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RESUMOS DO XI ENCONTRO NACIONAL
DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU E DO II
ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
FILOSOFIA DA UFU
ISSN 2358-615X Junho de 2017
Volume 11 – número 11 IFILO - UFU
ISSN 2358-615X
Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e
do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU
Volume 11 – número 11
Junho de 2017
IFILO – UFU
Organizadores:
Marcos César Seneda
Anselmo Tadeu Ferreira
Fernando Tadeu Mondi Galine
Henrique Florentino Faria Custódio
Revisores:
Gabriel Galbiatti Nunes
Jackeline de Melo Feitosa
Leander Alfredo da Silva Barros
XI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU E II ENCONTRO DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFU
O Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer a inserção regional e nacional da
comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto de
Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da
graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica
nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para
que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da
prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente,
o fato de o evento ter se ampliado e se tornado uma mostra significativa do diversificado e
consistente trabalho de pesquisa dos estudantes.
No evento realizado em 2016, nós tivemos a participação de noventa e nove comunicadores
e o envolvimento, como ouvintes, de aproximadamente duzentas pessoas. Neste ano, nós teremos a
décima primeira edição do evento, realização que confirma o compromisso dos estudantes e do
corpo docente do Instituto de Filosofia da UFU com a pesquisa e disseminação do saber filosófico.
Será realizado também, concomitantemente com o XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia,
o II Encontro de Pós- Graduação em Filosofia da UFU, que recebeu contribuições significativas de
pesquisadores de diversas universidades nessas suas duas primeiras edições. A conferência de
abertura dos eventos deste ano será proferida pelo presidente da ANPOF (Biênio 2017-2018), Profº
Drº Adriano Correia (UFG), com o tema “Desafios e perspectivas para a Filosofia no atual cenário
político".
O presente caderno, portanto, apresenta o resultado de duas significativas mostras da
pesquisa acadêmica nacional, e pretende ser um incentivo para a sua produção e um veículo de sua
divulgação.
ISSN 2358-615X
Comissão Técnico-Científica:
Anselmo Tadeu Ferreira
Dirceu Fernando Ferreira
Fillipa Carneiro Silveira
Juliana Oliveira Missaggia
Lucas Nogueira Borges
Luiz Carlos Santos da Silva
Marcio Tadeu Girotti
Marcos César Seneda
Maria Socorro Ramos Militão
Paulo Irineu Barreto Fernandes
Periodicidade: Anual
INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU)
Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125
Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica
Uberlândia - MG - CEP 38408-100
Telefone: (55) 34 3239-4185
http://www.ifilo.ufu.br/
Sumário
Graduação
Amanda Lúcia Bráulio Nunes....................................................................................................................9
André Vinicius Silva Martins...................................................................................................................10
Antonio Martins de Oliveira.....................................................................................................................11
Bruna Fernandes Barbosa.........................................................................................................................12
Bruno Humberto Lemes de Resende.......................................................................................................13
Bruno Pereira Rodrigues...........................................................................................................................14
Caio Henrique Duarte Gonzaga...............................................................................................................15
Carolina Miziara Passaglia e Silva.......................................................................................................... 16
Dami da Silva............................................................................................................................................ 17
Elinalva Pinto de Carvalho.......................................................................................................................18
Evelyn Kellen Domingos Costa...............................................................................................................19
Franciele Laura Silva................................................................................................................................20
Gabriel Galbiatti Nunes............................................................................................................................21
Gabriel Gonçalves Schoenmaker.............................................................................................................22
Guilherme Vasconcelos Fontoura............................................................................................................ 23
Gustavo Henrique de Freitas Coelho.......................................................................................................24
Gustavo Maciel Cardoso...........................................................................................................................25
Ítalo Pereira do Prado................................................................................................................................26
Jackeline de Melo Feitosa.........................................................................................................................27
Laís de Oliveira Franco.............................................................................................................................28
Lorena Carvalho Ribeiro.......................................................................................................................... 29
Manoel Palhares Neto...............................................................................................................................30
Marina Barbosa Sá....................................................................................................................................31
Matheus Antonio Ceará............................................................................................................................ 32
Michel Pinheiro de Siqueira Maywald....................................................................................................33
Nelson Perez de Oliveira Junior...............................................................................................................34
Pedro Henrique Ribeiro Cunha................................................................................................................35
Rafaela Fernanda Palhares........................................................................................................................36
Raphael Souza Borges Junior...................................................................................................................37
Rodrigo do Prado Zago.............................................................................................................................38
Tayná Santiago.......................................................................................................................................... 39
Vinicius Pinto de Carvalho.......................................................................................................................40
Vítor Rodovalho Amaral...........................................................................................................................41
Pós-Graduação
Adhemar Santos de Oliveira.....................................................................................................................43
André Christian Dalpicolo........................................................................................................................44
André Prock Ferreira.................................................................................................................................45
Andressa Alves Souto...............................................................................................................................46
Aroldo Mira Pereira.................................................................................................................................. 47
Bianca Pereira da Silva.............................................................................................................................48
Campo Elías Flórez Pabón....................................................................................................................... 49
Carlos Eduardo Ruas Dias........................................................................................................................50
Daniel Féo Castro de Araújo.................................................................................................................... 51
Danilo Borges Medeiros...........................................................................................................................52
Diego de Souza Avendaño........................................................................................................................53
Fábio Borges do Rosario.......................................................................................................................... 54
Felipe Ribeiro............................................................................................................................................55
Fernanda Azevedo Silva........................................................................................................................... 56
Flávia Santos da Silva...............................................................................................................................57
Gabriel Reis Pires Ribeiro........................................................................................................................58
Guilherme de Morais Damaceno............................................................................................................. 59
Gustavo Rodrigues Rosato....................................................................................................................... 60
Henia Laura de Freitas Duarte................................................................................................................. 61
Igor Souza Saraiva.................................................................................................................................... 62
James Jesuino de Souza............................................................................................................................63
João Pedro Andrade de Campos...............................................................................................................64
José dos Santos Filho................................................................................................................................65
Laércio de Jesus Café................................................................................................................................66
Leander Alfredo da Silva Barros..............................................................................................................67
Leandro Nazareth Souto........................................................................................................................... 68
Lorena Silva Oliveira................................................................................................................................69
Marcos Roberto Santos.............................................................................................................................70
Maria de Lourdes Silva Seneda................................................................................................................71
Marvin Sebastian Estrada Lopez..............................................................................................................72
Natália Amorim do Carmo....................................................................................................................... 73
Otávio Souza e Rocha Dias Maciel......................................................................................................... 74
Paula Bettani Mendes de Jesus................................................................................................................ 75
Paulo Henrique Silva Costa......................................................................................................................76
Rafael Gonçalves Queiroz........................................................................................................................77
Ravena Olinda Teixeira.............................................................................................................................78
Rebert Borges Santos................................................................................................................................79
Sara Gonçalves Rabelo.............................................................................................................................80
Sarah Maria Barreto..................................................................................................................................81
Sarah Sumiê Rocha Mandai..................................................................................................................... 82
Uriel Massalves de Souza do Nascimento.............................................................................................. 83
Wagner Lafaiete de Oliveira Júnior.........................................................................................................84
Wagner Vinicius de Oliveira.....................................................................................................................85
William Costa............................................................................................................................................86
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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Graduação
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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Rousseau e O Contrato Social
Amanda Lúcia Bráulio Nunes
Seguindo uma linha de trabalho no âmbito da filosofia política, o objetivo da presente
comunicação é abordar a questão do contrato social em Jean-Jacques Rousseau em sua obra
intitulada Do Contrato Social de 1762. Para isso, será necessário, primeiramente, analisar os seus
conceitos fundamentais, a partir dos quais é possível apreender como é desenvolvida tal questão,
desde o que Rousseau define por estado de natureza até o que ele chama de sociedade legítima. Em
seguida, ao compreender a natureza da sociedade de Rousseau, será possível trazer à luz a sua
crítica à teoria de Thomas Hobbes sobre a instituição política legítima. Além disso, é necessário
para o presente estudo abordar de forma clara a ligação que existe entre Rousseau e o liberalismo, e
desenvolver, ainda, o conceito de desigualdade social, muito trabalhado pelo autor e, talvez, o mais
importante para o entendimento do contrato social. Por meio disto, será possível compreender, por
fim, sua concepção entre o liberalismo e as bases da democracia moderna.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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Morte voluntária pela via da negação da vontade na filosofia schopenhaueriana: o
autossacrifício e o suicídio por inanição
André Vinicius Silva Martins
Orientador: Lúcio Vaz de Oliveira
Esta comunicação se propõe a apresentar e analisar criticamente o pensamento de Arthur
Schopenhauer no que tange a dois tipos de mortes voluntárias decorrentes, aparentemente, de uma
negação da vontade individual, a saber, o autossacrifício e o suicídio por inanição. Sabemos que a
filosofia schopenhaueriana é baseada, sobretudo, na sua interpretação do mundo enquanto
representação e Vontade, extraindo a partir desses dois horizontes conceituais, variadas
considerações sobre as mais diversas especialidades da filosofia. Nesse contexto, a questão do
suicídio para Schopenhauer, em um primeiro momento, estaria diretamente vinculada a uma
afirmação da vontade individual. No entanto, encontramos dentro do seu edifício metafísico,
algumas vias de negação da vontade que podem também incorrer em mortes voluntárias. Tais vias
seriam, primeiramente, através da ação moral, baseada em sua ideia de compaixão, que em seu grau
máximo poderia culminar no autossacrifício; e, em um grau de negação da vontade ainda mais
acentuado – o da ascese – encontramos o caso específico do suicídio por inanição, que recebe um
tratamento especial por Schopenhauer. Por fim, pretendemos aqui delimitar e indicar alguns limites
na interpretação schopenhaueriana desses dois tipos de mortes voluntárias.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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Representação e interpretação em Catatau de Paulo Leminski
Antonio Martins de Oliveira
Orientador: Celso Braida
O objetivo dessa investigação é pontuar no romance ideia de Paulo Lemiski . O construto de
uma interpretação que deve ser escavada arqueologicamente pelo leitor, nas metáforas camufladas e
explícitas no discurso em forma de um “nonsense’’. Catatau é uma agenda onde as memorias do
autor na narrativa nababesca e irônica, que, requisita por parte do leitor um vivido
fenomenologicamente, onde há um deboche em forma de delírio, mas que atualizado como queria
o autor pelo seu leitor, pode se transformar numa filosofia barroca brasileira. Evidente que vamos
expor isso sobre as óticas das metáforas vivas de Paul Ricouer (2008). Essa investigação no estudo
do Catatau, de Paulo Leminski, pretende discutir, a partir da personagem central da narrativa -
Renatus Cartesius - a questão da razão cartesiana e sua inserção irônica nos trópicos. À primeira
vista percebe-se o texto como desconstrução de sentido, desrazão; vê-se, posteriormente, que a sua
tessitura é elaborada através de paródias diversas, de modo a fornecer diferentes visões de mundo e
a possibilitar múltiplos paradigmas de leitura. No Catatau as palavras sempre significam o que
delas se espera, pois elas não são apenas palavras que significam, mas são significantes: têm feições
sonoras, visuais e táteis que são mostradas através de metáforas. Onde o ler é um fazer ,onde a
palavra intui uma ação no dizer que é preciso mostras as coisas ao dizê-las.
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O problema das quatro linhas de pappus e a geometria analítica de Descartes
Bruna Fernandes Barbosa
Orientadora: Raquel Anna Sapunaru
Segundo alguns matemáticos gregos da antiguidade, a geometria nasceu no Egito, pois os
egípcios não podiam reconhecer os limites de seus legados quando havia as cheias do Nilo. Por isso,
inventaram a arte de medir e dividir suas terras objetivando caracteriza-las e separa-las. Assim,
quando os homens começaram a possuir terras e viver sob leis, eles não puderam mais ficar sem
medir. Aqui a geometria teve sua origem. Passados vários séculos, surgiu René Descartes e seu
“método analítico”, que ensinou a dividir um problema até que suas dificuldades se tornassem
facilidades. Combinando esse método com o “problema das quatro linhas de Pappus”, Descartes
inventou a “geometria analítica”. Descartes teve a brilhante ideia de fixar uma reta tal que toda
solução do “problema das quatro linhas de Pappus” estivesse a ela ligada, como se ela fosse uma
espécie de referencial. Eis aí o que chama-se hoje de “eixo x” do “plano cartesiano”. O presente
trabalho retoma de forma breve a trajetória de Descartes rumo à “geometria analítica”, utilizando o
“problema das quatro linhas de Pappus”, bem como a filosofia recôndita em seu pensamento
matemático que suportou sua invenção.
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O totalitarismo em Hannah Arendt: breves considerações
Bruno Humberto Lemes de Resende
O presente trabalho tem por objetivo principal analisar a obra Origens do Totalitarismo de
Hannah Arendt e compreender seu pensamento em relação aos regimes totalitários e seus
fundamentos. Far-se-á, primeiramente, uma abordagem acerca dos pontos fundamentais da obra, os
conceitos de massa, de organização totalitária, funções e características da polícia secreta, bem
como dos aspectos inerentes aos movimentos totalitários e ao poder totalitário expostos pela autora.
Análise dos conceitos de terror e propaganda, bem como a implicação de ambos no movimento que
precede a tomada do poder. Em seguida, abordará os aspectos da organização totalitária e sua
importância para o movimento, bem como uma síntese sobre as organizações de vanguarda e seu
funcionamento. Tratará ainda, da constante duplicação dos órgãos e instituições estatais, bem como
da confissão pública dos assassinatos em âmbito coletivo, e sua função de gerar uma cumplicidade
entre os membros do partido. Além disso, a questão da infalibilidade do Líder do movimento
também será tratada, bem como os inimigos objetivos criados pelo movimento. Por fim, elucidará
quais são os fins últimos do sistema totalitário, o papel dos campos de concentração nestes fins, e
como se é realizada a transformação de um homem em um "verdadeiro animal humano".
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Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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A dupla faceta da técnica e tecnologia em Herbert Marcuse
Bruno Pereira Rodrigues
Orientador: Rafael Cordeiro Silva
A presente comunicação tem como objetivo explicitar duas teses distintas da filosofia de
Herbert Marcuse, uma conceitual e a outra crítica, com relação a técnica e a tecnologia dentro do
contexto de capitalismo industrial avançado, ressaltando o contraste e antinomia entre ambas
abordagens. A tese conceitual diz respeito à emancipação humana, possibilitada pela técnica e as
forças materiais que deveriam produzir as condições necessárias para a abolição da mais-repressão,
no intuito de que fosse alcançada a sociedade livre, qualitativamente diferente das sociedades
passadas e da atual, em que o trabalho estaria necessariamente desvinculado do reino da
necessidade. A tese crítica diz respeito à tecnologia como forma de contenção das forças de
mudança social, dominação da natureza e consequentemente do homem. Aqui a tecnologia é
coordenada e utilizada pelas forças dominantes de modo teocrático, para a manutenção do poder
instituído (status-quo) e para maior exploração do trabalho alienado, e ainda a integração de
elementos revolucionários ao imperativo tecnológico através do Estado de bem-estar social
(Welfare State) possível apenas por meio do Estado de Guerra (Warfare State).
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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A metafisica da arte no Nascimento da Tragédia
Caio Henrique Duarte Gonzaga
Orientador: Olimpio Jose Pimenta Neto
O presente resumo tem o intuito de apresentar as principais teses referentes à metafísica do
artista na visão do jovem Nietzsche. Para tal, abordaremos os conceitos que tornam possível a
reflexão acerca da gênese, desenvolvimento e morte da tragédia grega. Essa explicitação parte dos
impulsos artísticos da natureza como formas primárias de qualquer espécie de arte, são elas o
deslumbramento com o mundo onírico das belas formas, que não depende da condição cultural do
individuo para ser perfeita, a celebração da bela aparência personificada por Apolo e em outra
instancia o êxtase ante a realidade da existência, que não valoriza o individuo como único mas
anseia dissolve-lo em um sentimento de unidade personificado por Dionísio. Em um segundo
momento, analisaremos as consequências de tal visão sobre o mundo. Como a relação do heleno
com a arte o tornava melhor preparado para lidar com o desenrolar do destino, sem de forma
alguma negar que exista e seja parte fundamental de sua experiência o terrível. Por último,
trataremos de como o advento da filosofia Socrática e a valorização da inteligibilidade e da razão
acabaram por trazer o fim da arte trágica.
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A teoria das paixões de David Hume
Carolina Miziara Passaglia e Silva
Orientador: Marcos César Seneda
Hume dedica o Livro II do Tratado da Natureza Humana para apresentar sua teoria das
paixões. Nele, o filósofo discute a dinâmica das paixões, bem como seu papel motivacional em
relação às ações. Entretanto é no Livro III do Tratado, intitulado Da moral que, ao tratar da origem
da sociedade e de seus artifícios, o filósofo destaca o efeito das paixões sobre as ações humanas. De
acordo com o autor, os artifícios advêm da capacidade do homem de controlar suas paixões e, assim,
adequar seus interesses particulares aos interesses públicos. Deste modo, tais artifícios asseguram a
manutenção e a estabilidade da sociedade. Esta comunicação tem por objetivo determinar a
influência das paixões nas ações humanas segundo o filósofo David Hume. Para tanto, trataremos,
em primeiro lugar, do modo como Hume caracteriza as paixões e de que modo elas impulsionam as
ações humanas. Em segundo lugar, analisaremos a origem da sociedade, que, para além das paixões,
foi constituída a partir dos conceitos de hábito e crença. Para finalizar, apresentaremos os artifícios
da propriedade privada, da justiça e do governo como formas de controlar as paixões exacerbadas
dos homens e garantir a manutenção da sociedade.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
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Deleuze além do estruturalismo e do platonismo: filosofia do simulacro
Dami da Silva
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir alguns pontos do artigo de Deleuze -
Em que se pode reconhecer o estruturalismo – que se relacionariam de certa forma com a sua
proposta de reversão do platonismo. No artigo em questão, pode-se dizer que Deleuze problematiza
e rompe com a concepção de estrutura e aponta mudanças que vão reverberar no seu projeto
filosófico. Nessa ruptura Deleuze diz que o simbólico é subsolo para os solos do real e para os céus
da imaginação. No livro A lógica do sentido, Deleuze remete o “subsolo” a uma referência ao
simulacro, que, na filosofia de Platão, estaria abaixo do “solo ou superfície” das cópias imperfeitas,
que, por sua vez, estaria abaixo dos “céus” das Ideias perfeitas. Nesse sentido, Deleuze estaria
propondo uma “filosofia do simulacro” oposta às estruturas e ao simbólico, assim como às Ideias
platônicas, na qual, os céus já não seriam a referência ou o modelo; assim como o simbólico não
mais distinguiria o real e o imaginário, e, em decorrência disso, a superfície e a profundidade
entrariam em articulações variadas sem critério de separação.
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A constituição da subjetividade à ética em Foucault
Elinalva Pinto de Carvalho
O cerne do trabalho consiste em apresentar uma análise referente à questão da constituição
da subjetividade apresentada por Michel Foucault no qual buscamos explicitar como o esquecer-se
de si tornou-se uma abertura ao exercício das tecnologias biopolíticas as quais intervém e
constituem a subjetividade dos sujeitos. Atentamo-nos a este problema encontrado nos escritos de
Foucault, pois exigi-nos abrir caminho a exegese fundamentada na compreensão teórica-conceitual
posta por sua investigação quanto as estratégias políticas que se instalaram no ocidente quando o
biopoder passou a elaborar medidas de controle e regulamentação da vida. Nesse campo de ações
biopolíticas entra em jogo os movimentos calculados que fazem o corpo alvo do poder, articulações
que os tornam permeáveis às intervenções da política moderna. A partir dessa problemática
apontamos uma realidade biopolítica como acontecimento que rompe e dobra o espaço do corpo do
sujeito. Essa leitura demonstra a modulação ao qual o sujeito se encontra submetido, ou seja,
consiste numa subjetividade moldada pelos processos de subjetivação que implica num conceito
nuclear ao último Foucault. Por este viés não entendemos a subjetividade como uma abstração que
identifica o sujeito como consciência, ou identidade, mas a modos de agir, imperativo, este, que
suscita transformação no sujeito.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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Liberdade e determinismo: a verdade da tese determinista influencia necessariamente
tomadas de decisão?
Evelyn Kellen Domingos Costa
Orientador: Robinson Guitarrari
Definir o que é o determinismo de forma clara e estrita não é tarefa fácil. Há divergências
sobre o que seria afirmar que o mundo é determinista. No entanto, um ponto importante sobre o
determinismo é qual a implicação de afirmá-lo tendo em vista que, em geral, acreditamos fazer
escolhas a todo tempo. Em outras palavras, discute-se se as nossas escolhas, i.e., a nossa liberdade,
são compatíveis com a aceitação da tese determinista ou se, mais que isso, essa tese influencia
necessariamente naquilo que estamos chamando decisão, escolha, liberdade. Este trabalho se propõe
a analisar o texto Freedom and resentment, de P. Strawson onde ele enuncia a sua tese de que o
determinismo, sendo verdadeiro ou falso, não é capaz de esvaziar as nossas práticas e condutas
morais e que quando essas práticas são esvaziadas isso não se dá por crermos na tesa metafísica
determinista. Desse modo, analisaremos essa hipótese afim de trazer para discussão a possibilidade
de conciliação entre determinismo e liberdade e, além disso, de tentar configurar independência das
nossas atitudes e salvaguardar nossa liberdade moral.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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A porção mulher como devir; inscrições de Ana C.
Franciele Laura Silva
Orientadora: Cíntia Vieira da Silva
Corpos de escrita, corpos que por muito tempo não foram descritos por si mesmos, corpos
que foram inscritos, inscrições que foram naturalizadas, homogeneizadas. O poder de um corpo de
escrita está justamente em criar para si um outro corpo, um corpo sem órgãos como diriam os
autores franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, com eles percebemos que escrever como mulher,
é antes de tudo devir-mulher, é escrever à margem, perto dos limites do sistema, perto de sua
transgressão. Para tanto, vamos nos aproximar de um outro corpo, de uma outra escrita, o corpo de
uma mulher que também refletiu sobre a escrita das mulheres. Ana Cristina César, "singular e
anônima", agente distinta(o) no coletivo de enunciação: ninguém. Tal autora usa uma expressão que
surge em uma de suas cartas à Sylvia; "porção mulher", refere-se ao trecho da música de Gilberto
Gil "Super Homem a canção". Intuímos que, o que Ana C. nomeia como porção mulher se
aproxima do conceito de devir-mulher elaborado Deleuze e Guattari, portanto esse ensaio se ocupa
com as aproximações e distanciamentos entre a expressão poética e o conceito filosófico.
∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em
Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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A crítica marxiana da teoria do Estado de Hegel
Gabriel Galbiatti Nunes
Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido
No parágrafo 257 da terceira seção de Princípios da Filosofia do Direito, Hegel define o
conceito de Estado abarcado pela sua teoria do Estado. Segundo o filósofo, "O Estado é a realidade
em ato da Ideia moral objetiva, o espírito como vontade substancial revelada, clara para si mesma,
que se conhece e se pensa, e realiza o que sabe e porque sabe.". De outro lado, Marx, em Crítica da
Filosofia do Direito de Hegel, formula uma crítica à teoria do Estado de Hegel. Segundo Marx, as
formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas, nem pela evolução geral do espírito
humano, mas sim assentam naquilo que Hegel denomina de Sociedade Civil, isto é, se encontram
nas condições materiais de vida. Nesta comunicação, pretendemos dissertar acerca da crítica
marxiana à teoria do Estado hegeliano, colocando em evidencia a quebra de Marx com o
hegelianismo e o desenvolvimento de uma nova metodologia.
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Educação musical em Platão: relações entre a República, Timeu e Mênon
Gabriel Gonçalves Schoenmaker
Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho
O trabalho desenvolvido procura demonstrar como a música efetua sua função na educação
do ser humano nos diálogos de Platão. Para isso, serão analisadas passagens dos diálogos Timeu,
República X e Mênon, estabelecendo uma relação entre a epistemologia, cosmologia, e ética
expostas na obra do autor, para que melhor seja compreendido como o plano de educação musical
proposto na República III e IV teria uma aplicabilidade e estaria de acordo com as outras questões
apresentadas por Platão. Também será feita uma análise etimológica do termo "harmonia", que
parece ser um tema fundamental para a interpretação dos textos do autor, uma vez que desempenha
um papel basilar na construção da argumentação acerca da relação entre a epistemologia e
cosmologia nos diálogos, pois, no cosmos é a harmonia que ordena a relação entre os astros,
enquanto na cidade, é em harmonia que cada parte deve interagir com a outra para que ela funcione,
e do mesmo modo, um homem só é virtuoso enquanto sua alma é harmônica, tanto em suas relações
internas quanto em suas relações externas.
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Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙
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A importância da ciência na filosofia de Horkheimer
Guilherme Vasconcelos Fontoura
Pretende-se, nessa comunicação, expor a crítica de Horkheimer acerca da noção de ciência
desenvolvida pelo Círculo de Viena, que ficou conhecido como Positivismo Lógico. Essa escola
atribui unicamente à ciência a capacidade de se relacionar verdadeiramente com o conhecimento.
Para Horkheimer, no entanto, tal pretensão traz uma série de problemas capaz de alçar a sociedade
numa regressão à barbárie. Isso porque (i) esse tipo de conhecimento está fortemente ligado à razão
instrumental; (ii) o argumento utilizado pelos positivistas recai num raciocínio circular, que seria
um problema lógico e (iii) tal conhecimento não teria a capacidade de dialogar com a ética, visando
unicamente a auto-conservação. Pretende-se considerar que a ciência pode ser uma importante
ferramenta para a análise social, mas esta não pode ser apreendida em sua totalidade apenas pelo
método científico. Ao fim, a intenção de afirmar a importância da ciência para a análise social
empreendida por Horkheimer a partir do desenvolvimento de pesquisas empíricas, tendo como
referência a interdisciplinaridade, ou seja, a união entre filosofia e as diversas ciências
especializadas. Dessa forma, poderemos defender que a filosofia de Horkheimer, embora crítica da
ciência (na acepção positivista do termo), utiliza do conhecimento científico para balizar sua análise
com mais contundência.
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O papel dos sentimentos na ética e a questão do direito animal
Gustavo Henrique de Freitas Coelho
É quase uma unanimidade entre os filósofos, a ideia de que não há espaço para os
sentimentos na elaboração das regras e deveres morais. Provavelmente, o defensor mais notório
desse modo de pensar a ética foi Kant, que defendia uma ética independente dos sentimentos,
desejos e consequências, como um dever categórico inviolável. Contudo, são os sentimentos, e não
a razão, que nos distinguem de robôs e máquinas, pois não operamos apenas de modo a contabilizar
argumentos. Neste ensaio sustento a posição de que é impossível propor uma ética, que possa ser
aplicada, desvinculada dos sentimentos. Embora exista distinção entre o dever moral e a ação
realizada com base apenas em sentimentos, acreditar que é possível fazer uma nítida separação
entre as duas é não conceber a unificação do ser humano ao seu modo de agir, que parte da união,
de seus sentimentos com a reflexão racional, para tomar uma postura diante de determinada
situação. De fato, ao compreender o valor dos sentimentos em nossas escolhas nos tornamos aptos a
resolver um dos maiores problemas éticos de nossa época: a questão do direito animal.
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O papel da tridimensionalidade do espaço no argumento das contrapartidas incongruentes e a
não redutibilidade da intuição pura
Gustavo Maciel Cardoso
Orientador: Marcos César Seneda
Este trabalho tem por finalidade analisar o caminho argumentativo traçado por Kant para
defender a não-redutibilidade da noção espacial a explanações conceituais. Para tanto, retornaremos
até 1768, no ensaio intitulado Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço, no
qual o filósofo introduz o argumento das “contrapartidas incongruentes” com o intuito de refutar a
posição relativista adotada por Leibniz para explicar a genêse daquilo que entendemos por espaço.
Assim, analisaremos a maneira como tal argumento reaparece na Dissertação de 1770. Para a
compreendermos a configuração de tal argumento, primeiramente, será necessário explorar como
Kant se vale da tridimensionalidade e da disposição espacial, com o objetivo de defender que
existem objetos que são conceitualmente idênticos, todavia apresentam uma configuração espacial
diversa, a qual não pode ser alcançada através de conceitos, apenas se revelando para nós humanos,
através da intuição sensível. Assim, poderemos entender como tal argumento, apesar de não
aparecer explicitamente na Crítica da Razão Pura, ampara a “terceira exposição metafisica do
conceito de espaço” e é um dos argumentos centrais para sustentar a certeza universal e não-
analítica dos juízos geométricos.
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O conceito de espaço e tempo em David Hume
Ítalo Pereira do Prado
Orientador: Marcos César Seneda
Partindo dos estudos e pesquisas em filosofia moderna, esta comunicação tem o objetivo de
apresentar a concepção com a qual Hume, a partir de sua filosofia experimentalista, define como a
extensão e a duração adentram nossos sentidos e se formam em nossa mente. O foco dessa
apresentação será a posição defendida por Hume no Tratado Da Natureza Humana, particularmente
na segunda parte do livro primeiro dessa obra. O argumento principal desse texto se fundamentará
na seguinte hipótese de trabalho de Hume em relação ao espaço e tempo: que nossas ideias acerca
de ambos são compostas de pontos, e esses pontos, como elementos últimos da percepção, são
indivisíveis. Essa comunicação tem também a pretensão de elucidar a fundamental importância dos
sentidos em tal apreensão, na medida em que jamais teríamos acesso a essas percepções caso não
pudéssemos captá-las por meio de dois sentidos, a saber, o tacto e a visão.
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A impossibilidade da infinita divisibilidade do contínuo na teoria do espaço de David Hume
Jackeline de Melo Feitosa
Orientador: Marcos César Seneda
Na Parte II do Livro I do Tratado da Natureza Humana, David Hume introduz a discussão
sobre as ideias de espaço e tempo. A teoria se desenvolve a partir da afirmação de que “[...] a mente
tem uma capacidade limitada e nunca consegue formar uma concepção completa e adequada do
infinito” (T. I, 2, 1, 2). Ao admitir que a mente possui uma capacidade limitada e que, por isso, não
é capaz de chegar a uma ideia de infinito, Hume se distancia de todos aqueles pensadores que
defendem o acesso da mente a um espaço infinito a partir da infinita divisibilidade do contínuo.
Esta comunicação pretende apresentar os argumentos por meio dos quais Hume afirma a
impossibilidade da infinita divisibilidade de uma linha, e, além disso, compreender quais são as
conexões entre as objeções feitas à teoria da infinita divisibilidade do contínuo matemático e as
objeções às teorias que defendem a existência do vácuo.
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O surgimento do espírito livre: uma análise do Prefácio da obra Humano, Demasiado Humano
Laís de Oliveira Franco
Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido
O objetivo desta comunicação é explicitar o processo de formação de um espírito livre,
como descrito por Nietzsche no Prefácio da obra Humano, Demasiado Humano. Através da análise
dos oito pontos do Prefácio, pretende-se entender o que é o espírito livre, quais suas características e
suas ações; em que este espírito difere dos demais, qual o sentido e o contexto de sua liberdade.
Considerando que o filósofo dirige, como dito no Prefácio, o livro justamente a estes espíritos livres,
procura-se compreender o raciocínio central da obra e identificar a influência da dedicatória no
conteúdo e na forma de exposição que está disposta. Finalmente, busca-se esclarecer o objetivo da
obra como um todo, tendo em vista que tal conteúdo possui uma função para com o leitor e o incita
a se questionar a respeito da sua posição na busca de caminhos, o que é também a oportunidade
para pressentir outras possibilidades existenciais. De fato, preocupar-se-á com a integridade do rigor
analítico e da observância atenta deste escrito, de modo que, em respeito a Nietzsche, seu livro não
seja negligenciado por exigir demais de seu leitor.
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O conceito de Mulher no Segundo Sexo
Lorena Carvalho Ribeiro
Orientadora: Fillipa Silveira
O conceito de mulher em Simone de Beauvoir surge no prefácio do livro O Segundo Sexo.
Ela afirma que o tema pode parecer desgastado pelas discussões sobre esse conceito, mas ainda se
faz necessário falar sobre e questiona se existe realmente um problema, no que ele consistiria e se
na verdade haveria mulher. Seus capítulos são divididos para aniquilar todos os possíveis
argumentos que tentam impor uma condição de submissão das mulheres. Esses argumentos
envolvem a biologia, a psicanálise, o materialismo histórico ou mesmo alguns mitos também
impostos pelos homens. Beauvoir também diz que pelo fato da humanidade ser determinada pelo
masculino, o homem define a mulher relativamente a ele, e não em si, sendo considerada um ser
dependente. Assim a mulher se diferencia e se determina em relação ao homem e não em relação a
ela mesma; o inessencial perante o essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro.
Diante disso, o presente trabalho possui por objetivo principal a análise do conceito de mulher a
partir de uma reflexão filosófica que transcorre dentro do campo político e filosófico, de modo a se
poder entender as relações ‘Eu e o Outro’ e de alteridade nessa filosofia.
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Concepções de Freud e o pensamento de Herbert Marcuse
Manoel Palhares Neto
Nessa comunicação pretendemos apresentar algumas das concepções dos pensamentos de
Sigmund Freud e Herbert Marcuse. O trabalho será baseado no livro “Eros e Civilização” uma
Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud, em que Marcuse utilizará os conceitos de
Sigmund Freud, destacando uma nova interpretação do Eros que é proposto por Freud. O filósofo
alemão Herbert Marcuse, em seu livro Eros e Civilização, irá trabalhar com algumas das categorias
básicas da psicanálise como a repressão, o princípio do prazer e o princípio de realidade, sobre o
problema da sexualidade e as teorias das pulsões. O Eros, (pulsão para a vida) e a pulsão da morte
(Thanatos), o filósofo Herbert Marcuse irá destacar os problemas dos instintos humanos na
civilização o que para Herbert Marcuse, já não são mais necessários que as pulsões desenvolvam a
civilização através do Eros e Thanatos, uma vez que os instintos de vida e os instintos de morte, são
pulsões que expressam uma repressão. Portanto, Marcuse observa a possibilidade de um
desenvolvimento não repressivo, e as pulsões são como um fato repressivo nos conceitos de Freud,
Marcuse propõe uma sociedade não repressiva, entre o desenvolvimento do indivíduo e o social.
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A filosofia do corpo de Deleuze, e seus encontros com Espinosa e Nietzsche
Marina Barbosa Sá
Orientador: Humberto Guido
O presente trabalho tem como objetivo explorar a temática do corpo na filosofia deleuziana.
Para atingir esse fim, temos o intuito de investigar certos conceitos presentes na filosofia de
Espinosa e de Nietzsche que são de grande importância para uma a filosofia do corpo em Deleuze.
Faremos uma investigação acerca do corpo e dos afectos na filosofia espinosana, na qual iremos nos
basear na leitura da obra Ética (1675). Nos focaremos nos pensamentos deleuzeanos, juntamente
com Espinosa, acerca da ideia de potência, assim como na filosofia Nietzscheana das forças.
Prentendemos também explorar a ideia da "ética dos encontros" sugerida por Deleuze, em seus
diálogos com Espinosa e Nietzsche. Além de focar nos conceitos importantes para se pensar o corpo
em Deleuze, e nos pontos de encontro entre as filosofias dos três autores; temos o intuito de nos
concentrar na investigação do conceito prático denominado "Corpo sem órgãos", proposto por
Deleuze e Guattari, e de compreender em que medida a criação de um CsO apontaria para uma
valorização ética do intensivo. Afirmamos que a filosofia de Deleuze é de grande importância para
se pensar o corpo na contemporaneidade.
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A radicalidade da estética na epistemologia kantiana
Matheus Antonio Ceará
Este trabalho tem como objetivo analisar e esboçar algumas exposições a respeito do
fundamento do espaço na filosofia de Kant, ao passo que a partir de suas considerações podemos
estabelecer uma radicalidade da estética e sua importância na formulação da ideia de espaço na
filosofia kantiana. Em sua exposição metafísica do espaço, Kant nos diz que: “O espaço não é um
conceito empírico, extraído de experiências externas.” Com isso, podemos entender que o espaço
ocorre então como uma intuição pura e elementar (a priori), que não se extraí da experiência dos
fenômenos externos a mim, mas sim se constituí como base para que esses fenômenos sejam
entendidos mediante uma representação espacial. Assim, o espaço ocorre como ilação fundamental
de toda intuição que se obtém através dos fenômenos, em última instância, ele mesmo não pode ser
absorvido intuitivamente a não ser como intuição sensível. Desse modo, a radicalidade do
“conceito” de espaço se encontra na contundência com que Kant trata a infinitude da grandeza
espacial em relação à grandeza do tempo, que por sua vez também é uma intuição pura a priori. Ao
passo que o tempo é uma grandeza infinita potencial, o espaço passa a ser uma grandeza infinita
dada.
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A hibridização e a constituição do moderno em Bruno Latour
Michel Pinheiro de Siqueira Maywald
O objetivo principal dessa comunicação é analisar o que Bruno Latour chama de misto mal
formado entre natureza e cultura, como esses mistos são possíveis e como nos relacionamos com
esses mistos na sociedade moderna, tendo em vista seus processos de hibridização (ou rede) e
purificação (ou crítica). Apesar de o livro usado ter o objetivo de estabelecer uma antropologia
simétrica capaz de lidar com esses mistos, manterei como limite da análise do livro, as hipóteses do
autor sobre a constituição (ou não) da modernidade. Assim, a comunicação explicitará a forma
como o processo de purificação vela os mistos mal formados, isto é, a relação entre os processos de
hibridização e purificação e a forma como essa relação é responsável pelo o que Latour chama de
crise da modernidade. O principal livro usado para esse propósito será o Jamais fomos modernos de
Bruno Latour e eventualmente livros outros que possam ser úteis para o objetivo da comunicação.
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Discurso como Pharmacon: encantamento, narcótico ou veneno?
Nelson Perez de Oliveira Junior
Orientador: Dennys Garcia Xavier
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar os discursos em Platão como algo a ser
consumido ou como encantamento, ou narcótico ou pharmacon. Nos diálogos de Platão as
referências e as circunstâncias dramáticas seja por referência explicita, metafórica ou conotativa das
cenas, apresentam os discursos como indutores de prazer, entretenimento ou entorpecedor dos
sentidos da alma. Em cenas de Timeu, O Banquete e Mênon há menções explicitas. O termo
pharmacon encerra em si os significados de remédio, veneno ou cosmético. Nos diálogos citados e
em outros a questão do uso da linguagem para mascarar, enganar, exortar e animar, ou entorpecer os
sentidos da alma. Quaisquer que sejam as acepções do termo se impõe que haja uma atitude de
desconfiança para com os discursos e a linguagem, o que oferece uma oportunidade de exercício de
uma resistência que a alma do homem precisa experimentar, e assim, se preparar para morrer e
libertar a alma dos enganos dos sentidos. Os discursos são consumidos pela alma assim como os
alimentos são consumidos pelo corpo. Exercitar a resistência física e da mente prepara a alma para
se libertar dos enganos do mundo.
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O retrato da experiência na modernidade: uma leitura de Walter Benjamin
Pedro Henrique Ribeiro Cunha
Orientadora: Carla Milani Damião
Esta pesquisa foi despertada por um conjunto de anotações póstumas de Walter Benjamin
selecionado e tornado capítulo por uma recente edição norteamericana de seus Escritos Escolhidos
(Gesammelte Schriften). Nele, duas afirmações são feitas – a de que experiências de vida não
podem ser construídas, e a de que experiências de vida são semelhanças vivenciadas. A pesquisa
procurou explicações para essas duas afirmações nos escritos publicados em vida de Benjamin, pois
elas, no contexto em que se encontram, estão compactadas: da elaboração que o termo semelhança
recebeu em 1933; da outra elaboração do termo realizada em 1940, esta mais relacionada à leitura
de Benjamin sobre Proust e sobre Baudelaire; da crítica que Benjamin realizou a partir de um
neokantiano à própria ideia de experiência devedora de Kant; passando pela distinção central entre a
Ehrfahrung e a Erlebnis, indo até o seu diagnóstico de empobrecimento da experiência na
modernidade, a pesquisa buscou significações dessas duas afirmações, segundo o pensamento deste
autor – a de que experiências de vida não podem ser construídas, e a de que experiências de vida
são semelhanças vivenciadas, no intuito de compreender a riqueza de sentidos que ele concebeu em
cima do termo experiência.
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Rousseau: natureza e educação
Rafaela Fernanda Palhares
Este trabalho tem como objetivo analisar a concepção de natureza humana em Rousseau e a
sua relação com a educação através da obra Emílio ou da Educação. Ao adentrar a discussão sobre a
noção de natureza, Rousseau, filósofo do século XVIII, introduziu no discurso da época questões
que ainda são presentes no nosso cotidiano. O autor genebrino definiu dois tipos de educação: a
doméstica ou particular e a pública. As duas apresentam princípios diferentes, mas ambas têm como
essência a natureza. Este trabalho também tem como objetivo mostrar quais são as características
das duas formas de educação e qual delas segundo Rousseau é mais eficiente, a partir da análise
sobre a concepção de natureza humana. Para entender melhor essa concepção e como ela se
relaciona com a educação/escola usaremos outros livros de Rousseau como, por exemplo, Discurso
sobre a origem e os fundamentos da Desigualdade entre os homens e As considerações sobre o
governo da Polônia, utilizaremos também comentadores que sustentam o debate.
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Acerca do ergon humano e a noção de eudaimonia em Aristóteles em EN I
Raphael Souza Borges Junior
Orientador: Fernando Martins Mendonça
O trabalho trata da noção de eudaimonia (que pode ser entendida como sumo bem, viver
bem ou agir bem) apresentada no capítulo 7 do livro I da Ética a Nicômaco e do seu vínculo com o
argumento do ergon humano, qual seja, a concepção de que o bem para o homem, ou seja, a
eudaimonia, é o pleno exercício de seu ergon próprio – a atividade excelente da parte racional de
sua alma. Nos capítulos anteriores, Aristóteles discorre acerca do “bem supremo”, quer dizer, o bem
último, que é buscado por si mesmo e nunca em vista de outro bem, e conclui, pois, que esse é a
eudaimonia. No entanto, tal conclusão parece ser insuficiente, uma vez que não constata o que é, de
fato, eudaimonia e que tipo de vida ela constitui. Nesse ponto, Aristóteles introduz o argumento do
ergon, como forma de responder a essa questão, conquanto não reste claro se o filósofo compreende
o ergon humano como condição para se viver bem ou como a própria definição de eudaimonia.
Nossa intenção nesse trabalho é tentar elucidar tal impasse.
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Possibilidade de classificação moral capitalista não considerada por Compte-Sponville
Rodrigo do Prado Zago
Em O capitalismo é moral?, Compte-Sponville propõe-se a responder esta questão. Para
tanto, ele apresenta três análises (a curto, a médio e a longo prazo) que justificam a atualidade de se
discutir a moral e, em seguida, discorre sobre a possibilidade de classificação moral do capitalismo.
A conclusão é de que esse sistema não é nem moral, nem amoral; ele é de uma outra ordem em que
não cabe questionar se algo é bom ou não, mas em que se deve indagar se algo é produtivo ou não,
se é lucrativo ou não. A partir disso, esta comunicação tem como intuito analisar a obra em questão
não de maneira a classificar o capitalismo enquanto moral ou imoral, porém de modo a apresentar
hipóteses as quais permitam e justifiquem uma possível classificação desse sistema econômico não
considerada por Compte-Sponville, isto é, discorrer sobre a possibilidade de rotulá-lo. Nesse
sentido, a questão será abordada sob as óticas das filosofias aristotélica e kantiana.
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A noção de tempo a partir de uma análise agostiniana
Tayná Santiago
No Livro XI, de Confissões, Agostinho discorre sobre o tempo e o que Deus fazia antes da
criação. Diante disso, questões, como temporalidade, eternidade, passado, presente e futuro, são
abordadas. A proposta desta comunicação é debater a concepção temporal para o filósofo, na qual o
tempo está subordinado à alma, enquanto uma extensão dela e não de modo independente. Com isso,
dois tipos de tempo são propostos por Agostinho: o primeiro seria referente à sucessão das horas,
dos minutos; já o segundo relaciona-se à alma, à percepção e à consciência. Nesse sentido, a
questão será abordada de modo a considerar a incapacidade do ser humano em conceber um ideal
em que ele não está imerso, por exemplo, a noção de eternidade, entendida apenas por Deus, e
explicar a problemática acerca do passado, do presente e do futuro, com o intuito de compreender
melhor a atuação da alma, a qual apresenta “distensões” e extensões no que tange o tempo. Diante
disso, ver-se-á como a questão será resolvida, baseada no pensamento agostiniano.
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O uso público da razão no Esclarecimento kantiano
Vinicius Pinto de Carvalho
Orientadora: Monique Hulshof
Esta comunicação tem como objetivo apresentar o projeto de pesquisa submetido ao CNPQ,
intitulado: “O uso público da razão no Esclarecimento kantiano”. Pretende-se introduzir a
importante distinção entre uso público e uso privado da razão, formulada por Kant no texto
Resposta à questão: O que é Esclarecimento? (1784). No texto em questão, Kant diz que é por meio
de um uso público da razão que se dará a passagem de um estado de menoridade a um estado
esclarecido, de maioridade. Poder-se-ia entender, à primeira vista, o uso público da razão como o
uso que se faz das capacidades racionais quando dirigidas a uma coletividade, a um público;
enquanto o uso privado seria aquele dirigido à uma plateia restrita, íntima. Entretanto, o sentido que
Kant atribui aos termos público e privado é peculiar, dado que, como exemplifica Kant, o uso
privado da razão é aquele exercido por indivíduos em cargos públicos. Em suma, o uso público da
razão parece ser um certo modo pelo qual os indivíduos orientam sua argumentação em um debate
público, a saber: um uso da razão fora do jugo de autoridades externas. Pretendemos investigar em
que consiste, exatamente, o uso público e o uso privado da razão.
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A concepção de homem e de seu fim último na filosofia indiana do Yoga e Samkhya
Vítor Rodovalho Amaral
Este trabalho tem por objetivo apresentar a concepção metafísica do homem conforme duas
grandes escolas do pensamento indiano – o Yoga e o Sankhya. Para isso, recorreremos às obras
seminais de cada escola, o Yoga Sutras de Patañjali, e o Sankhyakarika de Ishavara Krisna.
Desenvolveremos e clarificaremos os dois conceitos axiais dessas obras, a saber, puruṣa e prakṛti.
Através delas, a totalidade do Universo é compreendida à luz de um dualismo, onde os princípios
eternos constituintes são puruṣa, que é entendido como espírito ou consciência, e prakṛti, que é a
fonte do mundo material. Analisaremos também seus desdobramentos na tábua dos vinte e cinco
constituintes da realidade, ou tattvas. Por fim, articularemos a antropologia do Yoga e do Sankhya
com a sua soteriologia, ou seja, com a meta última ou salvação do ser humano. Afinal, para o Yoga
e para o Sankhya, a finalidade última da filosofia é conduzir o homem até a libertação de seu
sofrimento, isto é, à sua iluminação e liberdade absoluta.
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Pós-Graduação
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Filosofia e cinema: a nova imagem do pensamento
Adhemar Santos de Oliveira
Orientador: Alex Fabiano Correia Jardim
Mas “o que é o cinema?” O que vem a ser esse novo meio de “arte” que começou como uma
mera ilusão perceptiva feita pelos irmãos Lumières e que, tempos mais tarde, foi aperfeiçoada por
grandes diretores, como Georges Mélies, Edwin S. Porter e D. W. Grifitth, dando origem ao que
hoje conhecemos como cinema? Foi com eles que o cinema passou de uma ilusão para uma “arte”,
pois foram capazes de produzir movimentos estéticos assim como fizeram os grandes artistas do
expressionismo, surrealismo e dadaísmo. No século XX do primeiro pós-guerra, o cinema patenteou
teóricos responsáveis por conferir a essa nova arte a especificidade artística. Sendo assim, o cinema
passou a ser conhecido como a “sétima arte”. Através de suas imagens-movimento, percebemos a
condição humana como forma de representação, o que fez com que o cinema se equiparasse, em
mérito, ao teatro e a literatura. Desse modo, a partir dos conceitos: imagens-movimento e imagem-
tempo definidos pelo filósofo Gilles Deleuze, passamos a “pensar no cinema” e não somente a
“fazer cinema".
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A Dialética do Conceito em Theodor W. Adorno
André Christian Dalpicolo
Orientador: Benedito Eliseu Cintra
O objetivo do trabalho é refletir acerca da “dialética do conceito” em Theodor W. Adorno.
Em face disso, descreve-se uma linha de raciocínio que se desdobra em dois planos. O primeiro
apresenta o conceito como condição de possibilidade da tentativa humana em dominar a natureza
cuja verdade lhe é desconhecida, buscando assim, conhecer tudo aquilo que lhe é oposto segundo o
princípio de identidade. Porém, faz-se necessário destacar como a verdade essencial de todo
elemento pertencente ao meio natural é diferente daquela exposta pelo conceito. O segundo assinala
como o não-conceitual é fundamentado pelo princípio de não-identidade enquanto negação
determinada. O trabalho desse não-conceitual é explorar todas as características da dialética como a
instância que entra em contradição com a norma tradicional da adaequatio. Por esta razão, é preciso
que essa dialética invalide a não-identidade absoluta entre ser e pensamento, pois do contrário
provocaria a interdição desse último. Contudo, isto não significa que a “lógica da negatividade”
elimine a expectativa humana da identidade entre ser e pensamento, uma vez que essa expectativa
lhe garante inteligibilidade. Caso contrário, corre-se o risco do não-conceitual, enquanto negação
determinada, não ter mais o que negar e se tornar, no final das contas, positividade.
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Possíveis contribuições dos Prolegômenos (1925) ao Ser e Tempo (1927) de Martin
Heidegger
André Prock Ferreira
Orientadora: Martina Korelc
Heidegger, em Ser e Tempo (1927), busca reintroduzir a questão sobre o sentido do Ser, pois
entende que tal questão se manteve encoberta ao longo de toda a tradição metafísica. Para tanto, ele
elege o Dasein como o ente privilegiado para investigar o próprio ser, isso porque, o Dasein, ao
existir, pode perguntar pelo ser que ele mesmo é. Na literatura secundária alguns comentadores
consideram que há alguns textos que contribuem, inicialmente, para as posições assumidas por
Heidegger em Ser e Tempo, dentre eles, Prolegômenos a História do Conceito de Tempo (GA 20).
Trata-se de um curso ministrado pelo autor, em 1925, na Universidade de Marburgo, no qual são
apresentados debates sobre fenomenologia e, também, sobre análise existencial como fio condutor
da investigação sobre o Sentido do Ser – questões presentes, de modo geral, no contexto de Ser e
Tempo. O presente trabalho tem como objetivo, portanto, apresentar algumas das posições
assumidas por Heidegger no texto de 1925 (GA 20) que contribuíram, ou podem ter contribuído,
para a formação de questões centrais de Ser e Tempo.
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Husserl e a tradição lógica
Andressa Alves Souto
Orientador: Bento Prado de Almeida Ferraz Neto
Este trabalho tem como propósito situar a filosofia de Husserl em meio às reflexões
realizadas pela filosofia da lógica do final do século XIX e início do século XX em torno do
chamado “paradoxo das representações sem objeto”. O problema - que possui caráter semântico –
pode ser formulado, de modo geral, como a questão da natureza da significação ou sentido,
analisada a partir de representações proposicionais que carecem de referência objetiva, isto é, de
correspondentes ontológicos reais. Dentro do cenário em que esta problemática se desenvolve,
apresentam-se diferentes tipos de respostas, sendo um dos meus objetivos aqui indicar em que
consiste o núcleo básico da solução husserliana. Para tanto, o texto se estruturará do seguinte modo:
i) uma breve apresentação histórica do cenário em que o problema se desenvolve, procurando expor
algumas das principais respostas a ele oferecidas; ii) uma síntese da solução que Husserl oferece nas
Investigações Lógicas, a partir de sua teoria da intencionalidade.
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Aspectos da persuasão retórica em Aristóteles
Aroldo Mira Pereira
Orientador: Kenner Roger Cazotto Terra
Este trabalho pretende investigar o caráter da racionalidade discursiva na Retórica
aristotélica. Inicialmente, analisamos as três provas (pistes) técnicas da persuasão, conforme
apresentadas por Aristóteles no Livro II de sua Retórica, o páthos, o éthos e o lógos. Começando
pelo páthos, analisamos as treze paixões da lista retórica: ira, calma, amizade, inimizade, temor,
confiança, vergonha, desvergonha, amabilidade, piedade, indignação, inveja e emulação. Na análise
do éthos, foram discriminados o caráter dos jovens, dos idosos e dos adultos, dos nobres, dos ricos e
dos poderosos. E, por fim, na análise do lógos apresentamos a noção aristotélica de entimema, uma
espécie de silogismo de tipo retórico, com premissas simples, geralmente conhecidas por todos e de
fácil assimilação. A persuasão se faz pela confluência dessas provas demonstrativas. Aristóteles
afirma que persuadimos pela disposição dos ouvintes (páthos), pelo caráter do orador (éthos) e pelo
discurso (lógos). No ato discursivo, marcado pela presença da persuasão, não parece haver espaço
determinado para verdades apofânticas, analíticas. A arte retórica, no entanto, provoca e permite
uma outra relação com a verdade que assume, na dimensão da democracia, um caráter mais político.
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A experiência temporal fictícia em Madame Bovary
Bianca Pereira da Silva
Orientador: Bernardo Barros Coelho de Oliveira
A narrativa revela muitas características que nos fazem transfigurar nossa experiência
comum porque ela abre um mundo possível de ser habitado desde que entremos nesse lugar. Mais
que isso: quando narramos temos a chance de aprofundar a nossa experiência do tempo. Essa é uma
das teorias do filósofo Paul Ricoeur. O filósofo analisará, então, o gênero narrativo romance, pois
este se mostrou um laboratório para melhor ver e analisar as experiências humanas. Assim, Ricoeur,
em Tempo e Narrativa II, mergulha nessa pesquisa e examina, especificamente, três obras: A
Montanha Mágica, Mrs Dalloway e Em Busca do Tempo Perdido. Para o filósofo, elas conseguem
reverter a ordem linear ou incluir outros níveis temporais, aprofundando assim a experiência da
personagem e, consequentemente, a nossa. Concordando, então, com essa potência do romance,
pretendemos fazer o mesmo com o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, por vermos nele
uma experiência temporal que transcende a si próprio afetando a experiência temporal do leitor.
Para isso, acrescentaremos a interpretação do crítico literário Mario Vargas Llosa, em A Orgia
Perpétua, que identifica quatro planos temporais heterogêneos que podem sugerir linearidade,
circularidade, imobilidade ou total irrealidade. O objetivo: assemelhar-se ou distancia-se do tempo
da realidade aprofundando-a.
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El papel de la educación en el Leviatán de Thomas Hobbes
Campo Elías Flórez Pabón
Orientadora: Yara Adario Frateschi
La presente comunicación pretende presentar una perspectiva histórica sobre, cómo es que
se presentaron las políticas públicas de educación e innovación, en Inglaterra del siglo XVII,
respecto del modelo tradicional de aprendizaje ofrecido por las escuelas de Cristiandad en Londres.
Esto específicamente estudiado en el caso de Thomas Hobbes en su escrito político el Leviatán, el
cual según algunos estudiosos de su obra se enmarca desde 1640 hasta 1668 con su última edición
en lengua latina de la misma. Pues, para nadie es un secreto que el filósofo de Malmesbury luchó
por proponer una nueva forma de acercar el conocimiento (educación en la ciencia) de su momento
(la Física de Galileo y la Geometría de Wallis) a la política del siglo XVII, para que esta fuera
ciencia política en ese momento. Esto analizado desde re-elaboración filosófica de contenidos que
pretendían evitar el abuso de los hombres, a través de la falsa religión, la generación de miedos que
forjaban errores, y los cuales impedían el buen desempeño político y científico por parte de la
sociedad de aquel momento. Lo cual los haría estar mucho más preparados para obedecer las reglas
de la sociedad civil a través de una educación que correspondiera más con la realidad histórica de
una guerra civil.
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Aparência e inganno: o jogo da política na filosofia maquiaveliana
Carlos Eduardo Ruas Dias
Orientadora: Maria Socorro Ramos Militão
Ao desenvolver a sua filosofia, de caráter realista, Nicolau Maquiavel (1469-1527) traz a
política para o campo das ações humanas, ou seja, o campo político passa a ser o espaço onde o
homem age transformando a realidade presente em prol de suas necessidades. Nesse contexto, todos
os padrões de julgamento de outrora devem ceder espaço àqueles que estão conectados com a nova
concepção política, voltada para a realidade e para o que acontece, de fato, nos ambientes do poder.
Com isso, o autor explica o real modo de julgar as coisas na política, expondo como os juízos do
governante e dos governados contribuem para a manutenção do Estado. A análise acerca da imagem
que o governante constrói de si mesmo é fundamental para a construção do juízo pelo qual o povo
aceita o que lhe é apresentado e para manter a solidez do Estado. Nesse momento, a aparência e o
conceito de inganno surgem como elementos constituídos de uma forma de julgamento da situação
política que permite ao governante criar uma figura que seja agradável para o povo. Maquiavel
mostra que essa imagem não é necessariamente real, mas é importante para que o povo a veja e a
aceite como verdadeira para que haja a sustentação do poder; esse é o jogo imagético mostrado pelo
secretário como o sustentáculo de um novo ethos para regular a ação política.
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Marxismo e ideologia
Daniel Féo Castro de Araújo
Esse artigo tem como objetivo resgatar a importância e o significado que o conceito de
ideologia ainda tem nas Ciências Humanas, particularmente a contribuição de Louis Althusser na
Ciência Política. Desse modo, o leitor terá a oportunidade de visualizar concretamente a utilização
do critério epistemológico na determinação do fenômeno ideológico, sobretudo no Ensaio sobre os
Aparelhos Ideológicos de Estado. A Metodologia inicia-se com uma revisão bibliográfica, voltada
ao entendimento da dinâmica a ser estudado, bem como para construir um referencial teórico
baseado na ideologia em Karl Marx e Althusser. Esse levantamento foi feito por meio de livros e
artigos. Na conclusão apontamos que o conceito de ideologia de Althusser demonstra ter precisão
conceitual por ser definido como uma prática articulada a outras práticas distintamente da
concepção discursiva. Percebemos, portanto, que o conceito de ideologia de Althusser mantém-se
atual no campo do pensamento crítico, não somente no que concerne aos aspectos reprodutores, mas
também transformadores das relações de poder.
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A concepção de Estado em Friedrich Hegel
Danilo Borges Medeiros
Orientadora: Maria Socorro Ramos Militão
O presente trabalho visa expor detalhadamente a concepção de Estado do filósofo alemão
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Stuttgart, 27 de agosto de 1770 – Berlim, 14 de novembro de 1831)
destacando, entre as suas obras, os Princípios da Filosofia do Direito e, mais especificadamente, a
sua terceira seção. Em um primeiro momento desta, definir-se-á a ideia de Estado hegeliano
respeitando a estrutura adotada pelo filósofo nessa seção, fazendo isso a partir de quatro aspectos
fundamentais: 1º) a natureza do Estado; 2º) a fundamentação da organização interior do Estado; 3º)
a soberania para o exterior; 4º) a lei geral da história universal. O objetivo da análise proposta nesse
texto é apresentar os elementos centrais e constitutivos do Estado hegeliano e sua fundamentação
idealista, destacando tanto a análise e síntese do Estado Moderno elaborada por Hegel, como sua
influência para a tradição filosófica idealista, somando-se a isso as possíveis críticas elaboradas
posteriormente pela tradição marxista.
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A teoria dos nomes de Kripke e a crítica à noção de sentido em Frege
Diego de Souza Avendaño
Kripke propõe uma teoria dos nomes de acordo com a qual nomes não possuem sentido. Ele
afirma a existência de uma confusão inerente à noção de sentido Fregeana e descreve a
possibilidade de introduzir um nome por meio da mera citação de uma descrição definida, isto é,
não designando o equivalente definicional, mas apenas “fixando a referência”. A crítica de Kripke à
teoria da nomeação de Frege alega que o termo “sentido” é utilizado de maneira ambígua, pois
Frege tomaria o sentido de um designador como sendo seu significado e, ao mesmo tempo, ele
também toma o sentido como a maneira pela qual a referência de um designador é determinada.
Seria por meio desta ambiguidade que Frege suporia que tanto o sentido, quanto a referência de um
nome, pode ser dado por descrições definidas. Neste contexto, a proposta deste trabalho é, primeiro,
discutir a diferença entre designar o conteúdo semântico e determinar a referência; segundo,
analisar as vantagens e desvantagens em se fixar a referência sem designar o conteúdo semântico; e,
por fim, discutir as consequências filosóficas e modais da tese de Kripke, haja visto que tal
distinção resulta em verdades necessárias a posteriori e verdades contingentes a priori.
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Derrida e o conceito de confissão de crimes contra a humanidade
Fábio Borges do Rosario
Orientadora: Talita de Oliveira
Exploro neste trabalho as condições da Universidade, especialmente da Filosofia, como
local de investigação e confissão dos crimes contra a humanidade, tais como a Escravidão e o
Apartheid. Trilhando pela avenida aberta pelos filósofos franceses contemporâneos considerados
marginais, continuada na chamada filosofia contemporânea de expressão francesa, identifico como
interlocutor o filósofo argelino de cidadania francesa Jacques Derrida, cuja obra ficou conhecida
especialmente pela enunciação da desconstrução como estratégia e pelo quase conceito da
différance. Busco localizar na obra derrideana pistas para compreender como a investigação e
confissão do conceito de crimes contra a humanidade soçobra os efeitos destes e aponta para a
hospitalidade incondicional. Serão examinados como os efeitos de tais crimes obsidiam a
democracia atual, e se os atos jurídicos que incluem a Escravidão e o Apartheid como crimes contra
a humanidade podem ser lidos como acontecimentos que prenunciam que somente na democracia
por vir os efeitos hostilizantes do racismo serão superados.
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A crítica de Bergson ao mecanicismo
Felipe Ribeiro
Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho
O intuito deste trabalho é mostrar as principais diferenças entre o mecanicismo - em
particular na sua concepção proposta por Newton - e a corrente de pensamento denominada
“Filosofia da Vida” por intermédio de um de seus principais representantes, Henri Bergson, e sua
crítica proposta no seu Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. Objetiva-se, então, analisar
a crítica bergsoniana ao conceito de espaço, mais especialmente no que se refere à sua importância
para a constituição do mecanicismo, tão caro para o desenvolvimento da ciência moderna, em
especial a de Newton e em particular na formulação de suas leis. Observa-se, com Bergson, que
todo o processo cognitivo respaldado pelo mecanicismo ajudou as ciências no campo prático
através das convenções adquiridas; mas não ajudou a explicar de fato como o fenômeno natural
ocorre. Não houve, então, ao longo do tempo, uma identificação direta ou necessária com os
fenômenos naturais em questão, mas antes uma improvisação simbólica bastante útil e eficiente que
proporcionou - talvez através da técnica - mais uma ilusão de domínio cognitivo a um processo
constante e internalizado pela vivência consciencial ao longo da vida.
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Weitz e o problema das definições de arte
Fernanda Azevedo Silva
Orientador: Guilherme Guisoni da Silva
Na apresentação intendo expor a posição de Morris Weitz em relação a um dos problemas
centrais da filosofia da arte do século XX, a saber, a busca por uma definição de “arte”. Para Weitz,
as teorias estéticas tradicionais se assentam numa concepção errônea do conceito de arte ao
acreditar que seria possível defini-lo, que seria possível elencar condições necessárias e
conjuntamente suficientes a serem satisfeitas para que algo caia sob o seu domínio. Weitz, ao
contrário, defende que “arte” é um conceito aberto determinado por semelhança de família: na
atribuição do conceito a determinado caso, procedemos tomando certos trabalhos como
paradigmáticos e avaliando as semelhanças que o objeto submetido à avaliação mantém com eles.
Entretanto, não seria possível elaborar uma lista finita de semelhanças relevantes a serem avaliadas
na atribuição artística, graças à intermittent novelty (TODD, 1983): a visão, sustentada por Weitz, de
que periodicamente surgirão objetos de arte com traços completamente distintos que reacenderão as
disputas definitórias. Objetivo mostrar que, em Weitz, mais do que uma nova resposta ao problema
da definição de “arte”, o que está em questão é mesmo uma reformulação do problema: o
paradigma passa de “Como definir ‘arte’?” para “É possível definir ‘arte’?”.
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O tempo estoico em De natura deorum
Flávia Santos da Silva
Orientador: Marcio Chaves-Tannús
Dada a escassez de fontes, as inúmeras exegeses contraditórias entre si ou o largo espaço de
tempo que separa os períodos, estudar o Estoicismo torna-se uma tarefa trabalhosa. Fundado em
Atenas por Zenão de Cício nos fins do séc. III a.C, o Estoicismo surge no período helenístico, época
considerada decadente pelos próprios atenienses. Essa escola costuma ser dividida pelos
historiadores da filosofia em três períodos: estoicismo antigo, entre III e II a.C; estoicismo médio
em II a.C e estoicismo romano, entre I a.C e II d.C. Apenas o Estoicismo praticado em Roma, na
época imperial, deixou-nos textos integrais. Nesta comunicação, lemos o estoicismo romano a partir
de um livro de Cícero, o De Natura Deorum. Embora ele não seja propriamente um autor estoico,
fornece valiosas informações sobre essa escola. Temos o objetivo de selecionar parágrafos que
concernem à reflexão sobre o tempo estoico, inseridas aí as noções de presente, pretérito e futuro,
posto que, na tradição, parece não haver um estudo específico sobre esse conceito na obra de Cícero.
No que concerne ao estoicismo, Cícero é geralmente citado em meio a outros autores sem, contudo,
haver um apartado destinado especificamente à sua obra.
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Do direito público ou sociedade civil em Kant
Gabriel Reis Pires Ribeiro
Orientador: Marcos César Seneda
O objetivo da presente comunicação é expor o conceito de Direito Público ou Sociedade
Civil utilizado no interior da filosofia do direito kantiana. Para tal desiderato será imperioso
perpassar pela análise do Direito Privado ou Estado de Natureza em Kant, com atenção à qualidade
da posse exercida nesse estágio da sociedade humana, a qual, a saber, possui enquanto característica
seu caráter provisório ou precário. Assim sendo, será demonstrado a necessidade da passagem desse
Estado de Natureza para a Sociedade Civil, isto é, para a garantia da posse de um determinado
objeto externo de meu arbítrio, bem como de minha liberdade externa, faz-se necessário a
instituição do Estado, pois só nesta situação encontrar-se-á garantia para o exercício de minha posse
e de minha liberdade. Tendo em vista a execução de tal tarefa, isto é, dessa garantia, será exposto,
outrossim, uma característica primordial inerente ao Estado, a saber, a possibilidade de fazer uso da
coerção.
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Aprimoramentos humanos e suas implicações éticas para o século XXI*
Guilherme de Morais Damaceno
Orientadores: Alcino Eduardo Bonella
Jairo Dias Carvalho
O desejo de aprimoramento é uma característica muito presente na espécie humana,
peguemos a invenção da escrita, o telefone e do computador. Todas invenções que representam
melhoramentos cognitivos significativos. Atualmente, no entanto, se tem avanços científicos e
conhecimento para melhorar a espécie humana deliberadamente. Através da biotecnociência o
controverso biomedical enhancements (melhoramento biomédico) representa o melhoramento das
capacidades do corpo e cérebro humano. Existem vários modelos de BE, desde administração de
drogas, implantes, engenharia genética, interface cérebro/máquina, tecnologias que carregam o
potencial de transformar a biologia humana. Dito isso, surge no campo da ética aplicada um
importante debate, pautado por questões complexas: “por que não, melhorar não é bom? ” “Fazer
isso não seria brincar de Deus? ” “Mudar nossa biologia não mudaria a natureza humana? ”. O
presente trabalho visa, sob linhas gerais, (1) introduzir o conceito de enhancements, (2) apresentar
os argumentos contrários e a favor do biomedical enhancements, conforme o filósofo americano
Allen Buchanan.
* Projeto apoiado pela FAPEMIG: APQ-00297-14
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As filosofias orientais no pensamento de Arthur Schopenhauer
Gustavo Rodrigues Rosato
Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido
O presente trabalho pretende abordar as filosofias orientais presentes no pensamento de
Arthur Schopenhauer. Em sua obra O mundo como vontade e como representação são apresentadas
duas faces do mundo, nas quais são contempladas uma antiga dualidade filosófica, uma representa o
mundo como mutável e inconstante inteiramente dependente do sujeito que o percebe e o intui, o
mundo como representação, e a outra face busca a verdade e constância do mundo, o que as coisas
realmente são independentes de qualquer sujeito, o mundo como vontade. Nos passos da
demonstração de seu próprio pensamento, sobre as duas faces do mundo, Schopenhauer em sua
obra citada acima evoca a teoria de grandes nomes da filosofia, como o ceticismo de Hume e o
dogmatismo de Kant, no entanto, também são utilizadas pelo autor referências a notórias obras da
filosofia oriental, como o I-Ching da filosofia chinesa e os Vedas da filosofia indiana, nas quais são
apresentados conceitos como yin yang e o véu de Maya. Por fim, pretende-se demonstrar a
importância da filosofia oriental na estruturação da metafísica do mundo de Schopenhauer.
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Paixões e afetos – Apontamentos em Descartes e Mattheson
Henia Laura de Freitas Duarte
A comunicação tem como principal objetivo, fazer uma breve explicação sobre as paixões
da alma de Descartes, relacionado-as com a teoria (doutrina) dos afetos na música. Esta
comunicação foi dividida em três partes: no primeiro momento, explicamos o que são para
Descartes – as paixões, os espíritos animais e a pequena glândula – todos os conceitos serão
extremamente necessários para compreendermos as paixões e a forma como elas afetam a nossa
alma. No segundo momento, explicamos a teoria (doutrina) dos afetos, tomando como base a
análise feita por Mattheson sobre dezesseis tonalidades musicais e a forma como elas afetam os
ouvintes. Posto isso, apontamos alguns trechos da Paixão Segundo São Mateus, de Bach, como uma
forma de demonstrar certas discordâncias das tonalidades na época barroca, com as análises feitas
pelo teórico alemão. No último momento, procuramos estabelecer as relações entre as paixões de
Descartes e a teoria dos afetos, do ponto de vista de Mattheson.
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Wittgenstein e o espaço visual como um espaço de posições absolutas
Igor Souza Saraiva
Na fase da obra do filosofo austríaco Ludwig Wittgenstein que é denominada de “período
intermediário” encontramos diversas reflexões sobre a natureza da percepção visual e daquilo que o
autor denomina de “campo visual”. Uma das principais teses que permeiam todas reflexões sobre
percepção visual do autor neste período é a de que no campo visual, por oposição ao espaço
tridimensional da física, há posição e movimento absoluto. O objetivo da apresentação será, num
primeiro momento, o de tentar tornar claro o sentido desta tese. Para isto, recorreremos aos textos:
Manuscritos 105-106, Observações Filosóficas, e algumas citações presentes na sessão
“Fenomenologia” do Bigtypescript; todos escritos pelo filosofo em questão. Em seguida,
procuraremos contrastar o caráter absoluto das posições no campo visual com o chamado caráter
puramente “relativo” do espaço físico. Ao final, analisaremos também o contexto de surgimento da
tese de que no campo visual há posição absoluta nos Manuscritos 105-106, e conjeturaremos sobre
a aparente perda de centralidade da tese em questão no final do período intermediário, mais
precisamente na sessão “Fenomenologia” do Bigtypescript.
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Uso racional do poder: a noção de política na modernidade segundo a obra O Príncipe de
Nicolau Maquiavel
James Jesuino de Souza
A inovação do pensamento político moderno se traduz pelo novo paradigma: o de poder.
Esta novidade se fundamenta na dicotomia entre a moral herdada da tradição cristã, e a ética
política, laica, determinada pelas circunstâncias do real que se estabelece sob a égide da virtù e da
fortuna, conceitos essenciais para compreensão de política e de poder. Estes servem para determinar
a capacidade humana de controlar e antecipar os efeitos do ato de governar. Não existe, nessa nova
forma de governo, métodos específicos para a tomada do poder, mas há uma maneira de se
apropriar, que é por meio do uso racional do poder, articulado, meticuloso e perspicaz.
Evidentemente, a nova proposta política se estabelece na práxis. E, a sua existência política
pressupõe unidade, em vista da qual se faz necessário um governante que reúna força e a coragem
para governar ou usurpar o poder. Logo, chegar ao poder político exige a sagacidade daqueles que
governam para conformar a realidade aos seus objetivos que é o desafio de manter o equilíbrio do
Estado/principado. Assim, é no mundo real, e não no ideal, que se estabelece o uso racional do
poder, e que se descobre a situação adequada para a sua tomada.
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Amor mundi e Direito à Humanidade em Hannah Arendt
João Pedro Andrade de Campos
Orientador: Renato Moscateli
Hannah Arendt (1906-1975), em Origens do Totalitarismo, argumenta que a perspectiva
universalista de “Direitos Humanos”, desenvolvida sobretudo a partir da Revolução Francesa,
tornou-se ineficaz com o crescimento, na Segunda Guerra Mundial, do fenômeno dos apátridas. Tal
fenômeno refere-se ao contingente de pessoas que, no contexto da Segunda Guerra, perderam
direitos e outras garantias legais devido à dissolução dos vínculos de cidadania com seus
respectivos países. A ruptura deste laço político e de suas garantias significou, para os apátridas, a
impossibilidade de possuir um lugar no mundo – o que, em última medida, Arendt chamou de
expulsão da Humanidade. Nosso objetivo neste trabalho é apresentar a crítica de Arendt à noção
tradicional de Direitos Humanos, a partir da figura dos apátridas e, por conseguinte, expor o modo
pelo qual os governos totalitários se apropriaram desse fenômeno. Ademais, iremos analisar
também o modo pelo qual a autora tentou solucionar o problema, partindo, inicialmente, de uma
concepção de direitos que não fosse estabelecida apenas por vínculos nacionais, mas, que fosse
formulada pelo direito à organização em comunidades políticas e pelo cuidado com um mundo
comum construído pelos homens, o que nos remeterá ao seu conceito de amor mundi.
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Sobre o conceito de “alienação do mundo” em Hannah Arendt
José dos Santos Filho
Orientador: Adriano Correia
Nas palavras de abertura de A condição humana, texto de 1958, Hannah Arendt faz alusão a
dois desejos dos homens que, a primeira vista, parecem sonhos: O primeiro deles é o de escapar do
aprisionamento da Terra e o outro é o desejo de escapar dos limites da própria condição humana. O
esforço descomunal do homem moderno para a satisfação desses desejos e materialização desse
sonho, na opinião de Arendt, acabou por revelar uma insatisfação e, ao mesmo tempo, uma revolta
do homem contra a sua própria condição de ser mortal constrangido ao tempo da Terra. Essa
questão ganha seu pleno desenvolvimento na chamada sociedade moderna, que segundo Arendt, é
marcada especialmente pelo processo crescente de “alienação do mundo”. Queremos apenas
apontar algumas possibilidades de leitura, desse ponto, partindo da aposta interpretativa de que para
Arendt a alienação moderna do mundo, ao fim e ao cabo pode muito bem ser pensada a partir da
negação da própria condição política do homem, cuja expressão maior foi a experiência dos regimes
totalitários.
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Contextualização foucaultiana sobre A História da Loucura: a representação do corpo (do
indivíduo) na sociedade.
Laércio de Jesus Café
Orientadora: Georgia Amitrano
A presente reflexão objetiva realizar uma análise do processo de representação e
transformações do indivíduo corpóreo que foram acontecendo na noção de corpo, provenientes, em
especial, das mudanças no discurso na sociedade, ao mesmo tempo que reflete acerca dos
dispositivos de saber e poder, em especial os que envolvem os diferentes desdobramentos da
História da loucura de Michel Foucault, da noção do discurso do corpo a se formar em um
verdadeiro Estado cosmopolita. Estamos em progressivo Estado de civilização, porém não somos
totalmente moralizados, pois para uma realização de uma ação boa deverá ter uma intenção
moralmente boa. A todo o momento a civilização traça objetivos, tendo como meta principal
formular normas válidas de conduta e de avaliação do caráter. As normas são em determinados
momentos da nossa história, postas ao indivíduo perante a sua autonomia, de indivíduo visto como
um ser dependente, um corpo com o dever de aceitar. Dessa forma é de fundamental importância
discutir o disciplinar do indivíduo, a regulação e o discurso do controle. Sendo que tais conceitos
nessa discussão são vinculados ao uso do poder sobre o indivíduo e compõem os aspectos teórico-
metodológicos de uma análise que continua a ser atual
Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU
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Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU

  • 1. RESUMOS DO XI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU E DO II ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFU ISSN 2358-615X Junho de 2017 Volume 11 – número 11 IFILO - UFU
  • 2. ISSN 2358-615X Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU Volume 11 – número 11 Junho de 2017 IFILO – UFU Organizadores: Marcos César Seneda Anselmo Tadeu Ferreira Fernando Tadeu Mondi Galine Henrique Florentino Faria Custódio Revisores: Gabriel Galbiatti Nunes Jackeline de Melo Feitosa Leander Alfredo da Silva Barros
  • 3. XI ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU E II ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFU O Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é um evento regular de pesquisa, que visa a fortalecer a inserção regional e nacional da comunidade filosófica representada pelos grupos e núcleos de pesquisa agregados ao Instituto de Filosofia (IFILO). O propósito do evento é a intensificação da integração dos estudantes – da graduação e da pós-graduação – e dos docentes do ensino médio com a comunidade filosófica nacional. Ao mesmo tempo, o evento pretende atuar decisivamente como fonte de incentivo para que os estudantes apresentem seus primeiros trabalhos e adquiram, por esse meio, um pouco da prática da produção de pesquisa especializada. Acentua nossa satisfação, ao organizá-lo anualmente, o fato de o evento ter se ampliado e se tornado uma mostra significativa do diversificado e consistente trabalho de pesquisa dos estudantes. No evento realizado em 2016, nós tivemos a participação de noventa e nove comunicadores e o envolvimento, como ouvintes, de aproximadamente duzentas pessoas. Neste ano, nós teremos a décima primeira edição do evento, realização que confirma o compromisso dos estudantes e do corpo docente do Instituto de Filosofia da UFU com a pesquisa e disseminação do saber filosófico. Será realizado também, concomitantemente com o XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia, o II Encontro de Pós- Graduação em Filosofia da UFU, que recebeu contribuições significativas de pesquisadores de diversas universidades nessas suas duas primeiras edições. A conferência de abertura dos eventos deste ano será proferida pelo presidente da ANPOF (Biênio 2017-2018), Profº Drº Adriano Correia (UFG), com o tema “Desafios e perspectivas para a Filosofia no atual cenário político". O presente caderno, portanto, apresenta o resultado de duas significativas mostras da pesquisa acadêmica nacional, e pretende ser um incentivo para a sua produção e um veículo de sua divulgação.
  • 4. ISSN 2358-615X Comissão Técnico-Científica: Anselmo Tadeu Ferreira Dirceu Fernando Ferreira Fillipa Carneiro Silveira Juliana Oliveira Missaggia Lucas Nogueira Borges Luiz Carlos Santos da Silva Marcio Tadeu Girotti Marcos César Seneda Maria Socorro Ramos Militão Paulo Irineu Barreto Fernandes Periodicidade: Anual INSTITUTO DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (IFILO – UFU) Campus Santa Mônica - Bloco 1U - Sala 125 Av. João Naves de Ávila, 2.121 - Bairro Santa Mônica Uberlândia - MG - CEP 38408-100 Telefone: (55) 34 3239-4185 http://www.ifilo.ufu.br/
  • 5. Sumário Graduação Amanda Lúcia Bráulio Nunes....................................................................................................................9 André Vinicius Silva Martins...................................................................................................................10 Antonio Martins de Oliveira.....................................................................................................................11 Bruna Fernandes Barbosa.........................................................................................................................12 Bruno Humberto Lemes de Resende.......................................................................................................13 Bruno Pereira Rodrigues...........................................................................................................................14 Caio Henrique Duarte Gonzaga...............................................................................................................15 Carolina Miziara Passaglia e Silva.......................................................................................................... 16 Dami da Silva............................................................................................................................................ 17 Elinalva Pinto de Carvalho.......................................................................................................................18 Evelyn Kellen Domingos Costa...............................................................................................................19 Franciele Laura Silva................................................................................................................................20 Gabriel Galbiatti Nunes............................................................................................................................21 Gabriel Gonçalves Schoenmaker.............................................................................................................22 Guilherme Vasconcelos Fontoura............................................................................................................ 23 Gustavo Henrique de Freitas Coelho.......................................................................................................24 Gustavo Maciel Cardoso...........................................................................................................................25 Ítalo Pereira do Prado................................................................................................................................26 Jackeline de Melo Feitosa.........................................................................................................................27 Laís de Oliveira Franco.............................................................................................................................28 Lorena Carvalho Ribeiro.......................................................................................................................... 29 Manoel Palhares Neto...............................................................................................................................30 Marina Barbosa Sá....................................................................................................................................31 Matheus Antonio Ceará............................................................................................................................ 32 Michel Pinheiro de Siqueira Maywald....................................................................................................33 Nelson Perez de Oliveira Junior...............................................................................................................34 Pedro Henrique Ribeiro Cunha................................................................................................................35 Rafaela Fernanda Palhares........................................................................................................................36
  • 6. Raphael Souza Borges Junior...................................................................................................................37 Rodrigo do Prado Zago.............................................................................................................................38 Tayná Santiago.......................................................................................................................................... 39 Vinicius Pinto de Carvalho.......................................................................................................................40 Vítor Rodovalho Amaral...........................................................................................................................41 Pós-Graduação Adhemar Santos de Oliveira.....................................................................................................................43 André Christian Dalpicolo........................................................................................................................44 André Prock Ferreira.................................................................................................................................45 Andressa Alves Souto...............................................................................................................................46 Aroldo Mira Pereira.................................................................................................................................. 47 Bianca Pereira da Silva.............................................................................................................................48 Campo Elías Flórez Pabón....................................................................................................................... 49 Carlos Eduardo Ruas Dias........................................................................................................................50 Daniel Féo Castro de Araújo.................................................................................................................... 51 Danilo Borges Medeiros...........................................................................................................................52 Diego de Souza Avendaño........................................................................................................................53 Fábio Borges do Rosario.......................................................................................................................... 54 Felipe Ribeiro............................................................................................................................................55 Fernanda Azevedo Silva........................................................................................................................... 56 Flávia Santos da Silva...............................................................................................................................57 Gabriel Reis Pires Ribeiro........................................................................................................................58 Guilherme de Morais Damaceno............................................................................................................. 59 Gustavo Rodrigues Rosato....................................................................................................................... 60 Henia Laura de Freitas Duarte................................................................................................................. 61 Igor Souza Saraiva.................................................................................................................................... 62 James Jesuino de Souza............................................................................................................................63 João Pedro Andrade de Campos...............................................................................................................64 José dos Santos Filho................................................................................................................................65 Laércio de Jesus Café................................................................................................................................66
  • 7. Leander Alfredo da Silva Barros..............................................................................................................67 Leandro Nazareth Souto........................................................................................................................... 68 Lorena Silva Oliveira................................................................................................................................69 Marcos Roberto Santos.............................................................................................................................70 Maria de Lourdes Silva Seneda................................................................................................................71 Marvin Sebastian Estrada Lopez..............................................................................................................72 Natália Amorim do Carmo....................................................................................................................... 73 Otávio Souza e Rocha Dias Maciel......................................................................................................... 74 Paula Bettani Mendes de Jesus................................................................................................................ 75 Paulo Henrique Silva Costa......................................................................................................................76 Rafael Gonçalves Queiroz........................................................................................................................77 Ravena Olinda Teixeira.............................................................................................................................78 Rebert Borges Santos................................................................................................................................79 Sara Gonçalves Rabelo.............................................................................................................................80 Sarah Maria Barreto..................................................................................................................................81 Sarah Sumiê Rocha Mandai..................................................................................................................... 82 Uriel Massalves de Souza do Nascimento.............................................................................................. 83 Wagner Lafaiete de Oliveira Júnior.........................................................................................................84 Wagner Vinicius de Oliveira.....................................................................................................................85 William Costa............................................................................................................................................86
  • 8. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 8 Graduação
  • 9. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 9 Rousseau e O Contrato Social Amanda Lúcia Bráulio Nunes Seguindo uma linha de trabalho no âmbito da filosofia política, o objetivo da presente comunicação é abordar a questão do contrato social em Jean-Jacques Rousseau em sua obra intitulada Do Contrato Social de 1762. Para isso, será necessário, primeiramente, analisar os seus conceitos fundamentais, a partir dos quais é possível apreender como é desenvolvida tal questão, desde o que Rousseau define por estado de natureza até o que ele chama de sociedade legítima. Em seguida, ao compreender a natureza da sociedade de Rousseau, será possível trazer à luz a sua crítica à teoria de Thomas Hobbes sobre a instituição política legítima. Além disso, é necessário para o presente estudo abordar de forma clara a ligação que existe entre Rousseau e o liberalismo, e desenvolver, ainda, o conceito de desigualdade social, muito trabalhado pelo autor e, talvez, o mais importante para o entendimento do contrato social. Por meio disto, será possível compreender, por fim, sua concepção entre o liberalismo e as bases da democracia moderna.
  • 10. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 10 Morte voluntária pela via da negação da vontade na filosofia schopenhaueriana: o autossacrifício e o suicídio por inanição André Vinicius Silva Martins Orientador: Lúcio Vaz de Oliveira Esta comunicação se propõe a apresentar e analisar criticamente o pensamento de Arthur Schopenhauer no que tange a dois tipos de mortes voluntárias decorrentes, aparentemente, de uma negação da vontade individual, a saber, o autossacrifício e o suicídio por inanição. Sabemos que a filosofia schopenhaueriana é baseada, sobretudo, na sua interpretação do mundo enquanto representação e Vontade, extraindo a partir desses dois horizontes conceituais, variadas considerações sobre as mais diversas especialidades da filosofia. Nesse contexto, a questão do suicídio para Schopenhauer, em um primeiro momento, estaria diretamente vinculada a uma afirmação da vontade individual. No entanto, encontramos dentro do seu edifício metafísico, algumas vias de negação da vontade que podem também incorrer em mortes voluntárias. Tais vias seriam, primeiramente, através da ação moral, baseada em sua ideia de compaixão, que em seu grau máximo poderia culminar no autossacrifício; e, em um grau de negação da vontade ainda mais acentuado – o da ascese – encontramos o caso específico do suicídio por inanição, que recebe um tratamento especial por Schopenhauer. Por fim, pretendemos aqui delimitar e indicar alguns limites na interpretação schopenhaueriana desses dois tipos de mortes voluntárias.
  • 11. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 11 Representação e interpretação em Catatau de Paulo Leminski Antonio Martins de Oliveira Orientador: Celso Braida O objetivo dessa investigação é pontuar no romance ideia de Paulo Lemiski . O construto de uma interpretação que deve ser escavada arqueologicamente pelo leitor, nas metáforas camufladas e explícitas no discurso em forma de um “nonsense’’. Catatau é uma agenda onde as memorias do autor na narrativa nababesca e irônica, que, requisita por parte do leitor um vivido fenomenologicamente, onde há um deboche em forma de delírio, mas que atualizado como queria o autor pelo seu leitor, pode se transformar numa filosofia barroca brasileira. Evidente que vamos expor isso sobre as óticas das metáforas vivas de Paul Ricouer (2008). Essa investigação no estudo do Catatau, de Paulo Leminski, pretende discutir, a partir da personagem central da narrativa - Renatus Cartesius - a questão da razão cartesiana e sua inserção irônica nos trópicos. À primeira vista percebe-se o texto como desconstrução de sentido, desrazão; vê-se, posteriormente, que a sua tessitura é elaborada através de paródias diversas, de modo a fornecer diferentes visões de mundo e a possibilitar múltiplos paradigmas de leitura. No Catatau as palavras sempre significam o que delas se espera, pois elas não são apenas palavras que significam, mas são significantes: têm feições sonoras, visuais e táteis que são mostradas através de metáforas. Onde o ler é um fazer ,onde a palavra intui uma ação no dizer que é preciso mostras as coisas ao dizê-las.
  • 12. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 12 O problema das quatro linhas de pappus e a geometria analítica de Descartes Bruna Fernandes Barbosa Orientadora: Raquel Anna Sapunaru Segundo alguns matemáticos gregos da antiguidade, a geometria nasceu no Egito, pois os egípcios não podiam reconhecer os limites de seus legados quando havia as cheias do Nilo. Por isso, inventaram a arte de medir e dividir suas terras objetivando caracteriza-las e separa-las. Assim, quando os homens começaram a possuir terras e viver sob leis, eles não puderam mais ficar sem medir. Aqui a geometria teve sua origem. Passados vários séculos, surgiu René Descartes e seu “método analítico”, que ensinou a dividir um problema até que suas dificuldades se tornassem facilidades. Combinando esse método com o “problema das quatro linhas de Pappus”, Descartes inventou a “geometria analítica”. Descartes teve a brilhante ideia de fixar uma reta tal que toda solução do “problema das quatro linhas de Pappus” estivesse a ela ligada, como se ela fosse uma espécie de referencial. Eis aí o que chama-se hoje de “eixo x” do “plano cartesiano”. O presente trabalho retoma de forma breve a trajetória de Descartes rumo à “geometria analítica”, utilizando o “problema das quatro linhas de Pappus”, bem como a filosofia recôndita em seu pensamento matemático que suportou sua invenção.
  • 13. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 13 O totalitarismo em Hannah Arendt: breves considerações Bruno Humberto Lemes de Resende O presente trabalho tem por objetivo principal analisar a obra Origens do Totalitarismo de Hannah Arendt e compreender seu pensamento em relação aos regimes totalitários e seus fundamentos. Far-se-á, primeiramente, uma abordagem acerca dos pontos fundamentais da obra, os conceitos de massa, de organização totalitária, funções e características da polícia secreta, bem como dos aspectos inerentes aos movimentos totalitários e ao poder totalitário expostos pela autora. Análise dos conceitos de terror e propaganda, bem como a implicação de ambos no movimento que precede a tomada do poder. Em seguida, abordará os aspectos da organização totalitária e sua importância para o movimento, bem como uma síntese sobre as organizações de vanguarda e seu funcionamento. Tratará ainda, da constante duplicação dos órgãos e instituições estatais, bem como da confissão pública dos assassinatos em âmbito coletivo, e sua função de gerar uma cumplicidade entre os membros do partido. Além disso, a questão da infalibilidade do Líder do movimento também será tratada, bem como os inimigos objetivos criados pelo movimento. Por fim, elucidará quais são os fins últimos do sistema totalitário, o papel dos campos de concentração nestes fins, e como se é realizada a transformação de um homem em um "verdadeiro animal humano".
  • 14. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 14 A dupla faceta da técnica e tecnologia em Herbert Marcuse Bruno Pereira Rodrigues Orientador: Rafael Cordeiro Silva A presente comunicação tem como objetivo explicitar duas teses distintas da filosofia de Herbert Marcuse, uma conceitual e a outra crítica, com relação a técnica e a tecnologia dentro do contexto de capitalismo industrial avançado, ressaltando o contraste e antinomia entre ambas abordagens. A tese conceitual diz respeito à emancipação humana, possibilitada pela técnica e as forças materiais que deveriam produzir as condições necessárias para a abolição da mais-repressão, no intuito de que fosse alcançada a sociedade livre, qualitativamente diferente das sociedades passadas e da atual, em que o trabalho estaria necessariamente desvinculado do reino da necessidade. A tese crítica diz respeito à tecnologia como forma de contenção das forças de mudança social, dominação da natureza e consequentemente do homem. Aqui a tecnologia é coordenada e utilizada pelas forças dominantes de modo teocrático, para a manutenção do poder instituído (status-quo) e para maior exploração do trabalho alienado, e ainda a integração de elementos revolucionários ao imperativo tecnológico através do Estado de bem-estar social (Welfare State) possível apenas por meio do Estado de Guerra (Warfare State).
  • 15. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 15 A metafisica da arte no Nascimento da Tragédia Caio Henrique Duarte Gonzaga Orientador: Olimpio Jose Pimenta Neto O presente resumo tem o intuito de apresentar as principais teses referentes à metafísica do artista na visão do jovem Nietzsche. Para tal, abordaremos os conceitos que tornam possível a reflexão acerca da gênese, desenvolvimento e morte da tragédia grega. Essa explicitação parte dos impulsos artísticos da natureza como formas primárias de qualquer espécie de arte, são elas o deslumbramento com o mundo onírico das belas formas, que não depende da condição cultural do individuo para ser perfeita, a celebração da bela aparência personificada por Apolo e em outra instancia o êxtase ante a realidade da existência, que não valoriza o individuo como único mas anseia dissolve-lo em um sentimento de unidade personificado por Dionísio. Em um segundo momento, analisaremos as consequências de tal visão sobre o mundo. Como a relação do heleno com a arte o tornava melhor preparado para lidar com o desenrolar do destino, sem de forma alguma negar que exista e seja parte fundamental de sua experiência o terrível. Por último, trataremos de como o advento da filosofia Socrática e a valorização da inteligibilidade e da razão acabaram por trazer o fim da arte trágica.
  • 16. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 16 A teoria das paixões de David Hume Carolina Miziara Passaglia e Silva Orientador: Marcos César Seneda Hume dedica o Livro II do Tratado da Natureza Humana para apresentar sua teoria das paixões. Nele, o filósofo discute a dinâmica das paixões, bem como seu papel motivacional em relação às ações. Entretanto é no Livro III do Tratado, intitulado Da moral que, ao tratar da origem da sociedade e de seus artifícios, o filósofo destaca o efeito das paixões sobre as ações humanas. De acordo com o autor, os artifícios advêm da capacidade do homem de controlar suas paixões e, assim, adequar seus interesses particulares aos interesses públicos. Deste modo, tais artifícios asseguram a manutenção e a estabilidade da sociedade. Esta comunicação tem por objetivo determinar a influência das paixões nas ações humanas segundo o filósofo David Hume. Para tanto, trataremos, em primeiro lugar, do modo como Hume caracteriza as paixões e de que modo elas impulsionam as ações humanas. Em segundo lugar, analisaremos a origem da sociedade, que, para além das paixões, foi constituída a partir dos conceitos de hábito e crença. Para finalizar, apresentaremos os artifícios da propriedade privada, da justiça e do governo como formas de controlar as paixões exacerbadas dos homens e garantir a manutenção da sociedade.
  • 17. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 17 Deleuze além do estruturalismo e do platonismo: filosofia do simulacro Dami da Silva Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir alguns pontos do artigo de Deleuze - Em que se pode reconhecer o estruturalismo – que se relacionariam de certa forma com a sua proposta de reversão do platonismo. No artigo em questão, pode-se dizer que Deleuze problematiza e rompe com a concepção de estrutura e aponta mudanças que vão reverberar no seu projeto filosófico. Nessa ruptura Deleuze diz que o simbólico é subsolo para os solos do real e para os céus da imaginação. No livro A lógica do sentido, Deleuze remete o “subsolo” a uma referência ao simulacro, que, na filosofia de Platão, estaria abaixo do “solo ou superfície” das cópias imperfeitas, que, por sua vez, estaria abaixo dos “céus” das Ideias perfeitas. Nesse sentido, Deleuze estaria propondo uma “filosofia do simulacro” oposta às estruturas e ao simbólico, assim como às Ideias platônicas, na qual, os céus já não seriam a referência ou o modelo; assim como o simbólico não mais distinguiria o real e o imaginário, e, em decorrência disso, a superfície e a profundidade entrariam em articulações variadas sem critério de separação.
  • 18. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 18 A constituição da subjetividade à ética em Foucault Elinalva Pinto de Carvalho O cerne do trabalho consiste em apresentar uma análise referente à questão da constituição da subjetividade apresentada por Michel Foucault no qual buscamos explicitar como o esquecer-se de si tornou-se uma abertura ao exercício das tecnologias biopolíticas as quais intervém e constituem a subjetividade dos sujeitos. Atentamo-nos a este problema encontrado nos escritos de Foucault, pois exigi-nos abrir caminho a exegese fundamentada na compreensão teórica-conceitual posta por sua investigação quanto as estratégias políticas que se instalaram no ocidente quando o biopoder passou a elaborar medidas de controle e regulamentação da vida. Nesse campo de ações biopolíticas entra em jogo os movimentos calculados que fazem o corpo alvo do poder, articulações que os tornam permeáveis às intervenções da política moderna. A partir dessa problemática apontamos uma realidade biopolítica como acontecimento que rompe e dobra o espaço do corpo do sujeito. Essa leitura demonstra a modulação ao qual o sujeito se encontra submetido, ou seja, consiste numa subjetividade moldada pelos processos de subjetivação que implica num conceito nuclear ao último Foucault. Por este viés não entendemos a subjetividade como uma abstração que identifica o sujeito como consciência, ou identidade, mas a modos de agir, imperativo, este, que suscita transformação no sujeito.
  • 19. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 19 Liberdade e determinismo: a verdade da tese determinista influencia necessariamente tomadas de decisão? Evelyn Kellen Domingos Costa Orientador: Robinson Guitarrari Definir o que é o determinismo de forma clara e estrita não é tarefa fácil. Há divergências sobre o que seria afirmar que o mundo é determinista. No entanto, um ponto importante sobre o determinismo é qual a implicação de afirmá-lo tendo em vista que, em geral, acreditamos fazer escolhas a todo tempo. Em outras palavras, discute-se se as nossas escolhas, i.e., a nossa liberdade, são compatíveis com a aceitação da tese determinista ou se, mais que isso, essa tese influencia necessariamente naquilo que estamos chamando decisão, escolha, liberdade. Este trabalho se propõe a analisar o texto Freedom and resentment, de P. Strawson onde ele enuncia a sua tese de que o determinismo, sendo verdadeiro ou falso, não é capaz de esvaziar as nossas práticas e condutas morais e que quando essas práticas são esvaziadas isso não se dá por crermos na tesa metafísica determinista. Desse modo, analisaremos essa hipótese afim de trazer para discussão a possibilidade de conciliação entre determinismo e liberdade e, além disso, de tentar configurar independência das nossas atitudes e salvaguardar nossa liberdade moral.
  • 20. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 20 A porção mulher como devir; inscrições de Ana C. Franciele Laura Silva Orientadora: Cíntia Vieira da Silva Corpos de escrita, corpos que por muito tempo não foram descritos por si mesmos, corpos que foram inscritos, inscrições que foram naturalizadas, homogeneizadas. O poder de um corpo de escrita está justamente em criar para si um outro corpo, um corpo sem órgãos como diriam os autores franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, com eles percebemos que escrever como mulher, é antes de tudo devir-mulher, é escrever à margem, perto dos limites do sistema, perto de sua transgressão. Para tanto, vamos nos aproximar de um outro corpo, de uma outra escrita, o corpo de uma mulher que também refletiu sobre a escrita das mulheres. Ana Cristina César, "singular e anônima", agente distinta(o) no coletivo de enunciação: ninguém. Tal autora usa uma expressão que surge em uma de suas cartas à Sylvia; "porção mulher", refere-se ao trecho da música de Gilberto Gil "Super Homem a canção". Intuímos que, o que Ana C. nomeia como porção mulher se aproxima do conceito de devir-mulher elaborado Deleuze e Guattari, portanto esse ensaio se ocupa com as aproximações e distanciamentos entre a expressão poética e o conceito filosófico.
  • 21. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 21 A crítica marxiana da teoria do Estado de Hegel Gabriel Galbiatti Nunes Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido No parágrafo 257 da terceira seção de Princípios da Filosofia do Direito, Hegel define o conceito de Estado abarcado pela sua teoria do Estado. Segundo o filósofo, "O Estado é a realidade em ato da Ideia moral objetiva, o espírito como vontade substancial revelada, clara para si mesma, que se conhece e se pensa, e realiza o que sabe e porque sabe.". De outro lado, Marx, em Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, formula uma crítica à teoria do Estado de Hegel. Segundo Marx, as formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas, nem pela evolução geral do espírito humano, mas sim assentam naquilo que Hegel denomina de Sociedade Civil, isto é, se encontram nas condições materiais de vida. Nesta comunicação, pretendemos dissertar acerca da crítica marxiana à teoria do Estado hegeliano, colocando em evidencia a quebra de Marx com o hegelianismo e o desenvolvimento de uma nova metodologia.
  • 22. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 22 Educação musical em Platão: relações entre a República, Timeu e Mênon Gabriel Gonçalves Schoenmaker Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho O trabalho desenvolvido procura demonstrar como a música efetua sua função na educação do ser humano nos diálogos de Platão. Para isso, serão analisadas passagens dos diálogos Timeu, República X e Mênon, estabelecendo uma relação entre a epistemologia, cosmologia, e ética expostas na obra do autor, para que melhor seja compreendido como o plano de educação musical proposto na República III e IV teria uma aplicabilidade e estaria de acordo com as outras questões apresentadas por Platão. Também será feita uma análise etimológica do termo "harmonia", que parece ser um tema fundamental para a interpretação dos textos do autor, uma vez que desempenha um papel basilar na construção da argumentação acerca da relação entre a epistemologia e cosmologia nos diálogos, pois, no cosmos é a harmonia que ordena a relação entre os astros, enquanto na cidade, é em harmonia que cada parte deve interagir com a outra para que ela funcione, e do mesmo modo, um homem só é virtuoso enquanto sua alma é harmônica, tanto em suas relações internas quanto em suas relações externas.
  • 23. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 23 A importância da ciência na filosofia de Horkheimer Guilherme Vasconcelos Fontoura Pretende-se, nessa comunicação, expor a crítica de Horkheimer acerca da noção de ciência desenvolvida pelo Círculo de Viena, que ficou conhecido como Positivismo Lógico. Essa escola atribui unicamente à ciência a capacidade de se relacionar verdadeiramente com o conhecimento. Para Horkheimer, no entanto, tal pretensão traz uma série de problemas capaz de alçar a sociedade numa regressão à barbárie. Isso porque (i) esse tipo de conhecimento está fortemente ligado à razão instrumental; (ii) o argumento utilizado pelos positivistas recai num raciocínio circular, que seria um problema lógico e (iii) tal conhecimento não teria a capacidade de dialogar com a ética, visando unicamente a auto-conservação. Pretende-se considerar que a ciência pode ser uma importante ferramenta para a análise social, mas esta não pode ser apreendida em sua totalidade apenas pelo método científico. Ao fim, a intenção de afirmar a importância da ciência para a análise social empreendida por Horkheimer a partir do desenvolvimento de pesquisas empíricas, tendo como referência a interdisciplinaridade, ou seja, a união entre filosofia e as diversas ciências especializadas. Dessa forma, poderemos defender que a filosofia de Horkheimer, embora crítica da ciência (na acepção positivista do termo), utiliza do conhecimento científico para balizar sua análise com mais contundência.
  • 24. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 24 O papel dos sentimentos na ética e a questão do direito animal Gustavo Henrique de Freitas Coelho É quase uma unanimidade entre os filósofos, a ideia de que não há espaço para os sentimentos na elaboração das regras e deveres morais. Provavelmente, o defensor mais notório desse modo de pensar a ética foi Kant, que defendia uma ética independente dos sentimentos, desejos e consequências, como um dever categórico inviolável. Contudo, são os sentimentos, e não a razão, que nos distinguem de robôs e máquinas, pois não operamos apenas de modo a contabilizar argumentos. Neste ensaio sustento a posição de que é impossível propor uma ética, que possa ser aplicada, desvinculada dos sentimentos. Embora exista distinção entre o dever moral e a ação realizada com base apenas em sentimentos, acreditar que é possível fazer uma nítida separação entre as duas é não conceber a unificação do ser humano ao seu modo de agir, que parte da união, de seus sentimentos com a reflexão racional, para tomar uma postura diante de determinada situação. De fato, ao compreender o valor dos sentimentos em nossas escolhas nos tornamos aptos a resolver um dos maiores problemas éticos de nossa época: a questão do direito animal.
  • 25. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 25 O papel da tridimensionalidade do espaço no argumento das contrapartidas incongruentes e a não redutibilidade da intuição pura Gustavo Maciel Cardoso Orientador: Marcos César Seneda Este trabalho tem por finalidade analisar o caminho argumentativo traçado por Kant para defender a não-redutibilidade da noção espacial a explanações conceituais. Para tanto, retornaremos até 1768, no ensaio intitulado Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço, no qual o filósofo introduz o argumento das “contrapartidas incongruentes” com o intuito de refutar a posição relativista adotada por Leibniz para explicar a genêse daquilo que entendemos por espaço. Assim, analisaremos a maneira como tal argumento reaparece na Dissertação de 1770. Para a compreendermos a configuração de tal argumento, primeiramente, será necessário explorar como Kant se vale da tridimensionalidade e da disposição espacial, com o objetivo de defender que existem objetos que são conceitualmente idênticos, todavia apresentam uma configuração espacial diversa, a qual não pode ser alcançada através de conceitos, apenas se revelando para nós humanos, através da intuição sensível. Assim, poderemos entender como tal argumento, apesar de não aparecer explicitamente na Crítica da Razão Pura, ampara a “terceira exposição metafisica do conceito de espaço” e é um dos argumentos centrais para sustentar a certeza universal e não- analítica dos juízos geométricos.
  • 26. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 26 O conceito de espaço e tempo em David Hume Ítalo Pereira do Prado Orientador: Marcos César Seneda Partindo dos estudos e pesquisas em filosofia moderna, esta comunicação tem o objetivo de apresentar a concepção com a qual Hume, a partir de sua filosofia experimentalista, define como a extensão e a duração adentram nossos sentidos e se formam em nossa mente. O foco dessa apresentação será a posição defendida por Hume no Tratado Da Natureza Humana, particularmente na segunda parte do livro primeiro dessa obra. O argumento principal desse texto se fundamentará na seguinte hipótese de trabalho de Hume em relação ao espaço e tempo: que nossas ideias acerca de ambos são compostas de pontos, e esses pontos, como elementos últimos da percepção, são indivisíveis. Essa comunicação tem também a pretensão de elucidar a fundamental importância dos sentidos em tal apreensão, na medida em que jamais teríamos acesso a essas percepções caso não pudéssemos captá-las por meio de dois sentidos, a saber, o tacto e a visão.
  • 27. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 27 A impossibilidade da infinita divisibilidade do contínuo na teoria do espaço de David Hume Jackeline de Melo Feitosa Orientador: Marcos César Seneda Na Parte II do Livro I do Tratado da Natureza Humana, David Hume introduz a discussão sobre as ideias de espaço e tempo. A teoria se desenvolve a partir da afirmação de que “[...] a mente tem uma capacidade limitada e nunca consegue formar uma concepção completa e adequada do infinito” (T. I, 2, 1, 2). Ao admitir que a mente possui uma capacidade limitada e que, por isso, não é capaz de chegar a uma ideia de infinito, Hume se distancia de todos aqueles pensadores que defendem o acesso da mente a um espaço infinito a partir da infinita divisibilidade do contínuo. Esta comunicação pretende apresentar os argumentos por meio dos quais Hume afirma a impossibilidade da infinita divisibilidade de uma linha, e, além disso, compreender quais são as conexões entre as objeções feitas à teoria da infinita divisibilidade do contínuo matemático e as objeções às teorias que defendem a existência do vácuo.
  • 28. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 28 O surgimento do espírito livre: uma análise do Prefácio da obra Humano, Demasiado Humano Laís de Oliveira Franco Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido O objetivo desta comunicação é explicitar o processo de formação de um espírito livre, como descrito por Nietzsche no Prefácio da obra Humano, Demasiado Humano. Através da análise dos oito pontos do Prefácio, pretende-se entender o que é o espírito livre, quais suas características e suas ações; em que este espírito difere dos demais, qual o sentido e o contexto de sua liberdade. Considerando que o filósofo dirige, como dito no Prefácio, o livro justamente a estes espíritos livres, procura-se compreender o raciocínio central da obra e identificar a influência da dedicatória no conteúdo e na forma de exposição que está disposta. Finalmente, busca-se esclarecer o objetivo da obra como um todo, tendo em vista que tal conteúdo possui uma função para com o leitor e o incita a se questionar a respeito da sua posição na busca de caminhos, o que é também a oportunidade para pressentir outras possibilidades existenciais. De fato, preocupar-se-á com a integridade do rigor analítico e da observância atenta deste escrito, de modo que, em respeito a Nietzsche, seu livro não seja negligenciado por exigir demais de seu leitor.
  • 29. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 29 O conceito de Mulher no Segundo Sexo Lorena Carvalho Ribeiro Orientadora: Fillipa Silveira O conceito de mulher em Simone de Beauvoir surge no prefácio do livro O Segundo Sexo. Ela afirma que o tema pode parecer desgastado pelas discussões sobre esse conceito, mas ainda se faz necessário falar sobre e questiona se existe realmente um problema, no que ele consistiria e se na verdade haveria mulher. Seus capítulos são divididos para aniquilar todos os possíveis argumentos que tentam impor uma condição de submissão das mulheres. Esses argumentos envolvem a biologia, a psicanálise, o materialismo histórico ou mesmo alguns mitos também impostos pelos homens. Beauvoir também diz que pelo fato da humanidade ser determinada pelo masculino, o homem define a mulher relativamente a ele, e não em si, sendo considerada um ser dependente. Assim a mulher se diferencia e se determina em relação ao homem e não em relação a ela mesma; o inessencial perante o essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro. Diante disso, o presente trabalho possui por objetivo principal a análise do conceito de mulher a partir de uma reflexão filosófica que transcorre dentro do campo político e filosófico, de modo a se poder entender as relações ‘Eu e o Outro’ e de alteridade nessa filosofia.
  • 30. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 30 Concepções de Freud e o pensamento de Herbert Marcuse Manoel Palhares Neto Nessa comunicação pretendemos apresentar algumas das concepções dos pensamentos de Sigmund Freud e Herbert Marcuse. O trabalho será baseado no livro “Eros e Civilização” uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud, em que Marcuse utilizará os conceitos de Sigmund Freud, destacando uma nova interpretação do Eros que é proposto por Freud. O filósofo alemão Herbert Marcuse, em seu livro Eros e Civilização, irá trabalhar com algumas das categorias básicas da psicanálise como a repressão, o princípio do prazer e o princípio de realidade, sobre o problema da sexualidade e as teorias das pulsões. O Eros, (pulsão para a vida) e a pulsão da morte (Thanatos), o filósofo Herbert Marcuse irá destacar os problemas dos instintos humanos na civilização o que para Herbert Marcuse, já não são mais necessários que as pulsões desenvolvam a civilização através do Eros e Thanatos, uma vez que os instintos de vida e os instintos de morte, são pulsões que expressam uma repressão. Portanto, Marcuse observa a possibilidade de um desenvolvimento não repressivo, e as pulsões são como um fato repressivo nos conceitos de Freud, Marcuse propõe uma sociedade não repressiva, entre o desenvolvimento do indivíduo e o social.
  • 31. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 31 A filosofia do corpo de Deleuze, e seus encontros com Espinosa e Nietzsche Marina Barbosa Sá Orientador: Humberto Guido O presente trabalho tem como objetivo explorar a temática do corpo na filosofia deleuziana. Para atingir esse fim, temos o intuito de investigar certos conceitos presentes na filosofia de Espinosa e de Nietzsche que são de grande importância para uma a filosofia do corpo em Deleuze. Faremos uma investigação acerca do corpo e dos afectos na filosofia espinosana, na qual iremos nos basear na leitura da obra Ética (1675). Nos focaremos nos pensamentos deleuzeanos, juntamente com Espinosa, acerca da ideia de potência, assim como na filosofia Nietzscheana das forças. Prentendemos também explorar a ideia da "ética dos encontros" sugerida por Deleuze, em seus diálogos com Espinosa e Nietzsche. Além de focar nos conceitos importantes para se pensar o corpo em Deleuze, e nos pontos de encontro entre as filosofias dos três autores; temos o intuito de nos concentrar na investigação do conceito prático denominado "Corpo sem órgãos", proposto por Deleuze e Guattari, e de compreender em que medida a criação de um CsO apontaria para uma valorização ética do intensivo. Afirmamos que a filosofia de Deleuze é de grande importância para se pensar o corpo na contemporaneidade.
  • 32. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 32 A radicalidade da estética na epistemologia kantiana Matheus Antonio Ceará Este trabalho tem como objetivo analisar e esboçar algumas exposições a respeito do fundamento do espaço na filosofia de Kant, ao passo que a partir de suas considerações podemos estabelecer uma radicalidade da estética e sua importância na formulação da ideia de espaço na filosofia kantiana. Em sua exposição metafísica do espaço, Kant nos diz que: “O espaço não é um conceito empírico, extraído de experiências externas.” Com isso, podemos entender que o espaço ocorre então como uma intuição pura e elementar (a priori), que não se extraí da experiência dos fenômenos externos a mim, mas sim se constituí como base para que esses fenômenos sejam entendidos mediante uma representação espacial. Assim, o espaço ocorre como ilação fundamental de toda intuição que se obtém através dos fenômenos, em última instância, ele mesmo não pode ser absorvido intuitivamente a não ser como intuição sensível. Desse modo, a radicalidade do “conceito” de espaço se encontra na contundência com que Kant trata a infinitude da grandeza espacial em relação à grandeza do tempo, que por sua vez também é uma intuição pura a priori. Ao passo que o tempo é uma grandeza infinita potencial, o espaço passa a ser uma grandeza infinita dada.
  • 33. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 33 A hibridização e a constituição do moderno em Bruno Latour Michel Pinheiro de Siqueira Maywald O objetivo principal dessa comunicação é analisar o que Bruno Latour chama de misto mal formado entre natureza e cultura, como esses mistos são possíveis e como nos relacionamos com esses mistos na sociedade moderna, tendo em vista seus processos de hibridização (ou rede) e purificação (ou crítica). Apesar de o livro usado ter o objetivo de estabelecer uma antropologia simétrica capaz de lidar com esses mistos, manterei como limite da análise do livro, as hipóteses do autor sobre a constituição (ou não) da modernidade. Assim, a comunicação explicitará a forma como o processo de purificação vela os mistos mal formados, isto é, a relação entre os processos de hibridização e purificação e a forma como essa relação é responsável pelo o que Latour chama de crise da modernidade. O principal livro usado para esse propósito será o Jamais fomos modernos de Bruno Latour e eventualmente livros outros que possam ser úteis para o objetivo da comunicação.
  • 34. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 34 Discurso como Pharmacon: encantamento, narcótico ou veneno? Nelson Perez de Oliveira Junior Orientador: Dennys Garcia Xavier O presente trabalho tem o objetivo de apresentar os discursos em Platão como algo a ser consumido ou como encantamento, ou narcótico ou pharmacon. Nos diálogos de Platão as referências e as circunstâncias dramáticas seja por referência explicita, metafórica ou conotativa das cenas, apresentam os discursos como indutores de prazer, entretenimento ou entorpecedor dos sentidos da alma. Em cenas de Timeu, O Banquete e Mênon há menções explicitas. O termo pharmacon encerra em si os significados de remédio, veneno ou cosmético. Nos diálogos citados e em outros a questão do uso da linguagem para mascarar, enganar, exortar e animar, ou entorpecer os sentidos da alma. Quaisquer que sejam as acepções do termo se impõe que haja uma atitude de desconfiança para com os discursos e a linguagem, o que oferece uma oportunidade de exercício de uma resistência que a alma do homem precisa experimentar, e assim, se preparar para morrer e libertar a alma dos enganos dos sentidos. Os discursos são consumidos pela alma assim como os alimentos são consumidos pelo corpo. Exercitar a resistência física e da mente prepara a alma para se libertar dos enganos do mundo.
  • 35. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 35 O retrato da experiência na modernidade: uma leitura de Walter Benjamin Pedro Henrique Ribeiro Cunha Orientadora: Carla Milani Damião Esta pesquisa foi despertada por um conjunto de anotações póstumas de Walter Benjamin selecionado e tornado capítulo por uma recente edição norteamericana de seus Escritos Escolhidos (Gesammelte Schriften). Nele, duas afirmações são feitas – a de que experiências de vida não podem ser construídas, e a de que experiências de vida são semelhanças vivenciadas. A pesquisa procurou explicações para essas duas afirmações nos escritos publicados em vida de Benjamin, pois elas, no contexto em que se encontram, estão compactadas: da elaboração que o termo semelhança recebeu em 1933; da outra elaboração do termo realizada em 1940, esta mais relacionada à leitura de Benjamin sobre Proust e sobre Baudelaire; da crítica que Benjamin realizou a partir de um neokantiano à própria ideia de experiência devedora de Kant; passando pela distinção central entre a Ehrfahrung e a Erlebnis, indo até o seu diagnóstico de empobrecimento da experiência na modernidade, a pesquisa buscou significações dessas duas afirmações, segundo o pensamento deste autor – a de que experiências de vida não podem ser construídas, e a de que experiências de vida são semelhanças vivenciadas, no intuito de compreender a riqueza de sentidos que ele concebeu em cima do termo experiência.
  • 36. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 36 Rousseau: natureza e educação Rafaela Fernanda Palhares Este trabalho tem como objetivo analisar a concepção de natureza humana em Rousseau e a sua relação com a educação através da obra Emílio ou da Educação. Ao adentrar a discussão sobre a noção de natureza, Rousseau, filósofo do século XVIII, introduziu no discurso da época questões que ainda são presentes no nosso cotidiano. O autor genebrino definiu dois tipos de educação: a doméstica ou particular e a pública. As duas apresentam princípios diferentes, mas ambas têm como essência a natureza. Este trabalho também tem como objetivo mostrar quais são as características das duas formas de educação e qual delas segundo Rousseau é mais eficiente, a partir da análise sobre a concepção de natureza humana. Para entender melhor essa concepção e como ela se relaciona com a educação/escola usaremos outros livros de Rousseau como, por exemplo, Discurso sobre a origem e os fundamentos da Desigualdade entre os homens e As considerações sobre o governo da Polônia, utilizaremos também comentadores que sustentam o debate.
  • 37. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 37 Acerca do ergon humano e a noção de eudaimonia em Aristóteles em EN I Raphael Souza Borges Junior Orientador: Fernando Martins Mendonça O trabalho trata da noção de eudaimonia (que pode ser entendida como sumo bem, viver bem ou agir bem) apresentada no capítulo 7 do livro I da Ética a Nicômaco e do seu vínculo com o argumento do ergon humano, qual seja, a concepção de que o bem para o homem, ou seja, a eudaimonia, é o pleno exercício de seu ergon próprio – a atividade excelente da parte racional de sua alma. Nos capítulos anteriores, Aristóteles discorre acerca do “bem supremo”, quer dizer, o bem último, que é buscado por si mesmo e nunca em vista de outro bem, e conclui, pois, que esse é a eudaimonia. No entanto, tal conclusão parece ser insuficiente, uma vez que não constata o que é, de fato, eudaimonia e que tipo de vida ela constitui. Nesse ponto, Aristóteles introduz o argumento do ergon, como forma de responder a essa questão, conquanto não reste claro se o filósofo compreende o ergon humano como condição para se viver bem ou como a própria definição de eudaimonia. Nossa intenção nesse trabalho é tentar elucidar tal impasse.
  • 38. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 38 Possibilidade de classificação moral capitalista não considerada por Compte-Sponville Rodrigo do Prado Zago Em O capitalismo é moral?, Compte-Sponville propõe-se a responder esta questão. Para tanto, ele apresenta três análises (a curto, a médio e a longo prazo) que justificam a atualidade de se discutir a moral e, em seguida, discorre sobre a possibilidade de classificação moral do capitalismo. A conclusão é de que esse sistema não é nem moral, nem amoral; ele é de uma outra ordem em que não cabe questionar se algo é bom ou não, mas em que se deve indagar se algo é produtivo ou não, se é lucrativo ou não. A partir disso, esta comunicação tem como intuito analisar a obra em questão não de maneira a classificar o capitalismo enquanto moral ou imoral, porém de modo a apresentar hipóteses as quais permitam e justifiquem uma possível classificação desse sistema econômico não considerada por Compte-Sponville, isto é, discorrer sobre a possibilidade de rotulá-lo. Nesse sentido, a questão será abordada sob as óticas das filosofias aristotélica e kantiana.
  • 39. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 39 A noção de tempo a partir de uma análise agostiniana Tayná Santiago No Livro XI, de Confissões, Agostinho discorre sobre o tempo e o que Deus fazia antes da criação. Diante disso, questões, como temporalidade, eternidade, passado, presente e futuro, são abordadas. A proposta desta comunicação é debater a concepção temporal para o filósofo, na qual o tempo está subordinado à alma, enquanto uma extensão dela e não de modo independente. Com isso, dois tipos de tempo são propostos por Agostinho: o primeiro seria referente à sucessão das horas, dos minutos; já o segundo relaciona-se à alma, à percepção e à consciência. Nesse sentido, a questão será abordada de modo a considerar a incapacidade do ser humano em conceber um ideal em que ele não está imerso, por exemplo, a noção de eternidade, entendida apenas por Deus, e explicar a problemática acerca do passado, do presente e do futuro, com o intuito de compreender melhor a atuação da alma, a qual apresenta “distensões” e extensões no que tange o tempo. Diante disso, ver-se-á como a questão será resolvida, baseada no pensamento agostiniano.
  • 40. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 40 O uso público da razão no Esclarecimento kantiano Vinicius Pinto de Carvalho Orientadora: Monique Hulshof Esta comunicação tem como objetivo apresentar o projeto de pesquisa submetido ao CNPQ, intitulado: “O uso público da razão no Esclarecimento kantiano”. Pretende-se introduzir a importante distinção entre uso público e uso privado da razão, formulada por Kant no texto Resposta à questão: O que é Esclarecimento? (1784). No texto em questão, Kant diz que é por meio de um uso público da razão que se dará a passagem de um estado de menoridade a um estado esclarecido, de maioridade. Poder-se-ia entender, à primeira vista, o uso público da razão como o uso que se faz das capacidades racionais quando dirigidas a uma coletividade, a um público; enquanto o uso privado seria aquele dirigido à uma plateia restrita, íntima. Entretanto, o sentido que Kant atribui aos termos público e privado é peculiar, dado que, como exemplifica Kant, o uso privado da razão é aquele exercido por indivíduos em cargos públicos. Em suma, o uso público da razão parece ser um certo modo pelo qual os indivíduos orientam sua argumentação em um debate público, a saber: um uso da razão fora do jugo de autoridades externas. Pretendemos investigar em que consiste, exatamente, o uso público e o uso privado da razão.
  • 41. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 41 A concepção de homem e de seu fim último na filosofia indiana do Yoga e Samkhya Vítor Rodovalho Amaral Este trabalho tem por objetivo apresentar a concepção metafísica do homem conforme duas grandes escolas do pensamento indiano – o Yoga e o Sankhya. Para isso, recorreremos às obras seminais de cada escola, o Yoga Sutras de Patañjali, e o Sankhyakarika de Ishavara Krisna. Desenvolveremos e clarificaremos os dois conceitos axiais dessas obras, a saber, puruṣa e prakṛti. Através delas, a totalidade do Universo é compreendida à luz de um dualismo, onde os princípios eternos constituintes são puruṣa, que é entendido como espírito ou consciência, e prakṛti, que é a fonte do mundo material. Analisaremos também seus desdobramentos na tábua dos vinte e cinco constituintes da realidade, ou tattvas. Por fim, articularemos a antropologia do Yoga e do Sankhya com a sua soteriologia, ou seja, com a meta última ou salvação do ser humano. Afinal, para o Yoga e para o Sankhya, a finalidade última da filosofia é conduzir o homem até a libertação de seu sofrimento, isto é, à sua iluminação e liberdade absoluta.
  • 42. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 42 Pós-Graduação
  • 43. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 43 Filosofia e cinema: a nova imagem do pensamento Adhemar Santos de Oliveira Orientador: Alex Fabiano Correia Jardim Mas “o que é o cinema?” O que vem a ser esse novo meio de “arte” que começou como uma mera ilusão perceptiva feita pelos irmãos Lumières e que, tempos mais tarde, foi aperfeiçoada por grandes diretores, como Georges Mélies, Edwin S. Porter e D. W. Grifitth, dando origem ao que hoje conhecemos como cinema? Foi com eles que o cinema passou de uma ilusão para uma “arte”, pois foram capazes de produzir movimentos estéticos assim como fizeram os grandes artistas do expressionismo, surrealismo e dadaísmo. No século XX do primeiro pós-guerra, o cinema patenteou teóricos responsáveis por conferir a essa nova arte a especificidade artística. Sendo assim, o cinema passou a ser conhecido como a “sétima arte”. Através de suas imagens-movimento, percebemos a condição humana como forma de representação, o que fez com que o cinema se equiparasse, em mérito, ao teatro e a literatura. Desse modo, a partir dos conceitos: imagens-movimento e imagem- tempo definidos pelo filósofo Gilles Deleuze, passamos a “pensar no cinema” e não somente a “fazer cinema".
  • 44. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 44 A Dialética do Conceito em Theodor W. Adorno André Christian Dalpicolo Orientador: Benedito Eliseu Cintra O objetivo do trabalho é refletir acerca da “dialética do conceito” em Theodor W. Adorno. Em face disso, descreve-se uma linha de raciocínio que se desdobra em dois planos. O primeiro apresenta o conceito como condição de possibilidade da tentativa humana em dominar a natureza cuja verdade lhe é desconhecida, buscando assim, conhecer tudo aquilo que lhe é oposto segundo o princípio de identidade. Porém, faz-se necessário destacar como a verdade essencial de todo elemento pertencente ao meio natural é diferente daquela exposta pelo conceito. O segundo assinala como o não-conceitual é fundamentado pelo princípio de não-identidade enquanto negação determinada. O trabalho desse não-conceitual é explorar todas as características da dialética como a instância que entra em contradição com a norma tradicional da adaequatio. Por esta razão, é preciso que essa dialética invalide a não-identidade absoluta entre ser e pensamento, pois do contrário provocaria a interdição desse último. Contudo, isto não significa que a “lógica da negatividade” elimine a expectativa humana da identidade entre ser e pensamento, uma vez que essa expectativa lhe garante inteligibilidade. Caso contrário, corre-se o risco do não-conceitual, enquanto negação determinada, não ter mais o que negar e se tornar, no final das contas, positividade.
  • 45. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 45 Possíveis contribuições dos Prolegômenos (1925) ao Ser e Tempo (1927) de Martin Heidegger André Prock Ferreira Orientadora: Martina Korelc Heidegger, em Ser e Tempo (1927), busca reintroduzir a questão sobre o sentido do Ser, pois entende que tal questão se manteve encoberta ao longo de toda a tradição metafísica. Para tanto, ele elege o Dasein como o ente privilegiado para investigar o próprio ser, isso porque, o Dasein, ao existir, pode perguntar pelo ser que ele mesmo é. Na literatura secundária alguns comentadores consideram que há alguns textos que contribuem, inicialmente, para as posições assumidas por Heidegger em Ser e Tempo, dentre eles, Prolegômenos a História do Conceito de Tempo (GA 20). Trata-se de um curso ministrado pelo autor, em 1925, na Universidade de Marburgo, no qual são apresentados debates sobre fenomenologia e, também, sobre análise existencial como fio condutor da investigação sobre o Sentido do Ser – questões presentes, de modo geral, no contexto de Ser e Tempo. O presente trabalho tem como objetivo, portanto, apresentar algumas das posições assumidas por Heidegger no texto de 1925 (GA 20) que contribuíram, ou podem ter contribuído, para a formação de questões centrais de Ser e Tempo.
  • 46. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 46 Husserl e a tradição lógica Andressa Alves Souto Orientador: Bento Prado de Almeida Ferraz Neto Este trabalho tem como propósito situar a filosofia de Husserl em meio às reflexões realizadas pela filosofia da lógica do final do século XIX e início do século XX em torno do chamado “paradoxo das representações sem objeto”. O problema - que possui caráter semântico – pode ser formulado, de modo geral, como a questão da natureza da significação ou sentido, analisada a partir de representações proposicionais que carecem de referência objetiva, isto é, de correspondentes ontológicos reais. Dentro do cenário em que esta problemática se desenvolve, apresentam-se diferentes tipos de respostas, sendo um dos meus objetivos aqui indicar em que consiste o núcleo básico da solução husserliana. Para tanto, o texto se estruturará do seguinte modo: i) uma breve apresentação histórica do cenário em que o problema se desenvolve, procurando expor algumas das principais respostas a ele oferecidas; ii) uma síntese da solução que Husserl oferece nas Investigações Lógicas, a partir de sua teoria da intencionalidade.
  • 47. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 47 Aspectos da persuasão retórica em Aristóteles Aroldo Mira Pereira Orientador: Kenner Roger Cazotto Terra Este trabalho pretende investigar o caráter da racionalidade discursiva na Retórica aristotélica. Inicialmente, analisamos as três provas (pistes) técnicas da persuasão, conforme apresentadas por Aristóteles no Livro II de sua Retórica, o páthos, o éthos e o lógos. Começando pelo páthos, analisamos as treze paixões da lista retórica: ira, calma, amizade, inimizade, temor, confiança, vergonha, desvergonha, amabilidade, piedade, indignação, inveja e emulação. Na análise do éthos, foram discriminados o caráter dos jovens, dos idosos e dos adultos, dos nobres, dos ricos e dos poderosos. E, por fim, na análise do lógos apresentamos a noção aristotélica de entimema, uma espécie de silogismo de tipo retórico, com premissas simples, geralmente conhecidas por todos e de fácil assimilação. A persuasão se faz pela confluência dessas provas demonstrativas. Aristóteles afirma que persuadimos pela disposição dos ouvintes (páthos), pelo caráter do orador (éthos) e pelo discurso (lógos). No ato discursivo, marcado pela presença da persuasão, não parece haver espaço determinado para verdades apofânticas, analíticas. A arte retórica, no entanto, provoca e permite uma outra relação com a verdade que assume, na dimensão da democracia, um caráter mais político.
  • 48. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 48 A experiência temporal fictícia em Madame Bovary Bianca Pereira da Silva Orientador: Bernardo Barros Coelho de Oliveira A narrativa revela muitas características que nos fazem transfigurar nossa experiência comum porque ela abre um mundo possível de ser habitado desde que entremos nesse lugar. Mais que isso: quando narramos temos a chance de aprofundar a nossa experiência do tempo. Essa é uma das teorias do filósofo Paul Ricoeur. O filósofo analisará, então, o gênero narrativo romance, pois este se mostrou um laboratório para melhor ver e analisar as experiências humanas. Assim, Ricoeur, em Tempo e Narrativa II, mergulha nessa pesquisa e examina, especificamente, três obras: A Montanha Mágica, Mrs Dalloway e Em Busca do Tempo Perdido. Para o filósofo, elas conseguem reverter a ordem linear ou incluir outros níveis temporais, aprofundando assim a experiência da personagem e, consequentemente, a nossa. Concordando, então, com essa potência do romance, pretendemos fazer o mesmo com o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, por vermos nele uma experiência temporal que transcende a si próprio afetando a experiência temporal do leitor. Para isso, acrescentaremos a interpretação do crítico literário Mario Vargas Llosa, em A Orgia Perpétua, que identifica quatro planos temporais heterogêneos que podem sugerir linearidade, circularidade, imobilidade ou total irrealidade. O objetivo: assemelhar-se ou distancia-se do tempo da realidade aprofundando-a.
  • 49. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 49 El papel de la educación en el Leviatán de Thomas Hobbes Campo Elías Flórez Pabón Orientadora: Yara Adario Frateschi La presente comunicación pretende presentar una perspectiva histórica sobre, cómo es que se presentaron las políticas públicas de educación e innovación, en Inglaterra del siglo XVII, respecto del modelo tradicional de aprendizaje ofrecido por las escuelas de Cristiandad en Londres. Esto específicamente estudiado en el caso de Thomas Hobbes en su escrito político el Leviatán, el cual según algunos estudiosos de su obra se enmarca desde 1640 hasta 1668 con su última edición en lengua latina de la misma. Pues, para nadie es un secreto que el filósofo de Malmesbury luchó por proponer una nueva forma de acercar el conocimiento (educación en la ciencia) de su momento (la Física de Galileo y la Geometría de Wallis) a la política del siglo XVII, para que esta fuera ciencia política en ese momento. Esto analizado desde re-elaboración filosófica de contenidos que pretendían evitar el abuso de los hombres, a través de la falsa religión, la generación de miedos que forjaban errores, y los cuales impedían el buen desempeño político y científico por parte de la sociedad de aquel momento. Lo cual los haría estar mucho más preparados para obedecer las reglas de la sociedad civil a través de una educación que correspondiera más con la realidad histórica de una guerra civil.
  • 50. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 50 Aparência e inganno: o jogo da política na filosofia maquiaveliana Carlos Eduardo Ruas Dias Orientadora: Maria Socorro Ramos Militão Ao desenvolver a sua filosofia, de caráter realista, Nicolau Maquiavel (1469-1527) traz a política para o campo das ações humanas, ou seja, o campo político passa a ser o espaço onde o homem age transformando a realidade presente em prol de suas necessidades. Nesse contexto, todos os padrões de julgamento de outrora devem ceder espaço àqueles que estão conectados com a nova concepção política, voltada para a realidade e para o que acontece, de fato, nos ambientes do poder. Com isso, o autor explica o real modo de julgar as coisas na política, expondo como os juízos do governante e dos governados contribuem para a manutenção do Estado. A análise acerca da imagem que o governante constrói de si mesmo é fundamental para a construção do juízo pelo qual o povo aceita o que lhe é apresentado e para manter a solidez do Estado. Nesse momento, a aparência e o conceito de inganno surgem como elementos constituídos de uma forma de julgamento da situação política que permite ao governante criar uma figura que seja agradável para o povo. Maquiavel mostra que essa imagem não é necessariamente real, mas é importante para que o povo a veja e a aceite como verdadeira para que haja a sustentação do poder; esse é o jogo imagético mostrado pelo secretário como o sustentáculo de um novo ethos para regular a ação política.
  • 51. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 51 Marxismo e ideologia Daniel Féo Castro de Araújo Esse artigo tem como objetivo resgatar a importância e o significado que o conceito de ideologia ainda tem nas Ciências Humanas, particularmente a contribuição de Louis Althusser na Ciência Política. Desse modo, o leitor terá a oportunidade de visualizar concretamente a utilização do critério epistemológico na determinação do fenômeno ideológico, sobretudo no Ensaio sobre os Aparelhos Ideológicos de Estado. A Metodologia inicia-se com uma revisão bibliográfica, voltada ao entendimento da dinâmica a ser estudado, bem como para construir um referencial teórico baseado na ideologia em Karl Marx e Althusser. Esse levantamento foi feito por meio de livros e artigos. Na conclusão apontamos que o conceito de ideologia de Althusser demonstra ter precisão conceitual por ser definido como uma prática articulada a outras práticas distintamente da concepção discursiva. Percebemos, portanto, que o conceito de ideologia de Althusser mantém-se atual no campo do pensamento crítico, não somente no que concerne aos aspectos reprodutores, mas também transformadores das relações de poder.
  • 52. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 52 A concepção de Estado em Friedrich Hegel Danilo Borges Medeiros Orientadora: Maria Socorro Ramos Militão O presente trabalho visa expor detalhadamente a concepção de Estado do filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (Stuttgart, 27 de agosto de 1770 – Berlim, 14 de novembro de 1831) destacando, entre as suas obras, os Princípios da Filosofia do Direito e, mais especificadamente, a sua terceira seção. Em um primeiro momento desta, definir-se-á a ideia de Estado hegeliano respeitando a estrutura adotada pelo filósofo nessa seção, fazendo isso a partir de quatro aspectos fundamentais: 1º) a natureza do Estado; 2º) a fundamentação da organização interior do Estado; 3º) a soberania para o exterior; 4º) a lei geral da história universal. O objetivo da análise proposta nesse texto é apresentar os elementos centrais e constitutivos do Estado hegeliano e sua fundamentação idealista, destacando tanto a análise e síntese do Estado Moderno elaborada por Hegel, como sua influência para a tradição filosófica idealista, somando-se a isso as possíveis críticas elaboradas posteriormente pela tradição marxista.
  • 53. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 53 A teoria dos nomes de Kripke e a crítica à noção de sentido em Frege Diego de Souza Avendaño Kripke propõe uma teoria dos nomes de acordo com a qual nomes não possuem sentido. Ele afirma a existência de uma confusão inerente à noção de sentido Fregeana e descreve a possibilidade de introduzir um nome por meio da mera citação de uma descrição definida, isto é, não designando o equivalente definicional, mas apenas “fixando a referência”. A crítica de Kripke à teoria da nomeação de Frege alega que o termo “sentido” é utilizado de maneira ambígua, pois Frege tomaria o sentido de um designador como sendo seu significado e, ao mesmo tempo, ele também toma o sentido como a maneira pela qual a referência de um designador é determinada. Seria por meio desta ambiguidade que Frege suporia que tanto o sentido, quanto a referência de um nome, pode ser dado por descrições definidas. Neste contexto, a proposta deste trabalho é, primeiro, discutir a diferença entre designar o conteúdo semântico e determinar a referência; segundo, analisar as vantagens e desvantagens em se fixar a referência sem designar o conteúdo semântico; e, por fim, discutir as consequências filosóficas e modais da tese de Kripke, haja visto que tal distinção resulta em verdades necessárias a posteriori e verdades contingentes a priori.
  • 54. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 54 Derrida e o conceito de confissão de crimes contra a humanidade Fábio Borges do Rosario Orientadora: Talita de Oliveira Exploro neste trabalho as condições da Universidade, especialmente da Filosofia, como local de investigação e confissão dos crimes contra a humanidade, tais como a Escravidão e o Apartheid. Trilhando pela avenida aberta pelos filósofos franceses contemporâneos considerados marginais, continuada na chamada filosofia contemporânea de expressão francesa, identifico como interlocutor o filósofo argelino de cidadania francesa Jacques Derrida, cuja obra ficou conhecida especialmente pela enunciação da desconstrução como estratégia e pelo quase conceito da différance. Busco localizar na obra derrideana pistas para compreender como a investigação e confissão do conceito de crimes contra a humanidade soçobra os efeitos destes e aponta para a hospitalidade incondicional. Serão examinados como os efeitos de tais crimes obsidiam a democracia atual, e se os atos jurídicos que incluem a Escravidão e o Apartheid como crimes contra a humanidade podem ser lidos como acontecimentos que prenunciam que somente na democracia por vir os efeitos hostilizantes do racismo serão superados.
  • 55. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 55 A crítica de Bergson ao mecanicismo Felipe Ribeiro Orientador: Rubens Garcia Nunes Sobrinho O intuito deste trabalho é mostrar as principais diferenças entre o mecanicismo - em particular na sua concepção proposta por Newton - e a corrente de pensamento denominada “Filosofia da Vida” por intermédio de um de seus principais representantes, Henri Bergson, e sua crítica proposta no seu Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. Objetiva-se, então, analisar a crítica bergsoniana ao conceito de espaço, mais especialmente no que se refere à sua importância para a constituição do mecanicismo, tão caro para o desenvolvimento da ciência moderna, em especial a de Newton e em particular na formulação de suas leis. Observa-se, com Bergson, que todo o processo cognitivo respaldado pelo mecanicismo ajudou as ciências no campo prático através das convenções adquiridas; mas não ajudou a explicar de fato como o fenômeno natural ocorre. Não houve, então, ao longo do tempo, uma identificação direta ou necessária com os fenômenos naturais em questão, mas antes uma improvisação simbólica bastante útil e eficiente que proporcionou - talvez através da técnica - mais uma ilusão de domínio cognitivo a um processo constante e internalizado pela vivência consciencial ao longo da vida.
  • 56. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 56 Weitz e o problema das definições de arte Fernanda Azevedo Silva Orientador: Guilherme Guisoni da Silva Na apresentação intendo expor a posição de Morris Weitz em relação a um dos problemas centrais da filosofia da arte do século XX, a saber, a busca por uma definição de “arte”. Para Weitz, as teorias estéticas tradicionais se assentam numa concepção errônea do conceito de arte ao acreditar que seria possível defini-lo, que seria possível elencar condições necessárias e conjuntamente suficientes a serem satisfeitas para que algo caia sob o seu domínio. Weitz, ao contrário, defende que “arte” é um conceito aberto determinado por semelhança de família: na atribuição do conceito a determinado caso, procedemos tomando certos trabalhos como paradigmáticos e avaliando as semelhanças que o objeto submetido à avaliação mantém com eles. Entretanto, não seria possível elaborar uma lista finita de semelhanças relevantes a serem avaliadas na atribuição artística, graças à intermittent novelty (TODD, 1983): a visão, sustentada por Weitz, de que periodicamente surgirão objetos de arte com traços completamente distintos que reacenderão as disputas definitórias. Objetivo mostrar que, em Weitz, mais do que uma nova resposta ao problema da definição de “arte”, o que está em questão é mesmo uma reformulação do problema: o paradigma passa de “Como definir ‘arte’?” para “É possível definir ‘arte’?”.
  • 57. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 57 O tempo estoico em De natura deorum Flávia Santos da Silva Orientador: Marcio Chaves-Tannús Dada a escassez de fontes, as inúmeras exegeses contraditórias entre si ou o largo espaço de tempo que separa os períodos, estudar o Estoicismo torna-se uma tarefa trabalhosa. Fundado em Atenas por Zenão de Cício nos fins do séc. III a.C, o Estoicismo surge no período helenístico, época considerada decadente pelos próprios atenienses. Essa escola costuma ser dividida pelos historiadores da filosofia em três períodos: estoicismo antigo, entre III e II a.C; estoicismo médio em II a.C e estoicismo romano, entre I a.C e II d.C. Apenas o Estoicismo praticado em Roma, na época imperial, deixou-nos textos integrais. Nesta comunicação, lemos o estoicismo romano a partir de um livro de Cícero, o De Natura Deorum. Embora ele não seja propriamente um autor estoico, fornece valiosas informações sobre essa escola. Temos o objetivo de selecionar parágrafos que concernem à reflexão sobre o tempo estoico, inseridas aí as noções de presente, pretérito e futuro, posto que, na tradição, parece não haver um estudo específico sobre esse conceito na obra de Cícero. No que concerne ao estoicismo, Cícero é geralmente citado em meio a outros autores sem, contudo, haver um apartado destinado especificamente à sua obra.
  • 58. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 58 Do direito público ou sociedade civil em Kant Gabriel Reis Pires Ribeiro Orientador: Marcos César Seneda O objetivo da presente comunicação é expor o conceito de Direito Público ou Sociedade Civil utilizado no interior da filosofia do direito kantiana. Para tal desiderato será imperioso perpassar pela análise do Direito Privado ou Estado de Natureza em Kant, com atenção à qualidade da posse exercida nesse estágio da sociedade humana, a qual, a saber, possui enquanto característica seu caráter provisório ou precário. Assim sendo, será demonstrado a necessidade da passagem desse Estado de Natureza para a Sociedade Civil, isto é, para a garantia da posse de um determinado objeto externo de meu arbítrio, bem como de minha liberdade externa, faz-se necessário a instituição do Estado, pois só nesta situação encontrar-se-á garantia para o exercício de minha posse e de minha liberdade. Tendo em vista a execução de tal tarefa, isto é, dessa garantia, será exposto, outrossim, uma característica primordial inerente ao Estado, a saber, a possibilidade de fazer uso da coerção.
  • 59. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 59 Aprimoramentos humanos e suas implicações éticas para o século XXI* Guilherme de Morais Damaceno Orientadores: Alcino Eduardo Bonella Jairo Dias Carvalho O desejo de aprimoramento é uma característica muito presente na espécie humana, peguemos a invenção da escrita, o telefone e do computador. Todas invenções que representam melhoramentos cognitivos significativos. Atualmente, no entanto, se tem avanços científicos e conhecimento para melhorar a espécie humana deliberadamente. Através da biotecnociência o controverso biomedical enhancements (melhoramento biomédico) representa o melhoramento das capacidades do corpo e cérebro humano. Existem vários modelos de BE, desde administração de drogas, implantes, engenharia genética, interface cérebro/máquina, tecnologias que carregam o potencial de transformar a biologia humana. Dito isso, surge no campo da ética aplicada um importante debate, pautado por questões complexas: “por que não, melhorar não é bom? ” “Fazer isso não seria brincar de Deus? ” “Mudar nossa biologia não mudaria a natureza humana? ”. O presente trabalho visa, sob linhas gerais, (1) introduzir o conceito de enhancements, (2) apresentar os argumentos contrários e a favor do biomedical enhancements, conforme o filósofo americano Allen Buchanan. * Projeto apoiado pela FAPEMIG: APQ-00297-14
  • 60. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 60 As filosofias orientais no pensamento de Arthur Schopenhauer Gustavo Rodrigues Rosato Orientador: Humberto Aparecido de Oliveira Guido O presente trabalho pretende abordar as filosofias orientais presentes no pensamento de Arthur Schopenhauer. Em sua obra O mundo como vontade e como representação são apresentadas duas faces do mundo, nas quais são contempladas uma antiga dualidade filosófica, uma representa o mundo como mutável e inconstante inteiramente dependente do sujeito que o percebe e o intui, o mundo como representação, e a outra face busca a verdade e constância do mundo, o que as coisas realmente são independentes de qualquer sujeito, o mundo como vontade. Nos passos da demonstração de seu próprio pensamento, sobre as duas faces do mundo, Schopenhauer em sua obra citada acima evoca a teoria de grandes nomes da filosofia, como o ceticismo de Hume e o dogmatismo de Kant, no entanto, também são utilizadas pelo autor referências a notórias obras da filosofia oriental, como o I-Ching da filosofia chinesa e os Vedas da filosofia indiana, nas quais são apresentados conceitos como yin yang e o véu de Maya. Por fim, pretende-se demonstrar a importância da filosofia oriental na estruturação da metafísica do mundo de Schopenhauer.
  • 61. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 61 Paixões e afetos – Apontamentos em Descartes e Mattheson Henia Laura de Freitas Duarte A comunicação tem como principal objetivo, fazer uma breve explicação sobre as paixões da alma de Descartes, relacionado-as com a teoria (doutrina) dos afetos na música. Esta comunicação foi dividida em três partes: no primeiro momento, explicamos o que são para Descartes – as paixões, os espíritos animais e a pequena glândula – todos os conceitos serão extremamente necessários para compreendermos as paixões e a forma como elas afetam a nossa alma. No segundo momento, explicamos a teoria (doutrina) dos afetos, tomando como base a análise feita por Mattheson sobre dezesseis tonalidades musicais e a forma como elas afetam os ouvintes. Posto isso, apontamos alguns trechos da Paixão Segundo São Mateus, de Bach, como uma forma de demonstrar certas discordâncias das tonalidades na época barroca, com as análises feitas pelo teórico alemão. No último momento, procuramos estabelecer as relações entre as paixões de Descartes e a teoria dos afetos, do ponto de vista de Mattheson.
  • 62. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 62 Wittgenstein e o espaço visual como um espaço de posições absolutas Igor Souza Saraiva Na fase da obra do filosofo austríaco Ludwig Wittgenstein que é denominada de “período intermediário” encontramos diversas reflexões sobre a natureza da percepção visual e daquilo que o autor denomina de “campo visual”. Uma das principais teses que permeiam todas reflexões sobre percepção visual do autor neste período é a de que no campo visual, por oposição ao espaço tridimensional da física, há posição e movimento absoluto. O objetivo da apresentação será, num primeiro momento, o de tentar tornar claro o sentido desta tese. Para isto, recorreremos aos textos: Manuscritos 105-106, Observações Filosóficas, e algumas citações presentes na sessão “Fenomenologia” do Bigtypescript; todos escritos pelo filosofo em questão. Em seguida, procuraremos contrastar o caráter absoluto das posições no campo visual com o chamado caráter puramente “relativo” do espaço físico. Ao final, analisaremos também o contexto de surgimento da tese de que no campo visual há posição absoluta nos Manuscritos 105-106, e conjeturaremos sobre a aparente perda de centralidade da tese em questão no final do período intermediário, mais precisamente na sessão “Fenomenologia” do Bigtypescript.
  • 63. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 63 Uso racional do poder: a noção de política na modernidade segundo a obra O Príncipe de Nicolau Maquiavel James Jesuino de Souza A inovação do pensamento político moderno se traduz pelo novo paradigma: o de poder. Esta novidade se fundamenta na dicotomia entre a moral herdada da tradição cristã, e a ética política, laica, determinada pelas circunstâncias do real que se estabelece sob a égide da virtù e da fortuna, conceitos essenciais para compreensão de política e de poder. Estes servem para determinar a capacidade humana de controlar e antecipar os efeitos do ato de governar. Não existe, nessa nova forma de governo, métodos específicos para a tomada do poder, mas há uma maneira de se apropriar, que é por meio do uso racional do poder, articulado, meticuloso e perspicaz. Evidentemente, a nova proposta política se estabelece na práxis. E, a sua existência política pressupõe unidade, em vista da qual se faz necessário um governante que reúna força e a coragem para governar ou usurpar o poder. Logo, chegar ao poder político exige a sagacidade daqueles que governam para conformar a realidade aos seus objetivos que é o desafio de manter o equilíbrio do Estado/principado. Assim, é no mundo real, e não no ideal, que se estabelece o uso racional do poder, e que se descobre a situação adequada para a sua tomada.
  • 64. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 64 Amor mundi e Direito à Humanidade em Hannah Arendt João Pedro Andrade de Campos Orientador: Renato Moscateli Hannah Arendt (1906-1975), em Origens do Totalitarismo, argumenta que a perspectiva universalista de “Direitos Humanos”, desenvolvida sobretudo a partir da Revolução Francesa, tornou-se ineficaz com o crescimento, na Segunda Guerra Mundial, do fenômeno dos apátridas. Tal fenômeno refere-se ao contingente de pessoas que, no contexto da Segunda Guerra, perderam direitos e outras garantias legais devido à dissolução dos vínculos de cidadania com seus respectivos países. A ruptura deste laço político e de suas garantias significou, para os apátridas, a impossibilidade de possuir um lugar no mundo – o que, em última medida, Arendt chamou de expulsão da Humanidade. Nosso objetivo neste trabalho é apresentar a crítica de Arendt à noção tradicional de Direitos Humanos, a partir da figura dos apátridas e, por conseguinte, expor o modo pelo qual os governos totalitários se apropriaram desse fenômeno. Ademais, iremos analisar também o modo pelo qual a autora tentou solucionar o problema, partindo, inicialmente, de uma concepção de direitos que não fosse estabelecida apenas por vínculos nacionais, mas, que fosse formulada pelo direito à organização em comunidades políticas e pelo cuidado com um mundo comum construído pelos homens, o que nos remeterá ao seu conceito de amor mundi.
  • 65. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 65 Sobre o conceito de “alienação do mundo” em Hannah Arendt José dos Santos Filho Orientador: Adriano Correia Nas palavras de abertura de A condição humana, texto de 1958, Hannah Arendt faz alusão a dois desejos dos homens que, a primeira vista, parecem sonhos: O primeiro deles é o de escapar do aprisionamento da Terra e o outro é o desejo de escapar dos limites da própria condição humana. O esforço descomunal do homem moderno para a satisfação desses desejos e materialização desse sonho, na opinião de Arendt, acabou por revelar uma insatisfação e, ao mesmo tempo, uma revolta do homem contra a sua própria condição de ser mortal constrangido ao tempo da Terra. Essa questão ganha seu pleno desenvolvimento na chamada sociedade moderna, que segundo Arendt, é marcada especialmente pelo processo crescente de “alienação do mundo”. Queremos apenas apontar algumas possibilidades de leitura, desse ponto, partindo da aposta interpretativa de que para Arendt a alienação moderna do mundo, ao fim e ao cabo pode muito bem ser pensada a partir da negação da própria condição política do homem, cuja expressão maior foi a experiência dos regimes totalitários.
  • 66. ∙ Resumos do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Filosofia da UFU e do II Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU, V. 11, n. 11, jun. 2017. ISSN 2358-615X ∙ 66 Contextualização foucaultiana sobre A História da Loucura: a representação do corpo (do indivíduo) na sociedade. Laércio de Jesus Café Orientadora: Georgia Amitrano A presente reflexão objetiva realizar uma análise do processo de representação e transformações do indivíduo corpóreo que foram acontecendo na noção de corpo, provenientes, em especial, das mudanças no discurso na sociedade, ao mesmo tempo que reflete acerca dos dispositivos de saber e poder, em especial os que envolvem os diferentes desdobramentos da História da loucura de Michel Foucault, da noção do discurso do corpo a se formar em um verdadeiro Estado cosmopolita. Estamos em progressivo Estado de civilização, porém não somos totalmente moralizados, pois para uma realização de uma ação boa deverá ter uma intenção moralmente boa. A todo o momento a civilização traça objetivos, tendo como meta principal formular normas válidas de conduta e de avaliação do caráter. As normas são em determinados momentos da nossa história, postas ao indivíduo perante a sua autonomia, de indivíduo visto como um ser dependente, um corpo com o dever de aceitar. Dessa forma é de fundamental importância discutir o disciplinar do indivíduo, a regulação e o discurso do controle. Sendo que tais conceitos nessa discussão são vinculados ao uso do poder sobre o indivíduo e compõem os aspectos teórico- metodológicos de uma análise que continua a ser atual