Este documento descreve a doutrina espírita da pluralidade das existências, explicando que:
1) As almas podem reencarnar em diferentes mundos e não apenas na Terra, passando de mundos inferiores para mundos superiores conforme seu progresso;
2) É possível viver várias vezes na Terra ou em outros mundos se ainda não se está preparado para um mundo superior;
3) Ao passar de um mundo para outro, a alma conserva sua inteligência mas pode não ter os mesmos meios de manifestá-la dependendo do corpo.
3. 172 – Nossas diferentes existências
corporais se passam todas sobre a Terra?
Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que
passamos neste globo não é a primeira, nem a
última e é uma das mais materiais e das mais
distanciadas da perfeição.
4. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede
também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse
assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e
vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver
estejais vós também. João 14:1-3
Na casa de meu Pai há muitas moradas
5. CLASSIFICAÇÃO DOS MUNDOS
Primitivos destinados às primeiras encarnações
humanas, vida totalmente material. Prevalece
o instinto e a lei do mais forte.
Provas e
Expiações
O mal predomina sobre o bem.
O mal está sempre presente na vida dos seres
humanos.
Regeneradores O Bem já prevalece sobre o mal. Reduz os
índices de maldade na convivência social.
Momento de transição da Terra.
Ditosos ou
Felizes
O bem sobrepuja o mal. O bem está sempre
presente na vida das pessoas, em todas as
situações.
Celestes ou
Divinos
moradas dos Espíritos puros. O bem reina
soberano. Somente o amor.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo III
6. 173 – A alma, a cada nova existência
corporal, passa de um mundo a outro ou
pode viver várias vezes sobre o mesmo
globo?
Pode reviver muitas vezes sobre o mesmo globo
se não é bastante avançada para passar para
um mundo superior.
a) Assim, podemos reaparecer várias vezes
sobre a Terra?
Certamente.
b) Podemos voltar a ela depois de termos
vivido em outros mundos?
Seguramente; já vivestes em outros mundos e
sobre a Terra.
7. “Quando, num planeta, cessa a
possibilidade da aquisição de
experiências fundamentais para
a percepção das leis de Deus, o
Espírito passa a reencarnar em
mundos mais adiantados”
Adenáuer
8. 174 – Voltar a habitar a Terra é uma
necessidade?
Não, mas se não progredistes, podereis ir
para outro mundo que não seja melhor, e que
pode ser pior.
9. 175 – Existe alguma vantagem em voltar a
habitar sobre a Terra?
Nenhuma vantagem particular, a menos que seja
em missão; nesse caso, se progride aí como em
outro mundo.
a) Não seria melhor permanecer como
Espírito?
Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é
avançar para Deus.
10. 176 – Os Espíritos depois de terem encarnado em
outros mundos, podem encarnar neste sem jamais
terem passado por aqui?
Sim, como vós em outros mundos. Todos os mundos
são solidários; o que não se faz num, pode-se fazer
noutro.
a) Há homens que estão sobre a Terra pela primeira
vez?
Há muitos e em diversos graus.
b) Pode-se reconhecer, por um sinal qualquer,
quando um Espírito está pela primeira vez na Terra?
Nenhuma utilidade teria isso.
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14. 177 – Para alcançar a perfeição e o bem supremo,
objetivo final de todos os homens, o Espírito deve
passar por todos os mundos que existem no
Universo?
Não, pois há muitos mundos que estão no mesmo
nível e onde o Espírito não aprenderia nada de novo.
a) Como se explica, nesse caso, a pluralidade de
suas existências sobre um mesmo globo?
Ele pode se encontrar aí cada vez em posições bem
diferentes, que são outras tantas ocasiões de
adquirir experiência.
15. 178 – Os Espíritos podem reviver corporalmente num mundo
relativamente inferior àquele em que já viveram?
Sim, quando devem cumprir uma missão para ajudar o
progresso, e, nesse caso, aceitam com alegria as tribulações
dessa existência, visto que lhes fornecem um meio de progredir.
a) Isso não pode ocorrer por expiação e Deus não pode enviar
os Espíritos rebeldes para mundos inferiores?
Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas não
retrogradam; a sua punição, pois, é a de não avançar e de
recomeçar as existências mal-empregadas num meio
conveniente à sua natureza.
b) Quais são aqueles que devem recomeçar a mesma
existência?
Os que faliram em suas missões ou em suas provas.
16. 179 – Os seres que habitam cada
mundo alcançaram um mesmo grau de
perfeição?
Não, é como ocorre sobre a Terra: existem os
mais e os menos avançados.
17. 180 – Passando deste mundo para outro,
o Espírito conserva a inteligência que
tinha aqui?
Sem dúvida, a inteligência não se perde, mas ele
pode não dispor dos mesmos meios para
manifestá-la, dependendo isso da sua
superioridade e das condições do corpo que
tomar. (Ver Influência do organismo).
18. 181 – Os seres que habitam os diferentes
mundos têm corpos semelhantes ao nosso?
Sem dúvida, eles têm corpos porque é preciso que o
Espírito esteja revestido de matéria para poder agir
sobre a matéria; mas esse envoltório é mais ou
menos material de acordo com o grau de pureza a
que chegaram os Espíritos, e é isso que diferencia os
mundos que devemos percorrer. Há várias moradas
na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto.
Alguns sabem disso e estão conscientes aqui na
Terra; outros nada sabem.
19. 182 – Podemos conhecer com exatidão o
estado físico e moral dos diferentes
mundos?
Nós, os Espíritos, só podemos responder de
acordo com o grau de adiantamento em que vos
achais; quer dizer que não devemos revelar
estas coisas a todos, porque nem todos estão
em condições de compreendê-las, e isso os
perturbaria.
20. Allan Kardec:
À medida que o Espírito se purifica, o corpo que ele
reveste se aproxima igualmente da natureza
espírita. A matéria é menos densa, não rastejam
mais penosamente na superfície do solo, as
necessidades físicas são menos grosseiras e os seres
vivos não têm mais necessidade de se
entredevorarem para se nutrir. O Espírito é mais
livre e tem, para as coisas distantes, percepções que
nos são desconhecidas; vê pelos olhos do corpo o
que vemos apenas pelo pensamento.
A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição
moral dos seres em que estão encarnados. As
paixões animais enfraquecem e o egoísmo cede
lugar ao sentimento de fraternidade.
21. É assim que, nos mundos superiores à Terra, as guerras
são desconhecidas, os ódios e as discórdias não têm
motivo, visto que ninguém se preocupa em causar
dano ao seu semelhante. A intuição que seus
habitantes têm do futuro, a segurança que lhes dá uma
consciência isenta de remorsos, fazem com que a
morte não lhes cause nenhuma apreensão; recebem-
na sem medo como uma simples transformação.
A duração da vida nos diferentes mundos parece ser
proporcional ao grau de superioridade física e moral
desses mundos; e isto é perfeitamente racional.
Quanto menos o corpo é material, menos está sujeito
às vicissitudes que o desorganizam; quanto mais puro
o Espírito, menos paixões para destruí-lo. É esse um
auxílio da Providência, que deseja abreviar os
sofrimentos.
22. 183 – Passando de um mundo a outro,
o Espírito passa por uma nova
infância?
A infância é, em toda parte, uma transição
necessária, porém, não é em toda parte
assim precária como entre vós.
23. 184 – O Espírito pode escolher o novo
mundo que vai habitar?
Nem sempre, mas pode pedir e, se tiver méritos,
pode ser atendido; pois os mundos são acessíveis
aos Espíritos de acordo com o seu grau de elevação.
a) Se o Espírito nada pede, o que determina
o mundo em que deve se reencarnar?
O grau de sua elevação.
24. 185 – As condições físicas e morais dos seres vivos, em
cada globo, são sempre as mesmas, perpetuamente?
Não; os mundos também são submetidos à lei do
progresso. Todos começaram como o vosso, por um
estado inferior, e a própria Terra suportará uma
transformação semelhante. Tornar-se-á um paraíso
terrestre, quando os homens se tornarem bons.
Allan Kardec: É assim que as raças que povoam hoje a
Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por
seres cada vez mais perfeitos; essas raças
transformadas sucederão às atuais, como estas
sucederam a outras mais atrasadas.
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27. Seres de Outros Planetas Estão Encarnando na Terra
Divaldo Franco
28. 186 – Há mundos onde o Espírito, cessando de habitar
corpos materiais, só tenha por envoltório o
perispírito?
Sim, e esse próprio envoltório torna-se tão etéreo que,
para vós, como se não existisse; é o estado dos Espíritos
puros.
a) Resulta daí, ao que parece, que não há uma
demarcação definida entre o estado das últimas
encarnações e aquele dos Espíritos puros?
Essa demarcação não existe; a diferença, que se desfaz
pouco a pouco, torna-se imperceptível, como a noite
que se desfaz aos primeiros clarões do dia
29. 187 – A substância do perispírito é a
mesma em todos os mundos?
Não; ela é mais ou menos etérea. Passando
de um mundo para outro o Espírito se
reveste da matéria própria de cada um, com
mais rapidez que um relâmpago.
30. 188 – Os Espíritos puros habitam
mundos especiais ou estão no espaço
universal sem estarem mais ligados a
um mundo que a outro?
Os Espíritos puros habitam certos mundos,
mas não estão confinados neles como os
homens sobre a Terra; eles podem, melhor
que os outros, estar por toda a parte. (1)
31. (1) - Segundo os Espíritos, de todos os globos que
compõem o nosso sistema planetário, a Terra é um
daqueles onde os Espíritos são os menos avançados,
física e moralmente. Marte seria ainda inferior e Júpiter,
o mais superior em relação a todos. O Sol não seria um
mundo habitado por seres corporais, mas um local de
reunião dos Espíritos superiores que, de lá, irradiam
seus pensamentos para outros mundos, que dirigem
por intermédio dos Espíritos menos elevados,
transmitindo-os a estes, por intermédio do fluido
universal. Como constituição física, o Sol seria um foco
de eletricidade. Todos os sóis parecem estar numa
posição idêntica.
32. O volume e a distância que estão
do Sol não têm nenhuma relação
necessária com o grau de
adiantamento dos mundos, pois
parece que Vênus é mais
adiantado que a Terra, e Saturno
menos adiantado que Júpiter.
33. Vários Espíritos que animaram pessoas conhecidas sobre a
Terra, disseram estar encarnados em Júpiter, um dos
mundos mais próximos da perfeição, e ficaram admirados
de ver, nesse globo tão adiantado, homens que, na opinião
do nosso mundo, não eram tão elevados. Isso não deve
causar admiração, se considerarmos que certos Espíritos
que habitam aquele planeta podiam ter sido enviados à
Terra para cumprir uma missão, que, aos nossos olhos, não
os colocava em primeiro plano; em segundo lugar que,
entre a existência que viveram na Terra e a que vivem em
Júpiter, devem ter tido outras intermediárias, nas quais se
melhoraram; em terceiro lugar, que nesse mundo, como no
nosso, existem diferentes graus de adiantamento e que,
entre esses graus, pode haver a mesma distância que
separa, entre nós, o selvagem do homem civilizado.
34. Assim, do fato de habitarem Júpiter não se segue que
estão ao nível dos seres mais avançados, da mesma
forma que não se está ao mesmo nível de um sábio do
Instituto, só porque se habita em Paris.
As condições de longevidade não são, também, em
toda parte as mesmas de sobre a Terra e a idade não se
pode comparar. Uma pessoa desencarnada havia alguns
anos, sendo evocada, disse estar encarnada há seis
meses num mundo cujo nome nos é desconhecido.
Interrogada sobre a idade que tinha esse mundo,
respondeu: “Não posso avaliá-la porque não contamos
o tempo como vós; depois, o nosso modo de vida não é
o mesmo, desenvolvemo-nos com muito maior rapidez;
embora não faça mais que seis dos vossos meses que lá
estou, quanto à inteligência, posso dizer que tenho
trinta anos da idade que tive sobre a Terra.”
35. Muitas respostas análogas nos foram dadas por outros
Espíritos e isso nada tem de inacreditável. Não vemos
sobre a Terra um grande número de animais adquirir,
em poucos meses, o seu desenvolvimento normal? Por
que não poderia ocorrer a mesma coisa com o homem
de outras esferas? Notemos, por outro lado, que o
desenvolvimento alcançado pelo homem na Terra, na
idade de trinta anos, pode ser uma espécie de infância
comparado àquele que deve alcançar. Bem curto de
vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos
da Criação, e é rebaixar a Divindade acreditar-se que,
fora o homem, nada mais seja possível a Deus.
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37. CRÉDITOS
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de
Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
Pág. 84 à 87.