O documento discute vários aspectos da vigilância na era digital, incluindo como os castelos medievais, o panóptico de Bentham e as teorias de Foucault, Deleuze e Bauman sobre vigilância e controle se relacionam com as tecnologias de vigilância modernas como redes sociais e deep web. Também aborda temas como privacidade, anonimato e liberdade versus segurança na era digital.
6. Os castelos neste período foram
projetados e construídos com
uma série de características
defensivas que tornavam os
cercos mais difíceis e perigosos
para os inimigos.
Os castelos medievais foram
construídos para a segurança,
não conforto.
Defesas do castelo Idade Média
7. * 476 - 1453;
* teocentrismo;
* sociedade estamental: não havia mobilidade social;
* poder descentralizado: controlado pelos senhores feudais (existiam reis,
nas chamadas monarquias feudais, que controlavam basicamente seus
próprios feudos);
* três camadas sociais: clero, nobreza e camponeses (servos).
* trabalho servil;
Castelos para proteção, barreira física em favor da segurança.
Idade Média
12. O Centro
penitenciário ideal
desenhado pelo filósofo
Jeremy Bentham em
1785. O conceito do
desenho permite a um
vigilante observar
todos os prisioneiros
sem que estes
possam saber se
estão ou não sendo
observados.
13.
14. * 1453 (queda de Constantinopla) - 1789 (Revolução Francesa);
* renascimento cultural;
* reforma religiosa;
* descobrimentos marítimos - expansão do território;
* formação dos Estados nacionais unificados sob o poder do rei absolutista;
* passagem do feudalismo para o capitalismo;
O conceito definidor da modernidade, segundo Foucault, a disciplina
– é um instrumento de dominação e controle destinado a suprimir ou
domesticar os comportamentos divergentes.
Idade Moderna
15. Panóptico é metáfora do poder moderno.
Operador disciplinar. Ajudou a construir uma
forma de poder. Medo. Imobilidade.
VOCÊ NUNCA VAI SABER QUANDO É
OBSERVADO EM CARNE E OSSO,
PORTANTO, NUNCA IMAGINE QUE NÃO
ESTÁ SENDO ESPIONADO.
16.
17. Vigiar e Punir, de Foucault
Panóptico para controle das massas:
(o panóptico) deveria ser visível e inverificável… na torre central, vê tudo, sem
nunca ser visto… pouco importa, consequentemente, quem exercer o poder…
é uma máquina maravilhosa que, a partir dos desejos mais diversos, fabrica
efeitos homogêneos de poder… uma sujeição real nasce macanicamente de
uma relação fictícia. De modo que não é necessário recorrer à força para
obrigar o condenado ao bom comportamento, o louco à cama, o operário ao
trabalho, o escolar à aplicação… (FOUCAULT, 1987, p. 167).
20. Pós-modernidade, modernidade líquida,
modernidade tardia ou hipermodernidade
- pós queda do Muro de Berlim;
- BAUMAN: modernidade líquida;
- LIPOVETSKY: hipermodernidade;
*** Individualismo, consumismo, fragmentação
tempo e espaço, nada é feito para durar.
22. Líquidos X Sólidos
* Não mantém a forma;
* Não fixam espaço;
* Não prendem ao tempo;
* Não resistem ao fluxo;
* Atêm a qualquer forma e estão
sempre prontos a mudá-la. Tempo
conta mais que espaço;
* Fluem, escorrem, respingam,
esvaem-se, transbordam;
* Leveza, inconstância.
* Mantém a forma;
* Dimensões espaciais claras;
* Neutralizam o impacto e diminuem
a significação do tempo;
* Resistem ao fluxo;
* Suprimem ao tempo, ignorando-o;
* São facilmente contidos.
Modernidade X modernidade líquida?
23. * a metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de
afirmação no espaço social;
* a passagem de estruturas de solidariedade coletividade para as de
disputa e competição;
* esfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida,
gerando um permanente ambiente de incerteza;
* a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no plano
individual;
* o fim da perspectiva do planejamento a longo prazo;
* o divórcio e a iminente apartação total entre poder e política.
Modernidade líquida
24. Diálogos com ZYGMUNT BAUMAN - Fronteiras do Pensamento
http://youtu.
be/1miAVUQhdwM
25. Pós 11 de setembro:
Amplificou obsessões
preexistentes com segurança e
risco.
Ex.:
* aeroportos e fronteiras
antes/depois;
* categorização social + forte;
* todos somos potenciais
terroristas em potencial;
26. * a vigilância se insinua em estado líquido e é
dimensão central da modernidade;
* mundo de monitoramento, controle,
observação, classificação, checagem e
atenção sistemática que chamamos de
vigilância;
Pós-Panóptico
27. Sociedade de Controle, de Deleuze
* é um passo à frente da sociedade disciplinar de Foucault;
* caracterizada pela invisibilidade e pelo nomadismo que se expande junto às
redes de informação;
* anti-arquitetura;
* controle difuso e em todos os lugares;
* É importante perceber que na sociedade de controle, o aspecto disciplinar
não desaparece, apenas muda a atuação das instituições. Os dispositivos
de poder que ficam circunscritos aos espaços fechados dessas instituições
passam a adquirir total fluidez, o que lhes permite atuar em todas as esferas
sociais. Entre os princípios norteadores desta dinâmica, destaca-se a abolição
do confinamento enquanto técnica principal.
28. Sociedade do Espetáculo, Debord
A sociedade contemporânea é descrita por Debord (1994), como a sociedade
do espetáculo, que substitui o lema “penso logo existo”, por um outro ditado:
“sou visto, logo existo”. Ainda segundo este autor, a sociedade é dominada
pelo olhar, que é omnividente sob diversas formas, que vão desde a
proliferação dos programas televisivos de voyerismo e exibicionismo explícitos,
até à difusão epidêmica da vigilância, que multiplicam as câmaras encontradas
a cada passo do indivíduo. Vive-se hoje, numa sociedade escópica que tem
como espetáculo, a disciplina e controle.
O olho que vigia e pune é o mesmo que possibilita a fama.
29. Sociedade confessional
* Os indivíduos têm um papel ativo em sua
própria vigilância;
* Parece que não sentimos nenhum prazer em
ter segredos?
* Cultura do mostre e diga;
* Confissão pública;
* Vida social = cibervida. Maior parte da vida
online.
* Dependência tecnológica?
30. O que ocorreu, para que saíssemos do horror da vigilância,
para imergirmos na apoteose voyerista, de contemplar
supostamente em tempo integral, um grupo de indivíduos
exibicionistas confinadas num espaço marcado por
câmaras e microfones?
E aplicando aos sites de redes sociais?
31. * Thomas Mathiesen: espécie de panóptico do faça-você-mesmo;
* vigilância sem vigilantes: muitos podendo vigiar e controlar poucos, seguindo
os princípios soberanos, de muitos cuidarem de poucos, com a diferença de
que, agora, não precisamos do espaço físico localizado, tanto o alvo quanto o
controle estão em constante movimento, chega o fim das estruturas
necessárias para o controle e nasce o poder a partir do controle virtual;
* voluntariedade de adesão;
OBJETIVO: o ato de vigiar desprende os vigilantes de sua localidade,
transporta-os pelo menos espiritualmente ao ciberespaço, no qual não
importa mais a distância, ainda que fisicamente permaneçam no lugar.
Sinóptico
32. Ban-óptico
* Didier Bigo: banóptico para indicar de que modo tecnologias de elaboração
de perfis são usadas para determinar quem será colocado sob vigilância
específica;
* quem é bem-vindo ou não;
* categorias de pessoas excluídas;
* opera virtualmente, usando base de dados em rede;
* biometria;
* movimentação de indivíduos pelas fronteiras;
OBJETIVO: Traçar o perfil de minorias "indesejadas".
36. Zygmunt Bauman - Segurança e liberdade: uma dicotomia?
http://youtu.be/Q3TdhIjBW5Q
Mohamed ElBaradei - Segurança e liberdade: por uma nova democracia
http://youtu.be/s6nPebu0Vsc
SEGURANÇA e LIBERDADE
37. " Embora a perda da privacidade possa ser a
primeira coisa que vem à cabeça de muitos
quando se debate vigilância, é fácil comprovar
que a privacidade não é a baixa mais
relevante. As questões do anonimato, da
confidencialidade e da privacidade não
devem ser ignoradas, mas também estão
estreitamente ligadas a imparcialidade,
justiça, liberdades civis e direitos
humanos". BAUMAN
38. Deep Web internet fora do alcance dos buscadores
BERGMAN, Michael K.
The Deep Web: Surfacing
Hidden Value
(2001)
39.
40. O que circula por aí…
Níveis:
0) Commom web
(qualquer pessoa pode acessar)
1) Surface web
(Reddit, sites pornográficos indexados, busca específica por palavra-
chave no Google)
2) Bergie web
(até onde o Google consegue indexar sua busca. 4Chan)
3) Deep web
(acesso Tor, Hidden Wiki)
4) Charter web
(sites específicos .onion)
5) Marianas web
(poucos acessam. conspirações de governos, Illuminatis, coisas
doentias demais, não é via Tor. Partido Pirata Chinês)
6) Intermediary web
7) The Fog/Virus Soup
(zona de guerra)
8) The Primarch System
(the final boss of the internet, seres de outro mundo OMG)
41. Como entrar na Deep Web?
Vídeo da primeira camada - http://goo.gl/O6ZHP
47. Marco Civil da Internet – Lei Ordinária
12.965
O Marco Civil é uma iniciativa legislativa
que nasceu em 2009, em reação contrária
aochamado AI-5 Digital, para regular o uso
da Internet no Brasil, por meio da previsão
de princípios, garantias, direitos e deveres
de quem usa a rede, e da determinação de
diretrizes para a atuação do Estado.
O texto trata de temas como neutralidade
da rede, privacidade, retenção de dados,
a função social da rede e
responsabilidade civil de usuários e
provedores.
http://youtu.be/d1M1qLcW4dc
49. Ciberativistas nas redes e nas ruas
* choque de poderes mídias de massa X interfaces de usuários;
* ciberguerra;
* a internet e a rua;
Anonymous
http://youtu.be/jsx3skXvsZ0
52. Termos de serviço política de privacidade
Google https://www.google.com/intl/pt-BR/policies/privacy/
Facebook https://www.facebook.com/about/privacy
Foursquare https://pt.foursquare.com/legal/privacy
Instagram http://instagram.com/about/legal/privacy/
Twitter https://twitter.com/privacy
53. BIBLIOGRAFIA
Materiais de apoio: http://alinecorso.com.br/?p=331
BENTHAM, J. O Panóptico. Disponível em http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.
php/81000/mod_resource/content/1/TC%20O%20pan%C3%B3ptico.pdf
BAUMAN, Z. Vigilância Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
BRUNO, F. Máquinas de Ver, Modos de Ser: Vigilância, Tecnologia e Subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013.
DEBORD, G. A Sociedade do Espetáculo. Disponível em http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/socespetaculo.pdf
DELEUZE, G. Post Scriptum sobre as Sociedades de Controle. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Ed. 34,
1992, p. 219-226.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
http://marcocivil.org.br/o-projeto-de-lei/marco-civil-da-internet/