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Julho/2023
INTRODUÇÃO À BOTÂNICA:
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS
BOTÂNICA
Docente: Graciele Lurdes Silveira
TERMINOLOGIAS IMPORTANTES
• Sistemática: estudo científico da diversidade biológica e da
história evolutiva;
• Árvore filogenética: árvore que mostra as relações
genealógicas entre os organismos, com uma única espécie
ancestral em sua base;
• Taxonomia: identificação, denominação e classificação das
espécies;
• Grupo monofilético: é composto por um ancestral e todos os seus
descendentes;
• Grupo polifilético: é composto por táxons que descendem de mais de uma
linhagem ancestral;
• Grupo parafilético: possui um ancestral comum, mas não inclui todos os
seus descendentes.
Grupos não-
monofiléticos
• Estruturas homólogas: têm uma origem comum, mas não
necessariamente uma função comum (folhas, cotilédones,
brácteas, pétalas);
• Estruturas análogas: possuem função e aparência externa
semelhantes, mas têm um passado evolutivo completamente
distinto (asas de insetos e asas de aves).
TAXONOMIA
• 1.753: Carl von Linné, ou Lineu, publicou Species Plantarum (As Espécies de plantas). 12 palavras;
• Lineu utilizou a categoria genérica postulada por Caspar Bauhin (1.560-1.624) e tornou permanente
o sistema binomial.
• Erva-dos-gatos:
• Polinômio: Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis “cataria” (Nepeta com flores em espiga pedunculada
ininterrupta “associada a gatos”);
• Sistema binomial: Nepetea cataria.
• Código Internacional de Nomenclatura Botânica: O nome binomial mais antigo aplicado a uma
espécie em particular tem prioridade sobre outros nomes que mais tarde sejam aplicados à mesma
espécie.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
• Visam detectar, descrever e agrupar os organismos vivos em um esquema hierárquico
logicamente organizado, produzindo assim uma classificação;
• Procuram também descobrir relações evolutivas reais;
• Estão diretamente e fundamentalmente ligados ao estudo da evolução geral.
IMPORTÂNCIA DOS
SISTEMAS DE
CLASSIFICAÇÃO
Sintetizar o conhecimento
adquirido de um
determinado grupo;
Transformar esse
conhecimento em algo
compreensível e estruturado;
Evidenciar o relacionamento
entre diferentes unidades
taxonômicas.
PARA SER UM BOM SISTEMA DE
CLASSIFICAÇÃO
• Precisa:
• Fornecer organização hierárquica que expresse as relações
naturais e/ou filogenéticas entre os organismos;
• Fornecer um método para posterior identificação (chaves,
descrição taxonômica);
• Ter poder de predição;
• Ter estabilidade.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
• Sistema Artificial: baseado em um ou poucos caracteres.
• Theophrastus (372 a 287 a.C.): Pai da Botânica: criação de grupos baseados principalmente no hábito;
• Dioscórides (1° século d.C.): médico do exército romano. Obra de referência durante 16 séculos – 600 plantas de
interesse medicinal;
• Renascença (séc. XVI): invenção da imprensa na Europa. Incorporação de descrições e ilustrações detalhadas.
Muitas contribuições para a difusão da fase descritiva da sistemática vegetal. Autores importantes: Brunfels e
Fechs;
• Andreas Cesalpinus (1.519-1.603): 1° taxonomista vegetal – classificação baseada em hábito, fruto, semente e
caracteres florais. Brassicaceae e Asteraceae: conceitos atuais das famílias;
• Caspar Bauhin (1.560-1.624): reconhecimento da categoria genérica. Introdução da nomenclatura binomial;
• Lineu (1.707-1.778): Pai da Taxonomia Animal e Vegetal. Principal representante do sistema artificial. Pouca
preocupação em mostrar afinidades naturais. Sistema sexual de Lineu – reconheceu 24 classes baseadas em
características sexuais: gineceu e androceu. Perpetuou a nomenclatura binomial.
• Sistema Natural: baseado em vários caracteres, agrupamento por afinidades e similaridades.
• M. Adanson (1.727-1.806): sistema de classificação com o maior número de caracteres possível;
• J.P.B. Lamarck (1.744-1.829): “modificações ambientais provocam modificações na estrutura dos
órgãos = hereditário”. Método analítico de ID muito semelhante ao utilizado nas chaves de ID
modernas;
• G. Bentham e J.D Hooker: produziram o mais elaborado Sistema de Classificação Natural –
Genera Plantarum (1.862-1.883) – material dissecado depositado em herbários britânicos;
• Darwin (1.859): Teoria da Evolução das Espécies (On the Origin of Species).
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
• Sistema Filogenético: baseado em vários caracteres, agrupamento por relações filogenéticas.
Método utilizado para se estudar as relações de parentesco e agrupar táxons, baseado em
ancestralidade compartilhada.
• Eichler (1.839-1.887): 1.883 – esboço primário baseado nas relações genéticas;
• Engler (1.844-1.930): acreditava que as flores simples e unissexuais eram “primitivas”. Primeira
família desta classificação era Casuarinaceae. Angiospermas se originavam de Gminospermas,
Monocotiledôneas derivam das “Dicotiledôneas”;
• Bassey (1.845-1.915): primeiros cladogramas baseados em critérios subjetivos;
• Cronquist (1.919-1.992): sistema de classificação largamente difundido e utilizado, inclusive no
Brasil;
• Willi Henning (1.913-1.976): Pai da Cladística e da Sistemática Filogenética.
• Cladística: analisa dados filogenéticos objetivamente, vê a evolução através da transformação de caracteres
com estados de caráter ancestral e derivado.
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA
• Grande impulso a partir da década de 90;
• Utilização de dados moleculares (sequenciamento do DNA nuclear e de organelas);
• Não há um sistema definitivo, havendo mudanças constantes nos últimos anos.
• Fonte de dados: morfologia, química, anatomia, proteínas, DNA, RNA, ecologia, fisiologia,
etc.
• Importância: revolucionou a sistemática animal e vegetal nas últimas duas décadas, com a
obtenção de filogenias para os mais diferentes grupos hierárquicos.
CLASSIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS
• Lineu e cientistas anteriores reconheciam três reinos:
• Vegetal (não se mexiam, não comiam, cresciam indefinidamente – incluindo
fungos, algas e bactérias/procariontes);
• Animal (se mexiam, comiam, crescimento definido – incluindo
protozoários);
• Mineral.
• Animal, Vegetal, Monera (organismos procariontes), Protista e Fungo.
1) Vírus não têm estrutura celular.
2) Bactérias e cianobactérias (reino Monera) possuem estrutura celular, mas não têm
envoltório nuclear.
3) Algas e protozoários (reino Protista) possuem envoltório nuclear, mas não têm
células organizadas em tecidos diferenciados.
4) Animais (reino Animalia) possuem tecidos, mas suas células não têm parede
celular.
5) Fungos (reino Fungi) possuem células com parede celular, mas não têm
cloroplastos.
6) Plantas (reino Plantae) possuem células com parede celular e cloroplastos.
• Categorias taxonômicas hierárquicas:
• Reino, Filo (Divisão), Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie.
• Augustin-Pyramus de Candolle (1.778-1.841): inventou a palavra “taxonomia” e acrescentou a
categoria “Divisão” para designar grupos de classes no Reino Vegetal:
• XV Congresso Internacional de Botânica, em 1.993, tornou Filo equivalente a Divisão em termos de
nomenclatura.
CLASSIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS
DOMÍNIOS: BACTERIA,
ARCHAEA E EUKARYA
• Análises de sequências de RNA da subunidade menor do
ribossomo forneceram a primeira evidência de que o
mundo vivo era dividido em três grandes domínios.
“Last Universal Common Ancestral”
Último Ancestral Universal Comum
DOMÍNIOS: BACTERIA, ARCHAEA E EUKARYA
Esta tabela foi adaptada do livro de Biologia Vegetal, Cap. 12.
EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. Grupo GEN, 2014. 978-85-277-2384-8. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2384-8/. Acesso em: 02 ago. 2022.
Característica Bacteria Archaea Eukarya
Tipo de célula Procariótica Procariótica Eucariótica
Envoltório nuclear Ausente Ausente Presente
Número de cromossomos 1 1 Mais de 1
Configuração cromossômica Circular Circular Linear
Organelas (mitocôndrias e plastídios) Ausente Ausente Presente
Citoesqueleto Ausente Ausente Presente
Fotossíntese baseada em clorofila Presente Ausente Presente
EMBRIÓFITAS: PLANTAS TERRESTRES
Angiospermas
“Briófitas” “Pteridófitas”
Licófita Monilófita Gimnospermas
Sinfonogamia = tubo polínico
APG IV
http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/welcome.html
APG IV
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  • 1. Julho/2023 INTRODUÇÃO À BOTÂNICA: SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS BOTÂNICA Docente: Graciele Lurdes Silveira
  • 2. TERMINOLOGIAS IMPORTANTES • Sistemática: estudo científico da diversidade biológica e da história evolutiva; • Árvore filogenética: árvore que mostra as relações genealógicas entre os organismos, com uma única espécie ancestral em sua base; • Taxonomia: identificação, denominação e classificação das espécies;
  • 3. • Grupo monofilético: é composto por um ancestral e todos os seus descendentes; • Grupo polifilético: é composto por táxons que descendem de mais de uma linhagem ancestral; • Grupo parafilético: possui um ancestral comum, mas não inclui todos os seus descendentes. Grupos não- monofiléticos
  • 4. • Estruturas homólogas: têm uma origem comum, mas não necessariamente uma função comum (folhas, cotilédones, brácteas, pétalas); • Estruturas análogas: possuem função e aparência externa semelhantes, mas têm um passado evolutivo completamente distinto (asas de insetos e asas de aves).
  • 5. TAXONOMIA • 1.753: Carl von Linné, ou Lineu, publicou Species Plantarum (As Espécies de plantas). 12 palavras; • Lineu utilizou a categoria genérica postulada por Caspar Bauhin (1.560-1.624) e tornou permanente o sistema binomial. • Erva-dos-gatos: • Polinômio: Nepeta floribus interrupte spicatus pedunculatis “cataria” (Nepeta com flores em espiga pedunculada ininterrupta “associada a gatos”); • Sistema binomial: Nepetea cataria. • Código Internacional de Nomenclatura Botânica: O nome binomial mais antigo aplicado a uma espécie em particular tem prioridade sobre outros nomes que mais tarde sejam aplicados à mesma espécie.
  • 6. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO • Visam detectar, descrever e agrupar os organismos vivos em um esquema hierárquico logicamente organizado, produzindo assim uma classificação; • Procuram também descobrir relações evolutivas reais; • Estão diretamente e fundamentalmente ligados ao estudo da evolução geral.
  • 7. IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Sintetizar o conhecimento adquirido de um determinado grupo; Transformar esse conhecimento em algo compreensível e estruturado; Evidenciar o relacionamento entre diferentes unidades taxonômicas.
  • 8. PARA SER UM BOM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO • Precisa: • Fornecer organização hierárquica que expresse as relações naturais e/ou filogenéticas entre os organismos; • Fornecer um método para posterior identificação (chaves, descrição taxonômica); • Ter poder de predição; • Ter estabilidade.
  • 9. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO • Sistema Artificial: baseado em um ou poucos caracteres. • Theophrastus (372 a 287 a.C.): Pai da Botânica: criação de grupos baseados principalmente no hábito; • Dioscórides (1° século d.C.): médico do exército romano. Obra de referência durante 16 séculos – 600 plantas de interesse medicinal; • Renascença (séc. XVI): invenção da imprensa na Europa. Incorporação de descrições e ilustrações detalhadas. Muitas contribuições para a difusão da fase descritiva da sistemática vegetal. Autores importantes: Brunfels e Fechs; • Andreas Cesalpinus (1.519-1.603): 1° taxonomista vegetal – classificação baseada em hábito, fruto, semente e caracteres florais. Brassicaceae e Asteraceae: conceitos atuais das famílias; • Caspar Bauhin (1.560-1.624): reconhecimento da categoria genérica. Introdução da nomenclatura binomial; • Lineu (1.707-1.778): Pai da Taxonomia Animal e Vegetal. Principal representante do sistema artificial. Pouca preocupação em mostrar afinidades naturais. Sistema sexual de Lineu – reconheceu 24 classes baseadas em características sexuais: gineceu e androceu. Perpetuou a nomenclatura binomial.
  • 10. • Sistema Natural: baseado em vários caracteres, agrupamento por afinidades e similaridades. • M. Adanson (1.727-1.806): sistema de classificação com o maior número de caracteres possível; • J.P.B. Lamarck (1.744-1.829): “modificações ambientais provocam modificações na estrutura dos órgãos = hereditário”. Método analítico de ID muito semelhante ao utilizado nas chaves de ID modernas; • G. Bentham e J.D Hooker: produziram o mais elaborado Sistema de Classificação Natural – Genera Plantarum (1.862-1.883) – material dissecado depositado em herbários britânicos; • Darwin (1.859): Teoria da Evolução das Espécies (On the Origin of Species). SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
  • 11. • Sistema Filogenético: baseado em vários caracteres, agrupamento por relações filogenéticas. Método utilizado para se estudar as relações de parentesco e agrupar táxons, baseado em ancestralidade compartilhada. • Eichler (1.839-1.887): 1.883 – esboço primário baseado nas relações genéticas; • Engler (1.844-1.930): acreditava que as flores simples e unissexuais eram “primitivas”. Primeira família desta classificação era Casuarinaceae. Angiospermas se originavam de Gminospermas, Monocotiledôneas derivam das “Dicotiledôneas”; • Bassey (1.845-1.915): primeiros cladogramas baseados em critérios subjetivos; • Cronquist (1.919-1.992): sistema de classificação largamente difundido e utilizado, inclusive no Brasil; • Willi Henning (1.913-1.976): Pai da Cladística e da Sistemática Filogenética. • Cladística: analisa dados filogenéticos objetivamente, vê a evolução através da transformação de caracteres com estados de caráter ancestral e derivado. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
  • 12. SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA • Grande impulso a partir da década de 90; • Utilização de dados moleculares (sequenciamento do DNA nuclear e de organelas); • Não há um sistema definitivo, havendo mudanças constantes nos últimos anos. • Fonte de dados: morfologia, química, anatomia, proteínas, DNA, RNA, ecologia, fisiologia, etc. • Importância: revolucionou a sistemática animal e vegetal nas últimas duas décadas, com a obtenção de filogenias para os mais diferentes grupos hierárquicos.
  • 13. CLASSIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS • Lineu e cientistas anteriores reconheciam três reinos: • Vegetal (não se mexiam, não comiam, cresciam indefinidamente – incluindo fungos, algas e bactérias/procariontes); • Animal (se mexiam, comiam, crescimento definido – incluindo protozoários); • Mineral. • Animal, Vegetal, Monera (organismos procariontes), Protista e Fungo. 1) Vírus não têm estrutura celular. 2) Bactérias e cianobactérias (reino Monera) possuem estrutura celular, mas não têm envoltório nuclear. 3) Algas e protozoários (reino Protista) possuem envoltório nuclear, mas não têm células organizadas em tecidos diferenciados. 4) Animais (reino Animalia) possuem tecidos, mas suas células não têm parede celular. 5) Fungos (reino Fungi) possuem células com parede celular, mas não têm cloroplastos. 6) Plantas (reino Plantae) possuem células com parede celular e cloroplastos.
  • 14. • Categorias taxonômicas hierárquicas: • Reino, Filo (Divisão), Classe, Ordem, Família, Gênero, Espécie. • Augustin-Pyramus de Candolle (1.778-1.841): inventou a palavra “taxonomia” e acrescentou a categoria “Divisão” para designar grupos de classes no Reino Vegetal: • XV Congresso Internacional de Botânica, em 1.993, tornou Filo equivalente a Divisão em termos de nomenclatura. CLASSIFICAÇÃO DOS ORGANISMOS
  • 15. DOMÍNIOS: BACTERIA, ARCHAEA E EUKARYA • Análises de sequências de RNA da subunidade menor do ribossomo forneceram a primeira evidência de que o mundo vivo era dividido em três grandes domínios. “Last Universal Common Ancestral” Último Ancestral Universal Comum
  • 16. DOMÍNIOS: BACTERIA, ARCHAEA E EUKARYA Esta tabela foi adaptada do livro de Biologia Vegetal, Cap. 12. EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. Grupo GEN, 2014. 978-85-277-2384-8. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2384-8/. Acesso em: 02 ago. 2022. Característica Bacteria Archaea Eukarya Tipo de célula Procariótica Procariótica Eucariótica Envoltório nuclear Ausente Ausente Presente Número de cromossomos 1 1 Mais de 1 Configuração cromossômica Circular Circular Linear Organelas (mitocôndrias e plastídios) Ausente Ausente Presente Citoesqueleto Ausente Ausente Presente Fotossíntese baseada em clorofila Presente Ausente Presente
  • 17. EMBRIÓFITAS: PLANTAS TERRESTRES Angiospermas “Briófitas” “Pteridófitas” Licófita Monilófita Gimnospermas Sinfonogamia = tubo polínico
  • 18.
  • 21. ATÉ A PRÓXIMA AULA! Lembrete: Estudar o conteúdo para questões na próxima aula.