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APOSTILA DO CURSO
ARTESÃO DE BIOJÓIAS
Fortaleza – CE
2016
AUTORES:
Antônio Diogo Lustosa Neto
Ricardo Nogueira Campos Ferreira
João Henrique Cavalcante Bezerra
Cássia Rosane Silveira Pinto
Marcus Borges Leite
Carlos Henrique Profírio Marques
Gabriel de Mesquita Facundo
Jamile Mota da Costa
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Reitor
José Jackson Coelho Sampaio
Vice Reitor
Hidelbrando dos Santos Sores
Pró-Reitora de Extensão
Claudina Nogueira de Alencar
Pró-Reitor de Administração
Carlos Heitor Sales Lima
Diretor da UNEP
José Nelson Arruda Filho
Coordenador Geral Pronatec
Plácido Aderaldo Castelo Neto
Coordenador Pronatec Pesca
Fábio Perdigão Vasconcelos
Coordenador Pronatec Campo
Antônio Amaury Oriá Fernandes
Coordenadora Pedagógica
Maria das Dores Alves Souza
Coordenadores Adjuntos
Antônio Cruz Vasques
Luiz Carlos Mendes Dodt
Antônio Diogo Lustosa Neto
Ricardo Nogueira Campos Ferreira
Articuladora Institucional
Rejane Gomes Léa Ramos
Secretária Geral
Marilde Silva Jorge
Assessor Jurídico
Thiago Barbosa Brito
FUNECE-CE
REALIZAÇÃO:
PRONATEC / UECE
APOIO:
EXECUÇÃO:
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A UECE E O PRONATEC
José Jackson Coelho Sampaio
Reitor da UECE
A lógica de uma grande política pública de educação profissional foi testada no
Ceará, por Ariosto Holanda, na raiz do sistema CVT/CENTEC. Essa lógica ganhou outros
estados e o Brasil, pela construção do PRONATEC, pelo Ministério da Educação-MEC, em
seus três eixos: disciplinas técnicas e tecnológicas a serem incorporadas como optativas
no histórico escolar de alunos do Ensino Médio; cursos técnicos e tecnológicos, para for-
mação inicial e continuada, em modalidade extensionista; e cursos profissionais comple-
tos de Ensino Médio.
A UECE, desde sua criação em 1975, incorpora em sua grade a oferta de cursos
técnicos de nível médio, na área da saúde, como Técnico de Enfermagem, seguido pos-
teriormente do Técnico em Segurança do Trabalho. Há 10 anos criamos a Unidade de
Educação Profissional-UNEP, assumindo a complexidade que essa modalidade de ensino
oferece, além de sua extraordinária capacidade de inclusão social. A existência da UNEP
nos habilitou a obter o direito de sermos ofertantes do PRONATEC, quando a oportuni-
dade surgiu.
Somos a segunda universidade pública estadual do Brasil, a primeira foi a Univer-
sidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES, a poder oferecer a modalidade da forma-
ção inicial e continuada, e isto nos orgulha. Sobretudo, por termos obtido o direito em
meio à crise político-econômica que vem afetando a capacidade de investir do poder
público, em seus níveis federal, estadual e municipal.
A UECE oferta 1.600 do PRONATEC em 41 municípios, sendo 1.460 vagas do PRO-
NATEC Pesca e 140 vagas do PRONATEC Campo para somar-se ao Sistema“S”, à Secretaria
Estadual de Educação-SEDUC, ao Instituto Federal do Ceará-IFCE e ao Instituto CENTEC,
no esforço de qualificar o poder de trabalho, a criatividade e o empreendedorismo dos
cearenses, a fim de que uma sociedade talentosa e melhor informada supere as crises
político-econômicas e nossa árdua natureza semiárida.
Há também um grande esforço institucional, devido às condições de oferta, em
tão pouco tempo, na transição 2015/16, que, esperamos, geste resposta solidária, positi-
va, efetivamente parceira, dos municípios, dos professores e dos alunos. Sigamos, pois o
caminho é belo e uma boa luz nos orienta: Lumen ad Viam!
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APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................................................9
OBJETIVO GERAL.............................................................................................................................................................10
O QUE É O PRONATEC? ................................................................................................................................................11
A QUEM SE DESTINA OS CURSOS?...........................................................................................................................12
UECE- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ .....................................................................................................13
INSTRUÇÕES PARA USO DESTE MATERIAL E MELHOR APROVEITAMENTO DO CURSO DE ARTESA-
NATO EM BIOJÓIAS ........................................................................................................................................................14
DISCIPLINA 01- HISTÓRIA DA ARTE MUNDIAL E REGIONAL
DISCIPLINA 02 - PRINCIPAIS ESPÉCIES CULTIVADAS NA AQUICULTURA BRASILEIRA – CONTINEN-
TAL E MARINHA................................................................................................................................................................26
DISCIPLINA 03 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICA DOS PEIXES ..............................................................29
DISCIPLINA 04 - RECICLAGEM DE MATERIAIS......................................................................................................39
DISCIPLINA 05 - HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE..................................................................................................41
DISCIPLINA 06 - PREPARAÇÃO DAS ESCAMAS DE PEIXE ...............................................................................46
DISCIPLINAS 07/08 - CONFECÇÃO E FINALIZAÇÃO – BASE ESCAMA DE PEIXE ....................................62
DISCIPLINA 09 - A LEGISLAÇÃO , PORTARIAS FEDERAIS E ESTADUAIS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS ..65
DISCIPLINA 10 - DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS ELABORADOS.................................................................69
SUMÁRIO
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Apresentação
O curso voltado para formar o Artesão de Biojóias visa trabalhar as com-
petências básicas, específicas e de gestão necessárias à realização, com pró-ati-
vidade, autonomia, segurança e qualidade, das atividades inerentes ao exercício
da profissão de Artesão de Biojóias. Tais atividades dizem respeito criar e confec-
cionar produtos artesanais utilizando-se de vários tipos de matérias primas, tais
como: Escamas de peixe, fibras, madeira, pedras, sementes, cascas, tecidos, me-
tais, látex dentre outros. Para tanto, utilizar-se de várias técnicas de tratamento,
preparação e transformação das matérias primas utilizadas. Bem como, finalizar
seus produtos de modo que os mesmos retratem a cultura local, identifiquem seu
autor e reutilizem produtos que antes poderiam ser descartados na natureza.
A Biojóias é um adorno produzido a partir de materiais vindos da natureza,
tais como, escamas de diversos tipos de peixes, sementes, fibras naturais, casca
do coco, frutos secos, conchas, ossos, penas, dentre outros. Tais materiais são ex-
traídos da natureza sem causar quaisquer prejuízos à mesma, ou seja, a busca de
matérias-primas é feita de forma sustentável: não agride o meio ambiente e nem
o meio social, e possibilita a produção de peças que sejam viáveis para comercia-
lização.
Ainda, as Biojóias se caracterizam pela valorização da cultura brasileira, pois
se identificam e resgatam elementos da história, crenças, valores e tradições do
povo brasileiro, considerando aspectos regionais.
Na produção de Biojóias há o predomínio da utilização de materiais de ori-
gem natural. A união destes elementos com outros materiais tais como arames,
aço e ferro são reconhecidos como“joias naturais”. Trata-se, portanto, de criações
artísticas tipicamente brasileiras, que aproveitam a riqueza de cores, texturas e
formas da flora brasileira para criação de peças com valor agregado, promovendo
a sustentabilidade e valorização cultural.
As Biojóias são produzidas por artesãos que valorizam a cultura e a diversi-
dade regional para a elaboração criativa de diferentes tipos de peças como cola-
res, brincos e anéis. Bem como, arranjos para decoração tais como flores, luminá-
rias em escama entre outras. O mercado de biojóias é um mercado em expansão
e com potencial de exportação. A beleza e originalidade das biojóias, bem como
a vertente da sustentabilidade aliada ao desenvolvimento dos produtos, atraem
consumidores, fazendo crescer a demanda por sua comercialização.
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A programação deve abranger todas as principais competências da ocu-
pação possibilitando que o participante conjugue conhecimento e prática, mas
respeitar os limites de profundidade de conteúdo, uma vez que se trata de qualifi-
cação básica, que abre caminhos para ofertas formativas complementares.
Objetivo Geral
O Curso de Formação Inicial e Continuada - FIC em Artesão de Biojóias, na moda-
lidade presencial, tem como objetivo geral:
ü Realizar processos de transformação e construção de peças artesanais
utilizando escamas, sementes e outras matérias-primas da natureza, de
acordo com normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança,
higiene e saúde.
Os objetivos específicos do curso compreendem:
1. Esboçar sobre a difusão do artesanato mundial e regional
2. Identificar as principais espécies cultivadas
3. Estudar a morfologia dos pescados, mariscos e ostras.
4. Adquirir matéria prima utilizando os meios e recursos indicados seguin-
do as recomendações técnicas
5. Preparar local
6. Preparar matéria prima, utilizando recursos indicados no plano instru-
cional, de acordo com recomendações técnicas.
7. Confeccionar produtos artesanais, utilizando recursos indicados no pla-
no instrucional, de acordo com recomendações técnicas.
8. Finalizar produtos artesanais, utilizando recursos indicados no plano
instrucional, de acordo com recomendações técnicas.
9. Discorrer sobre as leis referentes à atividade utilizando meios indicados
no plano instrucional e de acordo com as competências recomendadas
10. Apresentar os produtos de fabricação
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O que é o PRONATEC?
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
foi criado pelo Governo Federal, em 2011, por meio da Lei 11.513/2011, com o
objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional e tecnológica no país, além de contribuir para a melhoria da qualida-
de do ensino médio público.
O Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais e de formação
profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de
transferência de renda.
Os cursos, financiados pelo Governo Federal, são ofertados de forma gra-
tuita por instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tec-
nológica e das redes estaduais, distritais e municipais de educação profissional e
tecnológica. Também são ofertantes as instituições do Sistema S, como o SENAI,
SENAT, SENAC e SENAR. A Partir de 2013, as instituições privadas, devidamente
habilitadas pelo Ministério da Educação, também passaram a ser ofertantes dos
cursos do Programa.
De 2011 a 2014, por meio do Pronatec, foram realizadas mais de 8 milhões
de matrículas, entre cursos técnicos e de formação inicial e continuada.
Objetivos do Pronatec:
• Expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e
continuada ou qualificação profissional presencial e a distância;
• Construir, reformar e ampliar as escolas que ofertam educação profissio-
nal e tecnológica nas redes estaduais;
• Aumentar as oportunidades educacionais aos trabalhadores por meio
de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
• Aumentar a quantidade de recursos pedagógicos para apoiar a oferta
de educação profissional e tecnológica; melhorar a qualidade do ensino
médio.
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A quem se destina os Cursos?
• Estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de
jovens e adultos;
• Trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquiculto-
res, extrativistas e pescadores;
• Beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de trans-
parência de renda;
• Pessoas com deficiência, e.
• Povos indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em
cumprimento de medidas socioeducativas.
Cursos Oferecidos pela UECE e carga horária
Carga horária: 160 horas
ü MARISQUEIRO
ü PISCICULTOR
ü CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA
ü ARTESÃO DE BIOJOIAS
ü AQUICULTURA
Carga horária: 200horas
01 - CRIADOR DE PEIXE EM VIVEIRO ESCAVADO
02 – CRIADOR DE PEIXE EM TANQUE REDE
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UECE- Universidade Estadual do Ceará
A história da UECE – Universidade Estadual do Ceará começa com a Lei
nº 9.753, de 18 de outubro de 1973, que autorizou o Poder Executivo cearense a
instituir a Fundação Educacional do Estado do Ceará – FUNEDUCE, cuja primeira
presidente foi a Prof.ª Antonieta Cals de Oliveira. Com a Resolução nº 02, de 05 de
março de 1975, do Conselho Diretor da FUNEDUCE, referendada pelo Decreto nº
11.233,de10demarçode1975,foicriadaaUniversidadeEstadualdoCeará-UECE,
fruto da junção da Escola de Enfermagem São Vicente de Paula (1943), Faculdade
de Filosofia do Ceará (1950), Escola de Serviço Social de Fortaleza (1953), Escola
de Administração do Ceará (1961), Faculdade de Veterinária do Ceará (1963), Fa-
culdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (1968) e Televisão Educativa do Ceará
– Canal 5. Assim, ao consolidarem-se como universidade, a aqueles primeiros cur-
sos de graduação, outros foram gradualmente criados e somados. Em 1977, o De-
creto nº 79.172 de 26 de janeiro de 1977 assinado pelo Presidente da República,
concedeu reconhecimento à Universidade Estadual do Ceará, com sede na cidade
de Fortaleza, estado do Ceará. Posteriormente, a Lei nº 10.262, de 18 de março de
1979, autorizou a transformação da Fundação Educacional do Estado do Ceará –
FUNEDUCE, em Fundação Universidade Estadual do Ceará – FUNECE.
O primeiro Reitor designado para a UECE foi o Prof. Antônio Martins Filho,
que, com sua experiência de criador da Universidade Federal do Ceará – UFC se
responsabilizou pelos destinos da Instituição de 1975 a 1977, tendo como Vice-
-Reitor o Prof. Danísio Dalton da Rocha Correa, ambos nomeados pro tempore.
Graças ao prestígio e ao empenho do Reitor junto às autoridades estaduais e fe-
derais, a nova universidade foi implementada e reconhecida, configurada em cen-
tros como se segue: Ciências Sociais Aplicadas – CESA (com os cursos de Adminis-
tração, Serviço Social, Pedagogia e Ciências Contábeis), Ciências da Saúde – CCS
(reunindo as graduações em Enfermagem e Nutrição), Ciências Agrárias (Medicina
Veterinária), Ciências Tecnológicas – CCT (com os cursos de Geografia, Ciências da
Computação, Matemática, Física e Química) e Ciências Humanas – CH (reunindo
os cursos de Letras, Filosofia, História, Música e de Estudos Sociais).
Missão Institucional
Produzir e disseminar conhecimentos e formar profissionais para atender
as demandas do mercado de trabalho e promover o desenvolvimento sustentável
cearense, bem como para promover a qualidade de vida dos cidadãos no contex-
to social no qual estão inseridos.
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Visão de Futuro
Ser uma Universidade de projeção nacional e internacional pela excelência
do ensino, da produção científica e da contribuição efetiva ao desenvolvimento
do Ceará.
Instruções para uso deste material e melhor aproveitamento do
Curso de Artesanato em Biojóias
ü Participe integralmente de todas as atividades e exercícios.
ü Comprometa-se com todas as atividades, fazendo as tarefas propostas e con-
tribuindo com exemplos e opiniões.
ü Pergunte à vontade! O instrutor estará à sua disposição para tirar dúvidas e
esclarece questões em aberto.
ü Se, ao ler um texto, ficar com dúvida sobre o significado de alguma palavra,
pesquise-a no dicionário ou solicite auxílio ao instrutor ele estará pronto a lhe
ajudar.
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DISCIPLINA 01
História da arte mundial e regional
A história da arte é a história de qualquer atividade ou produto realizado
pelo Homem com propósito estético ou comunicativo, enquanto expressão de
ideias, emoções ou formas de ver o mundo. Ao longo do tempo, as artes visu-
ais têm sido classificadas de várias formas diferentes, desde a distinção medieval
entre as artes liberais e as artes mecânicas, até à distinção moderna entre belas
artes e artes aplicadas, ou às várias definições contemporâneas, que definem arte
como a manifestação da criatividade humana. O alargamento da lista das princi-
pais artes durante o século XX definiu nove: arquitetura, dança, escultura, música,
pintura, poesia (aqui definida em sentido lato como forma de literatura com um
propósito ou função estética, o que inclui também o teatro e a narrativa literária),
o cinema, a fotografia e a banda desenhada. Quando considerada a sobreposição
de termos entre as artes plásticas e as artes visuais, inclui-se também o design e
as artes gráficas. Para além das formas tradicionais de expressão artística, como
a moda ou a gastronomia, estão a ser considerados como arte novos meios de
expressão, como o vídeo, arte digital, desempenho, a publicidade, a animação, a
televisão e os jogos de computador.
A “história da arte” é uma ciência multidisciplinar que procura estudar de
modo objetivo a arte através do tempo, classificando as diferentes formas de cul-
tura, estabelecendo a sua periodização e salientando as características artísticas
distintivas e influentes. O estudo da história da arte teve início durante o Renas-
cimento, ainda que limitado à produção artística da civilização ocidental. No en-
tanto, ao longo do tempo foi-se impondo uma visão alargada da história artística,
procurando-se compreender e analisar a produção artística de todas as civiliza-
ções sob a perspectiva dos seus próprios valores culturais.
Hoje em dia, a arte desfruta de uma ampla rede de estudo, difusão e preser-
vação de todo o legado artístico da humanidade ao longo da História. Durante o
século XX assistiu-se à proliferação de instituições, fundações, museus, e galerias,
tanto no setor público como privado, dedicados à análise e catalogação de obras
de arte e exposições destinadas ao público em geral. A evolução dos média foi
crucial para o desenvolvimento e difusão da arte. Os eventos internacionais, como
as bienais de Veneza ou de São Paulo contribuíram bastante para a formação
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de novos estilos e tendências. Os prémios, como o Prémio Turner, o Prémio Wolf
de Artes, o Prémio Pritzker de arquitetura, prêmio de fotografia ou os Óscares do
cinema promovem também as melhoras obras criativas a nível internacional. As
instituições como a UNESCO, através da criação de listas do Património Mundial,
apoiam também a conservação dos mais significativos monumentos mundiais.
Os primeiros artefatos tangíveis que podem ser considerados arte apare-
cem na Idade da Pedra (superior Mesolítico e neolítico). Durante o Paleolítico (25
000-8000 A.C.) o Homem era ainda caçador-coletor, habitando cavernas que vi-
riam a ser os primeiros suportes de arte rupestre.]
Após o período de transição do
Mesolítico, é durante o Neolítico (6000-3000 a.C.) que o Homem se sedentariza
e inicia a prática da agricultura. À medida que as sociedades se tornam cada vez
mais complexas e a religião ganha importância, tem início a produção de artesa-
nato. Durante a Idade do Bronze(c. 3000-1000 a.C.), têm início as primeiras civili-
zações proto-históricas.
As primeiras manifestações artísticas durante o Paleolítico dão-se por volta
de 25.000 a.C., Os primeiros vestígios de objetos produzidos pelo Homem foram
encontrados na África meridional, no Mediterrâneo ocidental, na Europa Central e
de Leste (no mar Adriático), na Sibéria (Lago Baical), Índia e Austrália. Estes primei-
ros vestígios são geralmente ferramentas em pedra (sílex e obsidiana), madeira ou
osso. Na pintura era usado óxido de ferro para obter vermelho, dióxido de man-
ganês para obter preto.
A arte deste período que sobreviveu até aos nossos dias
é composta, sobretudo por pequenos detalhes em pedra e osso ou arte rupestre,
esta última forma presente, sobretudo na região cantábrica e no sudoeste de Fran-
ça, como nas cavernas de Altamira ou Lascaux. As pinturas são de carácter fun-
damentalmente religioso e mágico ou representações naturalistas de animais. Os
trabalhos de escultura são representados pelas estatuetas de vénus como a Vénus
de Willendorf, figuras femininas provavelmente usadas em cultos de fertilidade.
A Arte Antiga
Arte antiga, ou arte da antiguidade, designa as criações artísticas do pri-
meiro período da História que se inicia com a invenção da escrita, e durante o qual
aparecem as primeiras grandes cidades nas margens dos rios Nilo, Tigre, Eufrates,
Indo e Amarelo e se destacam as grandes civilizações do Médio Oriente (Egípcia
e Mesopotâmica). Ao contrário de períodos anteriores, as manifestações artísticas
ocorreram em todas as culturas de todos os continentes.
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Um dos maiores progressos deste período foi a invenção da escrita, criada,
sobretudo a partir da necessidade de manter registos de natureza económica e
comercial.
É no Antigo Egito que surge uma das primeiras grandes civilizações, com
obras de arte elaboradas e complexas, e durante a qual ocorre a especialização
profissional do artista. A arte egípcia era intensamente religiosa e simbólica, com
uma estrutura de poder centralizada e hierárquica, e na qual se deva especial im-
portância ao conceito religioso de imortalidade, sobretudo do faraó, para o qual
se erguiam monumentos colossais. A arte egípcia abrange o período entre 3000
a.C e a conquista do Egito por Alexandre, o Grande. No entanto, a sua influência
perdurou até à arte copta e bizantina.
A Arte Moderna
A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor
cultural na Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e
do universo, no sistema do humanismo. As novas descobertas geográficas leva-
ram a civilização europeia a se expandir para todos os continentes, e através da in-
venção da imprensa a cultura se universalizou. Sua arte foi inspirada basicamente
na arte clássica greco-romana e na observação científica da natureza. Entre seus
expoentes estão Filippo Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Bramante, Donatello,
Leonardo da Vinci, Dante Alighieri, Petrarca, Rafael, Dürer, Palestrina e Lassus. Sua
continuação produziu o Maneirismo, com a emergência de um maior individua-
lismo e um senso de drama e extravagância, proliferando em inúmeras escolas
regionais. Também foi importante nesta fase a disputa entre protestantes e cató-
licos contra-reformistas, com repercussões na arte sacra. Shakespeare, Cervantes,
Camões, Andrea Palladio, Parmigianino, Monteverdi, El Greco e Michelangelo são
alguns de seus representantes mais notórios. No período barroco fortaleceram-se
os Estados nacionais, dando origem ao absolutismo. Como reflexo disso a arte se
torna suntuosa e grandiloquente, privilegiando os contrastes acentuados, o senso
de drama e o movimento. Firmam-se grandes escolas em vários países, como na
Itália, França, Espanha e Alemanha. São nomes fundamentais do período Góngo-
ra, Vieira, Molière, Donne, Bernini, Bach, Haendel, Lully, Pozzo, Borromini, Caravag-
gio, Rubens, Poussin, Lorrain, Rembrandt, Ribera, Zurbarán, Velázquez, entre uma
multidão de outros.
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Arte Contemporânea
Entre meados do século XIX e o início do século XX se lançaram as bases da
sociedade contemporânea, marcada no terreno político pelo fim do absolutismo
e a instauração dos governos democráticos. No campo econômico, marcaram esta
fase a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo, que tiveram respostas
nas doutrinas de esquerda como o marxismo, e nas lutas de classes. Na arte o que
tipifica o período é a multiplicação de correntes grandemente diferenciadas. Até o
fim do século XIX surgiram, por exemplo, o realismo, o impressionismo, o.
O século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das
antigas bases da arte, propondo-se a criar um novo paradigma de cultura e socie-
dade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até meados do século as vanguardas
foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se sucedem cada
vez com maior rapidez, chegando aos dias de hoje a um estado de total pulveri-
zação dos estilos e estéticas, que convivem, dialogam, se influenciam e se enfren-
tam mutuamente. Também surgiu uma tendência de solicitar a participação do
público no processo de criação, e incorporar ao domínio artístico uma variedade
de temas, estilos, práticas e tecnologias antes desconhecidas.
A Arte Regional
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A cultura cearense é de base essencialmente europeia e ameríndia, com
algumas influências afro-brasileiras, assim como em todo o sertão nordestino.
Quando da introdução da cultura portuguesa no Ceará, ao longo do século XVII,
os índios já produziam um diversificado artesanato a partir de vegetais como o
cipó e a carnaúba, bem como dominavam técnicas primitivas de tecelagem do
algodão, inclusive tingindo os tecidos de vermelho com a casca da aroeira. Com a
colonização, diversas técnicas europeias se somaram a essa base cultural, forman-
do uma arte popular que viria a ser renomada nacional e internacionalmente.
Com origens portuguesas e relevante influência indígena, têm destaque a
produção de redes com os mais diversos bordados e formas e intrincadas rendas
feitas em bilros, talvez o maior destaque da produção artesanal cearense, sendo
uma arte tradicional no Ceará desde, pelo menos, o século XVIII . As rendas e os
labirintos possuem maior destaque nas imediações do litoral, enquanto o interior
se destaca mais pelos bordados.
Ademais, o artesanato feito em madeira e barro se destaca bastante, com
produção de esculturas humanas, representando tipos da região; quadros talha-
dos em madeira - muitos com temática religiosa, vasos adornados, etc. Outro im-
portante item do artesanato cearense são as garrafas de areias coloridas, onde
são reproduzidas, manualmente, paisagens e temáticas diversas. São ainda en-
contrados, em diversas cidades - em especial Massapê, Russas, Aracati, Sobral e
Camocim, dentre outras, cestarias, chapéus e trançados com variadas formas e
desenhos feitos da palha da carnaúba, do bambu e do cipó. Por fim, como conse-
quência natural de uma economia que, durante séculos, foi essencialmente pecu-
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arista, o couro é trabalhado artesanalmente, em especial, para a produção de cha-
péus e outras peças da roupa de vaqueiros, assim como de móveis e esculturas. Os
principais destaques no artesanato coureiro são Morada Nova, Juazeiro do Norte,
Crato, Jaguaribe e Assaré.
Em diversas áreas do interior cearense, os cordéis, assim como os repentis-
tas e poetas populares, especialistas no improviso de rimas, ainda estão presentes
e ativos, seguindo uma tradição que remonta aos trovadores e poetas populares
da Idade Média lusitana. Outra forte influência portuguesa se encontra na grande
importância das festas religiosas nas cidades de todo o interior, particularmente
as festas de padroeiro, que estão entre as principais festividades da cultura cea-
rense, abarcando não só cerimônias religiosas, mas também danças, músicas e
outras formas de entretenimento, numa complexa mistura de aspectos sagrados
e profanos. Destaca-se a Festa de Santo Antônio em Barbalha, famosa pelo pau da
bandeira e comemorada nessa forma há 78 anos. A seguir definiremos o termo
artesão.
Artesanato
O Artesanato é definido como o próprio trabalho manual ou produção de
um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é
identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura
popular ou folclore. O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter fami-
liar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprie-
tário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa,
realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até
o acabamento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização
para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tem um aju-
dante ou aprendiz.
Tipos de artesão
Artesão-artista: é aquele que por sua criatividade, originalidade, graciosi-
dade e perícia produz peças que provocam profundo sentimento de admiração
naqueles que as observam. Exemplos: talhadores, gravadores, escultores, pintor
ingênuo.
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Artesão-artesão: é aquele que trabalha em série, muitas vezes com ajuda de
ferramentas e mecanismos rudimentares, produzindo dezenas de peças, centrado
mais no aspecto utilitário das peças que produz que em despertar no observador
o sentimento de beleza. Cerâmica ornamentada produzida manualmente com ou
sem torno de pé.
Artesão semi-industrial: é aquele que trabalhando a partir de moldes ou e de
outros processos semi-industriais reproduz dezenas de peças iguais. Ex: peças uti-
litárias de cerâmica produzidas de forma semi-industrial (tigelas, jarros, potes etc.).
O artesanato pode ser classificado:
• Quanto à predominação da matéria prima usada - couro, vidro, metais,
argila, gesso, madeira, tecido etc. Quanto à origem - indígena rural e ur-
bano. Quanto à fonte de matéria prima - material natural, matéria prima
industrial, sobras e lixo industrial.
• Quanto à utilidade - implemento, utensílio, adorno, decorativo, religio-
so, recreativo, lúdico, terapêutico, comestível, artístico, pedagógico.
• Quanto à forma - figurativo e não figurativo. Quanto ao destino econô-
mico - comercialização e não comercialização.
Definição de Biojóias, produção e importância socioeconômica.
A beleza e a originalidade das biojóias brasileiras são fortes atrativos para os
turistas estrangeiros, assim destaca o portal Sebrae Mercados quando menciona
o mercado de biojóias como um nicho que tem pela frente grandes oportunida-
des. Isso porque, além da expansão turística no Brasil em virtude dos megaeven-
tos esportivos, existem consumidores que valorizam cada vez mais a produção
de artigos de moda provenientes de recursos naturais e de processos produtivos
focados na preservação da biodiversidade. Mas, como são caracterizadas as bio-
jóias? A biojóias é um adorno produzido a partir de elementos naturais, como
sementes, fibras naturais, casca de coco, frutos secos, conchas, ossos, penas, entre
outros. Além disso, durante o processo de produção, a matéria-prima natural é
extraída de forma sustentável e por isso não agride o meio ambiente. Assim, para
um melhor entendimento do termo biojóias é necessário compreender as dife-
renças existentes entre joia, bijuteria e biojóias,
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Bijuteria- Peça produzida com
materiais sintéticos ou naturais, sem
metais nobres ou pedras preciosas.
Jóia - Peça feita com materiais
nobres, como ouro e a platina ou pe-
dras preciosas e semipreciosas, com
alto valor comercial. Além disso, é de-
senvolvida, normalmente, a partir de
desenhos exclusivos, elaborados para
coleções e acessórios dessa natureza.
Biojóias - Peça produzida com a combinação harmoniosa de elementos na-
turais, agregando-se, em diferentes proporções, metais nobres e pedras preciosas
e semipreciosas.
Por utilizar materiais característicos de uma região, com um processo de
extração sustentável, as biojóias podem ser confundidas com o artesanato. Po-
rém, elas se diferenciam da bijuteria artesanal tradicional em função do design,
do conceito usado na criação e da tecnologia empregada no beneficiamento da
matéria-prima). Assim, as biojóias são elaboradas a partir de insumos genuina-
mente brasileiros, que promovem a sustentabilidade e valorização dos elementos
culturais do país, os quais são resgatados a partir do design das peças. Como re-
sultado, esse nicho conta com peças exclusivas e de alto valor agregado.
Para os próximos anos, as estimativas de crescimento são positivas em fun-
ção do aumento do poder aquisitivo da população brasileira e dos megaeventos
promovidos no país, que trazem ao Brasil consumidores de diferentes nacionali-
dades. Com isso, é possível perceber que a valorização da identidade e da cultura
brasileira, traduzida nas biojóias, e a qualidade e diversidade da matéria-prima
utilizadas têm expandido a comercialização das peças, gerando oportunidades
para os empreendedores dos pequenos negócios de moda.
A Copa do Mundo de 2014 ampliou as oportunidades de comercializa-
ção dos produtos brasileiros, como é o caso das biojóias. Nesse mercado, para
aproveitar as oportunidades com o legado do Mundial e com as Olímpiadas. A
fabricação de biojóias envolve a combinação de elementos naturais, encontrados
em abundância no território brasileiro, com metais de origem nobre. Essa aliança
confere às peças um acabamento diferenciado e de qualidade, o que gera diver-
sas oportunidades para os pequenos negócios de moda. Assim, conhecer as prin-
cipais matérias-primas brasileiras é fundamental para as empresas desse nicho.
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Portanto, confira abaixo quais são as principais matérias-primas naturais utilizadas
na confecção de biojóias e onde elas podem ser encontradas: As sementes devem
ser submetidas a um processo de eliminação de fungos e parasitas para poste-
riormente serem embaladas a vácuo e etiquetadas. Açaí encontrada em grande
quantidade na Amazônia é uma das espécies mais utilizadas na fabricação de
biojóias. Babaçu encontrada no Maranhão, Piauí e Tocantins possui alto valor in-
dustrial e comercial. Buriti proveniente de diversas regiões, como Maranhão, Pará,
Bahia, Ceará, Distrito Federal,Tocantins e Minas Gerais, é chamada pelos indígenas
como“Árvore da vida”. Tucumã fruto original dos estados do Acre, Amazonas, Pará
e Rondônia. Nesse caso, a semente chega a ser tão resistente quanto um metal.
Jarina encontrada na Amazônia, as sementes da jarina amadurecidas tornam-se
duras, brancas e opacas como marfim.
Fibras- naturais e outros materiais Capim dourado pode ser encontrado em
todo o cerrado brasileiro, principalmente na região do Jalapão/ Tocantins.
A palha- possui uma cor dourada brilhante que, quando seca, pode ser tra-
balhada para a produção da biojóias.
Juta - fibra têxtil vegetal, proveniente de climas úmidos e tropicais, encon-
trada na região Amazônica. Palha da bananeira- é possível extrair cinco tipos de
fibras, mas apenas um tipo pode ser tingido. A bananeira é encontrada, sobretudo
nas regiões Nordeste e Sudeste ou em regiões úmidas e quentes.
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Coco- as fibras provêm do caroço e podem ser encontradas em locais de
clima quente e úmido. Bambu possui mais de mil espécies, encontradas em sua
forma nativa, em praticamente todos os estados da federação.
Madeiras- normalmente são utilizadas madeiras pouco nobres oriundas de
reflorestamento. No entanto, em algumas peças é possível encontrar pedaços de
madeira provenientes do tucumã, pupunha, mogno e imbuia, presentes na região
da Amazônia, e o MDF que é empregado atualmente na fabricação de móveis.
Pedras- As pedras podem ser adquiridas nas formas brutas ou lapidadas. É
possível citar a turquesa, ametista, pedra-sabão, turmalina e água marinha. Além
dos itens citados, também são utilizados materiais como couro, seda tingida, con-
chas entre outros.
Culto à brasilidade A produção de biojóias é caracterizada pela promoção
da sustentabilidade e pela valorização da cultura brasileira. A peça transmite em
sua textura e cor os aspectos culturais, sociais e regionais do país e, por isso, torna-
-se um trabalho artístico genuinamente brasileiro, com possibilidade de venda
em diversos mercados nacionais e internacionais. A brasilidade envolve não só o
aspecto comportamental, irreverente, simpático e alegre, mas também a sua raiz
cultural, seus costumes e comemorações, como o carnaval e as festas juninas. Com
isso, o conceito de brasilidade, aliado a elementos tipicamente regionais, pode ser
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traduzido em elementos iconográficos que, quando aplicados às biojóias, agre-
gam valor e identidade regional às peças.
Os empresários do segmento sentem a valorização da biojóias no exterior,
onde a beleza e originalidade das peças ganham destaque em desfiles e outros
eventos de moda, principalmente onde há um apelo pela moda sustentável. Pa-
íses como Estados Unidos, Alemanha e China são os maiores compradores dos
acessórios de moda e pedras preciosas brasileiras, conforme verificado na tabela
abaixo: Principais destinos da exportação brasileira de acessórios de moda e pe-
dras preciosas (2009-2013). Maior comprador US$ mil Bijuterias Estados Unidos
3.491 Folheados de metais preciosos Alemanha 18.866 Joalheria/ourivesaria me-
tais preciosos Estados Unidos 12.958 Obras e artefatos de pedras Estados Unidos
4.490 Pedras preciosas em bruto China 11.952 Pedras lapidadas Estados Unidos
12.115. Parte da produção brasileira é voltada à exportação, pois países europeus
e também os Estados Unidos têm grande abertura para produtos diferentes da-
queles encontrados em seu mercado local e que possuem apelo social e susten-
tável.
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DISCIPLINA 02
Principais espécies cultivadas na aquicultura brasileira – continen-
tal e marinha
Atualmente, cada região brasileira vem se especializando em determina-
dos tipos de pescado. Na Região Norte, predominam peixes como o tambaqui e
o pirarucu. No Nordeste, a preferência é pela tilápia e pelo camarão-marinho. No
Sudeste, a tilápia tem grande presença na aquicultura. No Sul, predominam as
carpas, as tilápias, as ostras e os mexilhões. Já no Centro-Oeste os destaques são o
tambaqui, o pacu e os pintados.
Nos Parques Aquícolas continentais os peixes preferidos são a tilápia, o
pacu, o tambaqui e a pirapitinga. A legislação brasileira limita a criação de espé-
cies exóticas nos diferentes corpos d’água, exceto quando a espécie já esteja com-
provadamente detectada em uma bacia hidrográfica, de acordo com a Portaria do
Ibama n° 145/N, de 29 de outubro de 1998, de 29 de outubro de 1998.
Outras espécies nativas devem fortalecer a aquicultura nacional nos próxi-
mos anos, como é o caso do beijupirá (Rachycentron canadum), um peixe que já
está sendo criado em cativeiro em alto-mar na costa de Pernambuco, de alto valor
no mercado internacional, e o pirarucu (Arapaima gigas), proveniente da Amazô-
nia, considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo al-
cançar até 10 quilos no primeiro ano de cultivo, com rendimento de carcaça de
aproximadamente 50%.
Novas espécies, além do beijupirá, deverão adentrar a piscicultura marinha
brasileira, tornando-a uma atividade altamente promissora. Contudo, o Brasil pos-
sui cerca de 40 espécies de peixes de água doce com potencial para cultivo, entre
outras marinhas.
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Sistemas de produção utilizados na aquicultura de modo que se
possa aproveitar seus resíduos.
A aquicultura brasileira encontra-se em um momento de expansão atribu-
ído, principalmente, ao surgimento de políticas públicas de incentivo à produção
e ao consumo de organismos aquáticos. Segundo os dados do Boletim Estatístico
do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), houve um acréscimo de 31,2% na pro-
dução total aquícola brasileira no triênio 2008 - 2010, partindo de 365.367 t para
479.399 t, respectivamente (BRASIL, 2012).
Aumentaroconsumodeumdeterminadoalimentogeraumamaiordeman-
da de produção. O crescimento dos consumidores, considerados mais exigentes
quanto à qualidade, rastreabilidade e praticidade dos produtos comercializados,
obriga às indústrias alimentícias desenvolverem processamentos mais complexos
sobre a matéria prima para dispô-la no mercado com maior atratividade. Isso as
torna, também, responsáveis por utilizar uma grande quantidade de recursos na-
turais e gerar uma significativa parcela de resíduos com potencial poluidor para o
meio ambiente caso não sejam tratados adequadamente.
O aumento na produção direciona a atividade pesqueira para investir, cada
vez mais, na construção de estabelecimentos capazes de beneficiar a matéria-pri-
ma e ofertar maior quantidade de produtos 10 Reaproveitamento de Resíduos
Sólidos na Cadeia Agroindustrial do Pescado processados e com alto valor agre-
gado. Isso atende às exigências de um novo mercado consumidor seletivo quanto
à qualidade e praticidade do produto final. Essas ações acabam por desenvolver
pilares considerados impactantes para o meio ambiente, em decorrência do alto
consumo de recursos naturais e da geração de resíduos industriais considerados
altamente poluentes. Nesse sentido, diversas formas de reaproveitamento têm
surgido com o objetivo de gerar novos produtos com diferentes aplicações a par-
tir dos resíduos agroindustriais.
A definição de resíduos sólidos, segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) refe-
re-se a todos os compostos de características sólidas ou semisólidas resultantes,
por exemplo, de vários segmentos da indústria, do comércio e dos sistemas de
produção agrícola e animal. Além disso, de acordo com sua classificação, podem
ser divididos em duas classes: os resíduos da classe I são considerados materiais
perigosos e que apresentam características físicas, químicas ou infecto-contagio-
sas passíveis de transmitir riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Os resídu-
os da classe II são denominados materiais não perigosos e podem ser divididos
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em: componentes com solubilidade em água e passíveis de biodegradação ou
componentes não inertes, insolúveis no substrato em que esteja presente (ABNT,
2004). Geralmente, os resíduos da segunda classe são os que apresentam maior
potencial para implantação de tecnologias de reaproveitamento nas agroindús-
trias. Por conseguinte, podem apresentar alta capacidade de valorização desde
que inseridos em processos adequados de reutilização consciente. Considerando
um exemplo prático de um entreposto de beneficiamento de pescado, são exem-
plos desta classificação: pele, escamas e carcaças ou espinhaços gerados após o
processo de filetagem industrial.
O homem é criativo por natureza, e pensando sobre as sobras dos pei-
xes, descobriu que se podia reciclar as escamas dos peixes transformando-as
em artesanato. Pode virar brincos, pulseiras, flores artificiais e até lustres.
Os princípios para aquicultura sustentável – meio ambiente
A aquicultura sustentável pode ser definida como a produção lucrativa de
organismos aquáticos, mantendo uma interação harmônica e duradoura com os
ecossistemas e as comunidades locais. Deve ser produtiva e lucrativa, usar racio-
nalmente os recursos naturais, gerar empregos para a comunidade local, elevan-
do sua qualidade de vida e respeitando sua cultura. Os impactos ambientais ou
sociais negativos causados pela aquicultura podem ser quantificados monetaria-
mente e incluídos nos custos de produção. A produção aquícola deve ser enten-
dida como um processo amplo, que envolve todo um conjunto de elementos que
se inter-relacionam formando uma rede complexa. Esta é chamada de cadeia pro-
dutiva.
O comércio sustentável deve também respeitar os princípios do desenvol-
vimento sustentável no sentido de praticar um preço justo sem comprometer sua
eficiência econômica, respeitar os requerimentos legais e institucionais relacio-
nadas à atividade, e informar aos consumidores sobre as práticas de produção e
comercialização de seus produtos. Dessa forma é possível garantir assim que o
consumidor tome decisões conscientes, e minimize o impacto ambiental resul-
tante de seu processo de comercialização e consumo.
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DISCIPLINA 03
Características morfológicas dos peixes
Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos,
cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pinta-
dos, pacus, acarás-bandeiras, etc.).
Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos:
• Esqueleto predominantemente ósseo;
• Presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo,
brânquias protegidas por uma estrutura denominada opérculo;
• Boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus.
• Presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases
chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa.
• As escamas, que formam um escudo mais resistente, são feitas de ossos
transparentes enraizados na derme. Como os anéis das árvores, elas re-
gistram a idade e o crescimento do peixe.
• As nadadeiras são classificadas em ímpares (dorsal, caudal e anal) e pa-
res (peitorais e pélvicas).
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Características Morfológicas dos Mariscos
Os mariscos que englobam ostras e mexilhões são constituintes do filo Mo-
lusca com isso, iremos estudar inicialmente os moluscos e em seguida as estrutu-
ras internas de ostras e mexilhões.
Os moluscos (Mollusca, do latim molluscus, mole) constituem um grande
filo de animais invertebrados, marinhos, de água doce ou terrestres, que compre-
ende seres vivos como os caramujos, as ostras e as lulas.
Tais animais têm um corpo mole e não segmentado, muitas vezes dividido
em cabeça (com os órgãos dos sentidos), um pé muscular e um manto que prote-
ge uma parte do corpo e que muitas vezes secreta uma concha. A maior parte dos
moluscos são aquáticos, mas existem muitas formas terrestres como os caracóis.
A biologia dos moluscos é estudada pela malacologia. O filo Mollusca é o
segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois dos Artrópodes, (cerca
de 93 000 espécies viventes confirmadase até 200.000 espécies viventes estima-
das, e 70.000 espécies fósseis) e inclui uma variedade de animais muito familiares.
Essa popularidade deve-se, em grande parte, às conchas desses animais que ser-
vem como peças para colecionadores. O filo abrange formas tais como as ostras,
as lulas, os polvos e os caramujos.
Os moluscos são variados e diversos, incluindo várias criaturas familiares
conhecidas pelas suas conchas decorativas ou como mariscos. Variam entre pe-
quenos caracóis, amêijoas, polvos e à lulas (os dois últimos são considerados os
invertebrados mais inteligentes). A lula-gigante é possivelmente o maior inverte-
brado. Excetuando as suas larvas e alguns espécimes jovens recentemente captu-
rados, nunca foi observada viva. A lula-colossal poderá ser ainda maior. Uma lula-
-colossal congelada, encontrada por pescadores, tinha aproximadamente catorze
metros e pesava cerca de 450 quilos.
Pé
O pé é uma das três partes básicas da anatomia dos moluscos, sendo a es-
trutura muscular mais desenvolvida daquele grupo taxonômico. Tem como fun-
ções básicas a locomoção, fixação, escavação, natação ou serve para capturar suas
presas. Nos cefalópodes o pé está transformado em tentáculos.
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Sistemas Estruturais das Ostras
AsostrasdogêneroCrassostreapossuemduasvalvas,sendoasuperioroudi-
reita mais plana que a inferior ou esquerda, que por sua vez é abaulada, geralmente
o formato das valvas varia com o ambiente onde a ostra se encontra as duas valvas
são unidas por um ligamento protéico na altura do umbo, protuberância na concha
localizada na extremidade anterior, sua massa visceral encontra-se internalizada,
inserida dentro das valvas. A concha possui três camadas distintas, sendo a camada
interna delgada e brilhosa denominada nácar, a camada intermediaria constitui-
-se de carbonato de cálcio, já a camada externa é córnea apresentando-se quase
membranosa denominando-se perióstraco. As ostras são organismos filtradores,
utilizando como alimento, partículas em suspensão principalmente o fitoplâncton,
que é filtrado pelos filamentos branquiais, seu sistema digestivo é completo, com-
pondo-se por palpos labiais, boca, esôfago, estomago, intestino e ânus, alem de
possuir estilete cristalino e glândula digestiva. Seu sistema nervoso compõe-se por
um gânglio cefálico e outro visceral e cordões nervosos ventrais. O sistema circu-
latório é aberto, possuindo coração composto por um ventrículo e duas aurículas,
veias, artérias, seios tissulares, sendo o sangue denominado hemolinfa.
Anatomia
ü Concha: a concha possui duas valvas, à direita ou superior é mais plana;
à esquerda ou inferior é mais côncava e é através desta que o animal se
fixa no substrato. A concha possui quatro camadas.
ü Músculo adutor: é responsável pela união das valvas, atuando contra a
pressão exercida pelo ligamento, ou seja, é responsável pelo fechamen-
to da concha quando está contraído. Quando o músculo está relaxado
as valvas se abrem.
ü Brânquias: estruturas compostas por filamentos e são responsáveis
pela respiração pela filtração do alimento. As partículas de alimento em
suspensão na água do mar são capturadas por esses filamentos e em
seguida são levadas até os palpos labiais onde é feita uma seleção, para
posteriormente serem levadas à boca.
ü Manto: camada de tecido que recobre as partes moles de ambos os la-
dos do corpo exceto na região do músculo adutor. Localiza-se abaixo da
concha e contém células responsáveis pela deposição de carbonato de
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cálcio e formação da concha, bem como células com função sensorial. A
borda do manto é também responsável pelo controle do fluxo de água
que passa pelo interior do organismo.
Sistemas Estruturais dos Mariscos
Mexilhão é a palavra usada em português para dar o nome a diversas espé-
cies de moluscos bivalves. Mexilhão também é conhecido no Brasil como marisco,
marisco-preto, marisco da pedra, ostra-de-pobre e sururu da pedra. Na ciência, os
animais têm nome e sobrenome. No Brasil os nomes dos mexilhões mais comuns
para consumo humano são: Perna perna e Mytela falcata.
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DISCIPLINA 04
Conceito de Matéria Prima
No artesanato, considera-se matéria-prima toda substância principal, de ori-
gemvegetal,animaloumineral,utilizadanaproduçãoartesanal,quesofretratamen-
to e/ou transformação de natureza física ou química, resultando em bem de consu-
mo.Elapodeserutilizadaemestadonatural,depoisdeprocessadasartesanalmente/
industrialmente ou serem decorrentes de processo de reciclagem/reutilização.
O desenvolvimento de pesquisas e estudos nas áreas de tecnologia e ciên-
cia permite que a extração de matéria-prima de forma sustentável das florestas
seja utilizada na confecção de artigos de artesanato, vestuário e biojóias. As prá-
ticas voltadas ao uso sustentável (não predatório) da flora nativa é sem dúvida o
melhor caminho a ser adotado pelo empreendedor que busca garantir por longo
período sua fonte de renda. A história do país está repleta de exemplos negativos
que têm levado espécies tão comuns nas florestas, como o Pau-Brasil, jacarandá e
o mogno, a se tornarem raras. O consumidor consciente busca produtos que uti-
lizem como matéria-prima elementos extraídos com critérios de respeito à natu-
reza, como a colheita de sementes caídas, corte de folhas sem a derrubada das ár-
vores e seleção de áreas de colheitas intercaladas com áreas de plantio. Ao investir
nesta prática de manejo, o Artesão dá um importante passo na valorização de
seus produtos junto ao mercado consumidor e na preservação do meio ambiente.
Vive-se numa época em que a preocupação com o desenvolvimento base-
ado na sustentabilidade tornou-se uma questão importante. Na prática, isto repre-
senta o aproveitamento dos recursos naturais ofertados em uma região sem levá-
-los à extinção. Mas, além da natureza, o conceito de desenvolvimento sustentável
busca garantir o respeito à realidade social e a cultura das comunidades envolvidas.
Compra de matéria prima para confecção dos produtos.
Em alguns lugares a compra se faz desnecessária de escamas para confec-
ção de artesanato, pois em alguns estados basta somente visitar a feira livre e lá
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está a sua matéria-prima. Entretanto quando for comprar algum material verifique
primeiramente a data de validade e fabricação, analise a qualidade do produto a
ser utilizado para a confecção do artesanato.“NÃO COMPRE GATO POR LEBRE”! .
Pesquisa de matéria prima
Para que possamos informar sobre os diversos tipos de matéria-prima, pri-
meiramente as mesmas são divididas em tipologias do artesanato que são deno-
minações dadas ao segmento da produção artesanal, que determina a classifica-
ção por gênero, utilizando como referência a matéria-prima predominante, bem
como sua funcionalidade.
MATÉRIA-PRIMA NATURAL: DE ORIGEM ANIMAL, VEGETAL E MINERAL.
AREIA COLORIDA
Técnica de composição de imagens com areia colorida em recipientes trans-
parentes. Em geral são usados sedimentos com pigmento natural ou artificial.
BORRACHA
Esta tipologia abrange a produção artesanal que utiliza as borrachas natu-
rais, que é o produto sólido obtido pela coagulação de latisses de determinados
vegetais, sendo o principal a Hevea Brasiliensis. A borracha é um produto natural
procedente do látex, de acidez neutra, com grande elasticidade, inodoro e sem
resíduo. Ela sofre uma série de preparos para adquirir os requisitos da elasticidade,
dureza, resistência etc., o que fazem dela um dos produtos de consumo mais ne-
cessários no mundo moderno. No artesanato serão considerados os objetos con-
feccionados a partir da utilização da borracha processada naturalmente.
CERAS, MASSAS, GESSO E PARAFINA.
Nesta tipologia enquadra-se a confecção de objetos a partir de técnicas de
modelagem de ceras, massas, gesso e parafina.
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• As ceras são matérias-primas maleáveis produzidas tanto por animais,
como extraídas de vegetais. Como, por exemplo, a cera de abelha, muito utilizada
na modelagem de miniaturas de figuras humanas, animais e réplicas de casas.
• A parafina é derivada do petróleo, matéria-prima essencial na fabricação
de velas, por sua propriedade combustíveis Outras aplicações comuns à parafina
incluem: cosméticos, giz de cera, tintas, pinturas, entre outros.
• O gesso é uma substância produzida a partir do mineral gipsita, composto
basicamente de sulfato de cálcio hidratado. Normalmente é encontrado na forma
de pó branco que, misturado à água, endurece rapidamente, adquirindo forma
definitiva de oito a doze minutos.
• As massas são resultantes de misturas de materiais, caracterizadas pela
sua consistência pastosa e maleável. Entre as mais usadas na produção artesanal
estão: a massa de porcelana fria ou biscuit e as argamassas, que tem como com-
ponentes básicos cimento, areia e água.
CHIFRES E OSSOS, DENTES E CASCOS.
Nesta tipologia são enquadrados os artefatos em que predomina a utiliza-
ção de chifres, cascos, dentes e ossos como matérias- primas desde que não sejam
de espécies constantes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção.
CONCHAS E ESCAMAS DE PEIXES
Tipologia caracterizada pela utilização dos diversos tipos de conchas e es-
camas de peixes. São matérias-primas obtidas de animais aquáticos.
FIBRAS VEGETAIS
Fibra é a denominação genérica de qualquer estrutura filamentosa, geral-
mente sob forma de feixe, encontrada nos tecidos animais e vegetais ou em algu-
mas substâncias minerais. São matérias- -primas moles e flexíveis e que, trança-
das, possuem diversos usos, principalmente na manufatura de cestarias e móveis.
Qualquer produto artesanal que contenha matéria-prima da fauna e da flora sil-
vestre deve conter a informação quanto a sua origem e registro junto ao IBAMA.
Todos os produtos de ordem natural devem conter a informação quanto a sua
ordem e registro junto ao IBAMA.
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FIOS E TECIDOS
Apesar dos fios e tecidos serem produzidos a partir de fibras têxteis, consti-
tuirão uma tipologia específica devido à diversidade de produtos confeccionados
e técnicas que os utilizam como material básico.
• Os fios e tecidos podem ser confeccionados com fibras:
- Naturais: extraídas da natureza, livres de transformações químicas, e be-
neficiadas pelo homem. Base Conceitual do Artesanato Brasileiro Programa do
Artesanato Brasileiro 21
- De origem animal: seda, lã, peles e couro de animais.
- De origem vegetal: algodão, linho, rami, cânhamo, juta, sisal, paineira,
coco, entre outros.
MADEIRA
Nesta tipologia serão considerados os produtos confeccionados com ma-
deira e seus derivados (MDF, aglomerados e compensados), compreendendo des-
de móveis e utilitários produzidos na marcenaria, objetos e adornos feitos com
madeiras torneadas e outros decorrentes das diversas técnicas existentes para
processamento da mesma, excetuando-se os papéis artesanais que constitui uma
tipologia específica.
METAIS
Entre os metais mais utilizados na produção artesanal encontram- -se cha-
pas de ferro galvanizado, folhas de zinco, folha de flandres, alumínio, estanho,
bronze, cobre e prata.
PAPEL
Apesar de o papel ser um emaranhado de fibras vegetais, será considera-
do como tipologia específica, devido à multiplicidade do seu uso na produção
artesanal. • Entende-se por trabalhos manuais, nesta tipologia, desde as folhas
de papel reciclado e artesanal, bem como os objetos em que predomina o papel
como matéria-prima, sejam papéis artesanais ou industrializados, em técnicas de
montagem, colagem, dobraduras e modelagem de papel marchê.
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PEDRAS
Enquadra-se nesta tipologia todo objeto resultante de intervenções artesa-
nais utilizando os mais diversos tipos de pedras existentes no Brasil.
SEMENTES, CASCA, RAIZES, FLORES E FOLHAS SECAS.
Nesta tipologia serão considerados os produtos confeccionados com pro-
dutos florestais não-madeireiros: sementes, cascas, raízes, flores e folhas secas.
VIDRO
O vidro é uma substância obtida através do resfriamento de uma massa
líquida a base de sílica. Em sua forma pura, vidro é um óxido metálico super res-
friado transparente e de elevada dureza. Sua manipulação só é possível enquanto
fundido (a 1550ºC), quente e maleável.
• No artesanato a produção predominante é resultante da reciclagem, em
que o vidro é derretido a uma temperatura de 850ºC, possibilitando a produção
de novos objetos e utensílios. Nos processos de reciclagem os cacos de vidro fun-
cionam como matéria-prima balanceada, pois economiza energia já que atinge o
ponto de fusão em temperatura menor que a massa a base de sílica.
ARGILA (BARRO)
Enquadram-se nesta tipologia toda espécie de objeto produzido com argi-
las, decorados ou não. A argila é caracterizada pela textura terrosa, de granulação
fina e que adquire plasticidade quando umedecida com água, rigidez após seca-
gem, e dureza após a queima em temperaturas elevadas (cerâmica). São formadas
essencialmente por silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. Dentre os
diversos tipos de argila, as mais utilizadas no artesanato são:
• Argilas de bola (Ball Clay): argilas muito plásticas, de cor azulada ou negra.
Sua grande plasticidade impede que seja trabalhada sozinha, fica pegajosa com a
água. É adicionada em massas cerâmicas para proporcionar maior plasticidade e
tenacidade à massa. Vitrifica aos 1300°C.
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FIOS E TECIDOS
• Químicos - são produzidos a partir de transformações químicas de mate-
riais e são divididos em artificiais e sintéticos.
• Artificiais - produzidas a partir da celulose, daí serem também conheci-
das por fibras celulósicas. As fibras artificiais mais conhecidas são viscose, o rayon,
acetato e triacetato.
• Sintéticas - São fibras obtidas através de síntese química a partir do pe-
tróleo, sendo as mais usuais: poliéster (tergal), polipropileno, a poliamida (nylon),
acrílica (dracon), elastano (lycra). Os fios podem ser linhas, cordões, cordas, mea-
das e tiras. São utilizados, entre outras técnicas, na tecelagem manual, nos borda-
dos, na confecção de rendas, no crochê, no tricô e no macramé. Os tecidos podem
ser artesanais e industriais. São empregados em diversas técnicas que utilizam a
costura artesanal como técnica básica, na confecção de roupas e acessórios, no
patchwork, como base para bordados, na confecção de bonecos, entre outros.
MATERIAIS SINTÉTICOS
Sua origem é industrial e, geralmente são materiais de baixo preço, com lar-
ga distribuição em todo o território nacional, principalmente nos meios urbanos.
As diferentes características dos materiais sintéticos são usadas para classificá-los:
os deformáveis termicamente são chamados termoplásticos, os resistentes ao ca-
lor são chamados termofixos e os materiais elásticos são chamados elastômeros.
•Ofatorpreço,emalgunscasos,temservidoparaasubstituiçãodematérias-
-primas naturais pelas sintéticas, mesmo na produção de artesanato tradicional.
• Nesta tipologia serão enquadrados os produtos em que predominam es-
ses materiais. Entre os mais conhecidos estão diversos tipos de espumas, resinas,
borrachas, isopor, plásticos, acrílico, fibras acrílicas, massa epóxi.
A seleção de matéria-prima se dá de forma que seja verificado a qualidade
do material e que satisfaça a necessidade do comprador no caso o artesão.
Verificação da procedência da matéria prima
A matéria prima quando comprada deverá estar com todas as informações
necessáriasparaqueocompradorpossasecomunicarnaocorrênciadealgumaava-
ria ao produto. Para isso sugere-se o SAC-Serviço de atendimento ao Consumidor
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RECICLAGEM DE MATERIAIS
Artesanatos de Reciclagem
É o resultado do trabalho produzido a partir da utilização de matéria-prima
que é reutilizada. A produção do artesanato de reciclagem contribui para a dimi-
nuição da extração de recursos naturais, além de desenvolver a conscientização
dos cidadãos a respeito do destino de materiais que se destinariam ao lixo.
Destino de materiais não aproveitados
Todos os resíduos que geramos devem ser destinados de forma correta a
fim de que sejam evitados os efeitos negativos que eles podem ter no meio am-
biente, como a poluição de rios e do solo, e mesmo na saúde das pessoas já que
podem ser responsáveis pela transmissão de diversas doenças. Mas você sabe
como são tratados estes resíduos?
Em primeiro lugar é essencial saber que os conhecidos e tão utilizados li-
xões são completamente errados. Eles são locais onde o lixo é simplesmente jo-
gado sem o menor cuidado com o meio ambiente e pior, adultos e até crianças
entram livremente, se arriscando a contrair uma série de doenças, para catar resí-
duos que possam ser reciclados.
Diversos Estados estão tomando providências para que seus municípios se
adequem encontrando outras formas de destinação para os resíduos, mas ainda
falta muito.
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No Brasil existe uma norma específica denominada NBR10004 que trata
dos critérios para a classificação dos resíduos de acordo com sua composição e ca-
racterísticas em duas classes: Classe 1, para resíduos considerados perigosos (que
podem oferecer algum risco para o meio ambiente ou para o homem), e Classe 2,
para resíduos não perigosos. É a partir desta classificação que se determina quais
as destinações adequadas para cada tipo de resíduo.
Aterro Controlado
O Aterro Controlado é um local onde os resíduos são descartados direta-
mente no solo (sem nenhuma impermeabilização), porém recebe certo controle
para minimizar seus impactos.
Aterro Sanitário
Geralmente denomina-se de aterro sanitário o local para onde são destina-
dos os resíduos urbanos provenientes do serviço de coleta municipal,
O solo do local onde será despejado o resíduo deve ser impermeabilizado
e são implantadas canaletas para coleta do chorume que será enviado para uma
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Também é feito o monitoramento do len-
çol freático e das emissões atmosféricas, podendo haver a captação dos gases
gerados no aterro para geração de energia.
Aterro Industrial
Possui o mesmo esquema básico do aterro sanitário, porém, para cá são
enviados os resíduos provenientes das indústrias. Dependendo do tipo de resíduo
eles necessitam de um pré-tratamento antes que sejam enterrados
Bioreatores
São chamados de biorreatores os aterros onde há uma aceleração induzida
do processo de decomposição dos resíduos através do controle do pH do solo,
da taxa de umidade da pilha de resíduos e, consequente, o aumento da atividade
bacteriana.
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DISCIPLINA 05
Higienização do ambiente
Para que todo processo na elaboração de produtos possam obter êxito faz-
-se necessário obter primeiramente uma boa higienização do ambiente.
Higienização é o conjunto de duas atividades: limpeza e desinfecção.
Limpeza: eliminação de substâncias visíveis não desejáveis (resíduos só-
lidos), como gordura, restos de alimentos, poeiras, restos de embalagens (papel,
plástico) e outras substâncias estranhas.
Desinfecção: redução dos microrganismos patogénicos ao mínimo possível.
Exemplo de equipamentos e utensílios que necessitam de desinfecção:
- Superfícies que entram em contato com as matérias-primas:
- Superfícies de trabalho (ex: bancadas, tábuas);
- Recipientes de exposição de matéria-prima;
- Utensílios de serviço (ex: pratos, talheres, espátulas, pinças, containers do ba-
nho-maria);
-Utensílios muito manipulados:
- Caixotes do lixo;
- Puxadores das portas, torneiras, interruptores, botões/comandos/manípulos (ex:
cavilhas do fogão);
Uma adequada e completa higienização inclui os seguintes passos:
1 - Pré-lavagem: raspar, varrer, sacudir ou retirar com ajuda de água;
2 - Limpar: usar água e detergente para remover resíduos de gordura e outras
sujidades;
3 - Enxaguar: aplicar água para remover o detergente aplicado;
4 - Desinfetar: usar um desinfetante para matar os microrganismos;
5 - Enxaguar: aplicar água para remover o desinfetante aplicado;
6 - Secar: deixar secar ao ar.
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No entanto, em determinadas situações, poderão existir equipamentos
que apenas necessitem de uma limpeza sem desinfecção. Isto depende do grau e
tipo de sujidade bem como da sua utilização
Os desinfetantes mais comuns são à base de:
1 - Quaternários de amónio;
2 - Iodo;
3 - Cloro.
PREPARO DO SANITIZANTE PARA A HIGIENIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS
ÁGUA CLORADA
INGREDIENTES:
- 10 LITROS DE ÁGUA
- 100 ML DE ÁGUA SANITÁRIA
MODO DE FAZER:
- COLOCAR A ÁGUA NO RECIPIENTE E MISTURAR A ÁGUA SANITÁRIA.
USO:
-BANHAR OU DEIXAR DE MOLHO OS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS.
MANTER O RECIPIENTE UTILIZADO PARA ARMAZENAR A ÁGUA CLORADA BEM FECHADO,
POIS O CLORO EVAPORA FACILMENTE.
Armazenamento de Produtos e Equipamentos de Higienização
No armazenamento dos produtos de higienização devem ser respeitadas
as seguintes regras:
1 - O local de armazenamento dos produtos e equipamentos de higienização deve
estar separado fisicamente de outras áreas alimentares e ser um espaço fechado
com acesso restrito. Caso não seja possível, deve existir uma separação evidente
entre os produtos e equipamentos de higienização e os alimentos;
2 - O local de armazenamento deve estar identificado como tal;
3 -Todos os derrames de produtos de higienização devem ser tratados de imediato
Algumas dicas para manter o ambiente em condições adequadas de higie-
ne são:
• Limpar equipamentos e utensílios logo após o uso.
• Limpar as superfícies usadas no preparo dos tingimentos e o piso.
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• Manter as áreas da cozinha livre de restos de alimentos.
• Conservar as latas de lixo tampadas, limpas e afastadas dos alimentos,
para evitar o acesso de insetos.
Verificação da Eficácia da Higienização
A eficácia dos procedimentos de higienização deve ser verificada e regis-
tada. Caso seja necessário, devem ser aplicadas ações corretivas. A verificação da
eficácia da higienização pode ser efetuada das seguintes formas:
• Inspeção visual: verificação da presença de sujidade, verificação da execução da
higienização, verificação da permanência de produtos de higienização nas super-
fícies dos equipamentos, verificação do tempo de higienização.
• Análises laboratoriais químicas: análises às superfícies dos equipamentos e uten-
sílios para verificar a presença/ausência de resíduos dos produtos de higienização.
Higienização de Equipamentos
Deve ser assegurado que todos os equipamentos são higienizados, enxa-
guados e, se necessário, desinfectados, após cada utilização, para garantir a segu-
rança dos produtos e manipulador.
Higienização do Artesão
Antes de efetuar qualquer atividade o artesão, aqui denominado de ma-
nipulador deverá antes de iniciar suas atividades, lava as mãos com sanitizantes.
HIGIENE DO MANIPULADOR
Para quem deseja trabalhar de forma higiênica, deve estar consciente de
que precisará adotar hábitos de higiene pessoal e comportamento cuidadoso no
ambiente de trabalho.
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Medidas a serem tomadas
• Manter os cabelos presos e limpos, com uso de touca ou lenço.
• As unhas bem cortadas, lixadas e sem esmaltes;
• Não fumar, comer ou beber durante o trabalho;
• Manter avental e gorro, sempre limpos e usá-los apenas no ambiente de
trabalho;
• Lavar as mãos antes e depois das refeições, sempre que for ao sanitário
e antes de manusear ou preparar alimentos (as mãos são os maiores
condutores de microrganismos);
• Não usar joias, bijuterias e outros objetos quando estiver usando algum
maquinário possível de corte;
• Proteger ferimentos nas mãos, provocados por corte ou arranhões;
• Usar roupas limpas, preferencialmente uniformes de cor clara e conser-
vadas.
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PREPARO DO SANITIZANTE PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
ÁLCOOL A 70º GL
INGREDIENTES:
1 LITRO DE ÁLCOOL 92º GL
230 ML DE ÁGUA
MODO DE FAZER:
- MISTURAR 1 LITRO DE ÁLCOOL 92º GL COM 230 ML DE ÁGUA.
USO:
- PULVERIZAR APÓS LAVAR AS MÃOS E ANTEBRAÇOS.
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DISCIPLINA 06
Preparação das escamas de peixe
Passo –a –passo.
1) Prepare o peixe neste caso a tainha, mas poderá ser traíra, Pirarucu, ca-
murupim entre outros.
2) Retire as nadadeiras para facilitar o manejo e descamação.
Foto: Retirada das nadadeiras
3) Retire as escamas, ou melhor, efetue a descamação. Poderá utilizar uma
faca, colher ou até mesmo um garfo como preferir. São utilizados esca-
madores industriais que facilitam o manejo.
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Foto: Descamação
4) Coloque no escorredor e lave em água corrente.
Foto: lavagem com agua corrente
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5) Observe que as escamas estão escuras.
Foto: Escamas lavadas
6) Prepare uma vasilha com água.
Foto: Preparação do material sabão, vasilha e agua sanitária.
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7) Coloque o sabão.
Foto: Colocação do sabão
8) Coloque a água sanitária.
Foto: Colocação da Agua Sanitária
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9) Misture bem.
Foto: Mistura do sabão e água sanitária
10)Agora coloque as escamas e deixe de molho de um dia para o outro.
Foto: Escama de molho
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11) Procure mexer sempre que lembrar para ajudar a limpar.
Foto: Escama de molho – mexer
12)Escorra e lave na água corrente.
Foto: lavagem das escamas
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13)Veja com ficou limpinha e escorra.
Foto: Escamas lavadas e escorridas
14)abra o filó.
Foto: Filó sendo aberto
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15)Numa vasilha coloque as escamas no filó.
Foto: Escama colocadas no filó
16)Agora vamos amarrar e colocar no varal.
Foto: preparo para amarrar as escamas
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17)Prenda nas pontas amarre e pendure na sombra.
Foto: Escamas amarradas e penduradas à sombra
18)Deixe escorrer e secar na sombra. Obs.: não pode pegar sol.
Foto: Escamas na sombra secando
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19)Depois de seca.
Foto: Escamas secas
20)Agora colocar na embalagem e usar como quiser.
Foto: Escamas embaladas prontas para o uso
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Tingimento das Escamas de Peixe
Você vai precisar de:
• Escama higienizada e lavada
• Folhas, flores, cascas de plantas.
• Sache de chá Mate, Camomila,etc...
• Anilina a base de álcool
• Álcool
• Vasilha plástica
• Coador
• Papel toalha
• Jornal
O Passo a Passo:
1) Escamas de molho
Foto: Verifique se ela está bem limpinha.
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2) Lave bem as escamas para retirar o sabão na água corrente.
Foto: Lavagem das escamas
3) Coloque para escorrer
Foto: Escama sendo escorrida
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Fazendo chás:
Foto: material para tingimento
6) Coloque a água para ferver, separe os saches dos chás que irá utilizar.
Chá da casca da cebola
1) Coloque as cascas da cebola numa vasilha e leve ao fogo até ferver. Deixe esfriar.
2) Coe numa vasilha.
Foto: Chá de cebola sendo coado
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7) Coloque a quantidade de escama que desejar.
Foto: Escamas sendo tingidas, pode ser com chá em sachê ou de cebola
1) Deixe as escamas de molho por mais ou menos 5 dias, Coloque numa
vasilha com tampa.
2) 5 dias depois.
Foto: Escamas Tingidas
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1. Coloque as escamas tingidas no papel toalha com um jornal por baixo e
deixe secar na sombra.
Foto: Escamas secando.
Depois de tingidas, secadas e embaladas, e só usar sua criatividade!
Obs.: Proceda da mesma maneira com os chás de sache. Cada chá é uma surpresa
no resultado final. Aqui se coloca algumas outras escamas de cores diferentes se-
cando na sombra!
Urucum: Coloque as sementes do Urucum numa vasilha, coloque o álcool e deixe
descansar por alguns dias. Quando for fazer o tingimento dilua em água e colo-
que as escamas. Deixe de molho por 5 dias ou mais. Obs.: o vidro laranja claro já
está diluído na água.
Foto: Urucum em dois tons
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Depois de seca fica com uma cor alaranjada de tom claro!
Foto: Escamas Tingidas
Foto: Escamas depois de seca.
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DISCIPLINAS 07/08
Confecção e Finalização de Produtos –Base escama de peixe
Como montar uma rosa de escama de Peixe
Material necessário:
1) Escamas
2)Pistola de cola quente
3)Bastão de cola
Obs.: são necessárias escamas já higienizadas e secas.
Observe que a escama tem um lado brilhoso e um lado fosco.Vamos come-
çar trabalhando com o lado brilhoso virado para dentro
1) Separe as escamas pequenas para o início da rosa.
2) separe sete escamas para começar; inicie com duas escamas finas
3) Dê uma leve enrolada na escama, para começar o botão.
4) Coloque a cola quente.
5) Cole a outra escama, uma de frente para outra encaixando para fazer o miolo
da rosa.
6) Agora cole as outras duas escamas colocando as duas primeiras no meio.
7) Observe que já vai formando o miolo da rosa.
8) Com o miolo pronto vamos colar as pétalas.
9) Cole as escamas desencontradas, sempre com o lado brilhoso para dentro.
10) Cole, vá colando contornando até atingir o tamanho desejado.
11) Veja que começo a usar as escamas maiores.
12) Continue colando até atingir o tamanho desejado.
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13) agora colamos as escamas viradas, ou seja, com o lado brilhoso para fora.
14) Coloque a cola na escama.
15) Cole a escama desse jeito.
16) agora intercalamos a escama virada para dentro.
Faça uma volta com a escama virada para dentro e outra volta com a mesma vira-
da para fora. Finalize com a escama para dentro.
Lustre de escama de peixe
1-selecionar as escamas
2-tres círculos de arame galvanizado de (p) (m) (g)
3-linha para revestir
4-linha mais grossa para acabamento
Modo de fazer
Com linha mais grossa separa em quatro partes iguais , e feito o ponto de macra-
mê simples nas quatro partes.
Queime as pontas da linha fazendo o acabamento da sustentação do abajur.
Intercale nas armações as escamas de peixe criando formas.
Tiara para cabelo
1. Tiara de ferro ou plástico
2. Linha de buriti , tecido estampado ou
3. fita de cetim
4. Escama de peixe
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ARTESÃO DE BIOJÓIAS
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Modo de fazer
Cubra a tiara com palha de buriti, tecido estampado ou fita de cetim para revestir,
faça flores de escamas de peixe e decore a tiara dando formas e usando sua cria-
tividade.
Brinco em Escama
1-alicate de bijuteria
2-anzol de brinco
3-elo de para brinco
4-fio encerado
5- escama de peixe
Modo de fazer
Tire o comprimento do brinco no fio e dobre ao meio o barbante
Coloque o elo no meio do fio e aperte com alicate e prenda no elo o anzol e aperte
com alicate .feito isso coloque uma semente e de um no para ficar firme, em segui-
da coloque a escama de peixe.
E para finalizar coloque sementes e faça um nó para arrematar.
Chaveiro
1-gancho para chaveio
2-alicate para bijuteria
3-escamas de peixe
4-barbante
5- sementes
Modo de fazer
Pintando as escamas de peixe com figuras da região , criando formatos de peixe,
furando e colocando barbante ou fio encerado ,e intercalando as sementes com
ponto de macramê.
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DISCIPLINA 09
Legislações, portarias federais e estaduais; Instruções Normativas
NORMA REGULAMENTADORA
NR 17 – ERGONOMIA
O QUE É ERGONOMIA ?
Ergonomia designa o conjunto de disciplinas que estuda a organização do
trabalho no qual existe interações entre seres humanos e máquinas. O principal
objetivo da ergonomia é desenvolver e aplicar técnicas de adaptação do homem
ao seu trabalho e formas eficientes e seguras de desempenhá-lo visando a otimi-
zação do bem-estar e, consequentemente, aumento da produtividade
Segue abaixo Publicação - Norma Regulamentadora
Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78
Atualizações/Alterações D.O.U. Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de
1990 26/11/90
Portaria SIT n.º 08, de 30 de março de 2007 02/04/07
Portaria SIT n.º 09, de 30 de março de 2007 02/04/07
Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007 26/06/07 (Redação dada pela Portaria MTPS
n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990)
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam
a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos tra-
balhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e de-
sempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condi-
ções ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
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17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psico-
fisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica
do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho,
conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para
acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem
fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo
do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser
executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguin-
tes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador
e à natureza da função exercida; b) características de pouca ou nenhuma confor-
mação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma
levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a
partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés,
que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem
ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por
todos os trabalhadores durante as pausas.
Em 22 de outubro de 2015 os Artesãos receberam uma grande conquista
que foi a regulamentação da profissão de Artesão que antes eram excluídos da
sociedade sem receber direitos trabalhistas como qualquer cidadão que trabalha
e que por meio da arte ganha o seu sustento.
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 13.180, DE 22 DE OUTUBRO DE 2015.
Dispõe sobre a profissão de artesão e dá
outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-
creta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o
Artesão é toda pessoa física que desempenha suas atividades profis-
sionais de forma individual, associada ou cooperativada.
Parágrafo único. A profissão de artesão presume o exercício de atividade
predominantemente manual, que pode contar com o auxílio de ferramentas e ou-
tros equipamentos, desde que visem a assegurar qualidade, segurança e, quando
couber, observância às normas oficiais aplicáveis ao produto.
Art. 2o
O artesanato será objeto de política específica no âmbito da União,
que terá como diretrizes básicas:
I - a valorização da identidade e cultura nacionais;
II - a destinação de linha de crédito especial para o financiamento da co-
mercialização da produção artesanal e para a aquisição de matéria-prima e de
equipamentos imprescindíveis ao trabalho artesanal;
III - a integração da atividade artesanal com outros setores e programas de
desenvolvimento econômico e social;
IV - a qualificação permanente dos artesãos e o estímulo ao aperfeiçoa-
mento dos métodos e processos de produção;
V - o apoio comercial, com identificação de novos mercados em âmbito local,
nacional e internacional;
VI - a certificação da qualidade do artesanato, agregando valor aos produ-
tos e às técnicas artesanais;
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VII - a divulgação do artesanato.
Art. 3o
O artesão será identificado pela Carteira Nacional do Artesão, válida
em todo o território nacional por, no mínimo, um ano, a qual somente será reno-
vada com a comprovação das contribuições sociais vertidas para a Previdência
Social, na forma do regulamento.
Art. 4o
O Poder Executivo é autorizado a criar a Escola Técnica Federal do
Artesanato, dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de programas de for-
mação do artesão.
Art. 5o
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de outubro de 2015; 194o
da Independência e 127o
da República.
DILMA ROUSSEFF
Miguel Rossetto
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DISCIPLINA 10
Divulgação dos produtos elaborados
Divulgar um produto é uma etapa crucial para ter sucesso no empreendi-
mento. Afinal, os clientes irão entrar na loja ou contratar a o serviço da empresa
apenas se souber que ela existe, correto? Por isso a etapa‘divulgação’ deve cons-
tar no seu plano de negócios, colocando valores para isso no capital inicial do em-
preendimento. Seja por meio de Panfletagem, vendas de porta- em- porta; cria-
ção de sites ou até em redes sociais , divulgação do produto é a arma do negócio.
Tendências e mercado;
As tendências são descritas como movimentos nos preços de mercado, que
se sustentam por certo período (em curto prazo ou em longo prazo) e o mercado,
não é estático, aliás, é muito dinâmico e há de se estar atento a ele para ir se adap-
tando na medida em que os primeiros sinais de mudanças surgem. Todo aquele
que não se adequou ao mercado, fechou, já que ele é instável e muda de direção
tal qual um bando de aves. Com isso, a tendência de mercado nada mais é do que
as linhas de produtos e serviços que poderão ser produzidos em decorrência da
procura dos consumidores e a tendência de mercado também pode ser impostas
através da mídia ou de um modismo eventual, mostrada ao grande público e que
demonstre ter aceitação do mercado.
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Custos e receitas
Receita- É a renda que a empresa obtém pelas vendas de mercadorias e produtos,
pela prestação de serviços etc. (quer receba os valores a vista ou não);
Custo - É o gasto relativo à aquisição ou produção de um bem de venda ou de uso
ou, ainda, o gasto diretamente relacionado com a prestação de determinado ser-
viço. Por exemplo: para que uma empresa comercial venda uma mercadoria, ela
primeiramente adquire essa mercadoria. O gasto com a aquisição da mercadoria
comercializada é classificado como“custo da mercadoria vendida”(ainda que, ini-
cialmente, a mercadoria adquirida seja registrada em conta de Estoques).
Para que uma empresa industrial fabrique determinado produto, ela pri-
meiramente adquire a respectiva matéria-prima. Essa matéria-prima, quando con-
sumida (utilizada no processo de produção), representará um custo com a elabo-
ração do produto e, assim, comporá o valor deste;
Despesa É o gasto com as demais “utilidades”, ou seja, os gastos com as vendas
(comissões pagas a vendedores), com a administração da empresa (aluguel, água,
luz, telefone), com os juros de empréstimos bancários (despesas financeiras) etc.
Cabe observar que custo e despesa têm, na prática, o mesmo significado (gasto).
Fontes de Financiamento:
Existem várias linhas de financiamentos sejam bancos tais como : Banco
do Nordeste e Banco do Brasil .Através do Ministério da Pesca e Aquicultura hoje
extinto foi lançado O Plano safra da Pesca e aquicultura 2015/2016 .Assim, os Ar-
tesãos poderão obter linhas de créditos com juros abaixo do mercado. Para que
tenham acesso ao PRONAF terá que ter em mãos a DAP- Declaração de Aptidão
ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e RGP - e Registro
Geral da Atividade Pesqueira- RGP(se pescador) e documento de identificação.
Linhas de Financiamento Pronaf :
• Pronaf Agroecologia
• Pronaf Agroindústria
• Pronaf Cotas-partes
• Pronaf Custeio
• Pronaf Custeio de Agroindústria Familiar
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• Pronaf Eco
• Pronaf Jovem
• Pronaf Mais Alimentos
• Pronaf Microcrédito Produtivo Rural
• Pronaf Mulher
• Produtivo Orientado Pronaf Semiárido
DAP – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PROGRAMA NACIONAL DE
FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR
É o instrumento usado para identificar e qualificar as pescadoras, os pes-
cadores, as aquiculturas e os aqui cultores, as Unidades Familiares de Produção
Rural e suas formas associativas organizadas em pessoas jurídicas, a operarem o
crédito rural ao amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar – Pronaf .
É um documento voluntário e declaratório. Parte, portanto, da vontade
da(s) representante(s) e do(s) representante(s) das Unidades Familiares de Produ-
ção Rural - UFPR. A partir da DAP, a UFPR tem a possibilidade de acessar às inú-
meras políticas públicas e/ou ser beneficiária de ações governamentais dirigidas.
Para ter acesso à DAP, as pescadoras, os pescadores, as aquiculturas e os aqui cul-
tores devem ter obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção
normal, que antecedem a solicitação da DAP, de até R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais), considerando nesse limite a soma de 100% (cem por cento) do
Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor da receita recebida de entidade in-
tegradora e das demais rendas provenientes de atividades desenvolvidas no esta-
belecimento e fora dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos os
benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.
As DAPs poderão ser emitidas pelas entidades credenciadas, as Superintendên-
cias Federais de Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura, Empre-
sas de AssistênciaTécnica e Extensão Rural - EMATERs, Confederação Nacional dos
Pescadores e suas Federações Estaduais, por meio de suas unidades operacionais
– as Colônias de Pescadores a elas formalmente filiados; e os Institutos de Pesca
Estaduais, por meio de suas unidades operacionais – seus escritórios regionais e
locais; dentre outras.
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Apostila-ARTESÃO-DE-BIOJOIAS utilizando escamas de peixes
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  • 1. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS Fortaleza – CE 2016 AUTORES: Antônio Diogo Lustosa Neto Ricardo Nogueira Campos Ferreira João Henrique Cavalcante Bezerra Cássia Rosane Silveira Pinto Marcus Borges Leite Carlos Henrique Profírio Marques Gabriel de Mesquita Facundo Jamile Mota da Costa 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 1 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 1 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 2. Reitor José Jackson Coelho Sampaio Vice Reitor Hidelbrando dos Santos Sores Pró-Reitora de Extensão Claudina Nogueira de Alencar Pró-Reitor de Administração Carlos Heitor Sales Lima Diretor da UNEP José Nelson Arruda Filho Coordenador Geral Pronatec Plácido Aderaldo Castelo Neto Coordenador Pronatec Pesca Fábio Perdigão Vasconcelos Coordenador Pronatec Campo Antônio Amaury Oriá Fernandes Coordenadora Pedagógica Maria das Dores Alves Souza Coordenadores Adjuntos Antônio Cruz Vasques Luiz Carlos Mendes Dodt Antônio Diogo Lustosa Neto Ricardo Nogueira Campos Ferreira Articuladora Institucional Rejane Gomes Léa Ramos Secretária Geral Marilde Silva Jorge Assessor Jurídico Thiago Barbosa Brito FUNECE-CE REALIZAÇÃO: PRONATEC / UECE APOIO: EXECUÇÃO: 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 2 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 2 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 3. A UECE E O PRONATEC José Jackson Coelho Sampaio Reitor da UECE A lógica de uma grande política pública de educação profissional foi testada no Ceará, por Ariosto Holanda, na raiz do sistema CVT/CENTEC. Essa lógica ganhou outros estados e o Brasil, pela construção do PRONATEC, pelo Ministério da Educação-MEC, em seus três eixos: disciplinas técnicas e tecnológicas a serem incorporadas como optativas no histórico escolar de alunos do Ensino Médio; cursos técnicos e tecnológicos, para for- mação inicial e continuada, em modalidade extensionista; e cursos profissionais comple- tos de Ensino Médio. A UECE, desde sua criação em 1975, incorpora em sua grade a oferta de cursos técnicos de nível médio, na área da saúde, como Técnico de Enfermagem, seguido pos- teriormente do Técnico em Segurança do Trabalho. Há 10 anos criamos a Unidade de Educação Profissional-UNEP, assumindo a complexidade que essa modalidade de ensino oferece, além de sua extraordinária capacidade de inclusão social. A existência da UNEP nos habilitou a obter o direito de sermos ofertantes do PRONATEC, quando a oportuni- dade surgiu. Somos a segunda universidade pública estadual do Brasil, a primeira foi a Univer- sidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES, a poder oferecer a modalidade da forma- ção inicial e continuada, e isto nos orgulha. Sobretudo, por termos obtido o direito em meio à crise político-econômica que vem afetando a capacidade de investir do poder público, em seus níveis federal, estadual e municipal. A UECE oferta 1.600 do PRONATEC em 41 municípios, sendo 1.460 vagas do PRO- NATEC Pesca e 140 vagas do PRONATEC Campo para somar-se ao Sistema“S”, à Secretaria Estadual de Educação-SEDUC, ao Instituto Federal do Ceará-IFCE e ao Instituto CENTEC, no esforço de qualificar o poder de trabalho, a criatividade e o empreendedorismo dos cearenses, a fim de que uma sociedade talentosa e melhor informada supere as crises político-econômicas e nossa árdua natureza semiárida. Há também um grande esforço institucional, devido às condições de oferta, em tão pouco tempo, na transição 2015/16, que, esperamos, geste resposta solidária, positi- va, efetivamente parceira, dos municípios, dos professores e dos alunos. Sigamos, pois o caminho é belo e uma boa luz nos orienta: Lumen ad Viam! 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 3 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 3 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 4. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 4 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 4 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 5. APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................................................9 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................................................................10 O QUE É O PRONATEC? ................................................................................................................................................11 A QUEM SE DESTINA OS CURSOS?...........................................................................................................................12 UECE- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ .....................................................................................................13 INSTRUÇÕES PARA USO DESTE MATERIAL E MELHOR APROVEITAMENTO DO CURSO DE ARTESA- NATO EM BIOJÓIAS ........................................................................................................................................................14 DISCIPLINA 01- HISTÓRIA DA ARTE MUNDIAL E REGIONAL DISCIPLINA 02 - PRINCIPAIS ESPÉCIES CULTIVADAS NA AQUICULTURA BRASILEIRA – CONTINEN- TAL E MARINHA................................................................................................................................................................26 DISCIPLINA 03 - CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICA DOS PEIXES ..............................................................29 DISCIPLINA 04 - RECICLAGEM DE MATERIAIS......................................................................................................39 DISCIPLINA 05 - HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE..................................................................................................41 DISCIPLINA 06 - PREPARAÇÃO DAS ESCAMAS DE PEIXE ...............................................................................46 DISCIPLINAS 07/08 - CONFECÇÃO E FINALIZAÇÃO – BASE ESCAMA DE PEIXE ....................................62 DISCIPLINA 09 - A LEGISLAÇÃO , PORTARIAS FEDERAIS E ESTADUAIS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS ..65 DISCIPLINA 10 - DIVULGAÇÃO DOS PRODUTOS ELABORADOS.................................................................69 SUMÁRIO 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 5 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 5 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 6. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 6 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 6 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 7. ARTESÃO DE BIOJÓIAS 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 7 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 7 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 8. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 8 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 8 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 9. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 9 Apresentação O curso voltado para formar o Artesão de Biojóias visa trabalhar as com- petências básicas, específicas e de gestão necessárias à realização, com pró-ati- vidade, autonomia, segurança e qualidade, das atividades inerentes ao exercício da profissão de Artesão de Biojóias. Tais atividades dizem respeito criar e confec- cionar produtos artesanais utilizando-se de vários tipos de matérias primas, tais como: Escamas de peixe, fibras, madeira, pedras, sementes, cascas, tecidos, me- tais, látex dentre outros. Para tanto, utilizar-se de várias técnicas de tratamento, preparação e transformação das matérias primas utilizadas. Bem como, finalizar seus produtos de modo que os mesmos retratem a cultura local, identifiquem seu autor e reutilizem produtos que antes poderiam ser descartados na natureza. A Biojóias é um adorno produzido a partir de materiais vindos da natureza, tais como, escamas de diversos tipos de peixes, sementes, fibras naturais, casca do coco, frutos secos, conchas, ossos, penas, dentre outros. Tais materiais são ex- traídos da natureza sem causar quaisquer prejuízos à mesma, ou seja, a busca de matérias-primas é feita de forma sustentável: não agride o meio ambiente e nem o meio social, e possibilita a produção de peças que sejam viáveis para comercia- lização. Ainda, as Biojóias se caracterizam pela valorização da cultura brasileira, pois se identificam e resgatam elementos da história, crenças, valores e tradições do povo brasileiro, considerando aspectos regionais. Na produção de Biojóias há o predomínio da utilização de materiais de ori- gem natural. A união destes elementos com outros materiais tais como arames, aço e ferro são reconhecidos como“joias naturais”. Trata-se, portanto, de criações artísticas tipicamente brasileiras, que aproveitam a riqueza de cores, texturas e formas da flora brasileira para criação de peças com valor agregado, promovendo a sustentabilidade e valorização cultural. As Biojóias são produzidas por artesãos que valorizam a cultura e a diversi- dade regional para a elaboração criativa de diferentes tipos de peças como cola- res, brincos e anéis. Bem como, arranjos para decoração tais como flores, luminá- rias em escama entre outras. O mercado de biojóias é um mercado em expansão e com potencial de exportação. A beleza e originalidade das biojóias, bem como a vertente da sustentabilidade aliada ao desenvolvimento dos produtos, atraem consumidores, fazendo crescer a demanda por sua comercialização. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 9 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 9 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 10. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 10 A programação deve abranger todas as principais competências da ocu- pação possibilitando que o participante conjugue conhecimento e prática, mas respeitar os limites de profundidade de conteúdo, uma vez que se trata de qualifi- cação básica, que abre caminhos para ofertas formativas complementares. Objetivo Geral O Curso de Formação Inicial e Continuada - FIC em Artesão de Biojóias, na moda- lidade presencial, tem como objetivo geral: ü Realizar processos de transformação e construção de peças artesanais utilizando escamas, sementes e outras matérias-primas da natureza, de acordo com normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. Os objetivos específicos do curso compreendem: 1. Esboçar sobre a difusão do artesanato mundial e regional 2. Identificar as principais espécies cultivadas 3. Estudar a morfologia dos pescados, mariscos e ostras. 4. Adquirir matéria prima utilizando os meios e recursos indicados seguin- do as recomendações técnicas 5. Preparar local 6. Preparar matéria prima, utilizando recursos indicados no plano instru- cional, de acordo com recomendações técnicas. 7. Confeccionar produtos artesanais, utilizando recursos indicados no pla- no instrucional, de acordo com recomendações técnicas. 8. Finalizar produtos artesanais, utilizando recursos indicados no plano instrucional, de acordo com recomendações técnicas. 9. Discorrer sobre as leis referentes à atividade utilizando meios indicados no plano instrucional e de acordo com as competências recomendadas 10. Apresentar os produtos de fabricação 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 10 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 10 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 11. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 11 O que é o PRONATEC? O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo Federal, em 2011, por meio da Lei 11.513/2011, com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país, além de contribuir para a melhoria da qualida- de do ensino médio público. O Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais e de formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda. Os cursos, financiados pelo Governo Federal, são ofertados de forma gra- tuita por instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tec- nológica e das redes estaduais, distritais e municipais de educação profissional e tecnológica. Também são ofertantes as instituições do Sistema S, como o SENAI, SENAT, SENAC e SENAR. A Partir de 2013, as instituições privadas, devidamente habilitadas pelo Ministério da Educação, também passaram a ser ofertantes dos cursos do Programa. De 2011 a 2014, por meio do Pronatec, foram realizadas mais de 8 milhões de matrículas, entre cursos técnicos e de formação inicial e continuada. Objetivos do Pronatec: • Expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional presencial e a distância; • Construir, reformar e ampliar as escolas que ofertam educação profissio- nal e tecnológica nas redes estaduais; • Aumentar as oportunidades educacionais aos trabalhadores por meio de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; • Aumentar a quantidade de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de educação profissional e tecnológica; melhorar a qualidade do ensino médio. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 11 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 11 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 12. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 12 A quem se destina os Cursos? • Estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos; • Trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquiculto- res, extrativistas e pescadores; • Beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de trans- parência de renda; • Pessoas com deficiência, e. • Povos indígenas, comunidades quilombolas e adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. Cursos Oferecidos pela UECE e carga horária Carga horária: 160 horas ü MARISQUEIRO ü PISCICULTOR ü CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA ü ARTESÃO DE BIOJOIAS ü AQUICULTURA Carga horária: 200horas 01 - CRIADOR DE PEIXE EM VIVEIRO ESCAVADO 02 – CRIADOR DE PEIXE EM TANQUE REDE 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 12 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 12 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 13. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 13 UECE- Universidade Estadual do Ceará A história da UECE – Universidade Estadual do Ceará começa com a Lei nº 9.753, de 18 de outubro de 1973, que autorizou o Poder Executivo cearense a instituir a Fundação Educacional do Estado do Ceará – FUNEDUCE, cuja primeira presidente foi a Prof.ª Antonieta Cals de Oliveira. Com a Resolução nº 02, de 05 de março de 1975, do Conselho Diretor da FUNEDUCE, referendada pelo Decreto nº 11.233,de10demarçode1975,foicriadaaUniversidadeEstadualdoCeará-UECE, fruto da junção da Escola de Enfermagem São Vicente de Paula (1943), Faculdade de Filosofia do Ceará (1950), Escola de Serviço Social de Fortaleza (1953), Escola de Administração do Ceará (1961), Faculdade de Veterinária do Ceará (1963), Fa- culdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (1968) e Televisão Educativa do Ceará – Canal 5. Assim, ao consolidarem-se como universidade, a aqueles primeiros cur- sos de graduação, outros foram gradualmente criados e somados. Em 1977, o De- creto nº 79.172 de 26 de janeiro de 1977 assinado pelo Presidente da República, concedeu reconhecimento à Universidade Estadual do Ceará, com sede na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Posteriormente, a Lei nº 10.262, de 18 de março de 1979, autorizou a transformação da Fundação Educacional do Estado do Ceará – FUNEDUCE, em Fundação Universidade Estadual do Ceará – FUNECE. O primeiro Reitor designado para a UECE foi o Prof. Antônio Martins Filho, que, com sua experiência de criador da Universidade Federal do Ceará – UFC se responsabilizou pelos destinos da Instituição de 1975 a 1977, tendo como Vice- -Reitor o Prof. Danísio Dalton da Rocha Correa, ambos nomeados pro tempore. Graças ao prestígio e ao empenho do Reitor junto às autoridades estaduais e fe- derais, a nova universidade foi implementada e reconhecida, configurada em cen- tros como se segue: Ciências Sociais Aplicadas – CESA (com os cursos de Adminis- tração, Serviço Social, Pedagogia e Ciências Contábeis), Ciências da Saúde – CCS (reunindo as graduações em Enfermagem e Nutrição), Ciências Agrárias (Medicina Veterinária), Ciências Tecnológicas – CCT (com os cursos de Geografia, Ciências da Computação, Matemática, Física e Química) e Ciências Humanas – CH (reunindo os cursos de Letras, Filosofia, História, Música e de Estudos Sociais). Missão Institucional Produzir e disseminar conhecimentos e formar profissionais para atender as demandas do mercado de trabalho e promover o desenvolvimento sustentável cearense, bem como para promover a qualidade de vida dos cidadãos no contex- to social no qual estão inseridos. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 13 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 13 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 14. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 14 Visão de Futuro Ser uma Universidade de projeção nacional e internacional pela excelência do ensino, da produção científica e da contribuição efetiva ao desenvolvimento do Ceará. Instruções para uso deste material e melhor aproveitamento do Curso de Artesanato em Biojóias ü Participe integralmente de todas as atividades e exercícios. ü Comprometa-se com todas as atividades, fazendo as tarefas propostas e con- tribuindo com exemplos e opiniões. ü Pergunte à vontade! O instrutor estará à sua disposição para tirar dúvidas e esclarece questões em aberto. ü Se, ao ler um texto, ficar com dúvida sobre o significado de alguma palavra, pesquise-a no dicionário ou solicite auxílio ao instrutor ele estará pronto a lhe ajudar. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 14 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 14 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 15. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 15 DISCIPLINA 01 História da arte mundial e regional A história da arte é a história de qualquer atividade ou produto realizado pelo Homem com propósito estético ou comunicativo, enquanto expressão de ideias, emoções ou formas de ver o mundo. Ao longo do tempo, as artes visu- ais têm sido classificadas de várias formas diferentes, desde a distinção medieval entre as artes liberais e as artes mecânicas, até à distinção moderna entre belas artes e artes aplicadas, ou às várias definições contemporâneas, que definem arte como a manifestação da criatividade humana. O alargamento da lista das princi- pais artes durante o século XX definiu nove: arquitetura, dança, escultura, música, pintura, poesia (aqui definida em sentido lato como forma de literatura com um propósito ou função estética, o que inclui também o teatro e a narrativa literária), o cinema, a fotografia e a banda desenhada. Quando considerada a sobreposição de termos entre as artes plásticas e as artes visuais, inclui-se também o design e as artes gráficas. Para além das formas tradicionais de expressão artística, como a moda ou a gastronomia, estão a ser considerados como arte novos meios de expressão, como o vídeo, arte digital, desempenho, a publicidade, a animação, a televisão e os jogos de computador. A “história da arte” é uma ciência multidisciplinar que procura estudar de modo objetivo a arte através do tempo, classificando as diferentes formas de cul- tura, estabelecendo a sua periodização e salientando as características artísticas distintivas e influentes. O estudo da história da arte teve início durante o Renas- cimento, ainda que limitado à produção artística da civilização ocidental. No en- tanto, ao longo do tempo foi-se impondo uma visão alargada da história artística, procurando-se compreender e analisar a produção artística de todas as civiliza- ções sob a perspectiva dos seus próprios valores culturais. Hoje em dia, a arte desfruta de uma ampla rede de estudo, difusão e preser- vação de todo o legado artístico da humanidade ao longo da História. Durante o século XX assistiu-se à proliferação de instituições, fundações, museus, e galerias, tanto no setor público como privado, dedicados à análise e catalogação de obras de arte e exposições destinadas ao público em geral. A evolução dos média foi crucial para o desenvolvimento e difusão da arte. Os eventos internacionais, como as bienais de Veneza ou de São Paulo contribuíram bastante para a formação 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 15 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 15 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 16. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 16 de novos estilos e tendências. Os prémios, como o Prémio Turner, o Prémio Wolf de Artes, o Prémio Pritzker de arquitetura, prêmio de fotografia ou os Óscares do cinema promovem também as melhoras obras criativas a nível internacional. As instituições como a UNESCO, através da criação de listas do Património Mundial, apoiam também a conservação dos mais significativos monumentos mundiais. Os primeiros artefatos tangíveis que podem ser considerados arte apare- cem na Idade da Pedra (superior Mesolítico e neolítico). Durante o Paleolítico (25 000-8000 A.C.) o Homem era ainda caçador-coletor, habitando cavernas que vi- riam a ser os primeiros suportes de arte rupestre.] Após o período de transição do Mesolítico, é durante o Neolítico (6000-3000 a.C.) que o Homem se sedentariza e inicia a prática da agricultura. À medida que as sociedades se tornam cada vez mais complexas e a religião ganha importância, tem início a produção de artesa- nato. Durante a Idade do Bronze(c. 3000-1000 a.C.), têm início as primeiras civili- zações proto-históricas. As primeiras manifestações artísticas durante o Paleolítico dão-se por volta de 25.000 a.C., Os primeiros vestígios de objetos produzidos pelo Homem foram encontrados na África meridional, no Mediterrâneo ocidental, na Europa Central e de Leste (no mar Adriático), na Sibéria (Lago Baical), Índia e Austrália. Estes primei- ros vestígios são geralmente ferramentas em pedra (sílex e obsidiana), madeira ou osso. Na pintura era usado óxido de ferro para obter vermelho, dióxido de man- ganês para obter preto. A arte deste período que sobreviveu até aos nossos dias é composta, sobretudo por pequenos detalhes em pedra e osso ou arte rupestre, esta última forma presente, sobretudo na região cantábrica e no sudoeste de Fran- ça, como nas cavernas de Altamira ou Lascaux. As pinturas são de carácter fun- damentalmente religioso e mágico ou representações naturalistas de animais. Os trabalhos de escultura são representados pelas estatuetas de vénus como a Vénus de Willendorf, figuras femininas provavelmente usadas em cultos de fertilidade. A Arte Antiga Arte antiga, ou arte da antiguidade, designa as criações artísticas do pri- meiro período da História que se inicia com a invenção da escrita, e durante o qual aparecem as primeiras grandes cidades nas margens dos rios Nilo, Tigre, Eufrates, Indo e Amarelo e se destacam as grandes civilizações do Médio Oriente (Egípcia e Mesopotâmica). Ao contrário de períodos anteriores, as manifestações artísticas ocorreram em todas as culturas de todos os continentes. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 16 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 16 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 17. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 17 Um dos maiores progressos deste período foi a invenção da escrita, criada, sobretudo a partir da necessidade de manter registos de natureza económica e comercial. É no Antigo Egito que surge uma das primeiras grandes civilizações, com obras de arte elaboradas e complexas, e durante a qual ocorre a especialização profissional do artista. A arte egípcia era intensamente religiosa e simbólica, com uma estrutura de poder centralizada e hierárquica, e na qual se deva especial im- portância ao conceito religioso de imortalidade, sobretudo do faraó, para o qual se erguiam monumentos colossais. A arte egípcia abrange o período entre 3000 a.C e a conquista do Egito por Alexandre, o Grande. No entanto, a sua influência perdurou até à arte copta e bizantina. A Arte Moderna A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor cultural na Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e do universo, no sistema do humanismo. As novas descobertas geográficas leva- ram a civilização europeia a se expandir para todos os continentes, e através da in- venção da imprensa a cultura se universalizou. Sua arte foi inspirada basicamente na arte clássica greco-romana e na observação científica da natureza. Entre seus expoentes estão Filippo Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Bramante, Donatello, Leonardo da Vinci, Dante Alighieri, Petrarca, Rafael, Dürer, Palestrina e Lassus. Sua continuação produziu o Maneirismo, com a emergência de um maior individua- lismo e um senso de drama e extravagância, proliferando em inúmeras escolas regionais. Também foi importante nesta fase a disputa entre protestantes e cató- licos contra-reformistas, com repercussões na arte sacra. Shakespeare, Cervantes, Camões, Andrea Palladio, Parmigianino, Monteverdi, El Greco e Michelangelo são alguns de seus representantes mais notórios. No período barroco fortaleceram-se os Estados nacionais, dando origem ao absolutismo. Como reflexo disso a arte se torna suntuosa e grandiloquente, privilegiando os contrastes acentuados, o senso de drama e o movimento. Firmam-se grandes escolas em vários países, como na Itália, França, Espanha e Alemanha. São nomes fundamentais do período Góngo- ra, Vieira, Molière, Donne, Bernini, Bach, Haendel, Lully, Pozzo, Borromini, Caravag- gio, Rubens, Poussin, Lorrain, Rembrandt, Ribera, Zurbarán, Velázquez, entre uma multidão de outros. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 17 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 17 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 18. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 18 Arte Contemporânea Entre meados do século XIX e o início do século XX se lançaram as bases da sociedade contemporânea, marcada no terreno político pelo fim do absolutismo e a instauração dos governos democráticos. No campo econômico, marcaram esta fase a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo, que tiveram respostas nas doutrinas de esquerda como o marxismo, e nas lutas de classes. Na arte o que tipifica o período é a multiplicação de correntes grandemente diferenciadas. Até o fim do século XIX surgiram, por exemplo, o realismo, o impressionismo, o. O século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das antigas bases da arte, propondo-se a criar um novo paradigma de cultura e socie- dade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até meados do século as vanguardas foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se sucedem cada vez com maior rapidez, chegando aos dias de hoje a um estado de total pulveri- zação dos estilos e estéticas, que convivem, dialogam, se influenciam e se enfren- tam mutuamente. Também surgiu uma tendência de solicitar a participação do público no processo de criação, e incorporar ao domínio artístico uma variedade de temas, estilos, práticas e tecnologias antes desconhecidas. A Arte Regional 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 18 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 18 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 19. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 19 A cultura cearense é de base essencialmente europeia e ameríndia, com algumas influências afro-brasileiras, assim como em todo o sertão nordestino. Quando da introdução da cultura portuguesa no Ceará, ao longo do século XVII, os índios já produziam um diversificado artesanato a partir de vegetais como o cipó e a carnaúba, bem como dominavam técnicas primitivas de tecelagem do algodão, inclusive tingindo os tecidos de vermelho com a casca da aroeira. Com a colonização, diversas técnicas europeias se somaram a essa base cultural, forman- do uma arte popular que viria a ser renomada nacional e internacionalmente. Com origens portuguesas e relevante influência indígena, têm destaque a produção de redes com os mais diversos bordados e formas e intrincadas rendas feitas em bilros, talvez o maior destaque da produção artesanal cearense, sendo uma arte tradicional no Ceará desde, pelo menos, o século XVIII . As rendas e os labirintos possuem maior destaque nas imediações do litoral, enquanto o interior se destaca mais pelos bordados. Ademais, o artesanato feito em madeira e barro se destaca bastante, com produção de esculturas humanas, representando tipos da região; quadros talha- dos em madeira - muitos com temática religiosa, vasos adornados, etc. Outro im- portante item do artesanato cearense são as garrafas de areias coloridas, onde são reproduzidas, manualmente, paisagens e temáticas diversas. São ainda en- contrados, em diversas cidades - em especial Massapê, Russas, Aracati, Sobral e Camocim, dentre outras, cestarias, chapéus e trançados com variadas formas e desenhos feitos da palha da carnaúba, do bambu e do cipó. Por fim, como conse- quência natural de uma economia que, durante séculos, foi essencialmente pecu- 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 19 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 19 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 20. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 20 arista, o couro é trabalhado artesanalmente, em especial, para a produção de cha- péus e outras peças da roupa de vaqueiros, assim como de móveis e esculturas. Os principais destaques no artesanato coureiro são Morada Nova, Juazeiro do Norte, Crato, Jaguaribe e Assaré. Em diversas áreas do interior cearense, os cordéis, assim como os repentis- tas e poetas populares, especialistas no improviso de rimas, ainda estão presentes e ativos, seguindo uma tradição que remonta aos trovadores e poetas populares da Idade Média lusitana. Outra forte influência portuguesa se encontra na grande importância das festas religiosas nas cidades de todo o interior, particularmente as festas de padroeiro, que estão entre as principais festividades da cultura cea- rense, abarcando não só cerimônias religiosas, mas também danças, músicas e outras formas de entretenimento, numa complexa mistura de aspectos sagrados e profanos. Destaca-se a Festa de Santo Antônio em Barbalha, famosa pelo pau da bandeira e comemorada nessa forma há 78 anos. A seguir definiremos o termo artesão. Artesanato O Artesanato é definido como o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular ou folclore. O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter fami- liar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprie- tário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tem um aju- dante ou aprendiz. Tipos de artesão Artesão-artista: é aquele que por sua criatividade, originalidade, graciosi- dade e perícia produz peças que provocam profundo sentimento de admiração naqueles que as observam. Exemplos: talhadores, gravadores, escultores, pintor ingênuo. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 20 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 20 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 21. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 21 Artesão-artesão: é aquele que trabalha em série, muitas vezes com ajuda de ferramentas e mecanismos rudimentares, produzindo dezenas de peças, centrado mais no aspecto utilitário das peças que produz que em despertar no observador o sentimento de beleza. Cerâmica ornamentada produzida manualmente com ou sem torno de pé. Artesão semi-industrial: é aquele que trabalhando a partir de moldes ou e de outros processos semi-industriais reproduz dezenas de peças iguais. Ex: peças uti- litárias de cerâmica produzidas de forma semi-industrial (tigelas, jarros, potes etc.). O artesanato pode ser classificado: • Quanto à predominação da matéria prima usada - couro, vidro, metais, argila, gesso, madeira, tecido etc. Quanto à origem - indígena rural e ur- bano. Quanto à fonte de matéria prima - material natural, matéria prima industrial, sobras e lixo industrial. • Quanto à utilidade - implemento, utensílio, adorno, decorativo, religio- so, recreativo, lúdico, terapêutico, comestível, artístico, pedagógico. • Quanto à forma - figurativo e não figurativo. Quanto ao destino econô- mico - comercialização e não comercialização. Definição de Biojóias, produção e importância socioeconômica. A beleza e a originalidade das biojóias brasileiras são fortes atrativos para os turistas estrangeiros, assim destaca o portal Sebrae Mercados quando menciona o mercado de biojóias como um nicho que tem pela frente grandes oportunida- des. Isso porque, além da expansão turística no Brasil em virtude dos megaeven- tos esportivos, existem consumidores que valorizam cada vez mais a produção de artigos de moda provenientes de recursos naturais e de processos produtivos focados na preservação da biodiversidade. Mas, como são caracterizadas as bio- jóias? A biojóias é um adorno produzido a partir de elementos naturais, como sementes, fibras naturais, casca de coco, frutos secos, conchas, ossos, penas, entre outros. Além disso, durante o processo de produção, a matéria-prima natural é extraída de forma sustentável e por isso não agride o meio ambiente. Assim, para um melhor entendimento do termo biojóias é necessário compreender as dife- renças existentes entre joia, bijuteria e biojóias, 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 21 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 21 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 22. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 22 Bijuteria- Peça produzida com materiais sintéticos ou naturais, sem metais nobres ou pedras preciosas. Jóia - Peça feita com materiais nobres, como ouro e a platina ou pe- dras preciosas e semipreciosas, com alto valor comercial. Além disso, é de- senvolvida, normalmente, a partir de desenhos exclusivos, elaborados para coleções e acessórios dessa natureza. Biojóias - Peça produzida com a combinação harmoniosa de elementos na- turais, agregando-se, em diferentes proporções, metais nobres e pedras preciosas e semipreciosas. Por utilizar materiais característicos de uma região, com um processo de extração sustentável, as biojóias podem ser confundidas com o artesanato. Po- rém, elas se diferenciam da bijuteria artesanal tradicional em função do design, do conceito usado na criação e da tecnologia empregada no beneficiamento da matéria-prima). Assim, as biojóias são elaboradas a partir de insumos genuina- mente brasileiros, que promovem a sustentabilidade e valorização dos elementos culturais do país, os quais são resgatados a partir do design das peças. Como re- sultado, esse nicho conta com peças exclusivas e de alto valor agregado. Para os próximos anos, as estimativas de crescimento são positivas em fun- ção do aumento do poder aquisitivo da população brasileira e dos megaeventos promovidos no país, que trazem ao Brasil consumidores de diferentes nacionali- dades. Com isso, é possível perceber que a valorização da identidade e da cultura brasileira, traduzida nas biojóias, e a qualidade e diversidade da matéria-prima utilizadas têm expandido a comercialização das peças, gerando oportunidades para os empreendedores dos pequenos negócios de moda. A Copa do Mundo de 2014 ampliou as oportunidades de comercializa- ção dos produtos brasileiros, como é o caso das biojóias. Nesse mercado, para aproveitar as oportunidades com o legado do Mundial e com as Olímpiadas. A fabricação de biojóias envolve a combinação de elementos naturais, encontrados em abundância no território brasileiro, com metais de origem nobre. Essa aliança confere às peças um acabamento diferenciado e de qualidade, o que gera diver- sas oportunidades para os pequenos negócios de moda. Assim, conhecer as prin- cipais matérias-primas brasileiras é fundamental para as empresas desse nicho. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 22 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 22 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 23. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 23 Portanto, confira abaixo quais são as principais matérias-primas naturais utilizadas na confecção de biojóias e onde elas podem ser encontradas: As sementes devem ser submetidas a um processo de eliminação de fungos e parasitas para poste- riormente serem embaladas a vácuo e etiquetadas. Açaí encontrada em grande quantidade na Amazônia é uma das espécies mais utilizadas na fabricação de biojóias. Babaçu encontrada no Maranhão, Piauí e Tocantins possui alto valor in- dustrial e comercial. Buriti proveniente de diversas regiões, como Maranhão, Pará, Bahia, Ceará, Distrito Federal,Tocantins e Minas Gerais, é chamada pelos indígenas como“Árvore da vida”. Tucumã fruto original dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Nesse caso, a semente chega a ser tão resistente quanto um metal. Jarina encontrada na Amazônia, as sementes da jarina amadurecidas tornam-se duras, brancas e opacas como marfim. Fibras- naturais e outros materiais Capim dourado pode ser encontrado em todo o cerrado brasileiro, principalmente na região do Jalapão/ Tocantins. A palha- possui uma cor dourada brilhante que, quando seca, pode ser tra- balhada para a produção da biojóias. Juta - fibra têxtil vegetal, proveniente de climas úmidos e tropicais, encon- trada na região Amazônica. Palha da bananeira- é possível extrair cinco tipos de fibras, mas apenas um tipo pode ser tingido. A bananeira é encontrada, sobretudo nas regiões Nordeste e Sudeste ou em regiões úmidas e quentes. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 23 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 23 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 24. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 24 Coco- as fibras provêm do caroço e podem ser encontradas em locais de clima quente e úmido. Bambu possui mais de mil espécies, encontradas em sua forma nativa, em praticamente todos os estados da federação. Madeiras- normalmente são utilizadas madeiras pouco nobres oriundas de reflorestamento. No entanto, em algumas peças é possível encontrar pedaços de madeira provenientes do tucumã, pupunha, mogno e imbuia, presentes na região da Amazônia, e o MDF que é empregado atualmente na fabricação de móveis. Pedras- As pedras podem ser adquiridas nas formas brutas ou lapidadas. É possível citar a turquesa, ametista, pedra-sabão, turmalina e água marinha. Além dos itens citados, também são utilizados materiais como couro, seda tingida, con- chas entre outros. Culto à brasilidade A produção de biojóias é caracterizada pela promoção da sustentabilidade e pela valorização da cultura brasileira. A peça transmite em sua textura e cor os aspectos culturais, sociais e regionais do país e, por isso, torna- -se um trabalho artístico genuinamente brasileiro, com possibilidade de venda em diversos mercados nacionais e internacionais. A brasilidade envolve não só o aspecto comportamental, irreverente, simpático e alegre, mas também a sua raiz cultural, seus costumes e comemorações, como o carnaval e as festas juninas. Com isso, o conceito de brasilidade, aliado a elementos tipicamente regionais, pode ser 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 24 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 24 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 25. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 25 traduzido em elementos iconográficos que, quando aplicados às biojóias, agre- gam valor e identidade regional às peças. Os empresários do segmento sentem a valorização da biojóias no exterior, onde a beleza e originalidade das peças ganham destaque em desfiles e outros eventos de moda, principalmente onde há um apelo pela moda sustentável. Pa- íses como Estados Unidos, Alemanha e China são os maiores compradores dos acessórios de moda e pedras preciosas brasileiras, conforme verificado na tabela abaixo: Principais destinos da exportação brasileira de acessórios de moda e pe- dras preciosas (2009-2013). Maior comprador US$ mil Bijuterias Estados Unidos 3.491 Folheados de metais preciosos Alemanha 18.866 Joalheria/ourivesaria me- tais preciosos Estados Unidos 12.958 Obras e artefatos de pedras Estados Unidos 4.490 Pedras preciosas em bruto China 11.952 Pedras lapidadas Estados Unidos 12.115. Parte da produção brasileira é voltada à exportação, pois países europeus e também os Estados Unidos têm grande abertura para produtos diferentes da- queles encontrados em seu mercado local e que possuem apelo social e susten- tável. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 25 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 25 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 26. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 26 DISCIPLINA 02 Principais espécies cultivadas na aquicultura brasileira – continen- tal e marinha Atualmente, cada região brasileira vem se especializando em determina- dos tipos de pescado. Na Região Norte, predominam peixes como o tambaqui e o pirarucu. No Nordeste, a preferência é pela tilápia e pelo camarão-marinho. No Sudeste, a tilápia tem grande presença na aquicultura. No Sul, predominam as carpas, as tilápias, as ostras e os mexilhões. Já no Centro-Oeste os destaques são o tambaqui, o pacu e os pintados. Nos Parques Aquícolas continentais os peixes preferidos são a tilápia, o pacu, o tambaqui e a pirapitinga. A legislação brasileira limita a criação de espé- cies exóticas nos diferentes corpos d’água, exceto quando a espécie já esteja com- provadamente detectada em uma bacia hidrográfica, de acordo com a Portaria do Ibama n° 145/N, de 29 de outubro de 1998, de 29 de outubro de 1998. Outras espécies nativas devem fortalecer a aquicultura nacional nos próxi- mos anos, como é o caso do beijupirá (Rachycentron canadum), um peixe que já está sendo criado em cativeiro em alto-mar na costa de Pernambuco, de alto valor no mercado internacional, e o pirarucu (Arapaima gigas), proveniente da Amazô- nia, considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo al- cançar até 10 quilos no primeiro ano de cultivo, com rendimento de carcaça de aproximadamente 50%. Novas espécies, além do beijupirá, deverão adentrar a piscicultura marinha brasileira, tornando-a uma atividade altamente promissora. Contudo, o Brasil pos- sui cerca de 40 espécies de peixes de água doce com potencial para cultivo, entre outras marinhas. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 26 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 26 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 27. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 27 Sistemas de produção utilizados na aquicultura de modo que se possa aproveitar seus resíduos. A aquicultura brasileira encontra-se em um momento de expansão atribu- ído, principalmente, ao surgimento de políticas públicas de incentivo à produção e ao consumo de organismos aquáticos. Segundo os dados do Boletim Estatístico do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), houve um acréscimo de 31,2% na pro- dução total aquícola brasileira no triênio 2008 - 2010, partindo de 365.367 t para 479.399 t, respectivamente (BRASIL, 2012). Aumentaroconsumodeumdeterminadoalimentogeraumamaiordeman- da de produção. O crescimento dos consumidores, considerados mais exigentes quanto à qualidade, rastreabilidade e praticidade dos produtos comercializados, obriga às indústrias alimentícias desenvolverem processamentos mais complexos sobre a matéria prima para dispô-la no mercado com maior atratividade. Isso as torna, também, responsáveis por utilizar uma grande quantidade de recursos na- turais e gerar uma significativa parcela de resíduos com potencial poluidor para o meio ambiente caso não sejam tratados adequadamente. O aumento na produção direciona a atividade pesqueira para investir, cada vez mais, na construção de estabelecimentos capazes de beneficiar a matéria-pri- ma e ofertar maior quantidade de produtos 10 Reaproveitamento de Resíduos Sólidos na Cadeia Agroindustrial do Pescado processados e com alto valor agre- gado. Isso atende às exigências de um novo mercado consumidor seletivo quanto à qualidade e praticidade do produto final. Essas ações acabam por desenvolver pilares considerados impactantes para o meio ambiente, em decorrência do alto consumo de recursos naturais e da geração de resíduos industriais considerados altamente poluentes. Nesse sentido, diversas formas de reaproveitamento têm surgido com o objetivo de gerar novos produtos com diferentes aplicações a par- tir dos resíduos agroindustriais. A definição de resíduos sólidos, segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) refe- re-se a todos os compostos de características sólidas ou semisólidas resultantes, por exemplo, de vários segmentos da indústria, do comércio e dos sistemas de produção agrícola e animal. Além disso, de acordo com sua classificação, podem ser divididos em duas classes: os resíduos da classe I são considerados materiais perigosos e que apresentam características físicas, químicas ou infecto-contagio- sas passíveis de transmitir riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Os resídu- os da classe II são denominados materiais não perigosos e podem ser divididos 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 27 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 27 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 28. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 28 em: componentes com solubilidade em água e passíveis de biodegradação ou componentes não inertes, insolúveis no substrato em que esteja presente (ABNT, 2004). Geralmente, os resíduos da segunda classe são os que apresentam maior potencial para implantação de tecnologias de reaproveitamento nas agroindús- trias. Por conseguinte, podem apresentar alta capacidade de valorização desde que inseridos em processos adequados de reutilização consciente. Considerando um exemplo prático de um entreposto de beneficiamento de pescado, são exem- plos desta classificação: pele, escamas e carcaças ou espinhaços gerados após o processo de filetagem industrial. O homem é criativo por natureza, e pensando sobre as sobras dos pei- xes, descobriu que se podia reciclar as escamas dos peixes transformando-as em artesanato. Pode virar brincos, pulseiras, flores artificiais e até lustres. Os princípios para aquicultura sustentável – meio ambiente A aquicultura sustentável pode ser definida como a produção lucrativa de organismos aquáticos, mantendo uma interação harmônica e duradoura com os ecossistemas e as comunidades locais. Deve ser produtiva e lucrativa, usar racio- nalmente os recursos naturais, gerar empregos para a comunidade local, elevan- do sua qualidade de vida e respeitando sua cultura. Os impactos ambientais ou sociais negativos causados pela aquicultura podem ser quantificados monetaria- mente e incluídos nos custos de produção. A produção aquícola deve ser enten- dida como um processo amplo, que envolve todo um conjunto de elementos que se inter-relacionam formando uma rede complexa. Esta é chamada de cadeia pro- dutiva. O comércio sustentável deve também respeitar os princípios do desenvol- vimento sustentável no sentido de praticar um preço justo sem comprometer sua eficiência econômica, respeitar os requerimentos legais e institucionais relacio- nadas à atividade, e informar aos consumidores sobre as práticas de produção e comercialização de seus produtos. Dessa forma é possível garantir assim que o consumidor tome decisões conscientes, e minimize o impacto ambiental resul- tante de seu processo de comercialização e consumo. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 28 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 28 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 29. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 29 DISCIPLINA 03 Características morfológicas dos peixes Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pinta- dos, pacus, acarás-bandeiras, etc.). Vamos considerar algumas características dos peixes ósseos: • Esqueleto predominantemente ósseo; • Presença de quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo, brânquias protegidas por uma estrutura denominada opérculo; • Boca localizada na região anterior e intestino terminado no ânus. • Presença, em muitas espécies, de uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa. • As escamas, que formam um escudo mais resistente, são feitas de ossos transparentes enraizados na derme. Como os anéis das árvores, elas re- gistram a idade e o crescimento do peixe. • As nadadeiras são classificadas em ímpares (dorsal, caudal e anal) e pa- res (peitorais e pélvicas). 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 29 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 29 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 30. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 30 Características Morfológicas dos Mariscos Os mariscos que englobam ostras e mexilhões são constituintes do filo Mo- lusca com isso, iremos estudar inicialmente os moluscos e em seguida as estrutu- ras internas de ostras e mexilhões. Os moluscos (Mollusca, do latim molluscus, mole) constituem um grande filo de animais invertebrados, marinhos, de água doce ou terrestres, que compre- ende seres vivos como os caramujos, as ostras e as lulas. Tais animais têm um corpo mole e não segmentado, muitas vezes dividido em cabeça (com os órgãos dos sentidos), um pé muscular e um manto que prote- ge uma parte do corpo e que muitas vezes secreta uma concha. A maior parte dos moluscos são aquáticos, mas existem muitas formas terrestres como os caracóis. A biologia dos moluscos é estudada pela malacologia. O filo Mollusca é o segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois dos Artrópodes, (cerca de 93 000 espécies viventes confirmadase até 200.000 espécies viventes estima- das, e 70.000 espécies fósseis) e inclui uma variedade de animais muito familiares. Essa popularidade deve-se, em grande parte, às conchas desses animais que ser- vem como peças para colecionadores. O filo abrange formas tais como as ostras, as lulas, os polvos e os caramujos. Os moluscos são variados e diversos, incluindo várias criaturas familiares conhecidas pelas suas conchas decorativas ou como mariscos. Variam entre pe- quenos caracóis, amêijoas, polvos e à lulas (os dois últimos são considerados os invertebrados mais inteligentes). A lula-gigante é possivelmente o maior inverte- brado. Excetuando as suas larvas e alguns espécimes jovens recentemente captu- rados, nunca foi observada viva. A lula-colossal poderá ser ainda maior. Uma lula- -colossal congelada, encontrada por pescadores, tinha aproximadamente catorze metros e pesava cerca de 450 quilos. Pé O pé é uma das três partes básicas da anatomia dos moluscos, sendo a es- trutura muscular mais desenvolvida daquele grupo taxonômico. Tem como fun- ções básicas a locomoção, fixação, escavação, natação ou serve para capturar suas presas. Nos cefalópodes o pé está transformado em tentáculos. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 30 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 30 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 31. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 31 Sistemas Estruturais das Ostras AsostrasdogêneroCrassostreapossuemduasvalvas,sendoasuperioroudi- reita mais plana que a inferior ou esquerda, que por sua vez é abaulada, geralmente o formato das valvas varia com o ambiente onde a ostra se encontra as duas valvas são unidas por um ligamento protéico na altura do umbo, protuberância na concha localizada na extremidade anterior, sua massa visceral encontra-se internalizada, inserida dentro das valvas. A concha possui três camadas distintas, sendo a camada interna delgada e brilhosa denominada nácar, a camada intermediaria constitui- -se de carbonato de cálcio, já a camada externa é córnea apresentando-se quase membranosa denominando-se perióstraco. As ostras são organismos filtradores, utilizando como alimento, partículas em suspensão principalmente o fitoplâncton, que é filtrado pelos filamentos branquiais, seu sistema digestivo é completo, com- pondo-se por palpos labiais, boca, esôfago, estomago, intestino e ânus, alem de possuir estilete cristalino e glândula digestiva. Seu sistema nervoso compõe-se por um gânglio cefálico e outro visceral e cordões nervosos ventrais. O sistema circu- latório é aberto, possuindo coração composto por um ventrículo e duas aurículas, veias, artérias, seios tissulares, sendo o sangue denominado hemolinfa. Anatomia ü Concha: a concha possui duas valvas, à direita ou superior é mais plana; à esquerda ou inferior é mais côncava e é através desta que o animal se fixa no substrato. A concha possui quatro camadas. ü Músculo adutor: é responsável pela união das valvas, atuando contra a pressão exercida pelo ligamento, ou seja, é responsável pelo fechamen- to da concha quando está contraído. Quando o músculo está relaxado as valvas se abrem. ü Brânquias: estruturas compostas por filamentos e são responsáveis pela respiração pela filtração do alimento. As partículas de alimento em suspensão na água do mar são capturadas por esses filamentos e em seguida são levadas até os palpos labiais onde é feita uma seleção, para posteriormente serem levadas à boca. ü Manto: camada de tecido que recobre as partes moles de ambos os la- dos do corpo exceto na região do músculo adutor. Localiza-se abaixo da concha e contém células responsáveis pela deposição de carbonato de 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 31 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 31 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 32. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 32 cálcio e formação da concha, bem como células com função sensorial. A borda do manto é também responsável pelo controle do fluxo de água que passa pelo interior do organismo. Sistemas Estruturais dos Mariscos Mexilhão é a palavra usada em português para dar o nome a diversas espé- cies de moluscos bivalves. Mexilhão também é conhecido no Brasil como marisco, marisco-preto, marisco da pedra, ostra-de-pobre e sururu da pedra. Na ciência, os animais têm nome e sobrenome. No Brasil os nomes dos mexilhões mais comuns para consumo humano são: Perna perna e Mytela falcata. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 32 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 32 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 33. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 33 DISCIPLINA 04 Conceito de Matéria Prima No artesanato, considera-se matéria-prima toda substância principal, de ori- gemvegetal,animaloumineral,utilizadanaproduçãoartesanal,quesofretratamen- to e/ou transformação de natureza física ou química, resultando em bem de consu- mo.Elapodeserutilizadaemestadonatural,depoisdeprocessadasartesanalmente/ industrialmente ou serem decorrentes de processo de reciclagem/reutilização. O desenvolvimento de pesquisas e estudos nas áreas de tecnologia e ciên- cia permite que a extração de matéria-prima de forma sustentável das florestas seja utilizada na confecção de artigos de artesanato, vestuário e biojóias. As prá- ticas voltadas ao uso sustentável (não predatório) da flora nativa é sem dúvida o melhor caminho a ser adotado pelo empreendedor que busca garantir por longo período sua fonte de renda. A história do país está repleta de exemplos negativos que têm levado espécies tão comuns nas florestas, como o Pau-Brasil, jacarandá e o mogno, a se tornarem raras. O consumidor consciente busca produtos que uti- lizem como matéria-prima elementos extraídos com critérios de respeito à natu- reza, como a colheita de sementes caídas, corte de folhas sem a derrubada das ár- vores e seleção de áreas de colheitas intercaladas com áreas de plantio. Ao investir nesta prática de manejo, o Artesão dá um importante passo na valorização de seus produtos junto ao mercado consumidor e na preservação do meio ambiente. Vive-se numa época em que a preocupação com o desenvolvimento base- ado na sustentabilidade tornou-se uma questão importante. Na prática, isto repre- senta o aproveitamento dos recursos naturais ofertados em uma região sem levá- -los à extinção. Mas, além da natureza, o conceito de desenvolvimento sustentável busca garantir o respeito à realidade social e a cultura das comunidades envolvidas. Compra de matéria prima para confecção dos produtos. Em alguns lugares a compra se faz desnecessária de escamas para confec- ção de artesanato, pois em alguns estados basta somente visitar a feira livre e lá 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 33 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 33 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 34. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 34 está a sua matéria-prima. Entretanto quando for comprar algum material verifique primeiramente a data de validade e fabricação, analise a qualidade do produto a ser utilizado para a confecção do artesanato.“NÃO COMPRE GATO POR LEBRE”! . Pesquisa de matéria prima Para que possamos informar sobre os diversos tipos de matéria-prima, pri- meiramente as mesmas são divididas em tipologias do artesanato que são deno- minações dadas ao segmento da produção artesanal, que determina a classifica- ção por gênero, utilizando como referência a matéria-prima predominante, bem como sua funcionalidade. MATÉRIA-PRIMA NATURAL: DE ORIGEM ANIMAL, VEGETAL E MINERAL. AREIA COLORIDA Técnica de composição de imagens com areia colorida em recipientes trans- parentes. Em geral são usados sedimentos com pigmento natural ou artificial. BORRACHA Esta tipologia abrange a produção artesanal que utiliza as borrachas natu- rais, que é o produto sólido obtido pela coagulação de latisses de determinados vegetais, sendo o principal a Hevea Brasiliensis. A borracha é um produto natural procedente do látex, de acidez neutra, com grande elasticidade, inodoro e sem resíduo. Ela sofre uma série de preparos para adquirir os requisitos da elasticidade, dureza, resistência etc., o que fazem dela um dos produtos de consumo mais ne- cessários no mundo moderno. No artesanato serão considerados os objetos con- feccionados a partir da utilização da borracha processada naturalmente. CERAS, MASSAS, GESSO E PARAFINA. Nesta tipologia enquadra-se a confecção de objetos a partir de técnicas de modelagem de ceras, massas, gesso e parafina. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 34 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 34 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 35. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 35 • As ceras são matérias-primas maleáveis produzidas tanto por animais, como extraídas de vegetais. Como, por exemplo, a cera de abelha, muito utilizada na modelagem de miniaturas de figuras humanas, animais e réplicas de casas. • A parafina é derivada do petróleo, matéria-prima essencial na fabricação de velas, por sua propriedade combustíveis Outras aplicações comuns à parafina incluem: cosméticos, giz de cera, tintas, pinturas, entre outros. • O gesso é uma substância produzida a partir do mineral gipsita, composto basicamente de sulfato de cálcio hidratado. Normalmente é encontrado na forma de pó branco que, misturado à água, endurece rapidamente, adquirindo forma definitiva de oito a doze minutos. • As massas são resultantes de misturas de materiais, caracterizadas pela sua consistência pastosa e maleável. Entre as mais usadas na produção artesanal estão: a massa de porcelana fria ou biscuit e as argamassas, que tem como com- ponentes básicos cimento, areia e água. CHIFRES E OSSOS, DENTES E CASCOS. Nesta tipologia são enquadrados os artefatos em que predomina a utiliza- ção de chifres, cascos, dentes e ossos como matérias- primas desde que não sejam de espécies constantes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção. CONCHAS E ESCAMAS DE PEIXES Tipologia caracterizada pela utilização dos diversos tipos de conchas e es- camas de peixes. São matérias-primas obtidas de animais aquáticos. FIBRAS VEGETAIS Fibra é a denominação genérica de qualquer estrutura filamentosa, geral- mente sob forma de feixe, encontrada nos tecidos animais e vegetais ou em algu- mas substâncias minerais. São matérias- -primas moles e flexíveis e que, trança- das, possuem diversos usos, principalmente na manufatura de cestarias e móveis. Qualquer produto artesanal que contenha matéria-prima da fauna e da flora sil- vestre deve conter a informação quanto a sua origem e registro junto ao IBAMA. Todos os produtos de ordem natural devem conter a informação quanto a sua ordem e registro junto ao IBAMA. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 35 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 35 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 36. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 36 FIOS E TECIDOS Apesar dos fios e tecidos serem produzidos a partir de fibras têxteis, consti- tuirão uma tipologia específica devido à diversidade de produtos confeccionados e técnicas que os utilizam como material básico. • Os fios e tecidos podem ser confeccionados com fibras: - Naturais: extraídas da natureza, livres de transformações químicas, e be- neficiadas pelo homem. Base Conceitual do Artesanato Brasileiro Programa do Artesanato Brasileiro 21 - De origem animal: seda, lã, peles e couro de animais. - De origem vegetal: algodão, linho, rami, cânhamo, juta, sisal, paineira, coco, entre outros. MADEIRA Nesta tipologia serão considerados os produtos confeccionados com ma- deira e seus derivados (MDF, aglomerados e compensados), compreendendo des- de móveis e utilitários produzidos na marcenaria, objetos e adornos feitos com madeiras torneadas e outros decorrentes das diversas técnicas existentes para processamento da mesma, excetuando-se os papéis artesanais que constitui uma tipologia específica. METAIS Entre os metais mais utilizados na produção artesanal encontram- -se cha- pas de ferro galvanizado, folhas de zinco, folha de flandres, alumínio, estanho, bronze, cobre e prata. PAPEL Apesar de o papel ser um emaranhado de fibras vegetais, será considera- do como tipologia específica, devido à multiplicidade do seu uso na produção artesanal. • Entende-se por trabalhos manuais, nesta tipologia, desde as folhas de papel reciclado e artesanal, bem como os objetos em que predomina o papel como matéria-prima, sejam papéis artesanais ou industrializados, em técnicas de montagem, colagem, dobraduras e modelagem de papel marchê. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 36 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 36 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 37. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 37 PEDRAS Enquadra-se nesta tipologia todo objeto resultante de intervenções artesa- nais utilizando os mais diversos tipos de pedras existentes no Brasil. SEMENTES, CASCA, RAIZES, FLORES E FOLHAS SECAS. Nesta tipologia serão considerados os produtos confeccionados com pro- dutos florestais não-madeireiros: sementes, cascas, raízes, flores e folhas secas. VIDRO O vidro é uma substância obtida através do resfriamento de uma massa líquida a base de sílica. Em sua forma pura, vidro é um óxido metálico super res- friado transparente e de elevada dureza. Sua manipulação só é possível enquanto fundido (a 1550ºC), quente e maleável. • No artesanato a produção predominante é resultante da reciclagem, em que o vidro é derretido a uma temperatura de 850ºC, possibilitando a produção de novos objetos e utensílios. Nos processos de reciclagem os cacos de vidro fun- cionam como matéria-prima balanceada, pois economiza energia já que atinge o ponto de fusão em temperatura menor que a massa a base de sílica. ARGILA (BARRO) Enquadram-se nesta tipologia toda espécie de objeto produzido com argi- las, decorados ou não. A argila é caracterizada pela textura terrosa, de granulação fina e que adquire plasticidade quando umedecida com água, rigidez após seca- gem, e dureza após a queima em temperaturas elevadas (cerâmica). São formadas essencialmente por silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio. Dentre os diversos tipos de argila, as mais utilizadas no artesanato são: • Argilas de bola (Ball Clay): argilas muito plásticas, de cor azulada ou negra. Sua grande plasticidade impede que seja trabalhada sozinha, fica pegajosa com a água. É adicionada em massas cerâmicas para proporcionar maior plasticidade e tenacidade à massa. Vitrifica aos 1300°C. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 37 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 37 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 38. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 38 FIOS E TECIDOS • Químicos - são produzidos a partir de transformações químicas de mate- riais e são divididos em artificiais e sintéticos. • Artificiais - produzidas a partir da celulose, daí serem também conheci- das por fibras celulósicas. As fibras artificiais mais conhecidas são viscose, o rayon, acetato e triacetato. • Sintéticas - São fibras obtidas através de síntese química a partir do pe- tróleo, sendo as mais usuais: poliéster (tergal), polipropileno, a poliamida (nylon), acrílica (dracon), elastano (lycra). Os fios podem ser linhas, cordões, cordas, mea- das e tiras. São utilizados, entre outras técnicas, na tecelagem manual, nos borda- dos, na confecção de rendas, no crochê, no tricô e no macramé. Os tecidos podem ser artesanais e industriais. São empregados em diversas técnicas que utilizam a costura artesanal como técnica básica, na confecção de roupas e acessórios, no patchwork, como base para bordados, na confecção de bonecos, entre outros. MATERIAIS SINTÉTICOS Sua origem é industrial e, geralmente são materiais de baixo preço, com lar- ga distribuição em todo o território nacional, principalmente nos meios urbanos. As diferentes características dos materiais sintéticos são usadas para classificá-los: os deformáveis termicamente são chamados termoplásticos, os resistentes ao ca- lor são chamados termofixos e os materiais elásticos são chamados elastômeros. •Ofatorpreço,emalgunscasos,temservidoparaasubstituiçãodematérias- -primas naturais pelas sintéticas, mesmo na produção de artesanato tradicional. • Nesta tipologia serão enquadrados os produtos em que predominam es- ses materiais. Entre os mais conhecidos estão diversos tipos de espumas, resinas, borrachas, isopor, plásticos, acrílico, fibras acrílicas, massa epóxi. A seleção de matéria-prima se dá de forma que seja verificado a qualidade do material e que satisfaça a necessidade do comprador no caso o artesão. Verificação da procedência da matéria prima A matéria prima quando comprada deverá estar com todas as informações necessáriasparaqueocompradorpossasecomunicarnaocorrênciadealgumaava- ria ao produto. Para isso sugere-se o SAC-Serviço de atendimento ao Consumidor 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 38 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 38 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 39. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 39 RECICLAGEM DE MATERIAIS Artesanatos de Reciclagem É o resultado do trabalho produzido a partir da utilização de matéria-prima que é reutilizada. A produção do artesanato de reciclagem contribui para a dimi- nuição da extração de recursos naturais, além de desenvolver a conscientização dos cidadãos a respeito do destino de materiais que se destinariam ao lixo. Destino de materiais não aproveitados Todos os resíduos que geramos devem ser destinados de forma correta a fim de que sejam evitados os efeitos negativos que eles podem ter no meio am- biente, como a poluição de rios e do solo, e mesmo na saúde das pessoas já que podem ser responsáveis pela transmissão de diversas doenças. Mas você sabe como são tratados estes resíduos? Em primeiro lugar é essencial saber que os conhecidos e tão utilizados li- xões são completamente errados. Eles são locais onde o lixo é simplesmente jo- gado sem o menor cuidado com o meio ambiente e pior, adultos e até crianças entram livremente, se arriscando a contrair uma série de doenças, para catar resí- duos que possam ser reciclados. Diversos Estados estão tomando providências para que seus municípios se adequem encontrando outras formas de destinação para os resíduos, mas ainda falta muito. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 39 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 39 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 40. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 40 No Brasil existe uma norma específica denominada NBR10004 que trata dos critérios para a classificação dos resíduos de acordo com sua composição e ca- racterísticas em duas classes: Classe 1, para resíduos considerados perigosos (que podem oferecer algum risco para o meio ambiente ou para o homem), e Classe 2, para resíduos não perigosos. É a partir desta classificação que se determina quais as destinações adequadas para cada tipo de resíduo. Aterro Controlado O Aterro Controlado é um local onde os resíduos são descartados direta- mente no solo (sem nenhuma impermeabilização), porém recebe certo controle para minimizar seus impactos. Aterro Sanitário Geralmente denomina-se de aterro sanitário o local para onde são destina- dos os resíduos urbanos provenientes do serviço de coleta municipal, O solo do local onde será despejado o resíduo deve ser impermeabilizado e são implantadas canaletas para coleta do chorume que será enviado para uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Também é feito o monitoramento do len- çol freático e das emissões atmosféricas, podendo haver a captação dos gases gerados no aterro para geração de energia. Aterro Industrial Possui o mesmo esquema básico do aterro sanitário, porém, para cá são enviados os resíduos provenientes das indústrias. Dependendo do tipo de resíduo eles necessitam de um pré-tratamento antes que sejam enterrados Bioreatores São chamados de biorreatores os aterros onde há uma aceleração induzida do processo de decomposição dos resíduos através do controle do pH do solo, da taxa de umidade da pilha de resíduos e, consequente, o aumento da atividade bacteriana. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 40 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 40 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 41. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 41 DISCIPLINA 05 Higienização do ambiente Para que todo processo na elaboração de produtos possam obter êxito faz- -se necessário obter primeiramente uma boa higienização do ambiente. Higienização é o conjunto de duas atividades: limpeza e desinfecção. Limpeza: eliminação de substâncias visíveis não desejáveis (resíduos só- lidos), como gordura, restos de alimentos, poeiras, restos de embalagens (papel, plástico) e outras substâncias estranhas. Desinfecção: redução dos microrganismos patogénicos ao mínimo possível. Exemplo de equipamentos e utensílios que necessitam de desinfecção: - Superfícies que entram em contato com as matérias-primas: - Superfícies de trabalho (ex: bancadas, tábuas); - Recipientes de exposição de matéria-prima; - Utensílios de serviço (ex: pratos, talheres, espátulas, pinças, containers do ba- nho-maria); -Utensílios muito manipulados: - Caixotes do lixo; - Puxadores das portas, torneiras, interruptores, botões/comandos/manípulos (ex: cavilhas do fogão); Uma adequada e completa higienização inclui os seguintes passos: 1 - Pré-lavagem: raspar, varrer, sacudir ou retirar com ajuda de água; 2 - Limpar: usar água e detergente para remover resíduos de gordura e outras sujidades; 3 - Enxaguar: aplicar água para remover o detergente aplicado; 4 - Desinfetar: usar um desinfetante para matar os microrganismos; 5 - Enxaguar: aplicar água para remover o desinfetante aplicado; 6 - Secar: deixar secar ao ar. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 41 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 41 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 42. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 42 No entanto, em determinadas situações, poderão existir equipamentos que apenas necessitem de uma limpeza sem desinfecção. Isto depende do grau e tipo de sujidade bem como da sua utilização Os desinfetantes mais comuns são à base de: 1 - Quaternários de amónio; 2 - Iodo; 3 - Cloro. PREPARO DO SANITIZANTE PARA A HIGIENIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS ÁGUA CLORADA INGREDIENTES: - 10 LITROS DE ÁGUA - 100 ML DE ÁGUA SANITÁRIA MODO DE FAZER: - COLOCAR A ÁGUA NO RECIPIENTE E MISTURAR A ÁGUA SANITÁRIA. USO: -BANHAR OU DEIXAR DE MOLHO OS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS. MANTER O RECIPIENTE UTILIZADO PARA ARMAZENAR A ÁGUA CLORADA BEM FECHADO, POIS O CLORO EVAPORA FACILMENTE. Armazenamento de Produtos e Equipamentos de Higienização No armazenamento dos produtos de higienização devem ser respeitadas as seguintes regras: 1 - O local de armazenamento dos produtos e equipamentos de higienização deve estar separado fisicamente de outras áreas alimentares e ser um espaço fechado com acesso restrito. Caso não seja possível, deve existir uma separação evidente entre os produtos e equipamentos de higienização e os alimentos; 2 - O local de armazenamento deve estar identificado como tal; 3 -Todos os derrames de produtos de higienização devem ser tratados de imediato Algumas dicas para manter o ambiente em condições adequadas de higie- ne são: • Limpar equipamentos e utensílios logo após o uso. • Limpar as superfícies usadas no preparo dos tingimentos e o piso. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 42 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 42 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 43. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 43 • Manter as áreas da cozinha livre de restos de alimentos. • Conservar as latas de lixo tampadas, limpas e afastadas dos alimentos, para evitar o acesso de insetos. Verificação da Eficácia da Higienização A eficácia dos procedimentos de higienização deve ser verificada e regis- tada. Caso seja necessário, devem ser aplicadas ações corretivas. A verificação da eficácia da higienização pode ser efetuada das seguintes formas: • Inspeção visual: verificação da presença de sujidade, verificação da execução da higienização, verificação da permanência de produtos de higienização nas super- fícies dos equipamentos, verificação do tempo de higienização. • Análises laboratoriais químicas: análises às superfícies dos equipamentos e uten- sílios para verificar a presença/ausência de resíduos dos produtos de higienização. Higienização de Equipamentos Deve ser assegurado que todos os equipamentos são higienizados, enxa- guados e, se necessário, desinfectados, após cada utilização, para garantir a segu- rança dos produtos e manipulador. Higienização do Artesão Antes de efetuar qualquer atividade o artesão, aqui denominado de ma- nipulador deverá antes de iniciar suas atividades, lava as mãos com sanitizantes. HIGIENE DO MANIPULADOR Para quem deseja trabalhar de forma higiênica, deve estar consciente de que precisará adotar hábitos de higiene pessoal e comportamento cuidadoso no ambiente de trabalho. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 43 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 43 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 44. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 44 Medidas a serem tomadas • Manter os cabelos presos e limpos, com uso de touca ou lenço. • As unhas bem cortadas, lixadas e sem esmaltes; • Não fumar, comer ou beber durante o trabalho; • Manter avental e gorro, sempre limpos e usá-los apenas no ambiente de trabalho; • Lavar as mãos antes e depois das refeições, sempre que for ao sanitário e antes de manusear ou preparar alimentos (as mãos são os maiores condutores de microrganismos); • Não usar joias, bijuterias e outros objetos quando estiver usando algum maquinário possível de corte; • Proteger ferimentos nas mãos, provocados por corte ou arranhões; • Usar roupas limpas, preferencialmente uniformes de cor clara e conser- vadas. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 44 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 44 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 45. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 45 PREPARO DO SANITIZANTE PARA A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ÁLCOOL A 70º GL INGREDIENTES: 1 LITRO DE ÁLCOOL 92º GL 230 ML DE ÁGUA MODO DE FAZER: - MISTURAR 1 LITRO DE ÁLCOOL 92º GL COM 230 ML DE ÁGUA. USO: - PULVERIZAR APÓS LAVAR AS MÃOS E ANTEBRAÇOS. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 45 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 45 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 46. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 46 DISCIPLINA 06 Preparação das escamas de peixe Passo –a –passo. 1) Prepare o peixe neste caso a tainha, mas poderá ser traíra, Pirarucu, ca- murupim entre outros. 2) Retire as nadadeiras para facilitar o manejo e descamação. Foto: Retirada das nadadeiras 3) Retire as escamas, ou melhor, efetue a descamação. Poderá utilizar uma faca, colher ou até mesmo um garfo como preferir. São utilizados esca- madores industriais que facilitam o manejo. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 46 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 46 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 47. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 47 Foto: Descamação 4) Coloque no escorredor e lave em água corrente. Foto: lavagem com agua corrente 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 47 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 47 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 48. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 48 5) Observe que as escamas estão escuras. Foto: Escamas lavadas 6) Prepare uma vasilha com água. Foto: Preparação do material sabão, vasilha e agua sanitária. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 48 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 48 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 49. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 49 7) Coloque o sabão. Foto: Colocação do sabão 8) Coloque a água sanitária. Foto: Colocação da Agua Sanitária 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 49 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 49 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 50. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 50 9) Misture bem. Foto: Mistura do sabão e água sanitária 10)Agora coloque as escamas e deixe de molho de um dia para o outro. Foto: Escama de molho 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 50 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 50 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 51. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 51 11) Procure mexer sempre que lembrar para ajudar a limpar. Foto: Escama de molho – mexer 12)Escorra e lave na água corrente. Foto: lavagem das escamas 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 51 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 51 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 52. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 52 13)Veja com ficou limpinha e escorra. Foto: Escamas lavadas e escorridas 14)abra o filó. Foto: Filó sendo aberto 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 52 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 52 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 53. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 53 15)Numa vasilha coloque as escamas no filó. Foto: Escama colocadas no filó 16)Agora vamos amarrar e colocar no varal. Foto: preparo para amarrar as escamas 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 53 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 53 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 54. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 54 17)Prenda nas pontas amarre e pendure na sombra. Foto: Escamas amarradas e penduradas à sombra 18)Deixe escorrer e secar na sombra. Obs.: não pode pegar sol. Foto: Escamas na sombra secando 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 54 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 54 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 55. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 55 19)Depois de seca. Foto: Escamas secas 20)Agora colocar na embalagem e usar como quiser. Foto: Escamas embaladas prontas para o uso 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 55 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 55 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 56. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 56 Tingimento das Escamas de Peixe Você vai precisar de: • Escama higienizada e lavada • Folhas, flores, cascas de plantas. • Sache de chá Mate, Camomila,etc... • Anilina a base de álcool • Álcool • Vasilha plástica • Coador • Papel toalha • Jornal O Passo a Passo: 1) Escamas de molho Foto: Verifique se ela está bem limpinha. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 56 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 56 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 57. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 57 2) Lave bem as escamas para retirar o sabão na água corrente. Foto: Lavagem das escamas 3) Coloque para escorrer Foto: Escama sendo escorrida 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 57 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 57 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 58. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 58 Fazendo chás: Foto: material para tingimento 6) Coloque a água para ferver, separe os saches dos chás que irá utilizar. Chá da casca da cebola 1) Coloque as cascas da cebola numa vasilha e leve ao fogo até ferver. Deixe esfriar. 2) Coe numa vasilha. Foto: Chá de cebola sendo coado 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 58 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 58 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 59. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 59 7) Coloque a quantidade de escama que desejar. Foto: Escamas sendo tingidas, pode ser com chá em sachê ou de cebola 1) Deixe as escamas de molho por mais ou menos 5 dias, Coloque numa vasilha com tampa. 2) 5 dias depois. Foto: Escamas Tingidas 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 59 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 59 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 60. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 60 1. Coloque as escamas tingidas no papel toalha com um jornal por baixo e deixe secar na sombra. Foto: Escamas secando. Depois de tingidas, secadas e embaladas, e só usar sua criatividade! Obs.: Proceda da mesma maneira com os chás de sache. Cada chá é uma surpresa no resultado final. Aqui se coloca algumas outras escamas de cores diferentes se- cando na sombra! Urucum: Coloque as sementes do Urucum numa vasilha, coloque o álcool e deixe descansar por alguns dias. Quando for fazer o tingimento dilua em água e colo- que as escamas. Deixe de molho por 5 dias ou mais. Obs.: o vidro laranja claro já está diluído na água. Foto: Urucum em dois tons 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 60 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 60 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 61. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 61 Depois de seca fica com uma cor alaranjada de tom claro! Foto: Escamas Tingidas Foto: Escamas depois de seca. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 61 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 61 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 62. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 62 DISCIPLINAS 07/08 Confecção e Finalização de Produtos –Base escama de peixe Como montar uma rosa de escama de Peixe Material necessário: 1) Escamas 2)Pistola de cola quente 3)Bastão de cola Obs.: são necessárias escamas já higienizadas e secas. Observe que a escama tem um lado brilhoso e um lado fosco.Vamos come- çar trabalhando com o lado brilhoso virado para dentro 1) Separe as escamas pequenas para o início da rosa. 2) separe sete escamas para começar; inicie com duas escamas finas 3) Dê uma leve enrolada na escama, para começar o botão. 4) Coloque a cola quente. 5) Cole a outra escama, uma de frente para outra encaixando para fazer o miolo da rosa. 6) Agora cole as outras duas escamas colocando as duas primeiras no meio. 7) Observe que já vai formando o miolo da rosa. 8) Com o miolo pronto vamos colar as pétalas. 9) Cole as escamas desencontradas, sempre com o lado brilhoso para dentro. 10) Cole, vá colando contornando até atingir o tamanho desejado. 11) Veja que começo a usar as escamas maiores. 12) Continue colando até atingir o tamanho desejado. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 62 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 62 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 63. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 63 13) agora colamos as escamas viradas, ou seja, com o lado brilhoso para fora. 14) Coloque a cola na escama. 15) Cole a escama desse jeito. 16) agora intercalamos a escama virada para dentro. Faça uma volta com a escama virada para dentro e outra volta com a mesma vira- da para fora. Finalize com a escama para dentro. Lustre de escama de peixe 1-selecionar as escamas 2-tres círculos de arame galvanizado de (p) (m) (g) 3-linha para revestir 4-linha mais grossa para acabamento Modo de fazer Com linha mais grossa separa em quatro partes iguais , e feito o ponto de macra- mê simples nas quatro partes. Queime as pontas da linha fazendo o acabamento da sustentação do abajur. Intercale nas armações as escamas de peixe criando formas. Tiara para cabelo 1. Tiara de ferro ou plástico 2. Linha de buriti , tecido estampado ou 3. fita de cetim 4. Escama de peixe 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 63 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 63 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 64. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 64 Modo de fazer Cubra a tiara com palha de buriti, tecido estampado ou fita de cetim para revestir, faça flores de escamas de peixe e decore a tiara dando formas e usando sua cria- tividade. Brinco em Escama 1-alicate de bijuteria 2-anzol de brinco 3-elo de para brinco 4-fio encerado 5- escama de peixe Modo de fazer Tire o comprimento do brinco no fio e dobre ao meio o barbante Coloque o elo no meio do fio e aperte com alicate e prenda no elo o anzol e aperte com alicate .feito isso coloque uma semente e de um no para ficar firme, em segui- da coloque a escama de peixe. E para finalizar coloque sementes e faça um nó para arrematar. Chaveiro 1-gancho para chaveio 2-alicate para bijuteria 3-escamas de peixe 4-barbante 5- sementes Modo de fazer Pintando as escamas de peixe com figuras da região , criando formatos de peixe, furando e colocando barbante ou fio encerado ,e intercalando as sementes com ponto de macramê. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 64 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 64 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 65. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 65 DISCIPLINA 09 Legislações, portarias federais e estaduais; Instruções Normativas NORMA REGULAMENTADORA NR 17 – ERGONOMIA O QUE É ERGONOMIA ? Ergonomia designa o conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual existe interações entre seres humanos e máquinas. O principal objetivo da ergonomia é desenvolver e aplicar técnicas de adaptação do homem ao seu trabalho e formas eficientes e seguras de desempenhá-lo visando a otimi- zação do bem-estar e, consequentemente, aumento da produtividade Segue abaixo Publicação - Norma Regulamentadora Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 Atualizações/Alterações D.O.U. Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990 26/11/90 Portaria SIT n.º 08, de 30 de março de 2007 02/04/07 Portaria SIT n.º 09, de 30 de março de 2007 02/04/07 Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007 26/06/07 (Redação dada pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990) 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos tra- balhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e de- sempenho eficiente. 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condi- ções ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 65 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 65 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 66. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 66 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psico- fisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguin- tes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) características de pouca ou nenhuma confor- mação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. 17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Em 22 de outubro de 2015 os Artesãos receberam uma grande conquista que foi a regulamentação da profissão de Artesão que antes eram excluídos da sociedade sem receber direitos trabalhistas como qualquer cidadão que trabalha e que por meio da arte ganha o seu sustento. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 66 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 66 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 67. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 67 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 13.180, DE 22 DE OUTUBRO DE 2015. Dispõe sobre a profissão de artesão e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de- creta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Artesão é toda pessoa física que desempenha suas atividades profis- sionais de forma individual, associada ou cooperativada. Parágrafo único. A profissão de artesão presume o exercício de atividade predominantemente manual, que pode contar com o auxílio de ferramentas e ou- tros equipamentos, desde que visem a assegurar qualidade, segurança e, quando couber, observância às normas oficiais aplicáveis ao produto. Art. 2o O artesanato será objeto de política específica no âmbito da União, que terá como diretrizes básicas: I - a valorização da identidade e cultura nacionais; II - a destinação de linha de crédito especial para o financiamento da co- mercialização da produção artesanal e para a aquisição de matéria-prima e de equipamentos imprescindíveis ao trabalho artesanal; III - a integração da atividade artesanal com outros setores e programas de desenvolvimento econômico e social; IV - a qualificação permanente dos artesãos e o estímulo ao aperfeiçoa- mento dos métodos e processos de produção; V - o apoio comercial, com identificação de novos mercados em âmbito local, nacional e internacional; VI - a certificação da qualidade do artesanato, agregando valor aos produ- tos e às técnicas artesanais; 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 67 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 67 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 68. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 68 VII - a divulgação do artesanato. Art. 3o O artesão será identificado pela Carteira Nacional do Artesão, válida em todo o território nacional por, no mínimo, um ano, a qual somente será reno- vada com a comprovação das contribuições sociais vertidas para a Previdência Social, na forma do regulamento. Art. 4o O Poder Executivo é autorizado a criar a Escola Técnica Federal do Artesanato, dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de programas de for- mação do artesão. Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de outubro de 2015; 194o da Independência e 127o da República. DILMA ROUSSEFF Miguel Rossetto 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 68 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 68 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 69. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 69 DISCIPLINA 10 Divulgação dos produtos elaborados Divulgar um produto é uma etapa crucial para ter sucesso no empreendi- mento. Afinal, os clientes irão entrar na loja ou contratar a o serviço da empresa apenas se souber que ela existe, correto? Por isso a etapa‘divulgação’ deve cons- tar no seu plano de negócios, colocando valores para isso no capital inicial do em- preendimento. Seja por meio de Panfletagem, vendas de porta- em- porta; cria- ção de sites ou até em redes sociais , divulgação do produto é a arma do negócio. Tendências e mercado; As tendências são descritas como movimentos nos preços de mercado, que se sustentam por certo período (em curto prazo ou em longo prazo) e o mercado, não é estático, aliás, é muito dinâmico e há de se estar atento a ele para ir se adap- tando na medida em que os primeiros sinais de mudanças surgem. Todo aquele que não se adequou ao mercado, fechou, já que ele é instável e muda de direção tal qual um bando de aves. Com isso, a tendência de mercado nada mais é do que as linhas de produtos e serviços que poderão ser produzidos em decorrência da procura dos consumidores e a tendência de mercado também pode ser impostas através da mídia ou de um modismo eventual, mostrada ao grande público e que demonstre ter aceitação do mercado. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 69 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 69 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 70. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 70 Custos e receitas Receita- É a renda que a empresa obtém pelas vendas de mercadorias e produtos, pela prestação de serviços etc. (quer receba os valores a vista ou não); Custo - É o gasto relativo à aquisição ou produção de um bem de venda ou de uso ou, ainda, o gasto diretamente relacionado com a prestação de determinado ser- viço. Por exemplo: para que uma empresa comercial venda uma mercadoria, ela primeiramente adquire essa mercadoria. O gasto com a aquisição da mercadoria comercializada é classificado como“custo da mercadoria vendida”(ainda que, ini- cialmente, a mercadoria adquirida seja registrada em conta de Estoques). Para que uma empresa industrial fabrique determinado produto, ela pri- meiramente adquire a respectiva matéria-prima. Essa matéria-prima, quando con- sumida (utilizada no processo de produção), representará um custo com a elabo- ração do produto e, assim, comporá o valor deste; Despesa É o gasto com as demais “utilidades”, ou seja, os gastos com as vendas (comissões pagas a vendedores), com a administração da empresa (aluguel, água, luz, telefone), com os juros de empréstimos bancários (despesas financeiras) etc. Cabe observar que custo e despesa têm, na prática, o mesmo significado (gasto). Fontes de Financiamento: Existem várias linhas de financiamentos sejam bancos tais como : Banco do Nordeste e Banco do Brasil .Através do Ministério da Pesca e Aquicultura hoje extinto foi lançado O Plano safra da Pesca e aquicultura 2015/2016 .Assim, os Ar- tesãos poderão obter linhas de créditos com juros abaixo do mercado. Para que tenham acesso ao PRONAF terá que ter em mãos a DAP- Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e RGP - e Registro Geral da Atividade Pesqueira- RGP(se pescador) e documento de identificação. Linhas de Financiamento Pronaf : • Pronaf Agroecologia • Pronaf Agroindústria • Pronaf Cotas-partes • Pronaf Custeio • Pronaf Custeio de Agroindústria Familiar 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 70 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 70 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15
  • 71. APOSTILA DO CURSO ARTESÃO DE BIOJÓIAS 71 • Pronaf Eco • Pronaf Jovem • Pronaf Mais Alimentos • Pronaf Microcrédito Produtivo Rural • Pronaf Mulher • Produtivo Orientado Pronaf Semiárido DAP – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR É o instrumento usado para identificar e qualificar as pescadoras, os pes- cadores, as aquiculturas e os aqui cultores, as Unidades Familiares de Produção Rural e suas formas associativas organizadas em pessoas jurídicas, a operarem o crédito rural ao amparo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf . É um documento voluntário e declaratório. Parte, portanto, da vontade da(s) representante(s) e do(s) representante(s) das Unidades Familiares de Produ- ção Rural - UFPR. A partir da DAP, a UFPR tem a possibilidade de acessar às inú- meras políticas públicas e/ou ser beneficiária de ações governamentais dirigidas. Para ter acesso à DAP, as pescadoras, os pescadores, as aquiculturas e os aqui cul- tores devem ter obtido renda bruta familiar nos últimos 12 meses de produção normal, que antecedem a solicitação da DAP, de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), considerando nesse limite a soma de 100% (cem por cento) do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do valor da receita recebida de entidade in- tegradora e das demais rendas provenientes de atividades desenvolvidas no esta- belecimento e fora dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais. As DAPs poderão ser emitidas pelas entidades credenciadas, as Superintendên- cias Federais de Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura, Empre- sas de AssistênciaTécnica e Extensão Rural - EMATERs, Confederação Nacional dos Pescadores e suas Federações Estaduais, por meio de suas unidades operacionais – as Colônias de Pescadores a elas formalmente filiados; e os Institutos de Pesca Estaduais, por meio de suas unidades operacionais – seus escritórios regionais e locais; dentre outras. 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 71 5 - Apostila - ARTESÃO DE BIOJOIAS.indd 71 25/02/16 12:15 25/02/16 12:15