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A EVOLUÇÃO DO OLHO HUMANO
Prof. Paulo Roberto
Biologia Diversa
O olho humano é um órgão incrível, capaz de detectar qualquer objeto a partir de
alguns fótons de luz, ou mudar o foco da tela que está à sua frente para o horizonte
distante em apenas três décimos de segundo.
Na verdade, as estruturas necessárias para tal flexibilidade incrível já foram
consideradas tão complexas que o próprio Charles Darwin reconheceu que a idéia de não
ter evoluído parecia absurdo no mais alto grau possível. ("... Absurd in the highest possible
degree."). E foi o que exatamente aconteceu com esta estrutura, a partir de mais de 500
milhões de anos atrás.
A história do olho humano começa com um ponto de luz simples, tal como
encontrado em organismos unicelulares, como a Euglena (Alga verde unicelular). Este é um
conjunto de proteínas sensíveis à luz ligada ao flagelo do organismo (stigma). Permite a
captação ambientes iluminados, facilitando a nutrição da célula.
Uma versão mais complexa deste ponto de luz pode ser encontrada no verme
platelminto, conhecido como planária. Sendo em formato de concha, que ao invés de um
plano, permite ao animal melhor percepção da luz incidente. Essa habilidade permite que a
planária se esconda em locais sombreados a fim de evitar ser predada.
Com o passar do tempo a estrutura ocular começou a sofrer invaginação, resultando
numa menor abertura na parte anterior da estrutura. Tal estrutura ficou conhecida como
"olho Pinhole". O resultado foi um grande aumento da resolução e a redução da distorção,
permitindo apenas que um feixe fino de luz penetrasse na estrutura ocular.
O Nautilus, um parente do polvo, usa esse olho pinhole para uma melhor resolução
de imagem e sensor direcional. Embora o olho pinhole permitisse a formação de imagens
simples, o passo fundamental para o olho como o conhecemos é o surgimento de uma
lente. Isto é pensado para ter evoluído através de células transparentes que cobrem a
abertura do olho para prevenir possíveis infecções e permitindo que o interior do olho
fosse preenchida com um fluído transparente que otimiza a sensibilidade à luz chamado
humor. Proteínas cristalinas que se formam na superfície criou uma estrutura que se
mostrou útil na focagem de luz num único ponto sobre a retina, a lente ou cristalino. É esta
lente que é a chave para a evolução do olho. Pois ao mudar sua curvatura, promove
alterações no sentido dos feixes luminosos permitindo a focalização de imagens próximas e
distantes.
Esta câmara com um orifício e uma lente serviu de base para o que viria a evoluir no
olho humano. Refinamentos que incluem um anel de cor, chamado íris, que controla a
quantidade de luz que entra no olho por meio de sua abertura (pupila), uma camada
exterior branca dura, conhecida como esclerótica (esclera), para manter a sua estrutura e
glândulas lacrimais que secretam um líquido protetor, a lágrima.
Mas igualmente importante à evolução do olho, foi a evolução do cérebro. Com a
expansão do córtex visual, localizado na região posterior ao olho, foi possível o
processamento de imagens mais nítidas e coloridas que estava recebendo. Sabemos agora
que, longe de ser uma obra-prima de design inteligente, nosso olho descobre traços de sua
evolução passo a passo.
Por exemplo, a retina humana é invertida, com células de detecção de luz viradas
para fora da abertura do olho. Isso resulta em um ponto cego onde o nervo óptico perfura a
retina para atingir a camada fotossensível na parte de trás. Os olhos dos cefalópodes (lulas
e polvos) evoluiram de forma independente, pois apresentam uma retina de frente, o que
lhes permite ver sem um ponto cego.
Outras criaturas possuem outras adaptações na estrutura ocular, Anableps, o
chamado peixe de quatro olhos, tem olhos divididos em duas seções para olhar de cima e
debaixo d'água, perfeito para detectar predadores e presas. Gatos, caçadores noturnos
classicamente, têm evoluído uma camada reflexiva maximizando a quantidade de luz que o
olho pode detectar, concedendo-lhes excelente visão noturna, bem como o seu brilho
característico. Estes são apenas alguns exemplos da diversidade enorme de olhos no reino
animal.
Então, se você poderia projetar um olho, você poderia fazê-lo de forma diferente?
Hoje, os médicos e os cientistas estão olhando para diferentes estruturas do olho para
ajudar a projetar implantes biomecânicos para a visão prejudicada. E em um futuro não tão
distante, as máquinas construídas com a precisão e flexibilidade do olho humano poderão
até nos permitir superar a própria evolução da estrutura.
BIOLOGIA DIVERSA, 2015.
PROF. PAULO ROBERTO
www.BIOLOGIADIVERSA.blogspot.com
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A evolução do olho humano

  • 1. A EVOLUÇÃO DO OLHO HUMANO Prof. Paulo Roberto Biologia Diversa O olho humano é um órgão incrível, capaz de detectar qualquer objeto a partir de alguns fótons de luz, ou mudar o foco da tela que está à sua frente para o horizonte distante em apenas três décimos de segundo. Na verdade, as estruturas necessárias para tal flexibilidade incrível já foram consideradas tão complexas que o próprio Charles Darwin reconheceu que a idéia de não ter evoluído parecia absurdo no mais alto grau possível. ("... Absurd in the highest possible degree."). E foi o que exatamente aconteceu com esta estrutura, a partir de mais de 500 milhões de anos atrás.
  • 2. A história do olho humano começa com um ponto de luz simples, tal como encontrado em organismos unicelulares, como a Euglena (Alga verde unicelular). Este é um conjunto de proteínas sensíveis à luz ligada ao flagelo do organismo (stigma). Permite a captação ambientes iluminados, facilitando a nutrição da célula. Uma versão mais complexa deste ponto de luz pode ser encontrada no verme platelminto, conhecido como planária. Sendo em formato de concha, que ao invés de um plano, permite ao animal melhor percepção da luz incidente. Essa habilidade permite que a planária se esconda em locais sombreados a fim de evitar ser predada.
  • 3. Com o passar do tempo a estrutura ocular começou a sofrer invaginação, resultando numa menor abertura na parte anterior da estrutura. Tal estrutura ficou conhecida como "olho Pinhole". O resultado foi um grande aumento da resolução e a redução da distorção, permitindo apenas que um feixe fino de luz penetrasse na estrutura ocular.
  • 4. O Nautilus, um parente do polvo, usa esse olho pinhole para uma melhor resolução de imagem e sensor direcional. Embora o olho pinhole permitisse a formação de imagens simples, o passo fundamental para o olho como o conhecemos é o surgimento de uma lente. Isto é pensado para ter evoluído através de células transparentes que cobrem a abertura do olho para prevenir possíveis infecções e permitindo que o interior do olho fosse preenchida com um fluído transparente que otimiza a sensibilidade à luz chamado humor. Proteínas cristalinas que se formam na superfície criou uma estrutura que se mostrou útil na focagem de luz num único ponto sobre a retina, a lente ou cristalino. É esta lente que é a chave para a evolução do olho. Pois ao mudar sua curvatura, promove alterações no sentido dos feixes luminosos permitindo a focalização de imagens próximas e distantes. Esta câmara com um orifício e uma lente serviu de base para o que viria a evoluir no olho humano. Refinamentos que incluem um anel de cor, chamado íris, que controla a
  • 5. quantidade de luz que entra no olho por meio de sua abertura (pupila), uma camada exterior branca dura, conhecida como esclerótica (esclera), para manter a sua estrutura e glândulas lacrimais que secretam um líquido protetor, a lágrima. Mas igualmente importante à evolução do olho, foi a evolução do cérebro. Com a expansão do córtex visual, localizado na região posterior ao olho, foi possível o processamento de imagens mais nítidas e coloridas que estava recebendo. Sabemos agora que, longe de ser uma obra-prima de design inteligente, nosso olho descobre traços de sua evolução passo a passo.
  • 6. Por exemplo, a retina humana é invertida, com células de detecção de luz viradas para fora da abertura do olho. Isso resulta em um ponto cego onde o nervo óptico perfura a retina para atingir a camada fotossensível na parte de trás. Os olhos dos cefalópodes (lulas e polvos) evoluiram de forma independente, pois apresentam uma retina de frente, o que lhes permite ver sem um ponto cego.
  • 7. Outras criaturas possuem outras adaptações na estrutura ocular, Anableps, o chamado peixe de quatro olhos, tem olhos divididos em duas seções para olhar de cima e debaixo d'água, perfeito para detectar predadores e presas. Gatos, caçadores noturnos classicamente, têm evoluído uma camada reflexiva maximizando a quantidade de luz que o olho pode detectar, concedendo-lhes excelente visão noturna, bem como o seu brilho característico. Estes são apenas alguns exemplos da diversidade enorme de olhos no reino animal.
  • 8. Então, se você poderia projetar um olho, você poderia fazê-lo de forma diferente? Hoje, os médicos e os cientistas estão olhando para diferentes estruturas do olho para ajudar a projetar implantes biomecânicos para a visão prejudicada. E em um futuro não tão distante, as máquinas construídas com a precisão e flexibilidade do olho humano poderão até nos permitir superar a própria evolução da estrutura. BIOLOGIA DIVERSA, 2015. PROF. PAULO ROBERTO www.BIOLOGIADIVERSA.blogspot.com Facebook.com/biologiadiversa