O primeiro texto analisa o diálogo entre as artes visuais e literatura através da noção de iconotexto e como a descrição pictural pode ser transposta entre os meios. O segundo ensaio discute as noções que categorizam uma obra de arte, examinando aspectos semânticos e contextuais que contribuem para atribuir o estatuto artístico a uma obra.
A DESCRIÇÃO “PICTURAL” POR UMA POÉTICA DO ICONOTEXTO – Lilian Louvel, Université de Poitiers
1. UFMS – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Disciplina:Poéticas Contemporâneas
Curso: Mestrado em Estudos de Linguagem
Professora: Dra. Maria Adélia Menegazzo
Aluno: Cid Nogueira (67) 92253349
A DESCRIÇÃO “PICTURAL” POR UMA POÉTICA DO ICONOTEXTO – Lilian
Louvel, Université de Poitiers
O texto é uma análise do diálogo entre as diferentes formas das “artes irmãs”,
graphé, que compreende a esfera da arte ou ação de escrever, quadro ou a
pintura. A autora aborda a descrição do iconotexto a partir da analogia, a forma
visual convocada pelo texto, valendo-se da transposição do sentido
representativo de um meio a outro. A heterogeneidade presente como
característica dos sistemas de representações, não reduz a relação de analogia
com a noção de identidade, mas, na busca de marcadores que conduzem a um
sentido artístico. Louvel fará uma descrição dos processos subjetivos
transmidiáticos que competem ao narrador/leitor. Uma abordagem ampla e
descritiva das ferramentas estéticas utilizadas como tradução/translação em
uma serie de operações, operação de conotação, deciframento de signos,
símbolos e ativação do código hermenêutico pelo personagem ou narrador.
A NOÇÃO DE OBRA DE ARTE – Jean-Marie Schaeffer, Ecole des Hautes
Etudes en Sciences Sociales CNRS, França.
A obra de Schaeffer é um ensaio sobre as noções que norteiam nossos
conhecimentos em categorizar uma obra de arte. O autor aborda as diferentes
formas de análise, sobre as critérios que irão atribuir os diferentes trabalhos o
estatuto de artísticos. Ele expõe diversos aspectos semânticos e com proporções
variáveis, que dará suporte para a avaliação sobre as noções da obra de arte.
Separadamente ele alinha tais aspectos como; referenciais de pertença genérica,
a obra como um produto do homem e não um evento natural, portanto, há um
intenção estética específica, o produto artístico como perspectiva semiótica e a
cristalização institucional da arte. É questionado as diferenças do significado
institucional e funcional, as obras envolvidas em um contexto, subvertendo
significados em espaços específicos. Schaeffer ainda coloca em questão as
diferenças entre os museus, galerias tradicionais e modernistas, por fim, a
inclusão ou exclusão singulares de uma obra de arte, só faz sentido pelo quanto o
objeto faz genética, semiótica, genérica ou institucionalmente parte de uma
classe de candidatos a avaliação artística.