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Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011.
23
ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO:
PERSPECTIVA DO ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA
Joélinton dos Santos Aranha1
Monyque Évelyn dos Santos Silva2
Jorge Luiz Lima da Silva3
O acolhimento é um arranjo
tecnológico que busca garantir acesso aos
usuários com o objetivo de escutar todos os
pacientes, resolver os problemas mais
simples e/ou referenciá-los se necessário
(SCHIMITH; LIMA, 2004). A acolhida
consiste na abertura dos serviços para a
demanda e a responsabilização por todos os
problemas de saúde de determinada região.
Como a atenção básica representa porta de
entrada à comunidade aos serviços de saúde
é essencial proporcionar atendimento
acolhedor para diminuir as desigualdades e
promover cuidado integral ao cliente.
Percebe-se que são vários os fatores
que podem interferir na prática do
acolhimento, tais como, a inadequação da
área física, a maior sobrecarga de trabalho, o
pouco apoio institucional às experiências
novas e a redução/inadequação das
atividades de prevenção. Outras dificuldades
são relevantes: a demanda excessiva de
usuários; a falta de médicos nas instituições
de saúde; a dificuldade de acesso dos
usuários às consultas especializadas e
odontológicas; a demanda reprimida de
usuários e a falta de medicamentos e
materiais (BECK; MINUZI, 2008).
Constata-se também que o usuário
quando busca a unidade pouco consegue
lidar com sua situação de saúde. Fator que
pode, por vezes, ser evitado sem maiores
intervenções. A pouca resolutividade por
meios próprios faz com que o cliente se
desloque até uma segunda unidade de saúde.
Nesta dinâmica, o usuário espera, no
mínimo, ser bem atendido, que seja acolhido
de forma humanizada e integral por
profissional de saúde que se importe com
seus problemas, a fim de tentar ao menos
esclarecer suas dúvidas, compreender seus
medos, angústias, incertezas dando-lhe apoio
e atenção permanente.
A PNH entende a humanização
como a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de
saúde. Os valores que norteiam essa política
são a autonomia e o protagonismo dos
sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o
estabelecimento de vínculos solidários, a
participação coletiva no processo de gestão e
a indissociabilidade entre atenção e gestão
(BRASIL, 2004). Sendo assim, o
profissional de saúde deve levar em
consideração os aspectos subjetivos,
culturais, ambientais e de estilo de vida do
indivíduo, para que desta forma o cliente
possa se sentir “aceito” de forma integral e
com suas expectativas atendidas.
É importante ressaltar que os
profissionais de saúde, dentre estes o
enfermeiro devem aprender a exercitar
atenção o significado da palavra “acolher”,
deforma que passe a significar uma ação de
cuidado em saúde, para as questões
socioeconômicas que afetam a família e a
comunidade, para as interações humanas
sabendo incorporar a lógica da determinação
social da saúde e da doença.
Quando se fala de integral, vale
ressaltar o que diz a lei 8080/90, em um de
seus princípios, a integralidade, que é
entendida como um conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos
para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema (BRASIL, 1990).
E daí, dizer que o a integralidade no cuidado
deve-se pautar na consideração das
peculiaridades do sujeito sem afetar sua
individualidade e integridade (GUALDA;
BERGAMASCO, 1990). Desta forma, agir
com base nos princípios do SUS, levando
em consideração o processo saúde-doença
das pessoas, sua cultura, uma vez que esta é
o guia de como essas pessoas vivem.
Geralmente, é acreditado e valorizado como
se comunicam, quais seus hábitos, costumes
e gostos. Isso faz com que o enfermeiro
possa atender melhor as necessidades dos
usuários de forma integral e levar em
consideração aquilo que o cliente tem de
mais humano que é seu componente social,
afetivo e emocional (GUALDA;
BERGAMASCO, 1990).
Entende-se por processo saúde-
doença, como uma dinâmica social
caracterizado pelas relações dos homens
com a natureza (meio ambiente, espaço,
território) e com outros homens (através do
trabalho e das relações sociais, culturais e
políticas) num determinado espaço
geográfico e num determinado tempo
Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011.
24
histórico (TANCREDI; BARROS;
FERREIRA, 1998, P.29).
Sendo assim, o profissional de
saúde pode ter conhecimento maior sobre
este processo saúde-doença, para que atenda
da melhor maneira possível as expectativas
dos usuários, cuidando não somente de um
corpo que necessita de ajuda, mais também
de sua subjetividade, que seja apto para
acolher de forma humanizada, escutar e dar
uma resposta positiva, capaz de resolver os
problemas de saúde da população.
Logo, o acolhimento funciona como
uma das bases para a humanização da
assistência nas instituições, a fim de
possibilitar resolutividade, vínculo e
responsabilização entre trabalhadores de
saúde e usuários, contribuindo na
democratização e na melhoria da qualidade
da assistência prestada e se constitui em
instrumento potente para a reorganização da
atenção à saúde no PSF (BECK; MINUZI,
2008).
As experiências na área da saúde
apontam como estratégia o uso de recursos
como a comunicação, valorização do ser,
que é de primordial importância neste
contexto e que também seja realizado
educação permanente contínua com estes
profissionais, para que seja implementado
ele use o acolhimento de acordo com o que é
preconizado e definido, ou seja, como
recurso que proporcione resolutividade para
o cliente.
REFERÊNCIAS
BECK C.L.C., MINUZI, D. O Acolhimento como proposta de reorganização da Assistência
à saúde: Uma Análise Bibliográfica. Saúde, Santa Maria, vol. 34a, n 1-2, p 37-43, 2008.
BRASIL. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o financiamento dos serviços
correspondentes e da outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1990.
GUALDA, D.M.R.; BERGAMASCO, R.B. Enfermagem, cultura e processo saúde doença.
São Paulo: Ícone, 2004.
SCHIMITH, M.D.; LIMA M.A.D.S. Acolhimento e vínculo em uma equipe do Programa
Saúde da Família. Cad. Saúde Pública, vol. 20 n. 06, p.1487-94, 2004.
TANCREDI, F.B.; BARRIOS, S.R.L.; FERREIRA, J.H.C. Planejamento em saúde. São
Paulo: Faculdade de Saúde Pública/ Instituto para o desenvolvimento da saúde, 1998.
REFERÊNCIA DESTE TEXTO
ARANHA, J. S.; SILVA M.E.S.; SILVA J.L.L. Acolhimento e humanização: perspectiva do
atendimento na atenção básica. Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011.
1
Graduado em enfermagem pelo centro Universitário Plínio Leite.
2
Acadêmica do 5° período de enfermagem. Escola de enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF.
3
Professor da disciplina saúde coletiva 1. Escola de enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF.
____________________
Acolhimento e
humanização:
perspectiva do
atendimento na atenção
básica

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  • 1. Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011. 23 ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO: PERSPECTIVA DO ATENDIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA Joélinton dos Santos Aranha1 Monyque Évelyn dos Santos Silva2 Jorge Luiz Lima da Silva3 O acolhimento é um arranjo tecnológico que busca garantir acesso aos usuários com o objetivo de escutar todos os pacientes, resolver os problemas mais simples e/ou referenciá-los se necessário (SCHIMITH; LIMA, 2004). A acolhida consiste na abertura dos serviços para a demanda e a responsabilização por todos os problemas de saúde de determinada região. Como a atenção básica representa porta de entrada à comunidade aos serviços de saúde é essencial proporcionar atendimento acolhedor para diminuir as desigualdades e promover cuidado integral ao cliente. Percebe-se que são vários os fatores que podem interferir na prática do acolhimento, tais como, a inadequação da área física, a maior sobrecarga de trabalho, o pouco apoio institucional às experiências novas e a redução/inadequação das atividades de prevenção. Outras dificuldades são relevantes: a demanda excessiva de usuários; a falta de médicos nas instituições de saúde; a dificuldade de acesso dos usuários às consultas especializadas e odontológicas; a demanda reprimida de usuários e a falta de medicamentos e materiais (BECK; MINUZI, 2008). Constata-se também que o usuário quando busca a unidade pouco consegue lidar com sua situação de saúde. Fator que pode, por vezes, ser evitado sem maiores intervenções. A pouca resolutividade por meios próprios faz com que o cliente se desloque até uma segunda unidade de saúde. Nesta dinâmica, o usuário espera, no mínimo, ser bem atendido, que seja acolhido de forma humanizada e integral por profissional de saúde que se importe com seus problemas, a fim de tentar ao menos esclarecer suas dúvidas, compreender seus medos, angústias, incertezas dando-lhe apoio e atenção permanente. A PNH entende a humanização como a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam essa política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a participação coletiva no processo de gestão e a indissociabilidade entre atenção e gestão (BRASIL, 2004). Sendo assim, o profissional de saúde deve levar em consideração os aspectos subjetivos, culturais, ambientais e de estilo de vida do indivíduo, para que desta forma o cliente possa se sentir “aceito” de forma integral e com suas expectativas atendidas. É importante ressaltar que os profissionais de saúde, dentre estes o enfermeiro devem aprender a exercitar atenção o significado da palavra “acolher”, deforma que passe a significar uma ação de cuidado em saúde, para as questões socioeconômicas que afetam a família e a comunidade, para as interações humanas sabendo incorporar a lógica da determinação social da saúde e da doença. Quando se fala de integral, vale ressaltar o que diz a lei 8080/90, em um de seus princípios, a integralidade, que é entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema (BRASIL, 1990). E daí, dizer que o a integralidade no cuidado deve-se pautar na consideração das peculiaridades do sujeito sem afetar sua individualidade e integridade (GUALDA; BERGAMASCO, 1990). Desta forma, agir com base nos princípios do SUS, levando em consideração o processo saúde-doença das pessoas, sua cultura, uma vez que esta é o guia de como essas pessoas vivem. Geralmente, é acreditado e valorizado como se comunicam, quais seus hábitos, costumes e gostos. Isso faz com que o enfermeiro possa atender melhor as necessidades dos usuários de forma integral e levar em consideração aquilo que o cliente tem de mais humano que é seu componente social, afetivo e emocional (GUALDA; BERGAMASCO, 1990). Entende-se por processo saúde- doença, como uma dinâmica social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado espaço geográfico e num determinado tempo
  • 2. Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011. 24 histórico (TANCREDI; BARROS; FERREIRA, 1998, P.29). Sendo assim, o profissional de saúde pode ter conhecimento maior sobre este processo saúde-doença, para que atenda da melhor maneira possível as expectativas dos usuários, cuidando não somente de um corpo que necessita de ajuda, mais também de sua subjetividade, que seja apto para acolher de forma humanizada, escutar e dar uma resposta positiva, capaz de resolver os problemas de saúde da população. Logo, o acolhimento funciona como uma das bases para a humanização da assistência nas instituições, a fim de possibilitar resolutividade, vínculo e responsabilização entre trabalhadores de saúde e usuários, contribuindo na democratização e na melhoria da qualidade da assistência prestada e se constitui em instrumento potente para a reorganização da atenção à saúde no PSF (BECK; MINUZI, 2008). As experiências na área da saúde apontam como estratégia o uso de recursos como a comunicação, valorização do ser, que é de primordial importância neste contexto e que também seja realizado educação permanente contínua com estes profissionais, para que seja implementado ele use o acolhimento de acordo com o que é preconizado e definido, ou seja, como recurso que proporcione resolutividade para o cliente. REFERÊNCIAS BECK C.L.C., MINUZI, D. O Acolhimento como proposta de reorganização da Assistência à saúde: Uma Análise Bibliográfica. Saúde, Santa Maria, vol. 34a, n 1-2, p 37-43, 2008. BRASIL. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o financiamento dos serviços correspondentes e da outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1990. GUALDA, D.M.R.; BERGAMASCO, R.B. Enfermagem, cultura e processo saúde doença. São Paulo: Ícone, 2004. SCHIMITH, M.D.; LIMA M.A.D.S. Acolhimento e vínculo em uma equipe do Programa Saúde da Família. Cad. Saúde Pública, vol. 20 n. 06, p.1487-94, 2004. TANCREDI, F.B.; BARRIOS, S.R.L.; FERREIRA, J.H.C. Planejamento em saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública/ Instituto para o desenvolvimento da saúde, 1998. REFERÊNCIA DESTE TEXTO ARANHA, J. S.; SILVA M.E.S.; SILVA J.L.L. Acolhimento e humanização: perspectiva do atendimento na atenção básica. Informe-se em promoção da saúde, v.7, n.2.p.23-24, 2011. 1 Graduado em enfermagem pelo centro Universitário Plínio Leite. 2 Acadêmica do 5° período de enfermagem. Escola de enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF. 3 Professor da disciplina saúde coletiva 1. Escola de enfermagem Aurora de Afonso Costa/ UFF. ____________________ Acolhimento e humanização: perspectiva do atendimento na atenção básica