SlideShare uma empresa Scribd logo
ARQUEOLOGIA BÍBLICA
21/03/2016
1 Introdução.
A arqueologia bíblica é a disciplina que se ocupa da recuperação e investiga-
ção científica dos restos materiais de culturas passadas que podem nos ensinar a
respeito dos períodos e descrições da Biblia.
Compreende um amplo arco de tempo que está entre o ano 2000 a.c. e 100
d.c., sendo que alguns autores preferem falar, chamar, a arqueologia bíblica de palesti-
niana e, com isso determinam aqueles territórios que estão ao leste e ao oeste do Rio
Jordão, concluindo-se que a “Arqueologia Bíblica ou Palestiniana” está circunscrita aos
territórios que serviram de palco nos relatos bíblicos.
A razão de ser da arqueologia bíblica está radicada na possibilidade de fomentar
o conhecimento científico dos povos que habitaram as chamadas terras bíblicas, a
sua história, cultura, identidade e seus deslocamentos o que faz possível uma localiza-
ção concreta dos relatos, confrontando-os com a historicidade, porém, nem sempre
coincidente.
A respeito disso, as escolas Americana e Israelita de Arqueologia Bíblica, recor-
riam à arqueologia como forma de provar a historicidade dos relatos bíblicos. Hoje, em
mudança, a arqueologia não pretende provar as afirmações da Bíblia, senão descobrir
o mundo histórico no qual os livros bíblicos tomaram consistência e significado.
2 Etapas do desenvolvimento da Arqueologia Bíblica.
O desenvolvimento da arqueologia bíblica tem tido diferentes períodos que a
marcaram, a saber, o chamado Clássico ou Antigo, que consideram a arqueologia como
uma ciência moderna, sendo necessário reconhecer o fato de que muitos autores, ao
longo da história, têm deixado documentos valiosos que são elementos de trabalho
1
imprescindíveis, entre muitos deles, os históricos Flavio Josefo, Origens, Eusebio de
Cesareae o Diário de Etheria.
As primeiras explorações arqueológicas iniciaram no século XIX, considerado o
período de antes do mandato britânico, ou seja, primeiramente por parte dos europeus
e após, os israelitas. Nesse contexto, muitos profissionais obtiveram êxito.
Um dos arqueólogos bíblicos dessa época de renome foi Edward Robinson,
quem descobriu várias cidades antigas. Em 1865, patrocinado pela rainha Vitória, criou-
se a Fundação Palestiniana de Exploração e, em 1867, proporcionou importantes
descobertas ao redor do Templo de Jerusalém, por parte dos exploradores Charles
Warren e Charles Wilson.
Dado o sucesso das expedições, as quais foram noticiadas pelo mundo, em
1870 fundou-se a Sociedade de Exploração Palestiniana Americana, enquanto um
jovem francês de tão só 21 (vinte e um) anos, Charles Clermont-Ganneau, chegava
à Terra Santa para estudar duas inscrições notáveis, a Estrela de Mesha em Jordânia
e a inscrição do Templo de Jerusalém.
Em 1889 os Domínicos abriram em Jerusalém um centro de estudos que chega-
ria a ser da primeira ordem no plano da Arqueologia Bíblica, A Escola de Arqueologia
Francesa, na qual destacar-se-iam como personagens M-J. Lagrance e L. H. Vincent.
Na Alemanha Austríaca, em 1898, a instituição Arqueológica Alemã do Oriente, assim
como as outras, abriram as portas para o desenvolvimento de uma disciplina nacente e
entusiasta, ainda que neste tempo inicial as investigações eram dirigidas apenas para
demonstrar a historicidade de fatos bíblicos.
Nos anos de 1890, ainda no século XIX, entraria em cena outro gênio, que pas-
saria à história sendo considerado o “pai da arqueologia palestiniana”, o senhor Flinder
Petrie, quem assentaria as bases de uma exploração metodológica e daria uma grande
importância à análise da cerâmica como pista arqueológica.
No período do chamado mandato Britânico na Palestina, entre 1922 a 1948, a
investigação e exploração da Terra Santa aumentou exponencialmente e foi dominado
pelos ingleses William Foxwell Albright, C. S. Fischer, pelos jesuítas, os dominicos e
outros, porém, esta época de avanços e atividades para a arqueologia bíblica estaria
paralisada provisóriamente, visto a importância da descoberta de Qumrán em 1947 e
cujas escavações seriam dirigidas em especial pelo francês Roland de Vaux.
Já nos idos de 1948, após o mandato Britânico, uma nova época política e
social foi instaurada na Terra Santa, havendo a instituição do Estado de Israel, com
isso entrando em cena os arqueólogos israelitas, porém, mal iniciando os trabalhos,
logo na primeira fase das escavações no território do Estado, começou a Guerra dos
Seis Dias, que se estendeu aos territórios ocupados da Judeia e Samaria.
Vale destacar nesse período os nomes das senhoras Kathleen Kenyon, que
dirigiu as escavações de Jericó e o Ofel de Jerusalém e, Chrystall Bennet, que conduziu
as escavações de Petra e da Cidadela de Ammán.
3 Escolas arqueológicas.
A arqueologia bíblica é matéria de permanente debate, tendo como um dos
objetos de maior disputa o período da monarquia Israelense, que em geral, seguindo
a historicidade da Bíblia, pôde definir vagamente o que hoje se classifica como escolas
do pensamento arqueológico, sendo essas divididas em duas, a minimalista e a maxi-
malista, além do método não histórico de ler a Bíblia, a leitura tradicional com enfoque
na religiosidade.
Deve-se notar que essa classificação em duas escolas, não podem constituir uni-
dades, senão um espectro que faz difícil definir campos e limites, mas que tornam
possível estabelecer pontos descritivos convergentes.
A escola minimalista, ou também chamada de Escola de Copenhague, enfatiza
que a Biblia deve ser lida e analisada, antes de mais nada, como uma coleção de
narrações e não como uma cuidadosa contagem histórica da pré-história do Oriente
Médio.
Os entusiastas desssa escola, em 1968, Niels Peter Lemche e Heike Friis
escreveram dois ensaios que convidavam a revisar completamente os modos pelos
quais se deveriam ler a Bíblia e extrair conclusões históricas que serviriam para
contextualização.
Já os maximalistas, em maioria, aceitam as descobertas da arqueologia e dos
modernos estudos bíblicos, no entanto, sustentam que todo o conjunto de relatos
bíblicos são em realidade referências históricas e que os mais recentes livros têm maior
solidez histórica que os mais primitivos.
Para eles, a arqueologia assinala eras históricas e reinos, modos de vida e
comércio, crenças e estruturas sociais, no entanto, só em muitos casos raros, os
estudos arqueológicos apresentam informações a respeito de famílias individuais,
sendo impossível exigir maior abrangência de dados minuciosos. Portanto, até o
momento, a arqueologia não tem apresentado provas que assegurem ou neguem
a existência dos patriarcas.
Assim, os maximalistas estão divididos em dois, sendo os maximalistas bíblicos,
que estão de acordo com a existência das doze tribos de Israel, ainda que isso não
signifique necessariamente, que as contagens bíblicas a respeito delas correspondam,
em tudo, a realidade histórica.
Também estão de acordo com a existência de grandes figuras como Davi, Saúl,
Salomão, a monarquia de Israel e Jesus Cristo, mas a faixa de posições dentro do
maximalismo é ampla e inclusive alguns autores podem apresentar leves diferenças
com os minimalistas.
4 Lugares arqueológicos importantes.
Para contextualizar a narrativa é imprescindível destacar os locais de grande
importância para essa disciplina como as Grutas de Qumrán, local onde se fez o
achado arqueológico bíblico mais importante de todos os tempos, localizadas no vale
do Mar Morto.
Para muitos é quiçá um dos achados mais importantes de todos os tempos,
sendo composto das ruínas do que era considerado como o monastério da congrega-
ção judia dos Esênios, das cavernas onde se encontraram os papiros e códices de
Livros do Tanaj, do cemitério dos monges e muitos outros elementos que mudaram a
história dos estudos bíblicos.
Há também outros locais em destaque, que são o Santo Sepulcro, um complexo
que compreende o percurso da tumba de Jesús Cristo ao Calvário, onde é possível
encontrar evidências de tumbas judias, artefatos romanos, construções constantinas e
influências otomanas.
O Museu de Israel é outro local famoso, um dos mais importantes do mundo, que
reúne objetos de valor universal inquestionáveis não apenas para estudos bíblicos,
como para a história do Oriente Médio.
Vale destacar também o Túnel de Siloé, que passa por baixo da cidade velha
de Jerusalém e é um dos elementos declarados na Bíblia, tanto na Tanaj, o velho
testamento não organizado em ordem cronológica, como no Novo Testamento.
Como exemplo, também tem-se o que se chama de “A Barca de Pedro”, um
dos últimos achados, que foi encontrada enterrada entre o lodo nas orlas do Lago
da Galilea e datada do século I, isto é, do tempo de Jesús, sendo, por essa razão,
chamada desse nome.
5 Disciplinas relacionadas.
Como toda a ciência, a arqueologia e seu ramo bíblico têm suas próprias
especializações bem como seu trabalho interdisciplinário. Já se mencionou que a
arqueologia deve se servir e trabalhar em equipe com disciplinas como a antropologia,
a geologia e outras ciências que permitem se dar uma ideia do mundo antigo.
Outras disciplinas como a filosofia, a teologia, a exegese e a hermenêutica se
servem dos resultados científicos desta, por exemplo, a Biblia utiliza uma linguagem
recorrentemente simbólica, que pode fazer pensar que quanto ali se menciona algo,
pode pertenecer ao plano estritamente teológico e portanto não necessariamente
verificável.
No entanto, graças à arqueologia, muitos bilhetes bíblicos têm achado uma
explicação mais concreta, sem que por isso se queira dizer que a relação arqueologia
e estudos bíblicos seja pacífica e imprescindível, sendo que hoje e, graças a esta
disciplina, sabe-se por exemplo que os muros de Jericó, mencionados no Livro de
Josué e cujas ruínas têm sido escavadas, podem datar em um tempo que coincide com
a imigração israelita na Terra Prometida.
Assim, o propósito da arqueologia bíblica é clarificar os textos bíblicos e con-
teúdos através da investigação arqueológica do mundo bíblico, buscando não apenas
provar a Bíblia, mas esclarecer a sua história.
6 Referências.
1 - Vilar, Vicente. Archeologia della Palestiniana, Enciclopedia della Biblia I, 672;
2 - Vicente Vilar, Idem;
3 - Kurt Benesch: Passato dá scoprire (tr. é. Passado para descobrir), citado
por J.M. Vernet em seu “Curso Básico de Arqueologia Bíblica”, Teologado Salesiano
Internacional de Ratisbonne, Jerusalém, 2001;
4 - R. Bultmann, Nuovo Testamento e mitología, p. 203;
5 - . L. Randellini, voce Demitizzazione, in ER, vol. 2, coll. 623-635.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Conhecendo a biblia lição 8 - 18-06-17
Conhecendo a biblia   lição 8 - 18-06-17Conhecendo a biblia   lição 8 - 18-06-17
Conhecendo a biblia lição 8 - 18-06-17
PIB Penha
 
Arqueologia biblica
Arqueologia biblicaArqueologia biblica
Arqueologia biblica
INOVAR CLUB
 
Bispo arquiologia biblica
Bispo arquiologia  biblicaBispo arquiologia  biblica
Bispo arquiologia biblica
MINISTERIO IPCA.
 
Curso Bíblico_Marcio Vieira
Curso Bíblico_Marcio VieiraCurso Bíblico_Marcio Vieira
Curso Bíblico_Marcio Vieira
WebExecutivo1
 
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIAFORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
WebExecutivo1
 
Aula de introdução a pentateuco
Aula de introdução a pentateucoAula de introdução a pentateuco
Aula de introdução a pentateuco
Dyogo E Cris
 
Aula de introdução a pentateuco II
Aula de introdução a pentateuco IIAula de introdução a pentateuco II
Aula de introdução a pentateuco II
Dyogo E Cris
 
Autoria mosaica do pentateuco
Autoria mosaica do pentateucoAutoria mosaica do pentateuco
Autoria mosaica do pentateuco
José Santos
 
Arqueologia e bíblia 3
Arqueologia e bíblia 3Arqueologia e bíblia 3
Arqueologia e bíblia 3
luzia Camilo lopes
 
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIAA SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
Enerliz
 
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza OliveiraPentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
Gesiel Oliveira
 
Bibliologia aula 2
Bibliologia aula 2Bibliologia aula 2
Bibliologia aula 2
Juarez Sobrenome
 
Conhecendo a biblia lição 4 - 28-05-17
Conhecendo a biblia   lição 4 - 28-05-17Conhecendo a biblia   lição 4 - 28-05-17
Conhecendo a biblia lição 4 - 28-05-17
PIB Penha
 
Introdução ao pentateuco
Introdução ao pentateucoIntrodução ao pentateuco
Introdução ao pentateuco
Alberto Simonton
 
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIAA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
Enerliz
 
A Vida do Apóstolo Paulo
A Vida do Apóstolo PauloA Vida do Apóstolo Paulo
A Vida do Apóstolo Paulo
IBC Fortaleza
 
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Evandro Cezar
 
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADEGEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
Joel Santos
 
Bibliologia Aula Unica
Bibliologia Aula UnicaBibliologia Aula Unica
Bibliologia Aula Unica
neymattos
 

Mais procurados (19)

Conhecendo a biblia lição 8 - 18-06-17
Conhecendo a biblia   lição 8 - 18-06-17Conhecendo a biblia   lição 8 - 18-06-17
Conhecendo a biblia lição 8 - 18-06-17
 
Arqueologia biblica
Arqueologia biblicaArqueologia biblica
Arqueologia biblica
 
Bispo arquiologia biblica
Bispo arquiologia  biblicaBispo arquiologia  biblica
Bispo arquiologia biblica
 
Curso Bíblico_Marcio Vieira
Curso Bíblico_Marcio VieiraCurso Bíblico_Marcio Vieira
Curso Bíblico_Marcio Vieira
 
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIAFORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
FORMAÇÃO SOBRE A BÍBLIA
 
Aula de introdução a pentateuco
Aula de introdução a pentateucoAula de introdução a pentateuco
Aula de introdução a pentateuco
 
Aula de introdução a pentateuco II
Aula de introdução a pentateuco IIAula de introdução a pentateuco II
Aula de introdução a pentateuco II
 
Autoria mosaica do pentateuco
Autoria mosaica do pentateucoAutoria mosaica do pentateuco
Autoria mosaica do pentateuco
 
Arqueologia e bíblia 3
Arqueologia e bíblia 3Arqueologia e bíblia 3
Arqueologia e bíblia 3
 
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIAA SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
A SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
 
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza OliveiraPentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
Pentateuco (lições 1 e 2) - EETAD - Pr Gesiel de Souza Oliveira
 
Bibliologia aula 2
Bibliologia aula 2Bibliologia aula 2
Bibliologia aula 2
 
Conhecendo a biblia lição 4 - 28-05-17
Conhecendo a biblia   lição 4 - 28-05-17Conhecendo a biblia   lição 4 - 28-05-17
Conhecendo a biblia lição 4 - 28-05-17
 
Introdução ao pentateuco
Introdução ao pentateucoIntrodução ao pentateuco
Introdução ao pentateuco
 
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIAA TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
A TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
 
A Vida do Apóstolo Paulo
A Vida do Apóstolo PauloA Vida do Apóstolo Paulo
A Vida do Apóstolo Paulo
 
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01
 
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADEGEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
GEOGRAFIA BÍBLICA - CLAUDIONOR DE ANDRADE
 
Bibliologia Aula Unica
Bibliologia Aula UnicaBibliologia Aula Unica
Bibliologia Aula Unica
 

Semelhante a Arqueologia bíblica

Arqueologia biblica com_fotos
Arqueologia biblica com_fotosArqueologia biblica com_fotos
Arqueologia biblica com_fotos
Leandro Fernandes
 
Arqueologia bíblica com fotos
Arqueologia bíblica com fotosArqueologia bíblica com fotos
Arqueologia bíblica com fotos
Paula Costa
 
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
Antonio Ferreira
 
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
Antonio Ferreira
 
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptxArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
LeonardoRangelCruz
 
02 erika - arqueologia em perspectiva
02 erika - arqueologia em perspectiva02 erika - arqueologia em perspectiva
02 erika - arqueologia em perspectiva
Mauro Sousa
 
Arqueologia
ArqueologiaArqueologia
Arqueologia
LÊNIO GRAVAÇÕES
 
Arquelogia Bíblica.pdf
Arquelogia Bíblica.pdfArquelogia Bíblica.pdf
Arquelogia Bíblica.pdf
JosMauroPiresCoutinh
 
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdfESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
DaddizinhaRodrigues
 
Arqueologia e bíblia 2
Arqueologia e bíblia 2Arqueologia e bíblia 2
Arqueologia e bíblia 2
luzia Camilo lopes
 
A pesquisa para o israel histórico
A pesquisa para o israel históricoA pesquisa para o israel histórico
A pesquisa para o israel histórico
Manoel Teodoro Neto
 
A Bíblia e as Últimas Descobertas
A Bíblia e as Últimas DescobertasA Bíblia e as Últimas Descobertas
A Bíblia e as Últimas Descobertas
FabianoMedeiros15
 
Nos manuscritos do mar morto
Nos manuscritos do mar mortoNos manuscritos do mar morto
Nos manuscritos do mar morto
Francisco Kaupa
 
Panorama Da BíBlia Modulo 1 Bloco De Notas
Panorama Da BíBlia Modulo 1   Bloco De NotasPanorama Da BíBlia Modulo 1   Bloco De Notas
Panorama Da BíBlia Modulo 1 Bloco De Notas
fogotv
 
Redescobrindo o jesus histórico
Redescobrindo o jesus históricoRedescobrindo o jesus histórico
Redescobrindo o jesus histórico
Diegofortunatto
 
Bibliologia
BibliologiaBibliologia
Bibliologia
CursosTeologicos
 
Disciplina de Bibliologia
Disciplina de BibliologiaDisciplina de Bibliologia
Disciplina de Bibliologia
faculdadeteologica
 
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhosDicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Abdias Barreto
 
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhosDicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Sérgio Ira
 
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
DouglasMoraes54
 

Semelhante a Arqueologia bíblica (20)

Arqueologia biblica com_fotos
Arqueologia biblica com_fotosArqueologia biblica com_fotos
Arqueologia biblica com_fotos
 
Arqueologia bíblica com fotos
Arqueologia bíblica com fotosArqueologia bíblica com fotos
Arqueologia bíblica com fotos
 
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
 
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
22871648 carl-olof-jonnson-tempos-dos-gentios-reconsiderados
 
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptxArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
ArqueologiaBblica_MaterialdeApoioBetel.pptx
 
02 erika - arqueologia em perspectiva
02 erika - arqueologia em perspectiva02 erika - arqueologia em perspectiva
02 erika - arqueologia em perspectiva
 
Arqueologia
ArqueologiaArqueologia
Arqueologia
 
Arquelogia Bíblica.pdf
Arquelogia Bíblica.pdfArquelogia Bíblica.pdf
Arquelogia Bíblica.pdf
 
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdfESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
ESPECIALIDADES ARQUEOLOGIA BIBLICA DBV.pdf
 
Arqueologia e bíblia 2
Arqueologia e bíblia 2Arqueologia e bíblia 2
Arqueologia e bíblia 2
 
A pesquisa para o israel histórico
A pesquisa para o israel históricoA pesquisa para o israel histórico
A pesquisa para o israel histórico
 
A Bíblia e as Últimas Descobertas
A Bíblia e as Últimas DescobertasA Bíblia e as Últimas Descobertas
A Bíblia e as Últimas Descobertas
 
Nos manuscritos do mar morto
Nos manuscritos do mar mortoNos manuscritos do mar morto
Nos manuscritos do mar morto
 
Panorama Da BíBlia Modulo 1 Bloco De Notas
Panorama Da BíBlia Modulo 1   Bloco De NotasPanorama Da BíBlia Modulo 1   Bloco De Notas
Panorama Da BíBlia Modulo 1 Bloco De Notas
 
Redescobrindo o jesus histórico
Redescobrindo o jesus históricoRedescobrindo o jesus histórico
Redescobrindo o jesus histórico
 
Bibliologia
BibliologiaBibliologia
Bibliologia
 
Disciplina de Bibliologia
Disciplina de BibliologiaDisciplina de Bibliologia
Disciplina de Bibliologia
 
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhosDicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhos
 
Dicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhosDicionário de jesus e dos evangelhos
Dicionário de jesus e dos evangelhos
 
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
LIVROS HISTÓRICOS DA BÍBLIA SAGRADA - 2023
 

Último

DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOSDIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
ESCRIBA DE CRISTO
 
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxas
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxasMalleus Maleficarum: o martelo das bruxas
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxas
Lourhana
 
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimentoHabacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
ayronleonardo
 
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
ESCRIBA DE CRISTO
 
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxLição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
Celso Napoleon
 
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTASEscola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
ceciliafonseca16
 
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
Igreja Jesus é o Verbo
 
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptxLição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
Celso Napoleon
 
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
ESCRIBA DE CRISTO
 
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdfO-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
WELITONNOGUEIRA3
 
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
Janilson Noca
 
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
ESCRIBA DE CRISTO
 
Oração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresOração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
Oração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
Nilson Almeida
 
A CRUZ DE CRISTO- ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
A CRUZ DE CRISTO-  ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptxA CRUZ DE CRISTO-  ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
A CRUZ DE CRISTO- ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
JonasRibeiro61
 
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
ESCRIBA DE CRISTO
 
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASCARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
ESCRIBA DE CRISTO
 

Último (16)

DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOSDIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
DIDÁTICA MAGNA DE COMENIUS COM COMENTÁRIOS
 
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxas
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxasMalleus Maleficarum: o martelo das bruxas
Malleus Maleficarum: o martelo das bruxas
 
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimentoHabacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
Habacuque.docx estudo bíblico, conhecimento
 
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
CRISTO E EU [MENSAGEM DE CHARLES SPURGEON]
 
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxLição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptx
 
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTASEscola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
Escola sabatina juvenis.pdf. Revista da escola sabatina - ADVENTISTAS
 
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Odabias - slides powerpoint.pptx
 
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptxLição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptx
 
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
DIDASCALIA APOSTOLORUM [ HISTÓRIA DO CRISTIANISMO]
 
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdfO-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
O-livro-de-Jasher-O-Justo, the book of jasher.pdf
 
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
Manual-do-PGM-Protótipo.docxManual-do-PGM-Protótipo.docx
 
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
1984 DE GEORGE ORWELL ILUSTRADO E COMENTADO
 
Oração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresOração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
Oração Para Pedir Bênçãos Aos Agricultores
 
A CRUZ DE CRISTO- ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
A CRUZ DE CRISTO-  ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptxA CRUZ DE CRISTO-  ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
A CRUZ DE CRISTO- ELE MORREU PARA NOS SALVAE.pptx
 
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
JERÔNIMO DE BELÉM DA JUDÉIA [TERRA SANTA]
 
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASCARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADAS
 

Arqueologia bíblica

  • 1. ARQUEOLOGIA BÍBLICA 21/03/2016 1 Introdução. A arqueologia bíblica é a disciplina que se ocupa da recuperação e investiga- ção científica dos restos materiais de culturas passadas que podem nos ensinar a respeito dos períodos e descrições da Biblia. Compreende um amplo arco de tempo que está entre o ano 2000 a.c. e 100 d.c., sendo que alguns autores preferem falar, chamar, a arqueologia bíblica de palesti- niana e, com isso determinam aqueles territórios que estão ao leste e ao oeste do Rio Jordão, concluindo-se que a “Arqueologia Bíblica ou Palestiniana” está circunscrita aos territórios que serviram de palco nos relatos bíblicos. A razão de ser da arqueologia bíblica está radicada na possibilidade de fomentar o conhecimento científico dos povos que habitaram as chamadas terras bíblicas, a sua história, cultura, identidade e seus deslocamentos o que faz possível uma localiza- ção concreta dos relatos, confrontando-os com a historicidade, porém, nem sempre coincidente. A respeito disso, as escolas Americana e Israelita de Arqueologia Bíblica, recor- riam à arqueologia como forma de provar a historicidade dos relatos bíblicos. Hoje, em mudança, a arqueologia não pretende provar as afirmações da Bíblia, senão descobrir o mundo histórico no qual os livros bíblicos tomaram consistência e significado. 2 Etapas do desenvolvimento da Arqueologia Bíblica. O desenvolvimento da arqueologia bíblica tem tido diferentes períodos que a marcaram, a saber, o chamado Clássico ou Antigo, que consideram a arqueologia como uma ciência moderna, sendo necessário reconhecer o fato de que muitos autores, ao longo da história, têm deixado documentos valiosos que são elementos de trabalho 1
  • 2. imprescindíveis, entre muitos deles, os históricos Flavio Josefo, Origens, Eusebio de Cesareae o Diário de Etheria. As primeiras explorações arqueológicas iniciaram no século XIX, considerado o período de antes do mandato britânico, ou seja, primeiramente por parte dos europeus e após, os israelitas. Nesse contexto, muitos profissionais obtiveram êxito. Um dos arqueólogos bíblicos dessa época de renome foi Edward Robinson, quem descobriu várias cidades antigas. Em 1865, patrocinado pela rainha Vitória, criou- se a Fundação Palestiniana de Exploração e, em 1867, proporcionou importantes descobertas ao redor do Templo de Jerusalém, por parte dos exploradores Charles Warren e Charles Wilson. Dado o sucesso das expedições, as quais foram noticiadas pelo mundo, em 1870 fundou-se a Sociedade de Exploração Palestiniana Americana, enquanto um jovem francês de tão só 21 (vinte e um) anos, Charles Clermont-Ganneau, chegava à Terra Santa para estudar duas inscrições notáveis, a Estrela de Mesha em Jordânia e a inscrição do Templo de Jerusalém. Em 1889 os Domínicos abriram em Jerusalém um centro de estudos que chega- ria a ser da primeira ordem no plano da Arqueologia Bíblica, A Escola de Arqueologia Francesa, na qual destacar-se-iam como personagens M-J. Lagrance e L. H. Vincent. Na Alemanha Austríaca, em 1898, a instituição Arqueológica Alemã do Oriente, assim como as outras, abriram as portas para o desenvolvimento de uma disciplina nacente e entusiasta, ainda que neste tempo inicial as investigações eram dirigidas apenas para demonstrar a historicidade de fatos bíblicos. Nos anos de 1890, ainda no século XIX, entraria em cena outro gênio, que pas- saria à história sendo considerado o “pai da arqueologia palestiniana”, o senhor Flinder Petrie, quem assentaria as bases de uma exploração metodológica e daria uma grande importância à análise da cerâmica como pista arqueológica. No período do chamado mandato Britânico na Palestina, entre 1922 a 1948, a investigação e exploração da Terra Santa aumentou exponencialmente e foi dominado pelos ingleses William Foxwell Albright, C. S. Fischer, pelos jesuítas, os dominicos e outros, porém, esta época de avanços e atividades para a arqueologia bíblica estaria paralisada provisóriamente, visto a importância da descoberta de Qumrán em 1947 e cujas escavações seriam dirigidas em especial pelo francês Roland de Vaux. Já nos idos de 1948, após o mandato Britânico, uma nova época política e social foi instaurada na Terra Santa, havendo a instituição do Estado de Israel, com isso entrando em cena os arqueólogos israelitas, porém, mal iniciando os trabalhos, logo na primeira fase das escavações no território do Estado, começou a Guerra dos Seis Dias, que se estendeu aos territórios ocupados da Judeia e Samaria.
  • 3. Vale destacar nesse período os nomes das senhoras Kathleen Kenyon, que dirigiu as escavações de Jericó e o Ofel de Jerusalém e, Chrystall Bennet, que conduziu as escavações de Petra e da Cidadela de Ammán. 3 Escolas arqueológicas. A arqueologia bíblica é matéria de permanente debate, tendo como um dos objetos de maior disputa o período da monarquia Israelense, que em geral, seguindo a historicidade da Bíblia, pôde definir vagamente o que hoje se classifica como escolas do pensamento arqueológico, sendo essas divididas em duas, a minimalista e a maxi- malista, além do método não histórico de ler a Bíblia, a leitura tradicional com enfoque na religiosidade. Deve-se notar que essa classificação em duas escolas, não podem constituir uni- dades, senão um espectro que faz difícil definir campos e limites, mas que tornam possível estabelecer pontos descritivos convergentes. A escola minimalista, ou também chamada de Escola de Copenhague, enfatiza que a Biblia deve ser lida e analisada, antes de mais nada, como uma coleção de narrações e não como uma cuidadosa contagem histórica da pré-história do Oriente Médio. Os entusiastas desssa escola, em 1968, Niels Peter Lemche e Heike Friis escreveram dois ensaios que convidavam a revisar completamente os modos pelos quais se deveriam ler a Bíblia e extrair conclusões históricas que serviriam para contextualização. Já os maximalistas, em maioria, aceitam as descobertas da arqueologia e dos modernos estudos bíblicos, no entanto, sustentam que todo o conjunto de relatos bíblicos são em realidade referências históricas e que os mais recentes livros têm maior solidez histórica que os mais primitivos. Para eles, a arqueologia assinala eras históricas e reinos, modos de vida e comércio, crenças e estruturas sociais, no entanto, só em muitos casos raros, os estudos arqueológicos apresentam informações a respeito de famílias individuais, sendo impossível exigir maior abrangência de dados minuciosos. Portanto, até o momento, a arqueologia não tem apresentado provas que assegurem ou neguem a existência dos patriarcas. Assim, os maximalistas estão divididos em dois, sendo os maximalistas bíblicos, que estão de acordo com a existência das doze tribos de Israel, ainda que isso não signifique necessariamente, que as contagens bíblicas a respeito delas correspondam, em tudo, a realidade histórica.
  • 4. Também estão de acordo com a existência de grandes figuras como Davi, Saúl, Salomão, a monarquia de Israel e Jesus Cristo, mas a faixa de posições dentro do maximalismo é ampla e inclusive alguns autores podem apresentar leves diferenças com os minimalistas. 4 Lugares arqueológicos importantes. Para contextualizar a narrativa é imprescindível destacar os locais de grande importância para essa disciplina como as Grutas de Qumrán, local onde se fez o achado arqueológico bíblico mais importante de todos os tempos, localizadas no vale do Mar Morto. Para muitos é quiçá um dos achados mais importantes de todos os tempos, sendo composto das ruínas do que era considerado como o monastério da congrega- ção judia dos Esênios, das cavernas onde se encontraram os papiros e códices de Livros do Tanaj, do cemitério dos monges e muitos outros elementos que mudaram a história dos estudos bíblicos. Há também outros locais em destaque, que são o Santo Sepulcro, um complexo que compreende o percurso da tumba de Jesús Cristo ao Calvário, onde é possível encontrar evidências de tumbas judias, artefatos romanos, construções constantinas e influências otomanas. O Museu de Israel é outro local famoso, um dos mais importantes do mundo, que reúne objetos de valor universal inquestionáveis não apenas para estudos bíblicos, como para a história do Oriente Médio. Vale destacar também o Túnel de Siloé, que passa por baixo da cidade velha de Jerusalém e é um dos elementos declarados na Bíblia, tanto na Tanaj, o velho testamento não organizado em ordem cronológica, como no Novo Testamento. Como exemplo, também tem-se o que se chama de “A Barca de Pedro”, um dos últimos achados, que foi encontrada enterrada entre o lodo nas orlas do Lago da Galilea e datada do século I, isto é, do tempo de Jesús, sendo, por essa razão, chamada desse nome. 5 Disciplinas relacionadas. Como toda a ciência, a arqueologia e seu ramo bíblico têm suas próprias especializações bem como seu trabalho interdisciplinário. Já se mencionou que a
  • 5. arqueologia deve se servir e trabalhar em equipe com disciplinas como a antropologia, a geologia e outras ciências que permitem se dar uma ideia do mundo antigo. Outras disciplinas como a filosofia, a teologia, a exegese e a hermenêutica se servem dos resultados científicos desta, por exemplo, a Biblia utiliza uma linguagem recorrentemente simbólica, que pode fazer pensar que quanto ali se menciona algo, pode pertenecer ao plano estritamente teológico e portanto não necessariamente verificável. No entanto, graças à arqueologia, muitos bilhetes bíblicos têm achado uma explicação mais concreta, sem que por isso se queira dizer que a relação arqueologia e estudos bíblicos seja pacífica e imprescindível, sendo que hoje e, graças a esta disciplina, sabe-se por exemplo que os muros de Jericó, mencionados no Livro de Josué e cujas ruínas têm sido escavadas, podem datar em um tempo que coincide com a imigração israelita na Terra Prometida. Assim, o propósito da arqueologia bíblica é clarificar os textos bíblicos e con- teúdos através da investigação arqueológica do mundo bíblico, buscando não apenas provar a Bíblia, mas esclarecer a sua história. 6 Referências. 1 - Vilar, Vicente. Archeologia della Palestiniana, Enciclopedia della Biblia I, 672; 2 - Vicente Vilar, Idem; 3 - Kurt Benesch: Passato dá scoprire (tr. é. Passado para descobrir), citado por J.M. Vernet em seu “Curso Básico de Arqueologia Bíblica”, Teologado Salesiano Internacional de Ratisbonne, Jerusalém, 2001; 4 - R. Bultmann, Nuovo Testamento e mitología, p. 203; 5 - . L. Randellini, voce Demitizzazione, in ER, vol. 2, coll. 623-635.