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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
         CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÀO
   PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO-MESTRADO




 História da educação física no ensino
primário no estado do pará (1889-19o0)



                          Mestrando: Ney Ferreira França
                          Orientadora: Profa. Dra. Maria do P. S. A. G. de França

                 Belém/2012
AS RAZÕES DESTE ESTUDO

•Possibilitar a compreensão da origem e desenvolvimento
da educação física no ensino primário, no estado do Pará.

•Proporcionar o conhecimento das práticas educativas no
estado do Pará.

•Contribuir para o desenvolvimento dos estudos em história
da educação física
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
INTRODUÇÃO
O encontro com o objeto de estudo.
O Referencial teórico-metodológico

CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO FÍSICA: O nascimento de uma disciplina escolar
1.1 A educação física na Europa
1.2 A educação do corpo
1.3 Higienismo, Eugenia e Ginástica na construção de um novo homem .
 1.4 A educação física no Brasil
1.5 Higienismo, Eugenia e Militarismo na consolidação da educação física no Brasil
1.6 Educação e Educação Física

2 CAPÍTULO II – SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO PARÁ REPUBLICANO
2.1 A efervescência política do final do século XIX no Brasil
2.2 A economia, política e educação no Pará
2.2.1 A política paraense no final do século XIX
2.2.2 A educação no Pará

3 CAPÍTULO III – A IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO PRIMÁRIO PARAENSE
3.1 Trabalho, educação e educação física na sociedade paraense
3.2 A Educação Física no projeto educacional modernizador do Pará
3.3 A educação física no final do século XIX: O que era ou o que deveria Ser ? .
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
O objeto de estudo
  A educação física no ensino primário paraense
                   (1889-1900)

               A pergunta científica
Como e por que a educação física foi introduzida no
ensino primário público na 1a Década da Primeira
República no estado do Pará?
Questões norteadoras

• Que métodos orientavam a prática da educação física
no ensino primário?

• Por quais mudanças passavam a sociedade paraense
naquele período histórico?
O objetivo

Analisar a inserção da educação física como
disciplina escolar no ensino primário no estado
do Pará, na primeira década do regime
republicano, enfocando os métodos que
orientaram sua prática pedagógica as
mudanças        econômicas,      políticas    e
educacionais ocorridas naquele contexto
histórico.
O método

Teoria que orienta o processo de realização das
técnicas a serem adotadas, precedendo-as, indicando
os caminhos e os rumos que devem ser adotados na
investigação. Freitas (1995); Mynaio (2000)
A tradição iniciada por Karl Marx :

[...] Se começasse, portanto, pela população elaboraria uma
representação caótica do todo e, por meio de uma determinação
mais restrita, chegaria analiticamente, cada vez mais a conceitos
mais simples; do concreto representado chegaria a abstrações
cada vez mais tênues, até alcançar as determinações mais
simples. Chegado a este ponto, teria que voltar a fazer a viagem
de modo inverso, até dar de novo com a população, mas dessa
vez não como uma representação caótica, porém como uma rica
totalidade de determinações e relações diversas. [...] ( 2008, p.
258).
Os discursos de fins do século XIX, proferidos por uma boa parte
da intelectualidade, traziam a necessidade de uma mudança na
organização político-social brasileira, e neste caso o que nos
interessa são aqueles que tratavam da educação e mais
especificamente da educação física, na perspectiva da
modernização do país. Assim na aparência, estes discursos são
bons para a sociedade brasileira, no entanto, será que revelam
sua essência? O que a aparência deste projeto modernizador e
civilizatório estava negando na sua essência? (p.18)

Análise dos documentos, e o confronto com as obras que tratam
da educação e educação física, buscou captar as possíveis
contradições presentes tanto nas fontes primárias quanto nas
secundárias sobre a inserção da educação física naquele nível de
ensino e a mediação que ela exerceu no período delimitado para o
estudo revelando as relações internas e externas que estavam lá
presentes. A ideia básica é captar nestes cruzamentos as
especificidades da educação física no ensino primário paraense e
sua relação com o contexto político econômico paraense e
nacional. (p.18)
Isto significou tomar o objeto de estudo, tanto
no que representa de forma mais geral, quanto
aos seus aspectos mais particulares e
singulares, isto é, tentou-se captar a estrutura
interna, os seus componentes e suas relações
internas. Realizar este exercício, significou se
deparar com objeto num primeiro momento e
adentrar em sua dinâmica interna e depois de
considerar as múltiplas determinações que o
configuram retornar ao fenômeno inicial, mas
agora com uma compreensão das relações que
compõe sua totalidade.
[...] da história considerada como ciência que
não se contenta em aprender como se
passaram as coisas, mas que quer saber por
que se passaram de tal maneira e não de outra
qualquer”. Plekhanov, ( 2008, p. 12)
•Pesquisa documental.
•Os documentos analisados neste trabalho são os
relatórios e regulamentos da instrução pública do Pará,
algumas publicações da época como as obras “Notícia
geral sobre o colégio americano (1888) e “ A educação
Nacional” (1890) .
•Relacionar e situar a educação física no contexto
nacional e local. (Bibliografia)
•Compreender a sociedade e a educação paraense em
fins do século XIX. (Bibliografia e documentos)
•Confrontar a bibliografia         com os documentos
produzidos na época sobre a educação física.
Capítulo I - Educação física: o nascimento de uma
                     disciplina.

 Neste, abordamos o processo de desenvolvimento da
educação física desde a Europa do século XIX e seus
antecedentes até sua defesa nas escolas como um aspecto
da educação, a introdução da educação física no Brasil e
quais as relações foram estabelecidas com a classe
dirigente deste país.

1.1 A educação física na Europa
1.2 A educação do corpo
1.3 Higienismo, Eugenia e Ginástica na construção de um novo homem
1.4 A educação física no Brasil
1.5 Higienismo, Eugenia e Militarismo na consolidação da educação
física no Brasil
1.6 Educação e Educação Física
Capítulo II - Sociedade e educação no Pará
                      republicano.

Tratamos do desenvolvimento da educação no período
delimitado para o estudo, relacionando com o contexto
econômico, político e educacional pelo qual passava a
sociedade paraense. Isto é importante, porque é por meio
da educação que a educação física se manifestará como
necessidade de formar um corpo forte e saudável.

2.1 A efervescência política do final do século XIX no Brasil
2.2 A economia, política e educação no Pará
2.2.1 A política paraense no final do século XIX
2.2.2 A educação no Pará
Capítulo III - A educação física no ensino
                 primário no Pará.

Analisamos a implantação da educação física
no ensino primário paraense, por meio das
publicações da época e também dos relatórios
e regulamentos da instrução pública do estado
do Pará produzida na primeira década da
primeira República.
Buscando responder a pergunta científica deste estudo,
e chegar ao objetivo formulado, analisamos o discurso
em defesa da educação física e identificamos três
pontos principais:

1 – Relação entre trabalho, educação e educação
física.

2 – Do projeto modernizador educacional no estado do
Pará.

3 – A concepção de educação física presente no
discurso dos defensores da educação física.
• Relação entre trabalho educação e educação física.
• “A educação física no Brasil, é com todo rigor da expressão um
  problema nacional” (VERÍSSIMO,1985, p. 90).
• “A luta entre essa gente, incomparavelmente mais forte, e nós, não
  pode ser duvidosa. O campo de combate será primeiramente o das
  atividades físicas, aquele que exige maior robustez, de força e de
  saúde, o comércio, a indústria, a lavoura”. (VERÍSSIMO, 1985, p. 91)
• “Como todas as noções theoricas, a da excellencia da educação
  physica nasceu sem duvida do fato verificado pela experiência diária
  da superioridade physica-traduzida na robustez e na saúde do
  homem obrigado pelo seu gênero de vida aos exercícios corparaes,
  o homem do campo, o lavrador, o criador, o operário, o carregador, o
  artesão, e do outro lado o burocrata, o empregado de escriptorio, o
  cidadão sedentário, atrophiado, mesmo nas suas faculdades
  intellectuaes por uma vida de inercia physica”. (VERÍSSIMO, p.26,
  1888)
• Necessidade de formação de um novo homem surgida das
  transformações políticas e econômicas que se operaram na Europa
  e chegaram ao Brasil.
Cabe aqui ressaltarmos o fato de que o esforço de lançar mão da
Educação Física como elemento educacional – ainda que de
conformidade com uma visão de saúde corporal, saúde física,
eugênica – enfrentava barreiras arraigadas e valores dominantes
do período colonial, sustentáculos do ordenamento social
escravocrata, que estigmatizaram a Educação Física, por vinculá-
la ao trabalho manual, físico, desprestigiadíssimo em relação ao
trabalho intelectual, este sim, afeto à classe dominante, enquanto
o outro fazia-se única e tão somente aos escravos. (CASTELLANI
FILHO, 1994, p.44)
Como percebemos no escrito de Veríssimo acima, que
explicita uma educação física diferente para as classes, isto
é, uma fragmentação entre as variadas formas de trabalho
e os requisitos necessários para sua realização. “Ora, esta
divisão dos homens em classes, irá provocar uma divisão
também na educação” (SAVIANI, 2007, p. 155)

Contradições:

A educação e a educação física com sentidos e signficados diferentes.
A diferença entre as classes era um produto histórico das relações
econômicas e políticas.
A preparação do aspecto físico para o trabalho, que na prática era de
amenizar a situação de exploração da força de trabalho e as condições
dai resultantes.
2 - A Educação Física no projeto educacional
modernizador do Pará

Entre outras disposições do vosso Regulamento que não
posso deixar de citar como tendo dado satisfação às
exigencias da pedagogia, da organização e da hygiene
escolar: A que introduzio e sistematizou a educação civica e
a educação physica nas escolas (Pará, 1890, p. 73)


Neste sentido, um projeto educacional novo seria o principal
elemento para alavancá-la e promover o desenvolvimento do
Pará e da nação. Por isso, tanta ênfase na defesa de
modificações na instrução pública, que foi colocada aos
poucos como elemento difusor da educação física também
no Pará.
Primeira referência

“Emquanto as escolas não funcionarem em casas que tenham as
acomodações para as sessões de educação physica, a que se
refere o artigo 91.º do Regulamento, o tempo que devia ser-lhes
consagrado, será empregado em lições ordinárias”. (Regulamento
da Instrução pública do Pará, 1890, p.11)



A pesar da importância da educação física não haviam espaços
próprios para a educação física.
“a educação physica não precisa encarecida; a
nenhum espirito esclarecido acudirá idea de
negar-lhe a utilidade ou contestar seus efeittos.
Postas de lado as questões secundarias de
méthodos, systemas e modos é questão
vencida em pedagogia. (PARÁ, 1890, p. 77)


fica perceptível nas falas a assimilação do pensamento
europeu para a educação e educação física sob os
princípios já tratados, comprovando a ideia de múltiplas
determinações contribuindo para a inclusão da
educação física no ensino primário tendo em vista o
projeto modernizador que estava sendo implementado.
A educação física no final do século XIX : O
que era ou o que deveria Ser ?
Qual a concepção de educação física aquele projeto
educacional?

A ginástica, os jogos e os exercícios militares.

Esta concepção era de que a educação física baseada
em fundamentos biológicos estaria voltada para o
fortalecimento físico dos homens e poderia ser
repassada hereditariamente para as gerações
seguintes, servindo de base para a moralidade e a
intelectualidade, isto, baseado nos pressupostos
científicos que lhe garantiam legitimidade. Nesse
sentido, possuía categoricamente metas e meios bem
claros, quais sejam, de preparação para suportar o
trabalho ou para servir á pátria.
Mas no caso do Pará, além da ginástica teremos outros
elementos compondo a educação física e tentando garantir
um aspecto mais amplo do seu conteúdo, garantindo assim
o pleno desenvolvimento das qualidades físicas que o
ensino primário deveria possibilitar. Identificamos isto no
ensino privado e também no público que é nosso objeto
neste estudo..
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, F. Da educação física: O que ela é, o que tem sido e o que deveria
ser. São Paulo: Melhoramentos, 1960.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras 1992.
BRASIL, Decreto n0 1.331 Ata de 17 de Fevereiro de 1854. Aprova o regulamento
para a reforma do ensino primário e secundário no município da corte. Disponível
em http:// www2.camara. gov.br/legislacao/publicacoes/doimperio Acesso em
01/11/2010.
BRASIL, Decreto n0 7247 de 19 de Abril de 1879. Aprova o regulamento para a
reforma do ensino primário e secundário no município da corte e o superior em todo
o Império. Disponível em
http://www2.camara.gov.br/legislação/publicações/doimperio. Acesso em
01/01/2010.
CARVALHO, M. M. C. Revisitando a historiografia educacional brasileira. In.
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CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta.
Capmpinas- SP: Papirus, 1994.
CHEPTULIN, A. DIALÉTICA MATERIALISTA: As Categorias e Leis Da Dialética.
São Paulo: Ômega, 1982.
DIWAN, P. Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo:
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FERREIRA NETO, A. A pedagogia na escola e no exército: A educação
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FERREIRA NETO, A. Pesquisa histórica na educação física brasileira. In.
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FRANÇA, M. P. S. A. G. de. José Veríssimo (1857-1916) e a Educação
Brasileira Republicana: raízes da Renovação Escolar Conservadora.
2004. 186 f. Tese (Doutorado em educação) - Faculdade Estadual de
Campinas, Campinas, 2004.
FREITAS, L.C. Crítica da organização do trabalho pedagógico e
didática. 9 ed. Campinas-Sp: Papirus, 1995.
FRIGOTO, G. O Enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa
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educacional. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2008. cap. 6, p. 69-90. (Série I,
Escola; v. 11)
FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. 26 ed. São Paulo:
Companhia Editora nacional 1997.
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GONDRA. J. G. Antes de civilizar: Medicina, higiene e educação escolar
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HOBSBAWN, E.J. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras,
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fiolosofia e temas transversais. 2 ed. Campinas – Sp: Autores Associados:
HISTEDBR; Caçador, SC: UnC, 2000.
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Feuerbach. Tradução Silvio Donizete Chagas - São Paulo: Centauro, 2005.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo:
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MANACORDA, M. A. História Da educação: da antiguidade aos nossos dias. 12
ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MELO, V. A. História da Educação Física e do Esporte: panorama e
Perspectivas. São Paulo: IBRASA, 1999.
MYNAIO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.
7 ed. São Paulo: Hucitec; Rio de janeiro: Abrasco, 2000.
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fundamentos da educação brasileira republicana. Campinas-SP: Autores
Associados – FE/Unicamp. 1997.
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In: GUIMARÃES, L. M. P. (Org.); PRADO, M. E. (Org.) O liberalismo no Brasil
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NOZAKI, H. T. Educação física e reordenamento no mundo do trabalho:
mediações da regulamentação da profissão da 2004. 383 f. Tese (Doutorado em
Educação) – Universidade Federal Fluminense, Rio de janeiro, 2004
PAIVA, V. História da educação popular no Brasil. 6 ed. São Paulo:
Loyla, 2003.
PEREIRA, E.M; M, GIOIA, S. C. Do feudalismo ao capitalismo: uma longa
transição. In. ANDERY, M.A.P.A. et al. Para compreender a ciência: uma
perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
PLEKHANOV, G. V. O papel do indivíduo na história. São Paulo:
Expressão Popular, 2008.
PONCE, A. Educação e luta de classes. 20 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
PRADO JUNIOR, C. História Econômica do Brasil. São Paulo:
Brasiliense, 2008
SARGES, M. N. Belém: Riquezas produzindo a Belle-époque
(1870-1912). Belém: Paka-Tatu 2002.
SAVIANI, D. História das idéias pedagógicas no Brasil. São Paulo:
Autores Associados, 2008.
SAVIANI, D. História da escola pública no Brasil . In LOMBARDI, José
Claudinei; ______. NASCIMENTO, Mª Isabel Moura. A escola pública:
História e historiografia. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR,
2005. cap. 1, p. 1-30.
SAVIANI, D. O debate teórioco metodológico no campo da história e sua
Importância para a pesquisa Educacional. In. ______ ; LOMBARDI, J. C.;
SANFELICE, J. L. (Orgs). História e história da educação: O debate
teórico metodológico atual. Campinas, SP: Autores Associados:
HISTEDBR, 1998. (Coleção Educação Contemporânea)
SEVERINO. A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. rev e atual.
São Paulo: Cortez, 2007.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: Cientistas, instituições e
questão racial no Brasil. (1870-1930) São Paulo: Companhia das
Letras,1993.
SOARES, C. L. Educação Física: Raízes européias e Brasil. Campinas:
Autores Associados, 1994.
STEPAN, N. L. A Hora da Eugenia: raça, gênero e nação na América
Latina. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005.
TAMBARA, E; ARRIADA, E. Coletânea de leis sobre o ensino primário
e secundário no período imperial brasileiro: Lei de 1827; Reforma
Couto Ferraz – 1854; Reforma Leôncio de Carvalho – 1879. Pelotas:
seiva, 2005.
VERÍSSIMO, J. A educação nacional. 3 ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto 1985.
VERÍSSIMO, J. Noticia Geral Sobre o Colégio Americano. Pará: Tip. De
Pinto Barbosa & C., 1888.
XAVIER, M.E.P.S. Poder político e educação de elite. São Paulo:
Cortez, 1992.

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Educação física no ensino primário paraense (1889-1900

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÀO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO-MESTRADO História da educação física no ensino primário no estado do pará (1889-19o0) Mestrando: Ney Ferreira França Orientadora: Profa. Dra. Maria do P. S. A. G. de França Belém/2012
  • 2. AS RAZÕES DESTE ESTUDO •Possibilitar a compreensão da origem e desenvolvimento da educação física no ensino primário, no estado do Pará. •Proporcionar o conhecimento das práticas educativas no estado do Pará. •Contribuir para o desenvolvimento dos estudos em história da educação física
  • 3. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO INTRODUÇÃO O encontro com o objeto de estudo. O Referencial teórico-metodológico CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO FÍSICA: O nascimento de uma disciplina escolar 1.1 A educação física na Europa 1.2 A educação do corpo 1.3 Higienismo, Eugenia e Ginástica na construção de um novo homem . 1.4 A educação física no Brasil 1.5 Higienismo, Eugenia e Militarismo na consolidação da educação física no Brasil 1.6 Educação e Educação Física 2 CAPÍTULO II – SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO PARÁ REPUBLICANO 2.1 A efervescência política do final do século XIX no Brasil 2.2 A economia, política e educação no Pará 2.2.1 A política paraense no final do século XIX 2.2.2 A educação no Pará 3 CAPÍTULO III – A IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO PRIMÁRIO PARAENSE 3.1 Trabalho, educação e educação física na sociedade paraense 3.2 A Educação Física no projeto educacional modernizador do Pará 3.3 A educação física no final do século XIX: O que era ou o que deveria Ser ? . Considerações Finais REFERÊNCIAS
  • 4. O objeto de estudo A educação física no ensino primário paraense (1889-1900) A pergunta científica Como e por que a educação física foi introduzida no ensino primário público na 1a Década da Primeira República no estado do Pará?
  • 5. Questões norteadoras • Que métodos orientavam a prática da educação física no ensino primário? • Por quais mudanças passavam a sociedade paraense naquele período histórico?
  • 6. O objetivo Analisar a inserção da educação física como disciplina escolar no ensino primário no estado do Pará, na primeira década do regime republicano, enfocando os métodos que orientaram sua prática pedagógica as mudanças econômicas, políticas e educacionais ocorridas naquele contexto histórico.
  • 7. O método Teoria que orienta o processo de realização das técnicas a serem adotadas, precedendo-as, indicando os caminhos e os rumos que devem ser adotados na investigação. Freitas (1995); Mynaio (2000)
  • 8. A tradição iniciada por Karl Marx : [...] Se começasse, portanto, pela população elaboraria uma representação caótica do todo e, por meio de uma determinação mais restrita, chegaria analiticamente, cada vez mais a conceitos mais simples; do concreto representado chegaria a abstrações cada vez mais tênues, até alcançar as determinações mais simples. Chegado a este ponto, teria que voltar a fazer a viagem de modo inverso, até dar de novo com a população, mas dessa vez não como uma representação caótica, porém como uma rica totalidade de determinações e relações diversas. [...] ( 2008, p. 258).
  • 9. Os discursos de fins do século XIX, proferidos por uma boa parte da intelectualidade, traziam a necessidade de uma mudança na organização político-social brasileira, e neste caso o que nos interessa são aqueles que tratavam da educação e mais especificamente da educação física, na perspectiva da modernização do país. Assim na aparência, estes discursos são bons para a sociedade brasileira, no entanto, será que revelam sua essência? O que a aparência deste projeto modernizador e civilizatório estava negando na sua essência? (p.18) Análise dos documentos, e o confronto com as obras que tratam da educação e educação física, buscou captar as possíveis contradições presentes tanto nas fontes primárias quanto nas secundárias sobre a inserção da educação física naquele nível de ensino e a mediação que ela exerceu no período delimitado para o estudo revelando as relações internas e externas que estavam lá presentes. A ideia básica é captar nestes cruzamentos as especificidades da educação física no ensino primário paraense e sua relação com o contexto político econômico paraense e nacional. (p.18)
  • 10. Isto significou tomar o objeto de estudo, tanto no que representa de forma mais geral, quanto aos seus aspectos mais particulares e singulares, isto é, tentou-se captar a estrutura interna, os seus componentes e suas relações internas. Realizar este exercício, significou se deparar com objeto num primeiro momento e adentrar em sua dinâmica interna e depois de considerar as múltiplas determinações que o configuram retornar ao fenômeno inicial, mas agora com uma compreensão das relações que compõe sua totalidade.
  • 11. [...] da história considerada como ciência que não se contenta em aprender como se passaram as coisas, mas que quer saber por que se passaram de tal maneira e não de outra qualquer”. Plekhanov, ( 2008, p. 12)
  • 12. •Pesquisa documental. •Os documentos analisados neste trabalho são os relatórios e regulamentos da instrução pública do Pará, algumas publicações da época como as obras “Notícia geral sobre o colégio americano (1888) e “ A educação Nacional” (1890) . •Relacionar e situar a educação física no contexto nacional e local. (Bibliografia) •Compreender a sociedade e a educação paraense em fins do século XIX. (Bibliografia e documentos) •Confrontar a bibliografia com os documentos produzidos na época sobre a educação física.
  • 13. Capítulo I - Educação física: o nascimento de uma disciplina. Neste, abordamos o processo de desenvolvimento da educação física desde a Europa do século XIX e seus antecedentes até sua defesa nas escolas como um aspecto da educação, a introdução da educação física no Brasil e quais as relações foram estabelecidas com a classe dirigente deste país. 1.1 A educação física na Europa 1.2 A educação do corpo 1.3 Higienismo, Eugenia e Ginástica na construção de um novo homem 1.4 A educação física no Brasil 1.5 Higienismo, Eugenia e Militarismo na consolidação da educação física no Brasil 1.6 Educação e Educação Física
  • 14. Capítulo II - Sociedade e educação no Pará republicano. Tratamos do desenvolvimento da educação no período delimitado para o estudo, relacionando com o contexto econômico, político e educacional pelo qual passava a sociedade paraense. Isto é importante, porque é por meio da educação que a educação física se manifestará como necessidade de formar um corpo forte e saudável. 2.1 A efervescência política do final do século XIX no Brasil 2.2 A economia, política e educação no Pará 2.2.1 A política paraense no final do século XIX 2.2.2 A educação no Pará
  • 15. Capítulo III - A educação física no ensino primário no Pará. Analisamos a implantação da educação física no ensino primário paraense, por meio das publicações da época e também dos relatórios e regulamentos da instrução pública do estado do Pará produzida na primeira década da primeira República.
  • 16. Buscando responder a pergunta científica deste estudo, e chegar ao objetivo formulado, analisamos o discurso em defesa da educação física e identificamos três pontos principais: 1 – Relação entre trabalho, educação e educação física. 2 – Do projeto modernizador educacional no estado do Pará. 3 – A concepção de educação física presente no discurso dos defensores da educação física.
  • 17. • Relação entre trabalho educação e educação física. • “A educação física no Brasil, é com todo rigor da expressão um problema nacional” (VERÍSSIMO,1985, p. 90). • “A luta entre essa gente, incomparavelmente mais forte, e nós, não pode ser duvidosa. O campo de combate será primeiramente o das atividades físicas, aquele que exige maior robustez, de força e de saúde, o comércio, a indústria, a lavoura”. (VERÍSSIMO, 1985, p. 91) • “Como todas as noções theoricas, a da excellencia da educação physica nasceu sem duvida do fato verificado pela experiência diária da superioridade physica-traduzida na robustez e na saúde do homem obrigado pelo seu gênero de vida aos exercícios corparaes, o homem do campo, o lavrador, o criador, o operário, o carregador, o artesão, e do outro lado o burocrata, o empregado de escriptorio, o cidadão sedentário, atrophiado, mesmo nas suas faculdades intellectuaes por uma vida de inercia physica”. (VERÍSSIMO, p.26, 1888) • Necessidade de formação de um novo homem surgida das transformações políticas e econômicas que se operaram na Europa e chegaram ao Brasil.
  • 18. Cabe aqui ressaltarmos o fato de que o esforço de lançar mão da Educação Física como elemento educacional – ainda que de conformidade com uma visão de saúde corporal, saúde física, eugênica – enfrentava barreiras arraigadas e valores dominantes do período colonial, sustentáculos do ordenamento social escravocrata, que estigmatizaram a Educação Física, por vinculá- la ao trabalho manual, físico, desprestigiadíssimo em relação ao trabalho intelectual, este sim, afeto à classe dominante, enquanto o outro fazia-se única e tão somente aos escravos. (CASTELLANI FILHO, 1994, p.44)
  • 19. Como percebemos no escrito de Veríssimo acima, que explicita uma educação física diferente para as classes, isto é, uma fragmentação entre as variadas formas de trabalho e os requisitos necessários para sua realização. “Ora, esta divisão dos homens em classes, irá provocar uma divisão também na educação” (SAVIANI, 2007, p. 155) Contradições: A educação e a educação física com sentidos e signficados diferentes. A diferença entre as classes era um produto histórico das relações econômicas e políticas. A preparação do aspecto físico para o trabalho, que na prática era de amenizar a situação de exploração da força de trabalho e as condições dai resultantes.
  • 20. 2 - A Educação Física no projeto educacional modernizador do Pará Entre outras disposições do vosso Regulamento que não posso deixar de citar como tendo dado satisfação às exigencias da pedagogia, da organização e da hygiene escolar: A que introduzio e sistematizou a educação civica e a educação physica nas escolas (Pará, 1890, p. 73) Neste sentido, um projeto educacional novo seria o principal elemento para alavancá-la e promover o desenvolvimento do Pará e da nação. Por isso, tanta ênfase na defesa de modificações na instrução pública, que foi colocada aos poucos como elemento difusor da educação física também no Pará.
  • 21. Primeira referência “Emquanto as escolas não funcionarem em casas que tenham as acomodações para as sessões de educação physica, a que se refere o artigo 91.º do Regulamento, o tempo que devia ser-lhes consagrado, será empregado em lições ordinárias”. (Regulamento da Instrução pública do Pará, 1890, p.11) A pesar da importância da educação física não haviam espaços próprios para a educação física.
  • 22. “a educação physica não precisa encarecida; a nenhum espirito esclarecido acudirá idea de negar-lhe a utilidade ou contestar seus efeittos. Postas de lado as questões secundarias de méthodos, systemas e modos é questão vencida em pedagogia. (PARÁ, 1890, p. 77) fica perceptível nas falas a assimilação do pensamento europeu para a educação e educação física sob os princípios já tratados, comprovando a ideia de múltiplas determinações contribuindo para a inclusão da educação física no ensino primário tendo em vista o projeto modernizador que estava sendo implementado.
  • 23. A educação física no final do século XIX : O que era ou o que deveria Ser ? Qual a concepção de educação física aquele projeto educacional? A ginástica, os jogos e os exercícios militares. Esta concepção era de que a educação física baseada em fundamentos biológicos estaria voltada para o fortalecimento físico dos homens e poderia ser repassada hereditariamente para as gerações seguintes, servindo de base para a moralidade e a intelectualidade, isto, baseado nos pressupostos científicos que lhe garantiam legitimidade. Nesse sentido, possuía categoricamente metas e meios bem claros, quais sejam, de preparação para suportar o trabalho ou para servir á pátria.
  • 24. Mas no caso do Pará, além da ginástica teremos outros elementos compondo a educação física e tentando garantir um aspecto mais amplo do seu conteúdo, garantindo assim o pleno desenvolvimento das qualidades físicas que o ensino primário deveria possibilitar. Identificamos isto no ensino privado e também no público que é nosso objeto neste estudo..
  • 25. REFERÊNCIAS AZEVEDO, F. Da educação física: O que ela é, o que tem sido e o que deveria ser. São Paulo: Melhoramentos, 1960. BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras 1992. BRASIL, Decreto n0 1.331 Ata de 17 de Fevereiro de 1854. Aprova o regulamento para a reforma do ensino primário e secundário no município da corte. Disponível em http:// www2.camara. gov.br/legislacao/publicacoes/doimperio Acesso em 01/11/2010. BRASIL, Decreto n0 7247 de 19 de Abril de 1879. Aprova o regulamento para a reforma do ensino primário e secundário no município da corte e o superior em todo o Império. Disponível em http://www2.camara.gov.br/legislação/publicações/doimperio. Acesso em 01/01/2010. CARVALHO, M. M. C. Revisitando a historiografia educacional brasileira. In. MENEZES, M. C. (org). Educação, memória, história: possibilidades, histórias. Campinas: mercado de letras, 2004. CATANI, A. M. O QUE É CAPITALISMO. 34 ed. São Paulo: Brasiliense 2003. CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Capmpinas- SP: Papirus, 1994. CHEPTULIN, A. DIALÉTICA MATERIALISTA: As Categorias e Leis Da Dialética. São Paulo: Ômega, 1982. DIWAN, P. Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2007.
  • 26. FERREIRA NETO, A. A pedagogia na escola e no exército: A educação física brasileira (1880-1950). Aracruz: Facha 1999. FERREIRA NETO, A. Pesquisa histórica na educação física brasileira. In. FERREIRA NETO, A. (Org.) Pesquisa histórica em educação física brasileira. Vitória: UFES, 1996. FRANÇA, M. P. S. A. G. de. José Veríssimo (1857-1916) e a Educação Brasileira Republicana: raízes da Renovação Escolar Conservadora. 2004. 186 f. Tese (Doutorado em educação) - Faculdade Estadual de Campinas, Campinas, 2004. FREITAS, L.C. Crítica da organização do trabalho pedagógico e didática. 9 ed. Campinas-Sp: Papirus, 1995. FRIGOTO, G. O Enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional. In. FAZENDA, I. (Org) Metodologia da pesquisa educacional. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2008. cap. 6, p. 69-90. (Série I, Escola; v. 11) FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia Editora nacional 1997. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1991. GONDRA. J. G. Antes de civilizar: Medicina, higiene e educação escolar na corte imperial. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2004. HOBSBAWN, E.J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e terra, 1977. HOBSBAWN, E.J. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
  • 27. KOSIK, K. Dialética do concreto. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. LOMBARDI, J.K. Historiografia educacional brasileira e os fundamentos teórico- metodológicos da história. In. _____,(Org.) Pesquisa em educação: História, fiolosofia e temas transversais. 2 ed. Campinas – Sp: Autores Associados: HISTEDBR; Caçador, SC: UnC, 2000. MARX, K; ENGELS, F. A ideologia Alemã, 1º capítulo: seguido das teses sobre Feuerbach. Tradução Silvio Donizete Chagas - São Paulo: Centauro, 2005. MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008. MANACORDA, M. A. História Da educação: da antiguidade aos nossos dias. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2006. MELO, V. A. História da Educação Física e do Esporte: panorama e Perspectivas. São Paulo: IBRASA, 1999. MYNAIO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7 ed. São Paulo: Hucitec; Rio de janeiro: Abrasco, 2000. NASCIMENTO, T. A. Q. R. Pedagogia liberal modernizadora: Rui Barbosa e os fundamentos da educação brasileira republicana. Campinas-SP: Autores Associados – FE/Unicamp. 1997. NEVES, L. M. B. P. Liberalismo político no Brasil: Idéias representações e práticas. In: GUIMARÃES, L. M. P. (Org.); PRADO, M. E. (Org.) O liberalismo no Brasil Imperial: Origens, conceitos e práticas. Rio de Janeiro: Revan: UERJ, 2001. NOZAKI, H. T. Educação física e reordenamento no mundo do trabalho: mediações da regulamentação da profissão da 2004. 383 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal Fluminense, Rio de janeiro, 2004
  • 28. PAIVA, V. História da educação popular no Brasil. 6 ed. São Paulo: Loyla, 2003. PEREIRA, E.M; M, GIOIA, S. C. Do feudalismo ao capitalismo: uma longa transição. In. ANDERY, M.A.P.A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. PLEKHANOV, G. V. O papel do indivíduo na história. São Paulo: Expressão Popular, 2008. PONCE, A. Educação e luta de classes. 20 ed. São Paulo: Cortez, 2003. PRADO JUNIOR, C. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2008 SARGES, M. N. Belém: Riquezas produzindo a Belle-époque (1870-1912). Belém: Paka-Tatu 2002. SAVIANI, D. História das idéias pedagógicas no Brasil. São Paulo: Autores Associados, 2008. SAVIANI, D. História da escola pública no Brasil . In LOMBARDI, José Claudinei; ______. NASCIMENTO, Mª Isabel Moura. A escola pública: História e historiografia. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, 2005. cap. 1, p. 1-30. SAVIANI, D. O debate teórioco metodológico no campo da história e sua Importância para a pesquisa Educacional. In. ______ ; LOMBARDI, J. C.; SANFELICE, J. L. (Orgs). História e história da educação: O debate teórico metodológico atual. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, 1998. (Coleção Educação Contemporânea)
  • 29. SEVERINO. A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. rev e atual. São Paulo: Cortez, 2007. SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: Cientistas, instituições e questão racial no Brasil. (1870-1930) São Paulo: Companhia das Letras,1993. SOARES, C. L. Educação Física: Raízes européias e Brasil. Campinas: Autores Associados, 1994. STEPAN, N. L. A Hora da Eugenia: raça, gênero e nação na América Latina. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005. TAMBARA, E; ARRIADA, E. Coletânea de leis sobre o ensino primário e secundário no período imperial brasileiro: Lei de 1827; Reforma Couto Ferraz – 1854; Reforma Leôncio de Carvalho – 1879. Pelotas: seiva, 2005. VERÍSSIMO, J. A educação nacional. 3 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto 1985. VERÍSSIMO, J. Noticia Geral Sobre o Colégio Americano. Pará: Tip. De Pinto Barbosa & C., 1888. XAVIER, M.E.P.S. Poder político e educação de elite. São Paulo: Cortez, 1992.