1) O documento discute a evolução da compreensão do conteúdo da Educação Física, de uma visão centrada em atividade física para melhorar a saúde para uma visão de cultura corporal de movimento.
2) Nos anos 1980, um movimento renovador criticou a ênfase no esporte e propôs entender o corpo como uma construção cultural.
3) Agora o conteúdo da Educação Física é visto como introduzir os alunos à cultura corporal de movimento de forma historicizada.
1) O documento discute a evolução da compreensão do conteúdo da Educação Física, de uma visão centrada em atividade física para melhorar a saúde para uma visão de cultura corporal de movimento.
2) Nos anos 1980, um movimento renovador passou a entender o corpo como uma construção cultural e não apenas biológica, ampliando o conteúdo da disciplina.
3) Agora o conteúdo abrange não só habilidades motoras, mas também conhecimento sobre as práticas corporais enquant
O documento discute a Educação Física como uma disciplina curricular complexa que abrange não apenas esportes, mas também atividades rítmicas, expressivas e conhecimentos sobre o corpo. A Educação Física deve desenvolver o aluno de forma motora, afetiva, social e cognitiva, preparando-o para uma vida ativa após a escola.
O documento define Educação Física como:
1) Um processo educacional que usa o movimento para ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento físico e atitudes que contribuem para seu desenvolvimento integral.
2) Conduzido através de atividades físicas que beneficiam tanto o desenvolvimento físico quanto intelectual, social e emocional.
3) Baseado no modelo desenvolvimentista de contribuir para o crescimento holístico da pessoa por meio de atividades estruturadas.
1) O documento discute a evolução histórica da Educação Física no Brasil, desde sua ênfase inicial em aspectos higiênicos e militares até mudanças nas décadas de 1980 e 1990 para enfatizar o desenvolvimento integral do aluno.
2) Também aborda debates atuais sobre os conteúdos da Educação Física Escolar, propondo uma abordagem de "Cultura Corporal de Movimento" que considere o aluno como um ser cultural.
3) Finalmente, o texto analisa a importância de se definirem
XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação Física Escolar: formação inicial e continuada de professores e professoras". Evento realizado de 22 a 24 de novembro de 2013. Site do evento: http://seminarioefe.com
Este documento resume a história da ginástica ao longo dos tempos, desde a pré-história até a era moderna, abordando seus desenvolvimentos na Grécia Antiga, Roma, Idade Média, Renascimento e Idade Contemporânea. Ele também discute os conceitos de ginástica e sua classificação em diferentes modalidades, além de tratar de sua inclusão na escola e formação de professores no Brasil.
1. O documento discute a metodologia do ensino da Educação Física, enfatizando a importância de métodos ativos que envolvam a participação dos alunos, ao invés de métodos passivos baseados em memorização.
2. Defende que os conteúdos da Educação Física devem emergir da realidade dos alunos e promover uma leitura crítica desta realidade, levando-os a interpretar, compreender e explicar os fenômenos estudados.
3. A estruturação das aulas deve possibilitar
Este documento discute diversos aspectos da Educação Física e das práticas corporais. No primeiro capítulo, analisa-se o futebol para além das quatro linhas, questionando seus aspectos políticos e sociais por trás das aparências. Nos capítulos seguintes, abordam-se temas como a relação entre esporte, mídia e poder, a influência do corpo na adolescência, diferentes modalidades esportivas e sua constituição histórica. O objetivo é promover uma reflexão crítica sobre como essas práticas foram construídas
1) O documento discute a evolução da compreensão do conteúdo da Educação Física, de uma visão centrada em atividade física para melhorar a saúde para uma visão de cultura corporal de movimento.
2) Nos anos 1980, um movimento renovador passou a entender o corpo como uma construção cultural e não apenas biológica, ampliando o conteúdo da disciplina.
3) Agora o conteúdo abrange não só habilidades motoras, mas também conhecimento sobre as práticas corporais enquant
O documento discute a Educação Física como uma disciplina curricular complexa que abrange não apenas esportes, mas também atividades rítmicas, expressivas e conhecimentos sobre o corpo. A Educação Física deve desenvolver o aluno de forma motora, afetiva, social e cognitiva, preparando-o para uma vida ativa após a escola.
O documento define Educação Física como:
1) Um processo educacional que usa o movimento para ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento físico e atitudes que contribuem para seu desenvolvimento integral.
2) Conduzido através de atividades físicas que beneficiam tanto o desenvolvimento físico quanto intelectual, social e emocional.
3) Baseado no modelo desenvolvimentista de contribuir para o crescimento holístico da pessoa por meio de atividades estruturadas.
1) O documento discute a evolução histórica da Educação Física no Brasil, desde sua ênfase inicial em aspectos higiênicos e militares até mudanças nas décadas de 1980 e 1990 para enfatizar o desenvolvimento integral do aluno.
2) Também aborda debates atuais sobre os conteúdos da Educação Física Escolar, propondo uma abordagem de "Cultura Corporal de Movimento" que considere o aluno como um ser cultural.
3) Finalmente, o texto analisa a importância de se definirem
XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação Física Escolar: formação inicial e continuada de professores e professoras". Evento realizado de 22 a 24 de novembro de 2013. Site do evento: http://seminarioefe.com
Este documento resume a história da ginástica ao longo dos tempos, desde a pré-história até a era moderna, abordando seus desenvolvimentos na Grécia Antiga, Roma, Idade Média, Renascimento e Idade Contemporânea. Ele também discute os conceitos de ginástica e sua classificação em diferentes modalidades, além de tratar de sua inclusão na escola e formação de professores no Brasil.
1. O documento discute a metodologia do ensino da Educação Física, enfatizando a importância de métodos ativos que envolvam a participação dos alunos, ao invés de métodos passivos baseados em memorização.
2. Defende que os conteúdos da Educação Física devem emergir da realidade dos alunos e promover uma leitura crítica desta realidade, levando-os a interpretar, compreender e explicar os fenômenos estudados.
3. A estruturação das aulas deve possibilitar
Este documento discute diversos aspectos da Educação Física e das práticas corporais. No primeiro capítulo, analisa-se o futebol para além das quatro linhas, questionando seus aspectos políticos e sociais por trás das aparências. Nos capítulos seguintes, abordam-se temas como a relação entre esporte, mídia e poder, a influência do corpo na adolescência, diferentes modalidades esportivas e sua constituição histórica. O objetivo é promover uma reflexão crítica sobre como essas práticas foram construídas
Educação física no ensino médio e fisiologia do exercícioMarcos Ferreira
Este documento discute quais conteúdos de fisiologia do exercício devem ser ensinados em aulas de educação física no ensino médio. Professores universitários e do ensino médio foram entrevistados e sugeriram vários temas, como os sistemas cardiovascular e respiratório, resistência aeróbia e anaeróbia, nutrição e controle de peso. No entanto, esses temas precisam ser detalhados para permitir a sistematização adequada dos conteúdos para os alunos.
Este documento apresenta um plano de aula de ginástica geral olímpica para alunos de licenciatura em educação física. Ele discute aspectos a serem considerados no planejamento de aulas como relevância social, características dos alunos e da área. Também apresenta eixos temáticos, conteúdos, blocos de conteúdo, exemplos de planos de aula e estrutura de aulas em circuito e curva de esforço.
O documento descreve a história e conceitos fundamentais da ginástica ao longo dos tempos. A ginástica surgiu na Grécia Antiga como exercícios físicos realizados nus e evoluiu para diferentes modalidades ao longo da história, sendo classificada atualmente em ginástica de condicionamento, ginástica geral e ginástica competitiva. O texto também aborda a importância da prática da ginástica para a saúde.
Currículo referência ed. física 6º ao 9º anotecnicossme
O documento apresenta uma retrospectiva histórica da Educação Física no Brasil desde o século XIX, destacando as diferentes abordagens e objetivos ao longo do tempo, desde a higiene e saúde até a esportivização durante a ditadura militar. Também discute pressupostos teóricos atuais como a concepção da cultura corporal de movimento e a integração da Educação Física ao projeto pedagógico da escola.
A importância da prática da educação física no ensino fundamental iJustiniano Alves
O documento discute a importância da educação física no ensino fundamental I de acordo com a LDB. A educação física é obrigatória em todas as etapas da educação básica segundo a lei. Além disso, o ECA também ressalta o direito das crianças à educação física e ao lazer. A prática da educação física na escola é importante para o desenvolvimento motor, intelectual, emocional e social das crianças.
1) O documento discute diferentes concepções sobre o papel da Educação Física na escola, incluindo abordagens humanista, fenomenológica e baseada em psicomotricidade.
2) Duas concepções comumente aceitas são a Educação Física como prêmio ou castigo e como meio para aprender outros conteúdos, em vez de ter objetivos próprios.
3) A abordagem construtivista e da psicomotricidade são descritas, enfatizando a importância de considerar a experiência e cult
Educação física escolar conhecimento e especificidadeLeandro Colodro
Este documento discute a natureza do conhecimento específico da educação física escolar e sua função nos diferentes níveis de escolarização, com foco na pré-escola. Ele argumenta que o conhecimento da educação física envolve três dimensões: procedimental, simbólica e atitudinal. Além disso, defende que a dimensão atitudinal deve estar presente em todos os níveis, enquanto as outras dimensões devem receber ênfase variada de acordo com as características de cada ciclo escolar
Educação Física promove a saúde e capacidade física através da prática de exercícios. Profissionais organizam, executam e supervisionam programas de atividades físicas para pessoas e grupos, preparando crianças e adultos para esportes. Podem trabalhar em escolas, clubes e academias ou como personal trainers.
O documento discute o conceito de Ginástica Geral (GG), que engloba atividades físicas e expressões culturais fora da competição. A GG inclui ginásticas artísticas, rítmicas e aeróbicas, dança, acrobacias e expressões folclóricas. Seu objetivo é promover saúde, condicionamento físico e integração social de forma lúdica e sem competição.
Ensino de educação física escolar e psicomotricidadeJosimar Santos
Este documento discute o ensino da educação física escolar e psicomotricidade. Apresenta 4 unidades principais: 1) dimensões históricas e pedagógicas da educação física no Brasil; 2) planejamento e organização do ensino da educação física escolar; 3) conceitos, significados e elementos constituintes da psicomotricidade; 4) reeducação psicomotora e propostas inclusivas na educação física. O objetivo é proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o ensino da
O documento discute a transformação da Educação Física no Brasil de uma abordagem tradicional para uma abordagem mais ampla e reflexiva. A abordagem tradicional se concentrava apenas no treinamento físico enquanto a nova abordagem procura ensinar não só competição, mas também a cultura corporal e história dos movimentos humanos de uma forma que envolva os alunos intelectual e emocionalmente.
Educação Física é definida como um processo educacional que usa o movimento para ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu desenvolvimento e bem-estar de forma holística, abrangendo aspectos físicos, intelectuais, sociais e emocionais. A Educação Física busca o desenvolvimento do ser humano como um todo por meio de atividades físicas planejadas. Ela é determinada culturalmente pelas crenças sobre o corpo e seu papel
O documento analisa o imaginário dos estudantes de Educação Física da FACE/Teresina sobre a prática da atividade física e sua relação com a qualidade de vida. A pesquisa aplicou questionários aos alunos para entender suas perspectivas, que podem ter sido influenciadas pela mídia. A atividade física regular traz benefícios à saúde física e mental e aumenta a expectativa de vida, mas é necessário considerar seus significados sociais e culturais.
Este artigo discute práticas pedagógicas inovadoras em Educação Física escolar no Brasil. Aponta três tipos de práticas: tradicional, desinvestimento e inovadora. Explora experiências de professores considerados inovadores para entender como constroem práticas que rompem com a cultura escolar tradicional. Busca dar visibilidade a essas experiências para inspirar outras inovações.
Conteudos da Educação fisica no ensino medioJorge Luiz
Este documento analisa como os professores de Educação Física selecionam os conteúdos ensinados no ensino fundamental II em escolas estaduais de Itabuna-BA. Ele identifica os principais conteúdos como esportes, jogos, lutas, dança e atividade física e saúde, e aponta as principais dificuldades como falta de estrutura, referencial e indisciplina dos alunos. O estudo tem como objetivo entender melhor esta seleção de conteúdos e como pode ser aprimorada.
O documento discute a importância da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. A Educação Física permite o contato com a cultura corporal de movimento e representa um direito do cidadão. A mídia influencia a percepção sobre a cultura corporal, portanto é importante uma reflexão crítica sobre esses temas na escola.
A EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO DO CORPO NO COLÉGIO SALESIANO NOSSA SENHORA DA V...gepef
Este documento discute a educação do corpo no Colégio Salesiano Nossa Senhora da Vitória entre 1943-1969. Analisa como a educação física contribuiu para o processo de educação do corpo na escola, que seguiu os princípios da educação salesiana voltada para a formação da elite capixaba. Explora como os ideais de higienismo e formação moral influenciaram a abordagem da educação física no período.
O que devo saber sobre educação física escolarJunior Oliveira
Este documento discute a Educação Física Escolar no Brasil. Ele explica que a Educação Física Escolar é um componente curricular obrigatório que visa ao desenvolvimento integral dos estudantes por meio de atividades físicas. Além disso, destaca a importância de políticas públicas para garantir o acesso a uma Educação Física de qualidade ministrada por professores qualificados.
Este documento apresenta um plano de ensino de Educação Física para escolas de ensino fundamental e médio. Ele está dividido em quatro unidades que abordam tópicos como história da Educação Física no Brasil, ginástica, desporto, atividades físicas, habilidades motoras, exercícios aeróbios e anaeróbios, puberdade e adolescência. Cada unidade inclui atividades práticas como handebol, boleado, atletismo, futsal e voleibol.
O documento discute as diferentes abordagens pedagógicas da Educação Física ao longo da história, desde a concepção militarista e higienista nos anos 1930 até as abordagens contemporâneas como a construtivista, crítico-emancipatória e sistêmica. Também apresenta as abordagens contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que visam uma Educação Física interdisciplinar focada em saúde, lazer e reflexão crítica.
O documento discute as abordagens pedagógicas da Educação Física, incluindo a abordagem de aulas abertas, a abordagem de atividade física para promoção da saúde, e a abordagem construtivista interacionista. O texto também fornece uma breve história da Educação Física no Brasil desde o século XIX.
Educação física no ensino médio e fisiologia do exercícioMarcos Ferreira
Este documento discute quais conteúdos de fisiologia do exercício devem ser ensinados em aulas de educação física no ensino médio. Professores universitários e do ensino médio foram entrevistados e sugeriram vários temas, como os sistemas cardiovascular e respiratório, resistência aeróbia e anaeróbia, nutrição e controle de peso. No entanto, esses temas precisam ser detalhados para permitir a sistematização adequada dos conteúdos para os alunos.
Este documento apresenta um plano de aula de ginástica geral olímpica para alunos de licenciatura em educação física. Ele discute aspectos a serem considerados no planejamento de aulas como relevância social, características dos alunos e da área. Também apresenta eixos temáticos, conteúdos, blocos de conteúdo, exemplos de planos de aula e estrutura de aulas em circuito e curva de esforço.
O documento descreve a história e conceitos fundamentais da ginástica ao longo dos tempos. A ginástica surgiu na Grécia Antiga como exercícios físicos realizados nus e evoluiu para diferentes modalidades ao longo da história, sendo classificada atualmente em ginástica de condicionamento, ginástica geral e ginástica competitiva. O texto também aborda a importância da prática da ginástica para a saúde.
Currículo referência ed. física 6º ao 9º anotecnicossme
O documento apresenta uma retrospectiva histórica da Educação Física no Brasil desde o século XIX, destacando as diferentes abordagens e objetivos ao longo do tempo, desde a higiene e saúde até a esportivização durante a ditadura militar. Também discute pressupostos teóricos atuais como a concepção da cultura corporal de movimento e a integração da Educação Física ao projeto pedagógico da escola.
A importância da prática da educação física no ensino fundamental iJustiniano Alves
O documento discute a importância da educação física no ensino fundamental I de acordo com a LDB. A educação física é obrigatória em todas as etapas da educação básica segundo a lei. Além disso, o ECA também ressalta o direito das crianças à educação física e ao lazer. A prática da educação física na escola é importante para o desenvolvimento motor, intelectual, emocional e social das crianças.
1) O documento discute diferentes concepções sobre o papel da Educação Física na escola, incluindo abordagens humanista, fenomenológica e baseada em psicomotricidade.
2) Duas concepções comumente aceitas são a Educação Física como prêmio ou castigo e como meio para aprender outros conteúdos, em vez de ter objetivos próprios.
3) A abordagem construtivista e da psicomotricidade são descritas, enfatizando a importância de considerar a experiência e cult
Educação física escolar conhecimento e especificidadeLeandro Colodro
Este documento discute a natureza do conhecimento específico da educação física escolar e sua função nos diferentes níveis de escolarização, com foco na pré-escola. Ele argumenta que o conhecimento da educação física envolve três dimensões: procedimental, simbólica e atitudinal. Além disso, defende que a dimensão atitudinal deve estar presente em todos os níveis, enquanto as outras dimensões devem receber ênfase variada de acordo com as características de cada ciclo escolar
Educação Física promove a saúde e capacidade física através da prática de exercícios. Profissionais organizam, executam e supervisionam programas de atividades físicas para pessoas e grupos, preparando crianças e adultos para esportes. Podem trabalhar em escolas, clubes e academias ou como personal trainers.
O documento discute o conceito de Ginástica Geral (GG), que engloba atividades físicas e expressões culturais fora da competição. A GG inclui ginásticas artísticas, rítmicas e aeróbicas, dança, acrobacias e expressões folclóricas. Seu objetivo é promover saúde, condicionamento físico e integração social de forma lúdica e sem competição.
Ensino de educação física escolar e psicomotricidadeJosimar Santos
Este documento discute o ensino da educação física escolar e psicomotricidade. Apresenta 4 unidades principais: 1) dimensões históricas e pedagógicas da educação física no Brasil; 2) planejamento e organização do ensino da educação física escolar; 3) conceitos, significados e elementos constituintes da psicomotricidade; 4) reeducação psicomotora e propostas inclusivas na educação física. O objetivo é proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o ensino da
O documento discute a transformação da Educação Física no Brasil de uma abordagem tradicional para uma abordagem mais ampla e reflexiva. A abordagem tradicional se concentrava apenas no treinamento físico enquanto a nova abordagem procura ensinar não só competição, mas também a cultura corporal e história dos movimentos humanos de uma forma que envolva os alunos intelectual e emocionalmente.
Educação Física é definida como um processo educacional que usa o movimento para ajudar as pessoas a adquirir habilidades, condicionamento, conhecimento e atitudes que contribuem para seu desenvolvimento e bem-estar de forma holística, abrangendo aspectos físicos, intelectuais, sociais e emocionais. A Educação Física busca o desenvolvimento do ser humano como um todo por meio de atividades físicas planejadas. Ela é determinada culturalmente pelas crenças sobre o corpo e seu papel
O documento analisa o imaginário dos estudantes de Educação Física da FACE/Teresina sobre a prática da atividade física e sua relação com a qualidade de vida. A pesquisa aplicou questionários aos alunos para entender suas perspectivas, que podem ter sido influenciadas pela mídia. A atividade física regular traz benefícios à saúde física e mental e aumenta a expectativa de vida, mas é necessário considerar seus significados sociais e culturais.
Este artigo discute práticas pedagógicas inovadoras em Educação Física escolar no Brasil. Aponta três tipos de práticas: tradicional, desinvestimento e inovadora. Explora experiências de professores considerados inovadores para entender como constroem práticas que rompem com a cultura escolar tradicional. Busca dar visibilidade a essas experiências para inspirar outras inovações.
Conteudos da Educação fisica no ensino medioJorge Luiz
Este documento analisa como os professores de Educação Física selecionam os conteúdos ensinados no ensino fundamental II em escolas estaduais de Itabuna-BA. Ele identifica os principais conteúdos como esportes, jogos, lutas, dança e atividade física e saúde, e aponta as principais dificuldades como falta de estrutura, referencial e indisciplina dos alunos. O estudo tem como objetivo entender melhor esta seleção de conteúdos e como pode ser aprimorada.
O documento discute a importância da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. A Educação Física permite o contato com a cultura corporal de movimento e representa um direito do cidadão. A mídia influencia a percepção sobre a cultura corporal, portanto é importante uma reflexão crítica sobre esses temas na escola.
A EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO DO CORPO NO COLÉGIO SALESIANO NOSSA SENHORA DA V...gepef
Este documento discute a educação do corpo no Colégio Salesiano Nossa Senhora da Vitória entre 1943-1969. Analisa como a educação física contribuiu para o processo de educação do corpo na escola, que seguiu os princípios da educação salesiana voltada para a formação da elite capixaba. Explora como os ideais de higienismo e formação moral influenciaram a abordagem da educação física no período.
O que devo saber sobre educação física escolarJunior Oliveira
Este documento discute a Educação Física Escolar no Brasil. Ele explica que a Educação Física Escolar é um componente curricular obrigatório que visa ao desenvolvimento integral dos estudantes por meio de atividades físicas. Além disso, destaca a importância de políticas públicas para garantir o acesso a uma Educação Física de qualidade ministrada por professores qualificados.
Este documento apresenta um plano de ensino de Educação Física para escolas de ensino fundamental e médio. Ele está dividido em quatro unidades que abordam tópicos como história da Educação Física no Brasil, ginástica, desporto, atividades físicas, habilidades motoras, exercícios aeróbios e anaeróbios, puberdade e adolescência. Cada unidade inclui atividades práticas como handebol, boleado, atletismo, futsal e voleibol.
O documento discute as diferentes abordagens pedagógicas da Educação Física ao longo da história, desde a concepção militarista e higienista nos anos 1930 até as abordagens contemporâneas como a construtivista, crítico-emancipatória e sistêmica. Também apresenta as abordagens contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que visam uma Educação Física interdisciplinar focada em saúde, lazer e reflexão crítica.
O documento discute as abordagens pedagógicas da Educação Física, incluindo a abordagem de aulas abertas, a abordagem de atividade física para promoção da saúde, e a abordagem construtivista interacionista. O texto também fornece uma breve história da Educação Física no Brasil desde o século XIX.
A transformação didática pedagogica do esporte na educação fisica escolarEvandro Felipe
1. O documento discute a importância de uma transformação didático-pedagógica do esporte na Educação Física escolar.
2. Atualmente o esporte é o conteúdo predominante nas aulas de Educação Física, impedindo que outros temas sejam abordados.
3. É necessária uma transformação para que o esporte torne-se um elemento educacional que promova o pensamento crítico, em vez de apenas reproduzir o esporte de rendimento.
1. O documento discute as abordagens, concepções e perspectivas de Educação Física quanto à metodologia de ensino nos trabalhos publicados na Revista Brasileira de Ciências do Esporte em 2009.
2. É analisado se ainda existe a predominância da perspectiva da aptidão física na Educação Física escolar.
3. As teorias não-propositivas, propositivas não-sistematizadas e propositivas sistematizadas são apresentadas com foco na Educação Física escolar.
O documento discute a história da educação física no Brasil, desde suas origens ligadas ao higienismo e militarismo até as tendências atuais de inclusão. Também aborda a educação física inclusiva, destinada a desenvolver capacidades físicas, cognitivas e afetivas de todos os alunos, independentemente de deficiências. Por fim, fornece dicas para ministrar aulas participativas de educação física no formato EAD.
O documento discute várias abordagens pedagógicas da Educação Física no Brasil, classificando-as em preditivas e não-preditivas. Detalha as principais características e pressupostos de abordagens como a construtivista, crítico-emancipatória, desenvolvimentista e humanista.
O documento discute a importância da educação física na educação de jovens e adultos. A educação física é vista como um direito que promove saúde, lazer e expressão, e pode ser um instrumento de inclusão social e exercício da cidadania. O documento também discute desafios de desenvolver propostas de educação física apropriadas para estudantes mais velhos, levando em conta suas experiências e necessidades.
Este documento define Educação Física como um processo educacional que usa o movimento humano para ajudar no desenvolvimento integral das pessoas de forma física, mental, social e emocional. Historicamente, vários acadêmicos tentaram definir Educação Física enfatizando seus objetivos educacionais mais amplos do que apenas o desenvolvimento físico. Atualmente, a maioria dos programas seguem um modelo desenvolvimentista, usando atividades físicas para contribuir para o bem-estar geral.
Este documento discute o que é Educação Física. Define-a como um processo educacional que usa o movimento humano para ajudar no desenvolvimento integral das pessoas, incluindo aspectos físicos, mentais, sociais e emocionais. Revisa definições históricas da Educação Física e como ela evoluiu para abranger locais não-escolares e todas as idades. Conclui que seu objetivo é promover o bem-estar geral por meio de atividades físicas.
OS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO MINISTRADOS NAS AULAS DE EDUCAÇ...Andria Araujo
Este estudo analisou quais conteúdos da Cultura Corporal do Movimento são mais frequentemente ensinados em aulas de Educação Física em Maricá, Brasil. Os resultados mostraram que esportes e jogos são os conteúdos mais usados, com foco em socialização e desenvolvimento motor. As maiores dificuldades apontadas foram falta de espaço adequado e materiais. Professores têm mais dificuldade em usar dança e lutas.
Este documento apresenta um resumo de um módulo de capacitação sobre manifestações dos jogos. O módulo é dividido em quatro unidades que abordam: 1) jogo e esporte na cultura corporal, 2) jogo, esporte e inclusão social, 3) esporte e arte, e 4) iniciação em basquetebol. O objetivo geral é qualificar a intervenção de professores no ensino de esporte escolar utilizando fundamentos teóricos e uma abordagem crítica e inclusiva.
O documento discute a relação entre esporte de rendimento e educação física na escola. Apresenta alguns equívocos comuns no debate sobre o tema, como a ideia de que criticar o esporte significa ser contra ele, ou que tratar o esporte criticamente na educação física é negar o ensino de técnicas esportivas. Defende que o objetivo da crítica pedagógica não é abolir o esporte, mas sim repensar seu papel educativo.
O documento discute a história da educação física na educação especial, desde os programas de ginástica médica na antiguidade até os dias atuais. Também aborda os conceitos e objetivos da educação física adaptada, focada no desenvolvimento global dos alunos de forma inclusiva. Por fim, destaca o esporte como meio de sociabilização e afirmação social.
1) A educação do corpo teve um grande impulso no século XIX com a sistematização de atividades físicas visando a saúde, preparação de soldados e trabalho industrial.
2) Desde a Idade Média houve preocupações com atividades físicas para educação e formação do homem para a sociedade.
3) Rousseau influenciou a educação física ao perceber a importância dos cuidados corporais e atividades físicas para a formação do homem integral de corpo e mente.
O documento descreve a história da educação física escolar no Brasil, desde as tendências médica, esportista e militar. Também discute o papel atual da educação física na escola, enfatizando seu valor na formação integral dos alunos nos aspectos físico, cognitivo, afetivo e social. Finalmente, menciona modalidades esportivas comumente trabalhadas, como voleibol, futsal, handebol e basquetebol.
Este documento apresenta um resumo de uma dissertação de mestrado sobre a história da educação física no ensino primário no estado do Pará entre 1889-1900. O trabalho analisa como e por que a educação física foi introduzida no ensino primário público durante a Primeira República no Pará, examinando os métodos usados e as mudanças sociais, políticas e educacionais no período. O documento é dividido em capítulos tratando da origem da educação física, da sociedade paraense na época, e da implement
A educação do corpo no colegio salesiano nossa senhora da vitoria 1943-1969gepef
Este documento discute a educação do corpo no Colégio Salesiano Nossa Senhora da Vitória entre 1943-1969, investigando como a educação física contribuiu para a formação da elite capixaba. A educação física focava no desenvolvimento moral e cristão dos alunos da elite, preparando-os para liderar a sociedade. As atividades incluíam exercícios, ginástica, jogos e esportes como natação e futebol.
O documento discute a importância do esporte como conteúdo curricular na Educação Física escolar. Apresenta a evolução histórica da presença do esporte na escola e como os PCNs definem que o objetivo do esporte nas aulas é trabalhar valores como cidadania e cooperação, não a formação de atletas. Também fornece exemplos de atividades esportivas que podem ser utilizadas pelo professor em aulas de Educação Física.
O documento discute a Educação Física como uma cultura corporal, na qual o corpo e o movimento são entendidos em suas dimensões cultural, social, política e afetiva. A Educação Física escolar deve garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal e contribuir para a construção de um estilo pessoal de exercê-las de forma democrática.
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A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
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A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
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1. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
1
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Prof. Dr. Valter Bracht
Universidade Federal do Espírito Santo
O conteúdo de ensino da Educação Física: de atividade física à cultura corporal de
movimento
O entendimento de conteúdo em Educação Física foi marcado até recentemente
(meados da década de 1980) pela ideia de atividade, no caso, de uma atividade física.
Enquanto em outras disciplinas escolares o conteúdo sempre foi entendido como um
conhecimento de caráter conceitual, na Educação Física, ele era visto como uma atividade.
Essa atividade, à qual os alunos deveriam ser submetidos, tinha como principal objetivo
melhorar a aptidão física (com suas implicações para a saúde), além de influir no
comportamento, moldando o caráter dos alunos. A atividade física mobilizada para atingir
esses objetivos (os chamados meios da Educação Física) assumiu diferentes formas, como
a ginástica, as lutas, os jogos e os esportes.
Esse entendimento conferiu um caráter diferenciado à Educação Física no que diz
respeito ao modus operandi das disciplinas escolares, que se caracterizam normalmente por
dispor de um conjunto de conhecimentos mais ou menos estável, registrado e sistematizado
em livros-texto ou livros didáticos, incluir registros sistemáticos dos alunos em seus
cadernos e avaliações escritas. No caso da educação física, compreendida como
atividade, esses elementos não faziam sentido, já que não havia um conhecimento (embora
se buscasse a transmissão e internalização de valores) a ser registrado e, sim, uma
atividade física que impactava o corpo e o comportamento dos alunos.
Além disso, é importante frisar que, em função da influência das ciências naturais,
particularmente da Fisiologia e da Biologia, o entendimento de conteúdo da Educação Física
estava baseado numa visão de corpo marcadamente biológica, ou seja, o corpo e sua
atividade física eram entendidos como dimensões da natureza.
A aptidão física foi por muito tempo o critério fundamental não só para a seleção dos
conteúdos e para sua organização seqüencial, como também para a realização da
avaliação. O documento legal que expressou isso mais claramente foi o Decreto Lei nº
69.450, de 1971 ― editado, portanto, durante a Ditadura Militar pós-1964. Embora a
referência básica para a Educação Física estabelecida nessa norma legal fosse a aptidão
física, a forma de atividade física que, nas décadas de 1970 a 1990, se tornou hegemônica
como conteúdo das aulas de Educação Física foi o esporte. Isso se deveu ao fato de que,
nas políticas públicas para o setor da Educação Física e do Esporte, a Educação Física
escolar foi concebida e integrada ao sistema esportivo brasileiro, tendo como uma de suas
mais importantes funções promover a iniciação esportiva, no sentido de identificar talentos
que pudessem no futuro participar das equipes representativas da Nação no cenário
esportivo internacional. Ou seja, a referência à aptidão física não é abandonada, mas é
relativizada em função da importância política e econômica que o esporte assume em nossa
sociedade. Esse processo de ascendência do esporte ficou conhecido como a
“esportivização” da Educação Física.
2. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
2
Uma observação relevante é que, naquele momento, foi o próprio esporte que
passou a conferir importância à Educação Física, ou seja, a legitimidade dessa disciplina na
escola passou a depender em grande parte da importância social atribuída ao fenômeno
esportivo.
Assim, nos diferentes níveis de ensino, (particularmente no antigo primeiro grau), o
conteúdo da Educação Física, passou a ser composto fundamentalmente pelo esporte, nas
suas mais variadas modalidades, distribuídas nas diferentes séries. As modalidades
esportivas que mais se fizeram presentes e, de certa forma, ainda persistem, são o
futebol/futsal, o voleibol, o basquetebol e o handebol. A proeminência desses esportes
tornou-se tão grande que em alguns contextos são caracterizados como o “quarteto
mágico”. Além dessas modalidades, também o atletismo ganhou algum destaque e, em
algumas poucas escolas que dispõem de piscina, a natação. Nesse processo, a ginástica
passa a ser coadjuvante do esporte (“aquecimento”) ou é ensinada nas suas formas
esportivas, como a ginástica olímpica (hoje artística) e a rítmica esportiva. Os jogos,
entendidos basicamente como pré-esportivos, são uma forma de iniciar a familiarização do
aluno com o esporte. No planejamento do ensino, muito frequentemente, os esportes eram
distribuídos por bimestres: voleibol no primeiro bimestre, atletismo no segundo, e assim por
diante. A obra que melhor reflete essa perspectiva de Educação Física é a coordenada por
José Roberto Borsari (1980): Educação física da pré-escola à universidade: planejamento,
programas e conteúdos.
Cristalizou-se, assim, uma cultura esportiva na Educação Física, respaldada no
prestígio e importância social, política e econômica do esporte, aspecto que se consolidou
também no imaginário social mais amplo da população.
Nos anos 1980, no contexto de uma ampla movimentação social e política em prol
da democratização da sociedade brasileira, constituiu-se, também no âmbito da comunidade
da Educação Física brasileira,1
um movimento, posteriormente denominado movimento
renovador, que se caracterizou por uma forte crítica à função atribuída até então à
Educação Física no currículo escolar. Decorre dessa crítica uma mudança radical do
entendimento do conteúdo da disciplina.
Para caracterizar essa mudança de forma pontual, podemos dizer que o movimento
renovador da Educação Física brasileira promoveu uma “desnaturalização” do seu objeto.
Isso quer dizer que o corpo não mais é entendido somente como uma dimensão da natureza
(em nós) e sim, principalmente, como uma construção cultural, portanto, simbólica. O corpo
e suas práticas expressam a sociedade na qual estão inseridos, ou seja, são construções
históricas, assim como, no extremo, a própria noção de natureza é uma construção
histórica. Nesse entendimento, as diferentes práticas corporais (ou atividades físicas, como
eram chamadas) foram construídas pelo homem em determinado contexto histórico-cultural
e com sentidos próprios. Promove-se, então, uma “culturalização” do objeto/conteúdo da
Educação Física. Assim vão ser cunhadas as expressões cultura corporal, cultura de
movimento e cultura corporal de movimento para expressar o objeto/conteúdo de
ensino da Educação Física. Há aqueles que preferem a primeira, outros a segunda ou a
terceira, por diferentes razões, mas todos concordam que o fundamental nesse caso é
1
O movimento no campo específico da educação física foi fortemente influenciado por movimento
similar no âmbito da educação . Conferir a respeito Caparroz (2007).
3. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
3
apreender/compreender o objeto/conteúdo da Educação Física como uma dimensão da
cultura (e não mais da natureza no sentido de submetida apenas às suas leis próprias).
Isso vai ampliar em muito o conteúdo de ensino da Educação Física como disciplina escolar
e indicar também uma mudança de sentido, de função para sua presença na escola.
Trata-se, portanto, não mais de apenas submeter os alunos a uma atividade física
para “fortificar os corpos” ou, então, de desenvolver as habilidades esportivas incutindo os
seus presumíveis valores positivos; passa-se agora a entender a função da disciplina
Educação Física como a de introduzir os alunos no universo da cultura corporal de
movimento,2
ou seja, propiciar a construção pelo aluno de um amplo acervo cultural ― no
caso, de uma dimensão específica da cultura, a cultura corporal de movimento. A
justificativa é que essa dimensão da cultura assume importância cada vez maior na vida das
pessoas, de maneira que o exercício pleno da cidadania também passa por ela. Em cada
esquina temos uma academia de ginástica; os meios de comunicação de massa estão
repletos de conteúdos ligados à cultura corporal de movimento, como esportes competitivos
e de aventura, jogos olímpicos, copa do mundo de futebol. Estamos submetidos
diuturnamente a apelos do tipo “exercite-se, pois faz bem à saúde”, “faça exercícios para
‘perder’ a barriga”.
Numa “sociedade de consumidores” (BAUMAN, 2001), as práticas corporais
historicamente tematizadas pela Educação Física se inscrevem fundamentalmente no amplo
espectro do lazer. Assim, sua função social está referida sempre mais intensamente ao
mundo do lazer,3
campo fortemente vinculado e influenciado pela indústria cultural. Desse
modo, compete também à Educação Física fornecer aos alunos meios para situar-se, de
forma autônoma e crítica, nessa dimensão da vida social. Para tanto, já não basta a mera
exercitação física ou a aprendizagem das destrezas esportivas: há que se ampliar o
conteúdo da Educação Física de tal maneira que encampe os conhecimentos construídos
pelas diferentes ciências sobre essas práticas. O conteúdo da Educação Física assume
assim um duplo caráter: trata-se de um saber fazer e de um saber sobre esse fazer. Outro
aspecto importante que deriva desse entendimento do objeto/conteúdo da disciplina
(Educação Física) é que o saber fazer e o saber sobre esse fazer devem ser tematizados
de forma historicizada, para que fique claro para alunos que essas formas de movimento
são construções socioculturais que abrigam significados datados.
Uma primeira publicação que buscou sistematizar uma proposta de ensino
dentro da perspectiva da cultura corporal e divulgar esse conceito como articulador
do conteúdo da Educação Física foi o livro do Coletivo de Autores (assim ficou
conhecido no meio): Metodologia do ensino da Educação Física, editado pela Cortez, em
1992. Essa obra tem sido referência para muitas experiências de ensino no âmbito da
Educação Física, em muitas redes de ensino.
Para a seleção e preparação do conteúdo, o Coletivo de Autores (1992) propôs
alguns princípios: a) relevância social: o conteúdo deverá estar vinculado à explicação da
2
Sobre a opção por esse termo, conferir Bracht (2006).
3
No início de sua inserção no sistema educacional, no século XIX e até meados do século XX, a
função da Educação Física estava fortemente atrelada ao trabalho. Com as mudanças ocorridas no
mundo do trabalho, que determinam uma perda da importância da aptidão física para a produtividade
do trabalhador, e com o crescimento simultâneo da importância também econômica do mundo do
lazer, a Educação Física desloca seu discurso legitimador para essa esfera da vida humana.
4. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
4
realidade social concreta e oferecer subsídios para a compreensão dos determinantes
sócio-históricos do aluno, particularmente de sua condição de classe social; b)
contemporaneidade do conteúdo: sua seleção deve garantir ao aluno um conhecimento
atualizado em relação ao que se encontra disponível no mundo contemporâneo, mantendo-
o informado dos acontecimentos nacionais e internacionais, assim como do avanço da
ciência e da técnica; c) adequação às possibilidades sociocognoscitivas dos alunos: no
momento da seleção, há de se adequar o conteúdo à capacidade cognitiva e à prática social
do aluno, ao seu próprio conhecimento e às suas possibilidades como sujeito histórico; d)
provisoriedade e historicidade do conhecimento: apresentar o conteúdo desenvolvendo
a noção de historicidade, situando-o desde sua gênese para que o aluno se perceba como
sujeito histórico.
De certa forma, essa perspectiva foi incorporada, ao menos parcialmente, anos mais
tarde, pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC/SEF, 1997, p. 28). Senão vejamos:
A concepção de cultura corporal amplia a contribuição da Educação Física
escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que, tomando
seus conteúdos e as capacidades que se propõe a desenvolver como
produtos socioculturais, afirma como direito de todos o acesso a eles. Além
disso, adota uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que
busca o desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a participação social
e a afirmação de valores e princípios democráticos. O trabalho de educação
física abre espaço para que se aprofundem discussões importantes sobre
aspectos éticos e sociais, alguns dos quais merecem destaque.
Nos anos mais recentes, esse entendimento de conteúdo da Educação Física vem
sendo assumido de forma crescente por parte significativa das redes ou sistemas estaduais
e municipais de ensino. Isso vem se dando de forma paulatina e nem sempre coerente com
os princípios que foram inicialmente propostos, por exemplo, pelo Coletivo de Autores
(1992). No entanto, para além das possíveis incoerências teóricas internas, é preciso
ressaltar, nesse processo, a grande criatividade demonstrada pela comunidade da
Educação Física, parte da qual iremos apresentar aqui.
Propostas de seleção, organização e sistematização dos conteúdos da educação
física
Para essa nova perspectiva, uma questão que logo se coloca é a da identificação,
seleção, organização e sistematização dos conteúdos da Educação Física ao longo dos
nove anos do ensino fundamental. Vamos aqui considerar que a disciplina seja contemplada
com um espaço/tempo pedagógico específico nos currículos escolares nos nove anos, ainda
que nos primeiros anos (1º ao 5º ano) de muitas redes de ensino a Educação Física ainda
não esteja sob a responsabilidade de professores especialistas (licenciados em Educação
Física). O tempo destinado às aulas da disciplina varia significativamente ― de três aulas
semanais a uma, sendo o mais comum duas aulas semanais. Variam muitíssimo também
as condições do espaço pedagógico específico para as aulas: de quadras cobertas a
espaços de terra e pátios improvisados até a falta total de espaço minimamente adequado.
Para a seleção dos conteúdos, é preciso estabelecer critérios, já que a escola é
necessariamente seletiva em relação aos conteúdos culturais. A seguir, apresentamos
alguns exemplos de seleção e organização/distribuição dos conteúdos ao longo das
séries/anos que compõem o ensino fundamental. Alertamos que esses exemplos não são
apresentados aqui para serem “copiados”, já que foram construídos para realidades com
5. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
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5
especificidades que muito provavelmente não estarão presentes em outros contextos. Eles
servem para ilustrar e concretizar as concepções e os princípios que vimos apresentando
aqui e também para estimular novas construções com base nessas propostas e
experiências.
Apresentamos, inicialmente, um plano elaborado e desenvolvido em uma escola de
Belo Horizonte e divulgado por Silveira e Pinto (2001). Os autores partiram da delimitação
dos conteúdos proposta pelo Coletivo de Autores (1992): Jogos, Danças, Esportes,
Ginásticas e Lutas, compondo um quadro detalhado dessas práticas corporais como segue:
JOGOS DANÇA ESPORTE GINÁSTICA LUTAS
Brincadeiras
de rua
Brinquedos e
sucata
Jogos de salão
derivados dos
esportes
Jogos de
raquete e/ou
peteca
Jogos
internacionais
Cantigas de
roda
Dança
regional,
folclórica e
internacional
Dança de
salão
Expressão
corporal
Futebol
Voleibol
Handebol
Basquete
Ginástica de
academia
Atletismo
Ginástica rítmica
Ginástica
olímpica
Ginástica
acrobática
Ginástica de
condicionamento
Judô
Karatê
Cabo de
guerra
Braço de ferro
Capoeira
(também
abordada
como jogo e
dança)
Quadro 1 – Relação das práticas que compõem a cultura corporal de movimento e que
foram selecionadas para conformar o conteúdo das aulas de Educação Física nas
diferentes séries do ensino fundamental
Fonte: Silveira e Pinto (2001, p. 144).
É fundamental observar que o simples elencar de algumas práticas corporais
elaboradas historicamente pelo homem ainda NÃO CONFIGURA o conteúdo das aulas de
Educação Física.4
Essas práticas, que compõem a cultura corporal de movimento, são
apenas a referência para os saberes e fazeres que serão, então, objeto de ensino. É
importante, portanto, entender que o conteúdo só se configura quando essas práticas são
efetivamente tematizadas nas aulas a partir de determinadas intenções. Assim, o tipo de
abordagem, mais do que simplesmente a eleição de uma determinada prática, é que vai
definir o conteúdo, ou seja, o que se espera que o aluno vá aprender. Para exemplificar,
vamos tomar uma das práticas citadas no quadro, a capoeira. Essa prática pode ser
tematizada de várias formas. Para efeito de ilustração, apresentamos a seguir apenas duas
possibilidades para ressaltar como o “conteúdo” se diferencia fortemente, embora se trate
de uma mesma prática presente em nossa cultura.
4
Essa observação é importante porque é muito comum encontrar nos planejamentos dos professores o
conteúdo apresentado dessa forma, ou seja, um elenco de modalidades esportivas ou de diferentes
práticas corporais.
6. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
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6
a) A capoeira como conjunto de destrezas motoras
A capoeira pode ser tematizada objetivando-se apenas a aprendizagem dos gestos
motores ou o desenvolvimento da aptidão física. Dessa maneira, a ênfase recairia sobre os
gestos ou golpes que compõem o acervo de movimentos capoeiristas. O sucesso da
aprendizagem seria medido pelo grau de habilidade para jogar desenvolvido pelo aluno.
b) A capoeira como elemento da cultura corporal de movimento
Neste caso, além de levar o aluno a se apropriar de uma técnica corporal, o objetivo
seria fazer com que ele se aproprie do saber que detemos sobre essa prática, de maneira
que possa compreender seu papel social e histórico, bem como situá-la na dinâmica cultural
contemporânea.
Como podemos perceber, na segunda abordagem o conteúdo se amplia
significativamente. Além da dimensão cognitiva de um saber sobre o fazer (social, histórico,
cultural), é preciso considerar a educação estética e ética, que ocorre quando tal prática é
tematizada nas aulas. Esses aspectos, entendemos, devem ser objeto de ensino e
configurar o conteúdo de forma clara. Todavia, muitas vezes esses aspectos ou não são
objeto específico de tratamento pedagógico por parte dos professores ou recebem
tratamento conservador, como ajudar na “disciplina” dos alunos, ensinando-os a obedecer
às regras. Dar um tratamento pedagógico às práticas implica tematizá-las explicitamente ―
por exemplo, discutir a construção das regras esportivas e seu significado, refletir sobre as
razões de sua existência, bem como sobre as motivações políticas e econômicas que
explicam muitas mudanças.
Precisamos considerar também de que modo os conteúdos (no caso, as práticas
corporais) podem ser distribuídos ao longo das diferentes séries do ensino fundamental. Nos
Quadros 2 e 3, podemos observar como os conteúdos foram organizados ao longo dos oito
anos (agora nove anos) do ensino fundamental pelos autores anteriormente citados.
Série 1º Bimestre
Brinquedos e
Brincadeiras
2º Bimestre
Dança
3º Bimestre
Jogos e Esportes;
Festival de jogos
4º Bimestre
Ginástica e
Lutas
1ª Brincadeiras
infantis
Cantigas de
roda
Festival de jogos;
pesquisa, vivência,
escolha e
modificação de
jogos e esportes
para inclusão no
festival
Ginástica de
solo e
acrobacias
2ª Brinquedos
antigos e atuais
Quadrilha e
outras danças
juninas
Festival de jogos Ginástica
rítmica
Ginástica
olímpica
3ª Brinquedos de
sucata
Danças de
Minas Gerais
Festival de jogos Brincadeiras
de luta
Capoeira e
7. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
7
judô
4ª Brincadeiras de
rua antigas e
modernas
Danças do
Brasil
folclóricas e
regional
Festival de jogos Atletismo
Quadro 2 - Conteúdos de 1ª a 4ª séries (ou 1º ao 4º ano) do ensino fundamental
Fonte: Silveira e Pinto (2001, p. 146)
Chamamos a atenção para alguns aspectos dessa seleção e distribuição dos
conteúdos nas diferentes séries ou anos. Nas primeiras quatro séries do ensino
fundamental, ainda não aparece de forma mais proeminente o conteúdo esporte; o que se
observa é a predominância de outras práticas corporais, principalmente os jogos. Outro
aspecto a ressaltar é a presença, no segundo bimestre, de danças que pertencem ao
contexto cultural específico em que está situada a escola. Esse aspecto é importante na
medida em que permite atender, na construção curricular, ao princípio de contemplar e
valorizar a cultura local, vinculando o ensino ao contexto social de vida dos alunos. Além
disso, destacamos também a realização, durante o terceiro bimestre, de um festival de jogos
que, envolvendo as quatro séries (o festival se estende para todas as séries do ensino
fundamental), foi preparado durante os bimestres anteriores, quando o conteúdo foi
desenvolvido.
Série 1º Bimestre
Ginástica, luta e
jogos
2º Bimestre
Dança e
esporte
coletivo
3º Bimestre
Festival de
jogos e dança
4º Bimestre
Oficinas de
educação física
5ª Ginástica olímpica
Brinquedos de
sucata
Dança
folclórica
nacional e
internacional
Vôlei
Organização do
festival de jogos
(as olimpíadas
devem ser
tratadas como
tema transversal)
Projeto oficinas
(elaboração e
execução, com
orientação do
professor, de
oficinas teórico-
práticas de temas
da cultura corporal)
6ª Judô e capoeira
Jogos de raquete
e/ou peteca
(peteca,
badminton, tênis,
frescobol, ping-
pong, squash,
raquetebol)
Danças do
Brasil (forró,
samba,
pagode,
capoeira,
carimbó,
xote)
Basquete
Organização do
festival de jogos
Projeto oficinas
7ª Ginástica de
academia
Jogos
internacionais
Danças de
salão (valsa,
bolero,
tango, salsa,
Organização do
festival de jogos
Projeto oficinas
8. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
8
(futebol americano,
touch, cricket,
baseball, hóquei,
netball: vivência e
transformação)
zouk)
Handebol
8ª Condicionamento
físico no esporte,
na dança, na
academia, na
capoeira, nas lutas
Jogos de rua:
vivência e
transformação
Dança no
mundo: rock,
funk, reggae,
jazz, street
Futebol/futsal
Organização do
festival de jogos
Projeto oficinas
Quadro 3 – Conteúdos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental
Fonte: Silveira e Pinto (2001, p. 147)
Em relação ao Quadro 3, chamamos a atenção para o fato de que muitas práticas
corporais, normalmente ausentes no ensino tradicional da Educação Física, aparecem
alocadas como conteúdo de ensino em diferentes séries, o que demonstra a preocupação
em ampliar o acervo cultural do aluno, bem como estabelecer um diálogo entre o conteúdo
das aulas e a cultura contemporânea de nossos jovens.
Outra observação importante é que os autores da proposta tematizavam cada uma
das práticas corporais elencadas sob muitas e diferentes óticas, tais como:
• História dos antecedentes que deram origem à atual forma do conteúdo,
trabalhados tanto a partir de textos quanto da prática não só da forma atual, mas
também, das formas originais dos jogos, esportes e ginásticas;
• Aspectos técnicos e táticos: as questões técnicas e os condicionantes de sua
evolução (evolução das regras, exigências da mídia, entre outros). Aqui se coloca
como objetivo central não a incorporação de técnicas (que pode ser ou não
conseqüência do trabalho), mas a compreensão do universo técnico e táticos dos
jogos e lutas e da transitoriedade desse universo;
• Produzindo uma cultura escolar: a possibilidade de mudar as regras, os valores e
a forma de realizar cada prática corporal, criando novos jogos, esportes,
ginásticas e lutas mais coerentes com o espaço escolar;
• Lazer e tempo livre: as práticas corporais como possibilidade de fruição do lazer;
• Crítica social: como as práticas corporais têm se estabelecido como um campo
de poder, como as instituições (federações, ligas, governos) se apropriam das
práticas corporais; a quem servem, que valores veiculam;
• Mitos, crenças e preconceitos associados às práticas corporais, como, por
exemplo, “futebol é para homem”;
• Mídia: como a mídia e a propaganda usam as práticas corporais; como a relação
com a mídia transforma a atividade em espetáculo, dando-lhe novos sentidos e
valores. A análise crítica de artigos de jornal e de vídeos é um excelente meio de
desmascaramento da lógica mercantilista do esporte espetáculo;
9. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
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9
• Aspectos fisiológicos das práticas corporais: relação entre prática corporal,
condicionamento físico e flexibilidade; planejamento de carga, tempo e
freqüência de prática em função de objetivos predeterminados. A avaliação física
e seus protocolos, objetivos, bem como(,) a interpretação de seus resultados,
partindo da experiência dos próprios alunos com a avaliação física em academias
e clubes. Nutrição e práticas corporais;
• Lesões corporais e primeiros socorros no âmbito das práticas corporais;
• Doping: os motivos e valores que levam atletas e não atletas a se doparem. A
supervalorização da estética e do rendimento como estimulantes do consumo de
doping; as conseqüências do doping. (SILVEIRA; PINTO, 2001, p. 145)
Na perspectiva acima referida, quando se fala que a Educação Física deve levar à
aprendizagem do esporte, isso não significa que o aluno vá apenas adquirir a habilidade ou
destreza motriz esportiva. Aprender esporte significa não só adquirir essa destreza motriz,
mas também competência de situar o esporte na história, perceber como os interesses
econômicos e políticos interferem no seu desenvolvimento, identificar os possíveis
benefícios que essa prática pode trazer para a vida, compreender essa prática como direito
do cidadão, entre outros aspectos.
Ao longo da década de 1990 e no início da década de 2000, muitas experiências e
elaborações de diretrizes foram levadas a efeito em todo o Brasil, a partir dessa nova
perspectiva de Educação Física. Nesse contexto e considerando todo esse movimento, no
ano de 2009, Fernando Jaime González e Alex Branco Fraga elaboraram o referencial
curricular da Educação Física do Estado do Rio Grande do Sul (GONZÁLEZ; FRAGA,
2009). Esse documento se configura como um esforço de sistematização de propostas e
experiências herdeiras do movimento renovador da Educação Física brasileira, que teve
como primeira sistematização a já citada obra do Coletivo de Autores (1992). Nosso
entendimento é que esse documento não só sistematiza o conhecimento acumulado, como
também inova, representando o que temos de mais avançado, no momento, para orientar a
Educação Física no ensino Fundamental e Médio. A seguir, apresentamos alguns elementos
que configuram a proposta.
Assim se expressam os autores do documento em relação às finalidades e
conteúdos da Educação Física:
De um modo específico, cabe à educação física tratar das representações
e práticas sociais que constituem a cultura corporal de movimento,
estruturada em diversos contextos históricos e de algum modo vinculadas
ao campo do lazer e à promoção da saúde. É o caso, por exemplo, das
práticas esportivas, das ginásticas, das lutas, das atividades lúdicas, dos
movimentos expressivos, entre outros que se firmaram ao longo dos anos
como objetos de estudo próprios desta disciplina. Entre tantos
desdobramentos possíveis, os saberes produzidos pela experimentação das
práticas, o conhecimento da estrutura e dinâmica destas manifestações,
bem como a problematização dos conceitos e significados a elas atribuídos,
compõem as competências e conteúdos a serem ensinados na escola
(GONZÁLEZ; FRAGA, 2009, acesso em 28 abr. 2010).
Consonante esse entendimento de Educação Física, os autores organizaram os
conhecimentos que constituem o seu objeto de estudo inicialmente em dois conjuntos de
temas: a) práticas corporais sistematizadas (esporte, ginástica, jogo motor, lutas, práticas
corporais expressivas, práticas corporais na natureza e atividades aquáticas); b)
10. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
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10
representações sociais que constituem a cultura corporal de movimento e afetam a
educação dos corpos de maneira geral. Esquematicamente estes dois conjuntos podem ser
representados como segue (Figura 1):
Figura 1 – Distribuição dos conteúdos da Educação Física em dois grandes temas.
Fonte: Gonzalez e Fraga, 2009, acesso em 28 abr. 2010.
Esses temas, por sua vez, subdividem-se em diferentes subtemas, detalhamento
que aqui não é possível apresentar.5
O conteúdo Ginástica, por exemplo, pode ser
subdividido em Acrobacias, Programas de exercício físico e Práticas corporais
introspectivas. Além disso, propõe-se que todos os subtemas sejam desenvolvidos em duas
perspectivas: como saberes corporais e como saberes conceituais.
Se considerarmos a proposta desenvolvida por Silveira e Pinto (2001), veremos que,
no caso dos Referenciais Curriculares da Educação Física do Estado do Rio Grande do Sul,
aparecem mais três conjuntos de práticas corporais: práticas corporais expressivas, práticas
corporais na natureza e atividades aquáticas. Isso se deve, em parte, ao fato de que, no
primeiro caso, se trata de uma escola específica e, no segundo caso, de uma grande rede
de ensino. É importante aqui o princípio de que o currículo de Educação Física de uma
escola contemple um conjunto o mais amplo possível de práticas corporais. Isso, no entanto,
não deve acontecer sem que se leve em consideração o tempo necessário para a
aprendizagem de determinado conteúdo e o tempo disponível para tal, bem como outras
condições objetivas, como as instalações disponíveis; há que se obter uma adequada
equação desses dois tempos e dos espaços.
5
Disponível em: < www.educacao.rs.gov.br/pse/html/refer_curric.jsp?ACAO=acao1>.
Educação
Física
Práticas
corporais
sistemati-
zadas
Represen-
tações
sociais sobre
a cultura
corporal de
movimento
Esporte Jogo motor LutasGinástica Práticas
corporais e
sociedade
Práticas
corporais e
saúde
Práticas
corporais
expressivas
Práticas
corporais
junto à
natureza
Atividades
aquáticas
11. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
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11
Estratégias de ensino da Educação Física na perspectiva da cultura corporal de
movimento
Uma aula tradicional de Educação Física pautada no princípio da aptidão física
possuía uma clara organização: a) no primeiro momento, destinado ao aquecimento,
preparavam-se os corpos para esforços mais intensos; b) no segundo momento,
considerado o principal, exigia-se um grande esforço corporal por meio de exercícios
ginásticos ou de uma série de exercícios (“educativos”) para a aprendizagem das destrezas
esportivas; c) o terceiro momento, normalmente chamado de “volta à calma”, era destinado
a uma diminuição prudente dos esforços físicos requeridos e à volta de um estado de
excitação, de modo a permitir a reinserção do aluno na sala de aula. Normalmente, ao aluno
não eram fornecidas informações sobre o conteúdo da disciplina, bem como sobre a
organização do conhecimento ao longo dos anos.
Essa organização da aula e as estratégias de ensino dela decorrentes não se
coadunam com a perspectiva de conteúdo e finalidade do ensino da Educação Física que
delineamos até aqui, tanto na perspectiva desenvolvida por Silveira e Pinto (2001) quanto na
de González e Fraga (2009). Estes últimos fazem sugestões de estratégias divididas em
gerais, para organização da disciplina na escola, e específicas, para determinados
conteúdos.
Nas estratégias gerais, propõem:
a) sistematizar o conjunto de conhecimentos do qual trata o plano de estudo da
Educação Física na escola ― aqui os autores (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009) propõem que
os alunos “estudem o que se estuda” na disciplina Educação Física. Isso pode ser feito
construindo um mapa de conteúdos a serem ensinados durante o ano letivo, registrado no
caderno do aluno, ou então um mapa de conteúdos desenhado na parede de um corredor
da escola;
b) participação dos alunos na escolha das práticas corporais específicas a serem
tematizadas nas unidades didáticas ― solicitar a participação dos alunos para ajudar a
definir as modalidades específicas a serem abordadas nas unidades didáticas referentes a
uma determinada prática corporal. Nas deliberações que antecedem as escolhas, o
professor participa ativamente, chamando a atenção dos alunos para as potencialidades e
dificuldades de tratar uma ou outra modalidade na escola;
c) produção de sínteses ― ao final da unidade didática ou mesmo no seu transcorrer, os
alunos, individual ou coletivamente, elaboram sínteses dos conteúdos desenvolvidos, por
exemplo, na forma de tabelas comparativas, desenhos esquemáticos, mapas conceituais,
produção de materiais audiovisuais, organização de festivais ou de outros eventos;
d) caderno da disciplina ― no caso da Educação Física, isso pode parecer estranho, mas
o fato é que o caderno pode ser uma ferramenta importante, já que permite aos alunos
elaborar e compartilhar suas próprias sínteses sobre o que está sendo tratado em aula.
12. ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais
Belo Horizonte, novembro de 2010
12
Estratégias específicas
Trata-se de estratégias para articular competências que reúnem conhecimentos
relativos a mais de um tema estruturador
a) organizar ficha com a origem das práticas corporais estudadas ― a estratégia
baseia-se em localizar o contexto social que permitiu o surgimento das diferentes práticas
corporais estudadas. A ideia é que os alunos utilizem a ficha para registrar a origem dos
esportes, jogos e danças, estabelecendo relações entre eles e reconhecendo a influência de
diversos grupos sociais na cultura corporal de movimento da população brasileira. Por
exemplo, sabe-se que o ensino da cultura afro-brasileira é obrigatório nas escolas do ensino
fundamental e médio. A Lei nº 10.639 estabelece que as escolas têm o dever de propiciar o
estudo, entre outros temas, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra brasileira e do
negro na formação da sociedade nacional. Essa estratégia permitiria aos alunos a
identificação da herança africana em diversas manifestações da cultura corporal de
movimento do Brasil. Além disso, abriria a porta para a valorização das produções culturais
de outros grupos sociais muitas vezes ignorados, como é o caso dos povos indígenas
(GONZÁLEZ; FRAGA, 2009);
b) confeccionar um cadastro dos espaços públicos próximos ao local de residência
dos alunos em que podem ser realizadas as práticas corporais em estudo ― a
estratégia consiste em elaborar um cadastro para que os alunos de uma mesma turma
registrem os lugares próximos de suas residências onde é possível realizar as práticas
corporais estudadas. Essa forma de trabalho, que pode ser adotada no transcorrer das
diferentes unidades didáticas, permite que os alunos valorizem as potencialidades e limites
que o entorno social oferece à população para a prática do esporte, exercício físico, danças,
etc. e, consequentemente, possam se perguntar quais são os elementos políticos, sociais,
geográficos, econômicos que condicionam a oferta (ou carência) desses espaços.
Observações finais
Fizemos referência à polêmica sobre a pertinência de se oferecer aos professores
que atuam nas escolas um material didático com grau de detalhamento tal que lhes sugira a
possibilidade de sua “aplicação”/aplicabilidade em suas instituições ― a famosa “receita”.
Efetivamente, esse é um risco que se corre, semelhante àquele que correm aquelas
políticas sociais entendidas como assistencialistas. Há bons argumentos dos dois lados.
Entendemos ser necessário investir na formação dos professores no sentido de que eles
possam desenvolver a autonomia e a autoria no seu fazer docente e, simultaneamente,
oferecer acesso a informações que lhes propiciem algum suporte e apoio frente ao
desamparo que acomete a muitos. O problema é a não articulação dessas duas ações, o
que efetivamente vem ocorrendo em muitas redes de ensino.
Parece-nos oportuno reproduzir aqui o alerta que González e Fraga (2009, acesso
em 28 abr. 2010) fazem ao apresentar o Referencial Curricular da Educação Física do Rio
Grande do Sul:
O Referencial Curricular é uma ferramenta pedagógica voltada à orientação
dos planos de estudos da Educação Física a serem elaborados na escola.
O Referencial Curricular não deve ser confundido com um currículo ‘padrão’
a ser desenvolvido em toda a rede pública estadual de ensino. Este
documento, como o próprio nome já diz, é uma referência para auxiliar na
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articulação entre os planos de estudos da disciplina e os projetos escolares
específicos, por isso, precisa estar articulado à realidade local e ao
entendimento de Educação Física dos professores. Não se trata, portanto,
de uma referência estática, uma camisa de força que amarra o professor a
um projeto estranho, alheio, entre outras, às condições de efetiva realização
do mesmo.
Essas observações estão respaldadas na ideia de que os professores que atuam
nas escolas não são meros “aplicadores” de conhecimentos produzidos por outros, mas,
sim, também produtores de conhecimento no seu fazer cotidiano. É preciso que os
professores sejam compreendidos e que eles próprios se compreendam como
protagonistas, ou seja, diante das circunstâncias do cotidiano escolar, eles constroem novos
saberes.
Ao ressaltar o desejado protagonismo dos professores, cumpre destacar ainda a
importância de considerar, na construção dos saberes escolares da Educação Física, o
necessário diálogo com a cultura infantil e juvenil. É preciso estar atento ao que é produzido
por esses agentes sociais no âmbito mais amplo da cultura, pois os saberes selecionados
pelos currículos não podem passar à margem ou se contrapor àqueles produzidos por esses
sujeitos sociais. Assim será possível construir um projeto não apenas para a infância e a
juventude, mas com as crianças e jovens.
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Referências
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programas e conteúdos. São Paulo: EPU, 1980.
BRACHT, V. Corporeidade, cultura corporal, cultura de movimento ou cultura corporal de
movimento? In: NÓBREGA, T. P. (Org.). Epistemologia, saberes e práticas da educação
física. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2006. p. 97-105.
CAPARROZ, F. E. Entre a educação física na escola e a educação física da escola. 3.
ed. Campinas: Autores Associados, 2007.
COLÉGIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE (Org.). educação física escolar
frente à LDB e aos PCNs: profissionais analisam renovações, modismos e interesses. Ijuí:
Sedigraf, 1997.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia de ensino da educação física. São Paulo:
Cortez, 1992. (foi lançada em 2009, após 15 reimpressões, uma segunda edição que
contém uma série de depoimentos avaliativos dos autores do livro).
GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco. Referencial Curricular de educação
física. In: RIO GRANDE SO SUL. Secretaria de Estado da educação . Departamento
Pedagógico (Org.). Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul:
linguagens, códigos e suas tecnologias: arte e educação física. Porto Alegre: SE/DP, 2009.
v. 2, p. 112-181.