SlideShare uma empresa Scribd logo
 

                                                           Filosofia	
  
                      Professor:	
  Jorge	
  Barbosa	
  
           	
                                                                             10ºAno:	
  
                                                                                        Turma:7ª	
  




A	
  atitude	
  estética	
  

John Hospers

1. Atitudes

A atitude estética, ou a «forma estética de contemplar o mundo», é geralmente contraposta à
atitude prática, na qual só interessa a utilidade do objecto em questão. O verdadeiro
negociante de terrenos, que contempla uma paisagem só a pensar no possível valor monetário
do que vê, não está a contemplar esteticamente a paisagem. Para a contemplar dessa maneira
teria de «a observar por observar», sem qualquer outra intenção — teria de saborear a
experiência de observar a própria paisagem, tomando atenção aos seus detalhes, em vez de
utilizar o objecto observado como um meio para atingir um certo fim.

A atitude estética distingue-se também da atitude cognitiva. Os estudantes, familiarizados
com a história da arquitectura, são capazes de identificar rapidamente um edifício, ou umas
ruínas, no que diz respeito à sua época de construção e lugar de origem, ou ao seu estilo e a
outros aspectos visuais. Contemplam o edifício sobretudo para aumentar os seus
conhecimentos, e não para enriquecer a sua experiência perceptiva.

Este tipo de habilidade pode ser útil e importante, mas não está necessariamente
correlacionado com a capacidade de desfrutar a própria experiência da contemplação do
edifício. A capacidade analítica pode eventualmente melhorar a experiência estética, mas
pode também inibi-la.

Quem se interessa por arte devido a um objectivo profissional ou técnico está particularmente
sujeito a afastar-se da contemplação estética. Isto conduz-nos directamente a outra distinção.
A forma estética de observar é também diferente da forma personalizada de o fazer, na qual o
observador, em vez de contemplar o objecto estético para captar o que este lhe oferece,
considera antes a relação desse objecto consigo próprio. Quem não dá atenção a uma obra
musical, usando-a apenas como estímulo para uma fantasia pessoal, acaba por não estar a
ouvir esteticamente, mesmo que pareça o contrário.

Disto segue-se que muitos tipos de respostas aos objectos, incluindo às obras de arte, ficam à
margem do campo da estética. O orgulho de possuir uma obra de arte, por exemplo, pode
interferir na resposta estética. A pessoa que reage com entusiasmo perante os seus
convidados, ao ouvir uma sinfonia no seu próprio equipamento estereofónico, mas que não
reage à interpretação da mesma sinfonia quando a ouve através de um equipamento idêntico
na casa do seu vizinho, não está a ter uma resposta estética.

O antiquário ou o director de museu — que, ao escolher uma obra de arte, tem que ter
presentes o seu valor histórico, fama e época — pode sentir-se parcialmente influenciado pela
apreciação do valor estético, mas a sua atenção desvia-se necessariamente para factores não
estéticos. Do mesmo modo, se uma pessoa aprecia uma peça de teatro ou um romance, porque
espera encontrar informações relativas à época e ao lugar em que a obra foi escrita, está a
substituir o interesse pela experiência estética pelo interesse em adquirir conhecimentos.

Se uma pessoa aprecia favoravelmente uma determinada obra de arte, por esta ser moralmente
edificante ou por «defender uma causa justa», está a confundir a atitude moral com a estética,
o que também ocorre, se a condenar por motivos morais e não conseguir separar essa censura
da apreciação estética.




2. Relações internas

O termo «desinteressado» usa-se muito para descrever a atitude estética. O desinteresse é uma
qualidade do bom juiz, que se manifesta quando este é imparcial. O juiz pode estar
pessoalmente envolvido num certo caso, no sentido em que estuda profundamente a sua
solução, mas ao julgar o caso não pode estar pessoalmente envolvido, no sentido em que deve
evitar que os seus sentimentos ou simpatias pessoais o influenciem ou afectem de qualquer
forma.
A imparcialidade em matérias morais e jurídicas certamente caracteriza o chamado «ponto de
vista moral», mas não é nada claro de que forma temos que nos mostrar desinteressados (ou
seja, imparciais) ao contemplar um quadro ou escutar um concerto. Teremos de ser imparciais
como num conflito entre duas partes litigantes? «Julgar imparcialmente» faz sentido, mas o
que significa observar ou escutar imparcialmente?

«Imparcial» é um termo relacionado com situações, em que existe um conflito entre partes
litigantes, mas não parece ser um termo útil quando tentamos descrever a forma estética de
contemplar as coisas. Um modo menos confuso de descrever a experiência estética é fazê-lo
em termos de relações internas versus externas. Quando contemplamos esteticamente uma
obra de arte ou a natureza, fixamo-nos apenas nas relações internas, ou seja, no objecto
estético e nas suas propriedades, e não na sua relação com nós próprios, nem sequer na sua
relação com o artista que o criou ou com o nosso conhecimento da cultura em que surgiu.

A maior parte das obras de arte são muito complexas e exigem toda a nossa atenção. O estado
estético pressupõe uma concentração intensa e completa. É preciso ter uma consciência
perceptiva intensa, e tanto o objecto estético como as suas diversas relações internas têm de
constituir o único foco da nossa atenção.

3. Valor estético

Não poderemos compreender o importante conceito de forma na arte, sem mencionar alguns
dos critérios principais que são utilizados pelos críticos e filósofos na análise da forma
estética. Quais serão, então, os princípios formais a partir dos quais devemos apreciar uma
obra de arte, pelo menos no seu aspecto formal?

Muitos autores ofereceram diversas sugestões a este respeito, mas o critério central e mais
universalmente aceite é o da unidade. A unidade é o oposto do caos, da confusão, da
desarmonia: quando um objecto está unificado, podemos dizer que tem consistência e não tem
nada de supérfluo. No entanto, há que especificar mais esta condição. Uma parede branca
vazia ou uma superfície uniformemente azul tem unidade, no sentido em que nada a
interrompe. Mas apenas se deseja a unidade nas obras de arte que têm uma grande
complexidade formal. Assim, a fórmula habitual é a da «diversidade na unidade».

O objecto unificado deve conter dentro de si um amplo número de diversos elementos, onde
cada um contribui em alguma medida para a total integração do todo unificado, de modo a
que não exista confusão apesar dos elementos díspares que o integram. No objecto unificado,
todas as coisas são necessárias, e nenhuma é supérflua. Geralmente, ao substantivo «unidade»
acrescenta-se o adjectivo «orgânica». Como uma obra de arte não é um organismo, o termo é
claramente metafórico. Esta analogia baseia-se no facto de nos organismos vivos a relação
entre as diversas partes ser interdependente, e não independente.

Nenhuma parte actua isolada: cada parte ou elemento colabora com os outros, de tal modo
que uma mudança num elemento torna o todo diferente. Por outras palavras, as partes
relacionam-se internamente, e não externamente. Deste modo, se numa certa obra de arte uma
mancha amarela estivesse noutro lugar, isso alteraria todo o carácter da obra pictórica, e o
mesmo aconteceria numa obra teatral se uma determinada cena não estivesse precisamente
onde está. Evidentemente, a ideia de unidade é uma ideia de valor. Significa, por exemplo,
que numa boa melodia, pintura ou poema não se poderia mudar uma parte sem prejudicar (e
não simplesmente mudar) o todo.

John Hospers
Texto retirado de Estetica: Historia y Fundamentos, de John Hospers, Cap. 1 (selecção).

	
  

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Como analisar obras de arte
Como analisar obras de arteComo analisar obras de arte
Como analisar obras de arte
Marquês de Pombal
 
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Junior Onildo
 
Arte pre historia
Arte pre historiaArte pre historia
Arte pre historia
Aline Raposo
 
Arte - Realismo
Arte - RealismoArte - Realismo
Arte - Realismo
Maiara Giordani
 
Estética - Estudo do Belo
Estética - Estudo do BeloEstética - Estudo do Belo
Estética - Estudo do Belo
Silmara Nogueira
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismo
Junior Onildo
 
História da Arte
História da ArteHistória da Arte
História da Arte
Jaiza Nobre
 
Arte renascentista
Arte renascentistaArte renascentista
Arte renascentista
Anna Caroline
 
A HistóRia Da Fotografia
A HistóRia Da FotografiaA HistóRia Da Fotografia
A HistóRia Da Fotografia
Victor Marinho
 
O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
Rui Neto
 
O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
Aline Corso
 
A arte nova
A arte novaA arte nova
A arte nova
Carlos Pinheiro
 
Capitulo 12 filosofia
Capitulo 12 filosofiaCapitulo 12 filosofia
Capitulo 12 filosofia
Paulo Olli
 
Neoclassicismo
NeoclassicismoNeoclassicismo
Neoclassicismo
Arte Educadora
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
Carlos Vieira
 
Arte moderna
Arte modernaArte moderna
Arte moderna
Ana Paula Silva
 
História do Teatro
História do TeatroHistória do Teatro
História do Teatro
Experiências Português
 
Artes Visuais
Artes VisuaisArtes Visuais
Artes Visuais
Júnior Maciel
 
31 - Arte barroca
31  - Arte barroca31  - Arte barroca
31 - Arte barroca
Carla Freitas
 

Mais procurados (20)

Como analisar obras de arte
Como analisar obras de arteComo analisar obras de arte
Como analisar obras de arte
 
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
 
Arte pre historia
Arte pre historiaArte pre historia
Arte pre historia
 
Arte - Realismo
Arte - RealismoArte - Realismo
Arte - Realismo
 
Estética - Estudo do Belo
Estética - Estudo do BeloEstética - Estudo do Belo
Estética - Estudo do Belo
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismo
 
História da Arte
História da ArteHistória da Arte
História da Arte
 
Arte renascentista
Arte renascentistaArte renascentista
Arte renascentista
 
A HistóRia Da Fotografia
A HistóRia Da FotografiaA HistóRia Da Fotografia
A HistóRia Da Fotografia
 
O Barroco
O BarrocoO Barroco
O Barroco
 
O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
 
A arte nova
A arte novaA arte nova
A arte nova
 
Capitulo 12 filosofia
Capitulo 12 filosofiaCapitulo 12 filosofia
Capitulo 12 filosofia
 
Neoclassicismo
NeoclassicismoNeoclassicismo
Neoclassicismo
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Expressionismo
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
Arte moderna
Arte modernaArte moderna
Arte moderna
 
História do Teatro
História do TeatroHistória do Teatro
História do Teatro
 
Artes Visuais
Artes VisuaisArtes Visuais
Artes Visuais
 
31 - Arte barroca
31  - Arte barroca31  - Arte barroca
31 - Arte barroca
 

Destaque

Sequência didática conto pausa
Sequência didática   conto pausaSequência didática   conto pausa
Sequência didática conto pausa
luizakak
 
Educação estética TPIE
Educação estética TPIEEducação estética TPIE
Educação estética TPIE
Elsa Cristina
 
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
Julia Martins
 
TPIE - Módulo 1
TPIE - Módulo 1TPIE - Módulo 1
TPIE - Módulo 1
Vera Duarte
 
Moral Utilitarista VersãO Final
Moral Utilitarista VersãO FinalMoral Utilitarista VersãO Final
Moral Utilitarista VersãO Final
Helena Serrão
 
AINT - Trabalho
AINT - TrabalhoAINT - Trabalho
AINT - Trabalho
Daniela Ramalho
 

Destaque (6)

Sequência didática conto pausa
Sequência didática   conto pausaSequência didática   conto pausa
Sequência didática conto pausa
 
Educação estética TPIE
Educação estética TPIEEducação estética TPIE
Educação estética TPIE
 
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
Experi%c3%a ancia%20est%c3%a9tica[1]
 
TPIE - Módulo 1
TPIE - Módulo 1TPIE - Módulo 1
TPIE - Módulo 1
 
Moral Utilitarista VersãO Final
Moral Utilitarista VersãO FinalMoral Utilitarista VersãO Final
Moral Utilitarista VersãO Final
 
AINT - Trabalho
AINT - TrabalhoAINT - Trabalho
AINT - Trabalho
 

Semelhante a A atitude estética

Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckoutAprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
Artetudo
 
3 fil prov. bimestral bc 3bi
3 fil    prov. bimestral  bc 3bi3 fil    prov. bimestral  bc 3bi
3 fil prov. bimestral bc 3bi
Felipe Serra
 
Estética e ensino de arte
Estética e ensino de arteEstética e ensino de arte
Estética e ensino de arte
Marcos Santos
 
Situação de Aprendizagem Filosofia
Situação de Aprendizagem Filosofia Situação de Aprendizagem Filosofia
Situação de Aprendizagem Filosofia
Erica Frau
 
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
julianabtu2017
 
Estetica (atividade II)
Estetica   (atividade II)Estetica   (atividade II)
Estetica (atividade II)
Mary Alvarenga
 
Estética 4
Estética 4Estética 4
3 fil prov. bimestral 2 cham bc 3bi
3 fil    prov. bimestral  2 cham bc 3bi3 fil    prov. bimestral  2 cham bc 3bi
3 fil prov. bimestral 2 cham bc 3bi
Felipe Serra
 
Estetica
Estetica   Estetica
Estetica
Mary Alvarenga
 
O que é a arte
O que é a arteO que é a arte
O que é a arte
Helena Serrão
 
A experiência e a atitude estética2
A experiência e a atitude estética2A experiência e a atitude estética2
A experiência e a atitude estética2
Helena Serrão
 
Entendendo a arte
Entendendo a arteEntendendo a arte
Entendendo a arte
Aurimar Bianchi Júnior
 
Apresentação estética Analítica Juízos de Kant
Apresentação estética Analítica Juízos de KantApresentação estética Analítica Juízos de Kant
Apresentação estética Analítica Juízos de Kant
Carlos Faria
 
Between Authority and Interpretation
Between Authority and InterpretationBetween Authority and Interpretation
Between Authority and Interpretation
Advogadassqn
 
Textos e Comentários
Textos e ComentáriosTextos e Comentários
Textos e Comentários
Jorge Barbosa
 
a arte como fenomeno social
a arte como fenomeno  social a arte como fenomeno  social
Felipe E. Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
Felipe E.  Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...Felipe E.  Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
Felipe E. Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
Felipeeduardo981762
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
Edirlene Fraga
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
Edirlene Fraga
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
Edirlene Fraga
 

Semelhante a A atitude estética (20)

Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckoutAprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
Aprendendo a ver_arte_com_as_imagens_de_eckout
 
3 fil prov. bimestral bc 3bi
3 fil    prov. bimestral  bc 3bi3 fil    prov. bimestral  bc 3bi
3 fil prov. bimestral bc 3bi
 
Estética e ensino de arte
Estética e ensino de arteEstética e ensino de arte
Estética e ensino de arte
 
Situação de Aprendizagem Filosofia
Situação de Aprendizagem Filosofia Situação de Aprendizagem Filosofia
Situação de Aprendizagem Filosofia
 
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
Curso introdu o_educa_o__77366 (1)
 
Estetica (atividade II)
Estetica   (atividade II)Estetica   (atividade II)
Estetica (atividade II)
 
Estética 4
Estética 4Estética 4
Estética 4
 
3 fil prov. bimestral 2 cham bc 3bi
3 fil    prov. bimestral  2 cham bc 3bi3 fil    prov. bimestral  2 cham bc 3bi
3 fil prov. bimestral 2 cham bc 3bi
 
Estetica
Estetica   Estetica
Estetica
 
O que é a arte
O que é a arteO que é a arte
O que é a arte
 
A experiência e a atitude estética2
A experiência e a atitude estética2A experiência e a atitude estética2
A experiência e a atitude estética2
 
Entendendo a arte
Entendendo a arteEntendendo a arte
Entendendo a arte
 
Apresentação estética Analítica Juízos de Kant
Apresentação estética Analítica Juízos de KantApresentação estética Analítica Juízos de Kant
Apresentação estética Analítica Juízos de Kant
 
Between Authority and Interpretation
Between Authority and InterpretationBetween Authority and Interpretation
Between Authority and Interpretation
 
Textos e Comentários
Textos e ComentáriosTextos e Comentários
Textos e Comentários
 
a arte como fenomeno social
a arte como fenomeno  social a arte como fenomeno  social
a arte como fenomeno social
 
Felipe E. Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
Felipe E.  Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...Felipe E.  Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
Felipe E. Vicente. Resumo do primeiro capítulo do livro A História da Arte, ...
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
 
Estética
EstéticaEstética
Estética
 

Mais de Jorge Barbosa

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Jorge Barbosa
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na Educação
Jorge Barbosa
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14
Jorge Barbosa
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Jorge Barbosa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Jorge Barbosa
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao Especial
Jorge Barbosa
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Jorge Barbosa
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Jorge Barbosa
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
Jorge Barbosa
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014
Jorge Barbosa
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
Jorge Barbosa
 
A Ética - Espinosa
A Ética - EspinosaA Ética - Espinosa
A Ética - Espinosa
Jorge Barbosa
 
A Cidade
A CidadeA Cidade
A Cidade
Jorge Barbosa
 
Velha do Postigo
Velha do PostigoVelha do Postigo
Velha do Postigo
Jorge Barbosa
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantiana
Jorge Barbosa
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
Jorge Barbosa
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Jorge Barbosa
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Jorge Barbosa
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
Jorge Barbosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
Jorge Barbosa
 

Mais de Jorge Barbosa (20)

Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação PrioritáriaIdeias em Debate sobre Educação Prioritária
Ideias em Debate sobre Educação Prioritária
 
Assuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na EducaçãoAssuntos para Debate na Educação
Assuntos para Debate na Educação
 
Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14Rapport cn num_education_oct14
Rapport cn num_education_oct14
 
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida PortuguesaProposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
Proposta Honesta e Concreta de Reestruturação da Dívida Portuguesa
 
Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015Organização do Ano Letivo 2014/2015
Organização do Ano Letivo 2014/2015
 
Relatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao EspecialRelatorio Educacao Especial
Relatorio Educacao Especial
 
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e AutoconsciênciaSentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
Sentimentos Acráticos, Empatia e Autoconsciência
 
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos AparentadosAfetos, Emoções e Conceitos Aparentados
Afetos, Emoções e Conceitos Aparentados
 
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos b...
 
Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014Despacho Normativo 6/2014
Despacho Normativo 6/2014
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
 
A Ética - Espinosa
A Ética - EspinosaA Ética - Espinosa
A Ética - Espinosa
 
A Cidade
A CidadeA Cidade
A Cidade
 
Velha do Postigo
Velha do PostigoVelha do Postigo
Velha do Postigo
 
Revolução kantiana
Revolução kantianaRevolução kantiana
Revolução kantiana
 
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de SócratesO Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
O Teeteto de Platão e a Apologia de Sócrates
 
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recenteEstado Crítico da Democracia - Publicação recente
Estado Crítico da Democracia - Publicação recente
 
Comunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MECComunicacão associacões CSH ao MEC
Comunicacão associacões CSH ao MEC
 
Introdução a Espinosa
Introdução a EspinosaIntrodução a Espinosa
Introdução a Espinosa
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
 

Último

Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
wagnermorais28
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
DECIOMAURINARAMOS
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Danielle Fernandes Amaro dos Santos
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
TomasSousa7
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
ValdineyRodriguesBez1
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
analuisasesso
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
livrosjovert
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
MessiasMarianoG
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Centro Jacques Delors
 
QUIZ - HISTÓRIA 9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
QUIZ - HISTÓRIA  9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptxQUIZ - HISTÓRIA  9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
QUIZ - HISTÓRIA 9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
AntonioVieira539017
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
DanielCastro80471
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdfEgito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
sthefanydesr
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 

Último (20)

Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
 
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptxRedação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
Redação e Leitura_7º ano_58_Produção de cordel .pptx
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptxForças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
Forças e leis de Newton 2024 - parte 1.pptx
 
Leonardo da Vinci .pptx
Leonardo da Vinci                  .pptxLeonardo da Vinci                  .pptx
Leonardo da Vinci .pptx
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
05-os-pre-socraticos sociologia-28-slides.pptx
 
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de CarvalhoO sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
O sentimento nacional brasiliero, segundo o historiador Jose Murlo de Carvalho
 
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.pptEstrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
Estrutura Pedagógica - Laboratório de Educação a Distância.ppt
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
759-fortaleza-resultado-definitivo-prova-objetiva-2024-05-28.pdf
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)
 
QUIZ - HISTÓRIA 9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
QUIZ - HISTÓRIA  9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptxQUIZ - HISTÓRIA  9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
QUIZ - HISTÓRIA 9º ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA_ERA VARGAS.pptx
 
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdfEspecialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
Especialidade - Animais Ameaçados de Extinção(1).pdf
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdfEgito antigo resumo - aula de história.pdf
Egito antigo resumo - aula de história.pdf
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 

A atitude estética

  • 1.   Filosofia   Professor:  Jorge  Barbosa     10ºAno:   Turma:7ª   A  atitude  estética   John Hospers 1. Atitudes A atitude estética, ou a «forma estética de contemplar o mundo», é geralmente contraposta à atitude prática, na qual só interessa a utilidade do objecto em questão. O verdadeiro negociante de terrenos, que contempla uma paisagem só a pensar no possível valor monetário do que vê, não está a contemplar esteticamente a paisagem. Para a contemplar dessa maneira teria de «a observar por observar», sem qualquer outra intenção — teria de saborear a experiência de observar a própria paisagem, tomando atenção aos seus detalhes, em vez de utilizar o objecto observado como um meio para atingir um certo fim. A atitude estética distingue-se também da atitude cognitiva. Os estudantes, familiarizados com a história da arquitectura, são capazes de identificar rapidamente um edifício, ou umas ruínas, no que diz respeito à sua época de construção e lugar de origem, ou ao seu estilo e a outros aspectos visuais. Contemplam o edifício sobretudo para aumentar os seus conhecimentos, e não para enriquecer a sua experiência perceptiva. Este tipo de habilidade pode ser útil e importante, mas não está necessariamente correlacionado com a capacidade de desfrutar a própria experiência da contemplação do edifício. A capacidade analítica pode eventualmente melhorar a experiência estética, mas pode também inibi-la. Quem se interessa por arte devido a um objectivo profissional ou técnico está particularmente sujeito a afastar-se da contemplação estética. Isto conduz-nos directamente a outra distinção.
  • 2. A forma estética de observar é também diferente da forma personalizada de o fazer, na qual o observador, em vez de contemplar o objecto estético para captar o que este lhe oferece, considera antes a relação desse objecto consigo próprio. Quem não dá atenção a uma obra musical, usando-a apenas como estímulo para uma fantasia pessoal, acaba por não estar a ouvir esteticamente, mesmo que pareça o contrário. Disto segue-se que muitos tipos de respostas aos objectos, incluindo às obras de arte, ficam à margem do campo da estética. O orgulho de possuir uma obra de arte, por exemplo, pode interferir na resposta estética. A pessoa que reage com entusiasmo perante os seus convidados, ao ouvir uma sinfonia no seu próprio equipamento estereofónico, mas que não reage à interpretação da mesma sinfonia quando a ouve através de um equipamento idêntico na casa do seu vizinho, não está a ter uma resposta estética. O antiquário ou o director de museu — que, ao escolher uma obra de arte, tem que ter presentes o seu valor histórico, fama e época — pode sentir-se parcialmente influenciado pela apreciação do valor estético, mas a sua atenção desvia-se necessariamente para factores não estéticos. Do mesmo modo, se uma pessoa aprecia uma peça de teatro ou um romance, porque espera encontrar informações relativas à época e ao lugar em que a obra foi escrita, está a substituir o interesse pela experiência estética pelo interesse em adquirir conhecimentos. Se uma pessoa aprecia favoravelmente uma determinada obra de arte, por esta ser moralmente edificante ou por «defender uma causa justa», está a confundir a atitude moral com a estética, o que também ocorre, se a condenar por motivos morais e não conseguir separar essa censura da apreciação estética. 2. Relações internas O termo «desinteressado» usa-se muito para descrever a atitude estética. O desinteresse é uma qualidade do bom juiz, que se manifesta quando este é imparcial. O juiz pode estar pessoalmente envolvido num certo caso, no sentido em que estuda profundamente a sua solução, mas ao julgar o caso não pode estar pessoalmente envolvido, no sentido em que deve evitar que os seus sentimentos ou simpatias pessoais o influenciem ou afectem de qualquer forma.
  • 3. A imparcialidade em matérias morais e jurídicas certamente caracteriza o chamado «ponto de vista moral», mas não é nada claro de que forma temos que nos mostrar desinteressados (ou seja, imparciais) ao contemplar um quadro ou escutar um concerto. Teremos de ser imparciais como num conflito entre duas partes litigantes? «Julgar imparcialmente» faz sentido, mas o que significa observar ou escutar imparcialmente? «Imparcial» é um termo relacionado com situações, em que existe um conflito entre partes litigantes, mas não parece ser um termo útil quando tentamos descrever a forma estética de contemplar as coisas. Um modo menos confuso de descrever a experiência estética é fazê-lo em termos de relações internas versus externas. Quando contemplamos esteticamente uma obra de arte ou a natureza, fixamo-nos apenas nas relações internas, ou seja, no objecto estético e nas suas propriedades, e não na sua relação com nós próprios, nem sequer na sua relação com o artista que o criou ou com o nosso conhecimento da cultura em que surgiu. A maior parte das obras de arte são muito complexas e exigem toda a nossa atenção. O estado estético pressupõe uma concentração intensa e completa. É preciso ter uma consciência perceptiva intensa, e tanto o objecto estético como as suas diversas relações internas têm de constituir o único foco da nossa atenção. 3. Valor estético Não poderemos compreender o importante conceito de forma na arte, sem mencionar alguns dos critérios principais que são utilizados pelos críticos e filósofos na análise da forma estética. Quais serão, então, os princípios formais a partir dos quais devemos apreciar uma obra de arte, pelo menos no seu aspecto formal? Muitos autores ofereceram diversas sugestões a este respeito, mas o critério central e mais universalmente aceite é o da unidade. A unidade é o oposto do caos, da confusão, da desarmonia: quando um objecto está unificado, podemos dizer que tem consistência e não tem nada de supérfluo. No entanto, há que especificar mais esta condição. Uma parede branca vazia ou uma superfície uniformemente azul tem unidade, no sentido em que nada a interrompe. Mas apenas se deseja a unidade nas obras de arte que têm uma grande complexidade formal. Assim, a fórmula habitual é a da «diversidade na unidade». O objecto unificado deve conter dentro de si um amplo número de diversos elementos, onde cada um contribui em alguma medida para a total integração do todo unificado, de modo a
  • 4. que não exista confusão apesar dos elementos díspares que o integram. No objecto unificado, todas as coisas são necessárias, e nenhuma é supérflua. Geralmente, ao substantivo «unidade» acrescenta-se o adjectivo «orgânica». Como uma obra de arte não é um organismo, o termo é claramente metafórico. Esta analogia baseia-se no facto de nos organismos vivos a relação entre as diversas partes ser interdependente, e não independente. Nenhuma parte actua isolada: cada parte ou elemento colabora com os outros, de tal modo que uma mudança num elemento torna o todo diferente. Por outras palavras, as partes relacionam-se internamente, e não externamente. Deste modo, se numa certa obra de arte uma mancha amarela estivesse noutro lugar, isso alteraria todo o carácter da obra pictórica, e o mesmo aconteceria numa obra teatral se uma determinada cena não estivesse precisamente onde está. Evidentemente, a ideia de unidade é uma ideia de valor. Significa, por exemplo, que numa boa melodia, pintura ou poema não se poderia mudar uma parte sem prejudicar (e não simplesmente mudar) o todo. John Hospers Texto retirado de Estetica: Historia y Fundamentos, de John Hospers, Cap. 1 (selecção).