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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 19 - Número 2 - 2º Semestre 2019
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS NA ERA DIGITAL
Raimundo Gilberto Sousa dos Santos; Nádia Ligianara Dewes Nyari; Sandra Ines Horn Bohm; Moacir Juliani
RESUMO
Esta pesquisa se sujeita ao acompanhamento de escolares no desenvolvimento de programas motores
específicos do salto, corrida e arremesso, que possibilite a ascensão em uma nova fase de
desenvolvimento motor. Este estudo também nos possibilita identificar o nível comportamental de
mobilidade de crianças em meio ao mundo digital, onde as atividades inertes ganham mais espaço no
cotidiano infantil sujeitando crianças a um novo modelo de vida contemporâneo marcado pelo
aumento da obesidade e suas doenças associadas. Com este panorama cada vez mais recorrente, a
Educação Física Escolar é evocada como uma grande e ou talvez a única alternativa para que essas
crianças possam fomentar as possibilidades motoras através de aulas orientadas. A presente pesquisa
apresenta as fases de desenvolvimento motor do estudante ingresso no 1º ciclo (1º e 2º Ano) do ensino
fundamental em duas escolas públicas municipais localizadas na região de Lucas do Rio Verde – MT.
Palavras-chave: Primeiro Ciclo; Anos Iniciais Educação Física Escolar; Desenvolvimento Motor.
DEVELOPMENT OF MOTOR SKILLS IN DIGITAL AGE
ABSTRACT
This his research is subject to the accompaniment of schoolchildren in the development of specific
motor programs of the jump, race and throw, that enables the rise in a new phase of motor
development. This study also enables us to identify the behavioral level of children's mobility in the
digital world, where inert activities gain more space in the daily routine of children subjecting
children to a new model of contemporary life marked by the increase of obesity and its associated
diseases. With this increasingly recurring scenario, School Physical Education is evoked as a great
and or perhaps the only alternative for these children to foster motor possibilities through targeted
classes. The present research presents the phases of motor development of the student entering the
1st cycle (1st and 2nd year) of primary education in two municipal public schools located in the region
of Lucas do Rio Verde - MT.
Keywords: First Cicle; Initial Years; Physical School Education; Motor Development.
99
INTRODUÇÃO
O interesse pelo desenvolvimento de
capacidades físicas humanas, que vão desde
movimentos rudimentares dos bebês aos
movimentos especializados da vida adulta a
fim de executar tarefas sejam elas de ordem
recreativa, do cotidiano ou de rendimento,
sempre estiveram presentes, além de ser de
grande valia para a comunidade científica, que
busca cada vez mais identificar – se com as
mudanças, especialmente de desempenho na
motricidade humana.
Apesar de nosso país possuir dimensão
continental, as culturas diversas que estão
instaladas, levam as instituições escolares cada
vez mais a apoiar-se sobre em um modelo
particular de ensino sobretudo diferenciando-
as entre si. Esse fator pode estar relacionado
tanto devido as condições climáticas,
disponibilidade de recursos materiais ou até
mesmo pelo espaço físico.
A didática de ensino e as atividades
motoras fundamentais continuam sendo
primordiais na aquisição de um progresso, de
tal maneira que o seu desenvolvimento pode e
deve ser considerado como base indispensável
na iniciação esportiva. Conforme afirma Greco
& Benda (1999) ao destacar padrões de
movimento onde declara que o processo de
desenvolvimento motor segue uma
organização hierárquica, ou seja, para se
alcançar novos objetivos motores é preciso que
as habilidades básicas estejam fundamentadas
(SYMCZACKA et al., 2017).
Portanto temos em destaque que as
habilidades básicas são essenciais para que os
educandos possam ingressar nas modalidades
esportivas, nas danças, nas lutas e nas
ginásticas com mais destreza a partir do
segundo ciclo do ensino fundamental. Desse
modo, observamos o interesse da sociedade
sobre o quadro de desenvolvimento motor de
estudantes pertencentes aos 1º e 2º anos do
ensino fundamental, os quais correspondem
aos anos iniciais do 1º ciclo. Tornando assim a
proficiência da Educação Física como
ferramenta de auxílio para desenvolver
competências.
De acordo com Tani et al. (1988) a
sequência em que as atividades são dominadas
determinam a maturação biológica do ser
humano, onde o grau e a velocidade de
interação dependem das diferenças individuais
e das experiências vividas e estabelecem as
habilidades que irão se consideradas
dominantes. Ou seja, as repetições orientadas
pelo docente durante as instruções em sala de
aula, são fundamentais no processo de
aceleração da aprendizagem para o domínio da
habilidade motora.
Desse modo é de crucial importância
que os profissionais de Educação Física
tenham conhecimento de todas as fases de
desenvolvimento motor dos seus estudantes,
bem como as faixas etárias de transição de cada
processo. Pois a partir dessas informações é
possível identificar eventuais atrasos que
poderão ocorre no processo motriz dos seus
alunos e promover assim, atividades que
possam ocasionar maior eficiência na
execução dos movimentos, corrigindo
possíveis falhas ou falta de estímulos,
fomentando a evolução para estágios
superiores. O docente é responsável por
identificar possíveis os atrasos motores e
promover alternativas de superá-los.
Gallahue & Ozmun (2005) estabelece
em seu estudo, que de acordo com a Base
Nacional Curricular Comum (BNCC) que o
comportamento motor está relacionado as
atividades locomotoras, como correr, saltar e
arremessar, além de acompanhar essa evolução
no decorrer dos anos escolares na disciplina de
educação física. As unidades temáticas
propostas pela BNCC e ou de mudança
comportamental oriunda dos estímulos das
atividades cotidianas estabelecem que a
maturação biológica está de acordo com a
formação de novos esquemas motores que se
dão pelo amadurecimento do sistema nervoso,
possibilitando o fortalecimento de novas
sinapses nervosas (SYMCZACKA et al.,
2017).
Nesse sentido o objetivo do presente
estudo visa identificar o nível de
desenvolvimento motor e avaliar as possíveis
causas do seu retardamento em estudantes de
1º e 2º anos do ensino fundamental,
pertencentes a duas escolas públicas
municipais localizadas na região de Lucas do
Rio Verde – MT.
REFERENCIAL TEÓRICO
Definição de Desenvolvimento
Desenvolvimento ou crescimento de
acordo Moreira (2011) apud (MARCONDES,
1970) refere – se a somatória de fenômenos
celulares, bioquímicos, biofísicos e
morfogênicos, cuja integração é feita segundo
um plano pré-determinado pela herança,
modificado pelo ambiente, ou seja, o
desenvolvimento se entende como as
transformações nos diferentes sistemas do
organismo em decorrência de modificações
funcionais que ocorrem nas células.
O desenvolvimento estar
concomitantemente associado ao processo de
aprendizagem e nesta premissa nos valendo
dos estudos sobre a Zona de Desenvolvimento
Proximal elaborada por Vygotski (1988) que
estabelece que essa modificação está
relacionada ao processo de evolução da pessoa
ou situação sujeita a uma condição onde sua
ação revela se este está apto à etapa superior à
que se encontra, ou seja, quando o indivíduo se
mostra capaz de realizar uma tarefa, antes não
realizada pelo mesmo sem auxílio de outrem,
demonstra que houve desenvolvimento.
Desenvolvimento Motor
Conforme Gallahue & Ozmun (2005),
desenvolvimento motor é a contínua alteração
no comportamento motor durante o ciclo da
vida, proporcionado pela interação entre a
biologia do indivíduo, as necessidades da
tarefa e as condições do ambiente. Enquanto
para Greco & Benda apud (HAYOOD 1993) é
um processo sequencial e continuado, relativo
à idade, de onde um indivíduo progride de um
movimento simples sem habilidade, até o
ponto de conseguir habilidades motoras
complexas e organizadas e, finalmente, o
ajustamento dessas habilidades que
acompanham o envelhecimento.
Há várias abordagens na literatura com
relação ao desenvolvimento motor, no entanto
esta pesquisa se fundamentará no modelo da
ampulheta apresentada por Gallahue & Ozmun
(2005) onde se apresenta as fases de
desenvolvimento em caráter maturacional
cronológico. Nessa perspectiva, uma forma de
esquematizar esse processo de
desenvolvimento em fases e estágios de
desenvolvimento é a apresentada por Gallahue,
Ozmun & Goodway (2013) o modelo da
Ampulheta Gallahue é apresentado na Figura
1.
Figura 1. Fases e estágios do desenvolvimento motor.
Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013).
Podemos identificar que as fases do
desenvolvimento motor estão subdivididas em
estágios, e é seguida através da idade
cronológica do indivíduo, ou seja, à medida
que este avança em idade, consequentemente
há maturação dos movimentos e avanço à fase
posterior, culminando com a utilização de tais
aprendizados na vida adulta para fins
recreativos, de atividades cotidianas ou para o
alto rendimento. Neste segundo modelo da
Ampulheta Gallahue (Figura 2)
(GALLAHUE, OZMUN & GOODWAY,
2013) inclui a importância do ambiente e das
características biológicas para execução da
tarefa motora, como fatores modificadores do
comportamento motor.
Figura 2. Ampulheta do desenvolvimento motor ao longo da vida, onde o triângulo representa uma visão explanatória
do desenvolvimento.
Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013).
Aprendizagem Motora
Definiremos a aprendizagem motora
em Magill (2000) onde se relata que a
aprendizagem motora está associada à
experiência do indivíduo e o número de
práticas realizadas, levando em consideração a
alteração da capacidade do indivíduo em
desempenhar uma habilidade com fins de
refinamento do desempenho. O que se percebe,
é que o desenvolvimento na aprendizagem
motora depende da prática e da instrução
correta para o nível de desenvolvimento em
que se encontra o indivíduo. Neste progresso
de aprendizagem motora, há que se considerar
que a aquisição de novas habilidades motoras
depende da capacidade de captação,
processamento e utilização das habilidades já
internalizadas, para resolver tarefas.
Habilidades motoras (Saltar, Correr e
Arremessar)
A partir dos dois anos de idade, ou seja,
no final da fase dos movimentos rudimentares,
as crianças iniciam os movimentos
fundamentais que determinarão o futuro motor
dos mesmos, por este motivo esta fase é
considerada crítica e merece toda atenção para
que as crianças possam vivenciar o máximo
possível de experiências motoras e assim
auxiliar juntamente com a maturação, na
progressão dos movimentos haja vistas que
neste processo as habilidades motoras se dão
em fases progressivas. Gallahue & Ozmun
(2001) dividem as habilidades motoras em três
categorias.
Manipulativas: tarefas que exigem a
manipulação de objetos, entre elas estão os
arremessos, chutar, recepcionar, lançar etc;
Locomotoras: onde há deslocamento em
relação a um ponto fixo, entre as atividades
locomotoras está o salto, corrida, caminhada,
entre outros; Estabilizadoras: são as tarefas que
exigem a manutenção da postura contra a força
gravitacional, entre estas estão, as atividades
de desequilíbrio como apoiar-se em um só pé,
inclinar o tronco, etc.
Os mesmos autores ainda salientam
que as habilidades motoras fundamentais em
seu processo de aquisição pelo indivíduo,
exige que os mesmos passem por três estágios
sequenciais que são: Estágio Inicial,
representado pelo primeiro ano neste estágio
(entre dois e três anos de idade) onde a criança
elabora tentativas de executar o movimento,
porém, com a integração espaço-temporal
ainda imaturas ocasionando a irregularidade do
movimento; Estágio Elementar, geralmente
entre o quarto e quinto ano de idade,
dependendo da maturação do indivíduo. Nesta
etapa o movimento já é executado
coordenadamente e sob controle, porém
ineficiente tecnicamente; Estágio Maduro
corresponde ao estágio final da habilidade
motora adquirida onde a eficiência mecânica e
controle na execução estão potencializados na
criança. Por volta dos seis a sete anos de idade
as crianças apresentam tais características.
Cabe ressaltar que as habilidades
motoras podem ser potencializadas em virtude
do comportamento motor da criança em sua
vida social e ou participação na Educação
Física com práticas esportivas e brincadeiras
onde está intrínseco o estímulo das habilidades
como ressalva Freire (2004) ao tratar de uma
educação de corpo inteiro. Na Figura 3 é
possível identificar o padrão motor para as
habilidades motoras de saltar conforme o
estágio inicial (a), estágio elementar (b) e
estágio maduro (c).
(a) (b) (c)
Figura 3. Habilidades motoras de saltar no estágio inicial (a), elementar (b) e maduro (c).
Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013).
A evolução no salto horizontal dar-se
pelo aprimoramento do agachamento com
flexão dos joelhos, utilização dos braços no
movimento de pêndulo, projeção do tronco e
aterrissagem com o menor impacto possível é
apresentado na Figura 4 a sequência de
desenvolvimento para arremesso por cima no
estágio inicial (a), estágio elementar (b) e
estágio maduro ou proficiente (c).
(a) (b) (c)
Figura 4. Sequência de desenvolvimento para arremessar por cima.
Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013).
No arremesso a criança em seu
processo de evolução desenvolve a rotação do
tronco e a amplitude dos membros superiores
fazendo do braço lançador um pêndulo,
enquanto o outro promove estabilidade ao
movimento. Segundo Gallahue & Ozmun
(2005) as dificuldades de movimento são:
movimento para a frente com o pé do mesmo
lado do braço de arremesso; inclinação para
trás contida; falha ao girar quadris conforme o
braço de arremesso é trazido para trás; falha ao
dar um passo com perna oposta ao braço de
arremesso; coordenação rítmica insuficiente
do movimento do braço com o movimento do
corpo; falha ao liberar ao liberar a bola na
trajetória desejada; perde o equilíbrio enquanto
arremessa e a rotação para a frente do braço. A
sequência de desenvolvimento para corrida é
apresentada na Figura 5, com o estágio inicial
(a), estágio elementar (b) e estágio maduro ou
proficiente (c).
(a) (b) (c)
Figura 5. Sequência de desenvolvimento para correr.
Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013).
A corrida é caracterizada pelo
movimento anteroposterior dos braços com o
cotovelo formando um ângulo de 90 graus,
elevação dos joelhos e projeção do tronco à
frente. As evoluções nestes fundamentos
demonstram o progresso da criança e
identificam sua fase motora.
As dificuldades de desenvolvimento de
acordo com Gallahue & Ozmun (2005) são: a
oscilação do braço inibida ou exagerada;
braços cruzam a linha mediana do corpo;
colocação imprópria do pé; inclinação
exagerada do tronco para a frente; braços com
movimentos pesados nas laterais ou rígidos
para manter equilíbrio; giro do tronco;
cadência rítmica pobre; apoio do pé inteiro e
pé ou perna irregularmente virados para dentro
ou para fora.
Educação Física Escolar
A Educação Física Escolar nas últimas
décadas, têm sofrido mudanças significativas
em sua metodologia, ora por interferência
jurídica em forma de lei, ora por correntes
teóricas, ambas em função de atender classes
dominantes e ou o momento histórico do país,
como por exemplo, na formação de uma
comunidade olímpica ou um corpo apto ao
trabalho, etc.
Na década de 60 com a promulgação da
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, 1960), onde através da Nº
4.024, a escolarização subdividiu-se em
primário (de 1ª a 4ª série) e ginásio (5ª a 8ª
série). Neste período, visando abarcar a
totalidade do desenvolvimento do aluno. A
Educação Física também se preocupou com a
atitude postural adequada, com a coordenação
sensório motor, o refinamento dos sentidos, e
o aumento da sensibilidade rítmica,
favorecendo a coeducação, e o conhecimento
de nossos costumes (ARANTES, 2008).
Na década seguinte com a segunda
LDB (1970) houve nova configuração do
ensino de oito anos, onde disciplinas
curriculares eram aquelas de conteúdos
teóricos com atividades e as demais se
praticavam sem reprovação, exceto por falta.
Estas eram compostas pelo ensino de artes,
inglês e Educação Física, na qual se
recomendava como programa de aulas, a dança
e recreação, movimentos gímnicos e jogos
desportivos com intuito de desenvolver um
corpo sadio, hábitos saudáveis, espírito de
equipe, ainda com o conceito de dualidade
oriental, corpo e mente (ARANTES, 2008;
GRESPAN, 2016).
O modelo de Educação Física Escolar
regido pelo estado de São Paulo sempre esteve
no contexto histórico nacional como pioneiro
de correntes teóricas para inovação da
Educação Física como ocorreu no período
efervescente da redemocratização do país nos
anos 80 onde se abriram novas perspectivas
para intensificar as propostas curriculares,
culminando com a integração da disciplina nas
propostas pedagógicas, tornando-a
componente curricular da educação básica nos
anos 90, conforme a terceira LDB (1996) a
normativa Nº 9394, onde o ensino escolar
inicia-se no ensino infantil possibilitando
melhor ingresso adaptativo nos anos iniciais e
culminando no ensino superior.
As correntes pedagógicas, agora mais
numerosas e oriundas de diversas regiões do
país com novas literaturas para Educação
Física deram origem a novos e renovados
seguimentos teóricos, entre eles está a
cinesiologia, cultura corporal do movimento,
psicomotricidade humana, sócio
construtivismo, aptidão física, esportivista e
outros mais, possibilitando ainda mais recursos
pedagógicos à disciplina no ensino infantil e
anos iniciais, onde a prática desportiva se torna
limitada e enfadonha aos educandos em
virtude do descontrole de combinações de
habilidades motoras que permeia a faixa etária,
no entanto valendo-nos de Arantes (2008).
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
uma nova concepção escolar
A Base Nacional Comum Curricular
(BNCC, 1996) como documento normativo,
desenvolvida através de pacto interfederativo
(união, estados, municípios e distrito federal),
vem orientar as instituições escolares com
diretrizes pedagógicas para o ensino de
aprendizagens essenciais, regulamentada pelo
§ 1º do artigo 1º da Lei 9.394 correspondente
às Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(BRASIL, 2014).
Neste processo de ensino, a BNCC
(1996) estabelece as competências gerais para
o ensino da educação básica (infantil ao ensino
médio), o que proporciona uma visão
prognóstica do perfil escolar a que se busca
estabelecer nos educandos.
As disciplinas que compõem o
currículo escolar estão agrupadas por áreas de
conhecimentos onde cada disciplina possui sua
competência específica, cujo desenvolvimento
deve ser promovido ao longo dos nove anos.
No ensino fundamental as competências
específicas possibilitam articulações entre
todos os componentes da mesma área, ora,
neste contexto temos a Educação Física como
área de conhecimento da linguagem, em
virtude da comunicação e expressão corporal
que permeia seu objeto de conhecimento,
juntamente com língua portuguesa, inglesa e
artes, sendo estas articuladas entre si em um
plano horizontal enquanto verticalmente esta
articulação se dá pela progressão das
competências específicas nos ciclos entre os
anos iniciais e finais dando continuidade às
experiências dos alunos.
Jogos e Brincadeiras, Esportes,
Ginástica, Danças, Lutas e Práticas corporais
de Aventura são as unidades temáticas da
Educação Física propostas as distribui
conforme cada ciclo do Ensino Fundamental.
Os mesmos seguem a premissa de
desenvolvimento conforme habilidade
consensual da faixa etária assim distribuída:
primeiro ciclo (1º e 2º ano); segundo ciclo (3º
4º e 5º ano); terceiro ciclo (6º e 7º ano); quarto
ciclo (8º e 9º ano).
Para o primeiro ciclo (1º e 2º ano) são
ofertados somente Jogos e Brincadeiras e
Lutas, do contexto comunitário e regional,
além de Ginástica Geral e Esportes de precisão
e de marca, ou seja, atividades que contenham
o reconhecimento corporal e da cultura social
que a cerca além de potencializar o
desenvolvimento motor de habilidades
manipulativas (lançamentos e arremessos), de
locomoção (corridas rasas e saltos) e
estabilizadoras (movimentos gímnicos).
Observamos duas premissas básicas
para a cultura corporal do movimento, sendo a
primeira delas uma Educação Física voltada à
socialização da cultura regionalista,
reconhecendo práticas corporais como
elementos constitutivos da identidade cultural
de povos e grupos para compreender suas
origens e refletir criticamente sobre as práticas
corporais existentes. A outra é constituída de
elementos que potencializam o
desenvolvimento motor, como por exemplo,
no atletismo (esporte de marca) onde se busca
fortalecer habilidades fundamentais a serem
combinadas nos esportes apropriados aos
educandos em anos posteriores.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização desse estudo, foi
empregado o método dedutivo, que visa
diagnosticar as fases de desenvolvimento
motor em que se encontram as crianças de 1º e
2º anos do ensino fundamental em duas escolas
públicas municipais.
Para a coleta de dados utilizamos um
circuito motor com estações para corrida, salto
grupado e lançamento de implemento (bola).
Durante a execução, os alunos foram filmados
individualmente para posterior análise das
imagens. Este procedimento ocorreu no
primeiro bimestre do ano letivo durante aula de
Educação Física, voltando a ocorrer no quarto
bimestre em condições similares visando
proceder de forma coerente para que não haja
interferência nos resultados em decorrência do
formato do circuito.
Com relação as análises dos dados
obtidos foram através do método qualitativo
através de projeção percentil expostas em
tabelas e figuras, onde em virtude de
apresentar melhores observações, os dados
audiovisuais foram reanalisados em conjunto
buscando identificar o processo evolutivo dos
educandos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os resultados obtidos,
evidenciaremos individualmente cada escola
de acordo com as diferentes realidades sociais.
A escola 1 proporciona aos estudantes quadra
poliesportiva, parquinho e campo de futebol
para a prática de atividades e aulas de educação
física, enquanto que a escola 2 disponibiliza
apenas parquinho e pátio, este último é
dependente das condições climáticas.
Com relação escola 1 pertencentes ao
1º Ano do ensino fundamental, participaram da
pesquisa 16 estudantes, mas apenas 10 destes
puderam ser diagnosticados nas duas análises
propostas, quanto ao 2º Ano participaram 12
alunos, mas apenas 10 alunos participaram das
duas análises, os demais ficaram
impossibilitados por diferentes motivos, como
transferência a outras escolas ou até mesmo
por desistência escolar.
A Tabela 1 apresenta os resultados do
1º Análise e 2º Análise obtidos pertencentes ao
1º e 2° Ano do ensino fundamental de acordo
com cada habilidade motora exigida e a
quantificação em relação à fase motora
estudado pertencentes a escola 1.
Tabela 1. Dados analíticos obtidos do 1º e 2° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 1.
1° Ano 2° Ano
Correr Saltar Arremessar Correr Saltar Arremessar
Análise 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º
Inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Elementar 0 0 6 0 4 2 3 0 4 0 2 1
Maduro 10 10 4 10 6 8 7 10 6 10 8 9
Fonte: (Dados da pesquisa 2018).
Considerando os resultados obtidos
podemos observar total desenvolvimento para
a corrida em estudantes do 1° Ano do ensino
fundamental pertencentes a escola 1. Do total,
destes 100% possui habilidade de correr
madura tanto na 1º como na 2º análise.
Enquanto no salto a variação foi modificada,
onde 60% dos estudantes encontra – se na fase
elementar e 40% na fase madura na 1º análise,
apresentando dificuldade de amadurecimento,
já na 2º análise 100% destes estão na fase
madura. Na 1º análise com relação a habilidade
de arremesso, podemos observar que 40%
pertencem a fase elementar e 60% a fase
madura, retardando assim seu amadurecimento
motor, no entanto na 2º análise, esses
resultados variam onde 20% encontram – se na
fase elementar e 80% na fase madura.
Quando avaliamos os resultados
obtidos em estudantes do 2° Ano do ensino
fundamental pertencentes a escola 1, podemos
observar na habilidade corrida, destes 30%
pertencem a fase elementar e 70% a fase
madura na 1º análise, enquanto na 2º análise
ouve diagnóstico de avanço, onde todos
passaram acorre na fase madura. Na habilidade
de salto, essa variação sofreu alteração da 1°
como na 2° analise, proporcionando 40% na
fase elementar e 60% na fase madura na 1°
analise, no entanto na 2° analise podemos
observar 100% de desenvolvimento. No
arremesso, 20% possui habilidade elementar e
80% madura na 1º análise e 10% com
dificuldade de amadurecimento na fase
elementar e 90% destes estão na fase madura
na 2º análise.
As habilidades motoras fundamentais
segundo Gallahue & Ozmuz (2001) está
relacionado com crianças possui um potencial
de desenvolvimento que as conduz ao estágio
maduro, por volta dos 6 anos de idade
(PELLEGRINI et al., 2005) no entanto, há
evidências de estudos realizados e publicados
na literatura que isto não ocorre normalmente
em nosso meio, onde a conquista dependerá da
interação dos fatores tarefa, indivíduo e
ambiente, durante o período de prática.
Para a execução da habilidade motora
de correr, pular ou saltar a criança deve
apresentar controle das partes do corpo em
movimento e da relação entre os movimentos
das diversas partes do corpo, como o equilíbrio
(estático ou dinâmico) e da coordenação
(rudimentar ou visuo-manual), em conjunto
com os fatores de produção de força de
agilidade, velocidade e energia. No entanto
para habilidades motoras consideradas grossas
identificamos aquelas que envolvem o corpo
como um todo, principalmente o arremesso
requer muita precisão e envolve os membros
superiores, em específico as mãos
(PELLEGRINI et al., 2005).
Segundo Gallahue & Donnelly (2008)
as crianças têm potencial para apresentar um
padrão maduro nas habilidades motoras
fundamentais, como corrida e salto no ensino
fundamental, mas esse padrão será alcançado
com prática estruturada e instrução apropriada,
como na participação em brincadeiras, jogos,
danças, atividades recreativas, esportivas e
sociais (COTRIN et al., 2011; GRESPAN,
2016).
De acordo com Belluzzo et al., (2016)
o desempenho motor de escolares matriculados
nos anos iniciais do ensino fundamental está
diretamente relacionado com o tempo que
crianças em idade escolar têm dedicado aos
eletrônicos ou realizando atividades em
pequenos espaços que limitam os movimentos
amplos, adquirindo assim, comportamentos
muitas vezes sedentários, que influenciam
diretamente na aquisição das habilidades
motoras básicas, como a falta ou diminuição da
capacidade coordenativa dos movimentos
simultâneos de aspecto emocional, físico ou
social.
Outro fator é a atuação do docente de
educação física, não apenas como um
intermediador conhecimentos relacionados a
conteúdos e metodologias de ensino, mas sim
o trabalho docente exige improvisos e
negociação com os demais sujeitos que
integram o contexto escolar, sobretudo com o/a
professor/a referência. Cabe a ele no
transcorrer das aulas ou de suas atividades,
preocupar-se não somente com o
desenvolvimento de habilidades motoras,
jogos, entre outros, mas também é preciso,
analisar as implicações das atividades nos/as
alunos/as, visando não reafirmar diferenças
construídas socialmente e possibilitar a
integração de todos e todas à Cultura Corporal
de Movimento (ASSIS & PONTES, 2015).
Considerando os resultados obtidos,
identificamos que mesmo depois de
finalizados os anos de referencia à fase madura
conforme a pesquisa de Gallahue, as crianças
permanecem em fases retrógradas. Com
relação a escola 2, onde as turmas analisadas
de 1º Ano totalizavam 66 alunos, porém apenas
24 foram concludentes e no 2º Ano,
participaram um total de 20 alunos iniciantes
na pesquisa, 13 concluíram as duas etapas, haja
vistas que a direção escolar teve que realizar
remanejamento de alunos a outras escolas,
salas e turnos em virtude do fluxo migratório
das famílias.
A Tabela 2 apresenta os resultados do
1º Análise e 2º Análise de acordo com cada
habilidade motora exigida e a quantificação em
relação à fase motora em que se encontra em
cada grupo estudado pertencentes a escola 2.
Tabela 2. Dados analíticos obtidos do 1º e 2° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 2.
1° Ano 2° Ano
Correr Saltar Arremessar Correr Saltar Arremessar
Análise 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º
Inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Elementar 5 1 9 5 13 7 2 0 2 1 7 2
Maduro 19 23 15 19 11 17 11 13 11 12 6 11
Fonte: (Dados da pesquisa 2018).
Os resultados indicam que no 1° Ano
do ensino fundamental, 20% dos estudantes
estão na fase elementar e 80% na fase madura
do desenvolvimento de corrida na 1º análise,
enquanto 4% estão na fase elementar e 96% na
fase madura na 2º análise. Na habilidade de
salto, 37% pertencem a fase elementar e 63%
na fase madura na 1º análise e 20% dos
estudantes estão na fase elementar e 80% na
fase madura do desenvolvimento na 2º análise.
Na habilidade arremesso, encontram – se na
fase elementar 54% e 46% na fase madura na
1º análise e 29% na fase elementar e 71% na
fase madura na 2º análise.
No 2° Ano do ensino fundamental,
14% possuem estão na fase elementar e 86%
na fase madura na 1º análise e 100% na
pertencem a fase madura na 2º análise quando
analisamos habilidade de corrida. Na
habilidade de salto, apresentou a mesma
tendência de 14% possuem estão na fase
elementar e 86% na fase madura na 1º análise
e 7% estão na fase elementar e 93% na fase
madura na 2º análise. No arremesso, na 1º
análise apresentou 50% para ambas as fases
elementar e madura, já na 2º análise os
resultados foram de 14% possuem estão na
fase elementar e 86% na fase madura.
Podemos avaliar que os resultados
indicaram diferenças no desenvolvimento de
habilidades motoras entre estudantes das duas
escolas, esse fato pode ser em decorrência dos
diferentes conteúdos, oportunidade e instrução
para a prática motora abordados. Vale ressaltar
que essa constatação não tem como principal
objetivo indicar que o sistema de ensino, mas
que a atuação do profissional de Educação
Física que, com base em conteúdo,
oportunidades de vivências motoras, instrução
apropriada e melhores condições de
infraestrutura e de materiais e equipamentos,
produz efeitos diferentes no desenvolvimento
motor de estudantes do ensino fundamental,
comprovando que a atuação do docente possue
papel primordial no desenvolvimento motor
(COTRIM et al., 2011).
De forma geral de acordo com Cotrim
et al. (2011) as crianças adquirem as
habilidades motoras fundamentais a partir de
vivência própria, porém essas habilidades
motoras fundamentais não são refinadas e,
consequentemente, a maioria das crianças não
alcança execução mais eficiente de movimento
dentro do contexto ambiental denominado de
padrão maduro (GALLAHUE, 1982;
GALLAHUE & DONNELLY, 2008;
GRESPAN, 2016). A Figura 6 apresenta os
dados referentes a 1º e 2º análise de acordo
com cada habilidade motora exigida e a
quantificação em relação à fase motora em que
se encontra em cada grupo estudado
pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamentar
da escola 1 (a) e escola 2 (b).
(a) (b)
Figura 6. Dados referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada habilidade e fase motora pertencentes ao 1º Ano do
ensino fundamental da escola 1 (a) e escola 2 (b).
Fonte: (Dados da pesquisa 2018).
Os resultados apresentados referentes a
1º e 2º análise pertencentes ao 1º Ano do
ensino fundamental da escola 1 foi de 100% de
acordo com cada habilidade corrida na fase
motora madura. 58% na fase elementar e 100%
na fase madura na 1º e 2º análise,
respectivamente na habilidade de salto. 58% na
fase elementar na 1º análise e de 80% na fase
madura na 2º análise na habilidade de
arremesso.
Na escola 2 resultados apresentados
pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental
foram de 78% e 100% referentes a 1º e 2º
análise na fase madura e na habilidade corrida.
60% e 80% na fase madura na 1º e 2º análise
na habilidade salto. 55% e 80% na fase motora
madura na 1º e 2º análise na habilidade de
arremesso.
Neste comparativo do 1º ano do ensino
fundamental vale ressaltar a presença na fase
elementar da corrida apenas pertencentes a
escola 2, por ser uma atividade espontânea e
essencial, o que evidencia o cotidiano em
espaços fechados e pequenos e ou
amadurecimento tardio nos tempos atuais.
Com relação ao salto, as crianças pertencentes
a escola 1, apresentaram maior percentual na
fase elementar, no entanto com as atividades
direcionadas, todos obtiveram êxito, o que não
ocorreu na escola 2, onde a maioria
permaneceu neste estágio mesmo sendo
instigados ao movimento técnico.
Já se tratando do arremesso os
resultados foram similares com os dois grupos
estudados quanto ao avanço dos educandos da
fase elementar à madura, porém na 1° análise
da escola 2 havia mais crianças no estágio
elementar que no maduro, dado este que caiu
pela metade na análise seguinte, no entanto em
ambas as escolas não se puderam chegar à
totalidade na fase madura.
De acordo com a literatura atual, o uso
frequente dos jogos eletrônicos está associado
ao fator cultural e social, podendo diretamente
influenciar o desempenho motor de crianças
em idade escolar com renda realimente
superior ao demais. O presente estudo obteve
alguns fatores limitantes ao deixar de avaliar as
características socioeconômicas, os fatores
culturais e os níveis de atividade física dos
participantes, assim como, avaliar alunos de
escola particular, contribuindo com uma
amostra reduzida.
Segundo Sá, Carvalho & Mazzitelli
(2014) crianças ativas e com menos tempo
assistindo TV, obtém melhores resultados no
desempenho da coordenação e equilíbrio. No
entanto, experiências (cognitivas, afetivas e
motoras) vivenciadas durante a fase escolar
inicial pode oferecer a esse público uma base
para um desenvolvimento saudável durante o
resto de sua vida (Gallahue & Ozmun, 2005;
Gallahue & Donnelly, 2008; Gallahue, Ozmun
& Goodway, 2013; Belluzzo et al., 2016).
Na Figura 7 apresenta os dados
referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada
habilidade motora exigida e a quantificação em
relação à fase motora em que se encontra em
cada grupo estudado pertencentes ao 1º Ano do
ensino fundamental das escolas 1 (a) e escola
2 (b).
(a) (b)
Figura 7. Dados referentes ao diagnóstico unificado das escolas 1 (a) e escola 2 (b) em termos gerais, referentes ao 1°
Ano do ensino fundamental.
Fonte: (Dados da pesquisa 2018).
Na escola 1 os resultados apresentados
pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental
foram de 60% e 80% na habilidade corrida,
55% e 65% na habilidade salto e 55% na
habilidade de arremesso nas fases motora
madura nas 1º e 2º análises, respectivamente.
Na escola 2 foram apresentados resultados de
50% e 80% na habilidade corrida, 65% e 70%
na habilidade salto e 50 e 70% na habilidade de
arremesso nas fases motora madura nas 1º e 2º
análises, respectivamente.
Neste novo reflexo prismático temos a
noção clara do avanço nas atividades
locomotivas enquanto que a atividade
manipulativa sofre certa resistência no avanço
à fase maduro, podendo esta deficiência estar
relacionada ao confinamento como restrições
do ambiente, massificação dos esportes óculo
pedais como o futebol em detrimento dos
óculo-manuais como o handebol, voleibol,
desuso das brincadeiras de rua manipulativas
como a peteca, queimada ou podemos estar
diante de uma população com
desenvolvimento motor tardio em decorrência
dos novos hábitos adquiridos com o uso da
tecnologia digital que exige uma vida
sedentária e com menos movimentos globais.
Na Figura 8 apresenta os dados
referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada
habilidade motora exigida e a quantificação em
relação à fase motora em que se encontra em
cada grupo estudado pertencentes ao 2º Ano do
ensino fundamental nas escolas 1 (a) e escola
2 (b).
(a) (b)
Figura 8. Dados referentes ao diagnóstico unificado das escolas 1 (a) e escola 2 (b) em termos gerais, referentes ao 2°
Ano do ensino fundamental.
Fonte: (Dados da pesquisa 2018).
Na escola 1 os resultados apresentados
pertencentes ao 2º Ano do ensino fundamental
foram de 70% e 100% na habilidade corrida,
60% e 100% na habilidade salto e 80% e 90%
na habilidade de arremesso nas fases motora
madura de 1º e 2º análise, respectivamente. Na
escola 2 os resultados foram de 85% e 100%
na habilidade corrida, 85% e 90% na
habilidade salto e 45% e 85% na habilidade de
arremesso nas fases motora madura de 1º e 2º
análise, respectivamente.
Os resultados traz consigo uma
curiosidade que é a persistência da fase
elementar da corrida neste grupo e em maior
percentual nos alunos pertencentes a escola 1,
o que demonstra novos hábitos desta
população, haja vistas que considerando a
pesquisa de Gallahue e Ozmun, estes
indivíduos deveriam estar na fase de
especialização dos movimentos ou pelo menos
na sua transição pelos seus hábitos diários e
não somente apenas após atividades físicas
orientadas, como ocorreu com os integrantes
da escola do campo.
O movimento de salto teve seu
percentual maduro aumentado a quase a
totalidade e muito possivelmente em virtude da
similaridade com as atividades locomotoras
tanto para o salto quanto para corrida auxiliada
da maturação biológica. O ato de arremessar
continua a ser o único fundamento pelo qual
não se pode chegar à totalidade na escola 1, no
entanto a escola 2 demonstrou redução
significativa o que demonstraram
aprendizagem motora para o arremesso.
Ao juntarmos os dados das escolas em
um único gráfico, levando em consideração
que os alunos migram entre as mesmas,
hipoteticamente possuam hábitos familiares
similares com relação ao lazer, disponham de
recursos financeiros semelhantes para
aquisição de brinquedos e por se tratar de
escolas públicas da mesma rede de ensino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O avanço tecnológico da sociedade
capitalista trouxe consigo um novo modelo de
vida nos centros urbanos, onde a violência nas
ruas aliada à busca incessante dos tutores por
melhores condições financeiras confinou
nossas crianças, limitando-as ao portão de
casa, dividindo espaço e brincadeiras com os
móveis de casa. Aliado a este paradigma
familiar, os afetos e falta de tempo para o lazer
são compensados por presentes modernos que
além de agradar aos pupilos, também os
mantém quietos, obedientes, inertes, escravos
afetivos de seus entretenimentos virtuais
passando horas em seus quartos deleitados nos
celulares, tablets, computadores e vídeo
games.
A Educação Física Escolar surge como
contrapeso neste panorama social de déficit
motor na infância, por aplicar-se
obrigatoriamente a partir do primeiro ano do
ensino fundamental, deve se reportar ao
desenvolvimento das habilidades básicas,
outrora desenvolvidas naturalmente. As
escolas necessitam adequar-se a essa nova
realidade oferecendo um cenário adequado e
munindo seus docentes com materiais e
formações específicas para que o processo de
orientação aos alunos alcance êxito e possamos
ter crianças aptas às práticas esportivas de lazer
e de desempenho motor adequado à sua faixa
etária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Educação Física Escolar no Brasil. Revista
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VYGOTSKY, L. S. 1998. A formação social
da mente. 2° Edição, Editora Brasileira,
Martins Fontes, São Paulo, SP.
_____________________________________
Raimundo Gilberto Sousa dos Santos, Nádia
Ligianara Dewes Nyari, Sandra Ines Horn
Bohm e Moacir Juliani, pertencentes a
Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde,
MT.
Contatos:
Nádia Ligianara D. Nyari
nadialigianara@hotmail.com
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  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 19 - Número 2 - 2º Semestre 2019 DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS NA ERA DIGITAL Raimundo Gilberto Sousa dos Santos; Nádia Ligianara Dewes Nyari; Sandra Ines Horn Bohm; Moacir Juliani RESUMO Esta pesquisa se sujeita ao acompanhamento de escolares no desenvolvimento de programas motores específicos do salto, corrida e arremesso, que possibilite a ascensão em uma nova fase de desenvolvimento motor. Este estudo também nos possibilita identificar o nível comportamental de mobilidade de crianças em meio ao mundo digital, onde as atividades inertes ganham mais espaço no cotidiano infantil sujeitando crianças a um novo modelo de vida contemporâneo marcado pelo aumento da obesidade e suas doenças associadas. Com este panorama cada vez mais recorrente, a Educação Física Escolar é evocada como uma grande e ou talvez a única alternativa para que essas crianças possam fomentar as possibilidades motoras através de aulas orientadas. A presente pesquisa apresenta as fases de desenvolvimento motor do estudante ingresso no 1º ciclo (1º e 2º Ano) do ensino fundamental em duas escolas públicas municipais localizadas na região de Lucas do Rio Verde – MT. Palavras-chave: Primeiro Ciclo; Anos Iniciais Educação Física Escolar; Desenvolvimento Motor. DEVELOPMENT OF MOTOR SKILLS IN DIGITAL AGE ABSTRACT This his research is subject to the accompaniment of schoolchildren in the development of specific motor programs of the jump, race and throw, that enables the rise in a new phase of motor development. This study also enables us to identify the behavioral level of children's mobility in the digital world, where inert activities gain more space in the daily routine of children subjecting children to a new model of contemporary life marked by the increase of obesity and its associated diseases. With this increasingly recurring scenario, School Physical Education is evoked as a great and or perhaps the only alternative for these children to foster motor possibilities through targeted classes. The present research presents the phases of motor development of the student entering the 1st cycle (1st and 2nd year) of primary education in two municipal public schools located in the region of Lucas do Rio Verde - MT. Keywords: First Cicle; Initial Years; Physical School Education; Motor Development. 99
  • 2. INTRODUÇÃO O interesse pelo desenvolvimento de capacidades físicas humanas, que vão desde movimentos rudimentares dos bebês aos movimentos especializados da vida adulta a fim de executar tarefas sejam elas de ordem recreativa, do cotidiano ou de rendimento, sempre estiveram presentes, além de ser de grande valia para a comunidade científica, que busca cada vez mais identificar – se com as mudanças, especialmente de desempenho na motricidade humana. Apesar de nosso país possuir dimensão continental, as culturas diversas que estão instaladas, levam as instituições escolares cada vez mais a apoiar-se sobre em um modelo particular de ensino sobretudo diferenciando- as entre si. Esse fator pode estar relacionado tanto devido as condições climáticas, disponibilidade de recursos materiais ou até mesmo pelo espaço físico. A didática de ensino e as atividades motoras fundamentais continuam sendo primordiais na aquisição de um progresso, de tal maneira que o seu desenvolvimento pode e deve ser considerado como base indispensável na iniciação esportiva. Conforme afirma Greco & Benda (1999) ao destacar padrões de movimento onde declara que o processo de desenvolvimento motor segue uma organização hierárquica, ou seja, para se alcançar novos objetivos motores é preciso que as habilidades básicas estejam fundamentadas (SYMCZACKA et al., 2017). Portanto temos em destaque que as habilidades básicas são essenciais para que os educandos possam ingressar nas modalidades esportivas, nas danças, nas lutas e nas ginásticas com mais destreza a partir do segundo ciclo do ensino fundamental. Desse modo, observamos o interesse da sociedade sobre o quadro de desenvolvimento motor de estudantes pertencentes aos 1º e 2º anos do ensino fundamental, os quais correspondem aos anos iniciais do 1º ciclo. Tornando assim a proficiência da Educação Física como ferramenta de auxílio para desenvolver competências. De acordo com Tani et al. (1988) a sequência em que as atividades são dominadas determinam a maturação biológica do ser humano, onde o grau e a velocidade de interação dependem das diferenças individuais e das experiências vividas e estabelecem as habilidades que irão se consideradas dominantes. Ou seja, as repetições orientadas pelo docente durante as instruções em sala de aula, são fundamentais no processo de aceleração da aprendizagem para o domínio da habilidade motora. Desse modo é de crucial importância que os profissionais de Educação Física tenham conhecimento de todas as fases de desenvolvimento motor dos seus estudantes, bem como as faixas etárias de transição de cada processo. Pois a partir dessas informações é possível identificar eventuais atrasos que poderão ocorre no processo motriz dos seus alunos e promover assim, atividades que possam ocasionar maior eficiência na execução dos movimentos, corrigindo possíveis falhas ou falta de estímulos, fomentando a evolução para estágios superiores. O docente é responsável por identificar possíveis os atrasos motores e promover alternativas de superá-los. Gallahue & Ozmun (2005) estabelece em seu estudo, que de acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que o comportamento motor está relacionado as atividades locomotoras, como correr, saltar e arremessar, além de acompanhar essa evolução no decorrer dos anos escolares na disciplina de educação física. As unidades temáticas propostas pela BNCC e ou de mudança comportamental oriunda dos estímulos das atividades cotidianas estabelecem que a maturação biológica está de acordo com a formação de novos esquemas motores que se dão pelo amadurecimento do sistema nervoso, possibilitando o fortalecimento de novas sinapses nervosas (SYMCZACKA et al., 2017). Nesse sentido o objetivo do presente estudo visa identificar o nível de desenvolvimento motor e avaliar as possíveis causas do seu retardamento em estudantes de 1º e 2º anos do ensino fundamental, pertencentes a duas escolas públicas municipais localizadas na região de Lucas do Rio Verde – MT.
  • 3. REFERENCIAL TEÓRICO Definição de Desenvolvimento Desenvolvimento ou crescimento de acordo Moreira (2011) apud (MARCONDES, 1970) refere – se a somatória de fenômenos celulares, bioquímicos, biofísicos e morfogênicos, cuja integração é feita segundo um plano pré-determinado pela herança, modificado pelo ambiente, ou seja, o desenvolvimento se entende como as transformações nos diferentes sistemas do organismo em decorrência de modificações funcionais que ocorrem nas células. O desenvolvimento estar concomitantemente associado ao processo de aprendizagem e nesta premissa nos valendo dos estudos sobre a Zona de Desenvolvimento Proximal elaborada por Vygotski (1988) que estabelece que essa modificação está relacionada ao processo de evolução da pessoa ou situação sujeita a uma condição onde sua ação revela se este está apto à etapa superior à que se encontra, ou seja, quando o indivíduo se mostra capaz de realizar uma tarefa, antes não realizada pelo mesmo sem auxílio de outrem, demonstra que houve desenvolvimento. Desenvolvimento Motor Conforme Gallahue & Ozmun (2005), desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento motor durante o ciclo da vida, proporcionado pela interação entre a biologia do indivíduo, as necessidades da tarefa e as condições do ambiente. Enquanto para Greco & Benda apud (HAYOOD 1993) é um processo sequencial e continuado, relativo à idade, de onde um indivíduo progride de um movimento simples sem habilidade, até o ponto de conseguir habilidades motoras complexas e organizadas e, finalmente, o ajustamento dessas habilidades que acompanham o envelhecimento. Há várias abordagens na literatura com relação ao desenvolvimento motor, no entanto esta pesquisa se fundamentará no modelo da ampulheta apresentada por Gallahue & Ozmun (2005) onde se apresenta as fases de desenvolvimento em caráter maturacional cronológico. Nessa perspectiva, uma forma de esquematizar esse processo de desenvolvimento em fases e estágios de desenvolvimento é a apresentada por Gallahue, Ozmun & Goodway (2013) o modelo da Ampulheta Gallahue é apresentado na Figura 1. Figura 1. Fases e estágios do desenvolvimento motor. Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013). Podemos identificar que as fases do desenvolvimento motor estão subdivididas em estágios, e é seguida através da idade cronológica do indivíduo, ou seja, à medida que este avança em idade, consequentemente há maturação dos movimentos e avanço à fase posterior, culminando com a utilização de tais aprendizados na vida adulta para fins recreativos, de atividades cotidianas ou para o alto rendimento. Neste segundo modelo da
  • 4. Ampulheta Gallahue (Figura 2) (GALLAHUE, OZMUN & GOODWAY, 2013) inclui a importância do ambiente e das características biológicas para execução da tarefa motora, como fatores modificadores do comportamento motor. Figura 2. Ampulheta do desenvolvimento motor ao longo da vida, onde o triângulo representa uma visão explanatória do desenvolvimento. Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013). Aprendizagem Motora Definiremos a aprendizagem motora em Magill (2000) onde se relata que a aprendizagem motora está associada à experiência do indivíduo e o número de práticas realizadas, levando em consideração a alteração da capacidade do indivíduo em desempenhar uma habilidade com fins de refinamento do desempenho. O que se percebe, é que o desenvolvimento na aprendizagem motora depende da prática e da instrução correta para o nível de desenvolvimento em que se encontra o indivíduo. Neste progresso de aprendizagem motora, há que se considerar que a aquisição de novas habilidades motoras depende da capacidade de captação, processamento e utilização das habilidades já internalizadas, para resolver tarefas. Habilidades motoras (Saltar, Correr e Arremessar) A partir dos dois anos de idade, ou seja, no final da fase dos movimentos rudimentares, as crianças iniciam os movimentos fundamentais que determinarão o futuro motor dos mesmos, por este motivo esta fase é considerada crítica e merece toda atenção para que as crianças possam vivenciar o máximo possível de experiências motoras e assim auxiliar juntamente com a maturação, na progressão dos movimentos haja vistas que neste processo as habilidades motoras se dão em fases progressivas. Gallahue & Ozmun (2001) dividem as habilidades motoras em três categorias. Manipulativas: tarefas que exigem a manipulação de objetos, entre elas estão os arremessos, chutar, recepcionar, lançar etc; Locomotoras: onde há deslocamento em relação a um ponto fixo, entre as atividades locomotoras está o salto, corrida, caminhada, entre outros; Estabilizadoras: são as tarefas que exigem a manutenção da postura contra a força gravitacional, entre estas estão, as atividades de desequilíbrio como apoiar-se em um só pé, inclinar o tronco, etc. Os mesmos autores ainda salientam que as habilidades motoras fundamentais em seu processo de aquisição pelo indivíduo, exige que os mesmos passem por três estágios sequenciais que são: Estágio Inicial, representado pelo primeiro ano neste estágio (entre dois e três anos de idade) onde a criança elabora tentativas de executar o movimento, porém, com a integração espaço-temporal ainda imaturas ocasionando a irregularidade do movimento; Estágio Elementar, geralmente entre o quarto e quinto ano de idade, dependendo da maturação do indivíduo. Nesta etapa o movimento já é executado
  • 5. coordenadamente e sob controle, porém ineficiente tecnicamente; Estágio Maduro corresponde ao estágio final da habilidade motora adquirida onde a eficiência mecânica e controle na execução estão potencializados na criança. Por volta dos seis a sete anos de idade as crianças apresentam tais características. Cabe ressaltar que as habilidades motoras podem ser potencializadas em virtude do comportamento motor da criança em sua vida social e ou participação na Educação Física com práticas esportivas e brincadeiras onde está intrínseco o estímulo das habilidades como ressalva Freire (2004) ao tratar de uma educação de corpo inteiro. Na Figura 3 é possível identificar o padrão motor para as habilidades motoras de saltar conforme o estágio inicial (a), estágio elementar (b) e estágio maduro (c). (a) (b) (c) Figura 3. Habilidades motoras de saltar no estágio inicial (a), elementar (b) e maduro (c). Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013). A evolução no salto horizontal dar-se pelo aprimoramento do agachamento com flexão dos joelhos, utilização dos braços no movimento de pêndulo, projeção do tronco e aterrissagem com o menor impacto possível é apresentado na Figura 4 a sequência de desenvolvimento para arremesso por cima no estágio inicial (a), estágio elementar (b) e estágio maduro ou proficiente (c). (a) (b) (c) Figura 4. Sequência de desenvolvimento para arremessar por cima. Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013). No arremesso a criança em seu processo de evolução desenvolve a rotação do tronco e a amplitude dos membros superiores fazendo do braço lançador um pêndulo, enquanto o outro promove estabilidade ao movimento. Segundo Gallahue & Ozmun (2005) as dificuldades de movimento são: movimento para a frente com o pé do mesmo lado do braço de arremesso; inclinação para trás contida; falha ao girar quadris conforme o braço de arremesso é trazido para trás; falha ao dar um passo com perna oposta ao braço de arremesso; coordenação rítmica insuficiente do movimento do braço com o movimento do corpo; falha ao liberar ao liberar a bola na trajetória desejada; perde o equilíbrio enquanto arremessa e a rotação para a frente do braço. A sequência de desenvolvimento para corrida é apresentada na Figura 5, com o estágio inicial (a), estágio elementar (b) e estágio maduro ou proficiente (c).
  • 6. (a) (b) (c) Figura 5. Sequência de desenvolvimento para correr. Fonte: Gallahue, Ozmun & Goodway (2013). A corrida é caracterizada pelo movimento anteroposterior dos braços com o cotovelo formando um ângulo de 90 graus, elevação dos joelhos e projeção do tronco à frente. As evoluções nestes fundamentos demonstram o progresso da criança e identificam sua fase motora. As dificuldades de desenvolvimento de acordo com Gallahue & Ozmun (2005) são: a oscilação do braço inibida ou exagerada; braços cruzam a linha mediana do corpo; colocação imprópria do pé; inclinação exagerada do tronco para a frente; braços com movimentos pesados nas laterais ou rígidos para manter equilíbrio; giro do tronco; cadência rítmica pobre; apoio do pé inteiro e pé ou perna irregularmente virados para dentro ou para fora. Educação Física Escolar A Educação Física Escolar nas últimas décadas, têm sofrido mudanças significativas em sua metodologia, ora por interferência jurídica em forma de lei, ora por correntes teóricas, ambas em função de atender classes dominantes e ou o momento histórico do país, como por exemplo, na formação de uma comunidade olímpica ou um corpo apto ao trabalho, etc. Na década de 60 com a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1960), onde através da Nº 4.024, a escolarização subdividiu-se em primário (de 1ª a 4ª série) e ginásio (5ª a 8ª série). Neste período, visando abarcar a totalidade do desenvolvimento do aluno. A Educação Física também se preocupou com a atitude postural adequada, com a coordenação sensório motor, o refinamento dos sentidos, e o aumento da sensibilidade rítmica, favorecendo a coeducação, e o conhecimento de nossos costumes (ARANTES, 2008). Na década seguinte com a segunda LDB (1970) houve nova configuração do ensino de oito anos, onde disciplinas curriculares eram aquelas de conteúdos teóricos com atividades e as demais se praticavam sem reprovação, exceto por falta. Estas eram compostas pelo ensino de artes, inglês e Educação Física, na qual se recomendava como programa de aulas, a dança e recreação, movimentos gímnicos e jogos desportivos com intuito de desenvolver um corpo sadio, hábitos saudáveis, espírito de equipe, ainda com o conceito de dualidade oriental, corpo e mente (ARANTES, 2008; GRESPAN, 2016). O modelo de Educação Física Escolar regido pelo estado de São Paulo sempre esteve no contexto histórico nacional como pioneiro de correntes teóricas para inovação da Educação Física como ocorreu no período efervescente da redemocratização do país nos anos 80 onde se abriram novas perspectivas para intensificar as propostas curriculares, culminando com a integração da disciplina nas propostas pedagógicas, tornando-a componente curricular da educação básica nos anos 90, conforme a terceira LDB (1996) a normativa Nº 9394, onde o ensino escolar inicia-se no ensino infantil possibilitando melhor ingresso adaptativo nos anos iniciais e culminando no ensino superior. As correntes pedagógicas, agora mais numerosas e oriundas de diversas regiões do país com novas literaturas para Educação Física deram origem a novos e renovados seguimentos teóricos, entre eles está a cinesiologia, cultura corporal do movimento, psicomotricidade humana, sócio construtivismo, aptidão física, esportivista e outros mais, possibilitando ainda mais recursos pedagógicos à disciplina no ensino infantil e anos iniciais, onde a prática desportiva se torna
  • 7. limitada e enfadonha aos educandos em virtude do descontrole de combinações de habilidades motoras que permeia a faixa etária, no entanto valendo-nos de Arantes (2008). Base Nacional Comum Curricular (BNCC) uma nova concepção escolar A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 1996) como documento normativo, desenvolvida através de pacto interfederativo (união, estados, municípios e distrito federal), vem orientar as instituições escolares com diretrizes pedagógicas para o ensino de aprendizagens essenciais, regulamentada pelo § 1º do artigo 1º da Lei 9.394 correspondente às Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 2014). Neste processo de ensino, a BNCC (1996) estabelece as competências gerais para o ensino da educação básica (infantil ao ensino médio), o que proporciona uma visão prognóstica do perfil escolar a que se busca estabelecer nos educandos. As disciplinas que compõem o currículo escolar estão agrupadas por áreas de conhecimentos onde cada disciplina possui sua competência específica, cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos. No ensino fundamental as competências específicas possibilitam articulações entre todos os componentes da mesma área, ora, neste contexto temos a Educação Física como área de conhecimento da linguagem, em virtude da comunicação e expressão corporal que permeia seu objeto de conhecimento, juntamente com língua portuguesa, inglesa e artes, sendo estas articuladas entre si em um plano horizontal enquanto verticalmente esta articulação se dá pela progressão das competências específicas nos ciclos entre os anos iniciais e finais dando continuidade às experiências dos alunos. Jogos e Brincadeiras, Esportes, Ginástica, Danças, Lutas e Práticas corporais de Aventura são as unidades temáticas da Educação Física propostas as distribui conforme cada ciclo do Ensino Fundamental. Os mesmos seguem a premissa de desenvolvimento conforme habilidade consensual da faixa etária assim distribuída: primeiro ciclo (1º e 2º ano); segundo ciclo (3º 4º e 5º ano); terceiro ciclo (6º e 7º ano); quarto ciclo (8º e 9º ano). Para o primeiro ciclo (1º e 2º ano) são ofertados somente Jogos e Brincadeiras e Lutas, do contexto comunitário e regional, além de Ginástica Geral e Esportes de precisão e de marca, ou seja, atividades que contenham o reconhecimento corporal e da cultura social que a cerca além de potencializar o desenvolvimento motor de habilidades manipulativas (lançamentos e arremessos), de locomoção (corridas rasas e saltos) e estabilizadoras (movimentos gímnicos). Observamos duas premissas básicas para a cultura corporal do movimento, sendo a primeira delas uma Educação Física voltada à socialização da cultura regionalista, reconhecendo práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural de povos e grupos para compreender suas origens e refletir criticamente sobre as práticas corporais existentes. A outra é constituída de elementos que potencializam o desenvolvimento motor, como por exemplo, no atletismo (esporte de marca) onde se busca fortalecer habilidades fundamentais a serem combinadas nos esportes apropriados aos educandos em anos posteriores. MATERIAIS E MÉTODOS Para realização desse estudo, foi empregado o método dedutivo, que visa diagnosticar as fases de desenvolvimento motor em que se encontram as crianças de 1º e 2º anos do ensino fundamental em duas escolas públicas municipais. Para a coleta de dados utilizamos um circuito motor com estações para corrida, salto grupado e lançamento de implemento (bola). Durante a execução, os alunos foram filmados individualmente para posterior análise das imagens. Este procedimento ocorreu no primeiro bimestre do ano letivo durante aula de Educação Física, voltando a ocorrer no quarto bimestre em condições similares visando proceder de forma coerente para que não haja interferência nos resultados em decorrência do formato do circuito. Com relação as análises dos dados obtidos foram através do método qualitativo através de projeção percentil expostas em
  • 8. tabelas e figuras, onde em virtude de apresentar melhores observações, os dados audiovisuais foram reanalisados em conjunto buscando identificar o processo evolutivo dos educandos. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados obtidos, evidenciaremos individualmente cada escola de acordo com as diferentes realidades sociais. A escola 1 proporciona aos estudantes quadra poliesportiva, parquinho e campo de futebol para a prática de atividades e aulas de educação física, enquanto que a escola 2 disponibiliza apenas parquinho e pátio, este último é dependente das condições climáticas. Com relação escola 1 pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental, participaram da pesquisa 16 estudantes, mas apenas 10 destes puderam ser diagnosticados nas duas análises propostas, quanto ao 2º Ano participaram 12 alunos, mas apenas 10 alunos participaram das duas análises, os demais ficaram impossibilitados por diferentes motivos, como transferência a outras escolas ou até mesmo por desistência escolar. A Tabela 1 apresenta os resultados do 1º Análise e 2º Análise obtidos pertencentes ao 1º e 2° Ano do ensino fundamental de acordo com cada habilidade motora exigida e a quantificação em relação à fase motora estudado pertencentes a escola 1. Tabela 1. Dados analíticos obtidos do 1º e 2° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 1. 1° Ano 2° Ano Correr Saltar Arremessar Correr Saltar Arremessar Análise 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Elementar 0 0 6 0 4 2 3 0 4 0 2 1 Maduro 10 10 4 10 6 8 7 10 6 10 8 9 Fonte: (Dados da pesquisa 2018). Considerando os resultados obtidos podemos observar total desenvolvimento para a corrida em estudantes do 1° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 1. Do total, destes 100% possui habilidade de correr madura tanto na 1º como na 2º análise. Enquanto no salto a variação foi modificada, onde 60% dos estudantes encontra – se na fase elementar e 40% na fase madura na 1º análise, apresentando dificuldade de amadurecimento, já na 2º análise 100% destes estão na fase madura. Na 1º análise com relação a habilidade de arremesso, podemos observar que 40% pertencem a fase elementar e 60% a fase madura, retardando assim seu amadurecimento motor, no entanto na 2º análise, esses resultados variam onde 20% encontram – se na fase elementar e 80% na fase madura. Quando avaliamos os resultados obtidos em estudantes do 2° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 1, podemos observar na habilidade corrida, destes 30% pertencem a fase elementar e 70% a fase madura na 1º análise, enquanto na 2º análise ouve diagnóstico de avanço, onde todos passaram acorre na fase madura. Na habilidade de salto, essa variação sofreu alteração da 1° como na 2° analise, proporcionando 40% na fase elementar e 60% na fase madura na 1° analise, no entanto na 2° analise podemos observar 100% de desenvolvimento. No arremesso, 20% possui habilidade elementar e 80% madura na 1º análise e 10% com dificuldade de amadurecimento na fase elementar e 90% destes estão na fase madura na 2º análise. As habilidades motoras fundamentais segundo Gallahue & Ozmuz (2001) está relacionado com crianças possui um potencial de desenvolvimento que as conduz ao estágio maduro, por volta dos 6 anos de idade (PELLEGRINI et al., 2005) no entanto, há evidências de estudos realizados e publicados na literatura que isto não ocorre normalmente em nosso meio, onde a conquista dependerá da interação dos fatores tarefa, indivíduo e ambiente, durante o período de prática. Para a execução da habilidade motora de correr, pular ou saltar a criança deve apresentar controle das partes do corpo em movimento e da relação entre os movimentos das diversas partes do corpo, como o equilíbrio
  • 9. (estático ou dinâmico) e da coordenação (rudimentar ou visuo-manual), em conjunto com os fatores de produção de força de agilidade, velocidade e energia. No entanto para habilidades motoras consideradas grossas identificamos aquelas que envolvem o corpo como um todo, principalmente o arremesso requer muita precisão e envolve os membros superiores, em específico as mãos (PELLEGRINI et al., 2005). Segundo Gallahue & Donnelly (2008) as crianças têm potencial para apresentar um padrão maduro nas habilidades motoras fundamentais, como corrida e salto no ensino fundamental, mas esse padrão será alcançado com prática estruturada e instrução apropriada, como na participação em brincadeiras, jogos, danças, atividades recreativas, esportivas e sociais (COTRIN et al., 2011; GRESPAN, 2016). De acordo com Belluzzo et al., (2016) o desempenho motor de escolares matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental está diretamente relacionado com o tempo que crianças em idade escolar têm dedicado aos eletrônicos ou realizando atividades em pequenos espaços que limitam os movimentos amplos, adquirindo assim, comportamentos muitas vezes sedentários, que influenciam diretamente na aquisição das habilidades motoras básicas, como a falta ou diminuição da capacidade coordenativa dos movimentos simultâneos de aspecto emocional, físico ou social. Outro fator é a atuação do docente de educação física, não apenas como um intermediador conhecimentos relacionados a conteúdos e metodologias de ensino, mas sim o trabalho docente exige improvisos e negociação com os demais sujeitos que integram o contexto escolar, sobretudo com o/a professor/a referência. Cabe a ele no transcorrer das aulas ou de suas atividades, preocupar-se não somente com o desenvolvimento de habilidades motoras, jogos, entre outros, mas também é preciso, analisar as implicações das atividades nos/as alunos/as, visando não reafirmar diferenças construídas socialmente e possibilitar a integração de todos e todas à Cultura Corporal de Movimento (ASSIS & PONTES, 2015). Considerando os resultados obtidos, identificamos que mesmo depois de finalizados os anos de referencia à fase madura conforme a pesquisa de Gallahue, as crianças permanecem em fases retrógradas. Com relação a escola 2, onde as turmas analisadas de 1º Ano totalizavam 66 alunos, porém apenas 24 foram concludentes e no 2º Ano, participaram um total de 20 alunos iniciantes na pesquisa, 13 concluíram as duas etapas, haja vistas que a direção escolar teve que realizar remanejamento de alunos a outras escolas, salas e turnos em virtude do fluxo migratório das famílias. A Tabela 2 apresenta os resultados do 1º Análise e 2º Análise de acordo com cada habilidade motora exigida e a quantificação em relação à fase motora em que se encontra em cada grupo estudado pertencentes a escola 2. Tabela 2. Dados analíticos obtidos do 1º e 2° Ano do ensino fundamental pertencentes a escola 2. 1° Ano 2° Ano Correr Saltar Arremessar Correr Saltar Arremessar Análise 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º Inicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Elementar 5 1 9 5 13 7 2 0 2 1 7 2 Maduro 19 23 15 19 11 17 11 13 11 12 6 11 Fonte: (Dados da pesquisa 2018). Os resultados indicam que no 1° Ano do ensino fundamental, 20% dos estudantes estão na fase elementar e 80% na fase madura do desenvolvimento de corrida na 1º análise, enquanto 4% estão na fase elementar e 96% na fase madura na 2º análise. Na habilidade de salto, 37% pertencem a fase elementar e 63% na fase madura na 1º análise e 20% dos estudantes estão na fase elementar e 80% na fase madura do desenvolvimento na 2º análise. Na habilidade arremesso, encontram – se na fase elementar 54% e 46% na fase madura na 1º análise e 29% na fase elementar e 71% na fase madura na 2º análise. No 2° Ano do ensino fundamental, 14% possuem estão na fase elementar e 86%
  • 10. na fase madura na 1º análise e 100% na pertencem a fase madura na 2º análise quando analisamos habilidade de corrida. Na habilidade de salto, apresentou a mesma tendência de 14% possuem estão na fase elementar e 86% na fase madura na 1º análise e 7% estão na fase elementar e 93% na fase madura na 2º análise. No arremesso, na 1º análise apresentou 50% para ambas as fases elementar e madura, já na 2º análise os resultados foram de 14% possuem estão na fase elementar e 86% na fase madura. Podemos avaliar que os resultados indicaram diferenças no desenvolvimento de habilidades motoras entre estudantes das duas escolas, esse fato pode ser em decorrência dos diferentes conteúdos, oportunidade e instrução para a prática motora abordados. Vale ressaltar que essa constatação não tem como principal objetivo indicar que o sistema de ensino, mas que a atuação do profissional de Educação Física que, com base em conteúdo, oportunidades de vivências motoras, instrução apropriada e melhores condições de infraestrutura e de materiais e equipamentos, produz efeitos diferentes no desenvolvimento motor de estudantes do ensino fundamental, comprovando que a atuação do docente possue papel primordial no desenvolvimento motor (COTRIM et al., 2011). De forma geral de acordo com Cotrim et al. (2011) as crianças adquirem as habilidades motoras fundamentais a partir de vivência própria, porém essas habilidades motoras fundamentais não são refinadas e, consequentemente, a maioria das crianças não alcança execução mais eficiente de movimento dentro do contexto ambiental denominado de padrão maduro (GALLAHUE, 1982; GALLAHUE & DONNELLY, 2008; GRESPAN, 2016). A Figura 6 apresenta os dados referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada habilidade motora exigida e a quantificação em relação à fase motora em que se encontra em cada grupo estudado pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamentar da escola 1 (a) e escola 2 (b). (a) (b) Figura 6. Dados referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada habilidade e fase motora pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental da escola 1 (a) e escola 2 (b). Fonte: (Dados da pesquisa 2018). Os resultados apresentados referentes a 1º e 2º análise pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental da escola 1 foi de 100% de acordo com cada habilidade corrida na fase motora madura. 58% na fase elementar e 100% na fase madura na 1º e 2º análise, respectivamente na habilidade de salto. 58% na fase elementar na 1º análise e de 80% na fase madura na 2º análise na habilidade de arremesso. Na escola 2 resultados apresentados pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental foram de 78% e 100% referentes a 1º e 2º análise na fase madura e na habilidade corrida. 60% e 80% na fase madura na 1º e 2º análise na habilidade salto. 55% e 80% na fase motora madura na 1º e 2º análise na habilidade de arremesso. Neste comparativo do 1º ano do ensino fundamental vale ressaltar a presença na fase elementar da corrida apenas pertencentes a escola 2, por ser uma atividade espontânea e essencial, o que evidencia o cotidiano em espaços fechados e pequenos e ou amadurecimento tardio nos tempos atuais. Com relação ao salto, as crianças pertencentes
  • 11. a escola 1, apresentaram maior percentual na fase elementar, no entanto com as atividades direcionadas, todos obtiveram êxito, o que não ocorreu na escola 2, onde a maioria permaneceu neste estágio mesmo sendo instigados ao movimento técnico. Já se tratando do arremesso os resultados foram similares com os dois grupos estudados quanto ao avanço dos educandos da fase elementar à madura, porém na 1° análise da escola 2 havia mais crianças no estágio elementar que no maduro, dado este que caiu pela metade na análise seguinte, no entanto em ambas as escolas não se puderam chegar à totalidade na fase madura. De acordo com a literatura atual, o uso frequente dos jogos eletrônicos está associado ao fator cultural e social, podendo diretamente influenciar o desempenho motor de crianças em idade escolar com renda realimente superior ao demais. O presente estudo obteve alguns fatores limitantes ao deixar de avaliar as características socioeconômicas, os fatores culturais e os níveis de atividade física dos participantes, assim como, avaliar alunos de escola particular, contribuindo com uma amostra reduzida. Segundo Sá, Carvalho & Mazzitelli (2014) crianças ativas e com menos tempo assistindo TV, obtém melhores resultados no desempenho da coordenação e equilíbrio. No entanto, experiências (cognitivas, afetivas e motoras) vivenciadas durante a fase escolar inicial pode oferecer a esse público uma base para um desenvolvimento saudável durante o resto de sua vida (Gallahue & Ozmun, 2005; Gallahue & Donnelly, 2008; Gallahue, Ozmun & Goodway, 2013; Belluzzo et al., 2016). Na Figura 7 apresenta os dados referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada habilidade motora exigida e a quantificação em relação à fase motora em que se encontra em cada grupo estudado pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental das escolas 1 (a) e escola 2 (b). (a) (b) Figura 7. Dados referentes ao diagnóstico unificado das escolas 1 (a) e escola 2 (b) em termos gerais, referentes ao 1° Ano do ensino fundamental. Fonte: (Dados da pesquisa 2018). Na escola 1 os resultados apresentados pertencentes ao 1º Ano do ensino fundamental foram de 60% e 80% na habilidade corrida, 55% e 65% na habilidade salto e 55% na habilidade de arremesso nas fases motora madura nas 1º e 2º análises, respectivamente. Na escola 2 foram apresentados resultados de 50% e 80% na habilidade corrida, 65% e 70% na habilidade salto e 50 e 70% na habilidade de arremesso nas fases motora madura nas 1º e 2º análises, respectivamente. Neste novo reflexo prismático temos a noção clara do avanço nas atividades locomotivas enquanto que a atividade manipulativa sofre certa resistência no avanço à fase maduro, podendo esta deficiência estar relacionada ao confinamento como restrições do ambiente, massificação dos esportes óculo pedais como o futebol em detrimento dos óculo-manuais como o handebol, voleibol, desuso das brincadeiras de rua manipulativas como a peteca, queimada ou podemos estar diante de uma população com desenvolvimento motor tardio em decorrência dos novos hábitos adquiridos com o uso da
  • 12. tecnologia digital que exige uma vida sedentária e com menos movimentos globais. Na Figura 8 apresenta os dados referentes a 1º e 2º análise de acordo com cada habilidade motora exigida e a quantificação em relação à fase motora em que se encontra em cada grupo estudado pertencentes ao 2º Ano do ensino fundamental nas escolas 1 (a) e escola 2 (b). (a) (b) Figura 8. Dados referentes ao diagnóstico unificado das escolas 1 (a) e escola 2 (b) em termos gerais, referentes ao 2° Ano do ensino fundamental. Fonte: (Dados da pesquisa 2018). Na escola 1 os resultados apresentados pertencentes ao 2º Ano do ensino fundamental foram de 70% e 100% na habilidade corrida, 60% e 100% na habilidade salto e 80% e 90% na habilidade de arremesso nas fases motora madura de 1º e 2º análise, respectivamente. Na escola 2 os resultados foram de 85% e 100% na habilidade corrida, 85% e 90% na habilidade salto e 45% e 85% na habilidade de arremesso nas fases motora madura de 1º e 2º análise, respectivamente. Os resultados traz consigo uma curiosidade que é a persistência da fase elementar da corrida neste grupo e em maior percentual nos alunos pertencentes a escola 1, o que demonstra novos hábitos desta população, haja vistas que considerando a pesquisa de Gallahue e Ozmun, estes indivíduos deveriam estar na fase de especialização dos movimentos ou pelo menos na sua transição pelos seus hábitos diários e não somente apenas após atividades físicas orientadas, como ocorreu com os integrantes da escola do campo. O movimento de salto teve seu percentual maduro aumentado a quase a totalidade e muito possivelmente em virtude da similaridade com as atividades locomotoras tanto para o salto quanto para corrida auxiliada da maturação biológica. O ato de arremessar continua a ser o único fundamento pelo qual não se pode chegar à totalidade na escola 1, no entanto a escola 2 demonstrou redução significativa o que demonstraram aprendizagem motora para o arremesso. Ao juntarmos os dados das escolas em um único gráfico, levando em consideração que os alunos migram entre as mesmas, hipoteticamente possuam hábitos familiares similares com relação ao lazer, disponham de recursos financeiros semelhantes para aquisição de brinquedos e por se tratar de escolas públicas da mesma rede de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS O avanço tecnológico da sociedade capitalista trouxe consigo um novo modelo de vida nos centros urbanos, onde a violência nas ruas aliada à busca incessante dos tutores por melhores condições financeiras confinou nossas crianças, limitando-as ao portão de casa, dividindo espaço e brincadeiras com os móveis de casa. Aliado a este paradigma familiar, os afetos e falta de tempo para o lazer são compensados por presentes modernos que além de agradar aos pupilos, também os mantém quietos, obedientes, inertes, escravos afetivos de seus entretenimentos virtuais passando horas em seus quartos deleitados nos celulares, tablets, computadores e vídeo games. A Educação Física Escolar surge como contrapeso neste panorama social de déficit
  • 13. motor na infância, por aplicar-se obrigatoriamente a partir do primeiro ano do ensino fundamental, deve se reportar ao desenvolvimento das habilidades básicas, outrora desenvolvidas naturalmente. As escolas necessitam adequar-se a essa nova realidade oferecendo um cenário adequado e munindo seus docentes com materiais e formações específicas para que o processo de orientação aos alunos alcance êxito e possamos ter crianças aptas às práticas esportivas de lazer e de desempenho motor adequado à sua faixa etária. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANTES A. C. 2008. A história da Educação Física Escolar no Brasil. Revista Digital, Buenos Aires, Argentina. Ano 13, nº 124. Disponível em www.efdeportes.com. Acesso em maio de 2019. ASSIS, A. D. & PONTES, M. F. P. 2015. Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental: repensando a atuação docente. Motrivivência, v. 27, n. 45, p. 113- 123. BELLUZZO, P. R., RUFINO, M. B., CABRAL, J. F. R., COSTA, J. C. M., DE OLIVEIRA, R. A. R., SOARES, L. A., FERREIRA, E. F. 2016. Desempenho motor de escolares matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 10, n. 62, p. 773-781. COTRIM, J. R., LEMOS, A. G., JÚNIOR, J. E. N., BARELA, J. A. 2011. Desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais em crianças com diferentes contextos escolares. Journal of Physical Education, v. 22, n. 4, p. 523-533. FREIRE, J. B. 1994. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. Editora Scipione, São Paulo, SP. GALLAHUE, D. & OZMUN, J. 2005. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebes, crianças, adolescentes e adultos. 3° Edição, Editora Phorte, São Paulo, SP. GALLAHUE, D. L. & DONNELLY, F. C. 2008. Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças. Editora Phorte, São Paulo, SP. GALLAHUE, D. L. 1982. Understanding Motor Development in Children. Editora John Wiley, Boston. GALLAHUE, D. L., OZMUN, J. C. & GOODWAY, J. D. 2013. Compreendendo o desenvolvimento motor-: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Editora AMGH. GRECO, P. J. & BENDA, R. N. 1999.Aprendizagem e desenvolvimento motor I. In: SILVA, C. I.; COUTO, A. C. P. Manual do treinador de natação. Edições FAM, Belo Horizonte, MG. GRESPAN, M. R. 2016. Educação física no ensino fundamental: primeiro ciclo. Editora Papirus. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 1993. Normas de apresentação tabular. 3° Edição, Rio de Janeiro, RJ. MAGILL, R. A. 2000. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5ª Edição, Editora Edgard Blücher, São Paulo, SP. MOREIRA, L. M. A. 2011. Desenvolvimento e crescimento humano: da concepção à puberdade. In: Algumas abordagens da educação sexual na deficiência intelectual [online]. 3° Edição, Editora EDUFBA, Salvador, Bahia. PELLEGRINI, A. M., NETO, S. S., BUENO, F. C. R., ALLEONI, B. N., MOTTA, A. I. 2005. Desenvolvendo a coordenação motora no ensino fundamental. Editora UNESP, São Paulo, SP. SÁ, C. S. C., CARVALHO, B. & MAZZITELLI, C. 2014. Equilíbrio e coordenação motora em escolares praticantes e não praticantes de atividades física e/ou lúdica extra-escolar. Revista Neurociência. v. 22, n. 1. p. p. 29-36.
  • 14. SYMCZACKA, R., CORRÊA, E. A., KUCHLER, W., DOS SANTOS, C. A. 2017. Importância das habilidades motoras básicas no desenvolvimento de crianças. Revista UNIPLAC, v. 5, n. 1. TANI, G., MANOEL, E. J., KOKUBUN, E., PROENÇA, J. E. 1998. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. Editora da Universidade de São Paulo, Epu, São Paulo, SP. TURTELLI, L. S., TAVARES, M. C. G. C. F. & DUARTE, E. 2002. Caminhos da pesquisa em imagem corporal na sua relação com o movimento. Revista Brasileira Ciência e Esporte, Campinas, v. 24, n. 1, p. 151-166. VYGOTSKY, L. S. 1998. A formação social da mente. 2° Edição, Editora Brasileira, Martins Fontes, São Paulo, SP. _____________________________________ Raimundo Gilberto Sousa dos Santos, Nádia Ligianara Dewes Nyari, Sandra Ines Horn Bohm e Moacir Juliani, pertencentes a Faculdade La Salle de Lucas do Rio Verde, MT. Contatos: Nádia Ligianara D. Nyari nadialigianara@hotmail.com 112