O documento discute a regulação sociocomunitária da educação e a educação ao longo da vida. O autor argumenta que o sistema educativo não deve se limitar à educação escolar, mas incluir aprendizagens em toda a vida dos cidadãos. Além disso, defende que a regulação social da educação deve permitir que todos tenham acesso à aprendizagem ao longo da vida com base no desenvolvimento das comunidades.

1. Doutoramento em Ciências da Educação - Pedagogia Social.
JOAQUIM AZEVEDO (2009), “A Educação de todos e ao longo de toda a vida e a regulação
sociocomunitária da Educação” In Cadernos de Pedagogia Social 3 (2009) Ano III. Portugal:
Universidade Católica, pp.9-34.
TAREFA: Comentário Crítico ao texto em 2 páginas. Página I: resumo e Palavras-Chave; Página
II: Comentário.
TESE: É pelas políticas que é preciso enunciar as perguntas basilares para dar um rosto humano
e digno ao futuro.
PALAVRAS-CHAVE: Regulação Social; Educação de todos; Aprendizagem ao longo de toda a
vida.
AUTORES DA BIBLIOGRAFIA MAIS CITADOS (Ocorrências):
Azevedo (6); Barroso (5); Maroy (4); Reynaud (5).
RESUMO:
O autor enceta a sua reflexão com base na dinâmica socioeducativa, assumindo que o sistema
educativo e educação não se restringem só a educação escolar, mas sim, a todo o esforço
empreendido num território no sentido de proporcionar aprendizagens (escolares e sociais) em
todo o momento da vida de cada cidadão. Faz também uma breve consideração reflexiva de
revisão conceptual sobre a educação, cidadania, justiça social e da solidariedade com intuito de
prosperar no decurso do progresso humanitário sustentável. Anuncia declinando a política que
assenta no afastamento do protótipo (Regulação Social) institucional fechado no Estado e na sua
Administração, acreditando este paradigma ser processo intrincado, variado de geração,
conservação de normas de interacção de indivíduos onde quer que estejam. Acrescenta ainda o
facto de este arquétipo não ser dado natural, todavia é, uma estruturação onde são definidas as
estratégias dos participantes, do poder, confronto e negociação da mudança social ainda frágil.
Refere regulação social da educação estar a conceder a todos os cidadãos faculdades de
aprendizagem ao longo de toda e com a vida, na base do desenvolvimento social concreto e
dinâmico individual e colectivo das comunidades implicando comprometimento, pacto,
interdependência e protagonismo suportado no conhecimento e identidade.
No término do texto, exorta nos que diferentes níveis e modos de regulação dinâmica
sociocomunitárias trarão construção contínua de comunidades resplandecendo a dignidade. Para
que seja: educação de todos e ao longo de toda a vida, na acção política, impõe-se o
desenvolvimento dinâmico de projectos dignos, solidários, flexíveis e acessíveis a todos cidadãos
sem excepção.

2. COMENTÁRIO CRÍTICO
Metodologia:
A análise perfilhará a tese expressa previamente e compará-la á realidade moçambicana,
começando de prática antiga e da actual. Serão referidas alusões de melhorias, modificações
subsequentes dessa crítica.
A política que não favorece o desenvolvimento político e social da educação e que mantém o
padrão institucional inacessível ao Estado e sua administração, não conduz a uma boa regulação
sociocomunitária de educação. Na faculdade de deliberar processo de regulação social na
educação por execução oportuna e normativa do Estado na concordância encaminhada por
actuações perfeitas entre preceito determinado e definitivo o sistema educativo é normativo. Isto
acontece em Moçambique pois na educação não se tem em conta a diversidade cultural e
dificuldades individuais, tal que, a educação deveria adoptar um sistema ao qual favoreceria a
todos de acordo com a realidade dos indivíduos. Por outro lado, um acompanhamento igual deve
ser sistemático realizado por unidades escolares dependentes de um sistema educativo.
Na regulação social em educação deve-se determinar, definir, analisar, compreender e até
promover a multiplicidade de regulações em conflito, pois, a medida que geram mais discórdias
ou equívocos pode se perceber a razão de maus resultados relativamente dos esperados.
É notório em Moçambique disparidades na valorização das regulações em execução que honram
colectividades activas, se não vejamos, entre regulação pelo Estado e da regulação pelo mercado,
são completamente controvérsias e como consequência olhando para aquilo que é fruto da
política educacional, isto é, os técnicos recentemente formados nas escolas técnico-profissionais
encaram dificuldades no mercado de emprego porque o currículo (educação) é normativo com
conhecimento estático e prefixado sem mobilidade de ser sistemático, enquanto o mercado é
dinâmico. Sendo assim, a qualidade de serviços prestados na maioria dos casos não vão de
acordo com o desejado, tendo em conta que são empregues pessoas não qualificadas nessas
áreas. Várias são as vezes em que se faz auscultação nas comunidades no intuito de adequar o
currículo com o mercado mas essa tendência é para amenizar possíveis e posteriores problemas
que advirem pois, nada proposto pela comunidade é autorizado pelos serviços de Administração
por ausência de conformidade com as normas estabelecidas.
Para que ocorra mudanças na regulação social é preciso que a regulação Estado coadune com a
regulação de mercado para legitimar aquilo que é o Estado providência permitindo que os actores
ganhem de forma expressiva e consciente no envolvimento e participação em acções palpáveis
no progresso da educação de todos ao longo de toda a viva.
Arlindo Elias Tomás,
Nampula, 23 de Dezembro de 2010.