2. UM ABORTO OU INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ:
a remoção ou expulsão prematura de
um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte
ou sendo por esta causada. Isto pode ocorrer de
forma espontânea ou induzida, provocando-se o fim
da gestação, e consequente fim da atividade biológica
do embrião ou feto, mediante uso de medicamentos ou
realização de cirurgias.
O aborto induzido, quando realizado por profissionais
capacitados e em boas condições de higiene é um dos
procedimentos mais seguros da medicina
atual. Entretanto, o aborto inseguro, feito por pessoas
não qualificadas ou fora de um ambiente hospitalar,
resulta em aproximadamente 70 mil mortes maternas e
cinco milhões de lesões maternas por ano no mundo.
3. Estima-se que sejam realizados no mundo 44
milhões de abortos anualmente, sendo pouco
menos da metade destes procedimentos realizados
de forma insegura. A incidência do aborto se
estabilizou nos últimos anos, após ter tido uma
queda nas últimas décadas devido ao maior acesso
a planejamento familiar e a método
contraceptivos. Quarenta por cento das mulheres do
mundo têm acesso a aborto induzido em seus
países (dentro dos limites gestacionais).
Historicamente, o aborto induzido vem sendo
realizado através de diferentes métodos e seus
aspectos morais, éticos, legais e religiosos ainda
são objeto de intenso debate em diversas partes do
mundo.
4.
5. ABORTO ESPONTÂNEO:
Involuntário ou casual, é a expulsão não intencional
de um embrião ou feto antes de 20-22 semanas de
idade gestacional. Uma gravidez que termina antes
de 37 semanas de idade gestacional que resulta
em um recém-nascido vivo é conhecida como parto
prematuro ou pré-termo. Quando um feto morre no
interior do útero após a viabilidade, ou durante o
parto, geralmente é chamado de natimorto.
6. A causa mais comum de aborto espontâneo
durante o primeiro trimestre são as
anomalias cromossômicas do feto/embrião,
que contabilizam pelo menos 50% das
perdas gestacionais precoces. Outras
causas incluem doenças vasculares (como
o lúpus eritematos, sistêmico), diabetes,
problemas hormonais, infecções, anomalias
uterinas e trauma acidental ou intencional.
7.
8. ABORTO INDUZIDO:
O aborto induzido, também denominado aborto
provocado ou interrupção voluntária da gravidez, é o
aborto causado por uma ação humana deliberada.
Ocorre pela ingestão de medicamentos ou por métodos
mecânicos. A ética deste tipo de abortamento é
fortemente contestada em muitos países do mundo mas
é reconhecida como uma prática legal em outros locais
do mundo, sendo inclusive em alguns totalmente
coberta pelo sistema público de saúde. Os dois polos
desta discussão passam por definir quando o feto ou
embrião se torna humano ou vivo (se na concepção, no
nascimento ou em um ponto intermediário) e na
primazia do direito da mulher grávida sobre o direito do
feto ou embrião.
9. O aborto induzido possui as seguintes subcategorias:
Aborto terapêutico
aborto provocado para salvar a vida da gestante
para preservar a saúde física ou mental da mulher
para dar fim à gestação que resultaria
numa criança com problemas congênitos que
seriam fatais ou associados
com enfermidades graves
para reduzir seletivamente o número de fetos para
diminuir a possibilidade de riscos associados
a gravidezes múltiplas.
Aborto eletivo: aborto provocado por qualquer outra
motivação.
10. Outras classificações:
Quanto ao tempo de duração da gestação:
Aborto subclínico: abortamento que
acontece antes de quatro semanas de
gestação
Aborto precoce: entre quatro e doze
semanas
Aborto tardio: após doze semanas
11. SEGURANÇA:
Os riscos à saúde do aborto induzido dependem se o
procedimento é realizado com segurança ou sem
segurança. A Organização Mundial de Saúde define
como abortos não seguros aqueles realizados por
pessoas sem treinamento, equipamentos perigosos ou
em instituições sem higiene. Os abortos legais
realizados nos países desenvolvidos tão entre os
procedimentos mais seguros na medicinas Nos Estados
Unidos, a taxa de mortalidade materna em abortos
entre 1998 e 2005 foi de 0,6 morte por 100.000
procedimentos abortivos, tornando o aborto cerca de 14
vezes mais seguro do que o parto, cuja taxa de
mortalidade é de 8,8 mortes por 100.000 nascidos
vivos.
12. O risco de mortalidade relacionada ao aborto
aumenta com a idade gestacional, mas permanece
menor do que o do parto até pelo menos 21
semanas de gestação. Isso contrasta com algumas
leis presentes em alguns países que exigem que
os médicos informem aos pacientes que o aborto é
um procedimento de alto risco.
A aspiração uterina a vácuo no primeiro trimestre é
o método de aborto não farmacológico mais
seguro, e pode ser realizado em uma clínica de
atenção primária em saúde, clínica de aborto ou
hospital. As complicações são raras e podem
incluir perfuração uterina, infecção pélvica e
retenção dos produtos da concepção necessitando
de um segundo procedimento para evacuá-los.
13.
14. MULHERES GRÁVIDAS VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA:
Embora existam notícias indicando
que muitas mulheres grávidas morrem
em consequência de atos violentos,
aparentemente não há dados
conclusivos que cruzem esta
informação com o risco de morte geral
das mulheres não grávidas em
situações semelhantes.
15.
16. CONSEQUÊNCIAS A LONGO PRAZO PARA A
CRIANÇA NÃO DESEJADA:
Doença e morte prematura ;
Pobreza ;
Problemas de desenvolvimento ;
Abandono escolar ;
Delinquência juvenil ;
Abuso de menores ;
Instabilidade familiar e divórcio ;
Necessidade de apoio psiquiátrico ;
Falta de auto estima .
17. Uma opinião contrária, entretanto, apresentada por
grupos pró-vida, seria que, mesmo que sejam
encontradas correlações estatísticas entre gravidez
indesejáveis e situações consideradas
psicologicamente ruins para as crianças nascidas, esta
situação não pode ser comparada com a de crianças
abortadas, visto que estas não estão vivas.
Uma "situação de vida" não seria passível de
comparação com uma "situação de morte", visto a
inverificabilidade desta enquanto situação
possivelmente existente (a chamada "vida após a
morte") pelos métodos científicos disponíveis. Como
não se pode estipular se uma situação ruim de vida,
por pior que fosse, seria pior que a morte, o aborto, no
caso, não poderia ser apresentado como solução,
visto que não dá a capacidade de escolha ao
envolvido, enquanto ainda é um feto.
18. MÉTODOS DE INDUÇÃO:
Aborto farmacológico: Também conhecido
como aborto médico, químico ou não cirúrgico,
é o aborto induzido por administração
de fármacos que provocam a interrupção da
gravidez e a expulsão do embrião. O aborto
farmacológico é aplicável apenas no
primeiro trimestre da gravidez.
Tornou-se um método alternativo de aborto
induzido com o surgimento no mercado
dos análogos de prostaglandina no início
dos anos 1970 e
do antiprogestágeno mifepristona nos anos
1980.
19. Os regimes de aborto mais comuns para o
primeiro trimestre utilizam mifepristona em
combinação com um análogo de
prostaglandina (misoprostol) até 9 semanas
de idade gestacional,metotrexato em
combinação com um análogo de
prostaglandina até 7 semanas de gestação,
ou um análogo de prostaglandina isolado. Os
regimes de mifepristona–misoprostol
funcionam mais rápido e são mais efetivos
em idades gestacionais mais avançadas do
que os regimes combinados de metotrexato-
misoprostol, e os regimes combinados são
mais efetivos que o uso do misoprostol
isolado.
20. ABORTO CIRÚRGICO OU POR
PROCEDIMENTOS:
Os procedimentos no
primeiro trimestre
podem geralmente
ser realizados
usando anestesia
local, enquanto os
realizados no
segundo trimestre
podem necessitar
de sedação ou anest
esia geral.
21. ABORTO POR ESVAZIAMENTO CRANIANO
INTRAUTERINO:
O aborto por esvaziamento craniano intrauterino
(ECI), também conhecido como aborto com
"nascimento parcial", é uma técnica utilizada para
provocar o aborto quando a gravidez está em
estágio avançado, entre 20 e 26 semanas (cinco
meses a seis meses e meio). Guiado por
ultrassom, o médico segura a perna do feto com
um fórceps, puxa-o para o canal vaginal, e então
retira o feto do útero, com exceção da cabeça. Faz
então uma incisão na nuca, inserindo depois
um catéter para sugar o cérebro do feto e então o
retira por inteiro do corpo da mãe. Em alguns
países, essa prática é proibida em todos os casos,
sendo considerada homicídio e punida severamente.