1. Como classificar os organismos - Document Transcript
1. COMO CLASSIFICAR OS ORGANISMOS Os humanos sempre sentiram necessidade de agrupar os
organismos na natureza, a fim de compreender a diversidade biológica e facilitar seu estudo. O mais
conhecido Sistema de Classificação dos seres vivos foiproposto por Carolus Linnaeus em meados do
século 18. Ele criouo que chamamos de Sistemática Clássica, que utiliza de todas as características
observadas num determinado organismo paraclassificá-lo dentro de categorias taxonômicas organizadas
numahierarquia. A Sistemática Clássica é responsáevel pela criação deReinos, Classes, Ordens, e
fundamentalmente, Gêneros eEspécies.Sistemática é a ciência que procura classificar os diversos
seresvivos e relacioná-los evolutivamente, expressando-se em sistemastaxonómicos. Para isso, reúne
conhecimentos e dados de outrasáreas. A taxonomia, por sua vez, trata da ordenação edenominação dos
seres vivos, agrupando-os de acordo com o seugrau de semelhança. A taxonomia pretende separar os
organismospor espécies, descrevendo as características que distinguem umaespécie da outra e
ordenando as espécies por categoriastaxonómicas. Por fim, a nomenclatura tem a função de
designarcientificamente os grupos taxonómicos, de acordo com certasregras universalmente
estabelecidas.O ramo da ciência que se responsabiliza pela classificação dosseres vivos – sistemática,
teve início no século IV a.C. porAristóteles, que ordenou os animais consoante o seu modo dereprodução
e o seu tipo de sangue: vermelho ou não vermelho. Apartir dos séculos XVII e XVIII os botânicos e
zoólogos começarama esboçar um sistema de categorias de classificação. Em 1758,Lineu fez o primeiro
trabalho extensivo de categorização, que aindaserve de base actualmente.
2. Como já foi referido, a ciência sistemática é caracterizada poraglomerar conhecimentos de varias áreas
ligadas à biologia.Quando foi criado o primeiro sistema de classificação, porAristóteles, as ferramentas
utilizadas para a classificação dos seresvivos eram muito rudimentares, a ciência ainda não estava
emdesenvolvimento. Foi a partir do século XVII que começou o grandeavanço na área da ciência com
Galileu e Descartes. Em 1758 já senotava significativamente o progresso obtido na ciência, através
dovasto trabalho de categorização de Lineu. Neste momento asferramentas utilizadas são muito mais
avançadas e tendem aevoluir cada vez mais. Dada a constante evolução das tecnologias eo progresso a
nível do conhecimento científico, a sistemáticatambém evoluiu, uma vez que esta reúne conhecimentos de
áreas asi ligadas. Actualmente tem-se recorrido à biologia molecular quepermite comparar os diferentes
códigos genéticos, e futuramente,com certeza, serão utilizados outros métodos para odesenvolvimento
da ciência sistemáticaA classificação feita por Whittaker em 1969, reconhece cinco reinos:Plantae,
Animalia, Fungi, Protista e Monera. Whittaker propõeinicialmente, dois critérios de classificação:
3. - Celularidade: unicelulares ou multicelulares;- Modo de nutrição: Autotróficos (fotossíntese);
heterotróficos(ingestão e absorção).Depois destes dois critérios foram acrescentados mais dois,
quefizeram constituir a classificação de Whittaker (modificada). Assim osistema passou a ter os seguintes
critérios:- Celularidade: unicelulares ou multicelulares;- Modo de nutrição: Autotróficos (fotossíntese e
quimiossíntese);heterotróficos (ingestão e absorção).- Tipo de células: Procarióticas e eucarióticas;-
Interação nos ecossistemas: Produtores, consumidores.Whittaker substituiu as relações filogenéticas
(evolutivas) por umaclassificação ecológica, tornando a sua classificação mais simples eobjectiva.No ano
de 1990, Carl Woese, criou um novo sistema declassificação, em que os seres não eram classificados em
reinosmas sim em domínios. Por domínio entende-se cada um dos trêsclades propostos por Woese para,
de certa forma, substituir osreinos. Uma clade é um grupo de seres vivos que se
relacionamevolutivamente. Woese e os seus colegas usaram as investigaçõesrealizadas a nível do
genoma e concluíram que o grupo dos seresprocariontes se pode dividir em dois. Assim, obtemos três
grandesdomínios:
4. Bacteria, Archaea e Eukarya. Como critérios para estaclassificação, Carl Woese utilizou a comparação
genética. Estaclassificação tem em vista apenas as relações filogenéticas entre osseres, o que a torna
mais complexa, por outro lado, é umaclassificação mais abrangente uma vez que divide todos os
seresem três grandes domínios.
5. Evolução dos sistemas de classificaçãoOs domínios de WooseWoese e Fox revolucionaram o
pensamento científico quando,baseados na análise de seqüências de RNAr, propuseram umabipartição dos
procariontes em Eubacteria e Archaeabacteria,posteriormente renomeados Archaea e Bacteria (Woese et
al.,1990). Com esta proposta o mundo vivo passou a ser classificadoem três grandes domínios: Bacteria,
Archaea e Eukarya. Osmembros de dois destes domínios, Archaea e Bacteria, sãoconsiderados
procariontes porque não apresentam uma cariotecacompartimentalizando o cromossomo e nem as
organelas típicas deeucariontes; na classificação de Whittaker (5 reinos) pertencem aoreino Monera. Em
geral o seu genoma está organizado num grandecromossomo circular, ocasionalmente acompanhado de
um ou maisplasmídios. Estes dois domínios diferem na composição do RNAribossômico, na estrutura da
parede celular e no metabolismo. Osurgimento da carioteca identifica os Eucarya que incluem, além
deanimais e vegetais, os fungos e os protistas. As tabelas a seguirapresentam algumas semelhanças e
diferenças entre os trêsdomínios.
6. O ramo que originou as Arqueobactérias teria, mais tarde, originadoos eucariontes (Eukarya). Considera-
se que as arqueobactériasatuais sofreram poucas alterações, em relação aos seus ancestrais.Estes
procariontes vivem em locais com condições extremamenteadversas para outros seres vivos,
provavelmente semelhantes àsque existiriam na Terra primitiva
7. As arqueobactérias podem ser divididas em três grandes gruposprincipais:a) Halófilas - Vivem em
concentrações salinas extremas, dezenasde vezes mais salgadas que a água do mar, em locais
comosalinas, lagos de sal ou soda, etc. A sua temperatura ótima é entre35 e 50ºC. Estas bactérias são
autotróficas, mas o seu mecanismode produção de ATP é radicalmente diferente do habitual poisutilizam
um pigmento vermelho único - bacteriorrodopsina - quefunciona como uma bomba de prótons (como os
da fosforilaçãooxidativa nas mitocôndrias) que lhes permite obter energia;b) Metanogênicas - Este grupo
de bactérias foi o primeiro a serreconhecido como único. Vivem em pântanos, no fundo dosoceanos,
estações de tratamento de esgotos e no tubo digestivodos ruminantes, onde produzem metano (CH4)
como resultado dadegradação da celulose. As reservas de gás natural queconhecemos são o resultado do
2. metabolismo anaeróbio obrigatórioe produtor de metano de bactérias deste tipo no passado.
Algumasconseguem produzir metano a partir de CO2 e H2, obtendo energia
8. desse processo. O gênero Methanosarcina consegue fixarnitrogênio atmosférico, capacidade que se
julgava única daseubactérias;c) Termoacidófilas - Vivem em zonas de águas termais ácidas,com
temperaturas ótimas entre 70 e 150ºC e valores de pH ótimoperto do 1. Na sua grande maioria utilizam
enxofre. Podem serquimioautotróficas, obtendo energia da oxidação do ácido sulfídrico(H2S) a partir do
enxofre, ou heterotróficas.