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ASSUNTO
                         em pauta




                                                                      A tecnologia
                                                                      e o futuro
Oleg Zhevelev




                                                                      da educação:
                                                                      um olhar
                                                                      neurocientífico
                                                                      I magina r como s erá no s s o f u-
                                                                      turo é s empre um t ra ba lho á r-
                                                                      duo e inva riavelmente impreciso.
                                                                      Ent ret a nto, e m u m a s oci e d a d e
                                                                      a l t a m e nte te c n o c r át i c a , te nt a r
                                                                      compre ender o s efe ito s que a s
                                                                      cr iatura s de s ilício exercem s o -
                                                                      bre seus me stre s de ca rbono se
                                                                      tor na cada vez ma i s imp or ta nte.

                                                                                 P o r B i l ly E . M . N a s c i M E N t o




       112
                R   e v i s t a   d a   e s P M –   setembro/outubro de   2011
interessantes para entendermos e refletirmos




o
D
                                                     sobre o futuro da escola e da educação no novo
           e fato estamos vivendo em um tempo        mundo digital.
           onde tudo envolve tecnologia, interfa-    Em um artigo escrito na revista Neuron de se-
           ces, comunicação e informação. A todo     tembro de 2010 por Dephne Bavelier, C. Shawn
instante interagimos com estas máquinas que          Gree e Matthew W. G. Dye, pesquisadores nas
se dispõem a nos prestar tarefas subservientes       Universidades de Rochester, Minnesota e Illinois,
embaladas em promessas de um mundo melhor.           respectivamente, os autores discorrem sobre a
Mas qual será o efeito das tecnologias sobre nossa   importância de avaliarmos as respostas cerebrais
forma de pensar? Como nosso cérebro reage a          dentro de um contexto adequado, em relação ao
esse crescente número de interfaces tecnológicas     uso de tecnologias. O paralelo que os autores
que nos afastam, de maneira contundente, da          fazem sobre as perguntas que devem ser feitas
Savana Original?                                     com relação à influência da tecnologia no cérebro
Os efeitos da tecnologia sobre nossa forma de        é o mesmo que fazemos sobre a influência da
pensar e educar promovem uma reflexão sobre          alimentação em nosso estado físico.
o próprio papel da educação em nossa socieda-        Se nos fizéssemos essa pergunta, compreendería-
de. É notória a origem industrialista da escola,     mos que a qualidade e quantidade são essenciais
assim como a conhecemos, com suas divisões de        para verificarmos os impactos da alimentação na
classes, normatização de aprendizado, horários       saúde. O mesmo poderia ser dito sobre a tecnolo-
rigidamente cronometrados e a sirene fabril para     gia. Entender sua influência é tentar compreender,
as trocas de turno. Concebida em um contexto         do ponto de vista qualitativo, (qual tipo de tec-
de profunda mudança promovida pela Revolução         nologia e conteúdo), e quantitativo (quantidade
Industrial, a escola contemporânea tinha objetivos   do tipo de conteúdo que eu absorvo), como o
claros de educar segundo uma nova forma de con-      nosso cérebro funciona e se altera quando somos
ceber o mundo, seguindo os preceitos da fábrica.     expostos às mídias digitais.
Entender os efeitos das novas tecnologias em         Estudos sobre a influência da tecnologia na edu-
nosso cérebro, e como elas podem interferir com      cação se aplicam a qualquer tipo de interface ligada
a educação, passa pela compreensão da nova           ao consumo de informação e entretenimento.
revolução imposta nos últimos anos, a Revolução      Uma das mais antigas tecnologias que influen-
da Tecnologia da Informação e Comunicação.
A escola do futuro será aquela que melhor se
adaptar a esta nova forma de mundo, permitindo
o desenvolvimento das potencialidades que hoje
são mandatórias. Grande parte da nossa crítica ou
aprovação para um novo mundo de possibilidades
tecnológicas passa pela compreensão da quebra
de paradigmas que a civilização humana promove
hoje. A fábrica morreu, e ainda estamos tentando
entender quem é sua herdeira.

Enquanto ciências neófitas, as neurociências fo-
ram constituídas também em um contexto de pro-           Podemos definir o conceito de interface como o conjunto
funda mudança, graças às descobertas de como o           de meios planejadamente dispostos, sejam eles físicos
                                                         ou lógicos, com vista à adaptação entre dois sistemas,
cérebro funciona. É justamente a possibilidade de
                                                         cujo objeto final possui características de ambos. O
verificarmos alterações ou mesmo promovermos             conceito pode ser exemplificado por um relógio, cujo fim
intencionalmente mudanças no cérebro, que faz            é contar um tempo, e uma dinamite, cujo fim é causar
das neurociências uma das ferramentas mais               uma explosão. Após a adaptação dos sistemas, ou após
                                                         interfaceados, o usuário obterá um sistema conjugado
                                                         cujo fim é causar uma explosão num tempo determinado.



                                                                                                                                           113
                                                                        setembro/outubro de       2011 – R   e v i s t a   d a   e s P M
} A e scola do f uturo s erá aque la que me lhor
                                    se ada pta r a e sta nova for ma de mundo, p er-
                                    mitindo o desenvolvimento das potencialidades
                                    que hoje s ão ma ndatór ia s .~

                                    ciou muitas gerações e inventou toda uma nova        tecnologia na educação tem muito mais a ver com
                                    forma de comunicar foi a televisão. Grandes de-      o conteúdo transmitido, que pelo meio de comu-
                                    bates já se desenvolveram para mostrar o poder       nicação em si. Dessa maneira, não seria a televisão
                                    da televisão de afetar a capacidade de aprendi-      uma grande vilã para o processo de aprendizado,
                                    zado de crianças. Mas estaria isso ocorrendo         e sim o conteúdo transmitido. A grande diferença
                                    somente pela forma de apresentar informação          encontrada entre os programas que aumentam as
                                    ou o conteúdo também poderia influenciar o           capacidades cognitivas das crianças é a interação
                                    desenvolvimento cognitivo de crianças?               que eles provocam, estimulando a participação
                                                                                         por meio de perguntas e pausas programadas
                                    Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania
                                                                                         para as crianças responderem.
                                    e Kansas estudaram crianças que assistiam a pro-
                                    gramas infantis como Teletubbies, Vila Sésamo e      A influência do conteúdo de mídia para o desenvol-
                                    Dora a Aventureira. O resultado indicou que as       vimento psicológico e educacional sempre foi muito
                                    crianças de dois anos que assistiam ao Telletu-      debatido, principalmente para produtos de entreteni-
                                    bies tinham menos vocabulário comparado com          mento, como os videogames. Estudos mostram que
                                    programas infantis mais participativos, como Vila    94% dos videogames classificados para adolescentes
                                    Sésamo e Dora a Aventureira (veiculado aqui no       contêm algum tipo de violência (Haninger et al.
                                    Brasil pelo Canal Cultura) (Linebarger Walker        2004). Muito já foi dito sobre a relação entre o con-
                                    2005). Vila Sésamo, que começou a ser veiculado      sumo de videogames violentos e o desenvolvimento
                                    nos EUA na década de 60, já foi associado a diver-   de comportamentos agressivos. Alguns trabalhos
                                    sos benefícios para as crianças, como preparo es-    científicos já mostraram a relação entre a exposição
                                    colar, tamanho do vocabulário e habilidades com      a conteúdos de violência e tendências antissociais
                                    números (Zill et al., 1994; Fisch Truglio, 2001).    (Huesmann, 2009), porém esse assunto não é total-
                                    Essas evidências demonstram que a influência da      mente esclarecido. Outros estudos já encontraram a
                                                                                         ausência de efeitos para comportamentos agressivos
                                                                                         quando adolescentes são expostos a conteúdos de
                                                                                         violência (Fergunson CJ, 2007).

                                                                                         Outro problema que se origina a partir do contato
                                                                                         com essas interfaces tecnológicas é a dependência.
                                          A utilização de ferramentas neurocientíficas
                                                                                         Mesmo que ainda não tenha sido classificado
                                          em pesquisas de comportamento de con-          como transtorno psiquiátrico, o vício de internet,
                                          sumo vem sendo adotada pelas principais        por exemplo, pode assolar 2% dos jovens (Johans-
                                          corporações ao redor do mundo. Utilizando      son; Götestam, 2004). Casos pavorosos como um
                                          eletrodos, fios, géis ou mesmo máquinas que
                                          custam 3 milhões de dólares, estas empresas    casal coreano que deixou seu bebê de três meses
                                          coletam informações preciosas sobre a ativi-   morrer de fome após ficar mais de 12 horas num
                                          dade cerebral e corporal de consumidores       cyber-café criando uma criança virtual em um
                                          quando são expostos à propaganda, produtos
                                                                                         jogo de RPG chamado “Prius On-line” chamam
                                          ou embalagens.




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      R   e v i s t a   d a   e s P M –   setembro/outubro de       2011
As novas tecnologias de comuni-
                                                                                                 cação oferecem uma infraestrutura
a atenção sobre o poder que a tecnologia tem de                                                  que nos permite a interação em
favorecer o aparecimento de transtornos ligados à                                                rede de seus integrantes. Todo
dependência. Circuitos cerebrais frontoestriatais,                                               esse processo acabou por criar um
                                                                                                 novo paradigma, onde a informa-
ativados em comportamentos de dependência, são                                                   ção é a matéria-prima. A tecnologia
ativados quando adolescentes jogam videoga-                                                      passa, assim, a permear toda
mes (Koepp et al. 1998), o que pode explicar o                                                   a atividade humana, aplicando
desenvolvimento de comportamentos aditivos.                                                      sua lógica de redes em qualquer
                                                                                                 sistema ou conjunto de relações.
Embora esses estudos demonstrem o poder
devastador que a tecnologia pode ter sobre
crianças e adolescentes, vemos uma relação
que é muito mais pautada no conteúdo do
que da mídia em si. De fato outros trabalhos               o controle do jogo quanto para a monitoração
já mostraram melhoras no processamento                     do desempenho. Esse novo nível de informação
visuoespacial e cognitivo de adolescentes que              disponível pode ser utilizado pelos professores
utilizavam videogames de ação, por exemplo.                como uma ferramenta extremamente poderosa
(Green; Bavelier, 2008).                                   para o desenvolvimento pedagógico do aluno,
E se a neurociência é utilizada para tentarmos             permitindo um controle personalizado das com-
entender o poder das mídias e da tecnologia                petências e dificuldades do estudante.
que utilizamos hoje, o que dizer das novas for-            O que dizer então das possibilidades de implantes
mas de interação cérebro-máquina que serão                 cerebrais, os chamados neurochips, que poderão
possíveis no futuro?                                       interagir diretamente com a estrutura neuronal
Diversas empresas estão criando as novas for-              para facilitar o processamento cognitivo? Os
mas de entretenimento que utilizarão o poder               implantes cerebrais hoje são utilizados para tra-
da leitura da informação cerebral para gerar               tamento de doenças neurológicas e psiquiátricas,
jogos, brinquedos e conteúdos controlados                  porém evidências já começam a mostrar que
diretamente pelo cérebro.                                  essa influência direta no cérebro pode ajudar a
                                                           melhorar as capacidades humanas. Cientistas da
Essa indústria neurotecnológica, hoje, se baseia           University of Southern California conseguiram
primariamente na decodificação da atividade                mostrar, por exemplo, como um implante de uma
elétrica do cérebro, que pode ser captada e
                                                           prótese neuronal pode melhorar a capacidade de
transformada em informação para o controle de
                                                           memória em ratos (Berger et al. 2011).
diversas atividades. O uso dessa tecnologia para
a educação pode ser visto no desenvolvimento               Seja pelo uso intenso da comunicação, por meio
de aplicativos neuroeducacionais desenvolvidos             de interfaces digitais, seja por influência direta
por empresas como a Neurosky Inc. e Advanced               no cérebro, a tecnologia está nos levando a um
Brain Monitoring Inc, por exemplo.                         patamar nunca antes visto. O extremo controle
                                                           sobre as bases da natureza humana poderão
Essas tecnologias têm como base a captura do si-
                                                           modificar de maneira contundente a forma como
nal eletroencefalográfico que, após ser processado
                                                           enxergamos a sociedade e as relações humanas.
e traduzido, pode auxiliar crianças e adolescentes
a realizarem tarefas, geralmente jogos que, em             Isso obviamente afetará a forma como entende-
última instância, podem ter objetivos educacio-            mos o papel da educação. O aprendizado poderá
nais. Os dados cerebrais são utilizados tanto para         ser feito utilizando-se todo o conhecimento
                                                           gerado por meio dessas novas interfaces tecno-
                                                           lógicas. Iniciativas como a School of One (www.
                                                           ev
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                                                          gZ




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                                                            Ole
schoolofone.org), que utiliza tecnologia para
                                    oferecer uma nova forma de conceber o ensino,
                                    alterarão o modo e a essência do que hoje somos
                                    levados a aprender. A School of One trabalha
                                                                                          BIBLIOGRAFIA
                                    com algoritmos que identificam as dificuldades
                                    e potencialidades dos alunos, auxiliando na           BAVELIER D, GREEN C. S, DYE M. W, Children, wired: for
                                    elaboração de conteúdo apropriado para cada           better and for worse. Neuron. 2010 Sep 9;67(5):692-701.
                                    estudante, que aprende em diversas formas, seja       BERGER T. W, HAMPSON R.E, SONG D, GOONAWARDE-
                                    com o professor, com os colegas ou interagindo        NA A, MARMARELIS V. Z, DEADWYLER S. A, A cortical
                                    com interfaces computacionais.                        neural prosthesis for restoring and enhancing memory.
                                                                                          J. Neural Eng. 2011 Aug;8(4):046017. Epub 2011 Jun 15.
                                    O conhecimento sobre como o cérebro funciona
                                    tem permitido uma nova dimensão para repen-           FERGUSON C.J, Evidence for publication bias in video
                                                                                          game violence effects literature: a meta-analytic review.
                                    sarmos o modo como funciona o aprendizado e
                                                                                          Aggress. Violent. Behav. 12 (2007), pp. 470–482.
                                    como os aparatos tecnológicos permitirão a cons-
                                    trução de uma escola melhor. Interfaces digitais      FISCH S and TRUGLIO R, Editors, “G” is for “growing”:
                                    para comunicação e informação aliados a neu-          thirty years of Sesame Street research, Lawrence Erl-
                                    rochips, poderão, em um futuro não tão distante,      baum, Mahwah, NJ (2001).

                                    alterar a maneira como concebemos a educação.         GREEN C.S, and BAVELIER D. Exercising your brain: a
                                                                                          review of human brain plasticity and training-induced
                                    Mas a maior transformação virá da revolução           learning. Psychol. Aging 23 (2008), pp. 692–701.
                                    do modelo de educação. Questionamentos
                                                                                          HANINGER K. and THOMPSON K. M, Content and ratings
                                    que hoje são recorrentes, como a redução
                                                                                          of teen-rated video games. JAMA (2004), 291, 856–865.
                                    da capacidade de utilizar a memória factual,
                                    graças à internet ou à dificuldade encontrada         HUESMANN L. R, The impact of electronic media violen-
                                    por crianças e adolescentes em escrever com           ce: scientific theory and research. J. Adolesc. Health 41
                                    papel e caneta, deixarão de existir, pois uma         (2009), pp. S6–S13.

                                    nova maneira de entender as capacidades               JOHANSSON A. and GÖTESTAM K. G, Internet addiction:
                                    humanas será gerada. Passaremos pelo                  characteristics of a questionnaire and prevalence in
                                    mesmo processo enfrentado nas revoluções              Norwegian youth (12-18 years) . Scand. J. Psychol. 45
                                    que introduziram a escrita ou a imprensa              (2004), pp. 223–229.
                                    mecânica. O que hoje é valorizado deixará de          KOEPP M. J, GUNN R. N, LAWRENCE A. D, CUNNINGHAM
                                    ser, e aquilo que ainda não é estimulado será         V. J, DAGHER A, JONES T, BROOKS D. J, BENCH C. J and
                                    cada vez mais necessário. No fim, teremos a           GRASBY P. M, Evidence for striatal dopamine release
                                    tecnologia ocupando um lugar cada vez mais            during a video game. Nature 393 (1998), pp. 266–268.
                                    importante em relação ao ambiente em que              LINERBARGER D, WALKER D, Infants’ and toddlers’
                                    vivemos. Mesmo sem saber como será esse               television viewing and language outcomes. American
                                    novo futuro, temos certeza de que ele será            Behavioral Scientist. January 2005 vol. 48 no. 5 624-645.
                                    completamente diferente do que hoje temos             SCHMIDT M. E, RICH M, RIFAS-SHIMAN S. L, OKEN E.
                                    de padrão. Seja bem-vindo, amanhã.         ESPM
                                                                                          and TAVERAS E. M, Television viewing in infancy and
                                                                                          child cognition at 3 years of age in a US cohort. Pediatrics
                                                                                          123 (2009), pp. e370–e375.
                                           BILLY E. M. NASCIMENTO                         ZILL N, DAVIES E. and DALY M, Viewing of Sesame
                                           Diretor Executivo Forebrain Neurotecnologia.
                                                                                          Street by pre-school children in the United States and
                                                                                          its relation to school readiness. Westat, Inc., Rockville,
                                                                                          MD (1994).




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      R   e v i s t a   d a   e s P M –   setembro/outubro de     2011

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A tecnologia e o futuro da educação: um olhar neurocientífico

  • 1. ASSUNTO em pauta A tecnologia e o futuro Oleg Zhevelev da educação: um olhar neurocientífico I magina r como s erá no s s o f u- turo é s empre um t ra ba lho á r- duo e inva riavelmente impreciso. Ent ret a nto, e m u m a s oci e d a d e a l t a m e nte te c n o c r át i c a , te nt a r compre ender o s efe ito s que a s cr iatura s de s ilício exercem s o - bre seus me stre s de ca rbono se tor na cada vez ma i s imp or ta nte. P o r B i l ly E . M . N a s c i M E N t o 112 R e v i s t a d a e s P M – setembro/outubro de 2011
  • 2. interessantes para entendermos e refletirmos o D sobre o futuro da escola e da educação no novo e fato estamos vivendo em um tempo mundo digital. onde tudo envolve tecnologia, interfa- Em um artigo escrito na revista Neuron de se- ces, comunicação e informação. A todo tembro de 2010 por Dephne Bavelier, C. Shawn instante interagimos com estas máquinas que Gree e Matthew W. G. Dye, pesquisadores nas se dispõem a nos prestar tarefas subservientes Universidades de Rochester, Minnesota e Illinois, embaladas em promessas de um mundo melhor. respectivamente, os autores discorrem sobre a Mas qual será o efeito das tecnologias sobre nossa importância de avaliarmos as respostas cerebrais forma de pensar? Como nosso cérebro reage a dentro de um contexto adequado, em relação ao esse crescente número de interfaces tecnológicas uso de tecnologias. O paralelo que os autores que nos afastam, de maneira contundente, da fazem sobre as perguntas que devem ser feitas Savana Original? com relação à influência da tecnologia no cérebro Os efeitos da tecnologia sobre nossa forma de é o mesmo que fazemos sobre a influência da pensar e educar promovem uma reflexão sobre alimentação em nosso estado físico. o próprio papel da educação em nossa socieda- Se nos fizéssemos essa pergunta, compreendería- de. É notória a origem industrialista da escola, mos que a qualidade e quantidade são essenciais assim como a conhecemos, com suas divisões de para verificarmos os impactos da alimentação na classes, normatização de aprendizado, horários saúde. O mesmo poderia ser dito sobre a tecnolo- rigidamente cronometrados e a sirene fabril para gia. Entender sua influência é tentar compreender, as trocas de turno. Concebida em um contexto do ponto de vista qualitativo, (qual tipo de tec- de profunda mudança promovida pela Revolução nologia e conteúdo), e quantitativo (quantidade Industrial, a escola contemporânea tinha objetivos do tipo de conteúdo que eu absorvo), como o claros de educar segundo uma nova forma de con- nosso cérebro funciona e se altera quando somos ceber o mundo, seguindo os preceitos da fábrica. expostos às mídias digitais. Entender os efeitos das novas tecnologias em Estudos sobre a influência da tecnologia na edu- nosso cérebro, e como elas podem interferir com cação se aplicam a qualquer tipo de interface ligada a educação, passa pela compreensão da nova ao consumo de informação e entretenimento. revolução imposta nos últimos anos, a Revolução Uma das mais antigas tecnologias que influen- da Tecnologia da Informação e Comunicação. A escola do futuro será aquela que melhor se adaptar a esta nova forma de mundo, permitindo o desenvolvimento das potencialidades que hoje são mandatórias. Grande parte da nossa crítica ou aprovação para um novo mundo de possibilidades tecnológicas passa pela compreensão da quebra de paradigmas que a civilização humana promove hoje. A fábrica morreu, e ainda estamos tentando entender quem é sua herdeira. Enquanto ciências neófitas, as neurociências fo- ram constituídas também em um contexto de pro- Podemos definir o conceito de interface como o conjunto funda mudança, graças às descobertas de como o de meios planejadamente dispostos, sejam eles físicos ou lógicos, com vista à adaptação entre dois sistemas, cérebro funciona. É justamente a possibilidade de cujo objeto final possui características de ambos. O verificarmos alterações ou mesmo promovermos conceito pode ser exemplificado por um relógio, cujo fim intencionalmente mudanças no cérebro, que faz é contar um tempo, e uma dinamite, cujo fim é causar das neurociências uma das ferramentas mais uma explosão. Após a adaptação dos sistemas, ou após interfaceados, o usuário obterá um sistema conjugado cujo fim é causar uma explosão num tempo determinado. 113 setembro/outubro de 2011 – R e v i s t a d a e s P M
  • 3. } A e scola do f uturo s erá aque la que me lhor se ada pta r a e sta nova for ma de mundo, p er- mitindo o desenvolvimento das potencialidades que hoje s ão ma ndatór ia s .~ ciou muitas gerações e inventou toda uma nova tecnologia na educação tem muito mais a ver com forma de comunicar foi a televisão. Grandes de- o conteúdo transmitido, que pelo meio de comu- bates já se desenvolveram para mostrar o poder nicação em si. Dessa maneira, não seria a televisão da televisão de afetar a capacidade de aprendi- uma grande vilã para o processo de aprendizado, zado de crianças. Mas estaria isso ocorrendo e sim o conteúdo transmitido. A grande diferença somente pela forma de apresentar informação encontrada entre os programas que aumentam as ou o conteúdo também poderia influenciar o capacidades cognitivas das crianças é a interação desenvolvimento cognitivo de crianças? que eles provocam, estimulando a participação por meio de perguntas e pausas programadas Pesquisadores da Universidade da Pennsylvania para as crianças responderem. e Kansas estudaram crianças que assistiam a pro- gramas infantis como Teletubbies, Vila Sésamo e A influência do conteúdo de mídia para o desenvol- Dora a Aventureira. O resultado indicou que as vimento psicológico e educacional sempre foi muito crianças de dois anos que assistiam ao Telletu- debatido, principalmente para produtos de entreteni- bies tinham menos vocabulário comparado com mento, como os videogames. Estudos mostram que programas infantis mais participativos, como Vila 94% dos videogames classificados para adolescentes Sésamo e Dora a Aventureira (veiculado aqui no contêm algum tipo de violência (Haninger et al. Brasil pelo Canal Cultura) (Linebarger Walker 2004). Muito já foi dito sobre a relação entre o con- 2005). Vila Sésamo, que começou a ser veiculado sumo de videogames violentos e o desenvolvimento nos EUA na década de 60, já foi associado a diver- de comportamentos agressivos. Alguns trabalhos sos benefícios para as crianças, como preparo es- científicos já mostraram a relação entre a exposição colar, tamanho do vocabulário e habilidades com a conteúdos de violência e tendências antissociais números (Zill et al., 1994; Fisch Truglio, 2001). (Huesmann, 2009), porém esse assunto não é total- Essas evidências demonstram que a influência da mente esclarecido. Outros estudos já encontraram a ausência de efeitos para comportamentos agressivos quando adolescentes são expostos a conteúdos de violência (Fergunson CJ, 2007). Outro problema que se origina a partir do contato com essas interfaces tecnológicas é a dependência. A utilização de ferramentas neurocientíficas Mesmo que ainda não tenha sido classificado em pesquisas de comportamento de con- como transtorno psiquiátrico, o vício de internet, sumo vem sendo adotada pelas principais por exemplo, pode assolar 2% dos jovens (Johans- corporações ao redor do mundo. Utilizando son; Götestam, 2004). Casos pavorosos como um eletrodos, fios, géis ou mesmo máquinas que custam 3 milhões de dólares, estas empresas casal coreano que deixou seu bebê de três meses coletam informações preciosas sobre a ativi- morrer de fome após ficar mais de 12 horas num dade cerebral e corporal de consumidores cyber-café criando uma criança virtual em um quando são expostos à propaganda, produtos jogo de RPG chamado “Prius On-line” chamam ou embalagens. 114 R e v i s t a d a e s P M – setembro/outubro de 2011
  • 4. As novas tecnologias de comuni- cação oferecem uma infraestrutura a atenção sobre o poder que a tecnologia tem de que nos permite a interação em favorecer o aparecimento de transtornos ligados à rede de seus integrantes. Todo dependência. Circuitos cerebrais frontoestriatais, esse processo acabou por criar um novo paradigma, onde a informa- ativados em comportamentos de dependência, são ção é a matéria-prima. A tecnologia ativados quando adolescentes jogam videoga- passa, assim, a permear toda mes (Koepp et al. 1998), o que pode explicar o a atividade humana, aplicando desenvolvimento de comportamentos aditivos. sua lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de relações. Embora esses estudos demonstrem o poder devastador que a tecnologia pode ter sobre crianças e adolescentes, vemos uma relação que é muito mais pautada no conteúdo do que da mídia em si. De fato outros trabalhos o controle do jogo quanto para a monitoração já mostraram melhoras no processamento do desempenho. Esse novo nível de informação visuoespacial e cognitivo de adolescentes que disponível pode ser utilizado pelos professores utilizavam videogames de ação, por exemplo. como uma ferramenta extremamente poderosa (Green; Bavelier, 2008). para o desenvolvimento pedagógico do aluno, E se a neurociência é utilizada para tentarmos permitindo um controle personalizado das com- entender o poder das mídias e da tecnologia petências e dificuldades do estudante. que utilizamos hoje, o que dizer das novas for- O que dizer então das possibilidades de implantes mas de interação cérebro-máquina que serão cerebrais, os chamados neurochips, que poderão possíveis no futuro? interagir diretamente com a estrutura neuronal Diversas empresas estão criando as novas for- para facilitar o processamento cognitivo? Os mas de entretenimento que utilizarão o poder implantes cerebrais hoje são utilizados para tra- da leitura da informação cerebral para gerar tamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, jogos, brinquedos e conteúdos controlados porém evidências já começam a mostrar que diretamente pelo cérebro. essa influência direta no cérebro pode ajudar a melhorar as capacidades humanas. Cientistas da Essa indústria neurotecnológica, hoje, se baseia University of Southern California conseguiram primariamente na decodificação da atividade mostrar, por exemplo, como um implante de uma elétrica do cérebro, que pode ser captada e prótese neuronal pode melhorar a capacidade de transformada em informação para o controle de memória em ratos (Berger et al. 2011). diversas atividades. O uso dessa tecnologia para a educação pode ser visto no desenvolvimento Seja pelo uso intenso da comunicação, por meio de aplicativos neuroeducacionais desenvolvidos de interfaces digitais, seja por influência direta por empresas como a Neurosky Inc. e Advanced no cérebro, a tecnologia está nos levando a um Brain Monitoring Inc, por exemplo. patamar nunca antes visto. O extremo controle sobre as bases da natureza humana poderão Essas tecnologias têm como base a captura do si- modificar de maneira contundente a forma como nal eletroencefalográfico que, após ser processado enxergamos a sociedade e as relações humanas. e traduzido, pode auxiliar crianças e adolescentes a realizarem tarefas, geralmente jogos que, em Isso obviamente afetará a forma como entende- última instância, podem ter objetivos educacio- mos o papel da educação. O aprendizado poderá nais. Os dados cerebrais são utilizados tanto para ser feito utilizando-se todo o conhecimento gerado por meio dessas novas interfaces tecno- lógicas. Iniciativas como a School of One (www. ev vel he 115 setembro/outubro de 2011 – R e s P M gZ e v i s t a d a Ole
  • 5. schoolofone.org), que utiliza tecnologia para oferecer uma nova forma de conceber o ensino, alterarão o modo e a essência do que hoje somos levados a aprender. A School of One trabalha BIBLIOGRAFIA com algoritmos que identificam as dificuldades e potencialidades dos alunos, auxiliando na BAVELIER D, GREEN C. S, DYE M. W, Children, wired: for elaboração de conteúdo apropriado para cada better and for worse. Neuron. 2010 Sep 9;67(5):692-701. estudante, que aprende em diversas formas, seja BERGER T. W, HAMPSON R.E, SONG D, GOONAWARDE- com o professor, com os colegas ou interagindo NA A, MARMARELIS V. Z, DEADWYLER S. A, A cortical com interfaces computacionais. neural prosthesis for restoring and enhancing memory. J. Neural Eng. 2011 Aug;8(4):046017. Epub 2011 Jun 15. O conhecimento sobre como o cérebro funciona tem permitido uma nova dimensão para repen- FERGUSON C.J, Evidence for publication bias in video game violence effects literature: a meta-analytic review. sarmos o modo como funciona o aprendizado e Aggress. Violent. Behav. 12 (2007), pp. 470–482. como os aparatos tecnológicos permitirão a cons- trução de uma escola melhor. Interfaces digitais FISCH S and TRUGLIO R, Editors, “G” is for “growing”: para comunicação e informação aliados a neu- thirty years of Sesame Street research, Lawrence Erl- rochips, poderão, em um futuro não tão distante, baum, Mahwah, NJ (2001). alterar a maneira como concebemos a educação. GREEN C.S, and BAVELIER D. Exercising your brain: a review of human brain plasticity and training-induced Mas a maior transformação virá da revolução learning. Psychol. Aging 23 (2008), pp. 692–701. do modelo de educação. Questionamentos HANINGER K. and THOMPSON K. M, Content and ratings que hoje são recorrentes, como a redução of teen-rated video games. JAMA (2004), 291, 856–865. da capacidade de utilizar a memória factual, graças à internet ou à dificuldade encontrada HUESMANN L. R, The impact of electronic media violen- por crianças e adolescentes em escrever com ce: scientific theory and research. J. Adolesc. Health 41 papel e caneta, deixarão de existir, pois uma (2009), pp. S6–S13. nova maneira de entender as capacidades JOHANSSON A. and GÖTESTAM K. G, Internet addiction: humanas será gerada. Passaremos pelo characteristics of a questionnaire and prevalence in mesmo processo enfrentado nas revoluções Norwegian youth (12-18 years) . Scand. J. Psychol. 45 que introduziram a escrita ou a imprensa (2004), pp. 223–229. mecânica. O que hoje é valorizado deixará de KOEPP M. J, GUNN R. N, LAWRENCE A. D, CUNNINGHAM ser, e aquilo que ainda não é estimulado será V. J, DAGHER A, JONES T, BROOKS D. J, BENCH C. J and cada vez mais necessário. No fim, teremos a GRASBY P. M, Evidence for striatal dopamine release tecnologia ocupando um lugar cada vez mais during a video game. Nature 393 (1998), pp. 266–268. importante em relação ao ambiente em que LINERBARGER D, WALKER D, Infants’ and toddlers’ vivemos. Mesmo sem saber como será esse television viewing and language outcomes. American novo futuro, temos certeza de que ele será Behavioral Scientist. January 2005 vol. 48 no. 5 624-645. completamente diferente do que hoje temos SCHMIDT M. E, RICH M, RIFAS-SHIMAN S. L, OKEN E. de padrão. Seja bem-vindo, amanhã. ESPM and TAVERAS E. M, Television viewing in infancy and child cognition at 3 years of age in a US cohort. Pediatrics 123 (2009), pp. e370–e375. BILLY E. M. NASCIMENTO ZILL N, DAVIES E. and DALY M, Viewing of Sesame Diretor Executivo Forebrain Neurotecnologia. Street by pre-school children in the United States and its relation to school readiness. Westat, Inc., Rockville, MD (1994). 116 R e v i s t a d a e s P M – setembro/outubro de 2011