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LIÇÃO      3	                               15 a 21 de julho de 2012



Tessalónica nos Dias
de Paulo
SÁBADO À TARDE

LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: João 11:48-50; I João 2:15-17; I Co-
ríntios 9:19-27; João 3:3-8; I Coríntios 16:19.

  VERSO ÁUREO: “Sendo completamente livre diante de todos, fiz-me ser-
  vo de todos, para poder converter para Cristo o maior número possível.”
  I Coríntios 9:19, TIC.

PENSAMENTO-CHAVE: Um estudo breve do contexto da antiga Tessalónica de-
monstra que a abordagem do apóstolo Paulo para com os cidadãos daquela cida-
de foi singular e cuidadosamente preparada.

   O PRINCIPAL FOCO DESTA LIÇÃO será um sumário do que a História, a
Literatura e a Arqueologia nos dizem sobre Tessalónica.
   Este material é importante por duas razões. A primeira é que nos ajuda a
compreender o modo como os ouvintes e os leitores originais do apóstolo Paulo
o compreendiam. Fazendo-o, clarifica o significado daquilo que ele escreveu e
o impacto que teve naquela época recuada, tanto na Igreja como na sociedade.
   A segunda é que, quanto mais soubermos das ideias e das crenças dos Tes-
salonicenses, melhor podemos compreender aquilo contra o que Paulo estava a
reagir. A fim de promover o evangelho, Paulo tinha também de corrigir algumas
ideias erradas. Por isso, embora esta lição não esteja diretamente centrada na
Bíblia, ela coloca a base para a leitura que faremos do texto bíblico de I e II Tes-
salonicenses durante o resto das lições deste trimestre.




Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 17; João 7:16-56, 1-11; D. T. Nações, cap. 50.
34
DOMINGO, 15 de julho	                OS ROMANOS CHEGAM A TESSALÓNICA

  Leia João 11:48-50. De que modo as decisões políticas e religiosas a res-
peito do ministério de Jesus foram influenciadas pela chegada dos Romanos
à Palestina e a Jerusalém no primeiro século? Pense na lógica que aí se
sugere. Em que aspetos assustadores ela faz sentido?

   No contexto de uma guerra civil entre cidades-estados gregas, os Tessalonicen-
ses convidaram, no ano 168 a.C., os Romanos a tomar a sua cidade e a protegê-
-la dos inimigos locais. Os Romanos compensaram Tessalónica por esta estar no
“lado certo” da guerra civil permitindo em grande escala que a cidade se tornasse
autónoma na sua governação. Tornou-se uma cidade livre dentro do império, o que
queria dizer que podiam controlar amplamente as suas questões internas e o seu
destino. Em consequência disso, as classes mais ricas e mais poderosas da cida-
de mantiveram a possibilidade de continuar a vida muito ao estilo do que tinham
anteriormente. Por conseguinte, eram pró-romanos e pró-imperador nos tempos
de Paulo. Para o povo vulgar, porém, a vida não era nem de perto tão prazenteira,
sobretudo para as classes trabalhadoras.
   Havia três grandes aspetos negativos na dominação romana em Tessalónica.
O primeiro foi que a chegada dos Romanos provocou uma desarticulação econó-
mica. Os mercados habituais foram perturbados pela guerra e pelas mudanças
de governos, tanto local como regionalmente. Estas perturbações atingiram as
classes mais pobres de forma mais severa do que as dos ricos. Com o passar do
tempo, este aspeto negativo tornou-se menos significativo.
   O segundo foi que, embora Tessalónica permanecesse em grande parte autó-
noma, continuou a prevalecer um sentimento de impotência política. Alguns diri-
gentes locais foram substituídos por estrangeiros, cuja lealdade era para com uma
cidade longínqua (Roma), em vez de ser para com Tessalónica. Por muito benigna
que seja, uma ocupação estrangeira não é popular durante muito tempo.
   O terceiro aspeto negativo foi o haver a inevitável exploração colonial que faz
parte duma ocupação. Os Romanos exigiam um certo montante de impostos. Per-
centagens de colheitas, de minerais e de outros produtos locais eram recolhidas e
remetidas para Roma a fim de apoiar as grandes necessidades do império.
   Por isso, embora Tessalónica estivesse bastante melhor do que Jerusalém, por
exemplo, o domínio e a ocupação dos Romanos criava inevitavelmente tensões
significativas nas comunidades locais. Em Tessalónica, essas tensões faziam-se
sentir de forma particularmente dura sobre as classes pobres e trabalhadoras.
Com o passar das décadas, estes tessalonicenses foram-se tornando cada vez
mais frustrados e ansiavam por uma mudança na situação.

     De que modo a atual situação política na vossa comunidade afeta o
  trabalho da igreja? Que tipos de coisas pode, ou deve, a vossa igreja fa-
  zer para melhorar o seu lugar e estatuto na comunidade mais alargada?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 19 e 20; João 8:12-59; 9:1-41; D. T. Nações, cap. 51.

                                                                                         35
SEGUNDA, 16 de julho             	     	        UMA RESPOSTA PAGÃ A ROMA

   A resposta pagã à impotência que muitos tessalonicenses sentiam foi um mo-
vimento espiritual a que os estudiosos chamam o culto a Cabirus. Este culto
fundamentava-se num homem de nome Cabirus, cuja mensagem era dirigida
aos privados de direitos civis, tendo acabado por ser assassinado pelos seus
dois irmãos. O homem foi sepultado com insígnias de realeza, e o culto veio a
considerá-lo um herói mártir.
   As classes mais baixas acreditavam que Cabirus revelava poderes miracu-
losos enquanto viveu. Acreditavam também que, de tempos a tempos, Cabirus
voltava silenciosamente à vida a fim de ajudar alguns indivíduos, e que ele iria
voltar para fazer justiça às classes mais baixas e para restaurar a cidade à sua
anterior independência e grandeza. Este culto a Cabirus trazia esperança aos
oprimidos em termos reminiscentes da esperança bíblica.
   As coisas tornam-se ainda mais interessantes quando se descobre que o culto
a Cabirus incluía sacrifícios de sangue para comemorar o seu martírio. Lembran-
do palavras de Paulo, os tessalonicenses falavam de “participação no seu san-
gue.” Através disso, obtinham alívio para o sentimento de culpa, e as diferenças
entre classes eram abolidas. No culto a Cabirus todas as classes da sociedade
eram tratadas de igual modo.
   Houve, porém, uma outra dinâmica. Quando o culto ao Imperador surgiu nos
tempos de Augusto, os Romanos proclamaram que Cabirus já tinha chegado na
pessoa de César. Noutras palavras, a autoridade ocupante preencheu a espe-
rança dos oprimidos. Em resultado disso, a vida espiritual de Tessalónica deixou
de trazer alívio às classes trabalhadoras. O povo comum passou a estar sem
uma religião com significado. A existência do culto ao Imperador significava que,
se alguém parecido com o verdadeiro Cabirus chegasse à cidade, seria tido de
imediato como uma ameaça ao regime estabelecido.
   A resposta romana ao culto a Cabirus deixou um vazio no coração do povo
– um vazio que só evangelho podia preencher. Cristo era o verdadeiro cumpri-
mento das esperanças e sonhos que os tessalonicenses tinham depositado em
Cabirus. O evangelho provia tanto paz interior no presente como, na Segunda
Vinda, a suprema mudança das realidades económicas e políticas da atualidade.




    Leia I João 2:15-17 (veja também Ecl. 2:1-11). Que verdades cruciais
  são aí apresentadas? De que modo já experimentou pessoalmente a
  realidade dessas palavras, a respeito de quão fugazes e extraordinaria-
  mente insatisfatórias são as coisas deste mundo?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 21 e 22; João 10; Salmo 23; D. T. Nações, cap. 52.

36
TERÇA, 17 de julho	            O EVANGELHO COMO PONTO DE CONTACTO

   Considerando o que aprendemos ontem, não é difícil perceber a razão por
que – quando o evangelho chegou a Tessalónica – muitos dos não judeus da
cidade reagiram positivamente. Quer o apóstolo Paulo fosse ou não conhecedor
do culto a Cabirus antes de chegar à cidade, a sua abordagem messiânica na
sinagoga fazia ressoar os singulares anseios espirituais dos pagãos locais.
   Quando o evangelho chegou a Tessalónica, as classes trabalhadoras da cida-
de estavam prontas para ele, e responderam em grande número. Estavam tam-
bém prontas para as interpretações extremas do evangelho. O culto a Cabirus
tinha incrustado no povo um espírito de rebelião contra a autoridade, o que pode
bem ter sido a fonte da conduta desordeira a que Paulo se refere nas duas cartas
que lhes dirigiu (veja I Tess. 4:11 e 12, 5:14; II Tess. 3:6, 7 e 11).

  Leia I Coríntios 9:19-27. Que estratégia missionária fundamental deli-
neou o apóstolo Paulo nesta passagem? Qual é o perigo potencial que es-
preita neste método? De que modo podem os dois princípios apresentados
nesta passagem ser mantidos num equilíbrio apropriado?


   O evangelho tem o maior impacto quando vai ao encontro das necessidades,
esperanças e sonhos da audiência. No entanto, embora o Espírito Santo possa
providenciar pontes para o evangelho, isso normalmente acontece em resultado
de muita atenção às pessoas e de experimentação em espírito de oração por parte
daqueles que estão a dar testemunho. A experiência também nos ensinou que as
pessoas estão mais abertas à mensagem do Advento em tempos de mudança.
Entre as mudanças que criam abertura nas pessoas para com as novas ideias
contam-se as perturbações económicas, a agitação política, a guerra, o casamen-
to, o divórcio, as transferências (de um lugar para outro), problemas de saúde e a
morte. Os tessalonicenses tinham tido uma boa dose de experiências com mudan-
ças e desarticulação na vida, o que ajudou o evangelho a ganhar raízes.
   Contudo, as pessoas que são batizadas em tempos de desarticulação tam-
bém tendem a ser instáveis, pelo menos de início. O maior número de apostasias
ocorre nos primeiros meses após a conversão. As cartas endereçadas a Tessaló-
nica dão testemunho de uma elevada dose de instabilidade na igreja nos meses
que se seguiram à primeira visita do apóstolo Paulo.

     O que se pode fazer para ajudar os membros que ainda se estão a
  adaptar à sua nova vida em Cristo? Procure um converso recente, ou
  mesmo um jovem. O que é que pode fazer pessoalmente para ajudar
  essa pessoa a manter-se firme e estável no Senhor? Vai ser para si
  surpreendente descobrir quanto este tipo de ministério o/a fortalecerá
  a si também.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 23-25; Luc. 9:46-61; D. T. Nações, cap. 53.
                                                                                    37
QUARTA, 18 de julho		                       PAULO, O “PREGADOR DA RUA”

   O contexto greco-romano do primeiro século conheceu uma proliferação de filó-
sofos populares que, em espaços públicos, procuravam influenciar indivíduos e gru-
pos – muito a exemplo do que poderão fazer os pregadores de rua nos dias de hoje.
   Estes filósofos acreditavam que as pessoas tinham uma aptidão interior para
transformarem a vida (uma forma de conversão). Os filósofos recorriam a discur-
sos em público ou a conversas privadas a fim de, esperavam eles, motivarem a
mudança nos seus seguidores. Procuravam criar dúvidas nos ouvintes a propó-
sito das ideias e práticas que estes tinham. Dessa forma, os ouvintes tornavam-
-se abertos a novas ideias e a mudanças. Esse grande objetivo promovia auto-
confiança e crescimento moral.
   Esperava-se que esses filósofos populares obtivessem o direito de falar ad-
quirindo a liberdade moral na sua própria vida interior. “Médico, cura-te a ti mes-
mo” era um conceito muito bem conhecido no mundo antigo.
   Estes filósofos também estavam cientes da necessidade de variar a mensa-
gem, a fim de ir ao encontro das diversas mentalidades, e da importância da
conservação da integridade, tanto no caráter do mestre como na mensagem que
estava a ser ensinada.
   Por isso, há bastante paralelismo entre esses mestres populares e a atuação
do apóstolo Paulo, que também viajava de lugar para lugar e trabalhava em lu-
gares públicos (Atos 17:17, 19:9 e 10).
   Há, no entanto, duas diferenças significativas entre a abordagem do apóstolo e
a destes filósofos populares. A primeira era que Paulo não trabalhava apenas em
lugares públicos; ele procurava também organizar uma comunidade duradoura.
Este objetivo requer algum distanciamento do “mundo”, bem como a formação
de laços emocionais e uma entrega profunda ao grupo. A segunda era que Paulo
ensinava que a conversão não era uma decisão interior, levada a efeito por um
discurso de sabedoria; era, isso sim, uma obra sobrenatural de Deus a partir do
exterior da pessoa (veja Gál. 4:19; João 3:3-8; Fil. 1:6). O ensino do apóstolo Paulo
era mais do que uma simples filosofia; era a proclamação da verdade e uma reve-
lação da extraordinária atuação de Deus para a salvação da humanidade.
   O lado sombrio dos filósofos populares era que, desta forma, encontravam um
meio fácil de ganhar a vida. Muitos deles eram apenas vendedores de “banha da
cobra” e nada mais. Alguns exploravam sexualmente os seus ouvintes. Embora
se encontrassem entre eles alguns mestres honestos, havia muito cinismo a
respeito dos oradores itinerantes no mundo antigo.
   Paulo procurou evitar os maus juízos que eram feitos a respeito desses pregado-
res recusando, de modo geral, o apoio material dos seus ouvintes e, em vez disso,
trabalhava arduamente em atividades manuais para se sustentar. Este facto, mais
os sofrimentos por que passou, demonstraram que verdadeiramente acreditava
naquilo que pregava e que não andava a fazê-lo em busca de ganho pessoal. Em
muitos aspetos, a vida de Paulo foi o mais poderoso sermão que ele podia pregar.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 26 e 27; Luc. 10; D. T. Nações, cap. 54.
38
QUINTA, 19 de julho				                                    IGREJAS NOS LARES

  Leia Romanos 16:5; I Coríntios 16:19; Colossenses 4:15; Filémon 1 e 2.
O que é que todos estes textos têm em comum?


   No mundo romano havia dois tipos principais de residência. Havia o domus,
uma casa de família grande, construída à volta de um pátio interior, típica da
gente rica. Uma casa dessas conseguia proporcionar um lugar de reunião para
30 a 100 pessoas. O outro tipo de residência era a insula, com lojas e oficinas
no rés-do-chão, abertura para a rua e apartamentos nos andares superiores.
Era este o principal alojamento urbano das classes trabalhadoras. Um desses
apartamentos, ou uma dessas oficinas, poderia normalmente acomodar apenas
igrejas pequenas.
   A domus, e muitas das insulas, podiam albergar uma família alargada – in-
cluindo duas ou três gerações, mais os empregados do negócio da família, visi-
tantes e até escravos da casa. Se o chefe de família se convertesse, isso podia
ter grande influência em todos os demais que ali vivessem.
   A localização ideal para uma igreja numa casa urbana seria próxima do centro
da cidade. As lojas e oficinas ligadas a essa casa proporcionavam contactos
com os artesãos, comerciantes, clientes e trabalhadores ocasionais à procura
de trabalho. Este foi o ambiente em que muito do trabalho missionário de Paulo
deve ter sido feito.
   Nalgumas partes do mundo, as pessoas ainda prestam culto em igrejas ins-
taladas em lares, frequentemente porque isso é tudo o que têm. Ou, nalguns
casos, não lhes é permitido fazer doutra maneira, e por isso a igreja numa casa
de família é a sua única opção.

  Leia Atos 18:1-3. Até que ponto estes versículos nos ajudam a compre-
ender a forma como o apóstolo Paulo trabalhava?



   Como cidadão romano e, numa certa altura, como membro da elite judaica,
Paulo deve ter pertencido às classes superiores. Se assim foi, trabalhar com as
mãos teria sido um sacrifício para ele; no entanto, através desse trabalho, ele
identificava-se com as classes trabalhadoras e contactava-as mais facilmente
(veja I Cor. 9:19-23).

    Até que ponto a sua igreja local interage bem com a comunidade?
  Sentem-se parte dessa comunidade, no sentido de estar envolvidos, ou a
  vossa igreja está fechada numa “mentalidade de sitiados”, em que se iso-
  lam dos perigos do mundo, a tal ponto que não o influenciam em nada?

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 28 e 29; Luc. 17; D. T. Nações, cap. 55.
                                                                                 39
SEXTA, 20 de julho

ESTUDO ADICIONAL: “A Providência tinha dirigido os movimentos das nações e a
onda do impulso e influência humanas, até que o mundo estivesse preparado para
a vinda do Libertador….
    “Nessa época, os sistemas pagãos iam perdendo o domínio sobre o povo. Os
homens estavam cansados de aparências e fábulas. Ansiavam por uma religião
capaz de satisfazer o seu coração.” – Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, pp. 23 e 24.
    “Fora da nação judaica houve homens que predisseram o aparecimento de um
mestre divino. Esses homens andavam em busca da verdade e foi-lhes dado o Espí-
rito de Inspiração. Uns a seguir aos outros, como estrelas num céu negro, erguiam-
-se esses mestres. As suas palavras de profecia despertaram a esperança no cora-
ção de milhares, no mundo gentio.” – Idem, p. 24.
    “Quando Paulo visitou Corinto pela primeira vez, encontrou-se entre gente que
suspeitava dos intuitos dos estrangeiros. Os gregos do litoral eram negociantes as-
tutos. Por tanto tempo se haviam exercitado em sagazes práticas comerciais, que
haviam chegado a considerar o ganho como piedade e fazer dinheiro, fosse por
meios lícitos ou não, uma coisa recomendável. Paulo achava-se familiarizado com
as suas características, e não lhes queria dar ocasião de dizer que ele pregava o
evangelho a fim de enriquecer… Ele procurava afastar qualquer ocasião de dar
lugar a um mau juízo, a fim de não prejudicar a influência da mensagem.” – Ellen G.
White, Obreiros Evangélicos, pp. 234 e 235.

  PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
    1 O que acha pessoalmente que Ellen White queria dizer quando es-
  creveu (na citação acima) que o “Espírito de Inspiração” foi concedido
  a mestres gentios? Até que ponto está Deus em atuação no mundo das
  ideias fora do contexto cristão? Pode uma pessoa salvar-se sem nunca ter
  ouvido o nome de Jesus? Se sim, baseada em quê?
    2 Em que contexto uma casa particular ou um apartamento seria uma
  localização apropriada para uma igreja no mundo de hoje? Os chamados
  edifícios de igreja são sempre a melhor maneira de fazer trabalho da igre-
  ja? Porquê?
    3 De que modo pode a sua igreja aprender a adaptar-se melhor à ativi-
  dade missionária que lhe cabe fazer junto da comunidade local? Isto é, por
  que razão nos devemos lembrar sempre de que aquilo que poderá resultar
  numa área poderá não resultar noutra?

Sumário: Os relatos bíblicos da atividade missionária do apóstolo Paulo estão inseri-
dos no contexto da Roma antiga. Ao vermos Paulo debater-se com questões de todos
os dias, podemos aprender como melhorar a aplicação dos princípios e das lições
que Deus nos deixou nas Escrituras para os dias de hoje. Em I e II Tessalonicenses,
o apóstolo estava a orientar antigos cristãos urbanos em tempos de grandes desafios.

Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 30 e 31; Mateus 19:1-15; D. T. Nações, cap. 56.
40
As Minhas Notas Pessoais




                           41
AUXILIAR DO MODERADOR



 Texto-Chave: I Coríntios 9:19-27

 Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai:
  Aprender: A reconhecer que a pregação do evangelho dá melhores resultados
   quando é apresentada de maneira a preencher as necessidades dos ouvintes.
   Sentir: Gratidão para com as pessoas que procuraram explicar-lhe o evangelho.
    Fazer: Aprender mais sobre as pessoas da sua comunidade e procurar adap-
     tar o evangelho de modo a ir ao encontro das necessidades da comunidade.

 Esboço da Aprendizagem:
 I. Aprender: Todas as Coisas Para Todas as Pessoas
    A. ma leitura atenta do livro de Atos e das cartas de Paulo indica que o
       U
       apóstolo adaptava a sua apresentação do evangelho de modo a corres-
       ponder às necessidades especiais da sua audiência. Quantas metáforas,
       ou comparações, diferentes utiliza Paulo nas seguintes passagens para
       descrever aquilo que Jesus fez por nós? Veja Rom. 3:24 e 25; 5:10; I Cor.
       5:6 e 7; Gál. 4:4 e 5.
    B.  ue metáforas utilizou Jesus na descrição do evangelho? Analise Marcos
       Q
       1:15; 4:1-9; Mateus 13:1-52.
    C.  que é que sabemos sobre o contexto em que Jesus e Paulo trabalharam
        O
        e a forma como isso pode explicar a razão por que as respetivas explica-
        ções do evangelho são tão diferentes?
 II. Sentir: Tornando o Evangelho Uma Coisa Pessoal
    A.  uais são algumas das vantagens em procurar apresentar o evangelho
       Q
       aos outros duma maneira que seja relevante para eles? Quais são as
       possíveis desvantagens?
    B. Qual foi para si a explicação mais importante do evangelho? Porquê?
 III. Fazer: Requisitos para uma Adaptação do Evangelho
    A.  apresentação do evangelho duma maneira que vá ao encontro das
       A
       necessidades dos outros requer um sólido conhecimento do evangelho e
       uma perceção exata das necessidades daqueles que desejamos alcan-
       çar. Até que ponto pessoalmente, e/ou a sua igreja, estão à altura nestas
       áreas? Que passos podem ser dados para melhorar a vossa capacidade
       nestas áreas?

 Sumário:
 O evangelho é partilhado com mais eficácia quando atende às necessidades
 específicas das pessoas a quem desejamos alcançar para Cristo.




42
AUXILIAR DO MODERADOR


                          CICLO DA APRENDIZAGEM

  1.º PASSO – MOTIVAR!

  Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: O tipo de transformação da
  vida que o evangelho procura realizar só pode ocorrer quando a mensagem
  de Cristo é considerada relevante para os interesses e as preocupações das
  pessoas com quem nos cruzamos hoje.

    Na década de 1960, Don e Carol Richardson viajaram como missionários para
a Nova Guiné. O seu desejo era partilhar o evangelho com o povo Sawi, um gru-
po canibal de caçadores de cabeças, que nem sequer tinha uma palavra, muito
menos o conceito, para Deus. Depois de aprenderem a língua desse povo, os
Richardson começaram a contar ao povo Sawi a história de Jesus e da Sua cru-
cificação. O povo até apreciou a história, mas não exatamente da maneira como
os missionários esperavam. Na perspetiva dos Sawi, o herói da história não foi
Jesus, mas Judas! É que, na cultura deles, o supremo ato de heroísmo era fazer
de conta que se estava a estabelecer a paz com o inimigo e depois traí-lo e matá-
-lo quando isso fosse menos esperado. Do ponto de vista dos Sawi, Jesus foi um
ingénuo, por Se ter deixado enganar tão facilmente.
    Impotentes para convencer as tribos Sawi a porem fim à suas lutas e morticí-
nios constantes, e desanimados pelo fracasso em espalhar ali o evangelho, os
Richardson anunciaram que se iam embora. Receosos de virem a perder acesso
à medicina moderna e a outros bens trazidos pelos missionários, os líderes tri-
bais dos Sawi prometeram estabelecer a paz entre si e convidaram o casal de
missionários céticos a assistir à cerimónia de paz.
    Como garantia da paz, as tribos beligerantes trocaram entre si crianças que
seriam criadas pela outra tribo. O povo Sawi chamava a cada uma destas crian-
ças “Tarop Tim” ou “Criança da Paz”. Enquanto essas crianças vivessem, a paz
estaria garantida. Enquanto o povo Sawi pouca importância atribuía ao assassi-
nato, o assassinato de uma criança da paz era diferente. Para aquela gente, isso
era o ato mais vergonhoso e desprezível.
    Ao assistirem à cerimónia, os Richardson perceberam o segredo de que preci-
savam para apresentarem o evangelho de forma relevante ao povo Sawi. Judas
não era o herói na história do evangelho. Jesus era a Criança da Paz enviada
por Deus, e Judas tinha conspirado para O matar. Horrorizados com o que Judas
tinha feito, os Sawi ficaram desejosos de ouvir o resto da história que contava
como Deus tinha trazido a Criança da Paz de novo à vida. Tocados pela história
do evangelho, com o decorrer do tempo muitos dos Sawi acabaram eles próprios
por se tornar cristãos.

   Pense Nisto: O povo Sawi respondeu ao evangelho só quando este fez sen-
tido no contexto da sua própria cultura. Quais são os obstáculos culturais que
                                                                              43
AUXILIAR DO MODERADOR


impedem, nos dias de hoje, as pessoas de se identificarem com a história do
evangelho?

     2.º PASSO – ANALISAR!

                             COMENTÁRIO BÍBLICO

                     I. O Evangelho Imperial dos Romanos
                    (Recapitule com a classe João 11:48-50.)

   Embora a lição desta semana apresente uma quantidade considerável de in-
formação acerca de Tessalónica, é importante não perder de vista o ponto princi-
pal do autor: o domínio de Roma em Tessalónica criara uma abertura e um certo
apetite na vida de muitos dos habitantes gentios da cidade. Foi esta condição
que deu a Paulo a oportunidade de proclamar Cristo como sendo a resposta
às necessidades reais daquelas pessoas. A importância deste ponto, e a sua
relevância para nós hoje, podem ver-se mais claramente se considerarmos as
pretensões contraditórias feitas pela antiga Roma e a proclamação do Cristo
ressuscitado feita por Paulo.
   O Império Romano é frequentemente elogiado por ter proporcionado duzen-
tos anos de estabilidade política, segurança e paz no mundo mediterrânico. A
“Paz de Roma” cobrou, porém, um elevadíssimo preço – violência, dominação,
exploração das classes pobres e dos trabalhadores, e a morte por crucificação
de qualquer um que desafiasse ou pusesse em causa o poder de Roma. Isto
era um facto demasiadamente claro para os dirigentes judeus em Jerusalém,
quando se reuniram para deliberar qual o rumo que deviam seguir ao lidar com
Jesus (João 11:48-50).
   Com o poder romano e a opressão veio também a arrogância romana. Não
há, certamente, exemplo mais chocante disto do que a Inscrição de Priene, data-
da do ano 9 a.C., ou seja, uns cinco anos antes do nascimento de Jesus. A inscri-
ção acumula elogios e louvores sobre César Augusto, apelidando-o de salvador
do mundo e fonte de paz e de justiça.
   Em flagrante contraste, Paulo respondeu a essas pretensões com um enfático
“Não!” Se Jesus é o Senhor, obviamente que César não o é. Tudo o que Roma
reclamava para si própria, Paulo reclamava para o Cristo ressuscitado. Visto
dentro deste contexto, é claro que o evangelho de Paulo não era simplesmen-
te sobre como encontrar a vida eterna para lá da sepultura; incluía também o
acesso a um novo modo de vida no presente, sob a soberania do Senhor Jesus
e com o poder do Espírito Santo. O evangelho era um chamado radical a seguir
Jesus. Embora os Romanos pudessem ter menosprezado a fútil esperança que
os Tessalonicenses tinham achado no culto a Cabirus, Paulo apresentava uma
esperança mais segura, fundamentada no Jesus crucificado, cuja ressurreição
desafiara não só o poder de Roma, mas a própria morte!
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AUXILIAR DO MODERADOR


   Pense Nisto: Por que formas de opressão passam atualmente as pessoas
na vossa comunidade, quer motivadas por agentes políticos quer por forças cul-
turais? De que modo a mensagem do Cristo ressuscitado pode dar resposta a
essas necessidades?

                               II. Tudo para Todos
                  (Recapitule com a classe I Coríntios 9:19-27.)

   Uma das razões por que a proclamação que Paulo fazia de Cristo ressusci-
tado foi tão bem sucedida em Tessalónica foi a capacidade do apóstolo em as-
sociar a mensagem do evangelho às preocupações e às necessidades dos Tes-
salonicenses. Não se pense que isto aconteceu por acaso. Uma análise atenta
dos comentários de Paulo em I Coríntios 9:19-22 torna claro que, primeiramente,
antes de fazer qualquer proclamação do evangelho, o apóstolo dedicava tempo
a compreender a audiência que estava a tentar alcançar.
   No que respeita a alguns dos dirigentes em Corinto, Paulo precisou de as-
sumir uma posição firme sobre o direito de os cristãos comerem carne que era
vendida no mercado depois de ter sido abatida nos templos pagãos e oferecida
primeiro aos ídolos (I Cor. 8:4-6). Uma vez que os deuses pagãos não existiam
realmente, que mal havia em comer carne que lhes tivesse sido oferecida? Os
cristãos que pensavam doutra forma estavam, na sua opinião, a ser supersticio-
sos e a deixar de viver segundo a verdade do evangelho.
   Em vez de tomar partido por um dos lados, o apóstolo defendeu um padrão
mais elevado de comportamento cristão. Os cristãos devem, disse ele, ser mo-
tivados, primeiro e acima de tudo, pelo amor uns pelos outros, não meramente
pelo exercício dos direitos próprios. Na realidade, alguns “direitos” podem de
facto ser iguais a um “torto” se acabarem por prejudicar a causa de Cristo na vida
de um outro crente (I Cor. 8:7-13).
   É neste contexto que Paulo fala de ser “tudo para todos” (I Cor. 9:22). Quando
Paulo estava entre judeus, mostrava-se pronto a adaptar-se aos costumes e prá-
ticas do Judaísmo. Se estivesse entre gentios, Paulo não insistia em ser judeu.
Paulo estava disposto a enquadrar-se em qualquer situação social em que se
encontrasse, desde que não envolvesse cedências nas crenças fundamentais
da sua fé em Cristo. A sua única preocupação era estar ciente das, e sensível
às, crenças e costumes das pessoas, de modo a poder ter uma oportunidade de
falar de Cristo de tal maneira que a mensagem fosse importante para elas.

   Pense Nisto: A determinação de Paulo de ser “tudo para todos” queria dizer
que ele estava disposto a passar tempo com as pessoas que não eram crentes.
Em que aspetos está pessoalmente, ou a sua igreja, a procurar deliberadamente
interagir e compreender as necessidades dos que não são crentes?



                                                                               45
AUXILIAR DO MODERADOR


     3.º PASSO – PRATICAR!

Perguntas para Reflexão:
  1.  omo é que um crente conserva os princípios cristãos ao mesmo tempo
     C
     que se mistura com descrentes, sem ser negativamente influenciado pelo
     estilo de vida dessas pessoas?

     2.  nalise algumas das histórias do Velho Testamento em que os seguidores
        A
        de Deus influenciaram e se associaram com descrentes permanecendo, no
        entanto, fiéis a Deus. Em contrapartida, enumere alguns exemplos negati-
        vos de que se possa lembrar, onde aconteceu o contrário. Qual é a razão
        para a diferença entre aqueles que permaneceram fiéis e aqueles que não
        permaneceram? Que lições podemos retirar disso?

Perguntas para Aplicação:
  1.  m que aspetos tem a Igreja sido bem-sucedida na apresentação das ver-
     E
     dades eternas de Cristo, no contexto dos interesses em constante mudança
     do mundo? Por outro lado, quais são algumas das maneiras pelas quais a
     Igreja tem falhado a este respeito?

     2.  s igrejas gostam, por vezes, de copiar os esforços evangelísticos que
        A
        deram bons resultados noutras igrejas, com a esperança de que possam
        também obter o mesmo sucesso. Quais são os riscos de se adotarem ideias
        evangelísticas sem ter em conta as necessidades da comunidade local?
        Apresente as razões da sua resposta.

     4.º PASSO – APLICAR!

   Atividade: A fim de conseguirmos levar Cristo aos descrentes das nossas
comunidades, precisamos de ter uma boa noção de quem são essas pessoas.
Para ajudar a delinear isso, peça à classe que faça uma lista das características
e qualidades que melhor descrevem a vossa comunidade. Pormenores a anali-
sar podem incluir: (1) localização (rural, urbana, centro de grande cidade, etc.);
(2) etnia; (3) perspetivas religiosas; (4) idade e género predominantes; (5) rendi-
mento médio das famílias. Estes são dados que se podem encontrar na Internet.
   Servindo-se da informação assim recolhida, tracem um perfil das pessoas que
tenham identificado. Tendo essas pessoas em mente, sugiram uma lista de coi-
sas que a vossa igreja possa fazer a fim de alcançá-las.




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A chegada dos Romanos em Tessalónica

  • 1. LIÇÃO 3 15 a 21 de julho de 2012 Tessalónica nos Dias de Paulo SÁBADO À TARDE LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: João 11:48-50; I João 2:15-17; I Co- ríntios 9:19-27; João 3:3-8; I Coríntios 16:19. VERSO ÁUREO: “Sendo completamente livre diante de todos, fiz-me ser- vo de todos, para poder converter para Cristo o maior número possível.” I Coríntios 9:19, TIC. PENSAMENTO-CHAVE: Um estudo breve do contexto da antiga Tessalónica de- monstra que a abordagem do apóstolo Paulo para com os cidadãos daquela cida- de foi singular e cuidadosamente preparada. O PRINCIPAL FOCO DESTA LIÇÃO será um sumário do que a História, a Literatura e a Arqueologia nos dizem sobre Tessalónica. Este material é importante por duas razões. A primeira é que nos ajuda a compreender o modo como os ouvintes e os leitores originais do apóstolo Paulo o compreendiam. Fazendo-o, clarifica o significado daquilo que ele escreveu e o impacto que teve naquela época recuada, tanto na Igreja como na sociedade. A segunda é que, quanto mais soubermos das ideias e das crenças dos Tes- salonicenses, melhor podemos compreender aquilo contra o que Paulo estava a reagir. A fim de promover o evangelho, Paulo tinha também de corrigir algumas ideias erradas. Por isso, embora esta lição não esteja diretamente centrada na Bíblia, ela coloca a base para a leitura que faremos do texto bíblico de I e II Tes- salonicenses durante o resto das lições deste trimestre. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 17; João 7:16-56, 1-11; D. T. Nações, cap. 50. 34
  • 2. DOMINGO, 15 de julho OS ROMANOS CHEGAM A TESSALÓNICA Leia João 11:48-50. De que modo as decisões políticas e religiosas a res- peito do ministério de Jesus foram influenciadas pela chegada dos Romanos à Palestina e a Jerusalém no primeiro século? Pense na lógica que aí se sugere. Em que aspetos assustadores ela faz sentido? No contexto de uma guerra civil entre cidades-estados gregas, os Tessalonicen- ses convidaram, no ano 168 a.C., os Romanos a tomar a sua cidade e a protegê- -la dos inimigos locais. Os Romanos compensaram Tessalónica por esta estar no “lado certo” da guerra civil permitindo em grande escala que a cidade se tornasse autónoma na sua governação. Tornou-se uma cidade livre dentro do império, o que queria dizer que podiam controlar amplamente as suas questões internas e o seu destino. Em consequência disso, as classes mais ricas e mais poderosas da cida- de mantiveram a possibilidade de continuar a vida muito ao estilo do que tinham anteriormente. Por conseguinte, eram pró-romanos e pró-imperador nos tempos de Paulo. Para o povo vulgar, porém, a vida não era nem de perto tão prazenteira, sobretudo para as classes trabalhadoras. Havia três grandes aspetos negativos na dominação romana em Tessalónica. O primeiro foi que a chegada dos Romanos provocou uma desarticulação econó- mica. Os mercados habituais foram perturbados pela guerra e pelas mudanças de governos, tanto local como regionalmente. Estas perturbações atingiram as classes mais pobres de forma mais severa do que as dos ricos. Com o passar do tempo, este aspeto negativo tornou-se menos significativo. O segundo foi que, embora Tessalónica permanecesse em grande parte autó- noma, continuou a prevalecer um sentimento de impotência política. Alguns diri- gentes locais foram substituídos por estrangeiros, cuja lealdade era para com uma cidade longínqua (Roma), em vez de ser para com Tessalónica. Por muito benigna que seja, uma ocupação estrangeira não é popular durante muito tempo. O terceiro aspeto negativo foi o haver a inevitável exploração colonial que faz parte duma ocupação. Os Romanos exigiam um certo montante de impostos. Per- centagens de colheitas, de minerais e de outros produtos locais eram recolhidas e remetidas para Roma a fim de apoiar as grandes necessidades do império. Por isso, embora Tessalónica estivesse bastante melhor do que Jerusalém, por exemplo, o domínio e a ocupação dos Romanos criava inevitavelmente tensões significativas nas comunidades locais. Em Tessalónica, essas tensões faziam-se sentir de forma particularmente dura sobre as classes pobres e trabalhadoras. Com o passar das décadas, estes tessalonicenses foram-se tornando cada vez mais frustrados e ansiavam por uma mudança na situação. De que modo a atual situação política na vossa comunidade afeta o trabalho da igreja? Que tipos de coisas pode, ou deve, a vossa igreja fa- zer para melhorar o seu lugar e estatuto na comunidade mais alargada? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 19 e 20; João 8:12-59; 9:1-41; D. T. Nações, cap. 51. 35
  • 3. SEGUNDA, 16 de julho UMA RESPOSTA PAGÃ A ROMA A resposta pagã à impotência que muitos tessalonicenses sentiam foi um mo- vimento espiritual a que os estudiosos chamam o culto a Cabirus. Este culto fundamentava-se num homem de nome Cabirus, cuja mensagem era dirigida aos privados de direitos civis, tendo acabado por ser assassinado pelos seus dois irmãos. O homem foi sepultado com insígnias de realeza, e o culto veio a considerá-lo um herói mártir. As classes mais baixas acreditavam que Cabirus revelava poderes miracu- losos enquanto viveu. Acreditavam também que, de tempos a tempos, Cabirus voltava silenciosamente à vida a fim de ajudar alguns indivíduos, e que ele iria voltar para fazer justiça às classes mais baixas e para restaurar a cidade à sua anterior independência e grandeza. Este culto a Cabirus trazia esperança aos oprimidos em termos reminiscentes da esperança bíblica. As coisas tornam-se ainda mais interessantes quando se descobre que o culto a Cabirus incluía sacrifícios de sangue para comemorar o seu martírio. Lembran- do palavras de Paulo, os tessalonicenses falavam de “participação no seu san- gue.” Através disso, obtinham alívio para o sentimento de culpa, e as diferenças entre classes eram abolidas. No culto a Cabirus todas as classes da sociedade eram tratadas de igual modo. Houve, porém, uma outra dinâmica. Quando o culto ao Imperador surgiu nos tempos de Augusto, os Romanos proclamaram que Cabirus já tinha chegado na pessoa de César. Noutras palavras, a autoridade ocupante preencheu a espe- rança dos oprimidos. Em resultado disso, a vida espiritual de Tessalónica deixou de trazer alívio às classes trabalhadoras. O povo comum passou a estar sem uma religião com significado. A existência do culto ao Imperador significava que, se alguém parecido com o verdadeiro Cabirus chegasse à cidade, seria tido de imediato como uma ameaça ao regime estabelecido. A resposta romana ao culto a Cabirus deixou um vazio no coração do povo – um vazio que só evangelho podia preencher. Cristo era o verdadeiro cumpri- mento das esperanças e sonhos que os tessalonicenses tinham depositado em Cabirus. O evangelho provia tanto paz interior no presente como, na Segunda Vinda, a suprema mudança das realidades económicas e políticas da atualidade. Leia I João 2:15-17 (veja também Ecl. 2:1-11). Que verdades cruciais são aí apresentadas? De que modo já experimentou pessoalmente a realidade dessas palavras, a respeito de quão fugazes e extraordinaria- mente insatisfatórias são as coisas deste mundo? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 21 e 22; João 10; Salmo 23; D. T. Nações, cap. 52. 36
  • 4. TERÇA, 17 de julho O EVANGELHO COMO PONTO DE CONTACTO Considerando o que aprendemos ontem, não é difícil perceber a razão por que – quando o evangelho chegou a Tessalónica – muitos dos não judeus da cidade reagiram positivamente. Quer o apóstolo Paulo fosse ou não conhecedor do culto a Cabirus antes de chegar à cidade, a sua abordagem messiânica na sinagoga fazia ressoar os singulares anseios espirituais dos pagãos locais. Quando o evangelho chegou a Tessalónica, as classes trabalhadoras da cida- de estavam prontas para ele, e responderam em grande número. Estavam tam- bém prontas para as interpretações extremas do evangelho. O culto a Cabirus tinha incrustado no povo um espírito de rebelião contra a autoridade, o que pode bem ter sido a fonte da conduta desordeira a que Paulo se refere nas duas cartas que lhes dirigiu (veja I Tess. 4:11 e 12, 5:14; II Tess. 3:6, 7 e 11). Leia I Coríntios 9:19-27. Que estratégia missionária fundamental deli- neou o apóstolo Paulo nesta passagem? Qual é o perigo potencial que es- preita neste método? De que modo podem os dois princípios apresentados nesta passagem ser mantidos num equilíbrio apropriado? O evangelho tem o maior impacto quando vai ao encontro das necessidades, esperanças e sonhos da audiência. No entanto, embora o Espírito Santo possa providenciar pontes para o evangelho, isso normalmente acontece em resultado de muita atenção às pessoas e de experimentação em espírito de oração por parte daqueles que estão a dar testemunho. A experiência também nos ensinou que as pessoas estão mais abertas à mensagem do Advento em tempos de mudança. Entre as mudanças que criam abertura nas pessoas para com as novas ideias contam-se as perturbações económicas, a agitação política, a guerra, o casamen- to, o divórcio, as transferências (de um lugar para outro), problemas de saúde e a morte. Os tessalonicenses tinham tido uma boa dose de experiências com mudan- ças e desarticulação na vida, o que ajudou o evangelho a ganhar raízes. Contudo, as pessoas que são batizadas em tempos de desarticulação tam- bém tendem a ser instáveis, pelo menos de início. O maior número de apostasias ocorre nos primeiros meses após a conversão. As cartas endereçadas a Tessaló- nica dão testemunho de uma elevada dose de instabilidade na igreja nos meses que se seguiram à primeira visita do apóstolo Paulo. O que se pode fazer para ajudar os membros que ainda se estão a adaptar à sua nova vida em Cristo? Procure um converso recente, ou mesmo um jovem. O que é que pode fazer pessoalmente para ajudar essa pessoa a manter-se firme e estável no Senhor? Vai ser para si surpreendente descobrir quanto este tipo de ministério o/a fortalecerá a si também. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 23-25; Luc. 9:46-61; D. T. Nações, cap. 53. 37
  • 5. QUARTA, 18 de julho PAULO, O “PREGADOR DA RUA” O contexto greco-romano do primeiro século conheceu uma proliferação de filó- sofos populares que, em espaços públicos, procuravam influenciar indivíduos e gru- pos – muito a exemplo do que poderão fazer os pregadores de rua nos dias de hoje. Estes filósofos acreditavam que as pessoas tinham uma aptidão interior para transformarem a vida (uma forma de conversão). Os filósofos recorriam a discur- sos em público ou a conversas privadas a fim de, esperavam eles, motivarem a mudança nos seus seguidores. Procuravam criar dúvidas nos ouvintes a propó- sito das ideias e práticas que estes tinham. Dessa forma, os ouvintes tornavam- -se abertos a novas ideias e a mudanças. Esse grande objetivo promovia auto- confiança e crescimento moral. Esperava-se que esses filósofos populares obtivessem o direito de falar ad- quirindo a liberdade moral na sua própria vida interior. “Médico, cura-te a ti mes- mo” era um conceito muito bem conhecido no mundo antigo. Estes filósofos também estavam cientes da necessidade de variar a mensa- gem, a fim de ir ao encontro das diversas mentalidades, e da importância da conservação da integridade, tanto no caráter do mestre como na mensagem que estava a ser ensinada. Por isso, há bastante paralelismo entre esses mestres populares e a atuação do apóstolo Paulo, que também viajava de lugar para lugar e trabalhava em lu- gares públicos (Atos 17:17, 19:9 e 10). Há, no entanto, duas diferenças significativas entre a abordagem do apóstolo e a destes filósofos populares. A primeira era que Paulo não trabalhava apenas em lugares públicos; ele procurava também organizar uma comunidade duradoura. Este objetivo requer algum distanciamento do “mundo”, bem como a formação de laços emocionais e uma entrega profunda ao grupo. A segunda era que Paulo ensinava que a conversão não era uma decisão interior, levada a efeito por um discurso de sabedoria; era, isso sim, uma obra sobrenatural de Deus a partir do exterior da pessoa (veja Gál. 4:19; João 3:3-8; Fil. 1:6). O ensino do apóstolo Paulo era mais do que uma simples filosofia; era a proclamação da verdade e uma reve- lação da extraordinária atuação de Deus para a salvação da humanidade. O lado sombrio dos filósofos populares era que, desta forma, encontravam um meio fácil de ganhar a vida. Muitos deles eram apenas vendedores de “banha da cobra” e nada mais. Alguns exploravam sexualmente os seus ouvintes. Embora se encontrassem entre eles alguns mestres honestos, havia muito cinismo a respeito dos oradores itinerantes no mundo antigo. Paulo procurou evitar os maus juízos que eram feitos a respeito desses pregado- res recusando, de modo geral, o apoio material dos seus ouvintes e, em vez disso, trabalhava arduamente em atividades manuais para se sustentar. Este facto, mais os sofrimentos por que passou, demonstraram que verdadeiramente acreditava naquilo que pregava e que não andava a fazê-lo em busca de ganho pessoal. Em muitos aspetos, a vida de Paulo foi o mais poderoso sermão que ele podia pregar. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 26 e 27; Luc. 10; D. T. Nações, cap. 54. 38
  • 6. QUINTA, 19 de julho IGREJAS NOS LARES Leia Romanos 16:5; I Coríntios 16:19; Colossenses 4:15; Filémon 1 e 2. O que é que todos estes textos têm em comum? No mundo romano havia dois tipos principais de residência. Havia o domus, uma casa de família grande, construída à volta de um pátio interior, típica da gente rica. Uma casa dessas conseguia proporcionar um lugar de reunião para 30 a 100 pessoas. O outro tipo de residência era a insula, com lojas e oficinas no rés-do-chão, abertura para a rua e apartamentos nos andares superiores. Era este o principal alojamento urbano das classes trabalhadoras. Um desses apartamentos, ou uma dessas oficinas, poderia normalmente acomodar apenas igrejas pequenas. A domus, e muitas das insulas, podiam albergar uma família alargada – in- cluindo duas ou três gerações, mais os empregados do negócio da família, visi- tantes e até escravos da casa. Se o chefe de família se convertesse, isso podia ter grande influência em todos os demais que ali vivessem. A localização ideal para uma igreja numa casa urbana seria próxima do centro da cidade. As lojas e oficinas ligadas a essa casa proporcionavam contactos com os artesãos, comerciantes, clientes e trabalhadores ocasionais à procura de trabalho. Este foi o ambiente em que muito do trabalho missionário de Paulo deve ter sido feito. Nalgumas partes do mundo, as pessoas ainda prestam culto em igrejas ins- taladas em lares, frequentemente porque isso é tudo o que têm. Ou, nalguns casos, não lhes é permitido fazer doutra maneira, e por isso a igreja numa casa de família é a sua única opção. Leia Atos 18:1-3. Até que ponto estes versículos nos ajudam a compre- ender a forma como o apóstolo Paulo trabalhava? Como cidadão romano e, numa certa altura, como membro da elite judaica, Paulo deve ter pertencido às classes superiores. Se assim foi, trabalhar com as mãos teria sido um sacrifício para ele; no entanto, através desse trabalho, ele identificava-se com as classes trabalhadoras e contactava-as mais facilmente (veja I Cor. 9:19-23). Até que ponto a sua igreja local interage bem com a comunidade? Sentem-se parte dessa comunidade, no sentido de estar envolvidos, ou a vossa igreja está fechada numa “mentalidade de sitiados”, em que se iso- lam dos perigos do mundo, a tal ponto que não o influenciam em nada? Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 28 e 29; Luc. 17; D. T. Nações, cap. 55. 39
  • 7. SEXTA, 20 de julho ESTUDO ADICIONAL: “A Providência tinha dirigido os movimentos das nações e a onda do impulso e influência humanas, até que o mundo estivesse preparado para a vinda do Libertador…. “Nessa época, os sistemas pagãos iam perdendo o domínio sobre o povo. Os homens estavam cansados de aparências e fábulas. Ansiavam por uma religião capaz de satisfazer o seu coração.” – Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pp. 23 e 24. “Fora da nação judaica houve homens que predisseram o aparecimento de um mestre divino. Esses homens andavam em busca da verdade e foi-lhes dado o Espí- rito de Inspiração. Uns a seguir aos outros, como estrelas num céu negro, erguiam- -se esses mestres. As suas palavras de profecia despertaram a esperança no cora- ção de milhares, no mundo gentio.” – Idem, p. 24. “Quando Paulo visitou Corinto pela primeira vez, encontrou-se entre gente que suspeitava dos intuitos dos estrangeiros. Os gregos do litoral eram negociantes as- tutos. Por tanto tempo se haviam exercitado em sagazes práticas comerciais, que haviam chegado a considerar o ganho como piedade e fazer dinheiro, fosse por meios lícitos ou não, uma coisa recomendável. Paulo achava-se familiarizado com as suas características, e não lhes queria dar ocasião de dizer que ele pregava o evangelho a fim de enriquecer… Ele procurava afastar qualquer ocasião de dar lugar a um mau juízo, a fim de não prejudicar a influência da mensagem.” – Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, pp. 234 e 235. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1 O que acha pessoalmente que Ellen White queria dizer quando es- creveu (na citação acima) que o “Espírito de Inspiração” foi concedido a mestres gentios? Até que ponto está Deus em atuação no mundo das ideias fora do contexto cristão? Pode uma pessoa salvar-se sem nunca ter ouvido o nome de Jesus? Se sim, baseada em quê? 2 Em que contexto uma casa particular ou um apartamento seria uma localização apropriada para uma igreja no mundo de hoje? Os chamados edifícios de igreja são sempre a melhor maneira de fazer trabalho da igre- ja? Porquê? 3 De que modo pode a sua igreja aprender a adaptar-se melhor à ativi- dade missionária que lhe cabe fazer junto da comunidade local? Isto é, por que razão nos devemos lembrar sempre de que aquilo que poderá resultar numa área poderá não resultar noutra? Sumário: Os relatos bíblicos da atividade missionária do apóstolo Paulo estão inseri- dos no contexto da Roma antiga. Ao vermos Paulo debater-se com questões de todos os dias, podemos aprender como melhorar a aplicação dos princípios e das lições que Deus nos deixou nas Escrituras para os dias de hoje. Em I e II Tessalonicenses, o apóstolo estava a orientar antigos cristãos urbanos em tempos de grandes desafios. Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Eze. 30 e 31; Mateus 19:1-15; D. T. Nações, cap. 56. 40
  • 8. As Minhas Notas Pessoais 41
  • 9. AUXILIAR DO MODERADOR Texto-Chave: I Coríntios 9:19-27 Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai: Aprender: A reconhecer que a pregação do evangelho dá melhores resultados quando é apresentada de maneira a preencher as necessidades dos ouvintes. Sentir: Gratidão para com as pessoas que procuraram explicar-lhe o evangelho. Fazer: Aprender mais sobre as pessoas da sua comunidade e procurar adap- tar o evangelho de modo a ir ao encontro das necessidades da comunidade. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Todas as Coisas Para Todas as Pessoas A. ma leitura atenta do livro de Atos e das cartas de Paulo indica que o U apóstolo adaptava a sua apresentação do evangelho de modo a corres- ponder às necessidades especiais da sua audiência. Quantas metáforas, ou comparações, diferentes utiliza Paulo nas seguintes passagens para descrever aquilo que Jesus fez por nós? Veja Rom. 3:24 e 25; 5:10; I Cor. 5:6 e 7; Gál. 4:4 e 5. B. ue metáforas utilizou Jesus na descrição do evangelho? Analise Marcos Q 1:15; 4:1-9; Mateus 13:1-52. C. que é que sabemos sobre o contexto em que Jesus e Paulo trabalharam O e a forma como isso pode explicar a razão por que as respetivas explica- ções do evangelho são tão diferentes? II. Sentir: Tornando o Evangelho Uma Coisa Pessoal A. uais são algumas das vantagens em procurar apresentar o evangelho Q aos outros duma maneira que seja relevante para eles? Quais são as possíveis desvantagens? B. Qual foi para si a explicação mais importante do evangelho? Porquê? III. Fazer: Requisitos para uma Adaptação do Evangelho A. apresentação do evangelho duma maneira que vá ao encontro das A necessidades dos outros requer um sólido conhecimento do evangelho e uma perceção exata das necessidades daqueles que desejamos alcan- çar. Até que ponto pessoalmente, e/ou a sua igreja, estão à altura nestas áreas? Que passos podem ser dados para melhorar a vossa capacidade nestas áreas? Sumário: O evangelho é partilhado com mais eficácia quando atende às necessidades específicas das pessoas a quem desejamos alcançar para Cristo. 42
  • 10. AUXILIAR DO MODERADOR CICLO DA APRENDIZAGEM 1.º PASSO – MOTIVAR! Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: O tipo de transformação da vida que o evangelho procura realizar só pode ocorrer quando a mensagem de Cristo é considerada relevante para os interesses e as preocupações das pessoas com quem nos cruzamos hoje. Na década de 1960, Don e Carol Richardson viajaram como missionários para a Nova Guiné. O seu desejo era partilhar o evangelho com o povo Sawi, um gru- po canibal de caçadores de cabeças, que nem sequer tinha uma palavra, muito menos o conceito, para Deus. Depois de aprenderem a língua desse povo, os Richardson começaram a contar ao povo Sawi a história de Jesus e da Sua cru- cificação. O povo até apreciou a história, mas não exatamente da maneira como os missionários esperavam. Na perspetiva dos Sawi, o herói da história não foi Jesus, mas Judas! É que, na cultura deles, o supremo ato de heroísmo era fazer de conta que se estava a estabelecer a paz com o inimigo e depois traí-lo e matá- -lo quando isso fosse menos esperado. Do ponto de vista dos Sawi, Jesus foi um ingénuo, por Se ter deixado enganar tão facilmente. Impotentes para convencer as tribos Sawi a porem fim à suas lutas e morticí- nios constantes, e desanimados pelo fracasso em espalhar ali o evangelho, os Richardson anunciaram que se iam embora. Receosos de virem a perder acesso à medicina moderna e a outros bens trazidos pelos missionários, os líderes tri- bais dos Sawi prometeram estabelecer a paz entre si e convidaram o casal de missionários céticos a assistir à cerimónia de paz. Como garantia da paz, as tribos beligerantes trocaram entre si crianças que seriam criadas pela outra tribo. O povo Sawi chamava a cada uma destas crian- ças “Tarop Tim” ou “Criança da Paz”. Enquanto essas crianças vivessem, a paz estaria garantida. Enquanto o povo Sawi pouca importância atribuía ao assassi- nato, o assassinato de uma criança da paz era diferente. Para aquela gente, isso era o ato mais vergonhoso e desprezível. Ao assistirem à cerimónia, os Richardson perceberam o segredo de que preci- savam para apresentarem o evangelho de forma relevante ao povo Sawi. Judas não era o herói na história do evangelho. Jesus era a Criança da Paz enviada por Deus, e Judas tinha conspirado para O matar. Horrorizados com o que Judas tinha feito, os Sawi ficaram desejosos de ouvir o resto da história que contava como Deus tinha trazido a Criança da Paz de novo à vida. Tocados pela história do evangelho, com o decorrer do tempo muitos dos Sawi acabaram eles próprios por se tornar cristãos. Pense Nisto: O povo Sawi respondeu ao evangelho só quando este fez sen- tido no contexto da sua própria cultura. Quais são os obstáculos culturais que 43
  • 11. AUXILIAR DO MODERADOR impedem, nos dias de hoje, as pessoas de se identificarem com a história do evangelho? 2.º PASSO – ANALISAR! COMENTÁRIO BÍBLICO I. O Evangelho Imperial dos Romanos (Recapitule com a classe João 11:48-50.) Embora a lição desta semana apresente uma quantidade considerável de in- formação acerca de Tessalónica, é importante não perder de vista o ponto princi- pal do autor: o domínio de Roma em Tessalónica criara uma abertura e um certo apetite na vida de muitos dos habitantes gentios da cidade. Foi esta condição que deu a Paulo a oportunidade de proclamar Cristo como sendo a resposta às necessidades reais daquelas pessoas. A importância deste ponto, e a sua relevância para nós hoje, podem ver-se mais claramente se considerarmos as pretensões contraditórias feitas pela antiga Roma e a proclamação do Cristo ressuscitado feita por Paulo. O Império Romano é frequentemente elogiado por ter proporcionado duzen- tos anos de estabilidade política, segurança e paz no mundo mediterrânico. A “Paz de Roma” cobrou, porém, um elevadíssimo preço – violência, dominação, exploração das classes pobres e dos trabalhadores, e a morte por crucificação de qualquer um que desafiasse ou pusesse em causa o poder de Roma. Isto era um facto demasiadamente claro para os dirigentes judeus em Jerusalém, quando se reuniram para deliberar qual o rumo que deviam seguir ao lidar com Jesus (João 11:48-50). Com o poder romano e a opressão veio também a arrogância romana. Não há, certamente, exemplo mais chocante disto do que a Inscrição de Priene, data- da do ano 9 a.C., ou seja, uns cinco anos antes do nascimento de Jesus. A inscri- ção acumula elogios e louvores sobre César Augusto, apelidando-o de salvador do mundo e fonte de paz e de justiça. Em flagrante contraste, Paulo respondeu a essas pretensões com um enfático “Não!” Se Jesus é o Senhor, obviamente que César não o é. Tudo o que Roma reclamava para si própria, Paulo reclamava para o Cristo ressuscitado. Visto dentro deste contexto, é claro que o evangelho de Paulo não era simplesmen- te sobre como encontrar a vida eterna para lá da sepultura; incluía também o acesso a um novo modo de vida no presente, sob a soberania do Senhor Jesus e com o poder do Espírito Santo. O evangelho era um chamado radical a seguir Jesus. Embora os Romanos pudessem ter menosprezado a fútil esperança que os Tessalonicenses tinham achado no culto a Cabirus, Paulo apresentava uma esperança mais segura, fundamentada no Jesus crucificado, cuja ressurreição desafiara não só o poder de Roma, mas a própria morte! 44
  • 12. AUXILIAR DO MODERADOR Pense Nisto: Por que formas de opressão passam atualmente as pessoas na vossa comunidade, quer motivadas por agentes políticos quer por forças cul- turais? De que modo a mensagem do Cristo ressuscitado pode dar resposta a essas necessidades? II. Tudo para Todos (Recapitule com a classe I Coríntios 9:19-27.) Uma das razões por que a proclamação que Paulo fazia de Cristo ressusci- tado foi tão bem sucedida em Tessalónica foi a capacidade do apóstolo em as- sociar a mensagem do evangelho às preocupações e às necessidades dos Tes- salonicenses. Não se pense que isto aconteceu por acaso. Uma análise atenta dos comentários de Paulo em I Coríntios 9:19-22 torna claro que, primeiramente, antes de fazer qualquer proclamação do evangelho, o apóstolo dedicava tempo a compreender a audiência que estava a tentar alcançar. No que respeita a alguns dos dirigentes em Corinto, Paulo precisou de as- sumir uma posição firme sobre o direito de os cristãos comerem carne que era vendida no mercado depois de ter sido abatida nos templos pagãos e oferecida primeiro aos ídolos (I Cor. 8:4-6). Uma vez que os deuses pagãos não existiam realmente, que mal havia em comer carne que lhes tivesse sido oferecida? Os cristãos que pensavam doutra forma estavam, na sua opinião, a ser supersticio- sos e a deixar de viver segundo a verdade do evangelho. Em vez de tomar partido por um dos lados, o apóstolo defendeu um padrão mais elevado de comportamento cristão. Os cristãos devem, disse ele, ser mo- tivados, primeiro e acima de tudo, pelo amor uns pelos outros, não meramente pelo exercício dos direitos próprios. Na realidade, alguns “direitos” podem de facto ser iguais a um “torto” se acabarem por prejudicar a causa de Cristo na vida de um outro crente (I Cor. 8:7-13). É neste contexto que Paulo fala de ser “tudo para todos” (I Cor. 9:22). Quando Paulo estava entre judeus, mostrava-se pronto a adaptar-se aos costumes e prá- ticas do Judaísmo. Se estivesse entre gentios, Paulo não insistia em ser judeu. Paulo estava disposto a enquadrar-se em qualquer situação social em que se encontrasse, desde que não envolvesse cedências nas crenças fundamentais da sua fé em Cristo. A sua única preocupação era estar ciente das, e sensível às, crenças e costumes das pessoas, de modo a poder ter uma oportunidade de falar de Cristo de tal maneira que a mensagem fosse importante para elas. Pense Nisto: A determinação de Paulo de ser “tudo para todos” queria dizer que ele estava disposto a passar tempo com as pessoas que não eram crentes. Em que aspetos está pessoalmente, ou a sua igreja, a procurar deliberadamente interagir e compreender as necessidades dos que não são crentes? 45
  • 13. AUXILIAR DO MODERADOR 3.º PASSO – PRATICAR! Perguntas para Reflexão: 1. omo é que um crente conserva os princípios cristãos ao mesmo tempo C que se mistura com descrentes, sem ser negativamente influenciado pelo estilo de vida dessas pessoas? 2. nalise algumas das histórias do Velho Testamento em que os seguidores A de Deus influenciaram e se associaram com descrentes permanecendo, no entanto, fiéis a Deus. Em contrapartida, enumere alguns exemplos negati- vos de que se possa lembrar, onde aconteceu o contrário. Qual é a razão para a diferença entre aqueles que permaneceram fiéis e aqueles que não permaneceram? Que lições podemos retirar disso? Perguntas para Aplicação: 1. m que aspetos tem a Igreja sido bem-sucedida na apresentação das ver- E dades eternas de Cristo, no contexto dos interesses em constante mudança do mundo? Por outro lado, quais são algumas das maneiras pelas quais a Igreja tem falhado a este respeito? 2. s igrejas gostam, por vezes, de copiar os esforços evangelísticos que A deram bons resultados noutras igrejas, com a esperança de que possam também obter o mesmo sucesso. Quais são os riscos de se adotarem ideias evangelísticas sem ter em conta as necessidades da comunidade local? Apresente as razões da sua resposta. 4.º PASSO – APLICAR! Atividade: A fim de conseguirmos levar Cristo aos descrentes das nossas comunidades, precisamos de ter uma boa noção de quem são essas pessoas. Para ajudar a delinear isso, peça à classe que faça uma lista das características e qualidades que melhor descrevem a vossa comunidade. Pormenores a anali- sar podem incluir: (1) localização (rural, urbana, centro de grande cidade, etc.); (2) etnia; (3) perspetivas religiosas; (4) idade e género predominantes; (5) rendi- mento médio das famílias. Estes são dados que se podem encontrar na Internet. Servindo-se da informação assim recolhida, tracem um perfil das pessoas que tenham identificado. Tendo essas pessoas em mente, sugiram uma lista de coi- sas que a vossa igreja possa fazer a fim de alcançá-las. 46