à maneira da substância pensante cartesiana. Por esta razão, eles se privaram dos meios de interpretar corretamente o sentido do tempo como uma dimensão originária da própria subjetividade. Para Sartre, a temporalização é o modo de existir consciência, na medida em que ela se transcende para alcançar o mundo. No entanto, tal transcendência seja possível, Sartre acredita ser necessário esvaziar a consciência de todo conteúdo, inclusive do próprio ego. A temporalidade, portanto, tem origem num campo transcendental vazio, a partir do qual Sartre pode identificar a existência subjetiva com o puro nada, imanência absoluta, negação e liberdade. O presente trabalho apresentará a tese fundamental de Sartre que o Ego é um objeto transcendente à consciência, e como tal ele não se encontra nem formalmente materialmente na consciência, mas que é um ser existente no mundo, quer dizer, um ser que se revela como objeto transcendente visado pela consciência.
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A música para educar a psikhé do guardião com vistas ao princípio de justiça estabelecido por Platão 
Mariane Rodrigues Ferreira (UFU) 
O objetivo deste trabalho é apresentar o pensamento de Platão sobre a importância, apontada por ele, no que se refere ao papel da música na paideia do guardião. Para o filósofo, a educação por meio da música não apenas aperfeiçoava a psikhé mas, sobretudo, educava o guardião para ser justo no arquétipo de cidade construída em pensamento. No entanto, a estrutura da paideia poética predominante na época de Platão tinha uma concepção justiça diferente daquela estimada pelo filósofo. Segundo Platão, neste modelo de paideia, o conteúdo ensinado incentivava indivíduo a se desviar do princípio de justiça, uma vez que continha exemplos imoralidades como assassinatos, incestos, crueldades, traições, etc. Além disso, ensinava que a justiça consiste na posse de uma variedade de técnicas, ao passo que aquela, na acepção Platão, ocorre medida em cada indivíduo exerce apenas a sua função dentro da cidade, sem interferir na de outrem. Diante disso, Platão não apenas crítica, mas também censura os conteúdos que são ensinados na paideia poética. Sendo assim, pretendemos apresentar os argumentos de Platão que demonstram o porquê desta concepção possuir pretensões contrárias àquelas que ele aspirava e, além disso, apresentar a música como disciplina que possui o objetivo de educar a psikhé do guardião com a finalidade de conduzi-lo ao princípio de justiça estabelecido pelo filósofo.
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A noção de uno/múltiplo e mesmo/diverso segundo o Comentário Tomás de Aquino à Metafísica Aristóteles 
Maryane Stella Pinto (UFU) 
Orientador: Dr. Anselmo Tadeu Ferreira 
Este trabalho tem como objetivo apresentar as considerações feitas por Tomás de Aquino no Comentário do livro gama da Metafísica de Aristóteles, mais especificamente na lição segunda, acerca do uno/múltiplo do mesmo/diverso. Tomás vai analisar, primeiramente, se cabe à ciência metafísica considerar o uno / múltiplo, assim como o mesmo/diverso além de verificar, em que medida uno e ente são a mesma coisa. A partir da leitura lição segunda do Comentário ao livro gama da Metafísica, apontaremos as críticas de Tomás Aquino acerca do argumento da infinitude e suas considerações acerca da análise de Avicena, que afirmava o uno e ente são propriedades acrescentadas às substâncias. Visto que esta ciência tem como sujeito o ente, assim seus acidentes por si, Tomás de Aquino afirma que Aristóteles se questiona esta mesma ciência também estuda o uno e múltiplo mesmo diverso. Dessa maneira tentaremos, a partir do Comentário da Metafísica, responder as seguintes perguntas: se o ente e uno são a mesma coisa porque cabe a esta ciência análise destas coisas.
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Nietzsche e Wagner: o problema da música na modernidade alemã 
Natália de Andrade Pereira (UFU) 
Orientador: Humberto Guido 
Nietzsche, em O nascimento da tragédia, trata de duas forças opostas, Apolo e Dionísio. Apolo era o deus da luz e Dionísio embriaguez, a luta constante dos dois deuses gera que Nietzsche chama de arte trágica. entra na contramão de tudo o que fora estudado, em sua época, sobre a Grécia antiga. Isso porque os filólogos contemporâneos ao filósofo acreditavam que a arte grega era apolínea, mas para o filósofo é essencialmente dionisíaca. Com base em autores, como por exemplo, Arthur Schopenhauer, Beethoven e último não menos consagrado Wagner, para quem nosso autor compõe sua difícil trajetória. Os três grandes nomes da cultura alemã afirmavam que a música era mais superior de todas as artes e depositavam nela a salvação da cultura de seu tempo. A estética, dentro primeira obra filosófica Nietzsche, vem mostrar que a arte grega não tinha como base central somente palavra. Sendo assim, presente comunicação tem como intuito discutir dentro das obras da primeira fase de Nietzsche como O nascimento da tragédia e A visão dionisíaca do mundo, a importância da música no contexto trágico. E ainda, fazer uma análise sobre a influência de Richard Wagner no problema da estética nietzschiana, levando sempre em consideração o papel da música na modernidade.
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O Conceito de Alienação em Karl Marx 
Nélio Gonçalves (UFU) 
Orientadora: Dra. Maria Socorro Ramos Militão (UFU) 
Propomos analisar, nesse projeto, o conceito de alienação a partir do legado Karl Marx (1818-1883), pois, esse conceito é imprescindível para compreender as questões atuais relativas à produção econômica, à política e percepção da realidade. E, ainda para diagnosticar a maneira de estruturar-se e de operar do sistema capitalista avançado (em seu grau máximo de complexidade), bem como averiguar quais são as consequências mais imediatas que o alto grau de desenvolvimento das forças produtivas gera em termos de alheamento, estranhamento ao qual este modelo produção implica ao trabalhador que vive e trabalha sob os auspícios do capitalismo. O objetivo geral dessa proposta de trabalho é a relação que o conceito estabelece com processo ideologização do sistema capitalista e o papel que este desempenha na relação infra superestrutural (da existência e consciência nas relações sociais políticas). Busca-se, portanto, retomar alguns elementos constitutivos do capitalismo (Capital, produção, mercado e lei da oferta procura, lucro), identificados por Marx, que nos permitam compreender com maior clareza os problemas sócio-políticos e econômicos, presentes na realidade contemporânea, perspectiva de que estes elementos nos auxiliem na procura de respostas para os problemas sócio filosóficos atuais.
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Das fábulas heroicas à história dos povos que as contam 
Núbio Raules de Oliveira (UFU/PROGRAD UFU) 
Orientador: Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido 
A concepção de história, presente na obra Vico, é apresentada a partir do modelo cíclico que comporta três momentos, cada um com suas características próprias. Essa concepção é a união de dois fatores: a atividade humana e providência. Partindo do principio indubitável que o mundo civil foi criado pelo homem, Vico tentou conhecer o explorando os territórios onde nasceram os mitos, as línguas e instituições humanas. A matéria de sua pesquisa histórica foi a poesia dos primeiros homens, ali o filósofo vislumbrou os princípios norteadores da vida civil. Pois, desde o princípio do pensamento humano, a história é o testemunho das ações humanas amparadas pela ordem providencial do entendimento humano, que começou com os primeiros gentios. No momento em que eles procuraram explicar sua realidade através do Vico chamou de sabedoria poética – e que nós entendemos por mito, mas que era o registro da existência do próprio homem, como Vico havia definido em sua obra –podemos então também encontrar o que seria a história daqueles povos. Portanto, seria impossível conceber uma história humana sem que a mesma tivesse alguma “materialização”, pois, essa sabedoria poética, mesmo que fantasiosa, seria o registro do que esses gentios fizeram em sua existência.
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David Hume: das percepções da mente, memória e imaginação 
Pablo Henrique Santos Figueiredo (UFU) 
Orientador: Marcos César Seneda 
O presente trabalho tem por objetivo principal observar o advento das percepções da mente, divididas por Hume em impressões e ideias. As impressões são as percepções mais primárias da mente, uma vez que dão origem às ideias, como suas cópias. Os graus de força e vivacidade, que determinam a “intensidade” de uma percepção da mente, se apresentam maiores nas impressões do que nas ideias, já estas são cópias daquelas. A segunda divisão feita é as ideias se representam na memória e na imaginação. As ideias da memória apresentam maiores graus de força e vivacidade, enquanto as ideias da imaginação apresentam-se com menores graus de força e vivacidade. “Apresentam-se” por que as ideias não ficam alojadas na memória ou na imaginação, mas sim na mente. As ideias que se apresentam memória, por apresentarem maiores graus de força e vivacidade, encontram-se “contextualizadas”, já que trazem consigo as ideias das impressões que as acompanhavam no momento em foram adquiridas. Por outro lado, a imaginação apresenta ideias que podem surgir sem nenhum contexto, o permite a comutação da ordem de afecção destas, o que a dota considerável liberdade para administrar suas ideias.
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O problema da independência ou dependência da moral em relação à religião 
Rafael Gonçalves Queiroz (UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella 
Há quem confunda ou não saiba a diferença entre moralidade e religiosa. Neste trabalho, analisaremos o problema da independência ou dependência da moral em relação à religião. Apontaremos para alguns problemas da relação entre moral e religião, como na teoria naturalista do tipo aristotélico, como o problema da teoria divina, que seria a naturalista apropriada e incorporada ao contexto religioso pelos pensadores cristãos, por causa da associação feita muitos entre moral e religião. Depois, nos concentraremos no problema principal que, desde Sócrates, se concentra no chamado argumento da arbitrariedade: o moralmente certo seria porque Deus o quis, ou quis era moralmente certo? Segundo alguns filósofos, como Peter Singer e James Rachels, se a resposta for primeira opção, Deus moralidade seriam arbitrários; na segunda, Deus estaria submetido às razões que tornam um ato, ato correto. A partir dessa reflexão apresentaremos uma possível solução para tal problema.
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David Hume como um moralista 
Rebert Borges Santos (UFU) Orientador: Professor Dr. Marcos César Seneda Este trabalho surgiu durante a execução de um projeto pesquisa cujo tema foi o problema dos milagres e a Teoria do Conhecimento de David Hume. Este estudo, ao ser desenvolvido, suscitou informações e argumentos que obrigaram o autor da pesquisa a repensar própria configuração e a natureza do projeto filosófico autor. Afinal, o que quis Hume com conjunto de suas obras? Como ele quis ser lembrado? um filósofo moral e político ou como simples epistemólogo? A presença da Seção X, intitulada de Dos Milagres, no texto da Investigação Acerca do Entendimento Humano e a ausência, um só tempo, neste mesmo texto, dos argumentos epistemológicos mais céticos – calmamente apresentados no Livro I do Tratado da natureza Humana - podem nos dar uma pista em direção à solução deste problema. Devemos mudar nosso olhar a respeito do filósofo? É exatamente isto o que presente trabalho procurará discutir.
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A crítica de Agostinho ao materialismo maniqueu 
Ricardo Pereira Santos Lima (Mestrando/PPG - UFU) 
Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (IFILO/UFU) 
Durante grande parte de sua vida, Agostinho se empenhou em combater diversos inimigos do Cristianismo. Munido de sua pena e seu perspicaz intelecto, o filósofo não se cansou desferir agudas críticas aos seus adversários. Pagãos, arianos, pelagianos, donatistas e maniqueus, nenhum deles escapou do julgamento Bispo de Hipona. Dos citados, talvez os mais conhecidos sejam os maniqueus – por culpa do próprio Agostinho. Ao todo, Agostinho deixou dez obras polêmicas ou apologéticas contra o maniqueísmo. Além delas, deixou inúmeras passagens sobre maniqueísmo em outras obras. Em sua autobiografia, Confessiones, o pensador narra sua imersão na seita e sua emersão dela. Na obra supracitada, Agostinho não hesita em apontar as falhas e inconsistências do maniqueísmo, como a concepção materialista de Deus e mundo, noção que desempenhou papel crucial no seu rompimento com a seita. Deste modo, o objetivo deste trabalho consiste em expor a crítica agostiniana ao materialismo maniqueu, mostrando porque essa concepção representa uma ameaça ao pensamento filosófico do pensador.
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Voz Performance Ação: uma possibilidade de fala para o subalterno 
Roseli Gonçalves da Silva (PPGF- IFCS / UFRJ) 
Orientadora: Prfª Dra. Carla Rodrigues 
O presente artigo visa discutir, a partir dos apontamentos dados por Gayatri Chakravorty Spivak em sua obra Pode o subalterno falar? (quando a autora questiona possibilidade de fala do subalterno) o papel que representa ou deveria representar o intelectual frente à possibilidade de falar e ser ouvido, a qual envolve o subalterno, quando ele, intelectual – sujeito pensante e falante – se utiliza deste seu “poder de fala” para falar em nome ou dos. Dito isto, começo meu trabalho a partir destes e outros questionamentos desvelados discutidos por Spivak: será possível de fato falar em nome de ou dos? Pretendo ainda discutir a performatização da voz como uma forma autorrepresentação do sujeito. A voz como instrumento do próprio sujeito, que, imbuído de força e potência possa fazer-se ecoar e tornar-se discurso. Este talvez seja para Spivak o grande desafio que tem o intelectual nos dias de hoje: abrir mão da ilusão falar em nome do subalterno e ao invés disso contribuir para a criação de espaços onde o subalterno possa se articular e falar por si mesmo. Falar e se fazer ouvido.
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O papel da disciplina na pedagogia de Kant 
Sidéia Glaucia Silva Machado Borges (UFU) 
Orientador: Marcos César Seneda 
Este trabalho procura evidenciar o papel e a importância da disciplina na obra Sobre a Pedagogia de Kant. A disciplina como força negativa, capaz retirar do homem a selvageria, deve ter início com o nascimento. Ela constitui a parte primeira da educação kantiana. Partindo desse pressuposto, nossa indagação será: o que é disciplina para Kant? Qual a sua importância? Que modelo de educação Kant propõe para que a disciplina exerça efetivamente o seu papel? Para responder as nossas indagações, faremos uso da pesquisa teórica bibliográfica, especificamente, a obra Sobre a pedagogia de Immanuel Kant, em que buscaremos compreender o conceito disciplina, bem como o modelo de educação em que ela se apresenta. Como suporte, utilizaremos a obra Regresso a Kant de Leonel Ribeiro dos Santos. Analisar a disciplina e sua importância compreender o modelo de educação em que ela se apresenta possibilita-nos esclarecer que tipo de homem Kant quer formar.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
A imitação da natureza para Bodmer e Breitinger 
Thayane Queiroz Ramos (UFU) 
Orientador: Dr. Jairo Dias Carvalho 
O presente estudo tem como objetivo apresentar o conceito de imitação da natureza Bodmer e Breitinger, aplicado no âmbito da poesia. que também são chamados de “Os Suíços”, consideram a poesia como arte pictural”. O poeta seria um pintor que trabalha com a linguagem, e por meio de suas imagens, ele consegue atingir o poder da imaginação do leitor. Estas imagens agem diretamente nos sentidos persuadindo-o, de modo que elas se diferenciam do discurso racional e lógico conhecido. Quando comparam a poesia com pintura, eles concluem que o objetivo de ambas as artes é mesmo, embora a poesia se sobressaia, na medida em que ela pode representar o movimento do mundo invisível dos sentimentos. Neste contexto, para os Suíços, o princípio da imitação natureza ganha uma nova dimensão. Não é mais simplesmente o axioma a priori de toda estética, mas produto uma verificação simples: é a pequena distância da representação com a natureza que produz em nós mais efeito.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Justiça, direito, violência: os fundamentos da ordem políco-jurídica em Jacques Derrida 
Verena Seelaender da Costa (UFF) 
As conferências pronunciadas por Jacques Derrida nos Estados Unidos em 1989 e 1990 trataram da relação, que foi destacada partindo da proposta de Walter Benjamin, entre direito, justiça e, especialmente, violência. Buscaremos demonstrar tal nexo, tendo em vista as implicações da definição e do uso do conceito de violência em face às circunstâncias políticas atuais no Brasil e no mundo. Justiça e direito devem ser entendidos aqui como diversos um do outro, o direito enquanto “meio” ou “representação” (por um código escrito, por exemplo) e a justiça enquanto algo incapturável e localizado a partir e além do direito. Há uma percepção de que a ordem jurídica, para que seja considerada justa e democrática, deve permitir um certo "direito à violência". Tal legitimidade se manifesta de forma mais clara no evento da greve geral, quando a própria ordem política (isto é, o ordenamento jurídico) é questionada. Esse questionamento não só é ilegal como é considerado uma espécie de "abuso" do direito legítimo à greve. Esse nexo mostra a contradição essencial dos regimes democráticos e demonstra que seu fundamento, longe de ter qualquer pretensão real à justiça, tem somente como objetivo o monopólio da violência, utilizando-se do direito como um dispositivo para sua própria manutenção.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
O conceito de justiça e a análise da vida do injusto segundo Trasímaco no livro I da “República” de Platão 
Victor Hugo de Oliveira Saldanha (UFU) 
O presente estudo tenciona abordar o problema da justiça contido no livro I da “República” de Platão, especialmente sob duas perspectivas: inicialmente, sob a definição proposta pelo sofista Trasímaco, que a descreve como “conveniência do mais forte”; por último, sob perspectiva das reflexões do sofista acerca das vantagens auferidas pelo injusto em detrimento justo. O livro I se diferencia dos demais, porquanto se apresenta como um diálogo de primeira época, ou seja, diálogo de cunho moral que possui a(s) virtude(como tema central; caracteriza também essa espécie de diálogo como aporético, ou seja, o Sócrates com seus interlocutores não culmina em uma definição para a virtude questão. Neste livro discussão de Sócrates com seus interlocutores a respeito da virtude justiça é apresentada nos seus termos mais elementares, tal como se apresenta na vida cotidiana. Diante deste contexto, pretende-se analisar, neste trabalho, duas possibilidades interpretativas para a definição sustentada por Trasímaco e em que medida há mais vantagens para um particular em ser injusto do que justo, segundo o fio argumentativo sofista.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Síntese Teórica da Compreensão Ética na História 
Vitor de Lima (UNESP / Franca) Orientador: Prof. Dr. Helen Barbosa Raiz Engler 
O presente trabalho busca identificar como ocorre a construção do pensar ética ao longo da história utilizando dois autores da área, Adolfo Sánchez Vázquez com a obra Ética e Nelson Saldanha com Ética e a história. Estes autores divergem ao definirem o conceito de ética formas distintas, porém se completam ao colocar a ética vinculada aos processos sócio-históricos. Para Vázquez, a conceituação de ética é diferente da moral, pois compreendida como uma ciência transversal que utiliza outras ciências para compreender seu objeto é a moral, esta, por sua vez, constitui-se como normas e valores de caráter histórico e social que são introjetados no sujeito e se refletem em suas ações na sociedade, que estão inseridos. Já Nelson Saldanha compreende a ética unindo-a ao conceito de moral, definindo esta junção como ethos, pela qual perpassa a realidade humana atuando como consciência normativa e meio de compreensão valores e da experiência realizada, sendo pautada em sistemas éticos que são situados históricos socialmente. A metodologia utilizada parte-se de leituras analíticas dos autores, questionamento reconstrutivo e síntese dialética em relação às teorias éticas que divergem para os autores.
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∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ 
Os limites da influência wittgensteiniana para a concepção de linguagem Karl-Otto Apel 
Wilson Rosa Júnior (UFU) 
Orientador: Sertório de Amorim e Silva Neto 
Pretendemos, nesta comunicação, compreender como Karl-Otto Apel desenvolveu sua concepção sobre a linguagem partindo de críticas e apontamentos direcionados à teoria Wittgenstein. A contribuição wittgensteiniana ao pensamento de Apel possui importância ímpar, e isto pode ser observado na medida em que o próprio autor ressalta a necessidade de se pensar com, contra e para além de Wittgenstein. Partindo deste princípio, o escopo desta comunicação é elaborar um estudo sobre algumas impressões de Apel a respeito Wittgenstein sob estas três perspectivas. Tentaremos, portanto, investigar os aspectos que possuem proximidade entre as duas concepções, identificar quais os limites da influência wittgensteiniana para a filosofia de Apel e o que, sob a visão do filósofo, ultrapassa estes limites. Sumariamente, podemos entender que o objetivo de Apel é desenvolver um conceito que abarque, ao mesmo tempo, tanto uma dimensão pragmática quanto uma transcendental, concernentes à linguagem. Grosso modo, podemos compreender a dimensão pragmática como o uso da linguagem entre os homens – que consiste na construção de consensos – e a dimensão transcendental, por sua vez, como uma estrutura universalizadora, isto é, a instância que regula linguagem como um todo. Com efeito, neste trabalho, abordaremos estas duas dimensões da linguagem presentes na filosofia apeliana, investigando como e a partir de que Apel desenvolveu Pragmática Transcendental da linguagem.

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Resumos do VIII Encontro de Filosofia da UFU

  • 1. RESUMOS DO VIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU ISSN 2358-615X Outubro de 2014 Volume 8 – número 8 IFILO - UFU
  • 2. ISSN 2358-615X Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU Volume 8 – número 8 Outubro de 2014 IFILO – UFU Organizadores: Marcos César Seneda Anselmo Tadeu Ferreira Henrique Florentino Faria Custódio Lucas Nogueira Borges Lucas Alves Oliveira
  • 3. VIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU O VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal Uberlândia (UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer inserção regional e nacional da comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente, o fato de o evento ter se ampliado e tornado uma mostra significativa do diversificado consistente trabalho de pesquisa dos estudantes.
  • 4. ISSN 2358-615X Comissão Científica: Anselmo Tadeu Ferreira Dennys Garcia Xavier Dirceu Fernando Ferreira Harley Juliano Mantovani Márcio Danelon Marcos César Seneda Paulo Irineu Barreto Fernandes Periodicidade: Anual INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU) Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125 Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica Uberlândia - MG - CEP 38408-100 Telefone: (55) 34 3239-4185 http://www.ifilo.ufu.br/
  • 5. SUMÁRIO Ádamo Bouças da Veiga ...................................................... 7 Ana Marina Linhares Lucas ................................................. 8 Arthur Falco de Lima ........................................................... 9 Carolina Miziara Passaglia e Silva ..................................... 10 Claudio Henrique E de Oliveira ......................................... 11 Cristiano Rodrigues Peixoto .............................................. 12 Diego de Souza Avendaño ................................................. 13 Eduardo Leite Neto ............................................................ 14 Enoque M. Portes ............................................................... 15 Enzo Estevinho Guido ....................................................... 16 Fábio Júlio Fernandes ........................................................ 17 Fernanda de Assis Ferreira ................................................. 18 Fernanda Silva Confessor .................................................. 19 Francisca Maria Oliveira Linhares ..................................... 20 Gabriel Reis Pires Ribeiro.................................................. 21 Graziela Guimarães de Macedo ......................................... 22 Guilherme de Morais Damaceno ....................................... 23 Gustavo Paula dos Santos .................................................. 24 Hênia Laura de Freitas Duarte ........................................... 25 Isabela de Castro Mendonça .............................................. 26 Jean Claudio Sales Nominato ............................................ 27 João Batista Freire .............................................................. 28 José Pereira Prado Júnior ................................................... 29 Juan Guillermo Diaz Bernal ............................................... 30 Júlia Pereira da Silva .......................................................... 31 Kassius Otoni Vieira .......................................................... 32 Lucas Alves de Oliveira ..................................................... 33 Lucas Nogueira Borges ...................................................... 34 Luiz Fernando Bandeira de Melo ....................................... 35 Mak Alisson Borges de Moraes ......................................... 36 Manoel Cipriano Oliveira .................................................. 37
  • 6. Marcelo Lacerda Ferreira ................................................... 38 Marcelo Rosa Vieira ........................................................... 39 Mariane Rodrigues Ferreira ............................................... 40 Maryane Stella Pinto .......................................................... 41 Natália de Andrade Pereira ................................................ 42 Nélio Gonçalves ................................. 43 Núbio Raules de Oliveira ................................................... 44 Pablo Henrique Santos Figueiredo ..................................... 45 Rafael Gonçalves Queiroz ................................................. 46 Rebert Borges Santos ......................................................... 47 Ricardo Pereira Santos Lima.............................................. 48 Roseli Gonçalves da Silva .................................................. 49 Sidéia Glaucia Silva Machado Borges ............................................................... 50 Thayane Queiroz Ramos .................................................... 51 Verena Seelaender da Costa ............................................... 52 Victor Hugo de Oliveira Saldanha ..................................... 53 Vitor de Lima ..................................... 54 Wilson Rosa Júnior ............................................................ 55
  • 7. 7 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Entre-tempos: a crítica do tempo cronológico em Deleuze e Derrida Ádamo Bouças da Veiga (PUC-RJ) Apesar da grande proximidade que pode ser antevista entre Gilles Deleuze e Derrida, parece- nos que poucas análises conjuntivas têm sido realizadas sobre o pensamento de ambos. Por ocasião da morte de Deleuze, Derrida escreve, em um belo texto, que no âmbito das teses, sente pelo outro uma proximidade quase total; entretanto, vê nele diferença no “gesto” e na maneira” como elas são abordadas. (DERRIDA, 1991). Por mais que haja uma convergência fundamental entre as suas teses, ela vem acompanhada de uma diferença espectral. O presente trabalho se pretende a análise experimental destas semelhanças e diferenças espectrais entre ambos os autores, no que concerne ao tempo. Em ambos, observamos o esforço de liberar tempo da narrativa crono- teleológica e a submissão do futuro passado à presença presente. Ambos procedem demonstrando as relações paradoxais que fundam o sujeito, em busca de uma nova forma subjetividade capaz de viver em um tempo fora das “relações retificadas de mundo construído em termos de categorias substâncias”. (PATTON, 2003). Para tal, é necessário um deslocamento da concepção comum do tempo, marcado pela injunção “presença presente”, em direção a uma nova temporalidade.
  • 8. 8 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Ser feminino Ana Marina Linhares Lucas (UFU) Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho Ao pensar um conceito, é preciso considerar a época na qual ele está sendo empregado e ao que está dando significado. Na atualidade, falar de gênero e sexo, feminino e feminismo, diz de uma realidade mais complexa que antes, quando esses pares conceituais foram criados. Jacques Derrida, com a noção de Différance, consegue desmontar a estrutura binária do significante/significado e com isso nos introduz a idéia de unidade dos signos. Simone Beauvoir tem sua obra O segundo sexo tomada pelo movimento feminista como uma espécie de bíblia tal grupo social. Após 1969, com a luta pela emancipação das mulheres e revolução sexual, noção de identidade feminina sofre mudanças, a essência de ser mulher, devido construções históricas, sofreu uma transformação e o que é natural já não diz respeito exclusivamente ao conceito biológico. Podemos dizer, hoje, que há uma necessidade performática de se ser mulher, porém, mais que isso, veio também com o movimento gay a pulsão do ser feminino e o que significa ser. Pretendo então despertar a indagação sobre como seu comportamento cria gênero e o ser feminino de hoje equipara-se ao ser feminista de outrora.
  • 9. 9 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O conceito de espaço em Kant Arthur Falco de Lima (UFU) Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda O objeto de investigação desta comunicação é o conceito espaço na obra Kant. Os comentadores de Kant distinguem, grosso modo, sua produção filosófica em dois períodos, a saber, o período crítico e pré-crítico. A maioria dos estudos a que temos acesso se concentra em investigar as ideias de um Kant já maduro, isto é, presentes em seus textos produzidos no período crítico. No entanto, sabemos hoje que é fundamental o estudo de alguns dos textos elaborados no período pré-crítico para uma compreensão mais completa de suas obras importantes, as do período crítico. Ora, a mais bem acabada concepção kantiana espaço se encontra formulada em sua obra inaugural do período crítico, a Crítica da Razão Pura, publicada pela primeira vez em 1781, e posteriormente revista e, partes, alterada pelo próprio Kant 1787. Tendo isto em vista, a proposta desta comunicação é de entender os principais aspectos da concepção de espaço presente na Crítica da Razão Pura à luz da Dissertação de 1770, que é o último escrito de Kant do período pré-crítico.
  • 10. 10 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A existência de Deus em Descartes Carolina Miziara Passaglia e Silva (UFU) Orientador: Prof. Dr. José Benedito de Almeida Júnior Este trabalho terá como objetivo a exposição das três provas que Descartes apresenta nas Meditações Metafísicas e no Discurso do Método. A investigação de Descartes é feita através seu método, que tem a dúvida hiperbólica como principal elemento e através da qual é introduzida hipótese do Deus enganador. Propondo tal hipótese, Descartes percebe um novo problema a ser analisado: a existência de Deus. Assim, Descartes lança mão três provas, podemos caracterizar as duas primeiras como: posteriori, pois partem do efeito em direção à causa e uma ontológica. Na primeira prova, Descartes propõe que entre as ideias inatas somente a ideia de Deus não pode ter origem no próprio homem devido a sua realidade objetiva. A segunda prova é um complemento à primeira, demonstrada pelo argumento da causalidade ela prova a existência de Deus através origem da existência do ser pensante. Com a terceira prova, Deus assume o papel de sujeito: existência faz parte da essência de Deus e por isso não pode ser pensada separada Dele. Ao concluir as provas da existência de Deus, Descartes afirma a verdade perante coisas que se apresentam forma clara e distinta desta respalda sua filosofia.
  • 11. 11 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Questões da classificação nosológica para pensar o corpo Claudio Henrique E de Oliveira (UFU) Orientação: Drª Georgia Amitrano A partir dos tradicionais métodos nosológicos, Canguillhem reflete sobre os indicativos que classificam o homem em saudável ou doente. Nesse contexto, a carga histórico-científica espelha a concepção social e política da época. A saúde a doença são historicamente classificadas, ora como afecções antagônicas, ora como dinâmicas correlacionais no corpo. Assim, as heranças históricas que atingem o tempo contemporâneo (Parcelso, Hipócrates, Comte) expressam domínio binário do bem e mal. Segundo Canguilhem, a determinação das constantes fisiológicas elaboradas por médias experimentais, obtidas apenas no âmbito do laboratório, corre o risco de apresentar um homem normal aquém de suas reais potências, visto que a normatividade fisiológica aferida é regida pela determinação quantitativa em substituição do qualitativo. O pensamento de George Canguillhem, para a história da filosofia, encontra-se de forma residual nos pensamentos Deleuze, quando na obra Mil Platô reflete sobre os conceitos "anormal" e anômalo". Para artistas do corpo, suas ideias podem ser apresentadas como um ponto de bifurcação para o oficio corporal, e para a medicina, um projeto de revisitação metodológica frente à tendência objetivação clínica.
  • 12. 12 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O ceticismo de Hume quanto à existência da alma Cristiano Rodrigues Peixoto (UFU / CAPES) Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda Partindo do texto da Seção 5, Parte 4, do Livro 1 Tratado da natureza humana, intitulado Da imaterialidade da alma, o objetivo deste trabalho é mostrar os argumentos empregados por Hume para defender que, de acordo com os fundamentos sua filosofia empírica, é impossível demonstrar que possuímos uma alma. Hume defende não há impressão de alma à qual a ideia de que possuímos na mente possa se remeter e que, portanto, temos de alma é uma falsa ideia, vazia conteúdo. Além disso, Hume defende que, mesmo se admitirmos que possuímos uma alma, como faziam, por exemplo, os escolásticos, o conceito de alma por eles construído traz em si contradições tais, que fica difícil definir com clareza, exemplo, se ela é uma substância material ou imaterial. Assim, seja pela impossibilidade de remissão a uma impressão, seja pela imprecisão de seu conceito, Hume conclui que alma não existe, ou, pelo menos, que não podemos ter dela uma ideia precisa.
  • 13. 13 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Atribuição e Impossibilidade no Pensamento Intermediário de Wittgenstein Diego de Souza Avendaño (UFG) A grande dificuldade da semântica, na proposta do Tractatus, era a de lidar com o conteúdo semântico das proposições necessárias. Uma proposição que descrevesse uma situação impossível teria que ter um conteúdo semântico tal pudesse ser, ao mesmo tempo, desqualificado em termos de sua própria significatividade. Nesse contexto, encontramo-nos na situação de ter que negar a significatividade de um significado afirmando ausência conteúdo em um conteúdo semântico. Contudo, após o retorno de Wittgenstein à filosofia em 1929, verificamos uma mudança que alterou completamente seu método filosófico e propôs uma nova solução para o tratamento das proposições necessárias. O nosso trabalho tem seu alcance definido pelo exame e esclarecimento dessa nova solução: o conceito de “regra”, ou, mais especificamente, regras sentido”, tal qual se desenvolve no Big Typscript. No caso específico, as rupturas comunicacionais envolvendo regras poderiam ser superadas estendendo um projeto de “semântica atributiva” à totalidade da linguagem.
  • 14. 14 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Vico e a interpretação do movimento histórico Eduardo Leite Neto (UFU) Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido Esta comunicação tem como objetivo a abordagem da concepção cíclica história na obra de Giambattista Vico, quando trata modo gradual o movimento da história que abarca todos os âmbitos da vida humana. A história possui um papel de suma importância na ‘’humanização’’ do homem. A visão cíclica da história identifica três idades que dão desenvolvimento para as práticas humanas, esses momentos são comuns a todas as nações do passado e presente. Essa uniformidade permite ao filósofo discorrer sobre os corsi e os ricorsi percorridos pelas nações, de modo que há uma constante recorrência de fatos nas questões vividas pelos homens ao longo das gerações. Cabe ressaltar que não apenas Vico trabalhou essa questão, mas também outros pensadores, como o historiador grego Políbio, que no período imperial de Roma trabalhou a questão da volta monarquia romana ao poder seguindo uma linha de raciocínio natural passagem do império tirânico para a monarquia. Este raciocínio assemelhasse com um ciclo, que muito tempo depois foi retomado e reelaborado por Vico na perspectiva do estudo científico da história.
  • 15. 15 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Pierre Menard e a alteridade absoluta Enoque M. Portes (UFU) Esse trabalho terá como objeto principal de interpretação o conto Jorge Luis Borges “O Quixote de Pierre Menard”. O conto Borges deixa entrever uma discussão acerca do que se poderia denominar a busca pela alteridade absoluta. Isto é, o anseio por experimentar do outro totalidade de sua diferença. Nesse sentido, o trabalho proposto quererá apontar como a personagem criada por Borges procura um encontro absoluto com o outro, tentando superar os limites da linguagem e do tempo. Todavia, será apresentado como tal intento parece absurdo. O texto deverá então abordar as questões da inacessibilidade inerente à relação entre os homens, bem como o desejo pela superação de si e o encontro fatual com mundo.
  • 16. 16 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O narrador de Walter Benjamin Enzo Estevinho Guido (UFU) Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido No ano de 1936, Walter Benjamin escreveu o texto intitulado “O Narrador, Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. Neste artigo, o filósofo discorre as características pertencentes a um narrador virtuoso, e ao mesmo tempo, explica porque verdadeira narrativa está cada vez mais escassa na sociedade. Walter Benjamin defende a existência de uma dualidade no mundo narrativo, o contador de histórias pode assumir a postura um marinheiro, que conhece as maravilhas do mundo, ou pode se assemelhar ao camponês que conhece os costumes e fábulas de sua terra natal. Segundo o filósofo, estas duas características se fundem no sistema de produção feudal, pois nele, o trabalhador, para se adequar ao seu ofício, deve viajar por terras estrangeiras para descobrir novas técnicas, e depois se fixar em uma pátria.
  • 17. 17 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Notas sobre a noção de verdade em Descartes Fábio Júlio Fernandes (UFU) Orientador: Alexandre Tadeu de Soares O método cartesiano, que põe em xeque não apenas as crenças do senso comum, mas até mesmo os fundamentos mais sólidos da ciência e metafísica, parece fortemente exprimir do filósofo uma postura cética. Entretanto, certo é que papéis avulsos remetidos a um amigo talvez elucidem alguma coisa: em uma carta a Mersenne, Descartes declara nunca ter duvidado da verdade. O que o faz, então, a despeito da ruína de todos os conceitos verdade investigados radicalmente pelo filósofo, ainda assim decidir filosofar buscando o alcance de ao menos um mínimo conhecimento certo e indubitável? Se Descartes, no decurso de seu exigente exercício filosófico de meditar, põe-se de forma tão radical diante todo conhecimento filosófico da tradição, reconhecendo a necessidade e urgência de duvidar todas as coisas na busca pela verdade, por que ele nunca põe a verdade em dúvida? Como compreender esta postura paradoxal do filósofo: a de nunca duvidar da verdade? O objetivo nosso trabalho é mostrar como verdade emerge como problema filosófico na filosofia cartesiana, explicitando os expedientes e o enfrentamento desse problema por Descartes.
  • 18. 18 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ As lições sobre o fascismo: de Togliatti a Gramsci Fernanda de Assis Ferreira (UFU/IFILO) Orientadora: Ana Maria Said De janeiro a abril do ano de 1935, Palmiro Togliatti (1893-1964) ministrou um curso aos trabalhadores de Moscou composto por quinze lições explicando a natureza e maneira combater o fascismo. Transcritas por um dos alunos, estas aulas foram posteriormente publicadas como Lições sobre o fascismo. Assim como seu companheiro de partido, Antonio Gramsci (1891- 1937), também co-fundador do PCI, Togliatti foi revolucionário, eles interpretaram os fatos contemporâneos em sua singularidade. Os dirigentes do PCI perceberam que o fascismo era uma nova estratégia da classe dominante e conseguiram traduzir Marx para a compreensão deste fato – não como um profeta que pudera prever os desdobramentos do início século XX. Portanto, nesta pesquisa pretende-se investigar como Antonio Gramsci e Palmiro Togliatti desvelam esta novidade política, destarte, objetiva-se inferir os pontos comuns na análise e definição do fascismo as possíveis divergências entre suas percepções. Deste modo, propomos verificar as categorias de partido político, revolução passiva e bonapartismo nos Cadernos do cárcere de Gramsci, e ainda, como as concebe Togliatti em suas Lições sobre o fascismo.
  • 19. 19 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Max Horkheimer e o conceito de “Racket” Fernanda Silva Confessor (UFU) Orientador: Prof. Dr. Rafael Cordeiro Silva O presente trabalho pretende discutir através do pensamento de Max Horkheimer as transformações ocorridas nas relações de classe no capitalismo tardio. O filósofo emprega o conceito de “Racket” para elucidar e nomear os novos tipos relações sociais, políticas econômicas que surgiram nesta nova etapa do capitalismo. Para circunscrever este tema, tomarei como fio condutor os fragmentos denominados: “Os Rackets e o espírito”, a Sociologia das relações de classe”. Horkheimer denota que os “Rackets” seriam grupos organizados competem por poder e que algumas vezes se posicionam contra o Estado em outras aliam ao para evocar mais poder e assim continuar a lógica de dominação. O “Racket” no aparelho social se desenvolveu juntamente com o percurso histórico. O autor concebe a história da humanidade ocasionada sempre pela dominação, ou seja, os “Rackets” sobrevivem porque vigorou a lógica de dominação que resulta na brutalidade dos mais fortes contra os fracos. Somente a capacidade crítica poderia resultar em um mecanismo de resistência contra os “Rackets”.
  • 20. 20 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ La recherche de la vérité, dialogo de René Descartes Francisca Maria Oliveira Linhares (UFU) Orientador: Alexandre Guimarães Tadeu de Soares A BUSCA DA VERDADE, o termo recherche é uma “busca” com a noção de “pesquisa”. É traduzido também e mais usualmente como “pesquisa”, mas se pensarmos nesse termo somente como pesquisa perdemos a noção desiderativa de la recherche. Pesquisar é um exercício presente na filosofia, que é uma busca à sabedoria. Para Descartes esse buscar, o trajeto, está ligado ao alongamento do caminho da “busca pesquisa”. O método deve ir muito mais adiante por si mesmo, é o modo de potencializarmos próprio espirito, mesmo que nossas faculdades não sejam tão potentes, ele regula a nossa vontade. A natureza é que preside busca do conhecimento, portanto, todo conhecimento que seja baseado na superficialidade é suspeito. Está presente em Descarte a oposição entre natureza e cultura. A cultura com seus artifícios suas sutilezas podem enfraquecer a espontaneidade do próprio espirito, o método quer resgatar essa espontaneidade. Durante o desenvolvimento do diálogo entre os personagens Eudoxo, Epistemão e Poliandro, vemos esse conduzir do Eudoxo, que entendemos como uma espécie de heterônimo do próprio Descartes, os seus interlocutores.
  • 21. 21 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Um estudo sobre a tese ontológica da existência de Deus e crítica à teologia racional conforme formuladas por Kant Gabriel Reis Pires Ribeiro (UFU) Orientador: Prof. Dr. Marcos César Seneda Essa comunicação pretende examinar a prova ontológica da existência de Deus, conforme exposta por Immanuel Kant. Assim, procuraremos demonstrar a impossibilidade de um conceito transcendental, fazendo uma crítica à teologia racional. Para tal desiderato, partir-se-á da tese prova ontológica, em que o entendimento, a priori, só consegue antecipar a forma de uma experiência possível, sendo necessária para produzir o conceito a possibilidade de determinado objeto na experiência, posto que o conceito tenha de concordar com as condições um objeto possível empiricamente. Cabe ressaltar ainda que tal objeto proveniente da sensibilidade é aquele cuja possibilidade empírica é possível, diferentemente da coisa em si ou dos noúmenos, sendo denominado por Kant de fenômeno, na medida em que expressa a determinação um objeto empírico. Assim, tendo como pressuposto o papel necessário da sensibilidade para a formação de um conceito, será demonstrada a impossibilidade da existência de um conceito transcendental, tendo como foco a teologia racional, pois, conforme dito, a priori o entendimento nada mais faz do que antecipar a forma de uma experiência possível. Após tal tarefa, será proposta crítica à teologia racional em conformidade com a ótica kantiana.
  • 22. 22 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Um esquema labiríntico da linguagem entre Husserl e Derrida Graziela Guimarães de Macedo (UFMG/FAFICH) Orientadora: Profª DrAlice Mara Serra O objetivo deste texto consiste em apresentar, linhas gerais, os desdobramentos aporéticos da análise desconstrutiva proposta por Jacques Derrida em A voz e o fenômeno acerca da teoria da significação e ideia de presença na fenomenologia Husserl. De acordo com o autor franco-argelino, a estrutura essencialmente binária do signo (Zeichen), descrita no primeiro capítulo das Investigações Lógicas, representa uma decisão inicial de caráter dogmático que conduz o projeto fenomenológico a um itinerário de extensas bifurcações previstas pelo esquema metafísico da experiência baseado na ideia de presença. Derrida procura evidenciar como essa dualidade originária na definição husserliana da linguagem já implica um emaranhamento inextrincável entre índice (Anzeichen) e expressão (Ausdruck), de modo a impossibilitar o rastreamento e o acesso definitivos à origem e ao telos em uma tal estrutura. Nesse sentido, tentaremos mostrar como a abordagem quase-transcendental do signo proposta por Derrida aponta para uma compreensão da linguagem a partir de sua forma propriamente labiríntica e suplementar de remissões, apagamentos e superposições.
  • 23. 23 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A ficção científica como possibilidade do real Guilherme de Morais Damaceno (UFU/PROGRAD) Orientador: Prof. Dr. Jairo Dias Carvalho O objetivo inicial do trabalho parte da elucidação do conceito de ficção científica. É sabido que os livros de ficção científica em sua forma mais primitiva abordavam temas como viagens interplanetárias e estavam inteiramente ligados ao gênero da fantasia/aventura, porém hoje não se limitam somente a essas descrições. A ficção cientifica despontou rapidamente das convenções populares e do exotismo para se firmar como um forte gênero literário, auto designando-se sua própria personalidade e linguagem. Após uma breve exposição da evolução do gênero, pretende-se explorar os efeitos que a ficção científica implica ao que concebemos como o real, uma vez que muitas das obras do início do século XIX vieram a funcionar como fator “antecipador” a acontecimentos ocorridos em anos posteriores. Aborda-se na sequência, a importância da leitura do gênero, e como ela acaba se relacionando e estimulando o progresso científico. Todavia, encerra-se a reflexão, com o questionamento: é possível pensar em um modo de abordar essa antecipação do real através da ficção cientifica pelo viés filosófico?
  • 24. 24 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Emoções e Sentimentos na perspectiva de Antônio Damásio Gustavo Paula dos Santos (UFU) Orientador: Leonardo Ferreira Almada Em seu livro E o Cérebro criou Homem, Antônio Damásio desenvolve a sua perspectiva em relação às emoções e sentimentos do indivíduo, tendo em vista seu próprio comportamento. Desta forma, compreende a importância de valorizar as emoções e sentimentos do indivíduo em uma perspectiva materialista, pois tais percepções se encontram no cérebro. Assim, ressalta a mente consciente e o seu valor biológico, não negligenciando as emoções. Portanto, ele define emoção sentimento na própria construção do self. Alguns problemas surgem neste contexto, pois, embora essas coisas façam parte de um todo coeso, trata-se, no entanto, de processos distinguíveis. Conclui- se que o objetivo é saber há um contraste entre a essência própria da emoção e própria dos sentimentos.
  • 25. 25 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Descartes: um pequeno estudo sobre a primeira parte das Paixões da Alma Hênia Laura de Freitas Duarte (UFU) Orientador: Prof. Dr. Alexandre Guimarães Tadeu de Soares A presente comunicação é um estudo sobre a anatomia no Tratado das Paixões. Nosso objetivo geral visa compreender como a alma é o agente em suas vontades. Para alcançarmos esse objetivo, estudamos As Paixões da Alma, sobretudo a primeira parte, pois, é nela que Descartes tratará sobre o assunto que compõe nosso estudo. Estudamos também duas correspondências filósofo enviou a Elisabeth, princesa da Bohemia. Essas cartas datam de maio 1646. Nelas, Descartes elucida sobre a obra e o título As paixões da alma, ou Tratado das paixões. Posto isso, na primeira parte responderemos a duas perguntas importantes para o nosso estudo. A primeira é o que conceito de “paixão”? E a segunda, por necessário distinguir entre as funções da alma e do corpo para se conhecer as “paixões da alma”? Em última instância, como a anatomia ocupa um lugar importante nessa obra?
  • 26. 26 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Da religião em Cícero: análise das obras De natura deorum – Livro II e De divinatione – Livro II Isabela de Castro Mendonça (PPG-Filosofia/UFU) Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (IFILO/UFU) Esta comunicação tem como objetivo tentar identificar a concepção de Marco Túlio Cícero acerca da religião. Para isso, serão utilizadas as obras De natura deorum, onde se discute os deuses existem ou não, e, se existem, interferem não na vida humana, interferem, de que maneira interferem, e De divinatione, onde se discute sobre as mais diversas práticas de adivinhação. Primeiramente, será feita uma análise etimológica da palavra “religião”, também por Cícero, que difere da de Agostinho, e já diz muito a respeito concepção do pensador sobre este tema. Em seguida, serão analisados o Livro II da obra De natura deorum, onde Balbo, interlocutor representante do estoicismo, expõe as discussões desta escola sobre a natureza dos deuses, com as quais Cícero declara estar de acordo, e o Livro II da obra De divinatione, onde o próprio Cícero expõe a sua análise sobre as práticas da adivinhação. A conjunta destas obras é de suma importância, pois, apesar Cícero concordar com a concepção estoica exposta em De natura deorum, a sua própria exposição em De divinatione nos mostra que ele não está de acordo com todos os argumentos.
  • 27. 27 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A hospitalidade e a ética da alteridade em Jacques Derrida Jean Claudio Sales Nominato (UERJ) Orientadora: Dirce Eleonora Nigro Solis A desconstrução surge como um pensamento da impossível-necessária singularidade e, por ela, a ética é hospitalidade e ética. Pelo fato de não ter estatuto legal que hospitalidade incondicional deve acontecer modificando as condições da sua hospitalidade. A lei da hospitalidade incondicional expressa um convite ao acolhimento do outro que chega e nos convida a refletir e questionar as leis da hospitalidade condicional. O valor ética desconstrutiva, na hospitalidade, será possível como im-possível. Hospitalidade é recepção com dignidade, com acolhimento e, sobretudo, com respeito ao outro. A hospitalidade como ética é um acolhimento da alteridade “por vir”, porque não está feito, nem terminado. A competência ética fundamental consiste na abertura ao “outro estrangeiro” e aos outros. É uma relação de alteridades, que nada tem a ver com indiferença. Com reivindicação de uma hospitalidade incondicional é que será possível pensarmos nas condições de possibilidade uma ética da alteridade. É necessária uma abertura sem horizonte ao outro que chega, assim como, é exigido a hospitalidade exceda qualquer procedimento regulamentado, ou seja, que esteja para além do político e jurídico. Jacques Derrida nos mostra a possibilidade da construção de um novo sentido ético.
  • 28. 28 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ NOÇÕES ARISTOTÉLICAS EM ANAXIMANDRO: ápeiron como elemento primordial e o que pensou Aristóteles sobre indefinido João Batista Freire (UFU) Rubens Garcia Nunes Sobrinho Anaximandro de Mileto teria nascido em 610 a.C conforme o testemunho Hipólito (Ref. I, 6, 7, DK 12 A 11), Aristóteles de Estagira, em 384 a.C. É evidente que viveram na Grécia Arcaica em fases distintas. Contudo, tinham interesses incomuns, a saber: explicar o mundo na esteira da natureza. Anaximandro propôs sua explicação a partir de um elemento indefinido Esta comunicação pretende investigar a intenção de Aristóteles ao voltar seu olhar para o elemento primordial anaximandrino, fato assaz curioso, que resulta em quatro citações mencionando o nome de Anaximandro nas obras De Caelo 123 B 13, 295 b 10, na Física 118 A 4, 187 a 20, 108  4, 203 b. 7 e 104 A 4, 187 a 12. Ao contrário de seguir rumo à tradução dos fragmentos, o que seria saltar sobre um abismo com limiar escorregadio, esta comunicação pretende estabelecer paralelamente e em que se aproximam ou divergem a cosmologia de Anaximandro e o mundo sublunar e supra lunar de Aristóteles. Também pretende se aproximar da noção apeíron e éter das respectivas cosmologias desses filósofos.
  • 29. 29 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A transmissibilidade histórica do direito em Vico José Pereira Prado Júnior (UFU) O pensamento formulado por Vico em sua Ciência Nova contribuiu com os desenvolvimentos da filosofia do direito moderno, pois não se preocupou somente com o abstrato (da ideia do direito), mas com o concreto (das leis formuladas em certas circunstâncias pelos homens), acertando ao afirmar que não houve influência grega na Lei romana das XII Tábuas, mas seus argumentos, embora geniais, aparentemente não se sustentariam, pois Vico terminaria assim negando a possibilidade da transmissão histórica do direito. Nesta comunicação, buscaremos demonstrar como Vico vincula a história e o direito na sua interpretação da Lei romana das XII Tábuas e, ao mesmo tempo, nega a comunicabilidade histórica do direito. A filosofia que Vico critica aqui representa ideia praticada fora do fato, e por isso é corrigida pela filologia que representa o estudo dos feitos humanos, pois o homem somente é capaz de conhecer verdadeiramente aquilo que cria, e sendo assim, o homem que deve ser não separado do é.
  • 30. 30 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A morte e a formação do caráter em Sócrates Juan Guillermo Diaz Bernal (UFU) O caráter do ser humano requer de tempo e momentos da vida para formar-se, manifestar-se e reafirmar-se. Paradoxalmente, no caso de Sócrates, ele aceita que seu destino e sua morte se converta em um acontecimento e oportunidade cardinal para reafirmar-se e demostrar sua singularidade frente aos atenienses e amigos. A presente comunicação tem como finalidade mostrar de que maneira a proximidade da morte Sócrates reafirma seu caráter e mostra também coerência entre seu modo de viver e pensar. Pretende-se, então, revelar de que maneira a própria morte ratifica sua convicção refletindo assim o conjunto de rasgos, exagerações e compromissos que assumiu em vida, na qual deixou um rosto e uma história. Enquanto a morte de Sócrates poderia ser julgada como um dos acontecimentos mais significativos de sua vida, foi o que se tornou o espírito crítico como uma das qualidades de seu caráter, sendo que essa atitude foi evidenciada no diálogo Apologia de Sócrates na versão platônica. Portanto, a morte tornou-se a prova final que precisava ser superada sendo fiel a si mesma e, com isso, alcançando liberdade interior que seus logros lhe proferem.
  • 31. 31 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Os meios psicológicos de manipulação na indústria cultural: o riso e trágico Júlia Pereira da Silva (UNESP /Franca) Orientador: Gustavo José de Toledo Pedroso Neste trabalho abordamos dois aspectos importantes, ambos relacionados ao caráter manipulador da indústria cultural, conceito de Theodor Adorno: o riso e trágico. Quase opostos complementares, são dois meios pelos quais se manipula a psicologia das pessoas. No caso do riso, Adorno distingue duas possibilidades opostas: o riso de reconciliação e do terror. Ambas acompanham o momento em que se supera medo, mas elas diferenciam pelo sentido desta superação – na primeira, o riso manifesta o alívio da liberdade alcançada frente a uma potência ameaçadora, enquanto que na segunda ele exprime a submissão à potência e negação da liberdade. O caso do trágico que ao ser absorvido pela indústria cultural inverte o seu sentido antigo. Originalmente tinha o sentido de uma resistência diante da ameaça mítica. Agora ele passa a apresentar tal sofrimento como natural e a convidar à aceitação das condições vigentes. O riso o trágico mostram-se, assim, como dois elementos de potencialidades ambíguas, capazes tanto do desenvolvimento do senso crítico quanto da manipulação indivíduo. Através estudo riso e do trágico, intenta-se, partindo de uma análise da parte para o todo, iniciar abordagem indústria cultural.
  • 32. 32 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Contexto da Vida de Tomás Aquino Kassius Otoni Vieira (UFU) Orientador: Anselmo Tadeu Ferreira Nesse trabalho registramos o estudo incipiente do contexto biográfico de Tomás Aquino, abarcando a conjuntura de tempo, espaço e, sobretudo, forma pensar em sua época. Tomamos ciência de alguns elementos primordiais do quadro histórico europeu e da Itália na idade média no período de sua infância e vida adulta. A Europa após o quinto século viu a civilização mediterrânea clássica ser eclipsada por vários fatores sócio-políticos, climáticos e religiosos, entrando assim, no que os historiadores denominam de idade média, perdurou aproximadamente por mil anos, chegando ao término por volta do ano mil e quinhentos da era cristã. Entretanto, atentamos prioritariamente ao período que marca o final da Alta Idade Média, já no princípio Média Clássica na qual se situa temporalmente o início da vida Tomás de Aquino que, segundo seus principais biógrafos, nasceu entre 1224 e 1225. O objetivo não foi um estudo historiográfico pormenorizado, mas mormente limitado pelo recorte da história do filósofo, recriando minimamente a ambiência de mundo, sobretudo do pensamento medieval escolástico, que recebeu Tomás Aquino, a fim de não incorrermos em anacronismo em relação ao seu próprio pensamento sem prejuízo na apreensão de seu legado.
  • 33. 33 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A Gênese da Filosofia Materialista e a Evolução do Conceito Atômico Lucas Alves de Oliveira (UFU) Este estudo pretende expor a evolução do conceito atômico desde os primórdios da filosofia antiga até a noção moderna de átomo (1955 - 1956), segundo Heisenberg em seu livro Física e Filosofia. Essa proposta visa relacionar a concepção colocada por ele com antiga filosofia materialista, possuindo como objetivo central a filosofia de Demócrito, Leucipo e Anaximandro. Essa abordagem consiste em apresentar, a priori, causa primeira, ou o conceito arché de alguns pré-socráticos e mostrar o que se afasta aproxima da física moderna. Apesar de Demócrito Leucipo postularem algo específico à noção moderna de átomo, Anaximandro também afirma pertinente ao assunto, porém, com outra abordagem. Contudo, seria interessante entender essa evolução do conceito presente desde a gênese pensamento cosmológico até noção da física moderna acerca da definição de Heisenberg.
  • 34. 34 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A divisão platônica das partes da alma e a definição estoica paixões no Livro IV das Discussões Tusculanas de Cícero Lucas Nogueira Borges (UFU) Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira No livro IV das Discussões Tusculanas, para responder a questão se o sábio é vulnerável às paixões, Cícero assume a perspectiva pitagórica e platônica da alma, dividindo alma em duas partes: uma parte provida de razão e outra desprovida dela. Na parte desprovida de razão, estão as paixões. Assumindo essa divisão, Cícero passa a expor definições e divisões das paixões segundo os estoicos. Nesta comunicação, para dar continuidade ao assunto discutido no VII Encontro Nacional de Pesquisas em Filosofia da UFU em 2013 com o título “Uma possível comparação entre os livros I e IV das Tusculanas de Cícero: o problema partes da alma”, apresentarei uma comparação entre a teoria da alma platônica e estoica, no que diz respeito às partes da alma (Platão) e à definição das paixões Estoicos). Para isso, utilizarei os comentários das edições Inglesa Loeb e alemã Artemis & Winkler das Tusculanas.
  • 35. 35 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Religiosidade na Grécia clássica: a irracional de Êutifron e racional de Sócrates Luiz Fernando Bandeira de Melo (UFU) Orientador: Prof. Dr. Rubens Garcia Nunes Sobrinho O motivo principal da acusação que Êutifron leva ao Pórtico do Rei contra seu pai é o medo da poluição que um crime de morte não punido, na Atenas do período clássico, atraía para os descendentes de um criminoso. Nesse contexto, este trabalho buscará mostrar que os costumes religiosos efervescentes daquele período histórico grego, apresentados pelo interlocutor de Sócrates no diálogo platônico Êutifron, eram cheios de conhecimentos dos mistérios propagados pelos cultos órficos, mas que Sócrates apresenta uma nova religiosidade, racional e diferente dos costumes atenienses. Os comentários de Bernabé, Dodds, Vernant, Eliade, Boyancé e Parker possibilitam uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema, envolvendo termos como miasma, contaminação, orfismo, iniciação, purificação e encantação. Esta pesquisa pode configurar elementos para responder questões como: por que Êutifron acusa o pai? Qual é a reviravolta que Sócrates promove na concepção de "purificação"? Delimitamos o estudo, portanto, abordando apenas as discussões do diálogo platônico sobre a religiosidade e poluição, destacando que importância helênica atribuída à religiosidade, tanto a cívica quanto a dos cultos de mistérios, era distinta da racionalidade apresentada pela proposta de religiosidade socrática.
  • 36. 36 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O especificamente humano na antropologia filosófica de Edith Stein Mak Alisson Borges de Moraes Orientador: Tommy Akira Goto Propõe-se neste trabalho uma reflexão a respeito do especificamente humano na análise antropológica de Edith Stein (1891 – 1942). Stein é uma filósofa e importante representante do movimento fenomenológico fundado pelo filósofo alemão Edmund Husserl (1859 – 1938). Para essa análise, será utilizado o texto da autora “A estrutura pessoa humana” (Der Aufbau der menschlichen person, 1932). Nesse texto a autora realiza uma antropologia filosófica como fundamento da pedagogia. Para a realização de sua antropologia, Edith Stein utiliza o método fenomenológico idealizado por Husserl. Na análise de Stein, o homem, em sua constituição corporal, é uma coisa material, um organismo à semelhança das plantas, está sujeito às leis da natureza material. Porém, o homem não é apenas um corpo material, pois ele vivo, dotado de movimento próprio, assim como os animais. No entanto, o ser humano possui uma dimensão espiritual que é algo especificamente humano e o diferencia dos demais seres. Essa dimensão espiritual esta relacionada ao caráter racional do homem. Portanto, para Stein, o ser humano é um microcosmo onde se unem todos os estados: a coisa material, o ser vivo, animado e o espiritual.
  • 37. 37 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Hegel e Marx: ponto contraponto da Filosofia do Direito Manoel Cipriano Oliveira (UFU) Orientador: Professor José Benedito de Almeida Júnior Este trabalho visa a compreender os fundamentos filosóficos da ordem jurídica na perspectiva da dialética hegeliana e do materialismo histórico marxiano. Pretende ser uma contribuição ao debate sobre a eficácia do direito positivo no âmbito da racionalidade moderna. Adota a dialética como método, pois esta ferramenta metodológica é que melhor suporte dá à análise do objeto deste estudo, por ser uma proposta que procura investigar e expor os condicionamentos históricos e sociais subjacentes à construção sistematização do conhecimento. A constituição e consolidações teóricas serão formuladas considerando a norma jurídica como atualidade temporal e espacial enquanto conjunto de regras disciplinadoras da vida individual e coletiva das pessoas como norma singular e universal, materializada nos preceitos do direito positivo. Averiguará como o fenômeno jurídico pode ser concebido enquanto regra de conduta e como saber sistemático, ou seja, como regra prática e ciência. Fará a abordagem dos fundamentos filosóficos do direito, a partir ponto e contraponto da concepção hegeliana percepção marxiana do direito. Tecerá considerações necessárias para a apresentação da pesquisa como contribuição para o estudo do direito numa perspectiva filosófica.
  • 38. 38 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Instrumentalização da linguagem e dominação Marcelo Lacerda Ferreira (UFU) Esta apresentação tem como objetivo explorar o processo de degradação da linguagem e a consequente modificação da forma de dominação dos indivíduos. Tem-se como principal referência o pensamento de Horkheimer e Adorno. O fenômeno da instrumentalização da razão, descrito por Horkheimer no seu livro Eclipse da Razão, tem como fato concorrente a instrumentalização da própria linguagem. Impotente, ela perde a sua força emancipatória para se limitar à comunicação. Esse processo, que teve o objetivo de desmitologizar a linguagem, faz, paradoxalmente, um retorno à magia. A crença na linguagem esvazia a experiência à qual ela deveria estar ligada. Esse afastamento das sensações empobrece também a realidade e, com isso, torna os indivíduos impotentes e faz desaparecer as expressões do intelecto livre. Justamente ao abandonar a sensações e ao abandonar a especulação que pensa o diferente, o homem se torna burro. Como dizem Adorno e Hokheimer, "a burrice é uma cicatriz". Abre-se um espaço para uma dominação mais efetiva dos homens, já que a linguagem afastou os indivíduos da possibilidade de um conhecimento crítico, as palavras se degeneram em denominações.
  • 39. 39 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A relação entre transcendência e temporalidade em Sartre Marcelo Rosa Vieira (UFU) Orientador: Alexandre Guimarães Tadeu de Soares O trabalho visa elucidar a questão da temporalidade de Sartre, forma articulada com ideia de consciência transcendental na fenomenologia Husserl. Sartre afirma que a maior parte dos filósofos, que estudaram o tempo, considerou a consciência como um Em-si, ou seja, um ser plenamente constituído à maneira da substância pensante cartesiana. Por esta razão, eles se privaram dos meios de interpretar corretamente o sentido do tempo como uma dimensão originária da própria subjetividade. Para Sartre, a temporalização é o modo de existir consciência, na medida em que ela se transcende para alcançar o mundo. No entanto, tal transcendência seja possível, Sartre acredita ser necessário esvaziar a consciência de todo conteúdo, inclusive do próprio ego. A temporalidade, portanto, tem origem num campo transcendental vazio, a partir do qual Sartre pode identificar a existência subjetiva com o puro nada, imanência absoluta, negação e liberdade. O presente trabalho apresentará a tese fundamental de Sartre que o Ego é um objeto transcendente à consciência, e como tal ele não se encontra nem formalmente materialmente na consciência, mas que é um ser existente no mundo, quer dizer, um ser que se revela como objeto transcendente visado pela consciência.
  • 40. 40 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A música para educar a psikhé do guardião com vistas ao princípio de justiça estabelecido por Platão Mariane Rodrigues Ferreira (UFU) O objetivo deste trabalho é apresentar o pensamento de Platão sobre a importância, apontada por ele, no que se refere ao papel da música na paideia do guardião. Para o filósofo, a educação por meio da música não apenas aperfeiçoava a psikhé mas, sobretudo, educava o guardião para ser justo no arquétipo de cidade construída em pensamento. No entanto, a estrutura da paideia poética predominante na época de Platão tinha uma concepção justiça diferente daquela estimada pelo filósofo. Segundo Platão, neste modelo de paideia, o conteúdo ensinado incentivava indivíduo a se desviar do princípio de justiça, uma vez que continha exemplos imoralidades como assassinatos, incestos, crueldades, traições, etc. Além disso, ensinava que a justiça consiste na posse de uma variedade de técnicas, ao passo que aquela, na acepção Platão, ocorre medida em cada indivíduo exerce apenas a sua função dentro da cidade, sem interferir na de outrem. Diante disso, Platão não apenas crítica, mas também censura os conteúdos que são ensinados na paideia poética. Sendo assim, pretendemos apresentar os argumentos de Platão que demonstram o porquê desta concepção possuir pretensões contrárias àquelas que ele aspirava e, além disso, apresentar a música como disciplina que possui o objetivo de educar a psikhé do guardião com a finalidade de conduzi-lo ao princípio de justiça estabelecido pelo filósofo.
  • 41. 41 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A noção de uno/múltiplo e mesmo/diverso segundo o Comentário Tomás de Aquino à Metafísica Aristóteles Maryane Stella Pinto (UFU) Orientador: Dr. Anselmo Tadeu Ferreira Este trabalho tem como objetivo apresentar as considerações feitas por Tomás de Aquino no Comentário do livro gama da Metafísica de Aristóteles, mais especificamente na lição segunda, acerca do uno/múltiplo do mesmo/diverso. Tomás vai analisar, primeiramente, se cabe à ciência metafísica considerar o uno / múltiplo, assim como o mesmo/diverso além de verificar, em que medida uno e ente são a mesma coisa. A partir da leitura lição segunda do Comentário ao livro gama da Metafísica, apontaremos as críticas de Tomás Aquino acerca do argumento da infinitude e suas considerações acerca da análise de Avicena, que afirmava o uno e ente são propriedades acrescentadas às substâncias. Visto que esta ciência tem como sujeito o ente, assim seus acidentes por si, Tomás de Aquino afirma que Aristóteles se questiona esta mesma ciência também estuda o uno e múltiplo mesmo diverso. Dessa maneira tentaremos, a partir do Comentário da Metafísica, responder as seguintes perguntas: se o ente e uno são a mesma coisa porque cabe a esta ciência análise destas coisas.
  • 42. 42 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Nietzsche e Wagner: o problema da música na modernidade alemã Natália de Andrade Pereira (UFU) Orientador: Humberto Guido Nietzsche, em O nascimento da tragédia, trata de duas forças opostas, Apolo e Dionísio. Apolo era o deus da luz e Dionísio embriaguez, a luta constante dos dois deuses gera que Nietzsche chama de arte trágica. entra na contramão de tudo o que fora estudado, em sua época, sobre a Grécia antiga. Isso porque os filólogos contemporâneos ao filósofo acreditavam que a arte grega era apolínea, mas para o filósofo é essencialmente dionisíaca. Com base em autores, como por exemplo, Arthur Schopenhauer, Beethoven e último não menos consagrado Wagner, para quem nosso autor compõe sua difícil trajetória. Os três grandes nomes da cultura alemã afirmavam que a música era mais superior de todas as artes e depositavam nela a salvação da cultura de seu tempo. A estética, dentro primeira obra filosófica Nietzsche, vem mostrar que a arte grega não tinha como base central somente palavra. Sendo assim, presente comunicação tem como intuito discutir dentro das obras da primeira fase de Nietzsche como O nascimento da tragédia e A visão dionisíaca do mundo, a importância da música no contexto trágico. E ainda, fazer uma análise sobre a influência de Richard Wagner no problema da estética nietzschiana, levando sempre em consideração o papel da música na modernidade.
  • 43. 43 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O Conceito de Alienação em Karl Marx Nélio Gonçalves (UFU) Orientadora: Dra. Maria Socorro Ramos Militão (UFU) Propomos analisar, nesse projeto, o conceito de alienação a partir do legado Karl Marx (1818-1883), pois, esse conceito é imprescindível para compreender as questões atuais relativas à produção econômica, à política e percepção da realidade. E, ainda para diagnosticar a maneira de estruturar-se e de operar do sistema capitalista avançado (em seu grau máximo de complexidade), bem como averiguar quais são as consequências mais imediatas que o alto grau de desenvolvimento das forças produtivas gera em termos de alheamento, estranhamento ao qual este modelo produção implica ao trabalhador que vive e trabalha sob os auspícios do capitalismo. O objetivo geral dessa proposta de trabalho é a relação que o conceito estabelece com processo ideologização do sistema capitalista e o papel que este desempenha na relação infra superestrutural (da existência e consciência nas relações sociais políticas). Busca-se, portanto, retomar alguns elementos constitutivos do capitalismo (Capital, produção, mercado e lei da oferta procura, lucro), identificados por Marx, que nos permitam compreender com maior clareza os problemas sócio-políticos e econômicos, presentes na realidade contemporânea, perspectiva de que estes elementos nos auxiliem na procura de respostas para os problemas sócio filosóficos atuais.
  • 44. 44 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Das fábulas heroicas à história dos povos que as contam Núbio Raules de Oliveira (UFU/PROGRAD UFU) Orientador: Dr. Humberto Aparecido de Oliveira Guido A concepção de história, presente na obra Vico, é apresentada a partir do modelo cíclico que comporta três momentos, cada um com suas características próprias. Essa concepção é a união de dois fatores: a atividade humana e providência. Partindo do principio indubitável que o mundo civil foi criado pelo homem, Vico tentou conhecer o explorando os territórios onde nasceram os mitos, as línguas e instituições humanas. A matéria de sua pesquisa histórica foi a poesia dos primeiros homens, ali o filósofo vislumbrou os princípios norteadores da vida civil. Pois, desde o princípio do pensamento humano, a história é o testemunho das ações humanas amparadas pela ordem providencial do entendimento humano, que começou com os primeiros gentios. No momento em que eles procuraram explicar sua realidade através do Vico chamou de sabedoria poética – e que nós entendemos por mito, mas que era o registro da existência do próprio homem, como Vico havia definido em sua obra –podemos então também encontrar o que seria a história daqueles povos. Portanto, seria impossível conceber uma história humana sem que a mesma tivesse alguma “materialização”, pois, essa sabedoria poética, mesmo que fantasiosa, seria o registro do que esses gentios fizeram em sua existência.
  • 45. 45 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ David Hume: das percepções da mente, memória e imaginação Pablo Henrique Santos Figueiredo (UFU) Orientador: Marcos César Seneda O presente trabalho tem por objetivo principal observar o advento das percepções da mente, divididas por Hume em impressões e ideias. As impressões são as percepções mais primárias da mente, uma vez que dão origem às ideias, como suas cópias. Os graus de força e vivacidade, que determinam a “intensidade” de uma percepção da mente, se apresentam maiores nas impressões do que nas ideias, já estas são cópias daquelas. A segunda divisão feita é as ideias se representam na memória e na imaginação. As ideias da memória apresentam maiores graus de força e vivacidade, enquanto as ideias da imaginação apresentam-se com menores graus de força e vivacidade. “Apresentam-se” por que as ideias não ficam alojadas na memória ou na imaginação, mas sim na mente. As ideias que se apresentam memória, por apresentarem maiores graus de força e vivacidade, encontram-se “contextualizadas”, já que trazem consigo as ideias das impressões que as acompanhavam no momento em foram adquiridas. Por outro lado, a imaginação apresenta ideias que podem surgir sem nenhum contexto, o permite a comutação da ordem de afecção destas, o que a dota considerável liberdade para administrar suas ideias.
  • 46. 46 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O problema da independência ou dependência da moral em relação à religião Rafael Gonçalves Queiroz (UFU) Orientador: Prof. Dr. Alcino Eduardo Bonella Há quem confunda ou não saiba a diferença entre moralidade e religiosa. Neste trabalho, analisaremos o problema da independência ou dependência da moral em relação à religião. Apontaremos para alguns problemas da relação entre moral e religião, como na teoria naturalista do tipo aristotélico, como o problema da teoria divina, que seria a naturalista apropriada e incorporada ao contexto religioso pelos pensadores cristãos, por causa da associação feita muitos entre moral e religião. Depois, nos concentraremos no problema principal que, desde Sócrates, se concentra no chamado argumento da arbitrariedade: o moralmente certo seria porque Deus o quis, ou quis era moralmente certo? Segundo alguns filósofos, como Peter Singer e James Rachels, se a resposta for primeira opção, Deus moralidade seriam arbitrários; na segunda, Deus estaria submetido às razões que tornam um ato, ato correto. A partir dessa reflexão apresentaremos uma possível solução para tal problema.
  • 47. 47 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ David Hume como um moralista Rebert Borges Santos (UFU) Orientador: Professor Dr. Marcos César Seneda Este trabalho surgiu durante a execução de um projeto pesquisa cujo tema foi o problema dos milagres e a Teoria do Conhecimento de David Hume. Este estudo, ao ser desenvolvido, suscitou informações e argumentos que obrigaram o autor da pesquisa a repensar própria configuração e a natureza do projeto filosófico autor. Afinal, o que quis Hume com conjunto de suas obras? Como ele quis ser lembrado? um filósofo moral e político ou como simples epistemólogo? A presença da Seção X, intitulada de Dos Milagres, no texto da Investigação Acerca do Entendimento Humano e a ausência, um só tempo, neste mesmo texto, dos argumentos epistemológicos mais céticos – calmamente apresentados no Livro I do Tratado da natureza Humana - podem nos dar uma pista em direção à solução deste problema. Devemos mudar nosso olhar a respeito do filósofo? É exatamente isto o que presente trabalho procurará discutir.
  • 48. 48 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A crítica de Agostinho ao materialismo maniqueu Ricardo Pereira Santos Lima (Mestrando/PPG - UFU) Orientador: Prof. Dr. Anselmo Tadeu Ferreira (IFILO/UFU) Durante grande parte de sua vida, Agostinho se empenhou em combater diversos inimigos do Cristianismo. Munido de sua pena e seu perspicaz intelecto, o filósofo não se cansou desferir agudas críticas aos seus adversários. Pagãos, arianos, pelagianos, donatistas e maniqueus, nenhum deles escapou do julgamento Bispo de Hipona. Dos citados, talvez os mais conhecidos sejam os maniqueus – por culpa do próprio Agostinho. Ao todo, Agostinho deixou dez obras polêmicas ou apologéticas contra o maniqueísmo. Além delas, deixou inúmeras passagens sobre maniqueísmo em outras obras. Em sua autobiografia, Confessiones, o pensador narra sua imersão na seita e sua emersão dela. Na obra supracitada, Agostinho não hesita em apontar as falhas e inconsistências do maniqueísmo, como a concepção materialista de Deus e mundo, noção que desempenhou papel crucial no seu rompimento com a seita. Deste modo, o objetivo deste trabalho consiste em expor a crítica agostiniana ao materialismo maniqueu, mostrando porque essa concepção representa uma ameaça ao pensamento filosófico do pensador.
  • 49. 49 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Voz Performance Ação: uma possibilidade de fala para o subalterno Roseli Gonçalves da Silva (PPGF- IFCS / UFRJ) Orientadora: Prfª Dra. Carla Rodrigues O presente artigo visa discutir, a partir dos apontamentos dados por Gayatri Chakravorty Spivak em sua obra Pode o subalterno falar? (quando a autora questiona possibilidade de fala do subalterno) o papel que representa ou deveria representar o intelectual frente à possibilidade de falar e ser ouvido, a qual envolve o subalterno, quando ele, intelectual – sujeito pensante e falante – se utiliza deste seu “poder de fala” para falar em nome ou dos. Dito isto, começo meu trabalho a partir destes e outros questionamentos desvelados discutidos por Spivak: será possível de fato falar em nome de ou dos? Pretendo ainda discutir a performatização da voz como uma forma autorrepresentação do sujeito. A voz como instrumento do próprio sujeito, que, imbuído de força e potência possa fazer-se ecoar e tornar-se discurso. Este talvez seja para Spivak o grande desafio que tem o intelectual nos dias de hoje: abrir mão da ilusão falar em nome do subalterno e ao invés disso contribuir para a criação de espaços onde o subalterno possa se articular e falar por si mesmo. Falar e se fazer ouvido.
  • 50. 50 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O papel da disciplina na pedagogia de Kant Sidéia Glaucia Silva Machado Borges (UFU) Orientador: Marcos César Seneda Este trabalho procura evidenciar o papel e a importância da disciplina na obra Sobre a Pedagogia de Kant. A disciplina como força negativa, capaz retirar do homem a selvageria, deve ter início com o nascimento. Ela constitui a parte primeira da educação kantiana. Partindo desse pressuposto, nossa indagação será: o que é disciplina para Kant? Qual a sua importância? Que modelo de educação Kant propõe para que a disciplina exerça efetivamente o seu papel? Para responder as nossas indagações, faremos uso da pesquisa teórica bibliográfica, especificamente, a obra Sobre a pedagogia de Immanuel Kant, em que buscaremos compreender o conceito disciplina, bem como o modelo de educação em que ela se apresenta. Como suporte, utilizaremos a obra Regresso a Kant de Leonel Ribeiro dos Santos. Analisar a disciplina e sua importância compreender o modelo de educação em que ela se apresenta possibilita-nos esclarecer que tipo de homem Kant quer formar.
  • 51. 51 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ A imitação da natureza para Bodmer e Breitinger Thayane Queiroz Ramos (UFU) Orientador: Dr. Jairo Dias Carvalho O presente estudo tem como objetivo apresentar o conceito de imitação da natureza Bodmer e Breitinger, aplicado no âmbito da poesia. que também são chamados de “Os Suíços”, consideram a poesia como arte pictural”. O poeta seria um pintor que trabalha com a linguagem, e por meio de suas imagens, ele consegue atingir o poder da imaginação do leitor. Estas imagens agem diretamente nos sentidos persuadindo-o, de modo que elas se diferenciam do discurso racional e lógico conhecido. Quando comparam a poesia com pintura, eles concluem que o objetivo de ambas as artes é mesmo, embora a poesia se sobressaia, na medida em que ela pode representar o movimento do mundo invisível dos sentimentos. Neste contexto, para os Suíços, o princípio da imitação natureza ganha uma nova dimensão. Não é mais simplesmente o axioma a priori de toda estética, mas produto uma verificação simples: é a pequena distância da representação com a natureza que produz em nós mais efeito.
  • 52. 52 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Justiça, direito, violência: os fundamentos da ordem políco-jurídica em Jacques Derrida Verena Seelaender da Costa (UFF) As conferências pronunciadas por Jacques Derrida nos Estados Unidos em 1989 e 1990 trataram da relação, que foi destacada partindo da proposta de Walter Benjamin, entre direito, justiça e, especialmente, violência. Buscaremos demonstrar tal nexo, tendo em vista as implicações da definição e do uso do conceito de violência em face às circunstâncias políticas atuais no Brasil e no mundo. Justiça e direito devem ser entendidos aqui como diversos um do outro, o direito enquanto “meio” ou “representação” (por um código escrito, por exemplo) e a justiça enquanto algo incapturável e localizado a partir e além do direito. Há uma percepção de que a ordem jurídica, para que seja considerada justa e democrática, deve permitir um certo "direito à violência". Tal legitimidade se manifesta de forma mais clara no evento da greve geral, quando a própria ordem política (isto é, o ordenamento jurídico) é questionada. Esse questionamento não só é ilegal como é considerado uma espécie de "abuso" do direito legítimo à greve. Esse nexo mostra a contradição essencial dos regimes democráticos e demonstra que seu fundamento, longe de ter qualquer pretensão real à justiça, tem somente como objetivo o monopólio da violência, utilizando-se do direito como um dispositivo para sua própria manutenção.
  • 53. 53 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ O conceito de justiça e a análise da vida do injusto segundo Trasímaco no livro I da “República” de Platão Victor Hugo de Oliveira Saldanha (UFU) O presente estudo tenciona abordar o problema da justiça contido no livro I da “República” de Platão, especialmente sob duas perspectivas: inicialmente, sob a definição proposta pelo sofista Trasímaco, que a descreve como “conveniência do mais forte”; por último, sob perspectiva das reflexões do sofista acerca das vantagens auferidas pelo injusto em detrimento justo. O livro I se diferencia dos demais, porquanto se apresenta como um diálogo de primeira época, ou seja, diálogo de cunho moral que possui a(s) virtude(como tema central; caracteriza também essa espécie de diálogo como aporético, ou seja, o Sócrates com seus interlocutores não culmina em uma definição para a virtude questão. Neste livro discussão de Sócrates com seus interlocutores a respeito da virtude justiça é apresentada nos seus termos mais elementares, tal como se apresenta na vida cotidiana. Diante deste contexto, pretende-se analisar, neste trabalho, duas possibilidades interpretativas para a definição sustentada por Trasímaco e em que medida há mais vantagens para um particular em ser injusto do que justo, segundo o fio argumentativo sofista.
  • 54. 54 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Síntese Teórica da Compreensão Ética na História Vitor de Lima (UNESP / Franca) Orientador: Prof. Dr. Helen Barbosa Raiz Engler O presente trabalho busca identificar como ocorre a construção do pensar ética ao longo da história utilizando dois autores da área, Adolfo Sánchez Vázquez com a obra Ética e Nelson Saldanha com Ética e a história. Estes autores divergem ao definirem o conceito de ética formas distintas, porém se completam ao colocar a ética vinculada aos processos sócio-históricos. Para Vázquez, a conceituação de ética é diferente da moral, pois compreendida como uma ciência transversal que utiliza outras ciências para compreender seu objeto é a moral, esta, por sua vez, constitui-se como normas e valores de caráter histórico e social que são introjetados no sujeito e se refletem em suas ações na sociedade, que estão inseridos. Já Nelson Saldanha compreende a ética unindo-a ao conceito de moral, definindo esta junção como ethos, pela qual perpassa a realidade humana atuando como consciência normativa e meio de compreensão valores e da experiência realizada, sendo pautada em sistemas éticos que são situados históricos socialmente. A metodologia utilizada parte-se de leituras analíticas dos autores, questionamento reconstrutivo e síntese dialética em relação às teorias éticas que divergem para os autores.
  • 55. 55 ∙ Resumos do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU, V. 8, n. 8, out. 2014. ISSN 2358-615X ∙ Os limites da influência wittgensteiniana para a concepção de linguagem Karl-Otto Apel Wilson Rosa Júnior (UFU) Orientador: Sertório de Amorim e Silva Neto Pretendemos, nesta comunicação, compreender como Karl-Otto Apel desenvolveu sua concepção sobre a linguagem partindo de críticas e apontamentos direcionados à teoria Wittgenstein. A contribuição wittgensteiniana ao pensamento de Apel possui importância ímpar, e isto pode ser observado na medida em que o próprio autor ressalta a necessidade de se pensar com, contra e para além de Wittgenstein. Partindo deste princípio, o escopo desta comunicação é elaborar um estudo sobre algumas impressões de Apel a respeito Wittgenstein sob estas três perspectivas. Tentaremos, portanto, investigar os aspectos que possuem proximidade entre as duas concepções, identificar quais os limites da influência wittgensteiniana para a filosofia de Apel e o que, sob a visão do filósofo, ultrapassa estes limites. Sumariamente, podemos entender que o objetivo de Apel é desenvolver um conceito que abarque, ao mesmo tempo, tanto uma dimensão pragmática quanto uma transcendental, concernentes à linguagem. Grosso modo, podemos compreender a dimensão pragmática como o uso da linguagem entre os homens – que consiste na construção de consensos – e a dimensão transcendental, por sua vez, como uma estrutura universalizadora, isto é, a instância que regula linguagem como um todo. Com efeito, neste trabalho, abordaremos estas duas dimensões da linguagem presentes na filosofia apeliana, investigando como e a partir de que Apel desenvolveu Pragmática Transcendental da linguagem.