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Experiência exitosa na transição da agricultura convencional para a agroecologia: O caso do
                                         agricultor José Artur

      Vanessa Oliveira Teles1, Jéssica Soares Preira1, Antonia Almeida da Silva1, Joaquim Torres Filho2
1
  Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista CNPq/PIBIC. e-mail: teles@alu.ufc.br
1
  Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista PET/UFC. e-mail: jejek.s@hotmail.com
1
  Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista PET/UFC. e-mail: toinhaalmeida2010@hotmail.com
2
 Professor Adjunto II do curso de Agronomia na Universidade Federal do Ceará – Campus Cariri. e-mail: joaquim.torres55@gmail.com



Resumo: Na atualidade as questões ambientais são lembradas e discutidas frequentemente, à medida que a
população percebe a influência direta do ser humano sobre os sistemas naturais. A proposta da agrofloresta
combina culturas agrícolas com outras plantas, integrando as espécies nativas e as culturas introduzidas, que
melhoram o solo e aumentam a vida da terra. O presente artigo teve por objetivo avaliar o processo exitoso
de transição da agricultura convencional para a agroecológica do senhor José Artur no município de Nova
Olinda, Estado do Ceará. Aplicou-se um questionário por ocasião de uma visita realizada na propriedade.
Segundo relato do agricultor, no passado os métodos utilizados na agricultura convencional se baseavam no
uso do fogo, de veneno, terras improdutivas, compra de muitos alimentos, plantio somente de batata doce,
exaustão do solo, cujos teores de matéria orgânica eram praticamente inexistentes, sem se falar que a água
evaporava mais rápido. As primeiras mudanças do ponto de vista ambiental sentidas pelo agricultor no
processo de transição para a agroecologia dizem respeito a matéria orgânica no solo, a qual ficou mais
evidente. A transição da agricultura convencional para a agroecológica é exitosa quando o produtor recebe
todo o suporte técnico necessário para as mudanças, e principalmente, quando ele enxerga os benefícios do
sistema agroecológico, não apenas o financeiro, mas o social e o ambiental.

Palavras–chave: mudança, agricultura, sustentabilidade

                                                      Introdução
        O semiárido nordestino tem como uma de suas principais características a vegetação chamada
caatinga, que significa mata branca. Isso pelo fato de que em uma dada época do ano a vegetação perde suas
folhas, dando a paisagem um aspecto cinzento. Conforme observações de Souza (2005), neste período, não
só a vegetação, mas toda a vida reduz o seu metabolismo, economizando água e energia.
        Na atualidade as questões ambientais são lembradas e discutidas frequentemente, à medida que a
população percebe a influência direta do ser humano sobre os sistemas naturais, o que pode comprometer a
qualidade de vida não somente das gerações atuais, mas também das gerações futuras. Seguindo esse
pensamento Coltro (2009), afirma que a partir do século XIX, a demanda por recursos naturais e os danos
ambientais tornaram-se crescentes devido à intensificação do processo de industrialização e dos sistemas
agropecuários.
        Segundo Habermeier & Silva (1998), a proposta da agrofloresta, combina culturas agrícolas com
outras plantas, integrando as espécies nativas e as culturas introduzidas, que melhoram o solo e aumentam a
vida da terra. Através de consórcios densos de plantas cultivadas, plantas adubadoras e árvores nativas,
manejadas com capinas seletivas e podação, a agrofloresta aproveita a força da vegetação para recuperar e
melhorar o solo, ao mesmo tempo em que produz os alimentos e outros produtos agrícolas que a agricultura
familiar precisa para viver bem.
        A Agroecologia surge no cenário brasileiro como uma opção de desenvolvimento sustentável.
Segundo Altieri (2001), “a Agroecologia utiliza os agroecossistemas como unidade de estudo, ultrapassando
a visão unidimensional – genética, agronomia, edafologia – incluindo dimensões ecológicas, sociais e
culturais”.
        Dentro da visão de agricultura, que busca maior harmonia com o meio ambiente, algumas
universidades, empresas de pesquisa, várias organizações não governamentais, principalmente às de atuação
no Terceiro Mundo optaram pelo caminho da agroecologia, fundamentadas principalmente na observação
dos sistemas agrícolas tradicionais (Franca, 2004).
        O presente artigo teve por objetivo avaliar o processo exitoso de transição da agricultura
convencional para a agroecológica do senhor José Artur no município de Nova Olinda, Estado do Ceará.

                                              Material e Métodos
      A metodologia do presente artigo foi desenvolvida mediante visitação in loco ao Sr. José Artur,
produtor agroecológico, residente no município de Nova Olinda, localizada na mesorregião Sul Cearense e


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na microrregião do Cariri. O município pertence à zona de transição da Chapada do Araripe para o sertão
central do Estado do Ceará. As temperaturas médias variam entre 24°C e 32°C. As precipitações médias
anuais são de 683 mm, abaixo da média do estado (775 mm).
       Durante a visita foi aplicado um questionário com questões subjetivas, buscando informações a
respeito da transição da agricultura convencional para a agroecológica. Além do questionário realizou-se
uma visita na propriedade, observando às mudanças ocorridas, o que é produzido, a melhoria da qualidade
do solo, entre outros fatores.

                                                Resultados e Discussão
        Segundo relato do agricultor, no passado os métodos utilizados na agricultura convencional se
baseavam no uso do fogo, de veneno, terras improdutivas, compra de muitos alimentos, plantio somente de
batata doce, exaustão do solo, cujos teores de matéria orgânica eram praticamente inexistentes, sem se falar
que a água evaporava mais rápido.
        A mudança para o sistema agroecológico se deu quando o agricultor aderiu ao PRONAF Florestal
(PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –FLORESTA), tendo sido o
primeiro desta linha no Estado do Ceará, há 17 anos. O projeto teve início com 18 famílias, no ano de 1995,
porém as outras famílias desistiram do projeto, pois não acreditavam que daria certo produzir sem queimar,
sem usar agrotóxico etc.
        Para aqueles que não acreditaram, faltou alguém dizer que: Na agricultura agroecológica, a
rentabilidade econômica está diretamente ligada a baixos custos de produção, face ao emprego de poucos
insumos externos. A utilização da energia da natureza para realizar a produção de biomassa através da
fotossíntese e o emprego da mão-de-obra familiar se constituem no principal “insumo” utilizado.
        Para o início do processo de transição da agricultura convencional para a agricultura agroecológica, o
agricultor teve apoio da ACB – Associação Cristã de Base e de uma ONG Alemã. A primeira ainda hoje
presta serviços de assistência técnica ao agricultor.
        O agricultor afirmou que no início dos trabalhos acreditava que o processo de transição seria difícil e
questionava a sua viabilidade do ponto de vista socioeconômico. Não era sem razão o temor e porque não
dizer a dúvida dele sobre o êxito do processo de mudança.
        O início do processo de transição foi caracterizado pelo que se chama de sensibilização dos
agricultores, preparando-os para a mudança, pois envolvia todo um processo filosófico para o entendimento
do que era agroecologia. O agricultor mencionou que participou de cursos, oficinas, visitas, intercâmbios e
eventos. Segundo observações, uma das maiores dificuldades era concernente ao fato de que os outros
agricultores não colocavam muita certeza de que a agricultura agroecológica atendesse pelo menos a
produção mínima para consumo. O que talvez não foi trabalhado no processo de sensibilização é que a
agroecologia, é a ciência que trabalha a articulação de diferentes conhecimentos científicos e saberes
populares com o objetivo de alcançar mais sustentabilidade na agricultura.
        As observações feitas no parágrafo acima pelo agricultor mostram claramente que a agroecologia
exige uma maneira diferente de se ver o mundo, razão pela qual exige um enfoque holístico (capacidade de
ver o todo) e mais ainda, uma abordagem sistêmica (relações entre as partes) com o objetivo de se criar um
ambiente mais sustentável e, por isso mesmo, necessariamente mais complexo.
        As primeiras mudanças do ponto de vista ambiental sentidas pelo agricultor no processo de transição
para a agroecologia dizem respeito à matéria orgânica no solo, a qual ficou mais evidente, a possibilidade de
se preservar as espécies florestais, tão importantes para o agroecossistema, além do solo que ficou úmido por
mais tempo, fornecendo assim condições para um melhor cultivo principalmente porque os solos
improdutivos voltaram aos poucos a produzir novamente.
        Quanto aos aspectos de qualidade de vida e do meio ambiente, o que se observou é que a alimentação
da família melhorou, gerando inclusive uma renda extra pela venda do excedente de produção e o fato de se
aprender a conviver com a natureza e com o semiárido, cuidando e protegendo a terra para que no futuro não
deixe de produzir. Observa-se nessas colocações do agricultor que o conceito de transição agroecológica,
ocorre através do tempo, com o manejo do agroecossistema, com o objetivo de se buscar o equilíbrio
biológico e com isso ficar mais parecido com os sistemas naturais onde estão inseridos.
        É importante ressaltar que essa mudança gradual diz respeito a um processo de evolução contínua e
crescente no tempo, não se tratando, pois de um sistema fechado, porém sem ter um momento final
determinado. Sendo um processo social, e dependente da intervenção humana, a transição agroecológica
implica não somente na busca de um equilíbrio biológico, mas também numa mudança nas atitudes e valores
dos agricultores.
        Quanto à produção agroecológica na propriedade do Sr. José Artur, verifica-se uma diversidade, com
produção de diversas fruteiras, como a manga, banana, mamão, siriguela, pinha, laranja, acerola e tangerina.


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No inverno planta o guandu, feijão, milho, além da batata doce e da mandioca. Tem ainda na sua área palma
forrageira, leucena, araticum, sabiá. Cria suínos, ovinos, caprinos, galinha e peixe em anos de inverno bom.
Tem também horta caseira. É importante mencionar que hoje já existe um excedente de produção que
permite ao agricultor vender diretamente para os consumidores.
        Meirelles (2004) expõe argumentos que enfatizam esse tipo de produção pautando princípios que
permitem o escoamento de uma produção diversificada, baseada em recursos genéticos nativos, uma melhor
remuneração para o agricultor, preços mais acessíveis ao consumidor e baixos custos operacionais. Logo,
percebe-se que mercados como estes, propiciam que essa nova parcela da renda gerada na agricultura pelo
próprio produtor, aumente sua capacidade de consumo e possa contribuir com a soberania alimentar.
        Os efeitos benéficos atribuídos a um agroecossistema equilibrado são vários: melhoria da cobertura e
fertilidade do solo, aumento da diversidade de espécies e consequente crescimento da resiliência do
ecossistema, diversificação da produção, refletindo no ganho temporal espacial e econômico, melhoria das
condições de armazenamento de nutrientes e água no solo, garantia de uma produção sustentável e mercado
em ampla expansão para produtos agroecológicos (Franca, 2004).

                                                    Conclusões
         A transição da agricultura convencional para a agroecológica é exitosa quando o produtor recebe
todo o suporte técnico necessário para as mudanças, e principalmente, quando ele enxerga os benefícios do
sistema agroecológico, não apenas o financeiro, mas o social e o ambiental. Verifica-se que nesse processo
foi importante o processo decisório do agricultor na adoção do sistema agroecológico, caracterizando-se
assim o processo de transferência de tecnologia social.

                                           Agradecimentos
         Agradecimento ao CNPq/PIBIC e ao Programa de Educação Tutorial – PET (órgãos concedentes
das bolsas).

                                          Literatura citada
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Tradução de Marília
Marques Lopes. 3. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001. 110p. (Síntese Universitária).
Disponível em< http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia_-short-port.pdf> Acesso em: 25 de
set. de 2012.

COLTRO, A. O comportamento do consumidor consciente como fonte de estímulos de mercado as
ações institucionais sócio-ambientais. Disponível em: <http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/sustentabili
dade/alexcoltro_editorado.pdf>. Acesso em: 24 de set. de 2012.

FRANCA, M. J. P. da. Análise da sustentabilidade do sistema agroflorestal com agricultores familiares
de Nova Olinda e Santana do Cariri–CE. Disponível
em<http://www.prodema.ufc.br/dissertacoes/107.pdf> Acesso em: 25 de set. de 2012.

HABERMEIER, Kurt.; SILVA, Avanildo Duque. da. Agrofloresta: um novo jeito de fazer agricultura.
Recife: Centro Sabiá, 1998. 40p.

MEIRELLES, L. Soberania alimentar, agroecologia e mercados locais. Revista Agriculturas:
experiências em agroecologia: AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, v. 1,
n. 0, p. 11-14, set. 2004.

SOUSA, Henrique. Experiências com sistemas agroflorestais no Semi-árido. 2005. Disponível
em<http://www.ipeterras.org/stuff/textos/agrofloresta_semi_arido_henrique_souza.pdf> Acesso em: 25 de
set. de 2012.




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  • 1. Experiência exitosa na transição da agricultura convencional para a agroecologia: O caso do agricultor José Artur Vanessa Oliveira Teles1, Jéssica Soares Preira1, Antonia Almeida da Silva1, Joaquim Torres Filho2 1 Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista CNPq/PIBIC. e-mail: teles@alu.ufc.br 1 Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista PET/UFC. e-mail: jejek.s@hotmail.com 1 Graduanda do curso de Eng. Agronômica - UFC Campus Cariri. Bolsista PET/UFC. e-mail: toinhaalmeida2010@hotmail.com 2 Professor Adjunto II do curso de Agronomia na Universidade Federal do Ceará – Campus Cariri. e-mail: joaquim.torres55@gmail.com Resumo: Na atualidade as questões ambientais são lembradas e discutidas frequentemente, à medida que a população percebe a influência direta do ser humano sobre os sistemas naturais. A proposta da agrofloresta combina culturas agrícolas com outras plantas, integrando as espécies nativas e as culturas introduzidas, que melhoram o solo e aumentam a vida da terra. O presente artigo teve por objetivo avaliar o processo exitoso de transição da agricultura convencional para a agroecológica do senhor José Artur no município de Nova Olinda, Estado do Ceará. Aplicou-se um questionário por ocasião de uma visita realizada na propriedade. Segundo relato do agricultor, no passado os métodos utilizados na agricultura convencional se baseavam no uso do fogo, de veneno, terras improdutivas, compra de muitos alimentos, plantio somente de batata doce, exaustão do solo, cujos teores de matéria orgânica eram praticamente inexistentes, sem se falar que a água evaporava mais rápido. As primeiras mudanças do ponto de vista ambiental sentidas pelo agricultor no processo de transição para a agroecologia dizem respeito a matéria orgânica no solo, a qual ficou mais evidente. A transição da agricultura convencional para a agroecológica é exitosa quando o produtor recebe todo o suporte técnico necessário para as mudanças, e principalmente, quando ele enxerga os benefícios do sistema agroecológico, não apenas o financeiro, mas o social e o ambiental. Palavras–chave: mudança, agricultura, sustentabilidade Introdução O semiárido nordestino tem como uma de suas principais características a vegetação chamada caatinga, que significa mata branca. Isso pelo fato de que em uma dada época do ano a vegetação perde suas folhas, dando a paisagem um aspecto cinzento. Conforme observações de Souza (2005), neste período, não só a vegetação, mas toda a vida reduz o seu metabolismo, economizando água e energia. Na atualidade as questões ambientais são lembradas e discutidas frequentemente, à medida que a população percebe a influência direta do ser humano sobre os sistemas naturais, o que pode comprometer a qualidade de vida não somente das gerações atuais, mas também das gerações futuras. Seguindo esse pensamento Coltro (2009), afirma que a partir do século XIX, a demanda por recursos naturais e os danos ambientais tornaram-se crescentes devido à intensificação do processo de industrialização e dos sistemas agropecuários. Segundo Habermeier & Silva (1998), a proposta da agrofloresta, combina culturas agrícolas com outras plantas, integrando as espécies nativas e as culturas introduzidas, que melhoram o solo e aumentam a vida da terra. Através de consórcios densos de plantas cultivadas, plantas adubadoras e árvores nativas, manejadas com capinas seletivas e podação, a agrofloresta aproveita a força da vegetação para recuperar e melhorar o solo, ao mesmo tempo em que produz os alimentos e outros produtos agrícolas que a agricultura familiar precisa para viver bem. A Agroecologia surge no cenário brasileiro como uma opção de desenvolvimento sustentável. Segundo Altieri (2001), “a Agroecologia utiliza os agroecossistemas como unidade de estudo, ultrapassando a visão unidimensional – genética, agronomia, edafologia – incluindo dimensões ecológicas, sociais e culturais”. Dentro da visão de agricultura, que busca maior harmonia com o meio ambiente, algumas universidades, empresas de pesquisa, várias organizações não governamentais, principalmente às de atuação no Terceiro Mundo optaram pelo caminho da agroecologia, fundamentadas principalmente na observação dos sistemas agrícolas tradicionais (Franca, 2004). O presente artigo teve por objetivo avaliar o processo exitoso de transição da agricultura convencional para a agroecológica do senhor José Artur no município de Nova Olinda, Estado do Ceará. Material e Métodos A metodologia do presente artigo foi desenvolvida mediante visitação in loco ao Sr. José Artur, produtor agroecológico, residente no município de Nova Olinda, localizada na mesorregião Sul Cearense e _____________________________________________________________________________________________________________________________ __ Página - 1 - de 3
  • 2. na microrregião do Cariri. O município pertence à zona de transição da Chapada do Araripe para o sertão central do Estado do Ceará. As temperaturas médias variam entre 24°C e 32°C. As precipitações médias anuais são de 683 mm, abaixo da média do estado (775 mm). Durante a visita foi aplicado um questionário com questões subjetivas, buscando informações a respeito da transição da agricultura convencional para a agroecológica. Além do questionário realizou-se uma visita na propriedade, observando às mudanças ocorridas, o que é produzido, a melhoria da qualidade do solo, entre outros fatores. Resultados e Discussão Segundo relato do agricultor, no passado os métodos utilizados na agricultura convencional se baseavam no uso do fogo, de veneno, terras improdutivas, compra de muitos alimentos, plantio somente de batata doce, exaustão do solo, cujos teores de matéria orgânica eram praticamente inexistentes, sem se falar que a água evaporava mais rápido. A mudança para o sistema agroecológico se deu quando o agricultor aderiu ao PRONAF Florestal (PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –FLORESTA), tendo sido o primeiro desta linha no Estado do Ceará, há 17 anos. O projeto teve início com 18 famílias, no ano de 1995, porém as outras famílias desistiram do projeto, pois não acreditavam que daria certo produzir sem queimar, sem usar agrotóxico etc. Para aqueles que não acreditaram, faltou alguém dizer que: Na agricultura agroecológica, a rentabilidade econômica está diretamente ligada a baixos custos de produção, face ao emprego de poucos insumos externos. A utilização da energia da natureza para realizar a produção de biomassa através da fotossíntese e o emprego da mão-de-obra familiar se constituem no principal “insumo” utilizado. Para o início do processo de transição da agricultura convencional para a agricultura agroecológica, o agricultor teve apoio da ACB – Associação Cristã de Base e de uma ONG Alemã. A primeira ainda hoje presta serviços de assistência técnica ao agricultor. O agricultor afirmou que no início dos trabalhos acreditava que o processo de transição seria difícil e questionava a sua viabilidade do ponto de vista socioeconômico. Não era sem razão o temor e porque não dizer a dúvida dele sobre o êxito do processo de mudança. O início do processo de transição foi caracterizado pelo que se chama de sensibilização dos agricultores, preparando-os para a mudança, pois envolvia todo um processo filosófico para o entendimento do que era agroecologia. O agricultor mencionou que participou de cursos, oficinas, visitas, intercâmbios e eventos. Segundo observações, uma das maiores dificuldades era concernente ao fato de que os outros agricultores não colocavam muita certeza de que a agricultura agroecológica atendesse pelo menos a produção mínima para consumo. O que talvez não foi trabalhado no processo de sensibilização é que a agroecologia, é a ciência que trabalha a articulação de diferentes conhecimentos científicos e saberes populares com o objetivo de alcançar mais sustentabilidade na agricultura. As observações feitas no parágrafo acima pelo agricultor mostram claramente que a agroecologia exige uma maneira diferente de se ver o mundo, razão pela qual exige um enfoque holístico (capacidade de ver o todo) e mais ainda, uma abordagem sistêmica (relações entre as partes) com o objetivo de se criar um ambiente mais sustentável e, por isso mesmo, necessariamente mais complexo. As primeiras mudanças do ponto de vista ambiental sentidas pelo agricultor no processo de transição para a agroecologia dizem respeito à matéria orgânica no solo, a qual ficou mais evidente, a possibilidade de se preservar as espécies florestais, tão importantes para o agroecossistema, além do solo que ficou úmido por mais tempo, fornecendo assim condições para um melhor cultivo principalmente porque os solos improdutivos voltaram aos poucos a produzir novamente. Quanto aos aspectos de qualidade de vida e do meio ambiente, o que se observou é que a alimentação da família melhorou, gerando inclusive uma renda extra pela venda do excedente de produção e o fato de se aprender a conviver com a natureza e com o semiárido, cuidando e protegendo a terra para que no futuro não deixe de produzir. Observa-se nessas colocações do agricultor que o conceito de transição agroecológica, ocorre através do tempo, com o manejo do agroecossistema, com o objetivo de se buscar o equilíbrio biológico e com isso ficar mais parecido com os sistemas naturais onde estão inseridos. É importante ressaltar que essa mudança gradual diz respeito a um processo de evolução contínua e crescente no tempo, não se tratando, pois de um sistema fechado, porém sem ter um momento final determinado. Sendo um processo social, e dependente da intervenção humana, a transição agroecológica implica não somente na busca de um equilíbrio biológico, mas também numa mudança nas atitudes e valores dos agricultores. Quanto à produção agroecológica na propriedade do Sr. José Artur, verifica-se uma diversidade, com produção de diversas fruteiras, como a manga, banana, mamão, siriguela, pinha, laranja, acerola e tangerina. _____________________________________________________________________________________________________________________________ __ Página - 2 - de 3
  • 3. No inverno planta o guandu, feijão, milho, além da batata doce e da mandioca. Tem ainda na sua área palma forrageira, leucena, araticum, sabiá. Cria suínos, ovinos, caprinos, galinha e peixe em anos de inverno bom. Tem também horta caseira. É importante mencionar que hoje já existe um excedente de produção que permite ao agricultor vender diretamente para os consumidores. Meirelles (2004) expõe argumentos que enfatizam esse tipo de produção pautando princípios que permitem o escoamento de uma produção diversificada, baseada em recursos genéticos nativos, uma melhor remuneração para o agricultor, preços mais acessíveis ao consumidor e baixos custos operacionais. Logo, percebe-se que mercados como estes, propiciam que essa nova parcela da renda gerada na agricultura pelo próprio produtor, aumente sua capacidade de consumo e possa contribuir com a soberania alimentar. Os efeitos benéficos atribuídos a um agroecossistema equilibrado são vários: melhoria da cobertura e fertilidade do solo, aumento da diversidade de espécies e consequente crescimento da resiliência do ecossistema, diversificação da produção, refletindo no ganho temporal espacial e econômico, melhoria das condições de armazenamento de nutrientes e água no solo, garantia de uma produção sustentável e mercado em ampla expansão para produtos agroecológicos (Franca, 2004). Conclusões A transição da agricultura convencional para a agroecológica é exitosa quando o produtor recebe todo o suporte técnico necessário para as mudanças, e principalmente, quando ele enxerga os benefícios do sistema agroecológico, não apenas o financeiro, mas o social e o ambiental. Verifica-se que nesse processo foi importante o processo decisório do agricultor na adoção do sistema agroecológico, caracterizando-se assim o processo de transferência de tecnologia social. Agradecimentos Agradecimento ao CNPq/PIBIC e ao Programa de Educação Tutorial – PET (órgãos concedentes das bolsas). Literatura citada ALTIERI, Miguel. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Tradução de Marília Marques Lopes. 3. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001. 110p. (Síntese Universitária). Disponível em< http://www.agroeco.org/socla/archivospdf/Agroecologia_-short-port.pdf> Acesso em: 25 de set. de 2012. COLTRO, A. O comportamento do consumidor consciente como fonte de estímulos de mercado as ações institucionais sócio-ambientais. Disponível em: <http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/sustentabili dade/alexcoltro_editorado.pdf>. Acesso em: 24 de set. de 2012. FRANCA, M. J. P. da. Análise da sustentabilidade do sistema agroflorestal com agricultores familiares de Nova Olinda e Santana do Cariri–CE. Disponível em<http://www.prodema.ufc.br/dissertacoes/107.pdf> Acesso em: 25 de set. de 2012. HABERMEIER, Kurt.; SILVA, Avanildo Duque. da. Agrofloresta: um novo jeito de fazer agricultura. Recife: Centro Sabiá, 1998. 40p. MEIRELLES, L. Soberania alimentar, agroecologia e mercados locais. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia: AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, v. 1, n. 0, p. 11-14, set. 2004. SOUSA, Henrique. Experiências com sistemas agroflorestais no Semi-árido. 2005. Disponível em<http://www.ipeterras.org/stuff/textos/agrofloresta_semi_arido_henrique_souza.pdf> Acesso em: 25 de set. de 2012. _____________________________________________________________________________________________________________________________ __ Página - 3 - de 3