SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
PSICOLOGIA E PEDAGOGIA

A resposta do grande psicólogo
  aos problemas do ensino

        JEAN PIAGET
Neste livro, o autor Jean Piaget, inicia abordando a
tarefa de tentar julgar o desenvolvimento da educação e
    da instrução no decorrer dos últimos trinta anos.

  Até 1960, respira-se um notável otimismo nos meios
 educacionais, existe a opinião generalizada de que as
 reformas empreendidas serão um instrumento eficaz
   para o desenvolvimento científico e para mudança
      social. O interesse generalizado pelos temas
  educacionais e o desenvolvimento considerável dos
    meios econômicos concedidos à pesquisa e às
reformas neste campo vão imprimir um grande impulso
  nas ciências da educação, entre estas a psicologia
                       educacional.
Por volta de 1975, a época dourada parece ter
terminado, a crise econômica que se instala em
   nível mundial e a tensão com ameaça de
   confronto direto, provocam uma restrição
    considerável nos auxílios destinados à
     pesquisa e às reformas educacionais.
Traçando o desenvolvimento da educação e da
 instrução desde 1935 até aos nossos dias, constata-se
          um imenso progresso quantitativo da
    instrução pública e um progresso qualitativo em
  determinados locais, principalmente nos pontos em
       que mais foram favorecidos pelas múltiplas
           transformações políticas e sociais.
 Mas o autor põe em questionamento por que a ciência
     da educação tem avançado tão pouco em suas
posições em comparação com as renovações profundas
 ocorridas na psicologia infantil e na própria sociologia,
   além do que não foi capaz de produzir uma elite de
     pesquisadores que fizessem da pedagogia uma
   disciplina, ao mesmo tempo científica e viva, como
     ocorre com todas as disciplinas aplicadas que
    participam simultaneamente da arte e da ciência.
Três problemas centrais, cuja solução está longe de ser
      alcançada e questiona-se como serão resolvidos, com a
            colaboração dos mestres ou uma parte deles:
2) Qual o objetivo desse ensino? Acumular conhecimentos úteis,
   mas em que sentido são úteis? Aprender a aprender? Aprender
  a inovar, a produzir o novo em qualquer campo tanto quanto no
     saber? Aprender a controlar, a verificar ou simplesmente a
                              repetir?

2) Resta ainda determinar quais são os ramos (ou o detalhe dos
    ramos) necessários, indiferentes ou contra indicados para
 atingi-los: os da cultura, os do raciocínio e, sobretudo os ramos
 da experimentação, formadores de um espírito e descoberta e de
                            controle ativo.

3) Escolhidos os ramos, resta afinal conhecer suficientemente as
  leis do desenvolvimento mental para encontrar os métodos mais
         adequados ao tipo de formação educativa desejada.
Obstáculos sociais que impedem os mestres de se dedicarem à
             pesquisa de conhecimentos elementares:
Primeiro, que a pedagogia é, entre outras, uma ciência e das mais
       difíceis, devido à complexidade dos fatores em jogo.

 Em segundo, o mestre-escola deve limitar –se a um programa e
      aplicar os métodos que lhe são ditados pelo Estado, não
  restando dúvida que os ministérios de educação são, sobretudo,
  constituídos por educadores, mas que apenas administram, não
   lhes restando tempo para pesquisa e freqüentemente recorrem
               a consultar os Institutos de Pesquisas.

   Em terceiro comparam as sociedades pedagógicas com as
     sociedades médicas ou jurídicas com as sociedades de
             engenheiros ou de arquitetos e por final,

 Em quarto lugar o essencial, a preparação de mestres não tem
       qualquer relação com as faculdades universitárias
O construtivismo piagetiano vê o desenvolvimento da
 inteligência enquanto uma construção progressiva
 de estruturas cada vez mais amplas e diferenciadas.
 O desenvolvimento do conhecimento evidencia que
      ele não se reduz a estruturas inatas, nem à
   estimulação do meio, mas é uma construção do
     próprio sujeito. Essa construção é de caráter
   dialético, pois o Homem transforma a realidade
  agindo diretamente sobre ela e, ao agir também se
  modifica: é o aspecto interacionista da sua teoria.
Pressupondo, uma concepção de que a inteligência e
 a liberdade são dois pólos do mesmo processo: um é
função do outro, é preciso liberdade para agir a fim de
   que a inteligência se desenvolva e esta precisa se
  sentir livre de impedimentos para por em prática os
  procedimentos de ação. A liberdade, enquanto uma
  conquista que, numa dialética constante a ação e a
cognição, será uma das marcas do desenvolvimento.
Em condições nas quais o aluno é respeitado, portanto isentas
      de autoritarismo, observa-se a forma como ele vai se
apropriando dos mecanismos necessários à autonomia, que irão
 caracterizar no futuro seu comportamento de cidadão. Nota-se
no início do desenvolvimento (período pré-operatório) que o real
se impõe de forma absoluta. Assim, as limitações (restrições) do
   real são vistas como necessárias (pseudonecessárias) e as
transformações como impossíveis (pseudoimpossibilidade). No
     período operatório-concreto, a aquisição das primeiras
 operações, graças à reversibilidade do pensamento, produzem
       mudanças significativas.Algumas possibilidades de
   transformação do real já podem ser vislumbradas, mas são
    ainda de caráter limitado, pois têm como referência o real
concreto imediato. A inversão completa de sentido entre o real e
      o possível só ocorrerá no período correspondente ao
                  pensamento operatório formal.
O raciocínio hipotético dedutivo permite que as deduções
superem o plano da realidade concreta e se realizem a partir de
enunciados hipotéticos. Portanto, esse tipo de pensamento que
    caracteriza o adolescente e o adulto, mergulha o real do
universo das possibilidades ilimitadas. O real passa a significar
   não mais do que uma fonte de proposições (pensamento
 proporcional) as quais ligadas logicamente entre si permitem
   que uma hipótese seja deduzida de outra, sem referência
   obrigatória ao real concreto(operações sobre operações),
   podendo estas proposições serem combinadas de várias
 formas(sistema combinatório). Sendo assim, a autonomia se
 impõe como uma necessidade a todas as formas de conduta
humana, porque todas as categorias serão conhecimento serão
                englobadas num único sistema.
O momento no qual ocorre à inserção do jovem na
sociedade adulta corresponde, pelo menos é o que se
   espera teoricamente, à aquisição das estruturas
formais de inteligência. A reversibilidade o faz sentir-
     se em condições de igualdade em relação aos
    adultos, desejando participar dos processos de
  tomadas de decisões e assumir responsabilidades
    individuais e sociais. O pensamento hipotético-
 dedutivo lhe permite afastar-se da situação concreta
 atual, projetar-se para o futuro e através da reflexão,
        elaborar uma hipótese a partir da outra.
Em razão dessas características que levam o
   pensamento formal à não tolerar contradições, o
   adolescente torna-se essencialmente um teórico,
 atribuindo ao seu pensamento um poder messiânico
  capaz de transformar a sociedade por si só, ele se
 sente como que convocado a desempenhar o papel
      de salvador da sociedade. Esse entusiasmo
         excessivo pela capacidade emergente
 de “teorizar” a realidade gera um tipo superior de
egocentrismo, mas que será superado à medida que a
 participação nos grupos sociais se apresentar como
  necessária, o que provocará a desconcentração do
                      adolescente.
Piaget coloca, se quisermos atingir os objetivos
 traçados para a educação precisamos construir uma
escola onde o aluno possa se apropriar ativamente do
   conhecimento, sem as restrições autoritárias tão
comuns nas normas disciplinares, nas avaliações, na
 crença (ou descrença) sobre a capacidade do aluno,
 nas relações interpessoais estabelecidas na escola.
Para concluir, sobre o ensino profissional, com
  exigências como uma ampliação dessa forma de
     englobar essa preparação escolar, teórica e,
sobretudo prática, compreendendo o maior número
de profissões possíveis e não somente aquelas cuja
 especialização técnica exigisse desde longo tempo
   uma formação escolarizada, de outro lado, um
enriquecimento interno dos programas concebidos,
de maneira a fornecer aos futuros profissionais uma
 cultura geral aumentada, tendendo mesmo a reunir
um vasto fundo comum a todas as formas de ensino
                 de nível secundário.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasMarcelo Assis
 
Simulado tendências pedagógicas
Simulado   tendências pedagógicasSimulado   tendências pedagógicas
Simulado tendências pedagógicasAlex Sandro
 
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres SantoméTrabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres SantoméJurjo Torres Santomé
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOREDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIORFelipe Machado
 
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação  Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação Carolina Farhat
 
Sociologia e filosofia
Sociologia e filosofiaSociologia e filosofia
Sociologia e filosofiapibidsociais
 
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTOALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTOJulhinha Camara
 
As Diretrizes Curriculares Da Pedagogia
As Diretrizes Curriculares Da PedagogiaAs Diretrizes Curriculares Da Pedagogia
As Diretrizes Curriculares Da PedagogiaMariana Nascimento
 
Fundamentos historiocos e epistemologicos
Fundamentos historiocos e epistemologicosFundamentos historiocos e epistemologicos
Fundamentos historiocos e epistemologicosCarmen Campos
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...Tamiris Cerqueira
 
Dicas conhecimentos pedagógicos
Dicas conhecimentos pedagógicosDicas conhecimentos pedagógicos
Dicas conhecimentos pedagógicosAna Magistério
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...Tamiris Cerqueira
 
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileira
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileiraAs concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileira
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileiraAparecida Mallagoli
 
Slide introduçao a pedagogia
Slide introduçao a pedagogiaSlide introduçao a pedagogia
Slide introduçao a pedagogiaCamilla Follador
 
A dinamica na sala de aula e a relação professor aluno
A dinamica na sala de aula e a relação professor  alunoA dinamica na sala de aula e a relação professor  aluno
A dinamica na sala de aula e a relação professor alunofamiliaestagio
 
Abordagem critico superadora
Abordagem critico superadora Abordagem critico superadora
Abordagem critico superadora pauloaltizani
 

Mais procurados (18)

Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências Pedagógicas
 
Simulado tendências pedagógicas
Simulado   tendências pedagógicasSimulado   tendências pedagógicas
Simulado tendências pedagógicas
 
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres SantoméTrabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
Trabalho cooperativo e coordenado. Entrevista com Jurjo Torres Santomé
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOREDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
 
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação  Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação
Teorias pedagógicas e sua contribuição para a educação
 
Sociologia e filosofia
Sociologia e filosofiaSociologia e filosofia
Sociologia e filosofia
 
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTOALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
ALUNO: SUJEITO DO CONHECIMENTO
 
Fichamento
FichamentoFichamento
Fichamento
 
As Diretrizes Curriculares Da Pedagogia
As Diretrizes Curriculares Da PedagogiaAs Diretrizes Curriculares Da Pedagogia
As Diretrizes Curriculares Da Pedagogia
 
Fundamentos historiocos e epistemologicos
Fundamentos historiocos e epistemologicosFundamentos historiocos e epistemologicos
Fundamentos historiocos e epistemologicos
 
Tedencias pedagogicas
Tedencias pedagogicasTedencias pedagogicas
Tedencias pedagogicas
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
 
Dicas conhecimentos pedagógicos
Dicas conhecimentos pedagógicosDicas conhecimentos pedagógicos
Dicas conhecimentos pedagógicos
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
 
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileira
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileiraAs concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileira
As concepã‡ã•es pedagã“gicas na histã“ria da educaã‡ãƒo brasileira
 
Slide introduçao a pedagogia
Slide introduçao a pedagogiaSlide introduçao a pedagogia
Slide introduçao a pedagogia
 
A dinamica na sala de aula e a relação professor aluno
A dinamica na sala de aula e a relação professor  alunoA dinamica na sala de aula e a relação professor  aluno
A dinamica na sala de aula e a relação professor aluno
 
Abordagem critico superadora
Abordagem critico superadora Abordagem critico superadora
Abordagem critico superadora
 

Semelhante a O construtivismo piagetiano na educação

Sociologia e filosofia
Sociologia e filosofiaSociologia e filosofia
Sociologia e filosofiapibidsociais
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...Tamiris Cerqueira
 
CAPÍTULO 3: Psicologia da Aprendizagem
CAPÍTULO 3: Psicologia da AprendizagemCAPÍTULO 3: Psicologia da Aprendizagem
CAPÍTULO 3: Psicologia da AprendizagemIsrael serique
 
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteAula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteKelly da Silva
 
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes Filho
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes FilhoPPP - E.E.B. Alexandre Ternes Filho
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes FilhoAna Paula Silva
 
Introdução monografia
Introdução   monografiaIntrodução   monografia
Introdução monografiaRafael Machado
 
Educomunicacao o que_e_isto
Educomunicacao o que_e_istoEducomunicacao o que_e_isto
Educomunicacao o que_e_istomarcaldeira
 
Grupo a atividade_is
Grupo a atividade_isGrupo a atividade_is
Grupo a atividade_isLuciana
 
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo DelorosoAndrea Cortelazzi
 
Teoria pedagógica teoria sociocritica
Teoria pedagógica teoria sociocriticaTeoria pedagógica teoria sociocritica
Teoria pedagógica teoria sociocriticaSartorel
 
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdfEDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf4444444444ada
 
Apresentação janice raimundo
Apresentação janice raimundoApresentação janice raimundo
Apresentação janice raimundojaniteacher Simoes
 

Semelhante a O construtivismo piagetiano na educação (20)

Sociologia e filosofia
Sociologia e filosofiaSociologia e filosofia
Sociologia e filosofia
 
TEXTO 1.pdf
TEXTO 1.pdfTEXTO 1.pdf
TEXTO 1.pdf
 
Keila01 projeto
Keila01 projetoKeila01 projeto
Keila01 projeto
 
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
PESQUISA E EDUCAÇÃO: REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NO CAMPO...
 
CAPÍTULO 3: Psicologia da Aprendizagem
CAPÍTULO 3: Psicologia da AprendizagemCAPÍTULO 3: Psicologia da Aprendizagem
CAPÍTULO 3: Psicologia da Aprendizagem
 
Pacto EM
Pacto EMPacto EM
Pacto EM
 
Manifesto dos pioneiros
Manifesto dos pioneirosManifesto dos pioneiros
Manifesto dos pioneiros
 
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docenteAula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
Aula didática, tendências pedagógicas e a práxis docente
 
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes Filho
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes FilhoPPP - E.E.B. Alexandre Ternes Filho
PPP - E.E.B. Alexandre Ternes Filho
 
Introdução monografia
Introdução   monografiaIntrodução   monografia
Introdução monografia
 
Curso de didática
Curso de didáticaCurso de didática
Curso de didática
 
Manual
ManualManual
Manual
 
Educomunicacao o que_e_isto
Educomunicacao o que_e_istoEducomunicacao o que_e_isto
Educomunicacao o que_e_isto
 
Ensino pesquisextensão
Ensino pesquisextensãoEnsino pesquisextensão
Ensino pesquisextensão
 
Grupo a atividade_is
Grupo a atividade_isGrupo a atividade_is
Grupo a atividade_is
 
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso
8. Piaget. Para Onde Vai A EducaçãO. Paulo Deloroso
 
Unidade iii slide
Unidade iii   slideUnidade iii   slide
Unidade iii slide
 
Teoria pedagógica teoria sociocritica
Teoria pedagógica teoria sociocriticaTeoria pedagógica teoria sociocritica
Teoria pedagógica teoria sociocritica
 
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdfEDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
EDUCAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES APOSTILA 1.pdf
 
Apresentação janice raimundo
Apresentação janice raimundoApresentação janice raimundo
Apresentação janice raimundo
 

Mais de Ana Vanessa Paim

Isabel alarcao formacao do educador reflexivo 18-09
Isabel alarcao   formacao do educador reflexivo 18-09Isabel alarcao   formacao do educador reflexivo 18-09
Isabel alarcao formacao do educador reflexivo 18-09Ana Vanessa Paim
 
Interdisciplinaridade power point
Interdisciplinaridade power pointInterdisciplinaridade power point
Interdisciplinaridade power pointAna Vanessa Paim
 
Avaliação desmistificada hadji
Avaliação desmistificada   hadjiAvaliação desmistificada   hadji
Avaliação desmistificada hadjiAna Vanessa Paim
 
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpaAna Vanessa Paim
 
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-095 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09Ana Vanessa Paim
 

Mais de Ana Vanessa Paim (6)

Isabel alarcao formacao do educador reflexivo 18-09
Isabel alarcao   formacao do educador reflexivo 18-09Isabel alarcao   formacao do educador reflexivo 18-09
Isabel alarcao formacao do educador reflexivo 18-09
 
Interdisciplinaridade power point
Interdisciplinaridade power pointInterdisciplinaridade power point
Interdisciplinaridade power point
 
Ensino deci .2
Ensino deci .2Ensino deci .2
Ensino deci .2
 
Avaliação desmistificada hadji
Avaliação desmistificada   hadjiAvaliação desmistificada   hadji
Avaliação desmistificada hadji
 
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa
5 assmann-hugo-metforasnovas-paulodeloroso-091130223908-phpa
 
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-095 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
5 docencia competencias_para_ensinar ppt 15-09-09
 

O construtivismo piagetiano na educação

  • 1. PSICOLOGIA E PEDAGOGIA A resposta do grande psicólogo aos problemas do ensino JEAN PIAGET
  • 2. Neste livro, o autor Jean Piaget, inicia abordando a tarefa de tentar julgar o desenvolvimento da educação e da instrução no decorrer dos últimos trinta anos. Até 1960, respira-se um notável otimismo nos meios educacionais, existe a opinião generalizada de que as reformas empreendidas serão um instrumento eficaz para o desenvolvimento científico e para mudança social. O interesse generalizado pelos temas educacionais e o desenvolvimento considerável dos meios econômicos concedidos à pesquisa e às reformas neste campo vão imprimir um grande impulso nas ciências da educação, entre estas a psicologia educacional.
  • 3. Por volta de 1975, a época dourada parece ter terminado, a crise econômica que se instala em nível mundial e a tensão com ameaça de confronto direto, provocam uma restrição considerável nos auxílios destinados à pesquisa e às reformas educacionais.
  • 4. Traçando o desenvolvimento da educação e da instrução desde 1935 até aos nossos dias, constata-se um imenso progresso quantitativo da instrução pública e um progresso qualitativo em determinados locais, principalmente nos pontos em que mais foram favorecidos pelas múltiplas transformações políticas e sociais. Mas o autor põe em questionamento por que a ciência da educação tem avançado tão pouco em suas posições em comparação com as renovações profundas ocorridas na psicologia infantil e na própria sociologia, além do que não foi capaz de produzir uma elite de pesquisadores que fizessem da pedagogia uma disciplina, ao mesmo tempo científica e viva, como ocorre com todas as disciplinas aplicadas que participam simultaneamente da arte e da ciência.
  • 5. Três problemas centrais, cuja solução está longe de ser alcançada e questiona-se como serão resolvidos, com a colaboração dos mestres ou uma parte deles: 2) Qual o objetivo desse ensino? Acumular conhecimentos úteis, mas em que sentido são úteis? Aprender a aprender? Aprender a inovar, a produzir o novo em qualquer campo tanto quanto no saber? Aprender a controlar, a verificar ou simplesmente a repetir? 2) Resta ainda determinar quais são os ramos (ou o detalhe dos ramos) necessários, indiferentes ou contra indicados para atingi-los: os da cultura, os do raciocínio e, sobretudo os ramos da experimentação, formadores de um espírito e descoberta e de controle ativo. 3) Escolhidos os ramos, resta afinal conhecer suficientemente as leis do desenvolvimento mental para encontrar os métodos mais adequados ao tipo de formação educativa desejada.
  • 6. Obstáculos sociais que impedem os mestres de se dedicarem à pesquisa de conhecimentos elementares: Primeiro, que a pedagogia é, entre outras, uma ciência e das mais difíceis, devido à complexidade dos fatores em jogo. Em segundo, o mestre-escola deve limitar –se a um programa e aplicar os métodos que lhe são ditados pelo Estado, não restando dúvida que os ministérios de educação são, sobretudo, constituídos por educadores, mas que apenas administram, não lhes restando tempo para pesquisa e freqüentemente recorrem a consultar os Institutos de Pesquisas. Em terceiro comparam as sociedades pedagógicas com as sociedades médicas ou jurídicas com as sociedades de engenheiros ou de arquitetos e por final, Em quarto lugar o essencial, a preparação de mestres não tem qualquer relação com as faculdades universitárias
  • 7. O construtivismo piagetiano vê o desenvolvimento da inteligência enquanto uma construção progressiva de estruturas cada vez mais amplas e diferenciadas. O desenvolvimento do conhecimento evidencia que ele não se reduz a estruturas inatas, nem à estimulação do meio, mas é uma construção do próprio sujeito. Essa construção é de caráter dialético, pois o Homem transforma a realidade agindo diretamente sobre ela e, ao agir também se modifica: é o aspecto interacionista da sua teoria.
  • 8. Pressupondo, uma concepção de que a inteligência e a liberdade são dois pólos do mesmo processo: um é função do outro, é preciso liberdade para agir a fim de que a inteligência se desenvolva e esta precisa se sentir livre de impedimentos para por em prática os procedimentos de ação. A liberdade, enquanto uma conquista que, numa dialética constante a ação e a cognição, será uma das marcas do desenvolvimento.
  • 9. Em condições nas quais o aluno é respeitado, portanto isentas de autoritarismo, observa-se a forma como ele vai se apropriando dos mecanismos necessários à autonomia, que irão caracterizar no futuro seu comportamento de cidadão. Nota-se no início do desenvolvimento (período pré-operatório) que o real se impõe de forma absoluta. Assim, as limitações (restrições) do real são vistas como necessárias (pseudonecessárias) e as transformações como impossíveis (pseudoimpossibilidade). No período operatório-concreto, a aquisição das primeiras operações, graças à reversibilidade do pensamento, produzem mudanças significativas.Algumas possibilidades de transformação do real já podem ser vislumbradas, mas são ainda de caráter limitado, pois têm como referência o real concreto imediato. A inversão completa de sentido entre o real e o possível só ocorrerá no período correspondente ao pensamento operatório formal.
  • 10. O raciocínio hipotético dedutivo permite que as deduções superem o plano da realidade concreta e se realizem a partir de enunciados hipotéticos. Portanto, esse tipo de pensamento que caracteriza o adolescente e o adulto, mergulha o real do universo das possibilidades ilimitadas. O real passa a significar não mais do que uma fonte de proposições (pensamento proporcional) as quais ligadas logicamente entre si permitem que uma hipótese seja deduzida de outra, sem referência obrigatória ao real concreto(operações sobre operações), podendo estas proposições serem combinadas de várias formas(sistema combinatório). Sendo assim, a autonomia se impõe como uma necessidade a todas as formas de conduta humana, porque todas as categorias serão conhecimento serão englobadas num único sistema.
  • 11. O momento no qual ocorre à inserção do jovem na sociedade adulta corresponde, pelo menos é o que se espera teoricamente, à aquisição das estruturas formais de inteligência. A reversibilidade o faz sentir- se em condições de igualdade em relação aos adultos, desejando participar dos processos de tomadas de decisões e assumir responsabilidades individuais e sociais. O pensamento hipotético- dedutivo lhe permite afastar-se da situação concreta atual, projetar-se para o futuro e através da reflexão, elaborar uma hipótese a partir da outra.
  • 12. Em razão dessas características que levam o pensamento formal à não tolerar contradições, o adolescente torna-se essencialmente um teórico, atribuindo ao seu pensamento um poder messiânico capaz de transformar a sociedade por si só, ele se sente como que convocado a desempenhar o papel de salvador da sociedade. Esse entusiasmo excessivo pela capacidade emergente de “teorizar” a realidade gera um tipo superior de egocentrismo, mas que será superado à medida que a participação nos grupos sociais se apresentar como necessária, o que provocará a desconcentração do adolescente.
  • 13. Piaget coloca, se quisermos atingir os objetivos traçados para a educação precisamos construir uma escola onde o aluno possa se apropriar ativamente do conhecimento, sem as restrições autoritárias tão comuns nas normas disciplinares, nas avaliações, na crença (ou descrença) sobre a capacidade do aluno, nas relações interpessoais estabelecidas na escola.
  • 14. Para concluir, sobre o ensino profissional, com exigências como uma ampliação dessa forma de englobar essa preparação escolar, teórica e, sobretudo prática, compreendendo o maior número de profissões possíveis e não somente aquelas cuja especialização técnica exigisse desde longo tempo uma formação escolarizada, de outro lado, um enriquecimento interno dos programas concebidos, de maneira a fornecer aos futuros profissionais uma cultura geral aumentada, tendendo mesmo a reunir um vasto fundo comum a todas as formas de ensino de nível secundário.