Este documento descreve a carreira do violonista e compositor brasileiro Baden Powell. Ele começou a tocar violão desde criança e se tornou um dos principais nomes da bossa nova ao lado de Vinícius de Moraes. Ao longo de sua carreira, Baden explorou diversos estilos musicais e levou a música brasileira para o mundo todo com seu talento no violão e capacidade de interpretação. Ele também se destacou por sua obsessão pela auto-superação artística.
Volume of the series “Sounds of Brazilian Music” dedicated to the clarinet. The whole series contains 6 volumes and 12 CDs showcasing the main instruments of Brazilian music and its most influential composers. All topics are in Portuguese and English. Institutional merchandise produced by Newsday Consultoria for Petrobras in 2008.
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Ritmos de gêneros brasileiros na escrita violonística de Marcos Pereiramanda555
Ritmos de gêneros brasileiros na escrita violonística de Marco Pereira
Rafael Thomaz – UNICAMP/CAPES
rafaelthomaz@terra.com.br
Fabio Scarduelli – FAPESP
fabioscarduelli@yahoo.com.br
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Festa Modernista II - Aldemir, Vinícius e BadenLetícia Borges
Apresentação de ppt criada para auxiliar na apresentação de um trabalho de literatura do Colégio Objetivo de Catalão-GO, que visava analisar as obras "Tocador de Berimbau", de Aldemir Martins e "Berimbau" de Vinícius de Moraes e Baden Powell.
1. PERSONAGEM
BADEN de de Baden, um dos principais
compositores e instrumentistas bra-
sileiros de todos os tempos.
Filho de um violonista admirador
POWELI
do general inglês Robert Baden-
Powell (1857-1941), o fundador do
escotismo, o garoto começou a
aprender violão desde cedo. Com
treze anos, já se apresentava em bai-
les e festinhas. Depois, mal comple-
tando a maioridade, ingressou na
X^xorria 1966. Lyndon Baines par do espetáculo que Mr. Lyndon noite carioca participando do con-
Johnson, presidente dos Estados Johnson vai oferecer a Mr. Nguyen junto de Ed Lincoln, tecladista ali-
Unidos da América, resolveu ofere- Van Thieu, no próximo dia 5, em mentado pelas influências do jazz.
cer, em Honolulu, Havaí, uma fes- Honolulu, Havaí". Resposta de Ba- Pouco tempo depois, Baden pas-
ta inesquecível ao general Nguyen den, dada às vésperas da grande fes- sou a fazer parte do grupo de artis-
Van Thieu, ditador do Vietnã do ta: "Não posso ir. No dia 5 eu estreio tas que formava o movimento mu-
Sul. Encarregado de recrutar alguns com a Elis Regina no Zum-Zum". sical mais importante da época: a
dos melhores músicos do mundo pa- Esse episódio ilustra exemplar- bossa nova. O toque precioso de seu
ra abrilhantar a homenagem, o sa- mente como funciona a cabeça do violão e sua fluência como compo-
xofonista Stan Getz remeteu um te- fluminense Baden Powell de Aqui- sitor encontraram nos versos de Vi-
legrama ao violonista Baden Powell, no, nascido em Varre-e-Sai no dia nícius de Moraes a parceria ideal.
aproximadamente nos seguintes ter- 6 de agosto de 1937. Desligado, in- São desse período músicas como
mos: "Em nome do presidente dos dividualista, temperamental. Todos "Formosa", "Samba em prelúdio",
Estados Unidos da América, valho- esses adjetivos encaixam-se perfei- "Só por amor" e "Canção de ninar
me desta para convidá-lo a partici- tamente para definir a personalida- meu bem", composições da dupla
que permanecem até hoje como
clássicos da música popular bra-
sileira.
Em 1962, Baden embarcou para
a Europa. A turnê foi um sucesso.
Além de tocar sua música para pla-
teias recém-cativadas pelo molho do
ritmo brasileiro, também recriava nos
shows, com impressionante técnica
e criatividade, clássicos de Bach, Ra-
vel e Villa-Lobos.
Na volta para o Brasil, a Bahia
tornou-se o novo lar do virtuose. De-
cidido a realizar pesquisas musicais
para enriquecer suas composições,
frequentou terreiros, iniciou-se no
candomblé e na capoeira, e retomou
a antiga parceria com Vinícius. Jun-
tos novamente, foram enfileirando
jóias raras, como "Canto de Ossa-
nha", "Berimbau" e outras. Nessa
fase de sua carreira, Baden somou
novos elementos à sua já consagra-
da técnica violonística. Depois da
temporada baiana, seu instrumento
passou a despejar pelos bordões rit-
mos incríveis, como se fosse um
contrabaixo. Ao mesmo tempo, não
parava de conceber novas soluções
Baden e seu violão: levando a música brasileira para os quatro cantos do mundo. para aliar harmonia e melodia no
2. PERSONAGEM
formado num superstar bilionário,
consequência natural de seu domí-
nio incomparável do violão. Baden,
no entanto, é um homem simples.
Um homem simples e ao mesmo
tempo complexo: embora não culti-
ve hábitos exuberantes, as exigên-
cias de precisão e perfeição que im-
põe a si mesmo são quase neuróti-
cas, insanas. Nos teatros em que
costuma se apresentar sempre ocor-
re o mesmo ritual. No teste do som,
antes do espetáculo, o músico recla-
ma da aparelhagem e da acústica do
teatro, com uma intransigência que
deixa todos preocupados, certos de
que não irá tocar. Porém, quando
chega a hora do concerto, assume
tranquilamente seu lugar no palco e
toca como se estivesse no local ideal.
Acima de qualquer tipo de proble-
ma, Baden coloca sua paixão pelas
apresentações ao vivo.
Apesar de ter morado vários anos
no exterior, Baden afirma não saber
falar fluentemente nenhum outro
idioma. Sabe apenas o mínimo in-
dispensável e, quando perguntado
como faz para se virar nos países es-
trangeiros, diz: "Da mesma forma
como em qualquer outro lugar, só
que lá fico quietinho". Os compro-
missos assumidos no exterior obri-
gam o violonista viajar constante-
mente. Embora tenha vontade de
fixar-se definitivamente no Brasil, a
tarefa de divulgar a música brasilei-
ra pelos quatro cantos do mundo pa-
rece ser mais importante.
A busca da auto-superação: um traço característico da arte de Baden. Hoje, não é mais possível consi-
derar Baden Powell apenas um re-
mesmo dedilhado do violão. Na his- mios importantes da crítica de Paris. presentante de um estilo de compor,
tória dos virtuoses brasileiros, ne- Saltou à frente, com o "Mundo nú- ou de interpretar, que se inaugurou
nhum outro músico conseguiu como mero 2", acompanhado pela Sinfó- nas raízes brasileiras. Choro, samba,
Baden transformar o violão numa nica da capital francesa. Brilhou no valsa, jazz, os clássicos, os românti-
verdadeira usina de efeitos sonoros. Festival de Jazz de Berlim. Reco- cos, os vanguardistas contemporâ-
Um virtuosismo apoiado não só em lheu-se por alguns meses a uma clí- neos, os flamencos e os africanos —
suas qualidades de instrumentista nica do Rio, no quarto vizinho ao do o maravilhoso equipamento desse
mas também no talento como intér- eterno amigo Vinícius de Moraes, músico não se assusta com as fron-
prete e como compositor. para uma temporada de desintoxi- teiras que a música internacional
As premiações tornaram-se mera cação do velljo uísque. Retornou à costuma delimitar. Junto a essa
consequência disso. Com um novo Europa. E, em 1971, gravou um dos imensa versatilidade, Baden carrega
parceiro, o letrista Paulo César Pi- mais belos LPs de violão jamais fei- sempre a obsessão pela auto-supe-
nheiro, venceu a I Bienal do Samba tos no mundo, "Solitude on guitar", ração. Uma postura exemplar, sufi-
da TV Record de São Paulo. Em no Studio Waldorf da CBS alemã. ciente para diferenciar com nitidez
1967, o disco "O mundo musical de Muita gente se espanta com o fa- cristalina sua arte da dos demais
Baden Powell" ganhou todos os pré- to de Baden Powell não se ter trans- músicos.