O documento discute o impacto da agricultura nas mudanças climáticas em 8 pontos. Apresenta a diferença entre agricultura industrial e tradicional e fala sobre emissões de gases do efeito estufa, a Revolução Verde e seus efeitos, fertilizantes nitrogenados e disponibilidade de água. Também aborda biocombustíveis, técnicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
1. A C ONTRIB UIÇ ÃO DO
A G RONE G ÓC IO PA RA
A S MUDA NC A S
C LIMÁTIC A S
2. AGENDA
• 1 - Agricultura Industrial (“Agribusiness”) vs. Agricultura Tradicional e os principais cultivos
• 2 - Emissões de GEE na Agropecuária
• 3 - A Revolução Verde e suas conseqüências
• 4 - A Importância dos Fertilizantes nitrogenados na alimentação humana
• 5 – Impactos da produção de alimentos na Disponibilidade de Água
• 6 - Biocombustíveis: como podem mitigar as emissões de GEE
• 7 – Debate: biocombustíveis vs. alimentos?
• 8 - Técnicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas:
- Integração Pastagem-Lavoura e sistemas agro-silvo-pastoris
- Plantio direto (cultivo mínimo)
- Leguminosas para Fixação de Nitrogênio no Solo
- Compostagem
- Cultivos adaptados à seca
- Outros
6. 1 - Agricultura Industrial (“Agribusiness”)
• Caracterizado pelo uso intensivo de combustíveis fósseis,
fertilizantes sintéticos, agrotóxicos e água (irrigação).
• Produção industrializada de carne: gado bovino cada vez mais
criado em confinamento, da mesma forma que o suíno e aves.
• Praticado em 25% da área total cultivada -> responsável por 80%
da produção de alimentos do planeta.
• Com apenas 0,3% da força de trabalho do campo, os EUA
produzem 17% dos grãos do mundo e quase 50% das exportações
• A agricultura industrial evoluiu para o agronegócio (“agribusiness”),
onde poucas empresas são responsáveis por ¾ da produção
agrícola americana
7. 1 - Agricultura Tradicional
• Existem dois tipos: Agricultura tradicional de subsistência e
agricultura tradicional intensiva.
• Praticado por cerca de 40% da população mundial -> responsável
por 20% da produção de alimentos do planeta.
• Agricultura de subsistência: usa energia humana e animal para
produzir alimentos somente para a sobrevivência da família.
• Agricultura intensiva: usa mais enegia humana, animal e
fertilizantes resultando em rendimentos maiores que permitem
produzir excedentes que são vendidos.
8. 1 - Retrato da Alimentação Humana
• Três sistemas alimentam a sociedade humana:
- Terras agrícolas: produzem 77% dos alimentos (grãos etc.)
- Pastagens: produzem 16% dos alimentos (carne)
- Oceanos: produzem 7% dos alimentos
• Estima-se que existam 30.000 plantas comestíveis. No entanto, 14
plantas e 8 espécies animais suprem 90% das calorias ingeridas
pelo homem
• Os três principais grãos (arroz, trigo e milho) provêm mais de
metade das calorias consumidas
• 2/3 da população mundial sobrevive de grãos tradicionais
(mostrados acima), por que não tem condições ($) de adquirir carne
9. 1 - Principais insumos Agropecuários no Mundo
(Mton.)
Insumo Produção (2007) Produção Projetada (2017) Crescimento
Milho 812 961 18%
Trigo 531 678 28%
Arroz 418 445 6%
Soja 222 278 25%
Açúcar 155 177 14%
Suínos 111 129 16%
Aves 83 99 19%
Bovinos 67 76 13%
11. 1 - Expansão Mundial da Agricultura
Continente Área Área Crescimento
Agrícola Potencial Possível
América do 257 382 49% Só Canadá pode contribuir com novas áreas
Norte agrícolas (8 Mha). 93% crescimento ->
conversão de pastagens.
América do 116 460 297% Brasil é maior fronteira agrícola do mundo.
Sul 77% crescimento -> conversão de pastagens
Europa 266 429 61% Principalmente na Rússia. 83% das áreas
acrescidas -> conversão de pastagens
África 197 637 223% Principalmente no Sul. 69% das áreas
acrescidas -> conversão de pastagens
Ásia 508 454 -12% Perda devido à expansão das cidades e
esgotamento do solo. China perderá 20 Mha.
Oceania 53 89 68% 100% de crescimento -> conversão de
pastagens
13. 1 - Porque o Brazil pode se tornar a Maior Potência Agrícola
Área Agricultável (Em milhões de hectares)
País Área Área cultivada Área cultivada % de área
Potencial (1994) (2006) ocupada (2002)
Argentina 91 27 33 36%
Australia 125 47 47 37%
Brasil 549 51 58 11%
Canada 125 46 34 27%
China 202 96 162 80%
UE-25 239 119 105 44%
EUA 354 188 134 38%
India 206 170 190 92%
Rússia 283 132 80 28%
Ainda existem 2.4 bilhões de hectares disponíveis no mundo para cultivo (62% do
total cultivável)
14. 2 - Aquecimento Global e Rendimentos Agrícolas
Produtividade líquida vs. Latitude Fotossíntese vs. Temperatura
Brasil
15. 2 -Sensibilidade do Rendimento de Grãos ao Aquecimento Global
Fonte: IPCC WG II
(AR4), 2007
16. 2 - Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura Brasileira
“Aquecimento
deve causar
redução de
chuvas nos
trópicos e o
encolhimento
das terras
agriculturáveis”
20. 2 - Emissões de GEE na Agropecuária
Cerca de 1/3 das
emissões de GEE
pelo homem se deve à
atividades direta ou
indiretamente
relacionadas ao setor
agropecuário.
21. 2 - Emissões de GEE em 2004 (IPCC)
O IPCC espera que as
concentrações de N2O
cresçam de 35% a 60% e
as de CH4, por volta de
60% até 2030, em
decorrência do uso
crescente de fertilizantes
à base de nitrogênio e do
aumento de rebanhos em
todo o mundo.
23. 2 - Comunicação Nacional
Inventário de Emissões e
Remoções Antrópicas de Gases
de Efeito Estufa não Controlados
pelo Protocolo de Montreal
24. 2 - Emissões de CO2 - 1994
Queima de Combustíveis
Indústria Queima de Combustíveis
7% Transporte
9% Queima de Combustíveis
Outros Setores
6%
Emissões
Fugitivas
1%
Processos
Industriais
2%
Mudança no Uso da Terra
e Florestas
75%
25. 2- Emissões de CO2 devido à mudança no uso da terra (1988-1994))
26. 2 - Emissões de CH4 - 1994
Mudança no Uso da Queima de
Resíduos Combustíveis Emissões
Terra e Florestas
6% 2%
14% Fugitivas
Resíduos
Agrícolas 1%
Cultura 1%
de Arroz
2%
Manejo de
Dejetos
3%
Fermentação Entérica
Outros Animais
3% Fermentação Entérica
Gado Bovino
68%
27. 2 - Emissões de N2O - 1994
Processos Industriais
Mudança no Resíduos 2%
Uso da Terra 2%
Fertilizantes Sintéticos
e Florestas Fixação Biológica
4%
2% Energia 5%
Dejetos de Animais
2%
6%
Resíduos Agrícolas
9%
Emissões Indiretas
de Solos
24%
Solos Orgânicos
4%
Animais em Pastagem
40%
28. 3 - Agricultura Moderna: Revolução Verde e suas conseqüências
• Após a 2ª Guerra Mundial, Índia, China e México estiveram à beira
de fome devastadora.
• Para evitar um desastre, agrônomos americanos desenvolveram e
espalharam no 3o Mundo tecnologias já existentes no 1o:
- Projetos de Irrigação
- Uso intensivo de fertilizantes sintéticos
- Uso intensivo de pesticidas
- Desenvolvimento de variedades de cultivos mais eficientes
• Resultado: houve um aumento na produção agrícola muito superior
ao aumento populacional, livrando o mundo do espectro da fome
(Malthus!)
29. 3 - Resultados do trabalho de Norman Borlaug
Em 1943, Mexico importava
metade do trigo consumido;
em 1956, a Revolução Verde
tornou o país auto-suficiente
31. 3 - Críticas à Revolução Verde
Enquanto a produção agrícola
aumentou expressivamente
devido à Revolução Verde, a
entrada de energia no processo
(tratores, colheitadeiras,
fertilizantes, pesticidas etc.)
necessária para produzir um
cultivo aumentou a uma taxa bem
maior, de forma que a razão
entre cultivo produzido (saída)
sobre energia (entrada)
decresceu ao longo do tempo,
tornando a agricultura
crscentemente dependente de
derivados de petróleo
32. 3 - Críticas à Revolução Verde (cont.)
• O trabalho de Borlaug tem sido criticado por trazer monoculturas, técnicas de cultivo
intensivo em insumos a países que previamente dependiam de cultivo de subsistência.
• Estas técnicas modernas têm proporcionado gordos lucros para grandes corporações
americanas e européias do “agribusiness” e agroquímicos, que concentram o mercado
de sementes especializadas (OGMs etc.) fertilizantes e “defensivos”, com grande
poder de ditar as regras de mercado.
• O abismo de produtividade entre países ricos e pobres (África), leva os primeiros a
produzir excedentes, estimulando o “dumping”(sob a forma de ajuda humanitária) aos
países pobres, que não tem condições de competir com produtos de fazendeiros
altamente subsidiados.
• Como conseqüência, países pobres tem dificuldade de impor uma agenda de reforma
agrária, com incentivo à agricultura familiar, pois isto vai contra a agenda das grandes
corporações do “agribusiness”.
33. 3 - Críticas à Revolução Verde
• O uso de biotecnologia moderna (“transgênicos”), com
conseqüências imprevisíveis
• A diminuição da biodiversidade em função do uso de pequeno
número de variedades
• Impactos ambientais e de saúde no uso indiscriminado de agro-
tóxicos e fertilizantes
• O atual modelo da Revolução Verde não é sustentável no longo
prazo – o uso intensivo de irrigação, fertilizantes e pesticidas
causam, entre outros, erosão do solo.
34. 3 - Taxa de aumento de produtividade agrícola em declínio…
36. 3 - Principais efeitos da erosão:
• Perdas naturais de solo: a quantidade de nutrientes do solo, carregadas
pela erosão, é muitas vezes maior que a retirada pelas plantas para o seu
sustento. A erosão atinge a própria estrutura física do solo, o que constitui
perda irreparável;
• Efeito econômico: a perda de 15 centímetros superficiais do solo pode
corresponder a um decréscimo de 40% da produção. Calcula-se que a
quantidade de elementos minerais perdidos pela erosão é 60 vezes maior que
a devolvida pela correção do solo;
• Efeito social: o “êxodo rural” tem uma forte relação com o decréscimo
na produção, como conseqüência das perdas de solo, nutrientes e matéria
orgânica.
37. 3 - Hipótese de Norman Borlaug
• Pai da Revolução Verde: herói para uns, vilão para outros
• Sua hipótese: “o aumento da produtividade agrícola nas melhores terras
pode ajudar a controlar o desmatamento ao reduzir a demanda por mais
terras para produção.”
• De acordo com esta visão, assumindo que a demanda global por alimentos
está em ascensão, restringir os cultivos a métodos tradicionais de baixo
rendimento (tais como orgânicos), irá requerer pelo menos um dos
seguintes caminhos:
- decréscimo da população mundial (voluntariamente ou por carestia)
- conversão de áreas de florestas em áreas de cultivo
• Ou seja, técnicas de alto rendimento estão, em última instância, salvando
ecossistemas da destruição.
38. 3 - Desmatamento em Assentamentos na Amazônia
• Entre 1970 e 2002, 1.354 projetos cobrindo Desmatamento até 2004 nos
230.858 km2 foram implantados para
beneficiar 231.815 famílias assentamentos criados na Amazônia
entre 1970 e 2002.
• 88% dos assentamentos criados após 1995
• Concentrados no Arco do
Desflorestamento, especialmente no Pará,
Rondônia e Mato Grosso
• A taxa média de desmatamento nos
assentamentos foi quatro vezes superior
à média da Amazônia, estando
estreitamente associada à presença de
rodovias.
• Cerca de 49% da área total dos
assentamentos havia sido desmatada até
2004, representando 15% do
desmatamento total na Amazônia.
39. 3 - É possível alimentar o mundo de forma sustentável?
“Se os habitantes dos países pobres
tivessem consumido 30% das suas
calorias de produtos animais – como
nos EUA, Canadá e União Européia –
só seria possível manter uma
população de 2,6 bilhões de pessoas,
menos da metade da população atual”
- Norman Borlaug
40. 4- A importância dos fertilizantes na alimentação
• Os mais importantes (macro) nutrientes para as plantas
são, em ordem, o N, P, K, Ca e Mg
• “Se o trigo e arroz anão foram os catalizadores da
Revolução Verde, então os fertilizantes químicos foram
o combustível que permitiram a sua impulsão.”
• “É um problema básico, alimentar 6.6 bilhões de
pessoas. Sem fertilizantes sintéticos, pode esquecer.”
Norman Borlaug – Prêmio Nobel da Paz (1970)
41. 4 - A importância do Nitrogênio na alimentação
• Todo ser humano precisa ingerir três tipos de
macronutrientes para o seu desenvolvimento:
- carboidratos (açúcares e amidos) -> contém 17 MJ/kg Fenilalanina
- lipídios (gorduras e óleos) -> contém 39 MJ/kg (amino-ácido essencial)
- proteínas (feitas de amino-ácidos) -> contém 22 MJ/kg
• O crescimento humano requer uma fonte balanceada dos
20 amino-ácido essenciais (não metabolizados pelo
homem) para prover as proteínas necessárias para
produzir as enzimas, hormônios, anticorpos, células,
órgãos, músculos; enfim, a estrutura dos tecidos.
• Todos os animais provêm os amino-ácidos essenciais, ao
passo que todas as plantas são deficientes em pelo menos
um; assim, vegetarianos necessitam cuidado especial no
balanceamento de sua dieta.
43. 4 - Fontes pré-industriais de fertilizantes nitrogenados
• Esterco (animal e humano)
• Fixação biológica (simbiose rhizobium com leguminosas etc.)
• Guano (esterco de pássaros e morcegos) -> século XIX
• Salitre (NaNO3) -> século XIX
• Arco elétrico
44. 4 - A importância dos fertilizantes nitrogenados
• Em 1900, a agricultura (sem fertilizantes sintéticos) provia alimentação para
1,63 bilhões de pessoas, com área de cultivo = 850 milhões de hectares
(tamanho do Brasil)
• Hoje, se a produtividade fosse a mesma de 1900, dado que a área cultivada é
de 1500 milhões de hectares, seria possível alimentar 2,9 bilhões de pessoas +
300 milhões (pecuária + pesca).
• Se fôssemos prover o mesmo consumo per capita de hoje com o rendimento de
1900, seria possível alimentar 2,4 bilhões de pessoas.
• Não à toa, alguns estudiosos entendem que a síntese da amônia (NH3), o
chamado processo “Haber-Bosch”, foi a mais importante invenção do século
XX, pois provê os meios de sobrevivência da maior parte da humanidade.
• Ou seja, a agricultura tradicional só teria meios de prover sustento para 40% da
população mundial, baseado em uma dieta majoritariamente vegetariana.
45. 4 – Produção de Amônia (industrial vs. biológica)
Cerca de 1% de
toda a energia
final gerada no
planeta é usada
para fabricar
NH3 (amônia)
46. 4 - Demanda de Fertilizantes Nitrogenados
O aumento no uso de fertilzantes
nitrogenados esta causando
distúrbios no ciclo do Nitrogênio:
N2O é o GEE com maior taxa de
crescimento. Situação deverá
piorar com a escalada na
produção de biocombustíveis …
47. 5 – Impactos da produção de alimentos na Disponibilidade de Água
Uso diário de água (em litros) per capita
Tipicamente, é
necessário 1
ton. de água
para produzir 1
kg. de grãos!
Irrigação
48. 5 - Consumo de grãos por habitante e equivalente em água
51. 5 - Países que bombeiam água para irrigação insustentavelmente
PAÍS População (milhões)
China 1.329
India 1.169
Irã 71
Israel 7
Jordânia 6
México 107
Marrocos 31
Paquistão 164
Árabia Saudita 25
Coréia do Sul 48
Espanha 44
Síria 20
Tunísia 10
EUA 306
Iêmen 22
TOTAL 3.359
52. 5 - Eficiência na Conversão alimentar de animais seletos
Leite Carpa Ovos Frango Porco Boi
Conversão de ração (kg.ração/kg 0,7 1,5 3,8 2,5 5 10
peso vivo)
Conversão de ração (kg. 0,7 2,3 4,2 4,5 9,4 25
ração/kg.peso comestível)
Conteúdo protéico 3,5 18 13 20 14 15
(% de peso comestível)
Eficiência na conversão de 40 30 30 20 10 4
proteína (%)
53. 5 - Relação entre consumo de carne e renda per capita
54. 5 - Produção Mundial de Proteína Animal
Cerca de 1/3
da safra de
grãos mundial
é destinado a
alimentação
animal
60. 6 - Combustíveis Líquidos de Biomassa
•Etanol é produzido há milênios de qualquer açúcar. Substitui a gasolina.
•As oleaginosas sintetizam cadeias longas (C18) de carbono em >120 dias de fotossíntese.
•Essa energia se mantém via ligações moleculares e ficam intactas no processamento para geração de biodiesel
•Synfuel parte de qualquer biomassa rica em carbono e é similar ao diesel fóssil.
•Biodiesel”e “synfuel” substituem o diesel.
61. 6 - Produção Mundial de Biocombstíveis
Produção Mundial de Etanol Produção Mundial de Biodiesel
(1975 – 2005) (1991-2005)
62. 6 - Os Maiores Produtores de Biocombustíveis (2006)
Produção de Etanol
Produção de Biodiesel
63. 6 - Produção de Biocombustíveis vs. Petróleo e Derivados (2006)
Combustível Volume (milhões lt.) Volume (milhões ton.)
Petróleo 2,250,000.00 2,045
Diesel / Gasoil 1,200,000.00 1,091
Gasolina 1,200,000.00 1,091
Óleos e Gorduras 122,100.00 111
Etanol 40,000.00 36
Biodiesel 3,500.00 3
Biomassa ? 120,000
64. 6 – Bioenergia tem potencial de substituir combustíveis fósseis
71. 7 - Principais Causas do Recente Aumento no Preço de Alimentos
• Desequilíbrio entre Oferta e Demanda
• Redução no Nível de estoques de Cereais
• Aumento no Preço de Petróleo
• Aumento no preço de fertilizantes sintéticos
• Especulação Mercado de Commodities
• Quebra de Safras na Austrália
• Produção de Biocombustíveis
75. 7 - Estoques Mundiais de Grãos, em dias de consumo (1960-2007)
76. 7 - Correlação entre índices de preços de energia e de alimentos
77. 7 - O preço de outras commodities também subiram
…
"O barril de petróleo saiu de US$ 28, em 2000, para US$ 121 em
2008. A tonelada do cobre custava US$ 1.813 e, em 2008, já era
vendida a US$ 8.018. Isso significa que estão diminuindo a produção
do cobre ou aumentando a procura? O alumínio passou de US$
1.548 a tonelada, em 2000, para US$ 2.850 a tonelada, em 2008.
Ninguém substitui a produção de alumínio para produzir etanol",
ponderou Jorge Tadeu Jorge, reitor da Unicamp.
78. 7 - Requerimentos de terra arável para a produção de biocombustíveis
79. 7 - Alimentos vs. Biocombustíveis no Brasil: sem conflitos (ainda)!
7,1% de aumento na safra de grãos, com 1,6% de aumento na área plantada
80. 7 - Demanda Prevista de Biocombustíveis para Transporte Terrestre
81. 7 - Área Cultivada Estimada p/ Produzir Biocombustíveis em 2010/2020
“O deslocamento de
10% da gasolina e
diesel em 2020 irá
requer 43% da área
cultivada nos EUA e
38% na EU.”
82. 7 - Onde expandir a produção de Biocombustíveis ?
84. 7 - Biocombustívies brasileiros causam desmatamento?
Distância Londres –> Moscou
= 2.491 km
85. 7 - O Etanol brasileiro é o mais competitivo do mundo
86. 7 - Etanol: Custos de Produção (do insumo ao produto final)
87. 7 - O Etanol brasileiro é o único biocombustível competitivo
88. 7 - Balanço de emissões de fontes distintas de etanol (em análise de ciclo de vida)
DESATUALIZADO! As emissões de N2O (fertilizantes
nitrogenados) desqualificam o etanol de milho
89. 7 - Etanol de milho e Biodiesel de Colza emitem mais do que combustíveis fósseis
Crutzen et al mostram que
a demanda por fertilizantes
nitrogenados por parte do
milho (para fazer etanol) e
colza (para biodiesel) é
tamanha, que somente as
emissões de N2O já são
suficientes para causar mais
impacto de efeito estufa do
que os combustíveis fósseis
que eles visam substituir!
Também disseram que este
não é o caso da cana-de-
açúcar (alta relação C/N).
Tomadores de decisão dos
países ricos ignoraram o
estudo … Por quê?
90. 8 - Técnicas de Mitigação e Adaptação
• Integração Pastagem-Lavoura e Sistemas agro-silvo-pastoris
• Plantio Direto + outras técnicas de conservação de solo
• Abandono de queimada para preparo do solo
• Pecuária mais eficiente
• Uso de leguminosas como adubo verde
• Compostagem (vermi-compostagem?)
• Cultivo orgânico
• Irrigação por gotejamento
92. 8 - Sistemas Agro-Florestais: racionalização no uso da terra
Estudos indicaram
que um talhão com
policultura de 16
espécies de plantas
teve melhor
rendimento
do que outros com 9,
4 e 1 espécies.
93. 8 - Causas e soluções para a erosão
• “Os desequilíbrios ecológicos são causados principalmente pelo desmatamento.
A ação da precipitação pluviométrica sobre uma floresta densa, é
significativamente minimizada pela estrutura do dossel das árvores. Menos da
metade das gotas de chuva atinge diretamente o solo e o seu impacto é bastante
atenuado, não resultando em erosão prejudicial. A ação antrópica, ao retirar a
camada protetora (floresta), favorece o desgaste do solo, permitindo um trabalho
intenso da água das chuvas no arraste das partículas do solo arável. Essa ação
da água carregando a manta superficial da terra com todos os elementos
nutritivos e matéria orgânica denomina-se erosão” (Schultz, 1983).
• A reposição da cobertura vegetal é um importante e eficiente meio de evitar ou
controlar a erosão. Os resultados dos estudos conduzidos nos trópicos úmidos,
envolvendo os efeitos dos desmatamentos ou da substituição das florestas
nativas por sistemas agropecuários de uso da terra, apontam como alternativas
preferenciais de combinações de plantas persistentes ou perenes que imitem a
vegetação da floresta nativa (Dubois et al. 1996).
94. 8 - Florestas Plantadas: é bom para as Mudanças Climáticas?
95. 8 - Vantagens Ambientais do Dendê (e outros perenes arbóreos)
“a soja representa uma ameaça à biodiversidade e ao ciclo
hidrológico. O cultivo (extensivo) de palma, apesar de não
proporcionar valor quanto à biodiversidade, pelo menos é
uma espécie arbórea e pode contribuir para o ciclo
hidrológico. No estado do Pará, alguma terra degradada
poderia ter sua produtividade restaurada como plantações
de palma, embora cuidados deveriam ser tomados para
um equilíbrio com a restauração da floresta natural.
Existem reais vantagens em se ter plantações de palma
permeadas na matriz da floresta natural.”
Thomas Lovejoy - 2007
96. 8 - Projeto “Agricultura Familiar do Dendê”
Inciativa entre AGROPALMA
e Prefeitura de Moju, Pa.
- Plantio de 1.500 ha. Dendê
- Emprego p/ 150 famílias
(750 empregos diretos)
- Empréstimo do BASA (4%
a.a, 7 anos de carência)
- Titularidade da terra às
famílias (ITERPA)
- Compra da produção de CFF
garantido pela Agropalma
- Renda média prevista após
7o ano = US$ 8.500/família
97. 8 - Vantagens das Florestas Plantadas Brasileiras
Produtividade média comparativa Custos Comparativos - Celulose de Fibra Curta
(m3/ha/ano) (US$/t)
98. 8 - Eucalipto: Mitos e Verdades
Eficiência no uso de água de alguns cultivos Requerimento de nutrientes de alguns cultivos
106. 8 - Leguminosas: fixadoras de nitrogênio no solo
Leguminosa
(pueraria) usada
como forragem de
solo e fixadora de
Nitrogênio
107. 8 - Fixação biológica de Nitrogênio
Nódulos contendo
bactérias do gênero
Rhizobium, que
fazem simbiose
com a leguminosa.
Esta fornece
produtos da
fotossíntese, ao
passo que a
bactéria converte
N2 (ar) em NH4.
108. 8 - Compostagem
O que é compostagem?
É uma técnica de transformação de material orgânico (restos vegetais,
esterco etc.) em adubo natural. Esta transformação ocorre devido a
atividade de microrganismos que utilizam este material como fonte de
energia e nutrientes.
Qual a sua importância?
Aumenta a fertilidade do solo, fornecendo nutrientes como Nitrogênio,
Fósforo e Potássio, além de micro-nutrientes indispensáveis.
109. 8 - Composição do lixo na Cidade do Rio de Janeiro (1998)
Matéria Orgânica 40,92%
Papel 16,82%
Papelão 5,39%
Plásticos 16,78%
Vidro 3,67%
Metais 2,75%
Pó e outros 13,67%
110. 8 - O que pode ser usado para compostagem
Verde (N) ou
Material Observações
Marrom (C)
Restos e cascas de frutas,
N
verduras, legumes, cereais
Estrume de vaca, galinha, pato,
N
bode, porco, cavalo
Café moído e filtro, casca de
N
ovo e queijo, fiapos
Folhas, grama, mato, capim C
Papel e papelão picado C Picar bem e molhar antes
111. 8 - O que não deve ser usado em compostagem
Verde (N) ou
Material Observações
Marrom (C)
Serragem, cavacos de Só colocar se houver
C
madeira estrume também
Atrai animais e insetos e
Carne, ossos, gordura, pele X
mau odor
Atrai animais e insetos e
Estrume de cachorro e gato X
mau odor
Atrai animais e insetos e
Restos de peixes X
mau odor
112. 8 - Como fazer compostagem
• Para produzir:
A técnica mais comumente utilizada para a produção do
composto é a de camadas superpostas de estrume e
palhas.
• Tamanho: de 3 a 5 m de comprimento por 1 a 2 m de
largura. A altura deverá regular em função da altura do
agricultor, porém não deve ter menos de 1 m.
• Terreno: deve ser plano ou aplainado, numa pequena
elevação.
113. 8 - Como fazer compostagem (cont.)
• Umidade: Molha-se abundantemente, tendo o cuidado de evitar
que a água escorra, para que não haja perdas de nutrientes pelo
chorume.
• Cobertura: Para evitar o ressecamento, cobre-se a pilha com terra
ou uma lona.
• Temperatura: Quando a temperatura no interior da pilha atingir
70°C, deve-se adicionar água, porém evitando o encharcamento.
• Manutenção: Deve-se fazer o revolvimento da pilha a cada 15
dias.
• Passado entre 90 e 120 dias, a compostagem estará pronta para
ser usada como fertilizante.
115. 8 – Sustentabilidade com a Agricultura Orgânica: solução
Mais Menos
Policultura de alto rendimento Erosão de solo
Fertilizantes orgânicos Salinização do solo
Controle biológico de pragas Depleção de aqüíferos
Gerenciamento integrado de pestes Perda de biodiversidade
Eficiência na irrigação Consumo de carnes
Cultivos perenes Desperdício de alimentos
Rotação de culturas Crescimento da população
Conservação do solo Pobreza
116. 8 – Produção Agroecológico Integrada e Sustentável
O primeiro passo é escolher
um terreno onde haja pouca ou
nenhuma declividade, de
forma a se ter a maior
extensão plana possível para a
construção da estrutura
necessária. O ideal é que o
espaço seja protegido do
vento e o mais próximo
possível da
fonte d'água. Além disso, o
terreno deve receber luz solar
na maior parte do dia.
Para uma família de cinco
pessoas é necessário um
terreno de aproximadamente
5.000m2, que deverá ter seu
ponto central marcado para a
construção de um galinheiro.
117. 8 – Produção Agroecológico Integrada e Sustentável (cont.)