[1] O documento discute como a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) pode ser usada para inovar sistemas de saúde e ensino ao fornecer uma linguagem comum, abordagem biopsicossocial e visão holística da saúde. [2] A CIF pode transformar o ensino ao promover o aprendizado interprofissional e centrado no paciente e reformar instituições ao integrar serviços de saúde e outras áreas. [3] Sistemas de saúde podem ser reformados
Fundamentos da Competencia de Profissionais da Saúde no Século XXI
A CIF como instrumento para inovar sistemas de saúde e ensino
1. “A CIF como instrumento para
inovar sistemas de saúde e ensino”
Olaf Kraus de Camargo
Twitter: @DevPeds
1. Simpósio Científico do Hospital Universitário Ana Bezerra
5 de dezembro 2017
4. Mudanças na Educação em Saúde
1910
“Flexner Report”:
Introdução das ciências básicas no
ensino da medicina
4
5. Mudanças na Educação em Saúde
“A noção da ‘pessoa dentro de sua situação’é central
ao trabalho de casos para a configuração tripla
consistindo da pessoa, da situação e da interação
entre ambas” (Florence Hollis)
in: Cornell, K. L. (2006). Person-In-Situation : History, Theory, and New Directions for Social Work Practice. PRAXIS, 6(Fall), 50–57.
1964 Ter em foco apenas a pessoa não é suficiente!
Conceito de “Pessoa em seu ambiente”
5
6. Mudanças na Educação em Saúde
“Muitos episódios de doenças que em sua superfície
aparentam ser simples, ao serem inquiridos revelam
que a origem do distúrbio está em algum distúrbio
da relação do paciente com o seu ambiente.” Ian
McWhinney
McWhinney, I. R. (1972). Beyond Diagnosis — An Approach to the Integration of Behavioral Science and Clinical
Medicine. New England Journal of Medicine, 287(8), 384–387. http://doi.org/10.1056/NEJM197208242870805
1972 Ter em foco apenas o diagnóstico da pessoa não é suficiente!
6
7. Mudanças na Educação em Saúde
• “As escolas de medicina falharam em ensinar aos
estudantes e médicos uma abordagem abrangente
de medicina onde as ciências da sociologia e
psicologia são igualmente importantes como são a
fisiologia, bioquímica e anatomia e que a prática
da medicina comunitária e prevenção são tão
importantes quanto a medicina hospitalar.” H.
Williams
Williams, H. (1974). PERSPECTIVES IN MEDICAL PRACTICE AND EDUCATION. Australian Paediatric Journal, 10(Supplement Number 3), 32–34.
1974 Ter o foco somente em biomedicina não é suficiente!
7
8. Mudanças na Educação em Saúde
• “O médico formado deve saber identificar, definir e resolver
problemas da saúde humana examinando os mecanismos
biológicos, sociais e comportamentais envolvidos.”
• “Fazendo uso desta técnica, se espera que os estudantes
se tornem cientes dos problemas complexos e desafiadores
que o ser humano enfrenta como indivíduo na sociedade
antes que se encantem com os problemas e curiosidades
intelectuais postos pelas estruturas e funções das partes do
corpo humano.” Sweeney & Mitchell
Sweeney, G. D., & Mitchell, D. L. M. (1975). An Introduction to the Study of Medicine: Phase I of the McMaster M.D. Program. Journal of Medical Education, 50, 70–77.
1975 Que tal PBL?
8
9. Na prática baseada em evidências,
o paciente faz parte!
9
EBM Triad copryright 2013 Florida State University, College of Medicine. All rights reserved.
15. O Futuro na Educação em Saúde
• “…o atendimento de saúde ficou tão complexo. As técnicas ficaram tão
especializadas. Colaboração não é só bonito de se ter, ela é exigida. Estamos
movendo para abordagens por times.”
Reimagining health care education – Stanford Medicine X. Available at https://medicinex.stanford.edu/2017/04/17/reimagining-health-care-education/.
• “Colaboração inter-profissional, interdisciplinar, e baseada em times é essencial
para o futuro do nosso sistema de saúde. E não chegaremos lá se não
começarmos a aprender e ensinar juntos uns aos outros”
• “Por fim, estamos mudando de modelo de abordagem porque possuímos uma geração
nova de ferramentas - saúde digital, dados que vem a nós e empoderam o usuário final
a tomar o controle e colaborar. Nos demos conta de que os custos ficaram tão fora de
controle que o antigo modelo de medicina paternalista e hierárquica ficou insustentável.
Não funciona. Temos que criar um modelo de engajamento onde as pessoas vão querer
participar, aceitam a topada e assumem responsabilidade.”
15
16. O Futuro na Educação em Saúde
• Abordagem por um time
• Aprender e ensinar junto
• Pessoas querem ser ativas e participar
➡ Trabalho inter-profissional
➡ Visão holística de saúde
➡ Paciente/Participante
16
17. Funções e Estruturas do
Corpo
Atividades Participação
Fatores
Ambientais
Fatores Pessoais
Condição de saúde CID10:
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde
17
18. Funções e Estruturas
do CorpoAtividadesParticipação
Fatores
Ambientais
Fatores Pessoais
Condição de saúde CID10:
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde
18
19. tônus oral diminuídofala reduzida
engajada em brincar
no grupo, usa
linguagem não-verbal
ambiente estimulante e
seguro
curiosa
Exemplo CIF: “criança não fala”
FP FA
P A F&EC
19
20. sem problemas de
funções ou estruturas
não brinca com
outras crianças
sem oportunidades
para brincar, não se
comunica
ambiente familiar
disfuncional
tímida/retraída
Exemplo CIF: “criança não fala”
FP FA
P A F&EC
20
21. O que a CIF acrescenta?
• Linguagem comum
• Abordagem bio-psico-social
- Dimensão social
- Perspectiva da pessoa
• Dados sobre a saúde funcional
• Trabalho inter-profissional
• Visão holística de saúde
• Pacientes/Participantes
21
22. ➡ Pacientes recebem serviços baseados nas necessidades identificadas
EQUIDADE
EM SAÚDE
Equidade: “É a ausência de diferenças evitáveis ou corrigíveis entre
grupos de pessoas” OMS (http://www.who.int/healthsystems/topics/
equity/en/)
22
Função Social dos Sistemas de Saúde
23. CIF no Ensino
• Estudantes de diferentes disciplinas da saúde
aprendem juntos
• Problemas de saúde são identificados, descritos e
resolvidos enquadrando-os na CIF
• Profissionais de saúde aprendem a comunicar-se em
seu time e com os pacientes utilizando-se da CIF
• Pacientes participam nas decisões sobre
investigações e tratamentos de maneira informada e
estas decisões serão compartilhadas
TRANSFORMAÇÃO
DO ENSINO
(de saúde)
23
24. Empoderar para participar
24
Institute of Medicine, I. O. M. (2013). Partnering with Patients to Drive Shared Decisions, Better Value, and Care Improvement: Workshop
Proceedings. The National Academies Press. Retrieved from http://www.nap.edu/openbook.php?record_id=18397
25. Decisões compartilhadas
requerem informações claras
25
Institute of Medicine, (2013). Partnering with Patients to Drive Shared Decisions, Better
Value, and Care Improvement: Workshop Proceedings, The National Academies Press.
26. CIF na Saúde
• Profissionais avaliam pacientes de maneira holística
usando os instrumentos da CIF
• Serviços de saúde são integrados com outros
serviços como serviço social e educação.
• Estatísticas de saúde descrevem o nível de saúde
funcional, incluindo descrição de barreiras e
facilitadores
• Decisões na política de saúde são tomadas baseadas
em dados sobre a saúde funcional da população.
REFORMA
INSTITUCIONAL
(interdependencia dos
provedores de saúde)
26
27. ICanFunction - mICF
• http://icfmobile.org
• Aplicativo e sistema de
informação que permite
a pacientes e/ou
parentes assim como
profissionais a
construirem um “perfil
funcional” para ser
compartilhado com
serviços de saúde.
27
29. EQUIDADE
EM SAÚDE
Cuidados centrados
no paciente
Serviços integrados
na comunidade
EDUCAÇÃO INTER-PROFISSIONAL
& PRÁTICA COLABORATIVA
(catalisadores)
TRANSFORMAÇÃO
DO ENSINO
(de saúde)
REFORMA
INSTITUCIONAL
(interdependencia dos
provedores de saúde)
http://tiny.cc/icfrationale
Snyman, S., Anttila, H., & Kraus de Camargo, O. (2015). ICF Education: Rationale. In First International Symposium: ICF
Education. Helsinki, Finland. http://doi.org/10.13140/RG.2.1.1987.144329
30. Reformando sistemas de saúde
De:
• Serviços em Instituições
• Silos e tribalismo profissional
• Relações de poder hierárquicas
• Pensamento linear (célula-órgão-corpo-
doença-deficiência)
• Profissionais ”objetivos”
• Combatendo crises - reativo
Para:
• Serviços na Comunidade
• Prática collaborativa e interprofissional
• Atendimento holístico, decisões
compartilhadas
• Pensamento complexo (interativo bio-
psycho-social)
• Pessoas ”subjetivas”
• Prevenindo - preditivo
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