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Celso Favaretto
Pesquisador, Doutor em Filosofia, concentração em
estética, pela Universidade de São Paulo. Foi professor
de Filosofia e Estética em diversos colégios e
universidades, como a PUC-SP. Desde 1985, é
professor na Faculdade de Educação da USP, no curso
de Licenciatura em Filosofia e no programa de Pós-
Graduação, sendo também professor-orientador na
área de Estética do programa de Filosofia da
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
“As proposições consensuais
sobre as relações entre arte e
educação não mais satisfazem
às expectativas de uma
educação que dê conta da
heterogeneidade do saber e da
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contemporânea.”
“os princípios
consagrados, do talento e
da criatividade, que
informavam e ainda
informam as concepções
e práticas de arte na
educação, mostram-se
insatisfatórios.”
“a cultura estética é inerente à
concepção de educação como
formação espiritual e cultural, gerada
no horizonte das proposições
iluministas” “cujas fontes são a razão
e a experiência, na busca de realização
da razão no indivíduo e na história,
tendo como finalidade a emancipação,
autonomia, liberdade e felicidade”
“Nesta perspectiva, moral e política, a
cultura estética é componente
indispensável para a formação”
“Esta concepção pode, por
exemplo, ser verificada na atual
LDB, em que a ênfase na
tecnociência, como princípio e
requisito básico, no saber, na
sociedade e na cultura, deve ser
contrabalançada pelo
“conhecimento da arte”
“Estas considerações põem em
relevo a necessidade de se
pensar a arte na escola, no
horizonte das transformações
contemporâneas, e de
reorientação dos pressupostos
modernos - o que implica
pensar o deslocamento do
sujeito”
“Justamente neste deslocamento estaria a
contribuição efetiva da arte, que visa aos
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“O devir implica valorização das
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arte como lugar de agenciamentos” “Para
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resistência da criação deve-se ao fato de que
ela é sempre estranha” “Eis aí o valor
disruptivo da arte na educação.”
“Considerando que a atitude básica da
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experimentações na produção do
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“Na arte surgida dessa atitude,
patente nas atividades
contemporâneas, as obras, os
experimentos, as proposições de
toda sorte, funcionam como
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sensibilidade, do entendimento” “E
o que pode advir dessa maneira de
pensar como matéria de ensino ou
de aprendizado senão a radicação
na especificidade e singularidade
do trabalho dos artistas?”
“As artes da modernidade
mostram que há um pensamento
na arte. Mais precisamente, há
um pensamento da arte¸ que é o
pensamento efetuado pelas obras
de arte, em que se flagra a
existência de uma certa relação
de pensamento e de não
pensamento” “Nesta linha, Lacan
entende que “a arte poderia
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(...)”
“Nestas condições, como
inscrever este
entendimento da arte,
pragmaticamente, aqui e
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educativas, particularmente
na sala de aula?”
“Particularmente, como
considerar nestas condições
a música, em que o não
conceitual é tão mais
característico?”
“A ênfase na criatividade é patente em todas as
teorias pedagógicas modernas” “criatividade
implica originalidade e inventividade, duas
categorias da modernidade artística. Daí
surgiram, como se sabe, as proposições sobre
dispositivos que materializam no processo de
ensino, focado em “competências” e
“habilidades”” “pois esta concepção viria a
substituir a tradicional, ou acadêmica, que foca o
ensino de arte no “talento” individual, porque a
ideologia da criatividade seria democrática,
igualitária, por ser a criatividade um potencial
universal.”
“a tensa relação entre som e sentido, dada nos
processos de enunciação da música, apesar de
traduzir pulsões e afetos, não tem sido valorizada
educacionalmente como as verbais e do olhar –
certamente por razões complexas ligadas à
própria constituição do saber ocidental, que
privilegia a ordem da legibilidade antes da
escuta” “A escuta não pode ser assimilada à
audição distraída; ao comportamento
generalizado tomado como natural; a escuta exige
atenção e concentração” “conecta o inconsciente”
“É assim pensando, que a música é componente
indispensável da formação que vem da educação
dos cinco sentidos, não apenas da razão.”

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  • 2. Pesquisador, Doutor em Filosofia, concentração em estética, pela Universidade de São Paulo. Foi professor de Filosofia e Estética em diversos colégios e universidades, como a PUC-SP. Desde 1985, é professor na Faculdade de Educação da USP, no curso de Licenciatura em Filosofia e no programa de Pós- Graduação, sendo também professor-orientador na área de Estética do programa de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
  • 3. “As proposições consensuais sobre as relações entre arte e educação não mais satisfazem às expectativas de uma educação que dê conta da heterogeneidade do saber e da multiplicidade da experiência contemporânea.”
  • 4. “os princípios consagrados, do talento e da criatividade, que informavam e ainda informam as concepções e práticas de arte na educação, mostram-se insatisfatórios.”
  • 5. “a cultura estética é inerente à concepção de educação como formação espiritual e cultural, gerada no horizonte das proposições iluministas” “cujas fontes são a razão e a experiência, na busca de realização da razão no indivíduo e na história, tendo como finalidade a emancipação, autonomia, liberdade e felicidade” “Nesta perspectiva, moral e política, a cultura estética é componente indispensável para a formação”
  • 6. “Esta concepção pode, por exemplo, ser verificada na atual LDB, em que a ênfase na tecnociência, como princípio e requisito básico, no saber, na sociedade e na cultura, deve ser contrabalançada pelo “conhecimento da arte”
  • 7. “Estas considerações põem em relevo a necessidade de se pensar a arte na escola, no horizonte das transformações contemporâneas, e de reorientação dos pressupostos modernos - o que implica pensar o deslocamento do sujeito”
  • 8. “Justamente neste deslocamento estaria a contribuição efetiva da arte, que visa aos processos de constituição do sujeito.” “E os processos, diz Deleuze “ “são os devires” “O devir implica valorização das singularidades; assim, uma concepção da arte como lugar de agenciamentos” “Para que a arte seja significativa é preciso que venha por “necessidade”, na criação e na fruição “ “a arte não tem nada a ver com comunicação” “Nisto está a sua resistência às diluições, na cultura, no saber” “Esta resistência da criação deve-se ao fato de que ela é sempre estranha” “Eis aí o valor disruptivo da arte na educação.”
  • 9. “Considerando que a atitude básica da arte da modernidade, ao focar as experimentações na produção do estranhamento e no hermetismo, confundiu as discussões sobre a definição e o sentido da arte, pode-se dizer que o seu trabalho desligou o princípio pedagógico de que a arte na educação tem como função apenas promover o desenvolvimento da sensibilidade.”
  • 10. “Na arte surgida dessa atitude, patente nas atividades contemporâneas, as obras, os experimentos, as proposições de toda sorte, funcionam como interruptores da percepção, da sensibilidade, do entendimento” “E o que pode advir dessa maneira de pensar como matéria de ensino ou de aprendizado senão a radicação na especificidade e singularidade do trabalho dos artistas?”
  • 11. “As artes da modernidade mostram que há um pensamento na arte. Mais precisamente, há um pensamento da arte¸ que é o pensamento efetuado pelas obras de arte, em que se flagra a existência de uma certa relação de pensamento e de não pensamento” “Nesta linha, Lacan entende que “a arte poderia nomear o que não se deixa ver (...)”
  • 12. “Nestas condições, como inscrever este entendimento da arte, pragmaticamente, aqui e agora, nas instituições educativas, particularmente na sala de aula?” “Particularmente, como considerar nestas condições a música, em que o não conceitual é tão mais característico?”
  • 13. “A ênfase na criatividade é patente em todas as teorias pedagógicas modernas” “criatividade implica originalidade e inventividade, duas categorias da modernidade artística. Daí surgiram, como se sabe, as proposições sobre dispositivos que materializam no processo de ensino, focado em “competências” e “habilidades”” “pois esta concepção viria a substituir a tradicional, ou acadêmica, que foca o ensino de arte no “talento” individual, porque a ideologia da criatividade seria democrática, igualitária, por ser a criatividade um potencial universal.”
  • 14. “a tensa relação entre som e sentido, dada nos processos de enunciação da música, apesar de traduzir pulsões e afetos, não tem sido valorizada educacionalmente como as verbais e do olhar – certamente por razões complexas ligadas à própria constituição do saber ocidental, que privilegia a ordem da legibilidade antes da escuta” “A escuta não pode ser assimilada à audição distraída; ao comportamento generalizado tomado como natural; a escuta exige atenção e concentração” “conecta o inconsciente” “É assim pensando, que a música é componente indispensável da formação que vem da educação dos cinco sentidos, não apenas da razão.”