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Gálatas
Discípulos livres no espírito, não escravizados por formas e regras humanas
U
m ateu comentou certa vez: “Jesus Cristo é fantástico! Pena que teve discípulos.” De form a parecida, mais
e mais pessoas são tentadas a dizer: “Jesus, sim! Igreja, não!”. Qual é o problema, então?
Nós temos uma grande tendência de criar form as e regras, tornando o dinâmico em algo estável, o fluido em
controlável, o imprevisível em adm inistrável e confiável, o orgânico em organizacional, o espiritual no humano e
a sabedoria em conhecim ento. A maioria das igrejas são mais organizações do que corpos orgânicos; sem inários
teológicos tendem a se voltar mais ao conhecim ento do que à sabedoria, a cursos em vez de relacionam entos, a
mais teoria do que prática. Logo, nossas igrejas fazem o mesmo. Até no discipulado é difícil passar por m ais que
uma geração sem se form alizar de alguma form a. Na medida em que se form aliza, a essência da dependência
em Deus e de um relacionam ento comprometido e pessoal tende a se reduzir a um currículo ou programa.
Paulo encara este problema de frente em G álatas: o problema de focar nas form as (os odres) e perder o
significado (o vinho). Isto especialm ente se m anifesta no legalismo, em contraste com a liberdade do Espírito,
que, aliás, é citado 18 vezes neste livro (cf. n. 4.6).
Toda fam ília tem normas e regras. É impossível viver junto sem isso. M as a fam ília (e a Igreja) se torna
disfuncional e abusiva quando as normas se tornam mais im portantes que o amor e os relacionam entos. Deus
nos deu pais para que tivéssem os o alicerce de amor fundam ental em nossas vidas. De form a parecida, ele nos
dá pais espirituais, discipuladores e m entores para que experimentem os a graça do amor, a m aravilha de ter
alguém que crê profundam ente em nós e enxerga os propósitos de Deus em nós e nos ajuda a alcançar nosso
pleno potencial em Deus, o que inclui confrontar a nós em am or quando estam os nos desviando da sim plicida­
de do evangelho, da graça e do amor, tal como Paulo faz neste livro.
A liberdade que o Pai nos dá pode ser roubada de duas formas: por regras externas ou pelo egocentrismo in­
terno (o oposto do amor). Este ataque interno é mais sutil e difícil de identificar. Sua fonte está em nossos desejos
carnais, apoiados pelo mundo e pelo diabo. Algumas pessoas, seja um discipulador, seja o apoio mútuo intencio­
nal de um grupo fam iliar ou célula, podem nos ajudar a perceber quando estam os nos perdendo. Como Paulo nes­
te livro, elas nos ajudam a evitar esforços humanos (obrigação e legalismo) para voltar à simplicidade, liberdade e
alegria do Espírito. Também nos confrontam em amor quando caímos na escravidão da carne ou em egocentrismo.
T e x t o -ch ave
Mas o fru to do Espírito é: amor, alegria, paz, longanim idade, benignidade, bondade,
fidelidade, m ansidão, dom ínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gl 5.22-23)
Jesus é a videira; se perm anecerm os nele, logo daremos muito fruto (Jo 15.1-5), o fruto do Espírito (cf. n.
5.22-23). E esse fruto tem sem entes. À medida que são plantadas e regadas nas vidas de outras pessoas
(1Co 3.6), elas crescem e se reproduzem. No discipulado, isso é feito de forma intencional: cuida-se da terra
para que seja boa (Lc 8.15). Vida e am or sempre são contagiantes.
“Contra estas coisas não há lei.” (Gl 5.22-23). Quando permitimos que o Espírito se m anifeste nos fru­
tos (o caráter de Deus), não precisam os de norm as, regras. Na verdade temos que descobrir como nossas
estruturas e normas podem facilitar o mover do Espírito em vez de “estrangulá-lo”. Encontrarem os o cam i­
nho das pedras quando o am or nos guiar; esse amor, que consiste em relacionam entos comprometidos e
saudáveis, começa com Deus e passa a nossos próximos.
GÁLATAS 1 306
Prefácio e saudação
1
Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por
meio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por
Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, 2e todos
os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia.
3 Que a graça e a paz estejam com vocês, da parte
de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, 4o qual
se entregou a si mesmo pelos nossos pecados,” para
nos livrar deste mundo perverso, segundo a vontade
de nosso Deus e Pai, 5a quem seja a glória pelos sé­
culos dos séculos. Amém!
Não há outro evangelho
6Estou muito surpreso em ver que vocês estão
passando tão depressa daquele que os chamou na
graça de Cristo para outro evangelho,b To qual não é
outro, senão que há algumas pessoas que estão per­
turbando” vocês e querem perverter o evangelho de
Cristo. 8Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vin­
do do céu pregasse a vocês um evangelho diferente
daquele que temos pregado, que seja anátema.d 9As-
<>1.4Mt20.28; Ef5.2; 1Tm2.6 &1.62Co11.4 £1.7At 15.24;
Gt5.10 <'1.8Rm9.3; ICo 16.22 '1.9 Ouamaldiçoado
e1.10 ITs 2.4 '1.13 At8.3 «1.14At22.3 *1.15-16 At9.3-6
21.16 Lit.,carneesangue
sim, como já dissemos, e agora repito, se alguém está
pregando a vocês um evangelho diferente daquele
que já receberam, que seja anátema.1
10Por acaso eu procuro, agora, o favor dos homens
ou o favor de Deus? Ou procuro agradar a homens?”
Se ainda estivesse procurando agradar a homens, eu
não seria servo de Cristo.
Como Paulo se tornou apóstolo
11Informo, pois, a vocês, irmãos, que o evangelho por
mim anunciado não é segundo o homem, 12porque eu
não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado,
mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo.
13Porque vocês ouviram qual foi, no passado, o
meu modo de agir no judaísmo, como, de forma vio­
lenta, eu perseguia a igreja de Deus^ e procurava
destruí-la. 14E, na minha nação, quanto ao judaísmo,
levava vantagem sobre muitos da minha idade, sendo
extremamente zeloso das tradições dos meus pais.®
15 Mas quando Deus, que me separou antes de eu
nascer e me chamou pela sua graça, achou por bem
I6revelar seu Filho em m im / para que eu o pregas­
se entre os gentios, não fui imediatamente consultar
outras pessoas,2 17nem fui a Jerusalém para me en­
contrar com os que já eram apóstolos antes de mim,
1.1 Paulo. Cf. n. Rm 1.1. apóstolo. Cf. n. 1Co 12.28. não da
parte de homens. Paulo já inicia com o grande tema do livro: o
cristianismo não vem dos homens nem dos esforços humanos,
e sim de Deus (vs. 10-12,16).
1.2 Paulo vivia acompanhado, com sua equipe. Cf. ns. At 20.4;
2Co 7.5-6.
1.3 graça. O cristianismo é a única religião que vem de Deus
para os homens. Cf. n. Ef 2.8-9. paz. Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27.
Deus, nosso Pai. Cf. ns. Jo 1.14; Rm 8.15. Senhor Jesus Cristo
(Rm 10.9). Cf. ns. At 5.31; Rm 1.7.
1.4 o qual se entregou a si mesmo. Rm 5.6-10. para nos livrar
deste mundo perverso. “Livrar”, “desarraigar”. Não é fácil tirar
raízes profundas (Hb 12.15). Qualquer coisa que não seja o ver­
dadeiro arrependimento não nos tira do mundo; apenas coloca
uma camada de religiosidade.
1.5 Qualquer evangelho que não se baseie na graça é “outro
evangelho”. Em contrapartida esta graça não é barata (cf. n.
Mt 22.1-14).
1.6 Estou muito surpreso. “Fiquei chocado, assustado". Em
certo sentido o livro todo é um confronto em amor que identifi­
ca a raiz do problema aqui: os gálatas passaram a praticar outro
evangelho que não era o evangelho da graça.
1.8-9 seja anátema. Amaldiçoado, intensamente detestado
ou odiado, dedicado ao maligno e, por isso, maldito, condenado
eternamente (Ap 22.18-19). Paulo usa a frase mais forte que co­
nhece, repetindo-a para reforçar a profunda importância do
que está falando. Este evangelho é bem resumido no Credo dos
Apóstolos e no entendimento que a Bíblia é inerrante e infalível
no original; ela é a nossa regra sobre como viver. Denominações
inteiras na Europa e nos Estados Unidos têm partido disso. Te­
mos que nos vigiar para que o mesmo não aconteça conosco.
1.10 procuro... o favor de Deus? “O homem que deseja dirigir
uma orquestra deve voltar as suas costas para a multidão”, de
acordo com Ralph Emerson. Ou procuro agradar a homens?
As pessoas que não conseguem dizer “não” acabam caindo nes­
ta armadilha. É impossível ser norteado ou guiado por Deus e
pelos homens simultaneamente (Mt 6.24; 1Ts 2.4).
1.12 mediante revelação de Jesus Cristo. Conhecer Jesus e
sua salvação sempre vem por meio de revelação (Mt 16.15-17;
Jo 1.12-13), ainda quando Deus usa homens para comunicar o
evangelho (Rm 10.14-15).
1.13 O mal que fazemos não importa tanto quanto o que fa­
zemos depois.
1.14 extremamente zeloso. O mesmo espírito zeloso que o após­
tolo tinha antes de conhecer Jesus continuou em Paulo depois. O
Senhor usa nossa personalidade, nosso caráter e nossas experiên­
cias do passado para nos formar em relação ao nosso chamado.
1.15 Este v. descreve todo verdadeiro filho de Deus (Sl 139.13-16;
Ef 1.4-5). me separou antes de eu nascer (Is 49.1; Jr 1.5; Rm 1.1).
1.16 Este v. descreve o chamado de Paulo. De forma parecida,
todo filho de Deus tem um chamado e precisa descobri-lo para
se entregar a ele. revelar seu Filho em mim. Isto vai bem além
de revelar seu Filho para nós. Um componente profundo de todo
chamado é experimentar a mente e o coração de Jesus dentro de
nós, ganhando sua perspectiva e seus sentimentos para as pes­
soas ao nosso redor, para que eu o pregasse. Revelação exige
ação. Se tem a ver com o nosso chamado, exige vocação (v. 1).
1.17-18 Passados três anos. Tempo parecido ao que Jesus
teve com seus discípulos. Anos de silêncio, dos quais não sabe­
mos quase nada. Bem possivelmente anos de desarraigamento
(v. 4) da vida anterior para aprender de Jesus o que ele queria
fazer com o discípulo e por meio dele. Retiros com Deus (cf. n.
307 GÁLATAS 1 — 2
mas fui para as regiões da Arábia e voltei, outra vez,
para Damasco.
18Passados três anos, fui a Jerusalém' para me en­
contrar com Cefas e fiquei quinze dias com ele. 19E
não vi outro dos apóstolos, a não ser Tiago/ o irmão
do Senhor. 20Ora, a respeito do que estou escrevendo a
vocês, afirmo diante de Deus que não estou mentindo.
21Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilicia.
22E eu não era conhecido pessoalmente pelas igrejas
da Judeia, que estão em Cristo. 23Ouviam somente di­
zer: "Aquele que antes nos perseguia agora prega a
fé que, no passado, procurava destruir.” 24E glorifica­
vam a Deus a meu respeito.
O apostolado aos judeus e aos gentios
2 Catorze anos depois, fui outra vez a Jerusalém0
com Barnabé/ levando também Tito.c 2Fui em
obediência a uma revelação. E lhes expus o evangelho
que prego entre os gentios — mas fiz isso em parti­
cular aos que pareciam de maior influência —, para
não correr ou ter corrido em v ão / 3Mas nem mesmo
Tito, que estava comigo, sendo grego, foi obrigado a
submeter-se à circuncisão. 4E isto surgiu por causa
dos falsos irmãos que se haviam infiltradoe para es­
preitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus
e reduzir-nos à escravidão. 5A esses não nos subme­
temos por um instante sequer, para que a verdade do
evangelho permanecesse entre vocês.
6E daqueles que pareciam ser de maior influência —
o que eles foram, no passado, não me interessa; Deus
não aceita a aparência^ do homem — esses, digo, que
pareciam ser de maior influência nada me acrescenta-
Mc 6.31), sejam curtos ou prolongados, têm grande importân­
cia. Quanto ao poder transformador do deserto, cf. ns. Mt 4.1;
Mc 1.3. nem fui a Jerusalém.
1.24 Este v. descreve você?
2.1 Provavelmente a visita de socorro de At 11.29-30. Tito (v. 3).
cf. ns. 2Co 7.5-6; Tt 1.4; med. 12.14-18.
2.2 Prestação de contas a fim de verificar se estava no caminho
certo. A revelação divina sempre deve ser confirmada pelas Es­
crituras e por aqueles que têm autoridade espiritual.
2.4 falsos irmãos. É muito triste e até assustador saber que
existem tais pessoas em nosso meio (At 20.29-30). Nossa
maior preocupação não deve ser esses indivíduos, e sim nós
mesmos. Podemos ter mais e mais confiança que somos verda­
deiros à medida que nos expomos regularmente à luz de Cristo
(S1139.23-24; Uo 1.7-9) e pedimos que outras pessoas nos aju­
dem a perceber falsidade ou qualquer coisa que não seja coe­
rente com Jesus. Aí vemos o valor da transparência (cf. ns. e
med. 2Co 3.7-18) e da prestação de contas (cf. n. Rm 14.12).
reduzir-nos à escravidão. Isto acontece quando vivemos à luz
das expectativas de outras pessoas em vez das de Jesus.
2.5 por um instante sequer. Ceder até brevemente ou em pe­
quenas coisas pode acabar com a nossa liberdade em Cristo.
2.6 Deus não aceita a aparência do homem. Deus não julga
o homem pela aparência.
ram. 7Pelo contrário, quando viram que me havia sido
confiado o evangelho da incircuncisão, assim como a
Pedro foi confiado o evangelho da circuncisão 8— pois
aquele que operou eficazmente em Pedro para o apos­
tolado da circuncisão também operou eficazmente em
mim para com os gentios — 9e, quando conheceram
a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram
reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé,
a mão direita da comunhão, a fim de que nós fôssemos
para os gentios, e eles fossem para a circuncisão. 10S0-
mente recomendaram que nos lembrássemos dos po­
bres,5 o que também me esforcei por fazer.
Paulo repreende Pedro.
A justificação pela fé em Cristo Jesus
11Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe
face a face, porque havia se tornado repreensível. 12De
fato, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, co­
mia com os gentios; quando, porém, chegaram, come­
çou a afastar-se e, por fim, separou-se, temendo os da
circuncisão. 13E também os demais judeus se fizeram
de hipócritas juntamente com ele, a ponto de o pró­
prio Barnabé ter-se deixado levar pela hipocrisia deles.
14Quando, porém, vi que não procediam corretamente
segundo a verdade do evangelho, eu disse a Cefas, na
presença de todos: "Se você, que é judeu, vive como
gentio e não como judeu, por que quer obrigar os gen­
tios a viverem como judeus?"
D.18At9.26-30 71.19 ICo 15.7 “2.1 At 11.30; 15.2 ‘ At 15.2
c2Co2.13 42.2 Fp 2.16 “2.4 At 15.24 t2.6Dt 10.17; Rm2.11
92.10 At 24.17; ICo 16.1
2.7-10 Unidade no essencial, diversidade nos métodos e nas
estratégias de como aplicar essa essência (o evangelho).
Nota prática: precisamos disso hoje, seja ao afirmar o valor de
outras denominações, seja ao dar liberdade para os mais jovens
fazerem coisas de forma diferente. Temos que ter olhos que en­
xergam o bem nas pessoas que são diferentes de nós em vez de
ficarmos com um pé atrás, críticos.
2.8 para o apostolado da circuncisão. Aqui, como em ou­
tros lugares, o apostolado é reconhecido como uma função, não
como um título. Cf. n. 1Co 12.28.
2.12-14 temendo os da circuncisão. Tendo como referencial as
pessoas e não Jesus. O temor, ou medo, é uma das maiores estra­
tégias de Satanás (cf. n. 1Pe 5.7-8). Ninguém está acima desses
ataques, como revelado no próprio Pedro aqui. Apesar de haver
sido duro em suas palavras, Paulo destruiu a fortaleza do medo
que estava surgindo em Pedro (cf. n. 2Co 10.4-5). na presença
de todos. Normalmente o confronto deve ser de forma particular
(Mt 18.15-17). Mas, quando tem a ver com um líder que erra ou
peca publicamente, o confronto precisa se manifestar publica-
mente. O círculo da confissão deve ser o círculo da transgressão.
O ideal numa situação dessas pode ser um confronto particular
que leve o líder a fazer uma confissão e correção pública. O con­
fronto em público pode trazer sequelas de dificuldades relacio­
nais (cf. 2Pe 3.15-16).
GÁLATAS 2 — 3 308
15Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os
gentios, l6sabendo, contudo, que o homem não é justifi­
cado por obras da lei/ e sim mediante a fé em Cristo Je­
sus,' também nós temos crido em Cristo Jesus, para que
fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras
da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado.
17Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos
nós mesmos também achados pecadores, será que isto
significa que Cristo é ministro do pecado? De modo ne­
nhum! l8Porque, se volto a edificar aquilo que destruí,
a mim mesmo me constituo transgressor. 19Porque eu,
mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver
para Deus.7Estou crucificado com Cristo; 20logo, já não
sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver
que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21Não
anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei,
segue-se que Cristo morreu em vão/
Paulo apela para a experiência dos gálatas
3Ó gálatas insensatos! Quem foi que os enfeiti­
çou? Não foi diante dos olhos de vocês que Jesus
Cristo foi exposto como crucificado? 2Quero apenas
saber isto: vocês receberam o Espírito pelas obras da
lei ou pela pregação da fé? 3Será que vocês são tão to­
los assim? Depois de começar no Espírito, agora estão
querendo se aperfeiçoar na carne? 4Será que vocês
‘ 2.16S1143.2; Rm 3.20 'Rm 3.28; GI3.11 i2.19Rm6.il
‘ 2.15-21 Rm3.21-31 “3.5 Rm 10.17 ‘ 3.6 Gn 15.6 “3.8 Gn 12.3
‘ 3.9 Rm4.16 “3.10 Dt 27.26 ‘3.11 Hc 2.4 53.12 Lv 18.5
‘ 3.13 Dt21.23
sofreram tantas coisas em vão? Se é que, na verdade,
foram em vão. 5Aquele, pois, que lhes concede o Es­
pírito e que opera milagres entre vocês, será que ele o
faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?“
O exemplo de Abraão
6É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe
foi atribuído para justiça/ 7Saibam, portanto, que
os da fé é que são filhos de Abraão. 8Ora, tendo a Es­
critura previsto que Deus justificaria os gentios pela
fé, preanunciou o evangelho a Abraão, dizendo: "Em
você serão abençoados todos os povos."c 9De modo
que os da fé são abençoados com o crente Abraão/
10Pois todos os que são das obras da lei estão debaixo
de maldição, porque está escrito: "Maldito todo aquele
que não permanece em todas as coisas escritas no Livro
da Lei, para praticá-las."e 11E é evidente que, pela lei,
ninguém é justificado diante de Deus, porque "o justo vi­
verá pela fé"/I20ra, a lei não procede de fé, mas "aquele
que observar os seus preceitos por eles viverá".5
13Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-
-se ele próprio maldição em nosso lugar — porque
está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado
em madeiro",, —, I4para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que
recebêssemos pela fé o Espírito prometido.
A lei não pode invalidar a promessa
iSIrmãos, falo em termos humanos. Ainda que uma
aliança seja meramente humana, uma vez ratificada,
ninguém a revoga ou lhe acrescenta coisa alguma. I60ra,
2.16 não é justificado por obras da lei, e sim mediante a
fé. Esta é a essência do evangelho, a essência da graça (cf. n.
Ef 2.8-9). Tiago também coloca uma perspectiva complementar,
que precisa ser mantida simultaneamente (cf. Tg 2.14-26 e a In-
tro. Tg). pela fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1.
2.19 morri para... viver para. Este morrer não é apenas mor­
rer para o pecado em nós; também significa renunciar as nossas
pretensas virtudes (Fp 3.4-8). Cf. ns. Jo 12.23-24; Rm 6.2-4. Es­
tou crucificado com Cristo. Você está crucificado com Cristo
ou apenas interessado nele? Cf. n. Rm 6.6.
2.20 não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Brilhe,
Jesus! Paulo está falando da vida trocada (cf. n. 2Co 5.21). que
me amou e... se entregou por mim. Verdadeiro amor é entregar-
-se pela outra pessoa (Jo 15.13; Ef 5.25,28; cf. Intro. Uo). Este v.
é uma base profunda para a autonegação e, simultaneamente, a
autorrealização, combinadas em devoção e vocação radicalmente
entregues ao Rei e o Reino.
2.21 Graça vs. Lei. A religião diz: “eu obedeço, portanto Deus
me aceita”. O cristianismo diz: “Eu sou aceito por Deus, por­
tanto eu obedeço”!
3.1-5 Sete perguntas em cinco vs. (cf. Rm 2.3). Todo bom disci-
pulador é mestre em fazer boas perguntas (cf. n. Mt 11.7-9). A
fonte de tudo que é espiritual é o Espírito e não nosso esforço
(Zc 4.6). O Espírito nos dá força e nos leva a nos esforçar nele
(10)15.10; Cl 1.28-29).
3.1 Ó gálatas insensatos! Outra tradução diz: “Amados idio­
tas”. Paulo amava (4.19) o suficiente para confrontar. Quem foi
que os enfeitiçou? Mostrar nossa maturidade por meio de nos­
sas obras ou evidências externas cria certa fascinação. Nossa
carne gosta de sentir que somos algo por meio de nossos pró­
prios esforços e não apenas pela vida de Jesus em nós.
3.3 Facilmente o que começa no Espírito pode acabar se dete­
riorando para ser feito na carne. Não podemos começar a vida
cristã pela fé para depois medirmos nossa espiritualidade pelas
nossas obras ou por nosso desempenho. Cf. Intro. a este livro.
3.7 são filhos de Abraão. A herança que recebemos de pais
espirituais, sejam eles pessoas da Bíblia, da história da Igreja
ou nossos mentores e discipuladores, é bem mais importante
do que a que recebemos de nossos pais biológicos. Cf. n.
ICo 4.14-18.
3.8 serão abençoados todos os povos. Depende de nós conti­
nuar o processo de abençoar todos os povos, etnias ou nações
(Mt 28.19-20).
3.13 A vida trocada (cf. n. 2.20).
3.14 Você sabe como andar cheio do Espírito? Quer viver uma
maior manifestação da presença e do poder dele? Cf. n. At 1.2;
Intro. At.
3.15 uma aliança. Cf. n. Hb 7.22. ninguém a revoga ou lhe
acrescenta coisa alguma. Cf. n. Ap 22.18-19.
3.16 as promessas. Para o poder de promessas, cf. Intro. 2Ts.
309 GÁLATAS 3 — 4
as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descen­
dente. Não diz: "e aos descendentes”, como falando de
muitos, porém como falando de um só: "e ao seu descen­
dente",' que é Cristo. 17E digo isto: uma aliança já ante-
riormente confirmada por Deus não pode ser revogada
pela lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois/ a
ponto de anular a promessa. 18Porque, se a herança pro­
vém de lei, já não decorre de promessa. Mas foi pela pro­
messa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.k
19 Qual, pois, a razão de ser da lei? Ela foi adiciona­
da por causa das transgressões/ até que viesse o des­
cendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada
por meio de anjos, pela mão de um mediador. 20Ora,
o mediador não é de um só, mas Deus é um só.
21 Seria, então, a lei contrária às promessas de
Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promul­
gada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na
verdade, seria procedente de lei. 22Mas a Escritura
confinou tudo sob o pecado,"1para que, mediante a
fé em Jesus Cristo, a promessa fosse concedida aos
que creem.
A tutela da lei para nos conduzir a Cristo
23Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela
da lei e nela confinados, para essa fé que, no futuro,
haveria de ser revelada. 24De maneira que a lei se tor­
nou nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim
de que fôssemos justificados pela fé. 25Mas, agora que
veio a fé," já não permanecemos subordinados ao
guardião.0 26Pois todos vocês são filhos de Deus me­
diante a fé em Cristo Jesus;p27porque todos vocês que
foram batizados em Cristo'' de Cristo se revestiram.
28Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem
escravo nem liberto; nem homem nem mulher; por­
que todos vocês são um em Cristo Jesus.r 29E, se vocês
são de Cristo, são também descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa.5
A nossa filiação em Cristo
4
Digo, pois, que, durante o tempo em que o her­
deiro é menor de idade, em nada difere de um
escravo, mesmo sendo ele senhor de tudo. 2Mas está
sob tutores e curadores até o tempo predeterminado
pelo pai. 3Assim, também nós, quando éramos me­
nores, estávamos escravizados aos rudimentos do
mundo. 4Mas quando chegou a plenitude do tempo,
Deus enviou o seu Filho," nascido de mulher, nascido
sob a lei, 5para resgatar6 os que estavam sob a lei, a
fim de que recebêssemos a adoção de filhos. 6E, por­
que vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu
Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ”Aba,J
Pai!”0 7Assim, você já não é mais escravo, porém fi­
lho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.d
A preocupação de Paulo pelos gálatas
8No passado, porém, não conhecendo a Deus, vocês
eram escravos de deuses que, por natureza, não são deu­
ses. 9Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor,
agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que
estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e po­
bres, aos quais de novo querem servir como escravos?
lOVocês guardam dias, meses, tempos e anos.6 11Receio
que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão.
l2Sejam como eu sou, porque também eu sou
como vocês. Isto é o que lhes peço, irmãos. Vocês não
'3.16 Gn 12.7 13.17 êx 12.40 *3.6-18 Rm4.1-12 '3.19 Rm 5.20
"13.22 Rm3.9-19; Rm 11.32 "3.25 Gl 4.4-5 "Rm6.14
P3.26 Rm8.14 43.27 Rm6.3; ICo 12.13 '3.28Rm 10.12; Cl 3.11
S3.29GI4.7 "4.4 Rm8.3; 1Jo4.9 *4.5 1006.20 M.6Termo
aramaicopara Pai fRm8.15 44.7 Rm8.17; Gl 3.29 "4.100 2.16
3.26 todos vocês são filhos de Deus. Cf. ns. Jo 1.12; 3.3;
Rm 8.9.
3.27 batizados em Cristo. Este batismo é transformador.
Cf. n. At 1.5; med. 1Co 12.12-13.
3.28 Todos aqueles que são batizados em Cristo são iguais.
Ninguém é superior nem inferior (Cl 3.11). Os vs. 27-28 são um
poderoso argumento para que a Ceia do Senhor seja oferecida
a todos os que foram batizados em Cristo e andam com ele,
não importa a denominação da pessoa. Precisamos lembrar que
é a Ceia do Senhor e não da nossa igreja ou denominação. A
igualdade também contribui com a liberdade em Cristo, que é
o tema deste livro (cf. Intro.j. Na igreja ninguém deveria ser li­
mitado por estereótipos sexuais, culturais ou sociais que talvez
prevaleçam fora da igreja.
3.29 Herdeiros. Rm 8.17; Tg 2.5.
4.4 a plenitude do tempo. Deus é soberano e tem um tempo
para tudo, seja ao longo dos milénios, seja nos vários momen­
tos das nossas vidas (Ec 3.1-10). Precisamos discernir os tem­
pos dele para as nossas vidas (cf. Intro. Ef).
4.6 o Espírito (3.3,5,14; 4.6,29; 5.5,16-18,22,25; 6.1,18). Cf. n.
At 1.2; Intro. At. “Aba, Pai” (Mc 14.36; cf. n. Rm 8.15). Isto quer
dizer “papai”, uma expressão de escandalosa intimidade com o
Todo-Poderoso.
4.7 você já não é mais escravo, porém filho. Cf. ns. Mt 11.11;
Jo 5.19-20. e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.
Como herdeiros, tudo que pertence a Deus também pertence a
nós (ICo 3.21-23; Ef 1.3,11-14,18).
4.9 agora que vocês conhecem. Gr. ginosko. a Deus. Conhe­
cimento subjetivo pela experiência (cf. n. Jo 8.32). Nosso co­
nhecimento de Deus sempre é antecedido pela atitude de ele
mesmo nos conhecer. Ele toma a iniciativa e nós respondemos
(cf. n. Jo 4.23-24). vocês são conhecidos. Novamente o termo
ginosko. por Deus... querem servir como escravos? Deixar a
identidade de filho para ser escravo é um absurdo.
4.11 As pessoas podem se perder se não tiverem um pai espiri­
tual que as acompanhe e corrija nas horas necessárias.
4.12 Sejam como eu sou. O discipulador é um modelo;
cf. Fp 3.12-17 porque também eu sou como vocês. Identi­
ficação. Podemos servir e ajudar os outros bem mais na me­
dida em que eles sabem que nos identificamos com eles (cf. ns.
GÁLATAS 4 — 5 310
me ofenderam em nada. 13E vocês sabem que eu lhes
preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma
enfermidade física. 14E, por mais que a minha enfermi­
dade na carne lhes tenha sido uma provação, vocês não
me trataram com desprezo nem desgosto. Pelo contrá­
rio, me receberam como anjo de Deus, como o próprio
Cristo Jesu s/150 que aconteceu com a felicidade que
vocês tinham? Porque posso dar testemunho de que, se
fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos
para dá-los a mim. l6Será que, por dizer a verdade, me
tomei inimigo de vocês? 17Esses que se mostram tão
zelosos em relação a vocês não estão sendo sinceros. 0
que eles querem é afastar vocês de mim, para que vo­
cês se interessem por eles. 18É bom ser sempre zeloso
pelo bem e não apenas quando estou com vocês, I9meus
filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de
parto, até que Cristo seja formado em vocês. 20Bem que
eu gostaria de estar agora aí com vocês e falar em outro
tom de voz, porque estou perplexo com vocês.5
Sara e Agar, alegoria das duas alianças
21Digam-me vocês, os que querem estar sob a lei:
será que vocês não ouvem o que a lei diz? 22Pois está
escrito que Abraão teve dois filhos: um da mulher es­
crava h e outro da mulher livre.' 230 filho da escrava
*4.14 Mt 10.40 94.8-20 Cl 2.8-23 *4.22 Gn 16.15 'Gn21.2
14.23 Gn 21.1 *4.27 Is54.1 '4.29 Gn 21.9 m4.30Gn 21.10
«5.1 Rm8.2
nasceu segundo a carne; o filho da mulher livre nas­
ceu mediante a promessa/ 24Estas coisas são alegó­
ricas, porque essas mulheres são duas alianças. Uma,
na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para a
escravidão; esta é Agar. 25Ora, Agar é o monte Sinai, na
Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em
escravidão com os seus filhos. 26Mas a Jerusalém lá de
cima é livre e ela é a nossa mãe. 27Porque está escrito:
"Alegre-se, ó estéril, você que não dá à luz;
exulte e grite, você que não sente
dores de parto;
porque os filhos da mulher abandonada
são mais numerosos do que
os filhos da que tem marido.”k
28Mas vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isa-
que. 29Como, porém, no passado, aquele que nasceu
segundo a carne perseguia' o que nasceu segundo o Es­
pírito, assim também acontece agora. 30Mas o que diz a
Escritura? Ela diz: "Mande embora a escrava e seu filho,
porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro
com o filho da mulher livre.”m31Portanto, irmãos, somos
filhos não da escrava, mas da livre.
A liberdade cristã
5
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.0 Per­
maneçam, pois, firmes e não se submetam, de
novo, a jugo de escravidão.
2Eu, Paulo, lhes digo que, se vocês se deixarem cir-
ICo 9.19-23). não me ofenderam em nada. Paulo não está
reagindo de forma pessoal, mas de forma proativa em amor.
4.13 O evangelho. Cf. n. Rm 3.10; meds. Rm 3.23; Ef 2.8-9. por
causa de uma enfermidadefísica. Deus usa nossas fraquezas
para a sua glória (cf. ns. 2Co 4.7; 12.9-10).
4.19 meus filhos (1Ts 2.11; cf. n. 1Co 4.14-18). por quem, de
novo, estou sofrendo as dores de parto (Rm 8.18-23). Não é
fácil ser pai espiritual ou discipulador (2Co 11.28; Cl 1.28-29).
Ser pai ou mãe inclui ter a empatia de sofrer quando os filhos
sofrem (cf. n. Rm 12.15). Em um parto natural e saudável é es­
sencial trabalhar com as contrações e não contra elas. Quando
existe dor física ou emocional, temos que discernir os propósi­
tos de Deus para trabalharmos com ele e não contra ele. até
que Cristo seja formado em vocês (Rm 8.29; Ef 4.13). O alvo
do discipulador cristão não é formar pessoas como ele, e sim
pessoas como Jesus.
4.20 outro tom de voz, porque estou perplexo. Paulo reco­
nhece e expressa seus sentimentos. Ele tinha grande inteligên­
cia emocional. Cf. Intro. 2Co; ns. Jo 11.33; 2Co 11.29.
4.24 Estas coisas são alegóricas. Paulo, pela inspiração do
Espírito, faz uma interpretação alegórica. Nela os fatos são in­
terpretados para revelar um significado escondido.
Nota prático: a interpretação alegórica pode ser um recurso
muito bom para esclarecer um assunto de um modo todo espe­
cial. No entanto, ela pode também levar a erros e formas distor­
cidas de pensar. É importante reconhecer que ela é subjetiva,
não baseada em normas de interpretação exegéticas normais.
Por isso, tal como Paulo, aqui, é bom ser explícito quando optar
por uma interpretação alegórica.
4.27 Is 54.1. “Alegre-se, ó estéril...”. Muitas mulheres e
casais que não podem ter filhos ficam deprimidos e estres­
sados. Outros casais nas mesmas condições se entregam a
ter filhos e filhas espirituais. Sua liberdade de não ter que
cuidar dos seus próprios filhos biológicos permite-lhes uma
entrega maior ao ministério e ao discipulado, à paternidade e
maternidade espiritual. Os próprios Jesus e Paulo (v. 19) são
exemplos disso.
4.31 Nossa herança espiritual é de liberdade, não escravidão.
Devemos repassar o mesmo para os que nos seguem.
5.1 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou (Lc 4.18-19).
Livre de e livre poro. Livre do mundo, da carne e do diabo.
Morto para eles (Rm 6.1-14). Livre das opiniões dos outros, li­
vre de agradar os outros. Mas livre para ser cheio do Espírito,
andar segundo a vontade de Deus (cf. n. Mt 6.10), podendo
discernir o que ele está fazendo e participar como sócio com
ele (cf. med. Jo 5.19-20,30). Livre para ser dominado por Je­
sus. Livre para ser vulnerável, transparente e autêntico (cf. ns.
e med. 2Co 3.7-18). Livre para ser amado e amar (cf. Intro. 1Jo).
Sendo livre, levando outros a experimentar a mesma liberdade;
não um compromisso com doutrinas, formas, normas, tradições
ou estruturas, e sim com uma pessoa: Jesus! Cf. Intro. Gl. Per­
maneçam, pois, firmes (Ef 6.11,14; cf. Intro. Ef). Jesus nos dá
liberdade; é nossa responsabilidade manter (Fp 4.4-9). jugo de
escravidão. Bem oposto do jugo de Jesus. Cf. ns. Mt 11.28-30.
311 Gálatas 5
cuncidar, Cristo não terá valor nenhum para vocês. 3De
novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar
que o mesmo está obrigado a guardar toda a lei. 4Vo-
cês que procuram justificar-se pela lei estão separados
de Cristo; vocês caíram da graça de Deus. 5Porque nós,
pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que
provém da fé. 6Porque, em Cristo Jesus, nem a circunci­
são, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que
atua pelo amor.ft
7Vocês vinham correndo bem! Quem foi que os impe­
diu de continuar a obedecer à verdade? 8Esta persua­
são não vem daquele que os chamou. 9Um pouco de
fermento leveda toda a massa.c lOTenho confiança em
vocês, no Senhor, de que não mudarão a sua forma de
pensar. Mas aquele que está perturbando vocês,dseja ele
quem for, sofrerá a condenação.
11Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão,
por que continuo sendo perseguido?e Nesse caso, es­
taria desfeito o escândalo da cruz. i2Quem dera até
se mutilassem aqueles que estão perturbando vocês.
A liberdade é limitada pelo amor
13Porque vocês, irmãos, foram chamados à liber­
dade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à car-
5.4 vocês caíram. Quantas pessoas na Igreja ainda são moti­
vadas por ativismo e performance. Elas servem para obter algo
para si mesmas em vez de servirem por causa de uma fonte de
graça e liberalidade.
5.5 aguardamos a esperança. Cf. n. Rm 8.24-25 justiça. Cf. n.
Rm 3.21. que provém da fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1; Intro. Tg.
5.6 0 que vale não é a vida externa, e sim a vida interna, que
atua pelo amor. Cf. Intro. 1Jo.
5.9 fermento. Pode ser bom ou ruim (cf. n. Mt 16.6).
5.12 Outra versão diz “Quanto a esses que os perturbam, quem
dera que se castrassem!” As palavras violentas de Paulo expres­
sam a profundidade com a qual ele sente a violência feita con­
tra os corações e espíritos dos gálatas.
Nota prática: nesta era de relativismo, temos perdido nossa
habilidade de sentir ira santa; temos que pedir que Deus nos
devolva a habilidade de sentir a ira que surge em nós, e saber
como expressá-la, ainda mais quando se tratar de ira divina.
Cf. ns. Ef 4.26-27; Rml.18.
5.13 Porque vocês, irmãos, foram chamados à liberdade.
O tema do livro todo; cf. Intro. Mas... O exercício da nossa
liberdade não deve ofender ou fazer mal para outros. Cf. ns.
Rm 14. sejam servos uns dos outros. Crente que não serve,
não serve/
5.14 V. 23.
5.15 uns aos outros. A vida recíproca (cf. med. 1Pe 1.22)
deve ser para nosso bem mútuo; infelizmente se for num cír­
culo vicioso como apresentado por este v., ela pode ser para o
mal mútuo, destruídos. Quantas igrejas, por não obedecer a
Mt 18.15-17 e andar em amor, têm se autodestruído. Podemos
sentir tristeza quanto a isso, mas é melhor que aquilo aconteça
do que continuar como “igreja de Jesus” sem a vida de Jesus.
5.16 vivam (v. 26; 6.16). Falando da conduta habitual de viver
e continuar vivendo como indicado. Cf. Intro. Ef.
ne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, num
espírito de amor/l4Porque toda a lei se cumpre em um
só preceito, a saber: "Ame o seu próximo como a você
mesmo.”5 l5Mas, se vocês ficam mordendo e devoran­
do uns aos outros, tenham cuidado para que não sejam
mutuamente destruídos.
As obras da carne e o fruto do Espírito
16 Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vo­
cês jamais satisfarão os desejos da carne.h 17Porque
a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra
a carne, porque são opostos entre si, para que vocês
não façam o que querem. l8Mas, se são guiados pelo
Espírito, vocês não estão debaixo da lei.'
19Ora, as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, libertinagem, 20idolatria, fei­
tiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, di­
visões, facções, 21invejas, bebedeiras, orgias e coisas
semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já
os preveni, que não herdarão o Reino de Deus os que
tais coisas praticam.7
*5.6 ICo 7.19; Gl 6.15 «5.9 ICo 5.6 ^.lOG11.7
«■5.11 Gl6.12 75.13 ICo8.9;Gl5.1;IPe2.16 95.14LV 19.18
715.16 Rm8.4 '5.18 Rm8.14 J5.21 ICo6.9-10; Ef5.5
5.17 A carne e o Espírito são inimigos mortais. Cada um vive
para acabar com o outro. Cf. n. Jo 10.10.
5.18 guiados pelo Espírito (cf. n. At 1.2; Intro. At). Por mais es­
tranho que pareça, o Espírito não se impõe. Ele guia, deixando-
-nos a liberdade de segui-lo ou não.
Nota prática: os líderes na igreja têm que saber como guiar
com sabedoria, de uma forma que seus seguidores sintam-se ou­
vidos e participantes das decisões. Eles devem ser líderes que
servem. Cf. ns. Mt 18.1; 20.25-28; Lc 9.46. Precisam saber como
ser interdependentes. Cf. ns. Mt 23.37 e os oito estudos sobre
interdependência a partir de 1Pe 2.4-5. E precisam saber quando
é certo e apropriado liderar de forma mais direta e quando não,
no que se chama “liderança situacional”.
5.19-21 as obras da carne (egocentrismo) (cf. ns. Rm 8.9;
1Co 6.9-10). As primeiras três obras, relativas a pecados sexuais,
são mais notórias. Note que elas abrangem pornografia. As
duas seguintes (idolatria, feitiçaria) também são flagrantes.
Para nossa surpresa, as oito que seguem são relacionais. In-
felizmente essas obras terríveis existem em muitas famílias
de crentes e muitas igrejas, facções. O sentimento de que
todos estão errados, menos seu próprio grupo. Um bispo, em
contraste, deve ser um inimigo de conflitos (1Tm 3.3). Facções
são o oposto do amor, o principal fruto do Espírito e o Grande
Mandamento. Cf. Intro. 1Jo. Se entendermos que o amor na
prática se expressa em relações comprometidas e saudáveis,
entenderemos que estas obras são o contrário. Temos que ser
especialistas em relações humanas. As últimas duas obras da
carne citadas (bebedeiras, orgias) têm a ver com deixar nossos
apetites físicos nos controlar. Qualquer coisa que nos controle,
a não ser o Espírito Santo, é da carne e leva à morte, não her­
darão o Reino de Deus. Cf. ns. ICo 6.9-10. os que tais coisas
praticam. Como estilo de vida, não falando de alguém que uma
ou outra vez cai numa destas obras da carne.
GÁLATAS 5 — 6 312
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longa­
nimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansi­
dão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24E
os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne/ com as
suas paixões e os seus desejos.
25Se vivemos no Espírito, andemos também no Es­
pírito. 26Não nos deixemos possuir de vanglória, pro­
vocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros/
O auxílio mútuo e a responsabilidade pessoal
6
Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta,
vocês, que são espirituais, devem restaurar essa
pessoa0 com espírito de brandura. Mas tenha cuidado
para que você não seja também tentado/ 2Levem as
cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei
*5.24 Rm 6.6 '5.26 Fp 2.3 "6.1 Mt 18.15 *100 10.12
c6.2 Jo 13.34 46.6 ICo9.11,14 '6.8 Pv22.8 *6.9 2Ts 3.13
96.10 Pv 3.27
5.22-23 Mas ofruto (Jo 15.1-5,8,16-17). do Espírito. A seguir, vem
uma descrição de Jesus, como também da maturidade espiritual e
emocional, amor. Cf. Intro. 1Jo. alegria. Cf. ns. Lc 10.17-23; Jo 15.11
e Intro. Fp. paz. Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27. longanimidade. Paciên­
cia (cf. ns. 2Co 1.6). benignidade. Amabilidade, brandura, docili­
dade. bondade. Agir para o bem do outro, ainda se isso requisitar
confronto em amor. fidelidade. Lealdade, mansidão. Predisposi­
ção a ser guiado; ensinável (cf. n. Tg 3.13). domínio próprio. Disci­
plina. Habilidade de controlar-se; não perder o equilíbrio. Cf. tc. Gl.
Contra estas coisas não há lei. Rm 13.8.
5.24 Crucificaram a carne. Cf. n. Rm 6.6.
5.25 Nossa vida interna tem que se revelar de forma externa.
A árvore saudável dá naturalmente fruto. Outra forma de falar
das obras da carne e do fruto do Espírito em termos menos re­
ligiosos seria a descrição de alguém doente emocionalmente e
alguém saudável emocional mente. O primeiro é mais ansioso, re­
sistente, emocionalmente volátil e menos livre, mas centrado em
seu próprio ego, negativo, amarrado, mais defensivo, reativo e
destrutivo. O saudável emocionalmente pode ser descrito como
alguém em crescimento constante, realmente presente, transpa­
rente, livre, centrado e emocionalmente disponível, mais desper­
to, consciente, em harmonia, aberto, criativo, incentivador.
5.26 vanglória. Presunção, arrogância. Paulo encerra com uma
advertência quanto ao orgulho,
6.1 surpreendido. Um filho de Deus normalmente não toma
uma decisão lúcida e consciente de desobedecer. Quando
ele cai é porque houve cegueira, engano, algum raciocínio ou
pressuposição errada, vocês, que são espirituais. Todo con­
fronto a outra pessoa tem que começar com o autoconfronto
a nossas próprias motivações e nosso coração (Sl 139.23-24).
devem restaurar essa pessoa com o espírito de brandura
(2Tm 2.25; Hb 5.2). Restaura-o, procurando entender seu co­
ração. Fale a verdade em amor. Cf. 11 princípios sobre como
resolver conflitos. Mas tenha cuidado. Cuide de si mesmo
(Sl 19.12-14; Mt 7.1; At 20.28; ITm 4.16)! para que você não
seja também tentado. O v. anterior ressalta nossa maior ten­
tação: o orgulho de pensar que somos melhores do que o nos­
so irmão. Devemos ter a humildade de lembrar quando caímos
ou falhamos de forma parecida.
de Cristo.0 3Porque, se alguém julga ser alguma coisa,
não sendo nada, a si mesmo se engana. 4Mas que cada
um examine o que está fazendo e, então, terá motivo de
gloriar-se unicamente em si e não em outro. 5Porque
cada um levará o seu próprio fardo.
O que a pessoa semear,
isso também colherá
6Mas aquele que está sendo instruído na palavra
deve compartilhar todas as coisas boas com aquele que
o instrui/
7Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo
que a pessoa semear, isso também colherá. 8Quem semeia
para a sua própria carne da carne colherá corrupção/
mas quem semeia para o Espírito do Espírito colherá vida
eterna. 9E não nos cansemos de fazer o bem/ porque no
tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos,
mPor isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o
bem a todos/ mas principalmente aos da família da fé.
6.2 Levem as cargas (gr. barros). “Um peso opressivo”, uns
dos outros. Se alguém não está caminhando bem (v. 1), é pos­
sível que seja porque está sobrecarregado e, por isso, não con­
segue lidar bem com a vida e ninguém está ajudando-o. assim,
estarão cumprindo a lei de Cristo. A lei do amor (Jo 13.34-35).
Noto prática: em um jogo de vôlei, o bom técnico se preo­
cupa não tanto com o jogador de cuja mão a bola escorregou,
mas com a pessoa que não estava no lugar certo para lhe
dar suporte. De forma parecida, é nosso dever acompanhar
o suficiente as pessoas que Deus nos dá que “escorregarem”;
estaremos ao lado delas para dar cobertura antes que real­
mente caiam.
6.3 Quem se julga superior e acha que não precisa ajudar os
outros, está profundamente enganado.
6.4 O sentimento de estar bem não deve vir de comparações
com os outros, e sim de um autoexame individual (cf. 6.1).
6.5 No final das contas, cada um tem que assumir responsabi­
lidade por sua própria vida. Se fizer isso bem, terá graça para
também poder ajudar o seu irmão (vs. 1-2).
6.6 Devemos abençoar nosso discipulador, mentor ou líder pas­
toral da maneira como estamos sendo abençoados.
6.7-8 A leia da colheita, a lei das consequências.
6.9 E não nos cansemos de fazer o bem (2Ts 3.13). Não nos
fatiguemos; não nos esgotemos. Muitas vezes na vida, teremos
uma relação ou estaremos em uma situação que exige de nós
mais do que nós recebemos por ela. Quando esse problema
é “agudo” por um breve período, já é um desafio. Quando é
“crónico”, ao longo de bastante tempo, não tem como sermos
firmes sem receber força de fora. Essa força vem, primeiro, de
Deus e, segundo, de outras pessoas que nos apoiam em ora­
ção, com conselho e dando-nos uma perspectiva maior, com
sabedoria do alto (Tg 3.13-18). Se não nos apegamos a essas
duas fontes (Deus e apoiadores humanos), falharemos. Quem
cuida de alguém que tem um mal crónico, seja física, emocional
ou espiritualmente, precisa de muito apoio para conseguir con­
tinuar dando todo o suporte possível, se não desanimarmos.
A diferença entre o vitorioso e o perdedor, muitas vezes, é que
o primeiro não desiste apesar dos retrocessos e contratempos.
6.10 Não conseguimos fazer bem para todos o tempo todo.
313 Gálatas 6
Conselhos finais e saudações
11Vejam com que letras grandes estou escrevendo de
próprio punho. 12Todos os que querem ostentar-se na
carne, esses querem obrigar vocês a se deixar circun­
cidar, somente para não serem perseguidos por causa
da cruz de Cristo. 13Pois nem mesmo os que praticam a
circuncisão guardam a lei, mas querem apenas que vo­
cês se deixem circuncidar, para que eles possam se glo­
riar na carne de vocês. 14Mas longe de mim gloriar-me,
senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,* pela qual
o mundo está crucificado para mim, e eu estou cruci­
ficado para o mundo. 15Pois nem a circuncisão é coisa
alguma, nem a incircuncisão,' mas o ser nova criatura/
16E, a todos os que andarem em conformidade com
esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre
o Israel de Deus.
17 Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu
trago no corpo as marcas de Jesus.*
Bênção
18A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, ir­
mãos, com o espírito de vocês. Amém!
*6.14 ICo 2.2 '6.15 ICo7.19;Gl 5.6 J2Co 5.17 *6.172Co4.10; 11.23
Sendo humanos e finitos, temos que estabelecer prioridades.
Elas devem ser nossa relação com Deus, e com nós mesmos,
com a nossa família, com o nosso grupo pastoral (nossa “igreja
em pequena escala”) e nosso mentor ou discipulador, com a
nossa equipe ministerial e com os nossos amigos íntimos, co­
meçando pela igreja e continuando para fora dela.
6.14 gloriar-me... na cruz (ICo 2.2). “Vão para a cruz de Cristo
todos vocês que querem ser libertos do poder do egoísmo. Vão
e vejam o preço que foi pago ali para prover o resgate de suas
almas. Vão e vejam que sacrifício assombroso foi feito ali; que
a porta à vida eterna seja aberta para pobres pecadores como
vocês. Vão e vejam como o Filho de Deus se entregou por vocês;
e aprendam a pensar que será coisa pequena vocês se entrega­
rem a ele”. (J. C. Ryle).
6.15 Coisas externas têm pouco valor (Fp 3.4-8); ser uma nova
criatura vale tudo! Cf. ns. Jo 1.12; 3.3; Rm 5.1-11; 8.15.
6.17 Sofrer fisicamente por Jesus é raro para a maioria de nós.
Se isso acontecer, podemos saber que entramos numa esfera
privilegiada de maior identificação com Jesus (Cl 1.24). Mas isto
não é para nos exaltar, e sim para que possamos melhor exaltá-
-lo e encorajar nossos irmãos a se manterem fiéis a Jesus em
face de toda e qualquer dificuldade.
6.18 A graça. Paul encerra como começou (cf. n. 1.3), com a
palavra-chave do livro todo. Cf. n. 1Co 16.23.
Efésios
Discernindo os tempos juntos!
------------------------------------------------------------ •
W
atchm an Nee em seu livro A s três atitudes do crente fala de três posturas do crente em Efésios. Jun­
tando essas posturas com as de Is 40.31, podemos identificar um total de cinco atitudes principais.
Sentar ou esperar (Ef 1.20; cf. n. 2.6): é o início de tudo. A criança que não aprende a sentar normalmente
terá dificuldade em andar. Baseia-se em sentar com Jesus nos lugares celestiais, como também sentar aos seus
pés (Lc 10.39). O primeiro é nos firm ar em nossa identidade e posição em Cristo; o segundo é entender que
essa identidade é de ser um discípulo e nunca parar disso. Os que esperam no Senhor renovam as suas forças
(Is 40.31). Esta postura é o ponto de partida para todas as outras.
Andar (gr. peripateu; cf. n. Ef 4.1): tom ar passos firm es e competentes, demonstrando um estilo de vida
espiritual. Com Jesus, podemos andar sem nos esgotar, sem nos fatigar (Is 40.31); seu ritmo de graça não é for­
çado (cf. n. M t 11.28-30). Quem não aprende andar bem, dificilm ente conseguirá estar firme.
Estar firme (Ef 6.11,14; ICo 15.58). A postura de guerreiro (2Tm 2.3-4; o jovem guerreiro em 1Jo 2.12-14).
Jesus é nossa rocha e fortaleza, nosso defensor e protetor. M as também prepara nossas mãos para a batalha
(Sl 18.34; 144.1). Na medida em que nos tornam os mais como ele, passam os a ser guerreiros que defendem e
protegem outros. Um guerreiro veterano se torna um “pai" na linguagem de João (1Jo 2.12-14), capacitando ou­
tros para a batalha.
Correr (Is 40.31) e não se cansar. Viver plenamente em nosso cham ado. Esta pessoa não sabe apenas quem
ele é (o “sentar”); sabe o que ele foi criado para fazer. Corre com perseverança e alegria, com dedicação, a car­
reira que lhe é proposta (Hb 12.1-2). M arca a história.
Voar (Is 40.31). Sonhar os sonhos de Deus, com uma visão grande e em longo prazo, indo além do que outras
pessoas normalmente vão. Que lindo quando alguém não apenas consegue fazer isto, como também consegue
anim ar e capacitar outros a ouvir sua voz interior, a voz de Deus, e os sonhos de Deus para eles. Cf. ns. At 2.17.
Cada pessoa tem um ritmo preferido, devido à sua personalidade, aos seus dons e às suas experiências.
M uitos têm dificuldade com certos ritmos, seja para eles, seja em outras pessoas. Precisamos ter a habilidade
de m udar de uma postura para outra segundo a direção de Deus e a necessidade. Isso requer capacitação e dis­
cernimento. Precisam os ser como os filhos de Issacar, discernindo os tempos. Existe tempo para tudo (Ec 3.1).
Necessitam os saber qual é em cada momento. Também existe a opção de assum ir cada postura de form a coleti­
va em diversos momentos, especialm ente como equipe (cf. ns. At 20.4; 2Co 7.5-6). Em alguns casos, pode haver
momentos de ju n tar duas posturas para produzir uma com binação poderosa.
Em quais das cinco posturas você é bem maduro e capacitado? Em quais precisa crescer? Em quais está
capacitando outros?
T e x t o -c h a v e
Por isso é que se diz: "Desperte, você que está dormindo, levante-se de entre os mortos,
e Cristo o iluminará.”Portanto, tenham cuidado com a m aneira com o vocês vivem, não com o tolos,
m as com o sábios, aproveitando bem o tem po, porqu e os dias são maus. (E f 5.14-16)
Há também a sexta postura: estar adormecido (cf. ns. 5.16-17). Paulo, com som de trom beta, nos cha­
ma a deixá-la de lado para andarm os como sábios, remindo o tempo. Convoca-nos para serm os pessoas
que sabem discernir os tempos e o que Deus está fazendo. Devemos acom panhar-lhe em seu ritmo, seja
o momento propício para sentar, andar, estar firme, correr ou voar. Jesus tinha seus momentos para cada
postura; precisam os seguir em suas pisadas. E não apenas fazer isso, mas também ajudar outros fazerem
o mesmo. Isto é o discipulado!
315 EFÉSIOS 1
Prefácio e saudação
1
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de
Deus, aos santos que vivem em Éfeso0 e são fiéis
em Cristo Jesus.
2 Que a graça e a paz da parte de Deus, nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês.
As bênçãos espirituais em Cristo
3Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espiri­
tuais nas regiões celestiaisb em Cristo. 4Antes da fun­
dação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos
santos6 e irrepreensíveis diante dele. Em amor 5nos
predestinou^ para ele, para sermos adotados como seus
filhos,6por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de
sua vontade, 6para louvor da glória de sua graça, que ele
nos concedeu gratuitamente no Amado. 7Nele temos a
redenção/ pelo seu sangue, a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça, 8que Deus derramou
abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e en­
tendimento, 9desvendando-nos o mistério5 da sua von­
tade, segundo o seu propósito que ele propôs em Cristo,
10de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude
dos tempos/ todas as coisas, tanto as do céu como as
1.1 Paulo. Cf. n. Rm 1.1. apóstolo. Cf. n. 1Co 12.28. por vontade
de Deus. Cf. n. Mt 6.10. aos santos. Não “aos pecadores”. A pa­
lavra “santos” aparece 12 vezes neste livro; só neste capítulo, apa­
rece nos vs. 1,4,15,18. Cf. n. Rm 8.9. em Éfeso. Poderia substituir o
nome de sua cidade, em Cristo Jesus. Cristo é citado por nome por
volta de 53 vezes neste livro, cinco ocorrências nos primeiros três
vs. “em Cristo Jesus” é citado mais de 20 vezes. A vida cristã, acima
de tudo, é cristocêntrica. Qualquer outro centro falhará, seja uma
pessoa superespiritual, seja uma igreja ou denominação, seja até
a Bíblia. Em Cristo encontramos quem somos e para o que viver.
1.2 graça (6-7,16). Cf. n. 2.8-9. e o paz. 2.14-15. Cf. ns. Lc 10.5-7;
Jo 14.27. Deus, nosso Pai. Deus é chamado de Pai 12 vezes nes­
te livro, neste capítulo nos vs. 2-3,17. Cf. ns. Jo 1.14; Rm 8.15. e
do Senhor Jesus Cristo (Rm 10.9). Cf. ns. At 5.31; Rm 1.7.
1.3 nos abençoou. Bênçãos na Bíblia têm poder, não são apenas
palavras bonitas, com todas as bênçãos espirituais. Não nos
falta uma! Cf. ns. 1Co 3.21-23. nos regiões celestiais. Cf. n. 2.6.
em Cristo. O segredo para viver “em bênção” é permanecer em
Cristo. Cf. n. Jo 15.1-8.
1.4 Antes da fundação do mundo. Quando nosso Amado
criou o mundo, seu amor transbordou, e ele pensou em nós.
Escolheu-nos e nos formou nos mínimos detalhes, com cari­
nhoso cuidado (Sl 139.13-16), e identificou as boas obras que
faríamos (2.10). Deus nos escolheu. Ele nos selecionou para
seu time; chamou-nos para sua família. Em amor. Não por obri­
gação nem por necessidade; por desejo! Cf. Intro. 1Jo.
1.5 para sermos adotados. Antes éramos filhos de outra fa­
mília, a de Satanás, o mundo e o pecado (2.1-3). Deus nos res­
gatou e adotou (2.4-7). segundo o propósito (v. 9). Seu prazer,
sua alegria (Mt 25.21; Jo 15.11). de sua vontade (vs. 9,11). O
bom propósito de sua vontade. Jesus é a fonte e a origem da
vida com propósito (3.11). Se andarmos com ele, a nossa vida
inevitavelmente terá propósito.
da terra. 11Em Cristo fomos também feitos herança, pre­
destinados segundo o propósito daquele que faz todas
as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12a fim
de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de an­
temão esperamos em Cristo. l3Nele também vocês, de­
pois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da
salvação, tendo nele também crido, receberam o selo' do
Espírito Santo da promessa. 140 Espírito é o penhor7da
nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em lou­
vor da sua glória.
A oração de Paulo
15Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que vo­
cês têm no Senhor Jesus e o amor para com todos
os santos/ l6não cesso de dar graças por vocês,
mencionando-os nas minhas orações. 17Peço ao Deus
de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que
conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação
no pleno conhecimento dele. 18Peço que ele ilumine
os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é
01.1 At 18.19-21; 19.1 *1.3 Ef 1.20;2.6;3.10;6.12 <1.4Ef5.27
4l.5Rm8.29 «GI4.5 *1.7 Rm 3.24; Cl 1.14 J1.9Rm 16.25;
Ef3.3,9;6.19 *1.10Gl4.4 '1.132Co 1.22;Ef4.30 Jl.142Co1.22
*1.15 Cl 1.4; Fm 5
1.6 Glória. Cf. vs. 12,14 e a terceira n. Jo 1.14. O Amado, Jesus,
é a fonte da graça. Se não estivermos conectados a ele, não
conseguiremos que a graça realmente flua em nós.
1.7 Maravilhosa graça! Rm 5.6-11; 2Co 5.21; Ef 2.1-9.
1.8 em toda a sabedoria e entendimento. Cf. n. 3.10.
1.9 desvendando-nos o mistério (3.3-4,9; 5.32; 6.19).
Cf. n. Rm 11.25. da sua vontade. Da sua soberania. Cf. ns.
Rm 8.28-29; 9.19-33.
1.10 Este v. esclarece o plano cósmico de Deus e o foco e propó­
sito de toda a história humana: tudo converge em Jesus Cristo,
seja na sua primeira vinda, seja na vinda dele em nossas vidas,
seja na sua segunda vinda. E a sua história individual, ela está
alinhada com isto? Somos chamados a ser ativamente envolvidos
nesta convergência em todas as esferas da vida (2Co 5.17-20).
1.13o palavra da verdade. Cf. ns. Jo 8.32; 14.6. o evangelho.
Cf. n. Lc 2.11; tc. Rm; Intro. Mt. com o selo do Espírito Santo.
Marcados por dentro como pertencendo a Deus.
1.15 Ministério de afirmação. Cf. ns. 1Co 1.4-9; 2Co 1.12-14; 3.9.
Fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1. Amor. Cf. n. 1.4.
1.16-23 minhas orações (3.14-21). Cf. n. Rm 1.9.
1.16 ITs 5.17-18.
1.17 espírito de sabedoria e de revelação. Podendo ser
qualidades permanentes, como também dons para momentos
especiais (cf. n. 12.7-11). no pleno conhecimento dele. Não
parcial, não superficial, não inicial ou introdutório, mas pleno.
Conhecendo seu coração e mente. Que oração! O maior motivo
de oração não é conseguir as coisas que foram pedidas, e sim
conhecer Deus, a sua mente e o seu coração. Cf. n. Mt 11.15.
1.18 os olhos do coração de vocês. Olhos espirituais
(2Rs 6.17; Mc 8.24; 2Co 4.18). Cf. Intro. 1Pe e ns. Mc 8.22-26;
Lc 7.44. para que saibam (gr. epignosis: conhecimento verda­
deiro, perspectiva plena); cf. ICo 13.12. Esperança da vocação
de vocês. Cl 1.27; cf. n. Rm 8.24-25. a riqueza da glória da sua
EFÉSIOS 1 — 2 316
a esperança da vocação1de vocês, qual a riqueza da
glória da sua herança nos santos 19e qual a suprema
grandeza do seu poder para com os que cremos, se­
gundo a eficácia da força do seu poder, 20Ele exerceu
esse poder em Cristo, ressuscitando-om dentre os
mortos e fazendo-o sentar à sua direita" nas regiões
celestiais,0 21acima de todo principado, potestade/
poder, domínio e de todo nome que se possa mencio­
nar, não só no presente século, mas também no vin­
douro. 22E pôs todas as coisas debaixo dos seus p é s q e,
para ser o cabeça" sobre todas as coisas, o deu à igreja,
23a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo
enche em todas as coisas.5
Do pecado para a salvação pela graça
2 Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos
em suas transgressões e pecados,0 2nos quais
vocês andaram noutro tempo, segundo o curso des­
te mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do
'1.18 Ef 4.4 ">1.20 Rm 4.24; IPe 1.21 "SI 110.1 «Ef 1.3
P1.21 1Co 15.24; Ef3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.10 41.22 SI 8.6; Mt 28.18
rEf4.15 s1.23 Ef4.10 «2.1 Cl 2.13 *2.2 Ef5.6 <2.4Tt3.5;
IPe 1.3 *2.5 Ef 2.1; Cl 2.13 "2.6 Ef 1.20; Cl 2.12; 3.1 ^Ef1.3
92.8 Rm 3.24; Ef 2.5 *2.9 2Tm1.9 '2.10 Ef4.24 7d 1.10;Tt 2.14
espírito que agora atua nos filhos da desobediência/
3Entre eles também nós todos andamos no passado,
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como também os demais.
4Mas Deus, sendo rico em misericórdia/ por causa do
grande amor com que nos amou, 5e estando nós mor­
tos em nossas transgressões, nos deu vidacíjuntamente
com Cristo — pela graça vocês são salvos — 6e junta­
mente com ele nos ressuscitou6 e nos fez assentar nas
regiões celestiais^ em Cristo Jesus. 7Deus fez isso para
mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da
sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça vocês são salvos/ mediante a fé;
e isto não vem de vocês, é dom de Deus; 9não de obras/
para que ninguém se glorie. mPois somos feitura dele,
criados1em Cristo Jesus para boas obras/ as quais Deus
de antemão preparou para que andássemos nelas.
Os gentios e os judeus são unidos
pela cruz de Cristo
11Portanto, lembrem-se de que no passado vocês
eram gentios na carne, chamados incircuncisão por
aqueles que se intitulam circuncisão, que é feita na
herança. Somos seu tesouro precioso (cf. n. Mt 13.44); a me­
nina de seus olhos, sua obra-prima.
1.19-20 o suprema grandeza do seu poder (gr. dunamis).
Cf. n. At 1.8. Poder ressuscitador, poder vitorioso. O que lhe dá
poder, energia, vigor?
1.21 acima de todo. Sua supremacia é ressaltada com a repetição
da palavra “todo” três vezes neste cap. (cf. Cl 1.15-20). O poder de
Jesus em comparação com o poder de Satanás ou dos demónios
pode ser comparado com o poder da luz e das trevas. Onde a luz
brilha, as trevas têm que fugir (Is 9.2; Dn 12.3; Fp 2.15; cf. n. Jo 1.5).
1.22 deu à igreja. Este livro explica melhor que qualquer outro
uma teologia da Igreja e como ela deve funcionar. Para uma
descrição detalhada de uma igreja saudável, cf. ns. At 2.42-47;
Intro. e tc. At. Quanto a viver na realidade da Igreja no dia a dia,
cf. Intro. ICo, e quanto a colocar ordem nela, cf. Intro. Tt.
1.23 o qual é o seu corpo. As cinco maiores metáforas no
NT para a Igreja de Cristo são a Noiva (2Co 11.12; Ef 4.31-32;
Ap 19.7-8; 21.9); a família de Deus (Mt 12.49-50; 2Co 6.18;
Gl 6.10; Ef 2.19; 1Tm 5.1); a coso de Deus (ITm 3.14-15; Hb 3.6;
1Pe 4.17); o templo de Deus, feito com pedras vivas, Cristo sen­
do a pedra angular (ICo 3.11,16-17; Ef 2.19-22; 1Pe 2.5-7) e o Cor­
po de Cristo (Rm 12.4-5; 1Co 10.17; 12.12,27; Ef 4.12,16; 5.23,30;
Cl 1.24). Possivelmente a que mais nos ajuda entender como a
Igreja funciona no dia a dia é a metáfora do corpo.
2.1 Ele lhes deu vida. Jo 10.10; 14.6. Cf. n. 2Co 5.21. vocês es­
tavam mortos. Cf. np. 5.14.
2.2-3 O mundo, o diabo e a carne, todos aliados pessoais nossos
contra Deus antes de conhecê-lo.filhos da desobediência. Éramos
por natureza merecedores da ira. Perante a santidade de Deus, to­
dos estávamos condenados à morte (Rm 3.23; 6.23). Cf. n. Rm 1.18.
2.4 Mas Deus. Cf. n. Lc 12.20. Fomos salvos de Deus (e sua ira)
pelo próprio Deus (pela sua graça) e para ele mesmo (para sua
glória e propósitos).
2.5 Um morto não pode fazer nada por si mesmo.
2.6 nos ressuscitou. Cf. ns. Rm 6.2-5. nos fez assentar (1.20).
Um primeiro momento na vida cristã. No “sentar” encontramos
nossa identidade e autoridade; nos mostramos discípulos e des­
cansamos; cf. Intro. Ef. nas regiões celestiais (1.3,20; 3.10,15;
4.10; 6.12). Temos o imenso privilégio de olhar de cima para bai­
xo, de ganhar uma perspectiva eterna. O início da vida cristã, o
recomeço dela a cada dia e a chave para a vida vitoriosa é sen­
tar com Jesus bem acima de todos os problemas deste mundo,
firmando nossa identidade nele. Os caps. 1-3 nos mostram
como fazer isso. “A verdadeira religião confronta a terra com o
céu, e o tempo com a eternidade.” (A. W. Tozer. Em Cristo Jesus;
vs. 7,10,13). Cf. n. 1.4.
2.8-9 graça (gr. choris). Esta palavra aparece 14 vezes neste
livro, neste capítulo; vs. 1,5,7-8. Favor não merecido. Uma ge­
nerosidade de Deus que nos leva a transbordar com a mesma
generosidade (cf. n. 5.4). Tem um aspecto objetivo: aquilo que
dá ou provoca prazer ou alegria, seja uma pessoa (Lc 2.40), um
ato (2Co 8.6) ou palavras (Lc 4.22; Cl 4.6). E tem um aspecto
subjetivo: indica bondade, amizade e disposição favorável da
parte da pessoa graciosa. Na Reforma, estes vs. foram cha­
ves para levar à declaração de cinco “solos”: Sola Scriptura,
Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria. Para se
aprofundar no assunto da graça, cf. n. Mt 5.7. não de obras.
Cf. n. Gl 2.16.
2.10 somos feitura dele. Ele faz sua obra em nós, para que
possamos fazer as obras que ele nos deu. O ser precede o fazer.
para boas obras. Cada crente tem sua parte no Corpo (4.16;
1Co 12.12-27); as boas obras para as quais Deus o criou. Deus
não necessita nossas obras; não acrescentam nada para ele.
Mas nosso vizinho as necessita (Mt 5.16; Tg 2.14-26).
2.11 Portanto. A palavra “portanto” sempre nos remete aos vs.
anteriores, neste caso 2.1-10.
317 EFÉSIOS 2
COMPARTILHANDO O EVANGELHO, PARTE 2
Ef 2.8-9; Rm 10.9-11 (Estudo 1.5.8)
1. Em sua opinião, qual é 0 ponto mais bonito do evangelho?
2. Em sua opinião, qual é 0 ponto mais difícil do evangelho?
3. Por que Paulo enfatiza a importância de confessar com a boca (Rm 10.9-10)?
4. Por que Paulo enfatiza a importância de crer com 0 coração nesta mesma passagem?
5. Esta semana, procure marcar uma data para se encontrar com uma pessoa não crente. Ore a Deus para
compartilhar 0 evangelho com ela.
Estudo opcional: Tg 2.19; Uo 5.11-12; Ap 3.20.
Compartilhando 0 evangelho, parte 2
Na meditação "Compartilhando 0 evangelho, parte 1" (p. 246), introduzimos as duas primeiras das Quatro leis espi­
rituais. Dando continuidade, sabemos que Deus é santo, e 0 homem é pecador. Um grande abismo separa os dois. O
homem está continuamente procurando alcançar Deus e a vida abundante pelos seus próprios esforços: vida reta, boas
obras, religiosidade etc. A terceira lei nos oferece a única resposta para 0 problema da separação...
Terceira lei: Jesus Cristo é a única solução de Deus para 0 homem pecador. Por meio dele você pode conhecer
0 amor e 0 plano de Deus para a sua vida.
Ele morreu em nosso lugar: "Mas Deus prova 0 seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido
por nós quando ainda éramos pecadores." (Rm 5.8). E "0 sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado."
(1Jo 1.7). Ele ressuscitou dentre os mortos. "Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao ter­
ceiro dia, segundo as Escrituras." (lCo 15.3-4)
Ele é 0 único caminho: "Jesus respondeu: 'Eu sou 0 caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.'"
(Jo 14.6). Deus retirou 0abismo que nos separava dele, ao enviar seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar.
Não é suficiente conhecer essas três Leis...
Quarta lei: precisamos receber Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um convite pessoal. Só
então poderemos conhecer e experimentar 0 amor e 0 plano de Deus para a nossa vida.
Precisamos receber Cristo: "Mas, a todos quantos 0 receberam, deu-lhes 0 poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que creem no seu nome" (Jo 1.12).
Recebemos Cristo pela fé: "Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de
Deus." (Ef 2.8-9).
Recebemos Cristo por meio de um convite pessoal: Cristo afirma: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a
minha voz e abrir a porta, entrarei em sua ca sa ..." (Ap 3.20) Receber Cristo implica arrependimento; significa deixar
de confiar em nossos próprios esforços e crer que Cristo, ao entrar em nossa vida, perdoa os nossos pecados e faz de
nós aquilo que ele quer que sejamos.
Rm 3.23 — Estudo anterior •* | Próximo estudo — Lc 6.12-16
carne por mãos humanas. 12Naquele tempo vocês
estavam sem Cristo, separados da comunidade de
Israel e estranhos às alianças da promessa, não ten­
do esperança e sem Deus no mundo.*
13Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes esta­
vam longe, foram aproximados pelo sangue de Cristo.
2.12 Perfil de cinco características da pessoa sem vida eterna.
2.14 ele é a nossa paz. Unidos com eie, temos paz (Rm 5.1). o
qual de ambos fez um. Devemos ter paz com todas as outras
:essoas unidas com Jesus, não importa a denominação (cf. ns.
l4Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos2 fez um.1
Tendo derrubado a parede da separação que estava
no meio, a inimizade, 15Cristo aboliu na sua carne a
lei dos mandamentos na forma de ordenanças,"1para
*2.12 Ef 4.18 12.14 Judeus egentios 'GI3.28 ">2.1502.14
Jo 17.11,21,23). Tendo derrubado a parede da separação.
Tendo destruído (v. 16) a fortaleza que construímos para nos
manter separados.
2.15 fazendo a paz (vs. 14,17). Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27.
EFÉSIOS 2 — 3 318
que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fa­
zendo a paz, !6e reconciliasse" ambos em um só corpo
com Deus, por meio da cruz, destruindo a inimizade
por meio dela. 17E quando veio. Cristo evangelizou paz
a vocês que estavam longe0 e paz também aos que esta­
vam perto; l8porque, por meio dele, ambos temos aces­
so ao Pai em um só Espírito.p
i9Assim, vocês não são mais estrangeiros e pere­
grinos, mas concidadãos dos santos e membros da
família de Deus, 28edificados sobre o fundamento
dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo
Jesus, a pedra angular.q 21Nele, todo o edifício, bem-
-ajustado, cresce para ser um santuário dedicado ao
Senhor. 22Nele também vocês estão sendo edificados
em conjunto para ser morada de Deus no Espírito/
A vocação dos gentios
e o apostolado de Paulo
3 Por essa razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo
Jesus, por amor de vocês, os gentios — 2se é
que vocês ouviram falar a respeito da dispensação
da graça de Deus a mim confiada em favor de vocês,
3pois, segundo uma revelação, me foi dado a conhe­
cer o mistério,0 conforme escrevi há pouco, resumi­
damente. 4Ao lerem o que escrevi, poderão entender
»2.162Co5.18 02.17ls57.19 P2.18Rm5.2;Ef3.12 92.20U20.17
f2.221Co3.16 03.3 Ef 1.9 63.6 Ef2.15 f3.7CI1.25 1*3.8 ICo 15.9
oAt 9.15 *3.9 Ef 3.3 93.10Ef1.21 *Ef 1.3 *3.11 Ef 1.11
y'3.12Rm 5.2; Ef 2.18 *3.13 0 1.24 *3.15 Ef 1.10
a minha compreensão do mistério de Cristo, 5o qual,
em outras gerações, não foi dado a conhecer aos fi­
lhos dos homens, como agora foi revelado aos seus
santos apóstolos e profetas, pelo Espírito.
60 mistério é que os gentios são coerdeiros, mem­
bros do mesmo corpo* e coparticipantes da promessa
em Cristo Jesus por meio do evangelho, 7do qual fui
constituído ministro0 conforme o dom da graça de
Deus a mim concedida segundo a força operante do
seu poder. 8A mim, o menor de todos os santos/ foi
dada esta graça de pregar" aos gentios 0 evangelho
das insondáveis riquezas de Cristo 9e manifestar qual
é a dispensação do mistério-^ que, desde os séculos,
esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas. 10E
isso para que agora, pela igreja, a multiforme sabedo­
ria de Deus se torne conhecida dos principados e po­
testades3 nas regiões celestiais/ 11segundo 0 eterno
propósito' que Deus estabeleceu em Cristo Jesus,
nosso Senhor. 12Em Cristo, temos ousadia e acesso* a
Deus com confiança, mediante a fé nele. 13Portanto,
eu peço que não desanimem por causa das minhas tri­
bulações em favor de vocês/ Isso deve ser motivo de
honra para vocês.
Paulo ora novamente
14Por essa razão, eu me ponho de joelhos diante do
Pai, 15de quem toda a família, tanto no céu como na ter­
ra/ recebe o seu nome. i6Peço que, segundo a riqueza da
sua glória, ele lhes conceda que sejam fortalecidos com po­
der, mediante o seu Espírito no homem interior, I7e assim,
2.16 e reconciliasse. Cf. ns. 2Co 5.18-20.
2.18 ambos temos acesso (3.12). Hb 10.19-23.
2.19 sonfos. Cf. n. 1.1. membros da família de Deus (cf. n.
1.23). Somos “irmãos de sangue”, 0 sangue de Jesus.
2.20 ofundamento dos apóstolos e profetas. Cf. n. ICo 12.28.
a pedra angular (Sl 118.22; Is 28.16; At 4.11; 1Co 3.11; 1Pe 2.5-7).
2.22 para ser morada de Deus. Lugar onde Deus se sente em casa.
3.1 prisioneiro. Prisioneiro voluntário que optou se entregar
àquele que primeiro se entregou por ele.
3.2 graça (7-8). Cf. n. 2.8-9. Todo chamado, ministério ou ha­
bilidade que temos é fruto da graça de Deus; não existe motivo
para orgulho ou superioridade.
3.3 mistério (vs. 4,9). Cf. n. Rm 11.25.
3.5 apóstolos e profetas (2.20; 4.11). Cf. n. 1Co 12.28. No Espí­
rito. Cf. n. At 1.2; Intro. At.
3.6 Todo crente é igual ao pé da cruz e diante do trono de
Cristo. Cf. n. Gl 3.28.
3.7 Todo membro da Igreja é um ministro com chamado e dons
(cf. np. 1Co 12.15-19). Todos nós devemos nos identificar com este v.
3.8 Quanto mais nos aproximarmos de Cristo, mais a sua graça
e a sua pessoa nos deixam maravilhados e menos pensamos
sobre nós mesmos.
3.10 Dá para imaginar as arquibancadas do céu cheias, anjos
de um lado, demónios de outro, olhando para a Igreja aqui na
terra, perguntando-se sobre a sabedoria de Deus em confiar
em nós. Que coragem tem Deus! Ele não está dependendo
de nossa sabedoria, inteligência, força ou posição no mundo
(ICo 2.26-31). Ele confia que manteremos uma relação de amor
com ele (vs. 14-19). Com base nesse relacionamento e esse am­
biente, ele sabe que pode fazer infinitamente mais do que po­
demos imaginar (v. 20), revelando a sua glória (v. 21).
3.12 temos ousadia. Deus não nos deu um espírito de covar­
dia nem timidez (cf. n. 2Tm 1.7).
3.14 me ponho de joelhos. Respondendo à majestade da gló­
ria do mistério do evangelho, de seu chamado e da sabedoria de
Deus. A boa teologia (caps. 1-3) nos revela a pessoa de Deus.
E isso nos leva à adoração. Quando foi a última vez que você
caiu de joelhos diante da grandeza de Deus e seus propósitos?
3.15 de quem toda a família. E a sua? Dá para colocar seu
nome de família aqui?
3.16 segundo a riqueza (1.7,18; 2.7; 3.8; Fp 4.19). Riqueza que
não tem fim e que nunca se esgotará, da sua glória (v. 21). Cf. a
parte sobre a glória na n. Jo 1.14. fortalecidos com poder (gr.
dunamis). Cf. n. At 1.8. no homem interior. De dentro para fora.
3.17 e assim, pela fé, Cristo habite no coração de vocês.
Cf. n. 2.22; cf. med. Lc 6.12-16. Pela fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1.
enraizados e alicerçados. Com bases imutáveis se a fonte das
raízes e alicerces é Jesus, em amor. Quando pensamos nos ali­
cerces da Igreja ou do nosso ministério, geralmente não pensa­
mos no amor. Mas se entendemos o amor como relacionamen­
tos comprometidos e saudáveis, entenderemos o Senhor melhor.
Nota prática: cada um recebeu um depósito na sua infân-
319 EFÉSIOS 3
Orando com poder
Ef 3.14-21 (Estudo 1.3.6)
1. Qual foi uma das últimas orações que teve um impacto poderoso em sua vida?
2. Segundo os vs. 17-19, quais as frases que indicam os limites ou a falta deles quanto ao amor de Deus?
3. Nesta passagem, quais as frases que indicam os limites ou a falta deles quanto ao poder de Deus?
4. Se Deus ama dessa forma e com tal poder, quais os limites para ele agir em nosso favor?
5 .0 que precisaria acontecer para você orar de forma parecida a Paulo?
Estudo opcional: Mt 18.18-20; Jo 15.7,16; Ef 1.15-23.
A intervenção de Deus
Deus age a nosso favor? Ele intervém em nossa vida? Sim, ele age em todas as coisas para o bem de nós que o
amamos e somos chamados segundo seu propósito - o propósito de tornar-nos mais como seu Filho, Jesus (cf. n.
Rm 8.28-29). Ele age quando intervém em nossas circunstâncias e quando não intervém. Quando oramos para que ele
mude nossas circunstâncias e ele não as muda, é porque ele quer que o amemos pelo que ele é e não apenas pelo que
ele faz por nós. Ele está no centro do universo, não nós. Nossos problemas vêm quando nós pensamos que estamos no
centro e que Deus precisa fazer A, B ou C para que possamos ficar firmes nesse centro. Ele normalmente não escolhe
nos manter em nosso egocentrismo!
Tg 5.16 — Estudo anterior ♦ |♦ Próximo estudo -— lTm 2.1-8
pela fé, Cristo habite no coração de vocês, estando vo­
cês enraizados e alicerçados em amor,m18a fim de que
possam compreender, com todos os santos, qual é a
largura, o comprimento, a altura e a profundidade
I9e conhecer o amor de Cristo, que excede todo en­
tendimento," para que vocês fiquem cheios de toda
a plenitude de Deus.
20 Ora, ao Deus que é poderoso para fazer infini­
tamente mais do que tudo o que pedimos ou pensa­
mos, conforme o seu poder que opera em nós, 21a ele
seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as
gerações, para todo o sempre.0 Amém!
">3.17 Cl 2.7 "3.19 Fp 4.7 "3.21 Rm 16.25-27
cia, a que se pode chamar de amor fundamental. Até dá para
medir quanto nosso pai e nossa mãe expressaram amor em pelo
menos três vertentes: toque físico, palavras de afirmação e in­
vestindo seu tempo em nós para fazer o que nós queríamos. O
inverso disso seria toque físico abusivo, palavras negativas e
exigir que nós cuidássemos deles ou de nossos irmãos, inves­
tindo nosso tempo neles. A quem falta amor fundamental, esse
sempre terá dificuldade de sentir-se amado e de amar. Precisa
de um processo de restauração e cura das memórias.
3.18 afim de que possam compreender. “Todo ser racional, hu­
mano e angélico possui duas faculdades: o poder de conhecer e o
poder de amar. Para o primeiro, ao intelecto, Deus é sempre incog-
noscível; mas, para o segundo, ao amor, Deus é completamente
conhecível por cada indivíduo. Tanto que uma alma de amor so­
zinha, por seu amor, pode conhecer por si mesma aquele que é
incomparavelmente mais do que suficiente para encher todas as
almas que existem. Este é o milagre eterno do amor, porque Deus
sempre agiu dessa maneira e sempre agirá. Considere isto, se pela
graça de Deus, você puder. Conhecer isto de verdade é alegria in­
finita; não o conhecer é dor infinita”. (Juliana de Norwich, no sé­
culo 14). Cânticos de amor podem liberar nossa alma para ir aon­
de nossa mente não consegue, com todos os santos (4.2,15-16;
5.25,28,33; 6.23-24). Sozinho, não! Ninguém consegue esta com­
preensão sozinho. Vale a pena meditar nas dimensões do amor de
Deus junto com outros irmãos para então pensar em como vivê-
-las melhor, a largura. Estendido a todos os povos (cf. n. Ap 5.9).
o comprimento. Estendido no tempo desde a eternidade e para a
eternidade, a altura. Elevando-nos (Sl 8.3-6). e a profundidade.
Transformando-nos (cf. ns. 2Co 5.17-21).
3.19 e conhecer (gr. ginosko). Cf. n. Jo 8.32. o amor.
Rm 8.35-39; cf. n. Mt 3.17; Intro. 1Jo. que excede todo entendi­
mento. Este amor é tão grande que nunca será compreendido
apenas com a mente. Nosso coração tem que experimentá-lo;
nosso espírito tem que mergulhar nele. E o propósito disso?
para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus.
Para que a imagem de Deus, segundo a qual fomos criados, e o
novo coração de Deus, que ganhamos na redenção, possam ser
cheios a ponto de nos tornarmos plenamente como Cristo, seu
caráter e glória transbordando em nós.
3.20 para fazer infinitamente mais. Devemos viver surpreen­
didos diariamente. Se não, estaremos andando aquém do amor,
poder e propósitos de Deus para nós. do que tudo o que pe­
dimos. 1.17-23; 3.14-19 (cf. ns. Jo 14.12-13). conforme o seu po­
der (gr. dunamis - 1.19-20; 3.16). Cf. n. At 1.8. “Espere grandes
coisas de Deus; tente fazer grandes coisas para Deus.” (William
Carey, o pai de missões modernas).
3.21 a ele seja a glória. Quem medita no amor de Deus
(vs. 18-19) acabará brotando em louvor, na igreja (Ef 5.27;
EFÉSIOS 4 320
A unidade da fé
4
Portanto, eu, o prisioneiro no Senhor,0 peço que
vivam de maneira digna* da vocação a que fo­
ram chamados, 2com toda a humildade e mansidão,
com longanimidade, suportando uns aos outros em
amor, 3fazendo tudo para preservar a unidade do
Espírito no vínculo da paz.c 4Há somente um cor­
po d e um só Espírito, como também é uma só a es­
perança para a qual vocês foram chamados. 5Há um
só Senhor,0 uma só fé, um só batismo, 6um só Deus-^
e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de
todos5 e está em todos.
°4.1 Ef 3.1 *Fp 1.27 c4.2-3 Cl 3.12-14 <<4.4Rm 12.5; Ef 2.16;
Cl 3.15 f4.5 ICo 8.6 *4.6 Dt 6.4 JRm 11.36 *4.8 SI 68.18
14.9 Ou regiõesinferiores, àterra <4.10Ef 1.23 J4.11 ICo 12.28
O santo ministério e o serviço dos santos
7Ea graça foi concedida a cada um de nós segundo
a medida do dom de Cristo. 8Por isso diz:
"Quando ele subiu às alturas,
levou cativo o cativeiro
e concedeu dons aos homens."h
9 Ora, o que quer dizer "ele subiu", senão que tam­
bém havia descido até as regiões inferiores da ter­
ra?2 10Aquele que desceu é também o mesmo que
subiu acima de todos os céus, para encher todas as
coisas.' 11E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas e ou­
tros para pastores e mestres,2 12com vistas ao aper­
feiçoamento dos santos para o desempenho do seu
serviço, para a edificação do corpo de Cristo, I3até
Ap 21.9-11). É fácil perceber os defeitos na Igreja, especialmente
nossa igreja local. É bom pedir que Deus ilumine os olhos de
nosso coração para vermos também a glória que está sendo re­
velada nela. Uma forma de ganhar esta visão é listar dez carac-
terísticas pelas quais somos gratos. Quem sabe podemos che­
gar a vinte. Ou mais! Amém. Literalmente, “que assim seja”. Que
assim seja em nossas vidas!
4.1 prisioneiro. Cf. n. 3.1. peço. Cf. n. Rm 12.1. vivam (gr. peri-
pateu-, 5.2,8,15). O grego dá o sentido de pisar firme, de forma
usual ou competente. Esta palavra nos Evangelhos e em Atos,
com uma exceção, fala de uma caminhada física. Paulo usa o
termo de forma metafórica oito vezes neste livro, aludindo ao
andar de forma espiritual (2.2,10; 4.1,17; 5.2,8,15). Traduções
mais modernas optam por “viver", porque indica um estilo de
vida. Um segundo momento na vida cristã (cf. Intro. Ef). de ma­
neira digna. Do modo de Jesus, nos seus passos (1Pe 2.21).
4.2 com toda a humildade. Elevando outros e não nós mes­
mos. 1Pe 5.5-6; cf. ns. Mt 5.3. e mansidão. Demonstrando
graça quando somos tratados como servos. Nm 12.3; Mt 11.29;
20.28. com longanimidade. Paciência, especialmente com os
defeitos de outros em longo prazo. Cf. ns. 2Co 1.6. Em resumo,
com a mesma atitude de Fp 2.1-4.
4.3 fazendo tudo. Requer esforço; não acontecerá sem investir
seriamente. para preservar. Não temos que criar a unidade.
Jesus a criou. Apenas temos que preservar o que ele criou, a
unidade do Espírito. Ela se expressa em harmonia e paz. Cf. n.
Lc 10.5-7. no vínculo da paz (cf. ns. 2.14; Lc 10.5-7; Jo 14.27).
4.4-6 Esta unidade se manifesta das sete formas indicadas
aqui. É profunda. Apenas um desastre imenso de falta de
sensibilidade ao Espírito e/ou caráter levaria à divisão. Ao
mesmo tempo, não existe nenhuma garantia de que a uni­
dade prevalecerá, a não ser que as pessoas caminhem cheias
do Espirito e com o caráter de Cristo. Infelizmente a maioria
das divisões na Igreja de Jesus tem sua fonte na falta de uni­
dade. Claro, há também outras razões, especialmente doutri­
nárias, mas geralmente por trás disso existem conflitos pes­
soais e relacionais.
4.7 graça (v. 29; 6.24). Cf. n. 2.8-9. concedida a cada um de
nós. Cada pessoa tem uma graça, um ou mais dons espirituais
(ICo 12.7,11); cada um tem sua parte para fazer no Corpo (4.16),
sem a qual o Corpo não será pleno.
4.11 Os cinco ministérios não são títulos, e sim expressões
especiais da graça que Jesus exercia, apóstolos... profetas.
Cf. n. 1Co 12.28. evangelistas. Aqueles que têm uma graça
especial para ganhar pessoas para Jesus e para equipar ou­
tros a fazerem o mesmo (v. 12). pastores. Literalmente, a
pessoa que cuida, protege e nutre as ovelhas. Sua função é
bem descrita em Sl 23; Jo 10.1-16; 21.15-17. mestres. Aquele
que forma a mente, alimenta o coração e alinha a vontade
dos discípulos. Cf. ns. Lc 24.32; At 13.1. Estes cinco minis­
térios são pessoas dadas à igreja, separadas e vocaciona­
das, diferentemente de outras listas de dons, que tratam de
dons dados a indivíduos (Rm 12.3-8; 1Co 12). Infelizmente,
existem abusos em todos os ministérios: falsos apóstolos -
Ap 2.2; falsos profetas - Mt 7.21-23; falsos pastores - Ez 34;
At 20.29-30; falsos mestres - ITm 1.3-7; 1Jo 2.26. Ao mes­
mo tempo existem argumentos simples no contexto deste v.
quanto a estes ministérios serem válidos para hoje: (1) eles
foram dados após a morte e ressurreição de Jesus (vs. 7-10),
assim que não podem apenas se limitar a pessoas como os
Doze, que receberam um chamado antes disso; (2) estes mi­
nistérios continuarão até que cheguemos à plenitude de v. 13,
que ainda não chegamos; (3) muitas fraquezas, problemas e
até o nominalismo em muitas igrejas podem ter sua base na
falta de todos os cinco ministérios estarem envolvidos de al­
guma forma saudável nessas igrejas.
4.12 com vistas ao aperfeiçoamento. Gr. katartizo: ajustar,
caber, completar, colocar no lugar devido, capacitar, equipar,
consertar, remendar, (cf. Mc 1.19), restaurar (1Pe 5.10). Este é
o papel principal de todo pastor, de toda pessoa com o cha­
mado de Ef 4.11.0 chamado não é para ser ministro, e sim para
equipar os santos, os membros da Igreja, para serem ministros.
Cada membro um ministro!
4.13 até que todos cheguemos. Sozinho, não! Como dizem os
marinheiros, nunca deixe ninguém para trás. ò unidade. A ple­
na unidade requer a participação ativa de todos em sua diversi­
dade. Onde não existe afirmação dos diversos dons, personali­
dades etc., a pressão da uniformidade tomará o lugar da força
da unidade, e do pleno conhecimento do Filho de Deus. Não
é possível conhecê-lo plenamente sem o acréscimo de como ele
se revela em cada membro, oo estado de pessoa madura. À
perfeita maturidade (cf. n. Fp 3.13). ò medida da estatura da
plenitude de Cristo. Bem descrito nos perfis de pastores, diá­
conos e presbíteros em 1Tm 3.1-12; Tt 1.6-9.
321 EFÉSIOS 4
que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno co­
nhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa
madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
14para que não mais sejamos como meninos, arrasta­
dos pelas ondas e levados de um lado para outro por
qualquer vento de doutrina, pela artimanha dos ho­
mens, pela astúcia com que induzem ao erro. 15Mas,
seguindo a verdade em amor, cresçamos k em tudo na­
quele que é a cabeça/ Cristo, 16de quem todo o corpo,
bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efe­
tua o seu próprio crescimento para a edificação de si
mesmo em amor.™
A santidade cristã oposta à dissolução
17Isto, portanto, digo e no Senhor testifico: não
vivam mais como os gentios," que vivem na vaidade
dos seus próprios pensamentos, l8tendo o seu enten­
dimento obscurecido, separados da vida que Deus
concede, por causa da ignorância em que vivem, pela
dureza do seu coração. i9Tendo-se tornado insensí­
veis, eles se entregaram à libertinagem para, de for­
ma desenfreada, cometer todo tipo de impureza.
20Mas não foi assim que vocês aprenderam a Cristo,
21se é que, de fato, ouviram falar dele e nele foram ins­
truídos, segundo é a verdade em Jesus, 22no sentido de
que, quanto à maneira antiga de viver, vocês deixem de
lado o velho homem,0 que se corrompe segundo dese­
jos enganosos, 23e se deixem renovarp no espírito do
entendimento de vocês, 24e se revistam do novo ho­
mem, criado segundo Deus,1' em justiça e retidão pro­
cedentes da verdade.
Exortações à santidade
25Por isso, deixando a mentira, que cada um fale
a verdade com o seu próxim o/ porque somos mem­
bros do mesmo corpo. 26Fiquem irados e não pe­
quem / Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de
vocês, 27nem deem lugar ao diabo/
*4.15 Ef 2.21 'Ef 1.22; 5.23 '"4.16CI2.19 "4.171Pe4.3
04.22 Rm6.6; Cl 3.9 P4.23 Rm 12.2 <74.24Cl 3.10 '4.25 Zc 8.16;
Cl 3.9 '4.26SI4.4 '4.27Ef 6.11;Tg4.7; IPe5.8
4.14 como meninos. Instabilidade e falta de raízes ou alicerces
é uma mostra de imaturidade.
4.15 seguindo a verdade em amor. Pessoas maduras fazem
isso de forma interna. Elas sabem como resolver seus conflitos
internos. Elas também sabem resolver conflitos externos com
graça e, na medida em que for necessário, firmeza.
Nota prática: temos que saber como confrontar em amor,
como “amor-frontar”. Alguns naturalmente somos tendencio­
sos ao amor e a graça; outros à verdade. Cada um precisa se
esforçar no Espírito no lado em que não flui naturalmente.
A verdade sem amor apenas machuca; acabamos perdendo
a pessoa que amamos. O amor sem a verdade apenas pas­
sa a mão, deixando a pessoa ainda em trevas, cega e amar­
rada. Acabamos perdendo a pessoa de outra forma, sendo
codependente com seus problemas ou pecados (ITm 5.22). O
verdadeiro amor leva a pessoa ao arrependimento (Rm 2.4;
Gl 6.1-2). Quando conseguimos nos identificar com a dor e os
problemas da outra pessoa, abre-se a porta para ela se iden­
tificar com Deus - porque, através de nós, sente o amor e a
aceitação que Deus estende.
4.16 de quem todo o corpo. Dependência em Cristo, bem-
-ajustado e consolidado. Bem-relacionado, bem-conectado.
Interdependência. Cf. n. Cl 2.19. pelo auxílio de todas as
juntas. No Corpo, na Igreja, os líderes são as juntas. Eles
conectam uma parte do Corpo a outra parte. O pastor precisa
estar conectado a outros pastores; ele, nesse nível é também
uma junta. Quando as juntas não são ligadas por discipula-
do ou relacionamentos comprometidos e saudáveis, a Igreja
é fragmentada e dada a conflitos internos, se não divisão.
segundo a justa cooperação de cada parte. Cada membro
é uma parte indispensável do Corpo. Cada membro, um mi­
nistro (cf. ns. 3.7; 4.12). efetua o seu próprio crescimento.
Cada parte acrescenta algo; fazendo isso bem se cria não
apenas energia, mas também sinergia, em amor. A chave de
tudo; a marca de uma pessoa, família, igreja ou denominação
saudável e madura.
4.17 não vivam mais (gr. peripateu). Cf. n. v. 1. Existem dois
estilos de vida: o de Cristo, descrito anteriormente, e o ego­
cêntrico, descrito a seguir, na vaidade. Elevando a si mesmos
como o valor mais alto. Detalhes seguem em v. 18.
4.19 Tendo-se tomado insensíveis. Outra versão: “Tendo per­
dido toda a sensibilidade.” Muitos agnósticos, ateus e pessoas
de outras religiões sem Cristo não perdem toda a sensibilida­
de porque mantêm uma visão humanista ou moral alta. Neste
caso, eles podem realmente ter bom caráter, sem cair na impu­
reza descrita neste versículo. Cf. n. Rm 1.28-31.
4.22-24 vocês deixem de lado... se deixem renovar... se re­
vistam. Quando descobrimos algo errado em nós, podemos
seguir estes três passos: (1) despojar-nos, nos arrependendo e
renunciando (cf. med. Tg 5.16); (2) renovar, realinhando nosso
coração e nos enchendo do Espírito; e (3) revestir-nos, abraçan­
do e nos comprometendo com o caráter e a pessoa de Cristo de
novo (cf. n. 2Co 5.21).
4.25 Por isso, deixando a mentira (Pv 6.16-17). Cf. ns. Jo 8.44;
Rm 1.25. Quando mentimos, nos desconectamos das pessoas.
E nos separamos emocional e espiritualmente. Sem pensar, as
tratamos como inimigos. No corpo físico, isso seria parecido a
um ataque do sistema imunológico a algum órgão, como se não
pertencesse ao corpo, fale a verdade (v. 15; cf. n. 2Co 3.18).
porque somos membros do mesmo corpo (1Co 12.12-27).
4.26 Fiquem irados e não pequem. Jesus se irou (Mt 21.12-13;
Mc 3.4-5; Jo 2.13-16; cf. n. Rm 1.18 quanto à ira de Deus). A ira
pode ser tanto de Deus, justa e certa, como pode ser egocêntri­
ca (Gn 4.5-8; Sl 37.8). Toda emoção pode ser segundo Deus ou
segundo o mundo. Não deixem que o sol se ponha sobre a ira
de vocês. Resolva! 1Tm 2.8.
4.27 Quando não resolvemos a nossa ira, abrimos uma brecha
para Satanás, um campo fértil para sua infecçâo se propagar.
Feridos ou magoados, temos a tendência de responder de for­
ma agressiva (com ira) ou de retirar ou fugir (com medo). Cf. n.
Mt 5.22. A ira é uma de seis estratégias de Satanás; cf. n. Tg 4.6-7
para as outras. Uma brecha não resolvida se torna uma fortaleza.
EFÉSIOS 4 — 5 322
28Aquele que roubava não roube mais; pelo contrá­
rio, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é
bom / para que tenha o que repartir com o necessitado.
29Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja,
mas unicamente a que for boa para edificação, con­
forme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem/ 30E não entristeçam o Espírito de Deus, no qual
vocês foram seladosw para o dia da redenção. 3iQue
não haja no meio de vocês qualquer amargura, indigna­
ção, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer mal­
dade/ 32Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos
uns para com os outros, perdoando uns aos outros,
como também Deus, em Cristo, perdoou vocês/
5
Sejam, pois, imitadores de Deus,0 como filhos
amados. 2E vivam em amor, como também Cristo
"4.28 ITs4.11 r4.29Cl4.6 «'4.30 Ef1.13 '4.31CI3.8
y4.32 Cl 3.13 «5.1 Mt5.48 *5.2Jo 13.34 <Êx29.18;Hb 10.10,12
<*5.3Cl3.5;Hb 13.5 E5.4Ef4.29 f5.51Co6.9 J5.6Rm1.18;
Cl 3.6 *5.7 Ap 18.4 '5.8 Mt 5.14;Jo8.12
nos amou* e se entregou por nós, como oferta e sa­
crifício a Deus, em aroma suave/
O fruto da luz e as obras das trevas
3 Mas a imoralidade sexual e toda impureza ou ava-
rezadnão sejam nem sequer mencionadas entre vocês,
como convém a santos. 4Não usem linguagem grossei­
ra, não digam coisas tolas nem indecentes, pois isso não
convém a vocês; pelo contrário, dediquem-se às ações
de graças/ 5Fiquem sabendo disto: nenhuma pessoa
imoral, impura ou avarenta — porque a avareza é idola­
tria — tem herança no Reino de Cristo e de Deus/
6 Não se deixem enganar com palavras vazias, porque
a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência por
causa dessas coisas.5 7Portanto, não participem daqui­
lo que eles fazem/ 8Porque no passado vocês eram
trevas, mas agora são luz no Senhor.1Vivam como fi­
lhos da luz 9— porque o fruto da luz consiste em toda
bondade, justiça e verdade —, 10provando sempre o
4.28 Um de nossos motivos para trabalhar deve ser poder ajudar
os que não têm trabalho. Cf. ns. At 2.44-45; 2Co 8.13-15; med.
2Co 8.1-5,13-15.
4.29 Nossas palavras devem ter três caracteristicas: (1) ser edi­
ficantes, sem diminuir, minar ou criticar alguém; (2) responder
à necessidade do outro; e (3) transmitir graça.
4.30 E não entristeçam o Espírito de Deus. Ao abrir seu coração
para nós em amor, Deus também se abriu para ser ferido. Ele é
gente. Ele é uma pessoa. Temos o poder de fazer mal ou bem para
ele. Podemos até machucá-lo. Quando não o tratamos como pes­
soa, entristecemos o Senhor (cf. ns. Rm 10.21; Tg 4.5).
Noto prática: você trata Deus como uma pessoa? De verdade?
Quando foi a última vez que você perguntou para ele “Deus,
como o Senhor está?” Essa é uma pergunta normal para uma
pessoa fazer para outra, quando se encontram. Pare agora. Faça
essa pergunta. Fique atento ao que vem à sua mente. Imagine
ele falando com você, chamando você pelo nome e falando na
primeira pessoa para você. Um diário espiritual pode ser útil para
preservar a conversa. Entre as muitas opções de como usar um
diário espiritual, você pode registrar diálogos entre você e Deus.
Pode usar uma caneta de uma cor para o que você fala e de outra
cor para o que Deus “fala”, usando sua imaginação santificada.
4.31-32 Estes dois vs. são um tipo de paráfrase de Gl 5.19-23
sobre as obras da carne e o fruto do Espírito, perdoando uns
aos outros. Cf. n. Mt 18.34.
4.31 Que não haja no meio de vocês. Quando encontramos es­
tas coisas em nós ou em nossos irmãos na fé, um tipo de alarme,
uma sirene deve soar. qualquer amargura. Hb 12.15. ira. Muitas
vezes escondemos nossa ira chamando-a de frustração, estres­
se, irritação ou qualquer outra coisa. Quando essas coisas são
frequentes em nossas vidas, devemos levar isso bem a sério, e
procurar ajuda se for necessário. Cf. n. Gl 5.19-21.
5.1 Sejam, pois, imitadores de Deus. De todos os possíveis pa­
drões ou desafios, será que existe algum maior que este? Cf. n. 5.18.
comofilhos amados. O primeiro passo deste desafio é experimen­
tar o amor divino e a identidade divina de ser filho de Deus (cf. n.
Mt 3.17). Satanás faz qualquer coisa para minar nossa confiança
nesse amor e identidade.
5.2 vivam (peripateu; vs. 8,15; cf. n. 4.1). em amor. O estilo de
vida básico de todo verdadeiro filho de Deus e discípulo de Jesus
(Jo 13.34-35). como também Cristo nos amou. Nosso padrão
continua sendo divino (v. 1), não apenas humano, e se entre­
gou. A essência do amor é a entrega (Jo 3.16; 15.13; Ef 5.25). por
nós, como oferta... a Deus. Todo verdadeiro amor humano de
alguma forma reflete Deus, e todo verdadeiro amor para Deus
transborda em amor para as pessoas. O verdadeiro amor é ínte­
gro - ele une o humano e o divino, o horizontal e o vertical.
5.3 como convém a santos. Puros, consagrados, dedicados, se­
parados, entregados.
5.4 pelo contrário, dediquem-se às ações de graças (v. 20;
ITs 5.16,18; cf. n. 2.8-9). Graça, generosidade, isso em nós trans­
borda de forma abundante.
Nota prática: algumas pessoas têm um Ql alto. Já pensou so­
bre seu “QG”, seu quociente de graça ou generosidade? Quais
seriam algumas formas de fortalecer seu “músculo” de gratidão?
Seria fácil ou difícil fazer uma lista de 50 coisas pelas quais você
é grato (cf. n. 3.21)? As pessoas ao seu redor enxergam você
como uma pessoa positiva, otimista? Sua generosidade é notó­
ria? Você é reconhecido por seu ministério de afirmação? Cf. ns.
1Co 1.4-9; 2Co 1.12-14; 3.9. As pessoas são mais ricas por esta­
rem com você?
5.5 nenhuma pessoa imoral, impura (contraste com Mt 5.8).
ou avarenta —porque a avareza é idolatria. Pessoa que de­
vora. Não come para viver; vive para comer, para ganhar dinheiro
ou qualquer outra obsessão que as pessoas possam ter (cf. ns.
Uo 5.21). tem herança no Reino de Cristo. Cf. ns. 1Co 6.9-10.
5.6 Não se deixem enganar com palavras vazias. Especial­
mente as do relativismo, de que vale tudo, e tudo é apenas uma
questão de preferência pessoal, que não existe bem e mal quan­
do não se faz dano a alguém Vem a ira de Deus. Cf. n. Rm 1.18.
5.8 Nossa luz deve ser maior que as trevas ao nosso redor
(cf. n. Mt 5.14; Jo 1.5; 3.19-21).
5.9 o fruto da luz. Parecido com o fruto do Espírito (cf. n.
Gl 5.22-23; tc. Gl). justiça. Cf. n. Rm 3.21. verdade (Jo 8.32 e 14.6).
5.10 o que é agradável ao Senhor. (Rm 12.2). Viver para dar
alegria a ele (Mt 3.17; 25.21,23).
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  • 1. Gálatas Discípulos livres no espírito, não escravizados por formas e regras humanas U m ateu comentou certa vez: “Jesus Cristo é fantástico! Pena que teve discípulos.” De form a parecida, mais e mais pessoas são tentadas a dizer: “Jesus, sim! Igreja, não!”. Qual é o problema, então? Nós temos uma grande tendência de criar form as e regras, tornando o dinâmico em algo estável, o fluido em controlável, o imprevisível em adm inistrável e confiável, o orgânico em organizacional, o espiritual no humano e a sabedoria em conhecim ento. A maioria das igrejas são mais organizações do que corpos orgânicos; sem inários teológicos tendem a se voltar mais ao conhecim ento do que à sabedoria, a cursos em vez de relacionam entos, a mais teoria do que prática. Logo, nossas igrejas fazem o mesmo. Até no discipulado é difícil passar por m ais que uma geração sem se form alizar de alguma form a. Na medida em que se form aliza, a essência da dependência em Deus e de um relacionam ento comprometido e pessoal tende a se reduzir a um currículo ou programa. Paulo encara este problema de frente em G álatas: o problema de focar nas form as (os odres) e perder o significado (o vinho). Isto especialm ente se m anifesta no legalismo, em contraste com a liberdade do Espírito, que, aliás, é citado 18 vezes neste livro (cf. n. 4.6). Toda fam ília tem normas e regras. É impossível viver junto sem isso. M as a fam ília (e a Igreja) se torna disfuncional e abusiva quando as normas se tornam mais im portantes que o amor e os relacionam entos. Deus nos deu pais para que tivéssem os o alicerce de amor fundam ental em nossas vidas. De form a parecida, ele nos dá pais espirituais, discipuladores e m entores para que experimentem os a graça do amor, a m aravilha de ter alguém que crê profundam ente em nós e enxerga os propósitos de Deus em nós e nos ajuda a alcançar nosso pleno potencial em Deus, o que inclui confrontar a nós em am or quando estam os nos desviando da sim plicida­ de do evangelho, da graça e do amor, tal como Paulo faz neste livro. A liberdade que o Pai nos dá pode ser roubada de duas formas: por regras externas ou pelo egocentrismo in­ terno (o oposto do amor). Este ataque interno é mais sutil e difícil de identificar. Sua fonte está em nossos desejos carnais, apoiados pelo mundo e pelo diabo. Algumas pessoas, seja um discipulador, seja o apoio mútuo intencio­ nal de um grupo fam iliar ou célula, podem nos ajudar a perceber quando estam os nos perdendo. Como Paulo nes­ te livro, elas nos ajudam a evitar esforços humanos (obrigação e legalismo) para voltar à simplicidade, liberdade e alegria do Espírito. Também nos confrontam em amor quando caímos na escravidão da carne ou em egocentrismo. T e x t o -ch ave Mas o fru to do Espírito é: amor, alegria, paz, longanim idade, benignidade, bondade, fidelidade, m ansidão, dom ínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gl 5.22-23) Jesus é a videira; se perm anecerm os nele, logo daremos muito fruto (Jo 15.1-5), o fruto do Espírito (cf. n. 5.22-23). E esse fruto tem sem entes. À medida que são plantadas e regadas nas vidas de outras pessoas (1Co 3.6), elas crescem e se reproduzem. No discipulado, isso é feito de forma intencional: cuida-se da terra para que seja boa (Lc 8.15). Vida e am or sempre são contagiantes. “Contra estas coisas não há lei.” (Gl 5.22-23). Quando permitimos que o Espírito se m anifeste nos fru­ tos (o caráter de Deus), não precisam os de norm as, regras. Na verdade temos que descobrir como nossas estruturas e normas podem facilitar o mover do Espírito em vez de “estrangulá-lo”. Encontrarem os o cam i­ nho das pedras quando o am or nos guiar; esse amor, que consiste em relacionam entos comprometidos e saudáveis, começa com Deus e passa a nossos próximos.
  • 2. GÁLATAS 1 306 Prefácio e saudação 1 Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por meio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, 2e todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia. 3 Que a graça e a paz estejam com vocês, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, 4o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados,” para nos livrar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, 5a quem seja a glória pelos sé­ culos dos séculos. Amém! Não há outro evangelho 6Estou muito surpreso em ver que vocês estão passando tão depressa daquele que os chamou na graça de Cristo para outro evangelho,b To qual não é outro, senão que há algumas pessoas que estão per­ turbando” vocês e querem perverter o evangelho de Cristo. 8Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vin­ do do céu pregasse a vocês um evangelho diferente daquele que temos pregado, que seja anátema.d 9As- <>1.4Mt20.28; Ef5.2; 1Tm2.6 &1.62Co11.4 £1.7At 15.24; Gt5.10 <'1.8Rm9.3; ICo 16.22 '1.9 Ouamaldiçoado e1.10 ITs 2.4 '1.13 At8.3 «1.14At22.3 *1.15-16 At9.3-6 21.16 Lit.,carneesangue sim, como já dissemos, e agora repito, se alguém está pregando a vocês um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja anátema.1 10Por acaso eu procuro, agora, o favor dos homens ou o favor de Deus? Ou procuro agradar a homens?” Se ainda estivesse procurando agradar a homens, eu não seria servo de Cristo. Como Paulo se tornou apóstolo 11Informo, pois, a vocês, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, 12porque eu não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas eu o recebi mediante revelação de Jesus Cristo. 13Porque vocês ouviram qual foi, no passado, o meu modo de agir no judaísmo, como, de forma vio­ lenta, eu perseguia a igreja de Deus^ e procurava destruí-la. 14E, na minha nação, quanto ao judaísmo, levava vantagem sobre muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições dos meus pais.® 15 Mas quando Deus, que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, achou por bem I6revelar seu Filho em m im / para que eu o pregas­ se entre os gentios, não fui imediatamente consultar outras pessoas,2 17nem fui a Jerusalém para me en­ contrar com os que já eram apóstolos antes de mim, 1.1 Paulo. Cf. n. Rm 1.1. apóstolo. Cf. n. 1Co 12.28. não da parte de homens. Paulo já inicia com o grande tema do livro: o cristianismo não vem dos homens nem dos esforços humanos, e sim de Deus (vs. 10-12,16). 1.2 Paulo vivia acompanhado, com sua equipe. Cf. ns. At 20.4; 2Co 7.5-6. 1.3 graça. O cristianismo é a única religião que vem de Deus para os homens. Cf. n. Ef 2.8-9. paz. Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27. Deus, nosso Pai. Cf. ns. Jo 1.14; Rm 8.15. Senhor Jesus Cristo (Rm 10.9). Cf. ns. At 5.31; Rm 1.7. 1.4 o qual se entregou a si mesmo. Rm 5.6-10. para nos livrar deste mundo perverso. “Livrar”, “desarraigar”. Não é fácil tirar raízes profundas (Hb 12.15). Qualquer coisa que não seja o ver­ dadeiro arrependimento não nos tira do mundo; apenas coloca uma camada de religiosidade. 1.5 Qualquer evangelho que não se baseie na graça é “outro evangelho”. Em contrapartida esta graça não é barata (cf. n. Mt 22.1-14). 1.6 Estou muito surpreso. “Fiquei chocado, assustado". Em certo sentido o livro todo é um confronto em amor que identifi­ ca a raiz do problema aqui: os gálatas passaram a praticar outro evangelho que não era o evangelho da graça. 1.8-9 seja anátema. Amaldiçoado, intensamente detestado ou odiado, dedicado ao maligno e, por isso, maldito, condenado eternamente (Ap 22.18-19). Paulo usa a frase mais forte que co­ nhece, repetindo-a para reforçar a profunda importância do que está falando. Este evangelho é bem resumido no Credo dos Apóstolos e no entendimento que a Bíblia é inerrante e infalível no original; ela é a nossa regra sobre como viver. Denominações inteiras na Europa e nos Estados Unidos têm partido disso. Te­ mos que nos vigiar para que o mesmo não aconteça conosco. 1.10 procuro... o favor de Deus? “O homem que deseja dirigir uma orquestra deve voltar as suas costas para a multidão”, de acordo com Ralph Emerson. Ou procuro agradar a homens? As pessoas que não conseguem dizer “não” acabam caindo nes­ ta armadilha. É impossível ser norteado ou guiado por Deus e pelos homens simultaneamente (Mt 6.24; 1Ts 2.4). 1.12 mediante revelação de Jesus Cristo. Conhecer Jesus e sua salvação sempre vem por meio de revelação (Mt 16.15-17; Jo 1.12-13), ainda quando Deus usa homens para comunicar o evangelho (Rm 10.14-15). 1.13 O mal que fazemos não importa tanto quanto o que fa­ zemos depois. 1.14 extremamente zeloso. O mesmo espírito zeloso que o após­ tolo tinha antes de conhecer Jesus continuou em Paulo depois. O Senhor usa nossa personalidade, nosso caráter e nossas experiên­ cias do passado para nos formar em relação ao nosso chamado. 1.15 Este v. descreve todo verdadeiro filho de Deus (Sl 139.13-16; Ef 1.4-5). me separou antes de eu nascer (Is 49.1; Jr 1.5; Rm 1.1). 1.16 Este v. descreve o chamado de Paulo. De forma parecida, todo filho de Deus tem um chamado e precisa descobri-lo para se entregar a ele. revelar seu Filho em mim. Isto vai bem além de revelar seu Filho para nós. Um componente profundo de todo chamado é experimentar a mente e o coração de Jesus dentro de nós, ganhando sua perspectiva e seus sentimentos para as pes­ soas ao nosso redor, para que eu o pregasse. Revelação exige ação. Se tem a ver com o nosso chamado, exige vocação (v. 1). 1.17-18 Passados três anos. Tempo parecido ao que Jesus teve com seus discípulos. Anos de silêncio, dos quais não sabe­ mos quase nada. Bem possivelmente anos de desarraigamento (v. 4) da vida anterior para aprender de Jesus o que ele queria fazer com o discípulo e por meio dele. Retiros com Deus (cf. n.
  • 3. 307 GÁLATAS 1 — 2 mas fui para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco. 18Passados três anos, fui a Jerusalém' para me en­ contrar com Cefas e fiquei quinze dias com ele. 19E não vi outro dos apóstolos, a não ser Tiago/ o irmão do Senhor. 20Ora, a respeito do que estou escrevendo a vocês, afirmo diante de Deus que não estou mentindo. 21Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilicia. 22E eu não era conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia, que estão em Cristo. 23Ouviam somente di­ zer: "Aquele que antes nos perseguia agora prega a fé que, no passado, procurava destruir.” 24E glorifica­ vam a Deus a meu respeito. O apostolado aos judeus e aos gentios 2 Catorze anos depois, fui outra vez a Jerusalém0 com Barnabé/ levando também Tito.c 2Fui em obediência a uma revelação. E lhes expus o evangelho que prego entre os gentios — mas fiz isso em parti­ cular aos que pareciam de maior influência —, para não correr ou ter corrido em v ão / 3Mas nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi obrigado a submeter-se à circuncisão. 4E isto surgiu por causa dos falsos irmãos que se haviam infiltradoe para es­ preitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão. 5A esses não nos subme­ temos por um instante sequer, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vocês. 6E daqueles que pareciam ser de maior influência — o que eles foram, no passado, não me interessa; Deus não aceita a aparência^ do homem — esses, digo, que pareciam ser de maior influência nada me acrescenta- Mc 6.31), sejam curtos ou prolongados, têm grande importân­ cia. Quanto ao poder transformador do deserto, cf. ns. Mt 4.1; Mc 1.3. nem fui a Jerusalém. 1.24 Este v. descreve você? 2.1 Provavelmente a visita de socorro de At 11.29-30. Tito (v. 3). cf. ns. 2Co 7.5-6; Tt 1.4; med. 12.14-18. 2.2 Prestação de contas a fim de verificar se estava no caminho certo. A revelação divina sempre deve ser confirmada pelas Es­ crituras e por aqueles que têm autoridade espiritual. 2.4 falsos irmãos. É muito triste e até assustador saber que existem tais pessoas em nosso meio (At 20.29-30). Nossa maior preocupação não deve ser esses indivíduos, e sim nós mesmos. Podemos ter mais e mais confiança que somos verda­ deiros à medida que nos expomos regularmente à luz de Cristo (S1139.23-24; Uo 1.7-9) e pedimos que outras pessoas nos aju­ dem a perceber falsidade ou qualquer coisa que não seja coe­ rente com Jesus. Aí vemos o valor da transparência (cf. ns. e med. 2Co 3.7-18) e da prestação de contas (cf. n. Rm 14.12). reduzir-nos à escravidão. Isto acontece quando vivemos à luz das expectativas de outras pessoas em vez das de Jesus. 2.5 por um instante sequer. Ceder até brevemente ou em pe­ quenas coisas pode acabar com a nossa liberdade em Cristo. 2.6 Deus não aceita a aparência do homem. Deus não julga o homem pela aparência. ram. 7Pelo contrário, quando viram que me havia sido confiado o evangelho da incircuncisão, assim como a Pedro foi confiado o evangelho da circuncisão 8— pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apos­ tolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios — 9e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a mão direita da comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles fossem para a circuncisão. 10S0- mente recomendaram que nos lembrássemos dos po­ bres,5 o que também me esforcei por fazer. Paulo repreende Pedro. A justificação pela fé em Cristo Jesus 11Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque havia se tornado repreensível. 12De fato, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, co­ mia com os gentios; quando, porém, chegaram, come­ çou a afastar-se e, por fim, separou-se, temendo os da circuncisão. 13E também os demais judeus se fizeram de hipócritas juntamente com ele, a ponto de o pró­ prio Barnabé ter-se deixado levar pela hipocrisia deles. 14Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, eu disse a Cefas, na presença de todos: "Se você, que é judeu, vive como gentio e não como judeu, por que quer obrigar os gen­ tios a viverem como judeus?" D.18At9.26-30 71.19 ICo 15.7 “2.1 At 11.30; 15.2 ‘ At 15.2 c2Co2.13 42.2 Fp 2.16 “2.4 At 15.24 t2.6Dt 10.17; Rm2.11 92.10 At 24.17; ICo 16.1 2.7-10 Unidade no essencial, diversidade nos métodos e nas estratégias de como aplicar essa essência (o evangelho). Nota prática: precisamos disso hoje, seja ao afirmar o valor de outras denominações, seja ao dar liberdade para os mais jovens fazerem coisas de forma diferente. Temos que ter olhos que en­ xergam o bem nas pessoas que são diferentes de nós em vez de ficarmos com um pé atrás, críticos. 2.8 para o apostolado da circuncisão. Aqui, como em ou­ tros lugares, o apostolado é reconhecido como uma função, não como um título. Cf. n. 1Co 12.28. 2.12-14 temendo os da circuncisão. Tendo como referencial as pessoas e não Jesus. O temor, ou medo, é uma das maiores estra­ tégias de Satanás (cf. n. 1Pe 5.7-8). Ninguém está acima desses ataques, como revelado no próprio Pedro aqui. Apesar de haver sido duro em suas palavras, Paulo destruiu a fortaleza do medo que estava surgindo em Pedro (cf. n. 2Co 10.4-5). na presença de todos. Normalmente o confronto deve ser de forma particular (Mt 18.15-17). Mas, quando tem a ver com um líder que erra ou peca publicamente, o confronto precisa se manifestar publica- mente. O círculo da confissão deve ser o círculo da transgressão. O ideal numa situação dessas pode ser um confronto particular que leve o líder a fazer uma confissão e correção pública. O con­ fronto em público pode trazer sequelas de dificuldades relacio­ nais (cf. 2Pe 3.15-16).
  • 4. GÁLATAS 2 — 3 308 15Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, l6sabendo, contudo, que o homem não é justifi­ cado por obras da lei/ e sim mediante a fé em Cristo Je­ sus,' também nós temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado. 17Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, será que isto significa que Cristo é ministro do pecado? De modo ne­ nhum! l8Porque, se volto a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. 19Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus.7Estou crucificado com Cristo; 20logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão/ Paulo apela para a experiência dos gálatas 3Ó gálatas insensatos! Quem foi que os enfeiti­ çou? Não foi diante dos olhos de vocês que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? 2Quero apenas saber isto: vocês receberam o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 3Será que vocês são tão to­ los assim? Depois de começar no Espírito, agora estão querendo se aperfeiçoar na carne? 4Será que vocês ‘ 2.16S1143.2; Rm 3.20 'Rm 3.28; GI3.11 i2.19Rm6.il ‘ 2.15-21 Rm3.21-31 “3.5 Rm 10.17 ‘ 3.6 Gn 15.6 “3.8 Gn 12.3 ‘ 3.9 Rm4.16 “3.10 Dt 27.26 ‘3.11 Hc 2.4 53.12 Lv 18.5 ‘ 3.13 Dt21.23 sofreram tantas coisas em vão? Se é que, na verdade, foram em vão. 5Aquele, pois, que lhes concede o Es­ pírito e que opera milagres entre vocês, será que ele o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?“ O exemplo de Abraão 6É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi atribuído para justiça/ 7Saibam, portanto, que os da fé é que são filhos de Abraão. 8Ora, tendo a Es­ critura previsto que Deus justificaria os gentios pela fé, preanunciou o evangelho a Abraão, dizendo: "Em você serão abençoados todos os povos."c 9De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão/ 10Pois todos os que são das obras da lei estão debaixo de maldição, porque está escrito: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las."e 11E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque "o justo vi­ verá pela fé"/I20ra, a lei não procede de fé, mas "aquele que observar os seus preceitos por eles viverá".5 13Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo- -se ele próprio maldição em nosso lugar — porque está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro",, —, I4para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos pela fé o Espírito prometido. A lei não pode invalidar a promessa iSIrmãos, falo em termos humanos. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta coisa alguma. I60ra, 2.16 não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé. Esta é a essência do evangelho, a essência da graça (cf. n. Ef 2.8-9). Tiago também coloca uma perspectiva complementar, que precisa ser mantida simultaneamente (cf. Tg 2.14-26 e a In- tro. Tg). pela fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1. 2.19 morri para... viver para. Este morrer não é apenas mor­ rer para o pecado em nós; também significa renunciar as nossas pretensas virtudes (Fp 3.4-8). Cf. ns. Jo 12.23-24; Rm 6.2-4. Es­ tou crucificado com Cristo. Você está crucificado com Cristo ou apenas interessado nele? Cf. n. Rm 6.6. 2.20 não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Brilhe, Jesus! Paulo está falando da vida trocada (cf. n. 2Co 5.21). que me amou e... se entregou por mim. Verdadeiro amor é entregar- -se pela outra pessoa (Jo 15.13; Ef 5.25,28; cf. Intro. Uo). Este v. é uma base profunda para a autonegação e, simultaneamente, a autorrealização, combinadas em devoção e vocação radicalmente entregues ao Rei e o Reino. 2.21 Graça vs. Lei. A religião diz: “eu obedeço, portanto Deus me aceita”. O cristianismo diz: “Eu sou aceito por Deus, por­ tanto eu obedeço”! 3.1-5 Sete perguntas em cinco vs. (cf. Rm 2.3). Todo bom disci- pulador é mestre em fazer boas perguntas (cf. n. Mt 11.7-9). A fonte de tudo que é espiritual é o Espírito e não nosso esforço (Zc 4.6). O Espírito nos dá força e nos leva a nos esforçar nele (10)15.10; Cl 1.28-29). 3.1 Ó gálatas insensatos! Outra tradução diz: “Amados idio­ tas”. Paulo amava (4.19) o suficiente para confrontar. Quem foi que os enfeitiçou? Mostrar nossa maturidade por meio de nos­ sas obras ou evidências externas cria certa fascinação. Nossa carne gosta de sentir que somos algo por meio de nossos pró­ prios esforços e não apenas pela vida de Jesus em nós. 3.3 Facilmente o que começa no Espírito pode acabar se dete­ riorando para ser feito na carne. Não podemos começar a vida cristã pela fé para depois medirmos nossa espiritualidade pelas nossas obras ou por nosso desempenho. Cf. Intro. a este livro. 3.7 são filhos de Abraão. A herança que recebemos de pais espirituais, sejam eles pessoas da Bíblia, da história da Igreja ou nossos mentores e discipuladores, é bem mais importante do que a que recebemos de nossos pais biológicos. Cf. n. ICo 4.14-18. 3.8 serão abençoados todos os povos. Depende de nós conti­ nuar o processo de abençoar todos os povos, etnias ou nações (Mt 28.19-20). 3.13 A vida trocada (cf. n. 2.20). 3.14 Você sabe como andar cheio do Espírito? Quer viver uma maior manifestação da presença e do poder dele? Cf. n. At 1.2; Intro. At. 3.15 uma aliança. Cf. n. Hb 7.22. ninguém a revoga ou lhe acrescenta coisa alguma. Cf. n. Ap 22.18-19. 3.16 as promessas. Para o poder de promessas, cf. Intro. 2Ts.
  • 5. 309 GÁLATAS 3 — 4 as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descen­ dente. Não diz: "e aos descendentes”, como falando de muitos, porém como falando de um só: "e ao seu descen­ dente",' que é Cristo. 17E digo isto: uma aliança já ante- riormente confirmada por Deus não pode ser revogada pela lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois/ a ponto de anular a promessa. 18Porque, se a herança pro­ vém de lei, já não decorre de promessa. Mas foi pela pro­ messa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.k 19 Qual, pois, a razão de ser da lei? Ela foi adiciona­ da por causa das transgressões/ até que viesse o des­ cendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. 20Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um só. 21 Seria, então, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promul­ gada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei. 22Mas a Escritura confinou tudo sob o pecado,"1para que, mediante a fé em Jesus Cristo, a promessa fosse concedida aos que creem. A tutela da lei para nos conduzir a Cristo 23Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela confinados, para essa fé que, no futuro, haveria de ser revelada. 24De maneira que a lei se tor­ nou nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé. 25Mas, agora que veio a fé," já não permanecemos subordinados ao guardião.0 26Pois todos vocês são filhos de Deus me­ diante a fé em Cristo Jesus;p27porque todos vocês que foram batizados em Cristo'' de Cristo se revestiram. 28Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; por­ que todos vocês são um em Cristo Jesus.r 29E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.5 A nossa filiação em Cristo 4 Digo, pois, que, durante o tempo em que o her­ deiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, mesmo sendo ele senhor de tudo. 2Mas está sob tutores e curadores até o tempo predeterminado pelo pai. 3Assim, também nós, quando éramos me­ nores, estávamos escravizados aos rudimentos do mundo. 4Mas quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho," nascido de mulher, nascido sob a lei, 5para resgatar6 os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. 6E, por­ que vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ”Aba,J Pai!”0 7Assim, você já não é mais escravo, porém fi­ lho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.d A preocupação de Paulo pelos gálatas 8No passado, porém, não conhecendo a Deus, vocês eram escravos de deuses que, por natureza, não são deu­ ses. 9Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e po­ bres, aos quais de novo querem servir como escravos? lOVocês guardam dias, meses, tempos e anos.6 11Receio que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão. l2Sejam como eu sou, porque também eu sou como vocês. Isto é o que lhes peço, irmãos. Vocês não '3.16 Gn 12.7 13.17 êx 12.40 *3.6-18 Rm4.1-12 '3.19 Rm 5.20 "13.22 Rm3.9-19; Rm 11.32 "3.25 Gl 4.4-5 "Rm6.14 P3.26 Rm8.14 43.27 Rm6.3; ICo 12.13 '3.28Rm 10.12; Cl 3.11 S3.29GI4.7 "4.4 Rm8.3; 1Jo4.9 *4.5 1006.20 M.6Termo aramaicopara Pai fRm8.15 44.7 Rm8.17; Gl 3.29 "4.100 2.16 3.26 todos vocês são filhos de Deus. Cf. ns. Jo 1.12; 3.3; Rm 8.9. 3.27 batizados em Cristo. Este batismo é transformador. Cf. n. At 1.5; med. 1Co 12.12-13. 3.28 Todos aqueles que são batizados em Cristo são iguais. Ninguém é superior nem inferior (Cl 3.11). Os vs. 27-28 são um poderoso argumento para que a Ceia do Senhor seja oferecida a todos os que foram batizados em Cristo e andam com ele, não importa a denominação da pessoa. Precisamos lembrar que é a Ceia do Senhor e não da nossa igreja ou denominação. A igualdade também contribui com a liberdade em Cristo, que é o tema deste livro (cf. Intro.j. Na igreja ninguém deveria ser li­ mitado por estereótipos sexuais, culturais ou sociais que talvez prevaleçam fora da igreja. 3.29 Herdeiros. Rm 8.17; Tg 2.5. 4.4 a plenitude do tempo. Deus é soberano e tem um tempo para tudo, seja ao longo dos milénios, seja nos vários momen­ tos das nossas vidas (Ec 3.1-10). Precisamos discernir os tem­ pos dele para as nossas vidas (cf. Intro. Ef). 4.6 o Espírito (3.3,5,14; 4.6,29; 5.5,16-18,22,25; 6.1,18). Cf. n. At 1.2; Intro. At. “Aba, Pai” (Mc 14.36; cf. n. Rm 8.15). Isto quer dizer “papai”, uma expressão de escandalosa intimidade com o Todo-Poderoso. 4.7 você já não é mais escravo, porém filho. Cf. ns. Mt 11.11; Jo 5.19-20. e, sendo filho, também é herdeiro por Deus. Como herdeiros, tudo que pertence a Deus também pertence a nós (ICo 3.21-23; Ef 1.3,11-14,18). 4.9 agora que vocês conhecem. Gr. ginosko. a Deus. Conhe­ cimento subjetivo pela experiência (cf. n. Jo 8.32). Nosso co­ nhecimento de Deus sempre é antecedido pela atitude de ele mesmo nos conhecer. Ele toma a iniciativa e nós respondemos (cf. n. Jo 4.23-24). vocês são conhecidos. Novamente o termo ginosko. por Deus... querem servir como escravos? Deixar a identidade de filho para ser escravo é um absurdo. 4.11 As pessoas podem se perder se não tiverem um pai espiri­ tual que as acompanhe e corrija nas horas necessárias. 4.12 Sejam como eu sou. O discipulador é um modelo; cf. Fp 3.12-17 porque também eu sou como vocês. Identi­ ficação. Podemos servir e ajudar os outros bem mais na me­ dida em que eles sabem que nos identificamos com eles (cf. ns.
  • 6. GÁLATAS 4 — 5 310 me ofenderam em nada. 13E vocês sabem que eu lhes preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. 14E, por mais que a minha enfermi­ dade na carne lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo nem desgosto. Pelo contrá­ rio, me receberam como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesu s/150 que aconteceu com a felicidade que vocês tinham? Porque posso dar testemunho de que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para dá-los a mim. l6Será que, por dizer a verdade, me tomei inimigo de vocês? 17Esses que se mostram tão zelosos em relação a vocês não estão sendo sinceros. 0 que eles querem é afastar vocês de mim, para que vo­ cês se interessem por eles. 18É bom ser sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou com vocês, I9meus filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês. 20Bem que eu gostaria de estar agora aí com vocês e falar em outro tom de voz, porque estou perplexo com vocês.5 Sara e Agar, alegoria das duas alianças 21Digam-me vocês, os que querem estar sob a lei: será que vocês não ouvem o que a lei diz? 22Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: um da mulher es­ crava h e outro da mulher livre.' 230 filho da escrava *4.14 Mt 10.40 94.8-20 Cl 2.8-23 *4.22 Gn 16.15 'Gn21.2 14.23 Gn 21.1 *4.27 Is54.1 '4.29 Gn 21.9 m4.30Gn 21.10 «5.1 Rm8.2 nasceu segundo a carne; o filho da mulher livre nas­ ceu mediante a promessa/ 24Estas coisas são alegó­ ricas, porque essas mulheres são duas alianças. Uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é Agar. 25Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com os seus filhos. 26Mas a Jerusalém lá de cima é livre e ela é a nossa mãe. 27Porque está escrito: "Alegre-se, ó estéril, você que não dá à luz; exulte e grite, você que não sente dores de parto; porque os filhos da mulher abandonada são mais numerosos do que os filhos da que tem marido.”k 28Mas vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isa- que. 29Como, porém, no passado, aquele que nasceu segundo a carne perseguia' o que nasceu segundo o Es­ pírito, assim também acontece agora. 30Mas o que diz a Escritura? Ela diz: "Mande embora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da mulher livre.”m31Portanto, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre. A liberdade cristã 5 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.0 Per­ maneçam, pois, firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão. 2Eu, Paulo, lhes digo que, se vocês se deixarem cir- ICo 9.19-23). não me ofenderam em nada. Paulo não está reagindo de forma pessoal, mas de forma proativa em amor. 4.13 O evangelho. Cf. n. Rm 3.10; meds. Rm 3.23; Ef 2.8-9. por causa de uma enfermidadefísica. Deus usa nossas fraquezas para a sua glória (cf. ns. 2Co 4.7; 12.9-10). 4.19 meus filhos (1Ts 2.11; cf. n. 1Co 4.14-18). por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto (Rm 8.18-23). Não é fácil ser pai espiritual ou discipulador (2Co 11.28; Cl 1.28-29). Ser pai ou mãe inclui ter a empatia de sofrer quando os filhos sofrem (cf. n. Rm 12.15). Em um parto natural e saudável é es­ sencial trabalhar com as contrações e não contra elas. Quando existe dor física ou emocional, temos que discernir os propósi­ tos de Deus para trabalharmos com ele e não contra ele. até que Cristo seja formado em vocês (Rm 8.29; Ef 4.13). O alvo do discipulador cristão não é formar pessoas como ele, e sim pessoas como Jesus. 4.20 outro tom de voz, porque estou perplexo. Paulo reco­ nhece e expressa seus sentimentos. Ele tinha grande inteligên­ cia emocional. Cf. Intro. 2Co; ns. Jo 11.33; 2Co 11.29. 4.24 Estas coisas são alegóricas. Paulo, pela inspiração do Espírito, faz uma interpretação alegórica. Nela os fatos são in­ terpretados para revelar um significado escondido. Nota prático: a interpretação alegórica pode ser um recurso muito bom para esclarecer um assunto de um modo todo espe­ cial. No entanto, ela pode também levar a erros e formas distor­ cidas de pensar. É importante reconhecer que ela é subjetiva, não baseada em normas de interpretação exegéticas normais. Por isso, tal como Paulo, aqui, é bom ser explícito quando optar por uma interpretação alegórica. 4.27 Is 54.1. “Alegre-se, ó estéril...”. Muitas mulheres e casais que não podem ter filhos ficam deprimidos e estres­ sados. Outros casais nas mesmas condições se entregam a ter filhos e filhas espirituais. Sua liberdade de não ter que cuidar dos seus próprios filhos biológicos permite-lhes uma entrega maior ao ministério e ao discipulado, à paternidade e maternidade espiritual. Os próprios Jesus e Paulo (v. 19) são exemplos disso. 4.31 Nossa herança espiritual é de liberdade, não escravidão. Devemos repassar o mesmo para os que nos seguem. 5.1 Para a liberdade foi que Cristo nos libertou (Lc 4.18-19). Livre de e livre poro. Livre do mundo, da carne e do diabo. Morto para eles (Rm 6.1-14). Livre das opiniões dos outros, li­ vre de agradar os outros. Mas livre para ser cheio do Espírito, andar segundo a vontade de Deus (cf. n. Mt 6.10), podendo discernir o que ele está fazendo e participar como sócio com ele (cf. med. Jo 5.19-20,30). Livre para ser dominado por Je­ sus. Livre para ser vulnerável, transparente e autêntico (cf. ns. e med. 2Co 3.7-18). Livre para ser amado e amar (cf. Intro. 1Jo). Sendo livre, levando outros a experimentar a mesma liberdade; não um compromisso com doutrinas, formas, normas, tradições ou estruturas, e sim com uma pessoa: Jesus! Cf. Intro. Gl. Per­ maneçam, pois, firmes (Ef 6.11,14; cf. Intro. Ef). Jesus nos dá liberdade; é nossa responsabilidade manter (Fp 4.4-9). jugo de escravidão. Bem oposto do jugo de Jesus. Cf. ns. Mt 11.28-30.
  • 7. 311 Gálatas 5 cuncidar, Cristo não terá valor nenhum para vocês. 3De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que o mesmo está obrigado a guardar toda a lei. 4Vo- cês que procuram justificar-se pela lei estão separados de Cristo; vocês caíram da graça de Deus. 5Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. 6Porque, em Cristo Jesus, nem a circunci­ são, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor.ft 7Vocês vinham correndo bem! Quem foi que os impe­ diu de continuar a obedecer à verdade? 8Esta persua­ são não vem daquele que os chamou. 9Um pouco de fermento leveda toda a massa.c lOTenho confiança em vocês, no Senhor, de que não mudarão a sua forma de pensar. Mas aquele que está perturbando vocês,dseja ele quem for, sofrerá a condenação. 11Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido?e Nesse caso, es­ taria desfeito o escândalo da cruz. i2Quem dera até se mutilassem aqueles que estão perturbando vocês. A liberdade é limitada pelo amor 13Porque vocês, irmãos, foram chamados à liber­ dade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à car- 5.4 vocês caíram. Quantas pessoas na Igreja ainda são moti­ vadas por ativismo e performance. Elas servem para obter algo para si mesmas em vez de servirem por causa de uma fonte de graça e liberalidade. 5.5 aguardamos a esperança. Cf. n. Rm 8.24-25 justiça. Cf. n. Rm 3.21. que provém da fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1; Intro. Tg. 5.6 0 que vale não é a vida externa, e sim a vida interna, que atua pelo amor. Cf. Intro. 1Jo. 5.9 fermento. Pode ser bom ou ruim (cf. n. Mt 16.6). 5.12 Outra versão diz “Quanto a esses que os perturbam, quem dera que se castrassem!” As palavras violentas de Paulo expres­ sam a profundidade com a qual ele sente a violência feita con­ tra os corações e espíritos dos gálatas. Nota prática: nesta era de relativismo, temos perdido nossa habilidade de sentir ira santa; temos que pedir que Deus nos devolva a habilidade de sentir a ira que surge em nós, e saber como expressá-la, ainda mais quando se tratar de ira divina. Cf. ns. Ef 4.26-27; Rml.18. 5.13 Porque vocês, irmãos, foram chamados à liberdade. O tema do livro todo; cf. Intro. Mas... O exercício da nossa liberdade não deve ofender ou fazer mal para outros. Cf. ns. Rm 14. sejam servos uns dos outros. Crente que não serve, não serve/ 5.14 V. 23. 5.15 uns aos outros. A vida recíproca (cf. med. 1Pe 1.22) deve ser para nosso bem mútuo; infelizmente se for num cír­ culo vicioso como apresentado por este v., ela pode ser para o mal mútuo, destruídos. Quantas igrejas, por não obedecer a Mt 18.15-17 e andar em amor, têm se autodestruído. Podemos sentir tristeza quanto a isso, mas é melhor que aquilo aconteça do que continuar como “igreja de Jesus” sem a vida de Jesus. 5.16 vivam (v. 26; 6.16). Falando da conduta habitual de viver e continuar vivendo como indicado. Cf. Intro. Ef. ne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, num espírito de amor/l4Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: "Ame o seu próximo como a você mesmo.”5 l5Mas, se vocês ficam mordendo e devoran­ do uns aos outros, tenham cuidado para que não sejam mutuamente destruídos. As obras da carne e o fruto do Espírito 16 Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vo­ cês jamais satisfarão os desejos da carne.h 17Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem. l8Mas, se são guiados pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei.' 19Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, libertinagem, 20idolatria, fei­ tiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, di­ visões, facções, 21invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que não herdarão o Reino de Deus os que tais coisas praticam.7 *5.6 ICo 7.19; Gl 6.15 «5.9 ICo 5.6 ^.lOG11.7 «■5.11 Gl6.12 75.13 ICo8.9;Gl5.1;IPe2.16 95.14LV 19.18 715.16 Rm8.4 '5.18 Rm8.14 J5.21 ICo6.9-10; Ef5.5 5.17 A carne e o Espírito são inimigos mortais. Cada um vive para acabar com o outro. Cf. n. Jo 10.10. 5.18 guiados pelo Espírito (cf. n. At 1.2; Intro. At). Por mais es­ tranho que pareça, o Espírito não se impõe. Ele guia, deixando- -nos a liberdade de segui-lo ou não. Nota prática: os líderes na igreja têm que saber como guiar com sabedoria, de uma forma que seus seguidores sintam-se ou­ vidos e participantes das decisões. Eles devem ser líderes que servem. Cf. ns. Mt 18.1; 20.25-28; Lc 9.46. Precisam saber como ser interdependentes. Cf. ns. Mt 23.37 e os oito estudos sobre interdependência a partir de 1Pe 2.4-5. E precisam saber quando é certo e apropriado liderar de forma mais direta e quando não, no que se chama “liderança situacional”. 5.19-21 as obras da carne (egocentrismo) (cf. ns. Rm 8.9; 1Co 6.9-10). As primeiras três obras, relativas a pecados sexuais, são mais notórias. Note que elas abrangem pornografia. As duas seguintes (idolatria, feitiçaria) também são flagrantes. Para nossa surpresa, as oito que seguem são relacionais. In- felizmente essas obras terríveis existem em muitas famílias de crentes e muitas igrejas, facções. O sentimento de que todos estão errados, menos seu próprio grupo. Um bispo, em contraste, deve ser um inimigo de conflitos (1Tm 3.3). Facções são o oposto do amor, o principal fruto do Espírito e o Grande Mandamento. Cf. Intro. 1Jo. Se entendermos que o amor na prática se expressa em relações comprometidas e saudáveis, entenderemos que estas obras são o contrário. Temos que ser especialistas em relações humanas. As últimas duas obras da carne citadas (bebedeiras, orgias) têm a ver com deixar nossos apetites físicos nos controlar. Qualquer coisa que nos controle, a não ser o Espírito Santo, é da carne e leva à morte, não her­ darão o Reino de Deus. Cf. ns. ICo 6.9-10. os que tais coisas praticam. Como estilo de vida, não falando de alguém que uma ou outra vez cai numa destas obras da carne.
  • 8. GÁLATAS 5 — 6 312 22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longa­ nimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansi­ dão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne/ com as suas paixões e os seus desejos. 25Se vivemos no Espírito, andemos também no Es­ pírito. 26Não nos deixemos possuir de vanglória, pro­ vocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros/ O auxílio mútuo e a responsabilidade pessoal 6 Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vocês, que são espirituais, devem restaurar essa pessoa0 com espírito de brandura. Mas tenha cuidado para que você não seja também tentado/ 2Levem as cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei *5.24 Rm 6.6 '5.26 Fp 2.3 "6.1 Mt 18.15 *100 10.12 c6.2 Jo 13.34 46.6 ICo9.11,14 '6.8 Pv22.8 *6.9 2Ts 3.13 96.10 Pv 3.27 5.22-23 Mas ofruto (Jo 15.1-5,8,16-17). do Espírito. A seguir, vem uma descrição de Jesus, como também da maturidade espiritual e emocional, amor. Cf. Intro. 1Jo. alegria. Cf. ns. Lc 10.17-23; Jo 15.11 e Intro. Fp. paz. Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27. longanimidade. Paciên­ cia (cf. ns. 2Co 1.6). benignidade. Amabilidade, brandura, docili­ dade. bondade. Agir para o bem do outro, ainda se isso requisitar confronto em amor. fidelidade. Lealdade, mansidão. Predisposi­ ção a ser guiado; ensinável (cf. n. Tg 3.13). domínio próprio. Disci­ plina. Habilidade de controlar-se; não perder o equilíbrio. Cf. tc. Gl. Contra estas coisas não há lei. Rm 13.8. 5.24 Crucificaram a carne. Cf. n. Rm 6.6. 5.25 Nossa vida interna tem que se revelar de forma externa. A árvore saudável dá naturalmente fruto. Outra forma de falar das obras da carne e do fruto do Espírito em termos menos re­ ligiosos seria a descrição de alguém doente emocionalmente e alguém saudável emocional mente. O primeiro é mais ansioso, re­ sistente, emocionalmente volátil e menos livre, mas centrado em seu próprio ego, negativo, amarrado, mais defensivo, reativo e destrutivo. O saudável emocionalmente pode ser descrito como alguém em crescimento constante, realmente presente, transpa­ rente, livre, centrado e emocionalmente disponível, mais desper­ to, consciente, em harmonia, aberto, criativo, incentivador. 5.26 vanglória. Presunção, arrogância. Paulo encerra com uma advertência quanto ao orgulho, 6.1 surpreendido. Um filho de Deus normalmente não toma uma decisão lúcida e consciente de desobedecer. Quando ele cai é porque houve cegueira, engano, algum raciocínio ou pressuposição errada, vocês, que são espirituais. Todo con­ fronto a outra pessoa tem que começar com o autoconfronto a nossas próprias motivações e nosso coração (Sl 139.23-24). devem restaurar essa pessoa com o espírito de brandura (2Tm 2.25; Hb 5.2). Restaura-o, procurando entender seu co­ ração. Fale a verdade em amor. Cf. 11 princípios sobre como resolver conflitos. Mas tenha cuidado. Cuide de si mesmo (Sl 19.12-14; Mt 7.1; At 20.28; ITm 4.16)! para que você não seja também tentado. O v. anterior ressalta nossa maior ten­ tação: o orgulho de pensar que somos melhores do que o nos­ so irmão. Devemos ter a humildade de lembrar quando caímos ou falhamos de forma parecida. de Cristo.0 3Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. 4Mas que cada um examine o que está fazendo e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. 5Porque cada um levará o seu próprio fardo. O que a pessoa semear, isso também colherá 6Mas aquele que está sendo instruído na palavra deve compartilhar todas as coisas boas com aquele que o instrui/ 7Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. 8Quem semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção/ mas quem semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. 9E não nos cansemos de fazer o bem/ porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos, mPor isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos/ mas principalmente aos da família da fé. 6.2 Levem as cargas (gr. barros). “Um peso opressivo”, uns dos outros. Se alguém não está caminhando bem (v. 1), é pos­ sível que seja porque está sobrecarregado e, por isso, não con­ segue lidar bem com a vida e ninguém está ajudando-o. assim, estarão cumprindo a lei de Cristo. A lei do amor (Jo 13.34-35). Noto prática: em um jogo de vôlei, o bom técnico se preo­ cupa não tanto com o jogador de cuja mão a bola escorregou, mas com a pessoa que não estava no lugar certo para lhe dar suporte. De forma parecida, é nosso dever acompanhar o suficiente as pessoas que Deus nos dá que “escorregarem”; estaremos ao lado delas para dar cobertura antes que real­ mente caiam. 6.3 Quem se julga superior e acha que não precisa ajudar os outros, está profundamente enganado. 6.4 O sentimento de estar bem não deve vir de comparações com os outros, e sim de um autoexame individual (cf. 6.1). 6.5 No final das contas, cada um tem que assumir responsabi­ lidade por sua própria vida. Se fizer isso bem, terá graça para também poder ajudar o seu irmão (vs. 1-2). 6.6 Devemos abençoar nosso discipulador, mentor ou líder pas­ toral da maneira como estamos sendo abençoados. 6.7-8 A leia da colheita, a lei das consequências. 6.9 E não nos cansemos de fazer o bem (2Ts 3.13). Não nos fatiguemos; não nos esgotemos. Muitas vezes na vida, teremos uma relação ou estaremos em uma situação que exige de nós mais do que nós recebemos por ela. Quando esse problema é “agudo” por um breve período, já é um desafio. Quando é “crónico”, ao longo de bastante tempo, não tem como sermos firmes sem receber força de fora. Essa força vem, primeiro, de Deus e, segundo, de outras pessoas que nos apoiam em ora­ ção, com conselho e dando-nos uma perspectiva maior, com sabedoria do alto (Tg 3.13-18). Se não nos apegamos a essas duas fontes (Deus e apoiadores humanos), falharemos. Quem cuida de alguém que tem um mal crónico, seja física, emocional ou espiritualmente, precisa de muito apoio para conseguir con­ tinuar dando todo o suporte possível, se não desanimarmos. A diferença entre o vitorioso e o perdedor, muitas vezes, é que o primeiro não desiste apesar dos retrocessos e contratempos. 6.10 Não conseguimos fazer bem para todos o tempo todo.
  • 9. 313 Gálatas 6 Conselhos finais e saudações 11Vejam com que letras grandes estou escrevendo de próprio punho. 12Todos os que querem ostentar-se na carne, esses querem obrigar vocês a se deixar circun­ cidar, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. 13Pois nem mesmo os que praticam a circuncisão guardam a lei, mas querem apenas que vo­ cês se deixem circuncidar, para que eles possam se glo­ riar na carne de vocês. 14Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo,* pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu estou cruci­ ficado para o mundo. 15Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão,' mas o ser nova criatura/ 16E, a todos os que andarem em conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. 17 Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.* Bênção 18A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, ir­ mãos, com o espírito de vocês. Amém! *6.14 ICo 2.2 '6.15 ICo7.19;Gl 5.6 J2Co 5.17 *6.172Co4.10; 11.23 Sendo humanos e finitos, temos que estabelecer prioridades. Elas devem ser nossa relação com Deus, e com nós mesmos, com a nossa família, com o nosso grupo pastoral (nossa “igreja em pequena escala”) e nosso mentor ou discipulador, com a nossa equipe ministerial e com os nossos amigos íntimos, co­ meçando pela igreja e continuando para fora dela. 6.14 gloriar-me... na cruz (ICo 2.2). “Vão para a cruz de Cristo todos vocês que querem ser libertos do poder do egoísmo. Vão e vejam o preço que foi pago ali para prover o resgate de suas almas. Vão e vejam que sacrifício assombroso foi feito ali; que a porta à vida eterna seja aberta para pobres pecadores como vocês. Vão e vejam como o Filho de Deus se entregou por vocês; e aprendam a pensar que será coisa pequena vocês se entrega­ rem a ele”. (J. C. Ryle). 6.15 Coisas externas têm pouco valor (Fp 3.4-8); ser uma nova criatura vale tudo! Cf. ns. Jo 1.12; 3.3; Rm 5.1-11; 8.15. 6.17 Sofrer fisicamente por Jesus é raro para a maioria de nós. Se isso acontecer, podemos saber que entramos numa esfera privilegiada de maior identificação com Jesus (Cl 1.24). Mas isto não é para nos exaltar, e sim para que possamos melhor exaltá- -lo e encorajar nossos irmãos a se manterem fiéis a Jesus em face de toda e qualquer dificuldade. 6.18 A graça. Paul encerra como começou (cf. n. 1.3), com a palavra-chave do livro todo. Cf. n. 1Co 16.23.
  • 10. Efésios Discernindo os tempos juntos! ------------------------------------------------------------ • W atchm an Nee em seu livro A s três atitudes do crente fala de três posturas do crente em Efésios. Jun­ tando essas posturas com as de Is 40.31, podemos identificar um total de cinco atitudes principais. Sentar ou esperar (Ef 1.20; cf. n. 2.6): é o início de tudo. A criança que não aprende a sentar normalmente terá dificuldade em andar. Baseia-se em sentar com Jesus nos lugares celestiais, como também sentar aos seus pés (Lc 10.39). O primeiro é nos firm ar em nossa identidade e posição em Cristo; o segundo é entender que essa identidade é de ser um discípulo e nunca parar disso. Os que esperam no Senhor renovam as suas forças (Is 40.31). Esta postura é o ponto de partida para todas as outras. Andar (gr. peripateu; cf. n. Ef 4.1): tom ar passos firm es e competentes, demonstrando um estilo de vida espiritual. Com Jesus, podemos andar sem nos esgotar, sem nos fatigar (Is 40.31); seu ritmo de graça não é for­ çado (cf. n. M t 11.28-30). Quem não aprende andar bem, dificilm ente conseguirá estar firme. Estar firme (Ef 6.11,14; ICo 15.58). A postura de guerreiro (2Tm 2.3-4; o jovem guerreiro em 1Jo 2.12-14). Jesus é nossa rocha e fortaleza, nosso defensor e protetor. M as também prepara nossas mãos para a batalha (Sl 18.34; 144.1). Na medida em que nos tornam os mais como ele, passam os a ser guerreiros que defendem e protegem outros. Um guerreiro veterano se torna um “pai" na linguagem de João (1Jo 2.12-14), capacitando ou­ tros para a batalha. Correr (Is 40.31) e não se cansar. Viver plenamente em nosso cham ado. Esta pessoa não sabe apenas quem ele é (o “sentar”); sabe o que ele foi criado para fazer. Corre com perseverança e alegria, com dedicação, a car­ reira que lhe é proposta (Hb 12.1-2). M arca a história. Voar (Is 40.31). Sonhar os sonhos de Deus, com uma visão grande e em longo prazo, indo além do que outras pessoas normalmente vão. Que lindo quando alguém não apenas consegue fazer isto, como também consegue anim ar e capacitar outros a ouvir sua voz interior, a voz de Deus, e os sonhos de Deus para eles. Cf. ns. At 2.17. Cada pessoa tem um ritmo preferido, devido à sua personalidade, aos seus dons e às suas experiências. M uitos têm dificuldade com certos ritmos, seja para eles, seja em outras pessoas. Precisamos ter a habilidade de m udar de uma postura para outra segundo a direção de Deus e a necessidade. Isso requer capacitação e dis­ cernimento. Precisam os ser como os filhos de Issacar, discernindo os tempos. Existe tempo para tudo (Ec 3.1). Necessitam os saber qual é em cada momento. Também existe a opção de assum ir cada postura de form a coleti­ va em diversos momentos, especialm ente como equipe (cf. ns. At 20.4; 2Co 7.5-6). Em alguns casos, pode haver momentos de ju n tar duas posturas para produzir uma com binação poderosa. Em quais das cinco posturas você é bem maduro e capacitado? Em quais precisa crescer? Em quais está capacitando outros? T e x t o -c h a v e Por isso é que se diz: "Desperte, você que está dormindo, levante-se de entre os mortos, e Cristo o iluminará.”Portanto, tenham cuidado com a m aneira com o vocês vivem, não com o tolos, m as com o sábios, aproveitando bem o tem po, porqu e os dias são maus. (E f 5.14-16) Há também a sexta postura: estar adormecido (cf. ns. 5.16-17). Paulo, com som de trom beta, nos cha­ ma a deixá-la de lado para andarm os como sábios, remindo o tempo. Convoca-nos para serm os pessoas que sabem discernir os tempos e o que Deus está fazendo. Devemos acom panhar-lhe em seu ritmo, seja o momento propício para sentar, andar, estar firme, correr ou voar. Jesus tinha seus momentos para cada postura; precisam os seguir em suas pisadas. E não apenas fazer isso, mas também ajudar outros fazerem o mesmo. Isto é o discipulado!
  • 11. 315 EFÉSIOS 1 Prefácio e saudação 1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso0 e são fiéis em Cristo Jesus. 2 Que a graça e a paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. As bênçãos espirituais em Cristo 3Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espiri­ tuais nas regiões celestiaisb em Cristo. 4Antes da fun­ dação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos santos6 e irrepreensíveis diante dele. Em amor 5nos predestinou^ para ele, para sermos adotados como seus filhos,6por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, 6para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. 7Nele temos a redenção/ pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e en­ tendimento, 9desvendando-nos o mistério5 da sua von­ tade, segundo o seu propósito que ele propôs em Cristo, 10de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos/ todas as coisas, tanto as do céu como as 1.1 Paulo. Cf. n. Rm 1.1. apóstolo. Cf. n. 1Co 12.28. por vontade de Deus. Cf. n. Mt 6.10. aos santos. Não “aos pecadores”. A pa­ lavra “santos” aparece 12 vezes neste livro; só neste capítulo, apa­ rece nos vs. 1,4,15,18. Cf. n. Rm 8.9. em Éfeso. Poderia substituir o nome de sua cidade, em Cristo Jesus. Cristo é citado por nome por volta de 53 vezes neste livro, cinco ocorrências nos primeiros três vs. “em Cristo Jesus” é citado mais de 20 vezes. A vida cristã, acima de tudo, é cristocêntrica. Qualquer outro centro falhará, seja uma pessoa superespiritual, seja uma igreja ou denominação, seja até a Bíblia. Em Cristo encontramos quem somos e para o que viver. 1.2 graça (6-7,16). Cf. n. 2.8-9. e o paz. 2.14-15. Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27. Deus, nosso Pai. Deus é chamado de Pai 12 vezes nes­ te livro, neste capítulo nos vs. 2-3,17. Cf. ns. Jo 1.14; Rm 8.15. e do Senhor Jesus Cristo (Rm 10.9). Cf. ns. At 5.31; Rm 1.7. 1.3 nos abençoou. Bênçãos na Bíblia têm poder, não são apenas palavras bonitas, com todas as bênçãos espirituais. Não nos falta uma! Cf. ns. 1Co 3.21-23. nos regiões celestiais. Cf. n. 2.6. em Cristo. O segredo para viver “em bênção” é permanecer em Cristo. Cf. n. Jo 15.1-8. 1.4 Antes da fundação do mundo. Quando nosso Amado criou o mundo, seu amor transbordou, e ele pensou em nós. Escolheu-nos e nos formou nos mínimos detalhes, com cari­ nhoso cuidado (Sl 139.13-16), e identificou as boas obras que faríamos (2.10). Deus nos escolheu. Ele nos selecionou para seu time; chamou-nos para sua família. Em amor. Não por obri­ gação nem por necessidade; por desejo! Cf. Intro. 1Jo. 1.5 para sermos adotados. Antes éramos filhos de outra fa­ mília, a de Satanás, o mundo e o pecado (2.1-3). Deus nos res­ gatou e adotou (2.4-7). segundo o propósito (v. 9). Seu prazer, sua alegria (Mt 25.21; Jo 15.11). de sua vontade (vs. 9,11). O bom propósito de sua vontade. Jesus é a fonte e a origem da vida com propósito (3.11). Se andarmos com ele, a nossa vida inevitavelmente terá propósito. da terra. 11Em Cristo fomos também feitos herança, pre­ destinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de an­ temão esperamos em Cristo. l3Nele também vocês, de­ pois que ouviram a palavra da verdade, o evangelho da salvação, tendo nele também crido, receberam o selo' do Espírito Santo da promessa. 140 Espírito é o penhor7da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em lou­ vor da sua glória. A oração de Paulo 15Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que vo­ cês têm no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos/ l6não cesso de dar graças por vocês, mencionando-os nas minhas orações. 17Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. 18Peço que ele ilumine os olhos do coração de vocês, para que saibam qual é 01.1 At 18.19-21; 19.1 *1.3 Ef 1.20;2.6;3.10;6.12 <1.4Ef5.27 4l.5Rm8.29 «GI4.5 *1.7 Rm 3.24; Cl 1.14 J1.9Rm 16.25; Ef3.3,9;6.19 *1.10Gl4.4 '1.132Co 1.22;Ef4.30 Jl.142Co1.22 *1.15 Cl 1.4; Fm 5 1.6 Glória. Cf. vs. 12,14 e a terceira n. Jo 1.14. O Amado, Jesus, é a fonte da graça. Se não estivermos conectados a ele, não conseguiremos que a graça realmente flua em nós. 1.7 Maravilhosa graça! Rm 5.6-11; 2Co 5.21; Ef 2.1-9. 1.8 em toda a sabedoria e entendimento. Cf. n. 3.10. 1.9 desvendando-nos o mistério (3.3-4,9; 5.32; 6.19). Cf. n. Rm 11.25. da sua vontade. Da sua soberania. Cf. ns. Rm 8.28-29; 9.19-33. 1.10 Este v. esclarece o plano cósmico de Deus e o foco e propó­ sito de toda a história humana: tudo converge em Jesus Cristo, seja na sua primeira vinda, seja na vinda dele em nossas vidas, seja na sua segunda vinda. E a sua história individual, ela está alinhada com isto? Somos chamados a ser ativamente envolvidos nesta convergência em todas as esferas da vida (2Co 5.17-20). 1.13o palavra da verdade. Cf. ns. Jo 8.32; 14.6. o evangelho. Cf. n. Lc 2.11; tc. Rm; Intro. Mt. com o selo do Espírito Santo. Marcados por dentro como pertencendo a Deus. 1.15 Ministério de afirmação. Cf. ns. 1Co 1.4-9; 2Co 1.12-14; 3.9. Fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1. Amor. Cf. n. 1.4. 1.16-23 minhas orações (3.14-21). Cf. n. Rm 1.9. 1.16 ITs 5.17-18. 1.17 espírito de sabedoria e de revelação. Podendo ser qualidades permanentes, como também dons para momentos especiais (cf. n. 12.7-11). no pleno conhecimento dele. Não parcial, não superficial, não inicial ou introdutório, mas pleno. Conhecendo seu coração e mente. Que oração! O maior motivo de oração não é conseguir as coisas que foram pedidas, e sim conhecer Deus, a sua mente e o seu coração. Cf. n. Mt 11.15. 1.18 os olhos do coração de vocês. Olhos espirituais (2Rs 6.17; Mc 8.24; 2Co 4.18). Cf. Intro. 1Pe e ns. Mc 8.22-26; Lc 7.44. para que saibam (gr. epignosis: conhecimento verda­ deiro, perspectiva plena); cf. ICo 13.12. Esperança da vocação de vocês. Cl 1.27; cf. n. Rm 8.24-25. a riqueza da glória da sua
  • 12. EFÉSIOS 1 — 2 316 a esperança da vocação1de vocês, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos 19e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, se­ gundo a eficácia da força do seu poder, 20Ele exerceu esse poder em Cristo, ressuscitando-om dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita" nas regiões celestiais,0 21acima de todo principado, potestade/ poder, domínio e de todo nome que se possa mencio­ nar, não só no presente século, mas também no vin­ douro. 22E pôs todas as coisas debaixo dos seus p é s q e, para ser o cabeça" sobre todas as coisas, o deu à igreja, 23a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.5 Do pecado para a salvação pela graça 2 Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados,0 2nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso des­ te mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do '1.18 Ef 4.4 ">1.20 Rm 4.24; IPe 1.21 "SI 110.1 «Ef 1.3 P1.21 1Co 15.24; Ef3.10; 6.12; Cl 1.16; 2.10 41.22 SI 8.6; Mt 28.18 rEf4.15 s1.23 Ef4.10 «2.1 Cl 2.13 *2.2 Ef5.6 <2.4Tt3.5; IPe 1.3 *2.5 Ef 2.1; Cl 2.13 "2.6 Ef 1.20; Cl 2.12; 3.1 ^Ef1.3 92.8 Rm 3.24; Ef 2.5 *2.9 2Tm1.9 '2.10 Ef4.24 7d 1.10;Tt 2.14 espírito que agora atua nos filhos da desobediência/ 3Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. 4Mas Deus, sendo rico em misericórdia/ por causa do grande amor com que nos amou, 5e estando nós mor­ tos em nossas transgressões, nos deu vidacíjuntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — 6e junta­ mente com ele nos ressuscitou6 e nos fez assentar nas regiões celestiais^ em Cristo Jesus. 7Deus fez isso para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. 8 Porque pela graça vocês são salvos/ mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; 9não de obras/ para que ninguém se glorie. mPois somos feitura dele, criados1em Cristo Jesus para boas obras/ as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Os gentios e os judeus são unidos pela cruz de Cristo 11Portanto, lembrem-se de que no passado vocês eram gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisão, que é feita na herança. Somos seu tesouro precioso (cf. n. Mt 13.44); a me­ nina de seus olhos, sua obra-prima. 1.19-20 o suprema grandeza do seu poder (gr. dunamis). Cf. n. At 1.8. Poder ressuscitador, poder vitorioso. O que lhe dá poder, energia, vigor? 1.21 acima de todo. Sua supremacia é ressaltada com a repetição da palavra “todo” três vezes neste cap. (cf. Cl 1.15-20). O poder de Jesus em comparação com o poder de Satanás ou dos demónios pode ser comparado com o poder da luz e das trevas. Onde a luz brilha, as trevas têm que fugir (Is 9.2; Dn 12.3; Fp 2.15; cf. n. Jo 1.5). 1.22 deu à igreja. Este livro explica melhor que qualquer outro uma teologia da Igreja e como ela deve funcionar. Para uma descrição detalhada de uma igreja saudável, cf. ns. At 2.42-47; Intro. e tc. At. Quanto a viver na realidade da Igreja no dia a dia, cf. Intro. ICo, e quanto a colocar ordem nela, cf. Intro. Tt. 1.23 o qual é o seu corpo. As cinco maiores metáforas no NT para a Igreja de Cristo são a Noiva (2Co 11.12; Ef 4.31-32; Ap 19.7-8; 21.9); a família de Deus (Mt 12.49-50; 2Co 6.18; Gl 6.10; Ef 2.19; 1Tm 5.1); a coso de Deus (ITm 3.14-15; Hb 3.6; 1Pe 4.17); o templo de Deus, feito com pedras vivas, Cristo sen­ do a pedra angular (ICo 3.11,16-17; Ef 2.19-22; 1Pe 2.5-7) e o Cor­ po de Cristo (Rm 12.4-5; 1Co 10.17; 12.12,27; Ef 4.12,16; 5.23,30; Cl 1.24). Possivelmente a que mais nos ajuda entender como a Igreja funciona no dia a dia é a metáfora do corpo. 2.1 Ele lhes deu vida. Jo 10.10; 14.6. Cf. n. 2Co 5.21. vocês es­ tavam mortos. Cf. np. 5.14. 2.2-3 O mundo, o diabo e a carne, todos aliados pessoais nossos contra Deus antes de conhecê-lo.filhos da desobediência. Éramos por natureza merecedores da ira. Perante a santidade de Deus, to­ dos estávamos condenados à morte (Rm 3.23; 6.23). Cf. n. Rm 1.18. 2.4 Mas Deus. Cf. n. Lc 12.20. Fomos salvos de Deus (e sua ira) pelo próprio Deus (pela sua graça) e para ele mesmo (para sua glória e propósitos). 2.5 Um morto não pode fazer nada por si mesmo. 2.6 nos ressuscitou. Cf. ns. Rm 6.2-5. nos fez assentar (1.20). Um primeiro momento na vida cristã. No “sentar” encontramos nossa identidade e autoridade; nos mostramos discípulos e des­ cansamos; cf. Intro. Ef. nas regiões celestiais (1.3,20; 3.10,15; 4.10; 6.12). Temos o imenso privilégio de olhar de cima para bai­ xo, de ganhar uma perspectiva eterna. O início da vida cristã, o recomeço dela a cada dia e a chave para a vida vitoriosa é sen­ tar com Jesus bem acima de todos os problemas deste mundo, firmando nossa identidade nele. Os caps. 1-3 nos mostram como fazer isso. “A verdadeira religião confronta a terra com o céu, e o tempo com a eternidade.” (A. W. Tozer. Em Cristo Jesus; vs. 7,10,13). Cf. n. 1.4. 2.8-9 graça (gr. choris). Esta palavra aparece 14 vezes neste livro, neste capítulo; vs. 1,5,7-8. Favor não merecido. Uma ge­ nerosidade de Deus que nos leva a transbordar com a mesma generosidade (cf. n. 5.4). Tem um aspecto objetivo: aquilo que dá ou provoca prazer ou alegria, seja uma pessoa (Lc 2.40), um ato (2Co 8.6) ou palavras (Lc 4.22; Cl 4.6). E tem um aspecto subjetivo: indica bondade, amizade e disposição favorável da parte da pessoa graciosa. Na Reforma, estes vs. foram cha­ ves para levar à declaração de cinco “solos”: Sola Scriptura, Sola Christus, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Gloria. Para se aprofundar no assunto da graça, cf. n. Mt 5.7. não de obras. Cf. n. Gl 2.16. 2.10 somos feitura dele. Ele faz sua obra em nós, para que possamos fazer as obras que ele nos deu. O ser precede o fazer. para boas obras. Cada crente tem sua parte no Corpo (4.16; 1Co 12.12-27); as boas obras para as quais Deus o criou. Deus não necessita nossas obras; não acrescentam nada para ele. Mas nosso vizinho as necessita (Mt 5.16; Tg 2.14-26). 2.11 Portanto. A palavra “portanto” sempre nos remete aos vs. anteriores, neste caso 2.1-10.
  • 13. 317 EFÉSIOS 2 COMPARTILHANDO O EVANGELHO, PARTE 2 Ef 2.8-9; Rm 10.9-11 (Estudo 1.5.8) 1. Em sua opinião, qual é 0 ponto mais bonito do evangelho? 2. Em sua opinião, qual é 0 ponto mais difícil do evangelho? 3. Por que Paulo enfatiza a importância de confessar com a boca (Rm 10.9-10)? 4. Por que Paulo enfatiza a importância de crer com 0 coração nesta mesma passagem? 5. Esta semana, procure marcar uma data para se encontrar com uma pessoa não crente. Ore a Deus para compartilhar 0 evangelho com ela. Estudo opcional: Tg 2.19; Uo 5.11-12; Ap 3.20. Compartilhando 0 evangelho, parte 2 Na meditação "Compartilhando 0 evangelho, parte 1" (p. 246), introduzimos as duas primeiras das Quatro leis espi­ rituais. Dando continuidade, sabemos que Deus é santo, e 0 homem é pecador. Um grande abismo separa os dois. O homem está continuamente procurando alcançar Deus e a vida abundante pelos seus próprios esforços: vida reta, boas obras, religiosidade etc. A terceira lei nos oferece a única resposta para 0 problema da separação... Terceira lei: Jesus Cristo é a única solução de Deus para 0 homem pecador. Por meio dele você pode conhecer 0 amor e 0 plano de Deus para a sua vida. Ele morreu em nosso lugar: "Mas Deus prova 0 seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores." (Rm 5.8). E "0 sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1Jo 1.7). Ele ressuscitou dentre os mortos. "Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao ter­ ceiro dia, segundo as Escrituras." (lCo 15.3-4) Ele é 0 único caminho: "Jesus respondeu: 'Eu sou 0 caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.'" (Jo 14.6). Deus retirou 0abismo que nos separava dele, ao enviar seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz em nosso lugar. Não é suficiente conhecer essas três Leis... Quarta lei: precisamos receber Jesus Cristo como Salvador e Senhor, por meio de um convite pessoal. Só então poderemos conhecer e experimentar 0 amor e 0 plano de Deus para a nossa vida. Precisamos receber Cristo: "Mas, a todos quantos 0 receberam, deu-lhes 0 poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome" (Jo 1.12). Recebemos Cristo pela fé: "Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus." (Ef 2.8-9). Recebemos Cristo por meio de um convite pessoal: Cristo afirma: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua ca sa ..." (Ap 3.20) Receber Cristo implica arrependimento; significa deixar de confiar em nossos próprios esforços e crer que Cristo, ao entrar em nossa vida, perdoa os nossos pecados e faz de nós aquilo que ele quer que sejamos. Rm 3.23 — Estudo anterior •* | Próximo estudo — Lc 6.12-16 carne por mãos humanas. 12Naquele tempo vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não ten­ do esperança e sem Deus no mundo.* 13Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes esta­ vam longe, foram aproximados pelo sangue de Cristo. 2.12 Perfil de cinco características da pessoa sem vida eterna. 2.14 ele é a nossa paz. Unidos com eie, temos paz (Rm 5.1). o qual de ambos fez um. Devemos ter paz com todas as outras :essoas unidas com Jesus, não importa a denominação (cf. ns. l4Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos2 fez um.1 Tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 15Cristo aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças,"1para *2.12 Ef 4.18 12.14 Judeus egentios 'GI3.28 ">2.1502.14 Jo 17.11,21,23). Tendo derrubado a parede da separação. Tendo destruído (v. 16) a fortaleza que construímos para nos manter separados. 2.15 fazendo a paz (vs. 14,17). Cf. ns. Lc 10.5-7; Jo 14.27.
  • 14. EFÉSIOS 2 — 3 318 que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fa­ zendo a paz, !6e reconciliasse" ambos em um só corpo com Deus, por meio da cruz, destruindo a inimizade por meio dela. 17E quando veio. Cristo evangelizou paz a vocês que estavam longe0 e paz também aos que esta­ vam perto; l8porque, por meio dele, ambos temos aces­ so ao Pai em um só Espírito.p i9Assim, vocês não são mais estrangeiros e pere­ grinos, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, 28edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular.q 21Nele, todo o edifício, bem- -ajustado, cresce para ser um santuário dedicado ao Senhor. 22Nele também vocês estão sendo edificados em conjunto para ser morada de Deus no Espírito/ A vocação dos gentios e o apostolado de Paulo 3 Por essa razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vocês, os gentios — 2se é que vocês ouviram falar a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada em favor de vocês, 3pois, segundo uma revelação, me foi dado a conhe­ cer o mistério,0 conforme escrevi há pouco, resumi­ damente. 4Ao lerem o que escrevi, poderão entender »2.162Co5.18 02.17ls57.19 P2.18Rm5.2;Ef3.12 92.20U20.17 f2.221Co3.16 03.3 Ef 1.9 63.6 Ef2.15 f3.7CI1.25 1*3.8 ICo 15.9 oAt 9.15 *3.9 Ef 3.3 93.10Ef1.21 *Ef 1.3 *3.11 Ef 1.11 y'3.12Rm 5.2; Ef 2.18 *3.13 0 1.24 *3.15 Ef 1.10 a minha compreensão do mistério de Cristo, 5o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos fi­ lhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, pelo Espírito. 60 mistério é que os gentios são coerdeiros, mem­ bros do mesmo corpo* e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho, 7do qual fui constituído ministro0 conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder. 8A mim, o menor de todos os santos/ foi dada esta graça de pregar" aos gentios 0 evangelho das insondáveis riquezas de Cristo 9e manifestar qual é a dispensação do mistério-^ que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas. 10E isso para que agora, pela igreja, a multiforme sabedo­ ria de Deus se torne conhecida dos principados e po­ testades3 nas regiões celestiais/ 11segundo 0 eterno propósito' que Deus estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor. 12Em Cristo, temos ousadia e acesso* a Deus com confiança, mediante a fé nele. 13Portanto, eu peço que não desanimem por causa das minhas tri­ bulações em favor de vocês/ Isso deve ser motivo de honra para vocês. Paulo ora novamente 14Por essa razão, eu me ponho de joelhos diante do Pai, 15de quem toda a família, tanto no céu como na ter­ ra/ recebe o seu nome. i6Peço que, segundo a riqueza da sua glória, ele lhes conceda que sejam fortalecidos com po­ der, mediante o seu Espírito no homem interior, I7e assim, 2.16 e reconciliasse. Cf. ns. 2Co 5.18-20. 2.18 ambos temos acesso (3.12). Hb 10.19-23. 2.19 sonfos. Cf. n. 1.1. membros da família de Deus (cf. n. 1.23). Somos “irmãos de sangue”, 0 sangue de Jesus. 2.20 ofundamento dos apóstolos e profetas. Cf. n. ICo 12.28. a pedra angular (Sl 118.22; Is 28.16; At 4.11; 1Co 3.11; 1Pe 2.5-7). 2.22 para ser morada de Deus. Lugar onde Deus se sente em casa. 3.1 prisioneiro. Prisioneiro voluntário que optou se entregar àquele que primeiro se entregou por ele. 3.2 graça (7-8). Cf. n. 2.8-9. Todo chamado, ministério ou ha­ bilidade que temos é fruto da graça de Deus; não existe motivo para orgulho ou superioridade. 3.3 mistério (vs. 4,9). Cf. n. Rm 11.25. 3.5 apóstolos e profetas (2.20; 4.11). Cf. n. 1Co 12.28. No Espí­ rito. Cf. n. At 1.2; Intro. At. 3.6 Todo crente é igual ao pé da cruz e diante do trono de Cristo. Cf. n. Gl 3.28. 3.7 Todo membro da Igreja é um ministro com chamado e dons (cf. np. 1Co 12.15-19). Todos nós devemos nos identificar com este v. 3.8 Quanto mais nos aproximarmos de Cristo, mais a sua graça e a sua pessoa nos deixam maravilhados e menos pensamos sobre nós mesmos. 3.10 Dá para imaginar as arquibancadas do céu cheias, anjos de um lado, demónios de outro, olhando para a Igreja aqui na terra, perguntando-se sobre a sabedoria de Deus em confiar em nós. Que coragem tem Deus! Ele não está dependendo de nossa sabedoria, inteligência, força ou posição no mundo (ICo 2.26-31). Ele confia que manteremos uma relação de amor com ele (vs. 14-19). Com base nesse relacionamento e esse am­ biente, ele sabe que pode fazer infinitamente mais do que po­ demos imaginar (v. 20), revelando a sua glória (v. 21). 3.12 temos ousadia. Deus não nos deu um espírito de covar­ dia nem timidez (cf. n. 2Tm 1.7). 3.14 me ponho de joelhos. Respondendo à majestade da gló­ ria do mistério do evangelho, de seu chamado e da sabedoria de Deus. A boa teologia (caps. 1-3) nos revela a pessoa de Deus. E isso nos leva à adoração. Quando foi a última vez que você caiu de joelhos diante da grandeza de Deus e seus propósitos? 3.15 de quem toda a família. E a sua? Dá para colocar seu nome de família aqui? 3.16 segundo a riqueza (1.7,18; 2.7; 3.8; Fp 4.19). Riqueza que não tem fim e que nunca se esgotará, da sua glória (v. 21). Cf. a parte sobre a glória na n. Jo 1.14. fortalecidos com poder (gr. dunamis). Cf. n. At 1.8. no homem interior. De dentro para fora. 3.17 e assim, pela fé, Cristo habite no coração de vocês. Cf. n. 2.22; cf. med. Lc 6.12-16. Pela fé. Cf. ns. 2Co 5.7; Hb 11.1. enraizados e alicerçados. Com bases imutáveis se a fonte das raízes e alicerces é Jesus, em amor. Quando pensamos nos ali­ cerces da Igreja ou do nosso ministério, geralmente não pensa­ mos no amor. Mas se entendemos o amor como relacionamen­ tos comprometidos e saudáveis, entenderemos o Senhor melhor. Nota prática: cada um recebeu um depósito na sua infân-
  • 15. 319 EFÉSIOS 3 Orando com poder Ef 3.14-21 (Estudo 1.3.6) 1. Qual foi uma das últimas orações que teve um impacto poderoso em sua vida? 2. Segundo os vs. 17-19, quais as frases que indicam os limites ou a falta deles quanto ao amor de Deus? 3. Nesta passagem, quais as frases que indicam os limites ou a falta deles quanto ao poder de Deus? 4. Se Deus ama dessa forma e com tal poder, quais os limites para ele agir em nosso favor? 5 .0 que precisaria acontecer para você orar de forma parecida a Paulo? Estudo opcional: Mt 18.18-20; Jo 15.7,16; Ef 1.15-23. A intervenção de Deus Deus age a nosso favor? Ele intervém em nossa vida? Sim, ele age em todas as coisas para o bem de nós que o amamos e somos chamados segundo seu propósito - o propósito de tornar-nos mais como seu Filho, Jesus (cf. n. Rm 8.28-29). Ele age quando intervém em nossas circunstâncias e quando não intervém. Quando oramos para que ele mude nossas circunstâncias e ele não as muda, é porque ele quer que o amemos pelo que ele é e não apenas pelo que ele faz por nós. Ele está no centro do universo, não nós. Nossos problemas vêm quando nós pensamos que estamos no centro e que Deus precisa fazer A, B ou C para que possamos ficar firmes nesse centro. Ele normalmente não escolhe nos manter em nosso egocentrismo! Tg 5.16 — Estudo anterior ♦ |♦ Próximo estudo -— lTm 2.1-8 pela fé, Cristo habite no coração de vocês, estando vo­ cês enraizados e alicerçados em amor,m18a fim de que possam compreender, com todos os santos, qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade I9e conhecer o amor de Cristo, que excede todo en­ tendimento," para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. 20 Ora, ao Deus que é poderoso para fazer infini­ tamente mais do que tudo o que pedimos ou pensa­ mos, conforme o seu poder que opera em nós, 21a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre.0 Amém! ">3.17 Cl 2.7 "3.19 Fp 4.7 "3.21 Rm 16.25-27 cia, a que se pode chamar de amor fundamental. Até dá para medir quanto nosso pai e nossa mãe expressaram amor em pelo menos três vertentes: toque físico, palavras de afirmação e in­ vestindo seu tempo em nós para fazer o que nós queríamos. O inverso disso seria toque físico abusivo, palavras negativas e exigir que nós cuidássemos deles ou de nossos irmãos, inves­ tindo nosso tempo neles. A quem falta amor fundamental, esse sempre terá dificuldade de sentir-se amado e de amar. Precisa de um processo de restauração e cura das memórias. 3.18 afim de que possam compreender. “Todo ser racional, hu­ mano e angélico possui duas faculdades: o poder de conhecer e o poder de amar. Para o primeiro, ao intelecto, Deus é sempre incog- noscível; mas, para o segundo, ao amor, Deus é completamente conhecível por cada indivíduo. Tanto que uma alma de amor so­ zinha, por seu amor, pode conhecer por si mesma aquele que é incomparavelmente mais do que suficiente para encher todas as almas que existem. Este é o milagre eterno do amor, porque Deus sempre agiu dessa maneira e sempre agirá. Considere isto, se pela graça de Deus, você puder. Conhecer isto de verdade é alegria in­ finita; não o conhecer é dor infinita”. (Juliana de Norwich, no sé­ culo 14). Cânticos de amor podem liberar nossa alma para ir aon­ de nossa mente não consegue, com todos os santos (4.2,15-16; 5.25,28,33; 6.23-24). Sozinho, não! Ninguém consegue esta com­ preensão sozinho. Vale a pena meditar nas dimensões do amor de Deus junto com outros irmãos para então pensar em como vivê- -las melhor, a largura. Estendido a todos os povos (cf. n. Ap 5.9). o comprimento. Estendido no tempo desde a eternidade e para a eternidade, a altura. Elevando-nos (Sl 8.3-6). e a profundidade. Transformando-nos (cf. ns. 2Co 5.17-21). 3.19 e conhecer (gr. ginosko). Cf. n. Jo 8.32. o amor. Rm 8.35-39; cf. n. Mt 3.17; Intro. 1Jo. que excede todo entendi­ mento. Este amor é tão grande que nunca será compreendido apenas com a mente. Nosso coração tem que experimentá-lo; nosso espírito tem que mergulhar nele. E o propósito disso? para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Para que a imagem de Deus, segundo a qual fomos criados, e o novo coração de Deus, que ganhamos na redenção, possam ser cheios a ponto de nos tornarmos plenamente como Cristo, seu caráter e glória transbordando em nós. 3.20 para fazer infinitamente mais. Devemos viver surpreen­ didos diariamente. Se não, estaremos andando aquém do amor, poder e propósitos de Deus para nós. do que tudo o que pe­ dimos. 1.17-23; 3.14-19 (cf. ns. Jo 14.12-13). conforme o seu po­ der (gr. dunamis - 1.19-20; 3.16). Cf. n. At 1.8. “Espere grandes coisas de Deus; tente fazer grandes coisas para Deus.” (William Carey, o pai de missões modernas). 3.21 a ele seja a glória. Quem medita no amor de Deus (vs. 18-19) acabará brotando em louvor, na igreja (Ef 5.27;
  • 16. EFÉSIOS 4 320 A unidade da fé 4 Portanto, eu, o prisioneiro no Senhor,0 peço que vivam de maneira digna* da vocação a que fo­ ram chamados, 2com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor, 3fazendo tudo para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.c 4Há somente um cor­ po d e um só Espírito, como também é uma só a es­ perança para a qual vocês foram chamados. 5Há um só Senhor,0 uma só fé, um só batismo, 6um só Deus-^ e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos5 e está em todos. °4.1 Ef 3.1 *Fp 1.27 c4.2-3 Cl 3.12-14 <<4.4Rm 12.5; Ef 2.16; Cl 3.15 f4.5 ICo 8.6 *4.6 Dt 6.4 JRm 11.36 *4.8 SI 68.18 14.9 Ou regiõesinferiores, àterra <4.10Ef 1.23 J4.11 ICo 12.28 O santo ministério e o serviço dos santos 7Ea graça foi concedida a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. 8Por isso diz: "Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens."h 9 Ora, o que quer dizer "ele subiu", senão que tam­ bém havia descido até as regiões inferiores da ter­ ra?2 10Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.' 11E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ou­ tros para pastores e mestres,2 12com vistas ao aper­ feiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, I3até Ap 21.9-11). É fácil perceber os defeitos na Igreja, especialmente nossa igreja local. É bom pedir que Deus ilumine os olhos de nosso coração para vermos também a glória que está sendo re­ velada nela. Uma forma de ganhar esta visão é listar dez carac- terísticas pelas quais somos gratos. Quem sabe podemos che­ gar a vinte. Ou mais! Amém. Literalmente, “que assim seja”. Que assim seja em nossas vidas! 4.1 prisioneiro. Cf. n. 3.1. peço. Cf. n. Rm 12.1. vivam (gr. peri- pateu-, 5.2,8,15). O grego dá o sentido de pisar firme, de forma usual ou competente. Esta palavra nos Evangelhos e em Atos, com uma exceção, fala de uma caminhada física. Paulo usa o termo de forma metafórica oito vezes neste livro, aludindo ao andar de forma espiritual (2.2,10; 4.1,17; 5.2,8,15). Traduções mais modernas optam por “viver", porque indica um estilo de vida. Um segundo momento na vida cristã (cf. Intro. Ef). de ma­ neira digna. Do modo de Jesus, nos seus passos (1Pe 2.21). 4.2 com toda a humildade. Elevando outros e não nós mes­ mos. 1Pe 5.5-6; cf. ns. Mt 5.3. e mansidão. Demonstrando graça quando somos tratados como servos. Nm 12.3; Mt 11.29; 20.28. com longanimidade. Paciência, especialmente com os defeitos de outros em longo prazo. Cf. ns. 2Co 1.6. Em resumo, com a mesma atitude de Fp 2.1-4. 4.3 fazendo tudo. Requer esforço; não acontecerá sem investir seriamente. para preservar. Não temos que criar a unidade. Jesus a criou. Apenas temos que preservar o que ele criou, a unidade do Espírito. Ela se expressa em harmonia e paz. Cf. n. Lc 10.5-7. no vínculo da paz (cf. ns. 2.14; Lc 10.5-7; Jo 14.27). 4.4-6 Esta unidade se manifesta das sete formas indicadas aqui. É profunda. Apenas um desastre imenso de falta de sensibilidade ao Espírito e/ou caráter levaria à divisão. Ao mesmo tempo, não existe nenhuma garantia de que a uni­ dade prevalecerá, a não ser que as pessoas caminhem cheias do Espirito e com o caráter de Cristo. Infelizmente a maioria das divisões na Igreja de Jesus tem sua fonte na falta de uni­ dade. Claro, há também outras razões, especialmente doutri­ nárias, mas geralmente por trás disso existem conflitos pes­ soais e relacionais. 4.7 graça (v. 29; 6.24). Cf. n. 2.8-9. concedida a cada um de nós. Cada pessoa tem uma graça, um ou mais dons espirituais (ICo 12.7,11); cada um tem sua parte para fazer no Corpo (4.16), sem a qual o Corpo não será pleno. 4.11 Os cinco ministérios não são títulos, e sim expressões especiais da graça que Jesus exercia, apóstolos... profetas. Cf. n. 1Co 12.28. evangelistas. Aqueles que têm uma graça especial para ganhar pessoas para Jesus e para equipar ou­ tros a fazerem o mesmo (v. 12). pastores. Literalmente, a pessoa que cuida, protege e nutre as ovelhas. Sua função é bem descrita em Sl 23; Jo 10.1-16; 21.15-17. mestres. Aquele que forma a mente, alimenta o coração e alinha a vontade dos discípulos. Cf. ns. Lc 24.32; At 13.1. Estes cinco minis­ térios são pessoas dadas à igreja, separadas e vocaciona­ das, diferentemente de outras listas de dons, que tratam de dons dados a indivíduos (Rm 12.3-8; 1Co 12). Infelizmente, existem abusos em todos os ministérios: falsos apóstolos - Ap 2.2; falsos profetas - Mt 7.21-23; falsos pastores - Ez 34; At 20.29-30; falsos mestres - ITm 1.3-7; 1Jo 2.26. Ao mes­ mo tempo existem argumentos simples no contexto deste v. quanto a estes ministérios serem válidos para hoje: (1) eles foram dados após a morte e ressurreição de Jesus (vs. 7-10), assim que não podem apenas se limitar a pessoas como os Doze, que receberam um chamado antes disso; (2) estes mi­ nistérios continuarão até que cheguemos à plenitude de v. 13, que ainda não chegamos; (3) muitas fraquezas, problemas e até o nominalismo em muitas igrejas podem ter sua base na falta de todos os cinco ministérios estarem envolvidos de al­ guma forma saudável nessas igrejas. 4.12 com vistas ao aperfeiçoamento. Gr. katartizo: ajustar, caber, completar, colocar no lugar devido, capacitar, equipar, consertar, remendar, (cf. Mc 1.19), restaurar (1Pe 5.10). Este é o papel principal de todo pastor, de toda pessoa com o cha­ mado de Ef 4.11.0 chamado não é para ser ministro, e sim para equipar os santos, os membros da Igreja, para serem ministros. Cada membro um ministro! 4.13 até que todos cheguemos. Sozinho, não! Como dizem os marinheiros, nunca deixe ninguém para trás. ò unidade. A ple­ na unidade requer a participação ativa de todos em sua diversi­ dade. Onde não existe afirmação dos diversos dons, personali­ dades etc., a pressão da uniformidade tomará o lugar da força da unidade, e do pleno conhecimento do Filho de Deus. Não é possível conhecê-lo plenamente sem o acréscimo de como ele se revela em cada membro, oo estado de pessoa madura. À perfeita maturidade (cf. n. Fp 3.13). ò medida da estatura da plenitude de Cristo. Bem descrito nos perfis de pastores, diá­ conos e presbíteros em 1Tm 3.1-12; Tt 1.6-9.
  • 17. 321 EFÉSIOS 4 que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno co­ nhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14para que não mais sejamos como meninos, arrasta­ dos pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha dos ho­ mens, pela astúcia com que induzem ao erro. 15Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos k em tudo na­ quele que é a cabeça/ Cristo, 16de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efe­ tua o seu próprio crescimento para a edificação de si mesmo em amor.™ A santidade cristã oposta à dissolução 17Isto, portanto, digo e no Senhor testifico: não vivam mais como os gentios," que vivem na vaidade dos seus próprios pensamentos, l8tendo o seu enten­ dimento obscurecido, separados da vida que Deus concede, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração. i9Tendo-se tornado insensí­ veis, eles se entregaram à libertinagem para, de for­ ma desenfreada, cometer todo tipo de impureza. 20Mas não foi assim que vocês aprenderam a Cristo, 21se é que, de fato, ouviram falar dele e nele foram ins­ truídos, segundo é a verdade em Jesus, 22no sentido de que, quanto à maneira antiga de viver, vocês deixem de lado o velho homem,0 que se corrompe segundo dese­ jos enganosos, 23e se deixem renovarp no espírito do entendimento de vocês, 24e se revistam do novo ho­ mem, criado segundo Deus,1' em justiça e retidão pro­ cedentes da verdade. Exortações à santidade 25Por isso, deixando a mentira, que cada um fale a verdade com o seu próxim o/ porque somos mem­ bros do mesmo corpo. 26Fiquem irados e não pe­ quem / Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês, 27nem deem lugar ao diabo/ *4.15 Ef 2.21 'Ef 1.22; 5.23 '"4.16CI2.19 "4.171Pe4.3 04.22 Rm6.6; Cl 3.9 P4.23 Rm 12.2 <74.24Cl 3.10 '4.25 Zc 8.16; Cl 3.9 '4.26SI4.4 '4.27Ef 6.11;Tg4.7; IPe5.8 4.14 como meninos. Instabilidade e falta de raízes ou alicerces é uma mostra de imaturidade. 4.15 seguindo a verdade em amor. Pessoas maduras fazem isso de forma interna. Elas sabem como resolver seus conflitos internos. Elas também sabem resolver conflitos externos com graça e, na medida em que for necessário, firmeza. Nota prática: temos que saber como confrontar em amor, como “amor-frontar”. Alguns naturalmente somos tendencio­ sos ao amor e a graça; outros à verdade. Cada um precisa se esforçar no Espírito no lado em que não flui naturalmente. A verdade sem amor apenas machuca; acabamos perdendo a pessoa que amamos. O amor sem a verdade apenas pas­ sa a mão, deixando a pessoa ainda em trevas, cega e amar­ rada. Acabamos perdendo a pessoa de outra forma, sendo codependente com seus problemas ou pecados (ITm 5.22). O verdadeiro amor leva a pessoa ao arrependimento (Rm 2.4; Gl 6.1-2). Quando conseguimos nos identificar com a dor e os problemas da outra pessoa, abre-se a porta para ela se iden­ tificar com Deus - porque, através de nós, sente o amor e a aceitação que Deus estende. 4.16 de quem todo o corpo. Dependência em Cristo, bem- -ajustado e consolidado. Bem-relacionado, bem-conectado. Interdependência. Cf. n. Cl 2.19. pelo auxílio de todas as juntas. No Corpo, na Igreja, os líderes são as juntas. Eles conectam uma parte do Corpo a outra parte. O pastor precisa estar conectado a outros pastores; ele, nesse nível é também uma junta. Quando as juntas não são ligadas por discipula- do ou relacionamentos comprometidos e saudáveis, a Igreja é fragmentada e dada a conflitos internos, se não divisão. segundo a justa cooperação de cada parte. Cada membro é uma parte indispensável do Corpo. Cada membro, um mi­ nistro (cf. ns. 3.7; 4.12). efetua o seu próprio crescimento. Cada parte acrescenta algo; fazendo isso bem se cria não apenas energia, mas também sinergia, em amor. A chave de tudo; a marca de uma pessoa, família, igreja ou denominação saudável e madura. 4.17 não vivam mais (gr. peripateu). Cf. n. v. 1. Existem dois estilos de vida: o de Cristo, descrito anteriormente, e o ego­ cêntrico, descrito a seguir, na vaidade. Elevando a si mesmos como o valor mais alto. Detalhes seguem em v. 18. 4.19 Tendo-se tomado insensíveis. Outra versão: “Tendo per­ dido toda a sensibilidade.” Muitos agnósticos, ateus e pessoas de outras religiões sem Cristo não perdem toda a sensibilida­ de porque mantêm uma visão humanista ou moral alta. Neste caso, eles podem realmente ter bom caráter, sem cair na impu­ reza descrita neste versículo. Cf. n. Rm 1.28-31. 4.22-24 vocês deixem de lado... se deixem renovar... se re­ vistam. Quando descobrimos algo errado em nós, podemos seguir estes três passos: (1) despojar-nos, nos arrependendo e renunciando (cf. med. Tg 5.16); (2) renovar, realinhando nosso coração e nos enchendo do Espírito; e (3) revestir-nos, abraçan­ do e nos comprometendo com o caráter e a pessoa de Cristo de novo (cf. n. 2Co 5.21). 4.25 Por isso, deixando a mentira (Pv 6.16-17). Cf. ns. Jo 8.44; Rm 1.25. Quando mentimos, nos desconectamos das pessoas. E nos separamos emocional e espiritualmente. Sem pensar, as tratamos como inimigos. No corpo físico, isso seria parecido a um ataque do sistema imunológico a algum órgão, como se não pertencesse ao corpo, fale a verdade (v. 15; cf. n. 2Co 3.18). porque somos membros do mesmo corpo (1Co 12.12-27). 4.26 Fiquem irados e não pequem. Jesus se irou (Mt 21.12-13; Mc 3.4-5; Jo 2.13-16; cf. n. Rm 1.18 quanto à ira de Deus). A ira pode ser tanto de Deus, justa e certa, como pode ser egocêntri­ ca (Gn 4.5-8; Sl 37.8). Toda emoção pode ser segundo Deus ou segundo o mundo. Não deixem que o sol se ponha sobre a ira de vocês. Resolva! 1Tm 2.8. 4.27 Quando não resolvemos a nossa ira, abrimos uma brecha para Satanás, um campo fértil para sua infecçâo se propagar. Feridos ou magoados, temos a tendência de responder de for­ ma agressiva (com ira) ou de retirar ou fugir (com medo). Cf. n. Mt 5.22. A ira é uma de seis estratégias de Satanás; cf. n. Tg 4.6-7 para as outras. Uma brecha não resolvida se torna uma fortaleza.
  • 18. EFÉSIOS 4 — 5 322 28Aquele que roubava não roube mais; pelo contrá­ rio, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom / para que tenha o que repartir com o necessitado. 29Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que for boa para edificação, con­ forme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem/ 30E não entristeçam o Espírito de Deus, no qual vocês foram seladosw para o dia da redenção. 3iQue não haja no meio de vocês qualquer amargura, indigna­ ção, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer mal­ dade/ 32Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês/ 5 Sejam, pois, imitadores de Deus,0 como filhos amados. 2E vivam em amor, como também Cristo "4.28 ITs4.11 r4.29Cl4.6 «'4.30 Ef1.13 '4.31CI3.8 y4.32 Cl 3.13 «5.1 Mt5.48 *5.2Jo 13.34 <Êx29.18;Hb 10.10,12 <*5.3Cl3.5;Hb 13.5 E5.4Ef4.29 f5.51Co6.9 J5.6Rm1.18; Cl 3.6 *5.7 Ap 18.4 '5.8 Mt 5.14;Jo8.12 nos amou* e se entregou por nós, como oferta e sa­ crifício a Deus, em aroma suave/ O fruto da luz e as obras das trevas 3 Mas a imoralidade sexual e toda impureza ou ava- rezadnão sejam nem sequer mencionadas entre vocês, como convém a santos. 4Não usem linguagem grossei­ ra, não digam coisas tolas nem indecentes, pois isso não convém a vocês; pelo contrário, dediquem-se às ações de graças/ 5Fiquem sabendo disto: nenhuma pessoa imoral, impura ou avarenta — porque a avareza é idola­ tria — tem herança no Reino de Cristo e de Deus/ 6 Não se deixem enganar com palavras vazias, porque a ira de Deus vem sobre os filhos da desobediência por causa dessas coisas.5 7Portanto, não participem daqui­ lo que eles fazem/ 8Porque no passado vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor.1Vivam como fi­ lhos da luz 9— porque o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade —, 10provando sempre o 4.28 Um de nossos motivos para trabalhar deve ser poder ajudar os que não têm trabalho. Cf. ns. At 2.44-45; 2Co 8.13-15; med. 2Co 8.1-5,13-15. 4.29 Nossas palavras devem ter três caracteristicas: (1) ser edi­ ficantes, sem diminuir, minar ou criticar alguém; (2) responder à necessidade do outro; e (3) transmitir graça. 4.30 E não entristeçam o Espírito de Deus. Ao abrir seu coração para nós em amor, Deus também se abriu para ser ferido. Ele é gente. Ele é uma pessoa. Temos o poder de fazer mal ou bem para ele. Podemos até machucá-lo. Quando não o tratamos como pes­ soa, entristecemos o Senhor (cf. ns. Rm 10.21; Tg 4.5). Noto prática: você trata Deus como uma pessoa? De verdade? Quando foi a última vez que você perguntou para ele “Deus, como o Senhor está?” Essa é uma pergunta normal para uma pessoa fazer para outra, quando se encontram. Pare agora. Faça essa pergunta. Fique atento ao que vem à sua mente. Imagine ele falando com você, chamando você pelo nome e falando na primeira pessoa para você. Um diário espiritual pode ser útil para preservar a conversa. Entre as muitas opções de como usar um diário espiritual, você pode registrar diálogos entre você e Deus. Pode usar uma caneta de uma cor para o que você fala e de outra cor para o que Deus “fala”, usando sua imaginação santificada. 4.31-32 Estes dois vs. são um tipo de paráfrase de Gl 5.19-23 sobre as obras da carne e o fruto do Espírito, perdoando uns aos outros. Cf. n. Mt 18.34. 4.31 Que não haja no meio de vocês. Quando encontramos es­ tas coisas em nós ou em nossos irmãos na fé, um tipo de alarme, uma sirene deve soar. qualquer amargura. Hb 12.15. ira. Muitas vezes escondemos nossa ira chamando-a de frustração, estres­ se, irritação ou qualquer outra coisa. Quando essas coisas são frequentes em nossas vidas, devemos levar isso bem a sério, e procurar ajuda se for necessário. Cf. n. Gl 5.19-21. 5.1 Sejam, pois, imitadores de Deus. De todos os possíveis pa­ drões ou desafios, será que existe algum maior que este? Cf. n. 5.18. comofilhos amados. O primeiro passo deste desafio é experimen­ tar o amor divino e a identidade divina de ser filho de Deus (cf. n. Mt 3.17). Satanás faz qualquer coisa para minar nossa confiança nesse amor e identidade. 5.2 vivam (peripateu; vs. 8,15; cf. n. 4.1). em amor. O estilo de vida básico de todo verdadeiro filho de Deus e discípulo de Jesus (Jo 13.34-35). como também Cristo nos amou. Nosso padrão continua sendo divino (v. 1), não apenas humano, e se entre­ gou. A essência do amor é a entrega (Jo 3.16; 15.13; Ef 5.25). por nós, como oferta... a Deus. Todo verdadeiro amor humano de alguma forma reflete Deus, e todo verdadeiro amor para Deus transborda em amor para as pessoas. O verdadeiro amor é ínte­ gro - ele une o humano e o divino, o horizontal e o vertical. 5.3 como convém a santos. Puros, consagrados, dedicados, se­ parados, entregados. 5.4 pelo contrário, dediquem-se às ações de graças (v. 20; ITs 5.16,18; cf. n. 2.8-9). Graça, generosidade, isso em nós trans­ borda de forma abundante. Nota prática: algumas pessoas têm um Ql alto. Já pensou so­ bre seu “QG”, seu quociente de graça ou generosidade? Quais seriam algumas formas de fortalecer seu “músculo” de gratidão? Seria fácil ou difícil fazer uma lista de 50 coisas pelas quais você é grato (cf. n. 3.21)? As pessoas ao seu redor enxergam você como uma pessoa positiva, otimista? Sua generosidade é notó­ ria? Você é reconhecido por seu ministério de afirmação? Cf. ns. 1Co 1.4-9; 2Co 1.12-14; 3.9. As pessoas são mais ricas por esta­ rem com você? 5.5 nenhuma pessoa imoral, impura (contraste com Mt 5.8). ou avarenta —porque a avareza é idolatria. Pessoa que de­ vora. Não come para viver; vive para comer, para ganhar dinheiro ou qualquer outra obsessão que as pessoas possam ter (cf. ns. Uo 5.21). tem herança no Reino de Cristo. Cf. ns. 1Co 6.9-10. 5.6 Não se deixem enganar com palavras vazias. Especial­ mente as do relativismo, de que vale tudo, e tudo é apenas uma questão de preferência pessoal, que não existe bem e mal quan­ do não se faz dano a alguém Vem a ira de Deus. Cf. n. Rm 1.18. 5.8 Nossa luz deve ser maior que as trevas ao nosso redor (cf. n. Mt 5.14; Jo 1.5; 3.19-21). 5.9 o fruto da luz. Parecido com o fruto do Espírito (cf. n. Gl 5.22-23; tc. Gl). justiça. Cf. n. Rm 3.21. verdade (Jo 8.32 e 14.6). 5.10 o que é agradável ao Senhor. (Rm 12.2). Viver para dar alegria a ele (Mt 3.17; 25.21,23).