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Empoderando as Mulheres
As deusas na gravidez, parto e pós-parto
Adriana Tanese Nogueira
Psicologia perinatal.
Uma abordagem arquetípica e
pós-junguina
O que são os
arquétipos
Deusas e sua
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Héstia e o ninho
Mulheres e
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Deusas e sua psicologia
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da comunidade. Alegre e simples,
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Perséfone, a rainha do além, dos
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Ártemis, deusa da voz rebelde
contra todos os estereótipos e
preconceitos.
Hera, deusa que preside ao
casamento e às relações sociais e
institucionais.
Afrodite, deusa da sensualidade,
das artes e da sexualidade. Graça
feita de cultura e espontaneidade.
Mulheres e gravidez hoje
Estudar, trabalhar, ganhar
quase quanto um homem!
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Ter filhos...
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tempo e/ou dinheiro. Não
saber o que fazer com
eles, onde e com quem
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dia enquanto trabalha.
Estar dividida entre amor e
obrigações, maternidade e
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É comum a mulher desconsiderar
suas reais necessidades, surda ao
pedido interno de introversão. Até
por uma simples questão de inércia,
ela tende a continuar fazendo o que
sempre fez e quando sentir vontade
de parar, de mudar o rítmo, ouvrá
alguém dizendo: “Gravidez não é
doença”, que, no contexto social
atual, significa: sua vontade de
parar, de mudar o rítmo é
injustificada.
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Toda fêmea grávida precisa
de um ninho. A gestação é
um tempo para chocar a
cria, o que significa: tempo
para parar. Mesmo que isso
possa parecer impossível, é
indispensável entrar em
Héstia, construir um templo
primeiramente dentro de si
onde ir, parar e contemplar.
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tempo.
Hésta é o centro da Terra, o âmago do lar
e nosso próprio centro pessoal. Ela não
deixa seu lugar; é preciso ir até ela.
Ginette Paris, Meditações pagãs
Perséfone, voltando-se
para dentro
A gravidez convida ou arrasta
para o interior. A condição de
grávida dá à mulher maior
proximidade com seu
inconsciente, aumenta a
intimidade com os conteúdos
interiores. Neste processo,
porém, ela irá se deparar
também com o bloqueia
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consigo e com os próprios
medos.
O conselho que eu daria às mães de
primeira viagem é o de enfrentarem os
medos porque são neles que
aprendemos o que fazer e como fazer,
e para terem muita certeza de que
querem ser mães, porque isso é uma
coisa que não se desfaz depois e é
bastante trabalhoso. Fernanda
Deméter, gestando a mãe
A mulher, até então filha, ao
ingressar na maternidade, estará
dando início à transição da
condição de quem é cuidada para
aquela de cuidadora, assumindo
um papel que era antes de sua
mãe. Ao mesmo tempo, esta,
sobretudo se morar perto, deverá
abrir espaço para que sua filha se
desenvolva como mãe, e do jeito
dela.
Antes da maternidade eu pensava e me
questionava se seria uma boa mãe, depois do
parto se eu iria dar conta dessa nova etapa de
minha vida. Maria Sirlene
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flor da pele
Os canais perceptivos de uma mulher
grávida estão ainda mais vivos e alertas do
normal. Este fenômeno faz parte da
gravidez e tem valor psicológico
importante, pois é no coração que sua
maternidade vai fincar raízes. Este tempo é
a oportunidade para arejar os sentimentos,
reciclar, reavaliar , tomar atitudes, criar
prioridades.
O que eu quero deixar claro é que meus partos
normais não mudaram em nada a minha vida
sexual, continuo gostando muito de sexo,
sentindo muito prazer e me achando ainda mais
mulher. Acredito até que meus partos me
deixaram mais resolvida na cama, mais mulher,
além de ser uma mãe apaixonada. Tacyana
Atena, a mulher inteligente
Estar em Atena corresponde a ser inspirada, a
organizar-se, planejar, batalhar e executar. Seu
engenho aguçado e claro, lapidado como um
diamante pela lucidez do pensamento criativo
é sua arma mais poderosa. Graças a ele, ela
resolve conflitos, toma as decisões certas,
descobre caminhos e alcança metas.
Comecei a me interessar por assuntos relacionados a gravidez, parto
e filhos. Lia tudo o que via pela frente e pesquisei muito para ter uma
idéia mais profunda e crítica sobre esses assuntos. Participei de um
congresso de humanização do nascimento e, de lá pra cá, depois de
ler e trabalhar muito, conversar com pessoas da área, fazer cursos e
ouvir experiências relacionadas ao tema, me tornei uma ativista e
defensora do parto normal e natural, por entender que o parto é um
processo fisiológico do qual nós, mulheres, somos exclusivamente
capazes e perfeitas para vivê-lo da forma mais saudável e normal
possível. Carol
Hera, o resgate necessário
As mulheres, com frequência temem serem
julgadas e se sentem estúpidas, porque o
médico é “quem sabe”. Há também um
profundo sentimento de insegurança
devido ao estado no qual nos encontramos.
Parte dessa insegurança vem do fato que
vive-se a gestação como que de fora, como
algo que nos acontece perante e o qual nos
sentimos presas passivas.
Infelizmente, a questão não parece circunscrita ao
parto: esta é apenas a ponta do iceberg. O
nascimento dos brasileiros e todos os aspectos
que circundam este evento é um ponto nevrálgico
na conquista plena da nossa cidadania. Tami
Ártemis, a deusa do parto
Ártemis é aquela que dá coragem para abrir
caminhos, enfrentar novas e desafiadoras tarefas.
Ela é a feminista de alma, a ecologista, a
transgressora. Foi a Filha das Flores na década
dos anos Sessenta e a promotora do parto ativo
na década de Oitenta. Pois, Ártemis é ativa. Não
espera por nada nem ninguém, não conhece a
camisa de força que faz as mulheres se sentirem
pequenas, incapazes e inseguras.
Lembrando tudo o que aconteceu, minha atitude diante do
trabalho de parto, a palavra que resume este dia foi
“entrega” . Não posso conceber um trabalho de parto no
qual não ocorra a entrega total. O corpo tem que agir
sozinho. A mente ajuda se estiver focada no que o corpo
pede. É ele quem vai determinar as emoções e reações
deste momento tão lindo. O parto me proporcionou o dia
mais bonito e emocionante que já vivi até hoje. Jucimara
A prova foi superada
O parto é o climax de um processo
que começa fisicamente na
gestação e psicologicamente no
desejo de ter um filho. Como numa
festa, cheia de risos e fogos de
artifício, o nascimento coroa um
longo percurso durante o qual
passamos por dúvidas e desafios,
inseguranças e sonhos. A mulher
que teve um parto ativo e sem
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potente, animada, feliz.
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Durante longos séculos as mulheres foram
condenadas à maternidade como única
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primeiro papel feminino a ser questionado
foi justamente o da maternidade.
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papel passivo da
mulher diante do
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Ao incentivar a mulher a ter um
parto ativo, estamos, querendo ou
não, despertando um processo que
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gestação informada e preparada –
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continuação de um parto humanizado
precisa rever seu paradigma de base. A mãe,
informada e ativa durante a gestação e o
parto, estará agora frente ao desafio de fazer
da criação de seus filhos um processo
também ativo e consciente.
Autora:TANESE
NOGUEIRA,
ADRIANA
Editora:
Biblioteca 24
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156 páginas
2009
Onde comprar:
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  • 1. Empoderando as Mulheres As deusas na gravidez, parto e pós-parto Adriana Tanese Nogueira
  • 2. Psicologia perinatal. Uma abordagem arquetípica e pós-junguina O que são os arquétipos Deusas e sua psicologia Héstia e o ninho Mulheres e gravidez hoje Perséfone e os quesitos Deméter e a mãe Afrodite e a sensibilidade Atena e o conhecimento Hera e o poder Ártémis e os instintos
  • 3. Arquétipos • Arque – tipos = modelos originários • Padrões existencias/modo de ser • Naturalidade do arquétipo • Jung, inconsciente coletivo • Patrimônio histórico e cultural da humanidade ...disposição a reproduzir, em determinadas circunstâncias, certas representações típicas que correspondem às experiências fundamentais que a humanidade tem feito, desde os primórdios, no processo de desenvolvimento da consciência. Silvia Montefoschi
  • 4. Deusas e sua psicologia Héstia representa o fundamento do lar, tornando-o um espaço seguro e pacífico. Deméter, deusa da maternidade e da comunidade. Alegre e simples, tem sabedoria instintiva. Atena, deusa do pensamento, da racionalidade e das artes ligadas à melhora da vida humana. Perséfone, a rainha do além, dos mistérios e do mundo invisível. Ártemis, deusa da voz rebelde contra todos os estereótipos e preconceitos. Hera, deusa que preside ao casamento e às relações sociais e institucionais. Afrodite, deusa da sensualidade, das artes e da sexualidade. Graça feita de cultura e espontaneidade.
  • 5. Mulheres e gravidez hoje Estudar, trabalhar, ganhar quase quanto um homem! Puxa... Ter filhos... Não poder criá-los , não ter tempo e/ou dinheiro. Não saber o que fazer com eles, onde e com quem deixá-los 8-12 horas por dia enquanto trabalha. Estar dividida entre amor e obrigações, maternidade e trabalho.... É comum a mulher desconsiderar suas reais necessidades, surda ao pedido interno de introversão. Até por uma simples questão de inércia, ela tende a continuar fazendo o que sempre fez e quando sentir vontade de parar, de mudar o rítmo, ouvrá alguém dizendo: “Gravidez não é doença”, que, no contexto social atual, significa: sua vontade de parar, de mudar o rítmo é injustificada.
  • 6. Héstia, criando o ninho Toda fêmea grávida precisa de um ninho. A gestação é um tempo para chocar a cria, o que significa: tempo para parar. Mesmo que isso possa parecer impossível, é indispensável entrar em Héstia, construir um templo primeiramente dentro de si onde ir, parar e contemplar. Dar um tempo e dar-se um tempo. Hésta é o centro da Terra, o âmago do lar e nosso próprio centro pessoal. Ela não deixa seu lugar; é preciso ir até ela. Ginette Paris, Meditações pagãs
  • 7. Perséfone, voltando-se para dentro A gravidez convida ou arrasta para o interior. A condição de grávida dá à mulher maior proximidade com seu inconsciente, aumenta a intimidade com os conteúdos interiores. Neste processo, porém, ela irá se deparar também com o bloqueia aprendido a se relacionar consigo e com os próprios medos. O conselho que eu daria às mães de primeira viagem é o de enfrentarem os medos porque são neles que aprendemos o que fazer e como fazer, e para terem muita certeza de que querem ser mães, porque isso é uma coisa que não se desfaz depois e é bastante trabalhoso. Fernanda
  • 8. Deméter, gestando a mãe A mulher, até então filha, ao ingressar na maternidade, estará dando início à transição da condição de quem é cuidada para aquela de cuidadora, assumindo um papel que era antes de sua mãe. Ao mesmo tempo, esta, sobretudo se morar perto, deverá abrir espaço para que sua filha se desenvolva como mãe, e do jeito dela. Antes da maternidade eu pensava e me questionava se seria uma boa mãe, depois do parto se eu iria dar conta dessa nova etapa de minha vida. Maria Sirlene
  • 9. Afrodite, a sensibilidade à flor da pele Os canais perceptivos de uma mulher grávida estão ainda mais vivos e alertas do normal. Este fenômeno faz parte da gravidez e tem valor psicológico importante, pois é no coração que sua maternidade vai fincar raízes. Este tempo é a oportunidade para arejar os sentimentos, reciclar, reavaliar , tomar atitudes, criar prioridades. O que eu quero deixar claro é que meus partos normais não mudaram em nada a minha vida sexual, continuo gostando muito de sexo, sentindo muito prazer e me achando ainda mais mulher. Acredito até que meus partos me deixaram mais resolvida na cama, mais mulher, além de ser uma mãe apaixonada. Tacyana
  • 10. Atena, a mulher inteligente Estar em Atena corresponde a ser inspirada, a organizar-se, planejar, batalhar e executar. Seu engenho aguçado e claro, lapidado como um diamante pela lucidez do pensamento criativo é sua arma mais poderosa. Graças a ele, ela resolve conflitos, toma as decisões certas, descobre caminhos e alcança metas. Comecei a me interessar por assuntos relacionados a gravidez, parto e filhos. Lia tudo o que via pela frente e pesquisei muito para ter uma idéia mais profunda e crítica sobre esses assuntos. Participei de um congresso de humanização do nascimento e, de lá pra cá, depois de ler e trabalhar muito, conversar com pessoas da área, fazer cursos e ouvir experiências relacionadas ao tema, me tornei uma ativista e defensora do parto normal e natural, por entender que o parto é um processo fisiológico do qual nós, mulheres, somos exclusivamente capazes e perfeitas para vivê-lo da forma mais saudável e normal possível. Carol
  • 11. Hera, o resgate necessário As mulheres, com frequência temem serem julgadas e se sentem estúpidas, porque o médico é “quem sabe”. Há também um profundo sentimento de insegurança devido ao estado no qual nos encontramos. Parte dessa insegurança vem do fato que vive-se a gestação como que de fora, como algo que nos acontece perante e o qual nos sentimos presas passivas. Infelizmente, a questão não parece circunscrita ao parto: esta é apenas a ponta do iceberg. O nascimento dos brasileiros e todos os aspectos que circundam este evento é um ponto nevrálgico na conquista plena da nossa cidadania. Tami
  • 12. Ártemis, a deusa do parto Ártemis é aquela que dá coragem para abrir caminhos, enfrentar novas e desafiadoras tarefas. Ela é a feminista de alma, a ecologista, a transgressora. Foi a Filha das Flores na década dos anos Sessenta e a promotora do parto ativo na década de Oitenta. Pois, Ártemis é ativa. Não espera por nada nem ninguém, não conhece a camisa de força que faz as mulheres se sentirem pequenas, incapazes e inseguras. Lembrando tudo o que aconteceu, minha atitude diante do trabalho de parto, a palavra que resume este dia foi “entrega” . Não posso conceber um trabalho de parto no qual não ocorra a entrega total. O corpo tem que agir sozinho. A mente ajuda se estiver focada no que o corpo pede. É ele quem vai determinar as emoções e reações deste momento tão lindo. O parto me proporcionou o dia mais bonito e emocionante que já vivi até hoje. Jucimara
  • 13. A prova foi superada O parto é o climax de um processo que começa fisicamente na gestação e psicologicamente no desejo de ter um filho. Como numa festa, cheia de risos e fogos de artifício, o nascimento coroa um longo percurso durante o qual passamos por dúvidas e desafios, inseguranças e sonhos. A mulher que teve um parto ativo e sem drogas é invadida por uma enxurrada de hormônios; ela está potente, animada, feliz.
  • 14. O futuro da maternidade Durante longos séculos as mulheres foram condenadas à maternidade como única forma de: • conseguirem um lugar no paraíso (a outra alternativa seria ser freiras ou beatas); • receber proteção e respeito; • obter dinheiro e status; • ter acesso a um nível social superior e alcançar o poder. Quando o movimento feminista surgiu, o primeiro papel feminino a ser questionado foi justamente o da maternidade.
  • 15. O movimento pela humanização do parto questiona o papel passivo da mulher diante do atendimento obstétrico tradicional. Ao incentivar a mulher a ter um parto ativo, estamos, querendo ou não, despertando um processo que começa antes do parto – numa gestação informada e preparada – e que, inevitavelmente, refletir-se- á no pós-parto. Uma maternidade que quer ser a continuação de um parto humanizado precisa rever seu paradigma de base. A mãe, informada e ativa durante a gestação e o parto, estará agora frente ao desafio de fazer da criação de seus filhos um processo também ativo e consciente.
  • 16. Autora:TANESE NOGUEIRA, ADRIANA Editora: Biblioteca 24 horas, 156 páginas 2009 Onde comprar: Biblioteca 24 Horas e Livraria Cultura También en español!