APRESENTAÇÃO FNH - referente a intolerância e alergia ao leite
Importância do ferro na gestação
1. ANEMIA NA GESTAÇÃO – IMPORTÂNCIA DO FERRO –
SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO
Entre as causas de anemia na gestação destacam-se o baixo consumo dietético,
as baixas reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade do
mineral em razão da formação de tecidos. O inadequado consumo de ferro está
relacionado com dietas de baixa disponibilidade de ferro e geralmente é
responsável pela anemia antes da gestação. Os ajustes metabólicos
(mobilização de reservas e aumento da absorção) são insuficientes para atingir
as necessidades aumentadas durante a gestação. A presença de baixos níveis de
vitamina A infecções e ancilostomíase em gestante está associada a formas
graves de anemia. A ancilostomíase ocasiona perda de sangue no trato
intestinal, cuja quantidade é diretamente proporcional a intensidade da
infecçãoi.
O risco de morte materna está muito aumentado na anemia grave
(hemoglobina entre 7 e 8 g/dl), sendo poucas as evidencias de riscos de morte
materna nas anemias leves e moderadasii.
A anemia ferropriva está associada a risco aumentado de baixo peso ao nascer e
parto prematuro, especialmente se níveis de hemoglobinas são inferiores a 8
g/dl e se ocorrem na fase inicial da gestaçãoiii.
O efeito da deficiência de ferro no feto ainda é controverso, mas diversos
estudos demonstram que recém-nascidos de mães deficientes em ferro têm
reservas de ferro reduzidas e podem desenvolver anemia no primeiro ano de
vidaiv.
Na gestação o volume sanguíneo aumenta em cerca de 50%, a sua quantidade
passa a girar em torno de 7500 ml para atender ao aumento dos tecidos que
serão fundamentais para permitir uma gestação.
O volume do sangue aumenta, porém os seus constituintes não aumentam na
mesma proporção a hemoglobina, por exemplo, aumenta somente e
aproximadamente 30%, o que deixa o sangue com um caráter mais “diluído”,
mesmo o organismo produzindo ao máximo de sua capacidade,
2. fisiologicamente não tem a capacidade de dobrar também os constituintes
sanguíneos.
Como exemplo disso uma mulher grávida com 11,0 mg/dl de hemoglobina não é
diagnosticada como portadora de anemia patológica, pois os valores de
referência se diferem de uma mulher não grávida (12,0 mg/dl), essa situação
não é considerada patológica, mas sim fisiológica, por isso é denominada com
sendo Anemia Fisiológica da Gestação.
A OMS considera a anemia da seguinte forma:
Leve – hemoglobina ≥ 10 g/dl e < que 11 g/dl
Moderada – hemoglobina ≥7 g/dl e < 10g/dl
Grave – < 7 g/dl
O Ministério da Saúde recomenda que seja realizada a suplementação de ferro
para todas as gestantes a partir da 20ª semana de gestação na quantidade de
60mg de ferro elementar todos os dias até o final da gestação. As gestantes têm
acesso gratuitamente através do SUS.
O Programa Nacional de Suplementação de Ferro consiste na suplementação
medicamentosa de ferro para crianças de 6 a 18 meses de idade, gestantes a
partir da 20ª semana e mulheres até o 3º mês pós-partov.
Os suplementos de ferro serão distribuídos, gratuitamente, às unidades de
saúde que conformam a rede do SUS em todos os municípios brasileiros,de
acordo com o número de crianças e mulheres que atendam ao perfil de sujeitos
da ação do programavi.
Além da suplementação preventiva, as mulheres e os responsáveis pelas
crianças atendidas pelo programa deverão ser orientados acerca de uma
alimentação saudável e sobre a importância do consumo de alimentos ricos em
ferro, incluindo informações sobre alimentos facilitadores ou dificultadores da
absorção do ferro, com vistas à prevenção da anemia por deficiência de ferro vii.
Quanto a forma e a quantidade de suplementação de ferro é possível fazer
ajustes na dose e na periodicidade da ingestão de ferro, para atender a
3. necessidade individual de cada gestante, podendo o nutricionista e o médico
adequar da melhor forma possível para atender a necessidade individual da
gestante.
É fundamental que a mulher faça o acompanhamento médico e nutricional
durante todo o período da gestação, para que se evite entre tantos outros
problemas a anemia que pode causar problemas sérios se não tratada.
Por: Damylle Bueno
Graduanda no 6° período no Curso de Nutrição Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Monitora em Nutrição Aplicada a Atividade Física,
Anatomia Humana,Nutrição Humana, Composição Quimica dos Alimentos, Técnica e Dietética. Parceira no programa Voluntariado VALE.
Estagiária no PNAE Vitória.
Damyllebuenonutricao.blogspot.com nutricaomaternoinfantil.blogspot.com
Accioly,Elizabeth; SAUNDERS, Claudia; LACERDA, Elisa Maria de Aquino. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica,2009.
i
ii Accioly,Elizabeth; SAUNDERS, Claudia; LACERDA, Elisa Maria de Aquino. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica,2009.
iii Accioly,Elizabeth; SAUNDERS, Claudia; LACERDA, Elisa Maria de Aquino. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica,2009.
iv Accioly,Elizabeth; SAUNDERS, Claudia; LACERDA, Elisa Maria de Aquino. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica,2009.
v MANUAL OPERACIONAL PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. Série A. Normas e Manuais Técnicos, Brasília-DF 2005.
vi MANUAL OPERACIONAL PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. Série A. Normas e Manuais Técnicos, Brasília-DF 2005.
vii MANUAL OPERACIONAL PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. Série A. Normas e Manuais Técnicos, Brasília-DF 2005.