2. Histórico.
A agroecologia consiste em uma proposta
alternativa de agricultura familiar socialmente
justa, economicamente viável e
ecologicamente sustentável.
A palavra agroecologia foi utilizada pela
primeira vez em 1928, com a publicação do
termo pelo agrônomo russo Basil Bensin.
3. Definição:
Em sentido mais estrito, a agroecologia pode ser vista como
uma abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas
da natureza. Dentro delas se destaca a sucessão natural, a
qual permite que se restaure a fertilidade do solo sem o uso de
fertilizantes minerais e que se cultive sem uso de agrotóxico.
A inovação metodológica proposta pelos estudos
agroecológicos é a junção harmônica de conceitos
das ciências naturais com conceitos das
ciências sociais, o que nos leva a um patamar mais
amplo de percepção dessa ciência.
4. Agroecologia X Agronegócio
Basicamente, a proposta agroecológica para sistemas de produção
agropecuária faz direta contraposição ao agronegócio, por condenar a
produção centrada na monocultura, na dependência de insumos
químicos e na alta mecanização, além da concentração de terras
produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local
da respectiva produção.
As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de
resistência da agricultura familiar, perante o processo de
exclusão no meio rural e de homogeneização das paisagens
de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena propriedade,
na força de trabalho familiar, em sistemas produtivos
complexos e diversos, adaptados às condições locais e ligados
a redes regionais de produção e distribuição de alimentos.
5. Transição agroecológica
A transição agroecológica é a passagem da maneira
convencional de produzir com agrotóxicos e técnicas
que agridem a natureza, para novas maneiras de
fazer agricultura, com tecnologias de base
ecológica, buscando proporcionar de maneira
integrada a produção agrícola, o respeito e a
conservação da natureza, sem esquecer jamais da
meta de proporcionar uma melhor qualidade de vida
às pessoas, sejam elas consumidores ou produtores
agrícolas.
6. Redes e organizações relacionadas à
agroecologia
Diversas redes, organizações não-governamentais e movimentos espalhados
pelo Brasil atuam no sentido de articular, organizar e formar agricultores
familiares em relação aos saberes e fazeres da agroecologia. Estes espaços
de articulação com a comunidade atuam de diversas formas: promovem
oficinas de formação e prática agrocológica, bem como intercâmbios entre as
comunidades, pesquisam aspectos geográficos, físicos e sociais das
propriedades rurais, criam bancos de sementes nativas e crioulas e buscam
com as experiências realizadas nas comunidades trabalhar com processos
autogestionáveis.
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), criada em 2002
após o I Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), busca
reunir estas organizações a fim promover um intercâmbio de
experiências que permita a construção de saberes mais
sólidos e, com isso, fortalecer os movimentos agroecológicos.