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tificacomotrabalhoemtelevisão.Por
que,então,topouparticipardeElvirão?
O Canal Brasil tem um formato que
me interessa. É diferenciado, tem
programas e filmes muito bons. Meu
problema não é bem a televisão –
acho um veículo ótimo. O problema
está nas novelas, que são muito liga-
das aos índices de audiência, mas os
atores não têm muita participação no
todo. Você nunca sabe como ela vai
acabar, nem como vai ser o desenvol-
vimento das personagens. No Elvirão
me deixaram à vontade. As meninas
[as diretoras Fernanda Figueira, Gizella
Werneck e Liara Castro] gostavam que
ariaalice
Vergueiro chegou aos 75 verões com
inúmeras peças, algumas direções, cinco
filmes, uma novela, um seriado e muitas
aulas ministradas até que, em 2006, o
curta Tapa na Pantera, no qual interpreta
uma senhora adepta e defensora da
maconha, virou febre nacional (mais de
4 milhões de acessos no YouTube). A atriz
recebeu a MONET em seu apartamento
para conversar sobre a carreira e a série
Elvirão, em que sua personagem dá
conselhos nada ortodoxos à neta.
mesmo recurso para conseguir montar
um espetáculo. O teatro também é
muito efêmero. Se você não realiza
um trabalho agora, dificilmente você
vai fazer depois. Veja: já estou com 75
anos... De repente, não dá mais para
fazer. Então vamos fazer agora!
E esse investimento no computador:
valeu a pena?
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joia para comprar outro, porque este já
está velho, já tem cinco anos [risos]. O
tempo voa mesmo.
Como avalia sua carreira?
Meus trabalhos nunca foram propria-
mente comerciais. Sempre “cults”.
Eles atingem mais qualitativamente o
público. Nunca fui aquele sucesso de
auditórios cheios. Nem era bem isso
que buscava. É como, por exemplo, um
concerto de câmara e de orquestra sin-
fônica. Há uma diferença: não é que o
de câmara seja menor do que o da sin-
fônica. Mas é outro estilo. Ela fala mais
individualmente, é mais intimista.
Algum arrependimento?
Tenho pena de não ter feito mais
cinema. Fiz muito pouco. Ainda mais
agora, que o cinema brasileiro está fo-
mentado, deslanchando. Mas também
não se pode exigir muito. Posso dizer
que fiz tudo que eu tinha vontade,
mas que eu me sinto não realizada,
e sim em processo de realização. É
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tempo, estava querendo só dirigir,
pois achava que, com esse negócio do
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ia conseguir atuar. Daí, até hoje, são
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vando. É um privilégio, né?
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atrapalhado o dia a dia da senhora?
Isso já tenho há muito tempo. Só agora
que tive que botar uma prótese no
joelho. Antes estava pior, doía. Agora
não, só quando o tempo esfria. Não
estou livre para andar, subir e descer
escadas. Estou um pouco presa a uma
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isso não me atrapalha. Claro que pre-
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roupas, gravamos aqui na sala de casa.
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Desde o sucesso de Tapa na Pantera, a
senhora foi redescoberta pelas novas
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com um estereótipo de “vovó liberal”.
Como lida com isso?
Uso como marca pessoal. Porque,
depois da Pantera, os jovens me pro-
curam muito para participar de filmes
que eles estão fazendo no último ano
de faculdade. Acho uma “dilícia” tra-
balhar com jovens. Foi uma vantagem
para mim essa oportunidade, porque,
geralmente, eles chegam assim me
chamando de “senhora” e tal... Logo,
começam a me incorporar e me sinto
rejuvenescida. Eles me trazem para o
mundo deles, em vez de ser o contrário.
Estou trabalhando mais agora e mais
animada. Tanto que estou em cartaz
numa peça [As Três Velhas, no Centro
Cultural Banco do Brasil, em São Paulo,
até 31 de outubro]. É verdade que faço
uma velha de 100 anos [risos]. Mas,
para uma personagem de 100 anos,
estou até bem conservada [risos].
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A volta da vovó pantera

  • 1. por josé gabriel navarro foto renato parada Quatroanosapósprotagonizarocurtaquevirou manianainternet,aatrizMariaAliceVergueirose reinventanasérieElvirãoouComoVovóJáDizia Avoltada vovópantera Asenhorajádeclarouquenãoseiden- tificacomotrabalhoemtelevisão.Por que,então,topouparticipardeElvirão? O Canal Brasil tem um formato que me interessa. É diferenciado, tem programas e filmes muito bons. Meu problema não é bem a televisão – acho um veículo ótimo. O problema está nas novelas, que são muito liga- das aos índices de audiência, mas os atores não têm muita participação no todo. Você nunca sabe como ela vai acabar, nem como vai ser o desenvol- vimento das personagens. No Elvirão me deixaram à vontade. As meninas [as diretoras Fernanda Figueira, Gizella Werneck e Liara Castro] gostavam que ariaalice Vergueiro chegou aos 75 verões com inúmeras peças, algumas direções, cinco filmes, uma novela, um seriado e muitas aulas ministradas até que, em 2006, o curta Tapa na Pantera, no qual interpreta uma senhora adepta e defensora da maconha, virou febre nacional (mais de 4 milhões de acessos no YouTube). A atriz recebeu a MONET em seu apartamento para conversar sobre a carreira e a série Elvirão, em que sua personagem dá conselhos nada ortodoxos à neta. mesmo recurso para conseguir montar um espetáculo. O teatro também é muito efêmero. Se você não realiza um trabalho agora, dificilmente você vai fazer depois. Veja: já estou com 75 anos... De repente, não dá mais para fazer. Então vamos fazer agora! E esse investimento no computador: valeu a pena? Valeu. Agora estou precisando de outra joia para comprar outro, porque este já está velho, já tem cinco anos [risos]. O tempo voa mesmo. Como avalia sua carreira? Meus trabalhos nunca foram propria- mente comerciais. Sempre “cults”. Eles atingem mais qualitativamente o público. Nunca fui aquele sucesso de auditórios cheios. Nem era bem isso que buscava. É como, por exemplo, um concerto de câmara e de orquestra sin- fônica. Há uma diferença: não é que o de câmara seja menor do que o da sin- fônica. Mas é outro estilo. Ela fala mais individualmente, é mais intimista. Algum arrependimento? Tenho pena de não ter feito mais cinema. Fiz muito pouco. Ainda mais agora, que o cinema brasileiro está fo- mentado, deslanchando. Mas também não se pode exigir muito. Posso dizer que fiz tudo que eu tinha vontade, mas que eu me sinto não realizada, e sim em processo de realização. É um “vir a ser” constante. Há pouco tempo, estava querendo só dirigir, pois achava que, com esse negócio do meu joelho, da minha idade, eu não ia conseguir atuar. Daí, até hoje, são meus ex-alunos que estão me incenti- vando. É um privilégio, né? Os problemas nas articulações têm atrapalhado o dia a dia da senhora? Isso já tenho há muito tempo. Só agora que tive que botar uma prótese no joelho. Antes estava pior, doía. Agora não, só quando o tempo esfria. Não estou livre para andar, subir e descer escadas. Estou um pouco presa a uma muleta e a uma cadeira de rodas. Mas isso não me atrapalha. Claro que pre- feria estar andando para lá e para cá, mas também fico me perguntando... Pra onde? [Risos] n eu improvisasse. Usei minhas próprias roupas, gravamos aqui na sala de casa. É quase uma continuação da Pantera. Desde o sucesso de Tapa na Pantera, a senhora foi redescoberta pelas novas gerações e se fixou no imaginário jovem com um estereótipo de “vovó liberal”. Como lida com isso? Uso como marca pessoal. Porque, depois da Pantera, os jovens me pro- curam muito para participar de filmes que eles estão fazendo no último ano de faculdade. Acho uma “dilícia” tra- balhar com jovens. Foi uma vantagem para mim essa oportunidade, porque, geralmente, eles chegam assim me chamando de “senhora” e tal... Logo, começam a me incorporar e me sinto rejuvenescida. Eles me trazem para o mundo deles, em vez de ser o contrário. Estou trabalhando mais agora e mais animada. Tanto que estou em cartaz numa peça [As Três Velhas, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, até 31 de outubro]. É verdade que faço uma velha de 100 anos [risos]. Mas, para uma personagem de 100 anos, estou até bem conservada [risos]. A senhora já declarou que vendeu algumas joias de família para comprar um computador... [Risos] Essa história de vender joias já virou prática minha. Porque é o seguinte: não vou andar com joia por aí, entendeu? Acho um perigo. Além do mais, os objetos valem enquanto são úteis. Não tinha muitas joias; tinha algumas que valeram alguma grana. Já havia vendido algumas antes, não foi só por causa do computador. O negócio é tocar pra frente... Já usei o Possodizerquefiztudoque eutinhavontade,masqueme sintonãorealizada,esimem processoderealização.Éum “viraser”constante elvirão ou como vovó já dizia, dia16,sábado,20h,CanalBrasil,66 outub r o + m o ­n e t + 6 56 4 + m o ­n e t + outub r o [ anárquica ] M