2. Administração de medicamentos: endovenoso
Conteúdos abordados nesta aula:
Via parenteral: endovenosa;
Punção venosa periférica;
Preparo de soluções;
Principais drogas utilizadas em
emergência.
Você deverá relembrar:
As formas farmacêuticas;
Os procedimentos de enfermagem
realizados para administração de
soluções injetáveis;
Materiais utilizados nas administrações
dos medicamentos.
Fonte: Hospital Israelita A. Einstein e outros
3. Administração de medicamentos: endovenoso
ANVISA, 2017: Recomendações para cateteres periféricos
1. Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da terapia, na viscosidade do fluido, nos componentes do
fluido e nas condições de acesso venoso21-23. (II)
2. Não use cateteres periféricos para infusão contínua de produtos vesicantes, para nutrição parenteral com mais de 10% de dextrose ou
outros aditivos que resultem em osmolaridade final acima de 900 mOsm/L, ou para qualquer solução com osmolaridade acima de 900
mOsm/L24-26. (II)
3. Para atender à necessidade da terapia intravenosa devem ser selecionados cateteres de menor calibre e comprimento de cânula22-23. (II)
a) Cateteres com menor calibre causam menos flebite mecânica (irritação da parede da veia pela cânula) e menor obstrução do fluxo
sanguíneo dentro do vaso. Um bom fluxo sanguíneo, por sua vez, ajuda na distribuição dos medicamentos administrados e reduz o risco de
flebite química (irritação da parede da veia por produtos químicos).
4. Agulha de aço só deve ser utilizada para coleta de amostra sanguínea e administração de medicamento em dose única, sem manter o
dispositivo no sítio21-22. (II)
5. Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as das superfícies dorsal e ventral dos antebraços. As veias de membros
inferiores não devem ser utilizadas a menos que seja absolutamente necessário, em virtude do risco de embolias e tromboflebites26-29. (II).
6. Para pacientes pediátricos, selecione o vaso com maior probabilidade de duração de toda a terapia prescrita, considerando as veias da mão,
do antebraço e braço (região abaixo da axila). Evite a área anticubital28. (III)
4. Administração de medicamentos: endovenoso
ANVISA, 2017: Recomendações para cateteres periféricos
7. Para crianças menores de 03 (três anos) também podem ser consideradas as veias da cabeça. Caso a criança não caminhe, considere as
veias do pé28. (III)
8. Considerar a preferência do paciente para a seleção do membro para inserção do cateter, incluindo a recomendação de utilizar sítios no
membro não dominante. (III)
9. Evitar região de flexão, membros comprometidos por lesões como feridas abertas, infecções nas extremidades, veias já comprometidas
(infiltração, flebite, necrose), áreas com infiltração e/ou extravasamento prévios, áreas com outros procedimentos planejados. (III)
10. Usar metodologia de visualização para instalação de cateteres em adultos e crianças com rede venoso difícil e/ou após tentativas de
punção sem sucesso29-32. (I)
Fonte: https://www.portaldaenfermagem.com.br/noticias-read?id=6729
5. Administração de medicamentos: endovenoso
Fonte: https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo5/pre_corrente2.htm
6. Administração de medicamentos: endovenoso
Via endovenosa
É a introdução de medicamentos diretamente na veia. Seu
efeito é rápido.
A administração pode ser feita em bolus, intermitente ou
contínua, em acesso venoso periférico ou central.
Bolus: por meio de acesso primário ou existente.
Intermitente: por meio de um equipo (Y).
Contínua: período prolongado.
7. Administração de medicamentos: endovenoso
Injeção em bolo ou bolus
Produz um nível de medicamento máximo quase imediato no sangue
do paciente.
É administrado num acesso venoso periférico primário existente,
dentro de um dispositivo de infusão intermitente ou diretamente na
veia.
O medicamento precisará ser diluído mais que o usual e a uma
velocidade mais lenta.
8. Administração de medicamentos: endovenoso
Injeção em bolo ou bolus
Verifique a prescrição médica do paciente;
Observar os 9 certos.
Certifique-se de que o medicamento é compatível com a solução venosa;
Higienize a mãos;
Reconstitua ou dilua o medicamento, conforme necessário;
Antes de tocar no paciente, higienize as mãos (5 momentos);
Calce as luvas de procedimentos;
Feche o clampe de controle de fluxo no acesso venoso periférico;
Realize a desinfecção dos conectores com álcool 70%;
Introduza a agulha ou a própria seringa dentro da porta em Y e injete o medicamento lentamente;
Alerta: realize o flushing com SF0,9% (2 a 3 ml).
Retire a seringa ou agulha do Y e abra o clampe controle de fluxo e estabeleça a velocidade de fluxo primária,
conforme prescrito;
Despreze os materiais nos lixos infectante e perfurocortante;
Higienize as mãos;
Realize a anotação de enfermagem.
10. Administração de medicamentos: endovenoso
Cuidado centrado no paciente: educação
Informe ao paciente o nome do medicamento, o motivo
pelo qual está administrando e os possíveis efeitos
adversos que ele possa a experimentar ou deve relatar.
Além disso, advirta-o a relatar dor, rubor, edema ou outros
problemas com o local de inserção.
11. Administração de medicamentos: endovenoso
Anotação de enfermagem
09:00: Administrado omeprazol 40mg EV, reconstituído em 10ml de solução fisiológica 0,9%,
conforme item 2 da PM, em acesso venoso periférico nº20 em veia radial à direita; realizado
flushing com 3ml de SF0,9%. Não apresenta sinais flogísticos. Olga Zambelli --------------------------------
----------------------------------------Coren 12345
Omeprazol
Inibidor de bomba protônica. Eficaz para úlceras gástricas,
duodenal, esofagites.
Fr. Ampolas: 40mg
Efeitos colaterais: parestesia, cefaleia, tontura, fraqueza, boca
seca, sonolência, insônia, ansiedade ...
Contra indicação: insuficiência hepática.
Interações medicamentosas: aumenta os níveis de digoxina,
diazepam e varfarina.
12. Administração de medicamentos: endovenoso
Punção venosa periférica
Segundo Torres, Andrade & Santos (2005), a punção venosa
periférica constitui-se em uma das atividades mais frequentes
realizadas pelos profissionais da equipe de enfermagem.
Ressalta, ainda que as punções venosas periféricas representam
aproximadamente 85% de todas as atividades executadas
pelos profissionais de enfermagem, visto que a maioria dos
pacientes apresentam terapia intravenosa em seu tratamento.
13. Administração de medicamentos: endovenoso
Terapia intravenosa
A Terapia Intravenosa (TIV) integra o cotidiano da enfermagem no tratamento dos agravos a saúde, sendo definida como um
conjunto de técnicas que visam à administração de soluções ou fármacos no sistema circulatório. Abrange:
- o preparo do paciente;
- a escolha, obtenção e manutenção do acesso venoso;
- métodos de preparo e administração de drogas e soluções;
- cuidados referentes à frequência de troca do cateter, curativos, dispositivos de infusão e soluções;
- complicações da TIV.
É um processo complexo, requer habilidade técnica e conhecimento científico da equipe de enfermagem, devendo ainda,
levar em consideração a RDC 45 (12/03/2003) – regulamenta as boas práticas de utilização de soluções parenterais.
14. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Identificar o paciente Prevenir erros relacionados à administração de medicamentos ou
soluções.
Checar prescrição médica Dever ser clara, concisa e legível.
Todos os medicamentos devem ser checados com relação à
prescrição, que dever incluir: medicamento, dosagem, volume,
velocidade de infusão, frequência e via.
Prescrições verbais precisam ser escritas no prontuário de acordo
com protocolos institucionais.
Realizar prescrição de enfermagem Deve ser clara, concisa, legível incluir:
Cuidados com dispositivos: troca de fixação e sítio.
Flusinhg dos dispositivos com solução fisiológica para prevenção de
incompatibilidade entre medicamentos.
15. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Conhecer a terapia quanto a:
1. Velocidade de infusão Certos medicamentos, quando administrados rapidamente, podem
provocar irritação do vaso.
2. Natureza da solução •pH: quando fora da escala fisiológica, pode causar dano ao tecido.
•Osmolaridade: quanto maior, maior o risco de flebite química.
•Viscosidade: substâncias como hemocomponentes e derivados
necessitam de acesso venoso calibroso.
•Conhecer a finalidade da terapia e sua influência na escolha do
dispositivo.
16. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Conhecer a terapia quanto a:
3. Duração Escolher uma veia que possa suportar a TIV pelo menos
72 horas.
Realizar a punção em veias mais distais e, na sequencia,
as mais proximais.
Usar veias das mãos somente se solução não irritante
estiver sendo administrada.
4. Propósito Conhecer a finalidade da TIV.
17. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Considerar o paciente quanto a:
1. Idade Crianças: maior dificuldade na visualização, devido ao
calibre menor das veias.
Idosos: pele fina e maior fragilidade venosa,
possibilitando maior ocorrência de hematomas e flebites.
2. Mobilidade Pacientes agitados: maior dificuldade na fixação do
dispositivo venoso.
Pacientes confusos: maior risco de flebite e
extravazamento por não verbalizarem dor.
3. Alergias Considerar alergia ao látex e medicamentos.
4. Orientação Garantir o entendimento do paciente e da família em
relação a orientação fornecida.
5. Avaliar rede venosa Veias: tamanho, calibre, trajeto, válvulas, condições da
região e disponibilidade.
Dificuldades de visualização da rede venosa.
18. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Selecionar dispositivo quanto a:
1. Preferência do paciente Considerar preferência e atividade do paciente, evitando o uso do
membro dominante.
2. Calibre e comprimento
do dispositivo; avaliação
da rede venosa
Considerar o tipo de terapia a ser utilizada - seleção do acesso
venoso.
3. Preparo do sítio de
inserção
Higienizar as mãos.
Remover os pelos com o uso de tricotomizador, para minimizar o
risco de infecção.
Avaliar o local de inserção.
No local de punção, realizar antissepsia com álcool a 70%, com
movimentos circulares vigorosos no sentido do centro para fora,
num diâmetro de 5 a 8 cm, durante 30 segundos; esperar a solução
secar com o ar.
19. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Inserir o dispositivo quanto a:
1. Controle de infecção Higienizar as mãos, utilizar técnica asséptica, fixar e
estabilizar o dispositivo intravenoso de forma adequada,
manusear corretamente os fluidos administrados.
2. Prática segura Usar luvas de procedimentos, priorizar cateteres com
dispositivos de segurança.
4. Tração da pele Minimizar a dor, estabilizar o vaso e possibilitar melhor
assertividade na punção.
5. Método de inserção Direto: ângulo de 15° a 30°.
Indireto: ângulo de 30° a 45°.
20. Planejamento da terapia intravenosa
Planejamento Recomendações para a prática
Manter TIV quanto a:
1. Estabilização e fixação de cateter Utilizar fitas hipoalergênicas estéreis para a fixação do sítio
de inserção. Utilizar curativo transparente semipermeável.
2. Documentação Registrar no prontuário – anotação de enfermagem
3. Prevenção de complicação Rodízio de sítio de inserção e tipos de curativos seguindo
recomendações atualizadas.
Fixação adequada: reduz o risco de flebite, infiltração,
extravasamento, migração do cateter e infecção.
Certificar-se a forma de diluição e administração do
medicamento.
4. Avaliação Estabelecer indicadores específicos da TIV: taxa de flebite,
infiltração, eventos adversos relacionados à administração
de medicamentos, taxas de infecção associada a cateter.
21. Planejamento da terapia intravenosa
Osmolaridade do sangue: 275 e 295 mOsm/kg
Tipos de soluções
Tipo Solução
Eletrólitos (mEq/l)
Glicose (g/l)
Osmolaridade
(mOsmol/l)
Isotônica
Salina (SF 0,9%)
Glicosada 5% (SG 5%)
Ringer lactado (RL)
Na (154) e Cl (154)
Glicose (50)
Na (130), Cl (109), K (4),
lactato (28) e Ca (3)
308
260
275
Hipotônica Salina (SF 0,45%) Na (77) e Cl (77) 154
Hipertônica
Glicosada 10% (SG 10%)
Glicosada 25% (SG 25%)
Glicosada 50% (SG 50%)
Glicose (100)
Glicose (250)
Glicose (500)
505
1.262
2.525
22. Planejamento da terapia intravenosa
Vamos praticar?
S.M.B, 28 anos, deu entrada na sala de emergência com sangramento ativo, descorado, hipotenso, sonolento,
hipotérmico, o plantonista médico solicita infusão de soroterapia, 3U de concentrado de hemácias.
Qual acesso venoso providenciar?
Providenciar dois acessos
venosos calibrosos
Utilizar a região da fossa
antecubital
24. Complicações na terapia intravenosa
Complicações
Cateter Periférico
- Complicações mecânicas(medidas
preventivas):
# Sítio de punção
# Localização
- Infiltração
- Extravasamento
- Flebite
Cateter Central
- Infecção de corrente sanguínea
- Embolia
25. Complicações na terapia intravenosa
Complicações
Infiltração: deslocamento do cateter da
veia, com consequente saída de solução
ou fármaco não vesicante para o espaço
extravascular.
26. Complicações na terapia intravenosa
Complicações
Extravasamento: deslocamento do
cateter da veia, com consequente saída
de solução ou fármaco vesicante para o
espaço extravascular.
27. Complicações na terapia intravenosa
Complicações
A ocorrência de extravasamento deve ser tratada como emergência.
Para tanto, as principais recomendações são:
1. suspensão imediata da infusão da droga, sem retirar o dispositivo venoso do local;
2. aspiração do máximo possível de droga extravasada;
3. retirada do dispositivo venoso e implementação da terapêutica recomendada.
28. Complicações na terapia intravenosa
Tratamento não farmacológico
Compressa QUENTE 4 vezes ao dia
durante 20 minutos por 48-72 horas.
Drogas:
- Vincristina
- Vimblastina
- Vinorelbine
- Etoposite
- Tenoposide
Compressa FRIA 4 vezes ao dia
durante 20 minutos por 48-72
horas.
Drogas:
TODAS AS DEMAIS
SEGUIMENTO PARA
AVALIAÇÃO
INTERDIDSCIPLINAR
31. Flebites
Escala de Maddox
PARECER COREN-SP 017/2019
Ementa: Possibilidade de profissionais de Enfermagem utilizarem a escala de Maddox e demais escalas para avaliação de
flebite.
Fonte: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/Parecer-017.2019-Escala-de-Maddox.pdf
32. Flebites
TIPOS DE FLEBITE
FLEBITE MECÂNICA
Associada com a localização do cateter e calibre
Fixação
FLEBITE QUÍMICA Associada a administração de soluções ou medicamentos
FLEBITE BACTERIANA
Associada com infecção bacteriana: pele suja, lavagem das
mãos, cobertura estéril
FLEBITE PÓS-INFUSIONAL Geralmente torna-se evidente entre 48 a 96 horas após a
remoção do cateter
36. Flebites
Classificação
Grau Critério Clínico
0 Nenhum sintoma.
+1 Eritema no local de inserção, com ou sem dor.
+2 Dor no local de inserção com eritema e endurecimento.
+3 Dor no local de inserção com eritema. Formação de endurecimento
com cordão venoso palpável.
+4 Dor no local de inserção com eritema. Formação de endurecimento
com cordão venoso palpável maior que 1 polegada (2.75cm) podendo
apresentar secreção purulenta.
37. Flebites
Cuidados de enfermagem
A aplicação de calor local
auxilia na vasodilatação,
reduzindo os sintomas de
desconforto e fricção do
dispositivo.
A compressa fria
recomenda-se, pois diminui
significativamente a
toxicidade da camada
intradermal da pele.
Retirada do acesso, compressas frias nas primeiras 24 horas e após compressas mornas 3x/dia; membro
elevado; terapia tópica CPM e protocolo institucional.
39. Drogas utilizadas em emergência
Adrenalina
Ampolas: 1mg/1ml
Efeito vasoconstritor e sustentação da PA (melhora da perfusão
coronariana) – efeito inotrópico e cronotrópico.
1 ampola a cada 3 a 5 minutos, conforme o protocolo da AHA – ACLS.
Aspirar a ampola e administrar pura – elevar o membro com o acesso
venoso periférico.
Bicarbonato de sódio
Ampolas 10 e 20ml a 8,4%.
Frascos: 250ml a 5% e 250ml a 8,4%.
Indicado no tratamento da acidose metabólica (geralmente administrado
pós parada).
43. Sobre as
referências...
Administração de medicamentos / revisão técnica, Ivone Evangelista Cabral. Rio de Janeiro: Reitchmann & Affonso,
2002.
PEDROSO, E.R.P; OLIVEIRA, R.G. Blackbook – Clínica Médica. Belo Horizonte: Blackbook editora, 2007.
POTTER, Patricia Ann et al. Fundamentos de enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2018.
Resolução COFEN N º 258/2001-03-20.
Biomedical. Equipamentos e produtos médico-cirúrgico. Disponível em:
www.biomedical.ind.br/www.cateter.com.br Acessado em 26/01/2022.
BD. Centro de Treinamento em acesso vascular. Disponível em www.ctva.com.br Acessado em 28/11/2012.
Harada, M.J., Pedreira, M.L.G. Terapia Intravenosa e Infusões. Yendis Editora Ltda, 2011.
Revista brasileira de Cancerologia, 2011:54(3):263-273.
Manual das Diretrizes da INS – Infusion Nursing Society, 2013.