Apresentação usada no retiro: A importância do método VER, JULGAR e AGIR para atingir a finalidade do MCC.
A transformação dos ambientes através das PCFs
1. A transformação dos ambientes
através das PCFs:
objetivo final do MCC.
A meta
do Movimento dos Cursilhos de Cristandade
é fazer germinar
o Reino de Deus nos ambientes,
através dos núcleos de evangelização
(Pequenas Comunidades de Fé).
2. • Chegamos ao elemento principal,
o eixo do Movimento,
a “PEQUENA COMUNIDADE DE FÉ” (PCF),
que já foi chamada
de “NÚCLEO DE COMUNIDADE AMBIENTAL” (NCA)
ou, simplesmente, “NÚCLEO AMBIENTAL”…
• O nome não importa tanto,
mas sim a existência de pessoas organizadas
em uma pequena comunidade que, a partir da fé,
num determinado ambiente,
trabalham pela transformação
e fermentação evangélica daquele espaço vital.
3. • É essencial entender a PCF como um sol
que ilumina o caminho, as escolhas,
os passos do Movimento.
• Tudo deve ter como referência principal a PCF.
• O que desviar disso pertence
a outro movimento,
outro grupo
ou outra associação.
• A identidade do Movimento é a PCF,
pois é para isso que ele existe.
4. • O Espírito nos presenteia com a Graça,
para nos dar força
de não desistir dessa meta.
• Pode vir uma dificuldade enorme,
mas a gente não desiste nunca!
• A gente só precisa ter a certeza da meta
e canalizar todas as nossas energias
para realizá-la.
5. Olhemos a nossa realidade:
• Tanta diversidade,
tanta violência,
tanto sofrimento…
• tanta miséria
que fere o coração humano,
mas fere muito mais
o coração de Deus!
6. Olhemos nossa condição:
• nossa fraqueza, nossas limitações…
somados ao peso da realidade,
dá-nos uma sensação de impotência.
• Mas, se confiamos
em Deus e na ajuda dos irmãos,
poderemos fazer alguma coisa sim!
7. • Temos a convicção
de que somente através das PCF
é que conseguiremos
alguma mudança:
–na vida pessoal,
–na vida comunitária
–e na vida social.
8. • A condição necessária
é estar repletos do Espírito Santo.
• “Repleto”
vem da palavra grega “pleró”,
que significa:
absolutamente cheio,
continuamente cheio,
sem nunca poder se esvaziar.
9. • Às vezes não colhemos os frutos
da plenitude do Espírito Santo em nós,
porque nos acostumamos com “gotinhas”
de alguns “momentos espirituais”,
marcados, muitas vezes,
por pura agitação emocional:
–muito barulho, danças, cantos, falações,
gritos, palmas…
–e pouca profundidade
e, ainda, menos responsabilidade!
11. •Desde as origens,
o Movimento deseja ser
sempre vivo e dinâmico,
com a Graça de Deus
e a inspiração
do Espírito Santo.
12. • Uma das provas desse esforço
é o empenho que tem feito
para manter o ardor no pós-cursilho.
• Faz mais de 30 anos
que se começou a detectar,
nos instrumentos disponíveis
para desenvolver o pós-cursilho,
um certo desgaste,
uma diminuição na sua eficácia.
14. • Não vamos nos deter em explicar
o que era a “reunião de grupo”, mas, apenas,
reconhecer que, aos poucos,
ela foi deixando de funcionar
como “plataforma de lançamento dos cristãos
nos ambientes e no mundo”.
• De fato, as pessoas acabavam se reunindo para
– ler o Evangelho,
– tirar uma mensagem,
– contar aos outros o seu “momento
mais próximo de Deus” naquela semana,
– planejar sua “ação apostólica”
(atuação em uma pastoral, dentro de sua paróquia)
– e… tomar um cafezinho.
15. • Por mais que isso ajudasse
na santificação individual,
a análise da realidade mostrava
que se faziam muitos cursilhos,
havia muitas reuniões de grupo,
mas o fermento do Evangelho
pouco atingia os ambientes!
16. • A convivência na reunião de grupo
não estava, como se esperava,
levando os cursilhistas “para fora”;
ao contrário: estava correndo o risco
de torná-lo intimista e, assim, esvaziar-se,
como se a reunião de grupo,
por ser simples meio,
pudesse se tornar o fim,
a meta do Movimento.
• Trocou-se, pouco a pouco, o meio pelo fim.
17. • Conscientes de voltar ao carisma original,
após madura e consistente reflexão,
surgiu a ideia
do “Núcleo de Comunidade Ambiental” (NCA),
depois denominado
de “Pequena Comunidade de Fé” (PCF).
• Desde então, essa meta tornou-se,
ao mesmo tempo,
um desafio e um obstáculo.
18. • Tem sido um desafio
para os responsáveis,
que desejam sinceramente
levar o Movimento de Cursilhos
a atingir, de modo profundo,
sua finalidade última,
que é evangelizar o ambiente.
• Tem sido um obstáculo para aqueles
que, por um sem-número de razões,
resistem a assumir esse compromisso
característico do MCC no pós-cursilho.
20. • A cartilha do GEN responde:
“conjunto de circunstâncias
nas quais o homem vive e se realiza”
e ainda: “de preferência extraeclesiais:
família, profissão,
associações de classe, de bairro etc.”.
• Refere-se, principalmente,
à realidade na qual a pessoa já está inserida,
pela atividade que exerce,
ou projeta se inserir,
em virtude de um chamado específico.
21. • Os “ambientes” preferenciais
do Movimento
são aqueles espaços e situações
que reúnem as pessoas
não atingidas
pela evangelização,
pela pastoral ordinária
das Paróquias.
22. • Cabe precisar que a palavra “Evangelho”
significa “Boa Notícia”.
• Assim, evangelizar é anunciar a “Boa Notícia”
do que Jesus disse e fez
para a salvação de todos,
para que ela se torne “Boa Realidade”
na prática do dia-a-dia, qualificando
os relacionamentos entre as pessoas.
• É, exatamente esta, a finalidade da PCF:
transformar pessoas e ambientes.
• No ambiente, devemos ter essa meta.
23. • Esse objetivo,
fruto de nossa escolha consciente,
é determinado pelo mesmo sentimento
que teve Jesus, vendo as multidões
“cansadas e abatidas, como ovelhas
que não têm pastor” (Mt 9,36),
ou seja, a compaixão.
24. Para analisar o ambiente:
1. Quais as ideias
que são mais comuns entre as pessoas ali?
2. Quais os valores
que comandam o comportamento das pessoas?
3. Quais as atitudes são as mais comuns nesse meio?
4. Na hora de tomar decisões,
quais os critérios que norteiam essas decisões?
5. Quais os problemas que afetam a maioria?
6. Quais as angústias,
os medos, as aspirações das pessoas?
7. Quem tem vontade de mudar a situação?
O que querem mudar? Por quê?
26. O início e sua ampliação
• A célula inicial, um pequeno grupo de cursilhistas,
ou, até mesmo, um sozinho,
ao descobrir sua vocação
de “fermentar evangelicamente seu ambiente”,
vai perceber que, para transformá-lo,
precisa buscar outras pessoas
(não só cursilhistas e, talvez, não só católicos)
com as quais compartilhe ideias, valores, atitudes
e que, além disso, também manifestem inquietude
e compaixão em relação ao mundo que os rodeia.
27. • Esse núcleo pequeno
vai, como todo grupo humano,
crescer, amadurecer e compactar-se…,
consegue conhecer as pessoas
e descobrir suas inquietudes,
valores, atitudes, desejos etc.
• Quando tiver conseguido sua amizade,
pode propor a elas nosso ideal,
com esperança de êxito.
28. O processo de crescimento desse núcleo
poderá ser observado em três passos:
1) Detectar – o núcleo inicial de cursilhistas detectará,
em seu ambiente concreto, as pessoas que possuam
a inquietude e a compaixão de que já falamos;
2) Motivar – o núcleo inicial colocará para essas pessoas
suas próprias inquietudes, a fim de melhorar,
entre todos, o nível de vida integral no seu ambiente;
3) Atuar – à medida que o núcleo
vai se formando e mentalizando,
deverá atuar de tal forma
que os valores do Evangelho
passem a impregnar o ambiente e transformá-lo.
29. • Para que isso aconteça,
os membros do núcleo inicial
precisam estar
profundamente convencidos
de sua responsabilidade cristã
de transformar o ambiente
e que a PCF
é o meio para consegui-lo.
30. • É preciso auscultar o ambiente
e investigar de onde provêm
as ideias, os valores e as atitudes
que caracterizam o ambiente
e quais as pessoas que os promovem.
• É necessário diagnosticar os líderes
de quem convém
acercar-se e conquistar
para a causa do Evangelho.
31. • Para motivar as pessoas,
temos que oferecer um testemunho de vida
que as convença e atraia,
um testemunho de responsabilidade,
preocupação pelos demais, honradez,
autenticidade, sinceridade, espírito de serviço
etc.
• Temos que apresentar com convicção
as próprias inquietudes, comunicar as ideias.
“Se alguém lhes pede,
estejam sempre dispostos a dar explicações
sobre a esperança que vocês têm” (1Pd 3,15).
32. • É indispensável
que peçamos colaboração ou ajuda
para elaborar um plano de ação,
a fim de trabalhar juntos
na transformação ambiental.
• Quando, onde e a frequência
em que a PCF se reúne
deve ser determinada pelo grupo.
• De preferência,
não se deve reunir no local de trabalho,
quando isso puder marcá-lo
ou torná-lo alvo de antipatia dos demais.
33. • O que é mais importante:
a comunidade ou a reunião?
–A reunião é necessária,
mas a comunidade
é mais importante que a reunião.
• Como o Evangelho
desinstala e incomoda,
é a presença-testemunho,
a presença-fermento,
a presença-incômodo do grupo
que leva à transformação.
34. Textos bíblicos para iluminar
• Vamos colocar em comum
o resultado de nossas observações
sobre nosso ambiente,
lendo Romanos 1,28-31 e Romanos 12,9-13
• e, após a leitura, vamos analisar as causas
dos contrastes ou semelhanças,
entre as atitudes
que você observou em seu ambiente
e o que lemos na Carta aos Romanos.
36. O Cursilhista
como agente transformador
• No cursilho, o encontro do cursilhista
consigo mesmo e com Cristo
visa à conversão pessoal,
a transformação da própria pessoa.
• Nesse evento,
ele é investido e revestido da missão
de transformar os ambientes,
mesmo percebendo o tamanho do desafio.
37. • Logo após, os mais próximos dele,
familiares e colegas, percebem
as mudanças em suas atitudes.
• Então,
ele deve apresentar a razão disso,
a causa e o porquê da mudança,
sendo esse
o primeiro ato evangelizador
e o começo
de uma proposta transformadora.
38. • Desta forma, ele se torna
agente transformador
da sua própria pessoa
e da realidade familiar.
• Para se manter
em tal atitude evangelizadora,
deverá consolidar e aprofundar
o processo de conversão pessoal,
ativado pela compaixão de Cristo
para com ele.
40. A COMPAIXÃO
• Jesus aproximou-se das pessoas
movido pela compaixão.
• Qual compaixão?
–Não aquela motivada
por um sentido de pena e impotência,
mas sim pela participação na dor, no sofrimento
(como as dores de parto),
visando ao novo, ao crescimento,
sustentada pela esperança
e alicerçada na certeza de que Deus é fiel
e cumpre o que prometeu.
41. • É compaixão de caráter teológico-espiritual
e não, simplesmente, a manifestação
de um sentimento humano de pena.
• Esta se esgota rapidamente,
ao passo que aquela é fecunda e sustenta a fé.
• Compadecer é “sofrer com”, “padecer junto”.
• Ter compaixão é a virtude
de compartilhar o sofrimento do outro,
não significando aprovar suas razões,
sejam elas boas ou más.
42. • Ter compaixão é não ficar indiferente
frente ao sofrimento do outro;
é sentir-se como se estivesse
na situação e circunstâncias
experimentadas pela outra pessoa.
• Os textos:
Marcos 6,34;
Mateus 18,25-27.32-35;
Lucas 7,13-14; 10,33-35; 15,20-24 …
ajudam a entender
o que suscitou a compaixão de Jesus
e suas características.
43. Em primeiro lugar,
vemos que Jesus é movido pela compaixão,
quando percebe nas pessoas:
• A dor, o sofrimento
e a necessidade de devolver a elas
a saúde, a autoestima e a dignidade;
• A expectativa cheia de confiança das pessoas
manifestada na súplica
perseverante, persistente e corajosa;
• O peso causado pelos próprios erros
e a humilhação imposta
pela sociedade para com eles.
44. • A compaixão de Jesus pelo povo
se manifestava quando Ele percebia
que as pessoas estavam
cansadas e desanimadas,
perdidas e sem esperança.
• Jesus se comovia ao sentir
que, por faltar ao povo
um guia, um rumo,
as pessoas se sentiam
excluídas e marginalizadas.
45. • Então, a compaixão de Jesus era fruto
da proximidade dele com o povo,
caminhando junto com as pessoas,
deixando se tocar
e sentindo o sofrimento delas.
• Colocando-se junto,
Ele sentia que toda pessoa
era digna de nova chance,
de novas oportunidades.
46. A MISERICÓRDIA
• Em Jesus, a compaixão é associada
à ação inteligente e ativa da misericórdia.
• Com efeito, o termo significa “coração voltado
para o resgate do miserável”.
• Resgate que não é só perdão,
mas reintegração na dignidade
anteriormente desvalorizada,
como indica a parábola
do “pai e seus dois filhos” (Lc 15,11-32).
47. • Cristo, que conhece
as profundezas do amor do Pai,
nos revela o abismo
da misericórdia de “Deus,
rico em misericórdia,
pelo grande amor
com que nos amou” (Ef 2,4),
indo até o ponto de entregar
o seu próprio Filho.
48. • Tomar conhecimento desse abismo
é algo surpreendente.
• Por exemplo:
se você cai em um abismo
com profundidade de 10 m,
ele se coloca mais abaixo,
numa profundidade de 20 m, para te acolher,
sem julgar, sem reclamar, sem cobrar,
sem desvalorizar... e, assim, por diante.
• Jesus faz sua a vontade do Pai:
“Eu quero misericórdia (…)
vim para chamar os pecadores” (Mt 9,13).
49. • Misericórdia que abrange até os inimigos:
“Façam o bem aos que odeiam vocês.
Desejem o bem aos que os amaldiçoam
e rezem por aqueles que caluniam vocês (…)
sejam misericordiosos, como também
o Pai de vocês é misericordioso” (Lc 6,27-28.36).
• Assim, a condição de repletos do Espírito Santo
se manifesta em perseguir o objetivo da PCF
nos trilhos da compaixão-misericórdia.
• A lei do Espírito Santo, que é “Senhor que dá a vida”
(Credo), é a lei no interior da pessoa renovada
e transformada pela fé que permitiu experimentar,
em si mesma, a compaixão-miseriórdia de Cristo.
50. • É essa experiência prévia
que motiva, capacita e sustenta
a ação evangelizadora da PCF.
• Mais profunda é a experiência
e mais firme e determinada
é a vontade
de perseguir o objetivo,
a meta da PCF.
51. A resistência
e obstáculos humanos
ao seguimento e desenvolvimento
da compaixão-misericórdia
“Os desejos e instintos egoístas levam à morte
(…)
os que vivem segundo os instintos egoístas
não podem agradar a Deus (…)
Se vocês vivem segundo os instintos egoístas,
vocês morrerão”
(Rm 8,8.13).
52. A força dos obstáculos
e o crescimento da resistência
devem-se a diferentes fatores,
entre eles:
1. O medo do compromisso.
2. O prevalecer do comodismo.
3. O domínio do egocentrismo.
53. • ou seja, ter que rever os planos,
gastar o próprio tempo,
estar sujeito a exigências imprevisíveis,
receber respostas decepcionantes
e eventuais prejuízos financeiros…
• Outro tipo de medo é devido à insegurança
e ao fato de não saber como dar o primeiro passo,
de não saber por onde e como começar
ou da vergonha de testemunhar a própria fé.
• Outro medo, ainda,
é o de interferir na realidade do outro,
no sentido de “violentar” o outro;
de intervir naquilo que não nos diz respeito;
das eventuais reações de indiferença, rejeição
ou, até, violência.
1º) O medo do compromisso,
54. • por assumir
hábitos,
esquemas,
costumes sociais e culturais preestabelecidos
(“É assim mesmo!”…; “Todos fazem assim!”…;
“Todos são assim!”...; “Sempre foi assim!”…),
por falta de um pacto de fidelidade,
acostumados a falar e não assumir,
por aguardar que outros tomem a iniciativa.
2º) O prevalecer do comodismo
55. • manifestado na preocupação
em acumular bens materiais para si próprio,
no fechamento dos horizontes,
interesse e sensibilidade
nos âmbitos familiares e dos amigos,
na procura do prazer pelo prazer,
no colocar pessoas e eventos
ao próprio serviço
e ter sobre eles domínio e poder.
3º) O domínio do egocentrismo,
56. A compaixão-misericórdia
• é o fruto amadurecido de tudo
o que está sendo proposto neste retiro:
da qualidade da escuta,
da vitória sobre os medos,
da superação do egoísmo
para um “eu” sadio, aberto,
capaz de tornar próximo
as pessoas da PCF,
da determinação positiva
no seguimento de Cristo.
57. O método de trabalho
• A PCF é o broto do Reino,
é o germinar, o fazer crescer o Reino de Deus.
• O futuro de Deus já se torna próximo
pela atitude da pessoa guiada pelo Espírito Santo
e pela prática dos valores éticos
e, principalmente, os valores da partilha, da justiça,
solidariedade, sinceridade e fraternidade.
• Daí, o plano de ação
com o método “ver – julgar – agir – avaliar”.
58. Trabalho para os grupos
1. Cada um diga o que achou
mais importante nesta apresentação.
2. Que tal cada um assumir
alguma atitude concreta para começar
a influenciar seu ambiente?
Diga ao grupo.
3. Vamos pensar em coisas simples,
de fácil execução,
mas que vão ao encontro
às necessidades do ambiente.