Este estudo realizou uma triagem fitoquímica preliminar e avaliação da toxicidade das folhas de Vismia guianensis. A triagem mostrou a presença de ácidos orgânicos, fenóis, taninos, depsídeos, depsidonas e saponinas. Os testes de toxicidade em Artemia salina tiveram como resultado uma CL50 moderada de 266 μg/mL, possivelmente relacionada às saponinas. Os resultados indicam atividade tóxica das folhas e justificam seu uso popular contra doenças dermatol
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Artigo bioterra v15_n2_01
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
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Volume 15 - Número 2 - 2º Semestre 2015
SCREENING FITOQUÍMICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE TÓXICA SOBRE Artemia
salina DAS FOLHAS DE Vismia guianensis (AUBL.) PERS. HIPERIACACEAE.
Suelen da Silva Santos1; Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida2
RESUMO
Esta pesquisa objetivou realizar a caracterização fitoquímica preliminar e avaliação da atividade citotóxica em
Artemia salina Leach. (Artemiidae) das folhas da espécie Vismia guianensis (Aubl.), conhecida como lacre,
utilizada na medicinal tradicional para o tratamento, em especial, de dermatoses. A triagem fitoquímica foi
realizada através de reações químicas de caráter qualitativo, os testes foram realizados para ácidos orgânicos,
fenóis, taninos, alcalóides, depsídeos, depsidonas, flavonóides, esteróides, triterpenoides, resinas,
antraquinonas, polissacarídeos, açúcares redutores e saponinas espumídicas. A avaliação da atividade de
citotoxicidade em A. salina L. foi realizada pelo método tradicional descrito pela literatura, com algumas
modificações, usando concentrações de 50, 100, 250, 500, 750 e 1000 μg.mL-1. O resultado da triagem
fitoquímica demonstrou positividade para ácidos orgânicos, fenóis, taninos, depsídeos, depsidona e saponinas
espumídicas. Na avaliação da análise de toxicidade em A. salina L. foi possível verificar que o extrato
apresenta um moderado grau de toxicidade, possuindo CL50=266 μg.mL-1, podendo esta atividade estar
relacionada à presença de saponinas. Os resultados demonstram a atuação do extrato como agente tóxico,
sendo o uso popular justificado, parcialmente, pela presença de fenóis, taninos, depsídeos e depsidonas. Assim,
novos estudos devem ser realizados no intuito de isolar as substâncias bioativas e elucidação da atividade
biológica.
Palavras-chave: Lacre, Vismia guianensis, Artemia salina L., triagem fitoquímica.
PHYTOCHEMICAL SCREENING AND EVALUATION OF THE TOXIC ACTIVITY
AGAINST Artemia salina LEAVES Vismia guianensis (AUBL.) PERS. HIPERIACACEAE.
ABSTRACT
This study aimed to perform the preliminary phytochemical characterization and evaluate the cytotoxic activity
in Artemia salina Leach. (Artemiidae) of the leaves of the species Vismia guianensis (Aubl.), known as “lacre”
and used in traditional medicine for treatment in particular of dermatoses. Phytochemical screening was
performed by chemical qualitative, tests conducted to organic acids, phenols, tannins, alkaloids, depsides,
depsidonas, flavonoids, steroids, triterpenoides, resins, anthraquinones, polysaccharides, sugars and foaming
saponins. The evaluation of cytotoxic activity in A. salina L. was made by the traditional method described in
the literature with some modifications, using concentrations of 50, 100, 250, 500, 750 and 1000 μg.mL-1. The
result of the phytochemical screening showed positivity for organic acids, phenols, tannins, depsides,
depsidones and foaming saponins. In evaluating the cytotoxicity in A. salina L. we found that the extract had
a moderate degree of toxicity, having LC50=266 μg.mL-1, which may be related to the presence of saponins.
The results demonstrate the performance of the extract as a toxic agent, with the popular use justified, in part,
by the presence of phenols, tannins, depsides and depsidones. Thus, further studies should be undertaken in
order to isolate the bioactive substances and elucidate the biological activity.
Keywords: “Lacre”, Vismia guianensis, Artemia salina L., phytochemical screening.
2. 2
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, o homem buscou na
natureza os recursos necessários para a sua
sobrevivência, utilizando as plantas na proteção
contra pragas, alimentação e na cura de
enfermidades (OLIVEIRA, 2009; PEREIRA;
CARDOSO, 2012). Assim, o uso terapêutico das
plantas medicinais na saúde humana difundiu-se
ao longo dos tempos envolvendo cultura e saúde,
uma vez que esses aspectos não ocorrem de
maneira isolada, mas inseridos em um contexto
histórico previamente determinado (ALVIM et
al., 2006; OTTOBELLI et al., 2011), passando
este conhecimento às gerações, não se
dissociando dos mitos e rituais que são parte
integrante deste processo (AGUIAR; BARROS,
2012).
As espécies da família Hyperiacaceae,
também conhecida como Clusiaceae (Lindl.) são
amplamente difundidas devido à capacidade de
biossíntese de compostos polifenóis, o que
contribui para que grande parte de suas espécies
apresente atividade antifúngica, antimalárica,
citotóxica e propriedades antioxidantes
(LAVAUD et al., 2012), compreendendo
aproximadamente 1370 espécies, distribuídas em
45 gêneros (OLIVEIRA, 2009) com ocorrência
em especial nas regiões tropicais do globo
(OLIVEIRA, 2009; LAVAUD et al., 2012), em
que se destaca o interesse econômico pela
produção de frutos comestíveis, madeiras,
derivados químicos de interesse farmacêutico,
tintas, gomas, pigmentos, óleos essenciais e
resina (OLIVEIRA, 2009; CAMELO, 2010).
O gênero Vismia compreende 52
espécies, sendo as antraquinonas os metabólitos
típicos, apresentando propriedades laxativas e
também consideradas corantes naturais
(MULLER et al., 2013). Muitas espécies têm
sido utilizadas na medicina tradicional para o
tratamento de algumas doenças, em particular o
uso do látex de coloração avermelhada, utilizado
para tratar feridas infectadas e úlceras, doenças
fúngicas da pele, herpes nos lábios, como
purgante e febrífugo, entre outros (ÁLVAREZ et
al., 2008; CAMELO, 2010).
Destaca-se no gênero a espécie Vismia
guianensis A., conhecida popularmente como
lacre, árvore da febre, goma-lacre, pau-de-lacre
(MOURÃO; BELTRATE, 2001; OLIVEIRA,
2008; CAMELO, 2010), utilizada
principalmente no tratamento de dermatoses, em
especial impinges e micoses (FENNER et al.,
2006), apresentando-se como um potente
laxativo (OLIVEIRA, 2009; CAMELO, 2010),
além de suas folhas serem empregadas como
tônico (SEO et al., 2000), possuem propriedades
antipiréticas e anti-reumáticas (MONACELLI et
al., 1999; OLIVEIRA, 2009; CAMELO, 2010).
Estudos fitoquímicos evidenciam a presença de
açúcares redutores, catequinas, esteroides e
tritepernoides, alcaloides, depsídeos e
depsidonas (CAMELO, 2010), saponinas
espumídicas, taninos (OLIVEIRA, 2009;
CAMELO, 2010) antraquinonas e flavonoides
(OLIVEIRA, 2009).
Deste modo, o objetivo deste estudo foi
de realizar a prospecção fitoquímica preliminar
das folhas de V. guianensis A., com a finalidade
de identificar de forma qualitativa as classes de
metabólitos secundários presente na espécie
responsáveis pela atividade alegada pela
população, bem como avaliar a atividade
citotóxica em modelo experimental utilizado
Artemia Salina L., sendo que este método
demostra-se eficaz na determinação da
concentração letal (CL50).
MATERIAL E MÉTODO
Coleta e identificação do Material vegetal
A coleta do material vegetal foi realizada
em área de mata fechada localizada no bairro
Brasil Novo, BR 156, zona norte do município de
Macapá-AP. A identificação botânica foi
efetuada pela Curadora do Herbário da
Universidade Federal do Amapá Profa. Dra.
Wegliane Campelo da Silva Aparício e uma
exsicata depositada sobre registro de número
447.
Preparo, secagem do material vegetal e
obtenção do extrato etanólico
O material vegetal foi separado obtendo-se
apenas as folhas da espécie que passaram por
um processo de lavagem em água corrente para a
retirada de resíduos, posteriormente foi seco em
bancada e em estufa à 45°C por 3 dias. O material
seco foi triturado obtendo o pó das folhas da
espécie V. guianensis A., estes que foram
3. 3
utilizados para a obtenção do extrato, através de
extração à quente sob-refluxo em sistema
fechado utilizando com solvente etanol. O
extrato etanólico foi filtrado e concentrado em
evaporador rotativo, obtendo-se o extrato bruto
etanólico da espécie que foi seco em capela de
exaustão.
Análise fitoquímica preliminar
A triagem fitoquímica foi realizada com
o extrato bruto etanólico seco, utilizando as
metodologias descritas por Barbosa et al. (2004),
por métodos de reações químicas, identificando a
presença do metabólico por meio do
aparecimento de precipitados e/ou mudança de
coloração. A identificação qualitativa foi
realizada para os seguintes grupos de metabólitos
secundários: ácidos orgânicos, fenóis, taninos,
alcaloides, depsídeos, depsidonas, flavonóides,
esteroides, triterpernoides, resinas,
antraquinonas, polissacarídeos, açúcares
redutores e saponinas espumídicas.
Toxicidade em Artemia salina L.
A análise de toxicidade em A. salina L.
foi realizado através das metodologias descritas
na literatura (LHULLIER et al., 2006; COSTA et
al., 2009; ARAÚJO et al., 2010; FREITAS et al.,
2011; AMARANTE et al., 2011) com algumas
adaptações, utilizando concentrações de 50, 100,
250, 500, 750 e 1000 μg.mL-1, sendo o
experimento realizado em triplicada. Os ovos de
A. salina L. foram incubados em solução salina
por um período de 24 horas sobre iluminação
artificial, para a obtenção de larvas no estágio
larval de náuplios (FREITAS et al., 2011). Em
cada tubo de ensaio foram colocados 10 náuplios
e testados as diferentes concentrações, após 24
horas foi feita a contagem de larvas mortas e
vivas, sendo possível calcular a CL50,
considerando como altamente tóxico os valores
de CL50 inferior a 100 μg.mL-1, moderadamente
tóxico com os valores de CL50 entre 100 μg.mL-
1 e 500 μg.mL-1, e considerado não tóxicos
aqueles com valores de CL50 acima de 1000
μg.mL-1 (FERRAZ FILHA et al., 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os metabólicos secundários são
substâncias biologicamente ativas presentes nas
plantas responsáveis pelas atividades
terapêuticas alegada pela população e
representam uma fonte rica em pesquisa para o
desenvolvimento de novos fármacos, sendo
produzidas a partir de rotas biosintéticas
diversas, tento como precursores os metabólicos
primários, estes que são essenciais para as
funções vitais da planta (POSER; MENTZ,
2007). Através da triagem fitoquímico, foi
possível detectar algumas classes de metabólitos
secundários responsáveis pelas atividades
terapêuticas alegadas pela população,
evidenciando reação positiva para a presença de
saponinas espumídicas, depsídeos e depsidonas,
fenóis, taninos e ácidos orgânicos.
As saponinas são glicosídeos de
esteróides ou terpenos policíclicos, amplamente
distribuídos na maioria das espécies vegetais e
constituem um grupo de substâncias
caracterizada pelas propriedades anfifílicas,
parte da estrutura com características lipofílica e
outra hidrofílica (SCHENKEL et al., 2007),
possuindo grande destaque na indústria, sendo
utilizada como adjuvante farmacêutico na
preparação de medicamento, cosméticos e
reagentes. Nas espécies vegetais as saponinas
agem protegendo contra os ataques de patógenos,
tais como fungos, bactérias e vírus, o que
justifica a alta concentração com que são
encontradas em diferentes espécies de plantas
(GUTERRES, 2005).
A função terapêutica e tóxica das
saponinas está diretamente ligada a capacidade
de complexar com esteroides de membrana
favorecendo assim a destruição, tal ação pode
estar relacionada a atividade antifúngica da
espécie, constantemente relatada pela população.
Além disto, as saponinas apresentam outras
atividades terapêuticas que incluem:
expectorante (relacionda a cacapacidade de
causar irritação da mucosa), antiinflamatória,
antiviral, hipocolesrolemicca, sedativa,
aleopatica e inseticida (OLIVEIRA, 2009;
SCHENKEL et al., 2003; RODRIGUES et al.,
2010).
Os fenóis são metabólitos secundários
pertencentes a classe dos compostos fenólicos,
caracterizada pela presença do anel benzênico e
por apresentar uma vasta diversidade de
estruturas, podendo ser formados partir de duas
rotas biogenéticas distintas, a via do ácido
4. 4
chiquímico ou do acetato-polimalato. Os
compostos fenólicos estão amplamente
distribuídos no reino vegetal e nos
microrganismos, além disso, fazem parte do
metabolismo animal (CARVALHO et al., 2007).
No caso dos animais, os compostos fenólicos são
adquiridos por meio da alimentação, uma vez que
não são, a princípio, capazes de sintetiza-los, por
essa razão a ingestão de insuficiente deste
composto esta diretamente relacionada a doenças
crônicas não transmissíveis, pois intervém em
alvos fisiológicos, atuando principalmente na
defesa antioxidante, processos inflamatórios e
mutagênicos (OLIVEIRA; BASTOS, 2011).
A ação antioxidante relacionada aos
compostos fenólicos é baseada na capacidade
que estas substâncias possuem de oxido-redução,
desempenhando função importante na absorção e
neutralização de radicais livres, por atuarem
quelando o oxigênio triplete e singlete ou
decompondo peróxidos, produzindo uma ação
protetora sobre os processos oxidativos que
constantemente ocorrem no organismo e que
estão relacionadas à uma série de doenças dentre
as quais destaca-se o câncer, doenças do coração,
aterosclerose e ao próprio envelhecimento
(DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ, 2004).
Cabe destaque, a atividade
antimicrobiana frequentemente relatada dos
compostos fenólicos, no entanto, o mecanismo
de ação ainda não está totalmente elucidado,
havendo um consenso de que pode estar
relacionado a atuação dos compostos fenólicos
na membrana citoplasmática, o que proporciona
a mudança da estrutura e função, alterando o
transporte ativo e coagulando o conteúdo celular
(ALMEIDA, 2007).
A reação positiva para a presença de
taninos na espécie V. guianensis, contribuir
significante para com a atividade antifúngica
referido pela população. Os taninos são
compostos polifenóis com distribuição em
plantas, alimentos e bebidas, solúveis em água e
solventes orgânicos polares, tendo como função
principal a capacidade de precipitar proteínas,
característica esta responsável pelo sabor
adstringente de algumas plantas e frutos, sendo a
base de algumas das propriedades biológicas.
São empregadas na medicina tradicional contra
diversas moléstias, tais como diarreia,
hipertensão arterial, reumatismo, hemorragias,
feridas, queimaduras, problemas estomacais,
(azia, náusea, gastrite e úlceras), problemas
renais, processos inflamatórios em geral, além de
apresentar ação antifúngica, bactericida,
antiviral, moluscicida e sequestrador de radicais
livres (SANTOS; MELLO, 2007).
Os taninos são comumente descritos
devido a atividade antimicrobiana, atuando com
inibidor do crescimento de fungos e bactérias,
através da inibição de enzimas e/ou complexão
dos substratos das enzimas, modificação do
metabolismo celular pela atuação nas membranas
e complexão dos taninos com íons metálicos, o
que resulta na diminuição da sua disponibilidade
para o metabolismo dos microorganismos. A
capacidade dos taninos de complexarem com
proteínas e poliscarideos, contribuem ainda para
com a cura de feridas e queimaduras através da
formação uma película de polifenóis associados
a proteínas ou a polissacarídeos sob a qual ocorre
o processo natural de cura (SANTOS; MELLO,
2007).
Os depsídeos e depsidonas fazem parte do
grupo de compostos fenólicos, e são obtidos a
partir do acetil-CoA, sendo que essa via é
responsável por produzir o ácido
hidroxibenzóico, que dará origem aos depsídeos
que posteriormente será utilizado na síntese de
depsidonas (GOMES, 2009). Esses metabólicos
são conhecidos por possuírem atividade
antioxidante, antiviral, antitumoral, analgésico e
antipirético (MACEDO et al., 2007). A atividade
antiviral demostrada por esses compostos pode
esta relacionada a capacidade de inibição das
enzinas dos vírus, responsáveis pela manutenção
do ciclo viral (NEAMATI et al., 1997).
Os Ácidos orgânicos são sustâncias com
grande utilização na indústria de alimentos e
cosméticos. Nos alimentos são utilizados como
aditivos atuando na regulação do pH e como
conservantes devido as suas propriedades
antioxidante e antimicrobiana. Na indústria de
cosmético é usado como constituinte de
composições de cremes de rejuvenescimento
facial, agindo como esfoliante da pele,
promovendo sua escamação superficial e
consequentemente, ativando mecanismos
biológicos que estimulam a renovação e o
crescimento celular (FIORUCCI et al., 2002).
Além disto, aos ácidos orgânicos também
promovem a inibição do desenvolvimento de
5. 5
fungos nas matérias-primas e rações e diminuem
a proliferação de enterobactérias no intestino
(FARIA et al., 2009).
Muito embora não se tenha evidenciado a
presença de flavonóides, alcalóides,
antraquinonas, esteróides e triterpernóides,
pesquisas realizadas por Oliveira (2009) e
Camelo (2010), apontam a presença destas
substâncias destacando as suas funções e
contribuição para a ação da espécie na
terapêutica popular. As diferenças na presença de
metabólicos podem ser justificadas devido aos
diversos fatores que influenciam no conteúdo,
tais como: sazonalidade, ritmo circadiano,
desenvolvimento, temperatura, disponibilidade
hídrica, entre outros (GOBBO-NETO; LOPES,
2007), evidenciando que estes metabólicos
podem estar presentes na espécie, porém em
quantidade reduzida, interferindo a identificação
através do método utilizado.
Na análise da atividade de toxicidade em
A. salina L., observou-se que o extrato bruto de
V. guianensis A. apresenta moderada toxidade
apresentando CL50=266 μg.mL-1 (FERRAZ
FILHA et al., 2012). A atividade citotóxica da
espécie, pode está relacionada em particular, a
presença de saponinas espumídicas, isto porque
este metabólico secundário possui característica
anfipática e assim a capacidade de forma
complexo com esteróides, proteínas e
fosfolipídios de membranas, destacando a ação
sobre as células, alterando a sua permeabilidade,
ou causando sua destruição (SCHENKEL et al.,
2007). Relacionado com essa ação estão às
atividades hemolíticas, ictiotóxica e
molusquicida, frequentemente observadas e
relatadas (SCHENKEL et al., 2007). Tal relação
com a atividade tóxica pode ser evidenciada em
alguns estudos que relatam a ação espermicida
das saponinas, e que sugere como mecanismo a
ruptura da membrana plasmática da célula do
espermatozoide (SCHENKEL et al., 2007).
Evidências da citotóxicidade foram
descritas por Salas et al. (2007), relatando que a
atividade é frequente nas espécies pertencentes
ao gênero Vismia e que este potencial tem sido
amplamente estudado contra células
cancerígenas, obtendo resultados favoráveis no
diz respeito ao efeito antiproliferativo. De acordo
com a literatura os resultados obtidos sugerem
que a espécie Vismia guianensis A. possa
apresentar atividade antitumoral,
tripanossomicida, antibacteriano e antifúngico,
uma vez que extratos com toxicidade para A.
salina L. apresentam potencial para essas
atividades (COSTA et al., 2009; LEITE et al.,
2009).
Esses resultados demonstram o potencial
da espécie V. guianensis A. como agente tóxico,
necessitando de estudos mais delineados para
estabelecimento de tal atividade. Além disto,
permitir sugerir que a espécie apresente atuação
sobre dermatoses, ação antirreumático e
antipirético, pela presença de fenóis, taninos,
depsídeos e depsidonas, corroborando e
justificando, parcialmente, o uso popular
havendo a necessidade de estudos para o
isolamento de substâncias bioativas e elucidação
das atividades biológicas.
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Educação Tutorial (PET),
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP),
Ministério da Educação (MEC).
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1-Graduanda do Curso de Ciências
Farmacêuticas. Laboratório de Farmacognosia e
Fitoquímica – Universidade Federal do Amapá –
Rodovia Juscelino Kubitschek, KM-02. Jardim
Marco Zero – 68.902-280 – Macapá-AP, Brasil.
2-Doutora em Química e Produtos Naturais.
Laboratório de Farmacognosia e Fitoquímica do
Curso de Ciências Farmacêuticas – Universidade
Federal do Amapá – Rodovia Juscelino
Kubitschek, KM-02. Jardim Marco Zero –
68.902-280 – Macapá-AP, Brasil. E-mail:
sheyllasusan@yahoo.com.br