Este documento resume um livro de ensaios escrito por Ciro Flamarion Cardoso sobre teoria e metodologia histórica. O autor discute várias correntes historiográficas como o marxismo, a Escola dos Annales, o pós-modernismo e a História Cultural. Ele também analisa questões como narrativa histórica, religião, identidade nacional, arte e como sociedade e cultura foram entendidas ao longo do tempo.
Chartier, roger a história ou a leitura do tempoStefânia Weinert
Este documento discute a natureza da história como disciplina. Afirma que a história é tanto um relato quanto uma forma de conhecimento, apesar de ter resistido a essas noções no passado. Explora como autores como Paul Veyne, Hayden White e Michel de Certeau destacaram as dimensões narrativas e retóricas da escrita histórica, levantando questões sobre seu status como conhecimento. Também discute tentativas de reafirmar a capacidade da história de produzir conhecimento verdadeiro através de té
Entre praticas e_representacoes_os_folhetins_nos_anos_sessentaSilvana Oliveira
Este documento apresenta um resumo de uma dissertação de mestrado sobre as representações sociais na década de 1960 através dos folhetins publicados pela revista Capricho no Brasil. O objetivo é analisar como esses folhetins refletiam a mentalidade feminina da época e as formas de leitura e cultura popular, sem colocá-los de modo simplista como "cultura de massa".
Roger Chartier propõe uma nova abordagem para a história cultural, focando nas representações sociais e práticas culturais ao invés de apenas eventos. Ele argumenta que as representações constroem o sentido do presente e que o historiador deve considerar como os textos são apropriados e lidos. Chartier também discute como conceitos de outros teóricos como Foucault, Certeau e Bourdieu influenciaram seu trabalho.
Durval Muniz de Albuquerque Júnior reúne artigos sobre teoria da história em três partes: 1) o envolvimento entre história e literatura, 2) as contribuições e polêmicas de Michel Foucault, 3) aspectos variados do trabalho do historiador. O autor defende um caráter artístico e poético para a história pensada com a literatura, não contra ela.
1. O texto discute a escrita de si como parte da produção do indivíduo moderno ocidental e suas implicações para a pesquisa histórica.
2. A escrita de si marca a ligação entre a história privada e novas fontes, objetos e métodos para os historiadores.
3. Alguns autores, como A. Tito Filho, imprimiram nas próprias obras marcas da escrita de si, modificando a leitura dos textos e a relação entre autor e leitor.
Este documento apresenta o programa, cronograma e bibliografia da disciplina "Teoria e Metodologia da História" ministrada pelo professor José Carlos Reis. O curso abordará as principais teorias e metodologias históricas do século XX, como o marxismo, a Escola dos Annales, e enfoques pós-modernos. Serão discutidos temas como causalidade, compreensão, temporalidade e memória. O cronograma lista 5 unidades temáticas e seminários sobre autores como Marx, Bloch, Braudel e Foucault.
1) A História Cultural se tornou popular nos últimos decênios, com cerca de 80% das pesquisas universitárias brasileiras focando nela.
2) No entanto, alguns criticam a História Cultural por ser um termo vago e sem consistência teórica.
3) O texto resume as principais características e contribuições da História Cultural, como o foco em representações, imaginário, narrativas e sensibilidades.
O documento discute a história do Egito Antigo, descrevendo como o fortalecimento da monarquia permitiu o surgimento de uma aristocracia formada por altos funcionários reais e governadores de províncias, que possuíam a propriedade efetiva das terras. Isso, somado ao aumento da demanda por serviços, levou ao desenvolvimento de uma classe média de artesãos e funcionários.
Chartier, roger a história ou a leitura do tempoStefânia Weinert
Este documento discute a natureza da história como disciplina. Afirma que a história é tanto um relato quanto uma forma de conhecimento, apesar de ter resistido a essas noções no passado. Explora como autores como Paul Veyne, Hayden White e Michel de Certeau destacaram as dimensões narrativas e retóricas da escrita histórica, levantando questões sobre seu status como conhecimento. Também discute tentativas de reafirmar a capacidade da história de produzir conhecimento verdadeiro através de té
Entre praticas e_representacoes_os_folhetins_nos_anos_sessentaSilvana Oliveira
Este documento apresenta um resumo de uma dissertação de mestrado sobre as representações sociais na década de 1960 através dos folhetins publicados pela revista Capricho no Brasil. O objetivo é analisar como esses folhetins refletiam a mentalidade feminina da época e as formas de leitura e cultura popular, sem colocá-los de modo simplista como "cultura de massa".
Roger Chartier propõe uma nova abordagem para a história cultural, focando nas representações sociais e práticas culturais ao invés de apenas eventos. Ele argumenta que as representações constroem o sentido do presente e que o historiador deve considerar como os textos são apropriados e lidos. Chartier também discute como conceitos de outros teóricos como Foucault, Certeau e Bourdieu influenciaram seu trabalho.
Durval Muniz de Albuquerque Júnior reúne artigos sobre teoria da história em três partes: 1) o envolvimento entre história e literatura, 2) as contribuições e polêmicas de Michel Foucault, 3) aspectos variados do trabalho do historiador. O autor defende um caráter artístico e poético para a história pensada com a literatura, não contra ela.
1. O texto discute a escrita de si como parte da produção do indivíduo moderno ocidental e suas implicações para a pesquisa histórica.
2. A escrita de si marca a ligação entre a história privada e novas fontes, objetos e métodos para os historiadores.
3. Alguns autores, como A. Tito Filho, imprimiram nas próprias obras marcas da escrita de si, modificando a leitura dos textos e a relação entre autor e leitor.
Este documento apresenta o programa, cronograma e bibliografia da disciplina "Teoria e Metodologia da História" ministrada pelo professor José Carlos Reis. O curso abordará as principais teorias e metodologias históricas do século XX, como o marxismo, a Escola dos Annales, e enfoques pós-modernos. Serão discutidos temas como causalidade, compreensão, temporalidade e memória. O cronograma lista 5 unidades temáticas e seminários sobre autores como Marx, Bloch, Braudel e Foucault.
1) A História Cultural se tornou popular nos últimos decênios, com cerca de 80% das pesquisas universitárias brasileiras focando nela.
2) No entanto, alguns criticam a História Cultural por ser um termo vago e sem consistência teórica.
3) O texto resume as principais características e contribuições da História Cultural, como o foco em representações, imaginário, narrativas e sensibilidades.
O documento discute a história do Egito Antigo, descrevendo como o fortalecimento da monarquia permitiu o surgimento de uma aristocracia formada por altos funcionários reais e governadores de províncias, que possuíam a propriedade efetiva das terras. Isso, somado ao aumento da demanda por serviços, levou ao desenvolvimento de uma classe média de artesãos e funcionários.
O documento discute diferentes perspectivas sobre a escrita da história. Veyne argumenta que a história não pode deduzir ou prever, mas dar sentido à narrativa. Já Vico defende que a verdade histórica pode ser conhecida pelos autores da história, assim como Deus conhece a natureza.
O documento discute diferentes concepções de tempo na história, incluindo: 1) O tempo social construído pelas sociedades; 2) A unificação do tempo cristão a partir do nascimento de Cristo; 3) A periodização da história em períodos significativos para organizar os acontecimentos.
A DANÇA GROTESCA DE TERRA FÉRTIL: ENCRUZILHADAS COM ESTUDOS DE GÊNERO E FEMIN...Universidade da Baêa
O documento discute a obra Terra Fértil através das lentes dos Estudos de Gênero e Feminismo e Estudos em Dança Contemporânea. A autora propõe o conceito de "Grotesca" para descrever uma corporalidade fora dos padrões de humanidade representada na obra. Além disso, analisa como a Colonialidade de Gênero influencia a construção social de gênero e raça.
Este documento discute um livro de Francisco José Calazans Falcon sobre teoria da história e historiografia. O livro explora questões como: 1) o duplo significado da palavra "história"; 2) a crise do saber histórico; 3) o realismo histórico e a busca pela verdade histórica a partir de fontes documentais.
O documento discute a evolução dos meios de comunicação e transmissão do conhecimento ao longo da história, desde os pergaminhos e códices manuscritos da Antiguidade até os livros impressos após a invenção da prensa móvel por Gutenberg. Também aborda o Iluminismo e a Enciclopédia como marcos na disseminação universal do saber, e as possibilidades trazidas pelos meios digitais para uma aprendizagem mais interativa.
O documento discute dois ensaios de Lévi-Strauss sobre a relação entre História e Etnologia. No primeiro ensaio de 1949, Lévi-Strauss argumenta que a Etnologia deve se diferenciar da História focando no presente em vez do passado. No segundo ensaio de 1983, Lévi-Strauss adota uma abordagem mais conciliatória entre as disciplinas.
O documento discute conceitos fundamentais da história como ciência, incluindo:
1) A história investiga o passado da humanidade e seu desenvolvimento tendo como referência um lugar, época ou povo.
2) Fontes históricas como documentos, obras de arte e registros orais fornecem informações sobre como as sociedades humanas evoluíram ao longo do tempo.
3) O tempo histórico é construído pelo historiador para analisar mudanças sociais em determinado período, levando em conta variáveis culturais e soc
Resenha do texto historia das mentalidades e historia cultural r vainfasSandra Kroetz
1) O autor discute a história das mentalidades no contexto da Escola dos Annales francesa, que buscava estudar as mentalidades e modo de vida das massas, em contraposição à história focada em eventos políticos e militares.
2) É apresentada a evolução da Escola dos Annales em três fases, com ênfase inicial na economia e, posteriormente, no estudo das mentalidades.
3) O conceito de mentalidades é debatido, com dificuldades em sua definição e delimitação conceitual, contribuindo para seu de
1) O documento discute a biografia e seu lugar na ciência histórica do século XIX, com foco nas formulações de Wilhelm Dilthey sobre o assunto.
2) Dilthey via a biografia como uma forma de compreensão da história que valorizava a individualidade e singularidade dos eventos e pessoas, em contraste com abordagens globalizantes.
3) No século XIX, houve debates sobre como conciliar a narrativa biográfica com a busca pela verdade histórica, considerando a subjetividade do biógrafo e os limites da representação.
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do en...Raquel Alves
O documento discute a poesia dos poetas-soldados britânicos Rupert Brooke e Siegfried Sassoon durante a Primeira Guerra Mundial. Ambos os poetas inicialmente apoiaram a guerra em suas obras, porém depois de experienciarem diretamente os horrores da guerra, suas poesias passaram a criticá-la e expor suas mentiras e brutalidades. O documento analisa como suas obras refletiram o discurso propagandístico a favor da guerra no início e, posteriormente, denunciaram a realidade sangrenta que
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
O documento discute a natureza da história e como ela é produzida. Em três pontos principais: 1) A história é um discurso sobre o passado construído a partir de perspectivas presentes, não um relato objetivo; 2) Existem múltiplas interpretações válidas do passado, sem uma única "verdade"; 3) A produção da história é influenciada por fatores ideológicos e institucionais.
O texto discute a teoria da História e como diferentes abordagens e perspectivas ideológicas influenciam a interpretação dos fatos históricos. Defende que a História é relativa e depende do historiador, sendo influenciada por valores, posições e pressupostos. Aponta que a abordagem pós-modernista questiona a noção de uma única verdade histórica e defende que diferentes grupos esperam coisas diferentes da História.
Apresenta a história da fundação de Cáceres em 1778 e seu desenvolvimento inicial centrado na Fazenda Jacobina. Discute o progresso no século XIX devido à extração de ipecacuanha e borracha, bem como a abertura da navegação no Rio Paraguai. Explica que Vila Maria do Paraguai recebeu o nome de São Luiz de Cáceres em 1874 quando foi elevada à categoria de cidade.
1) O documento discute as noções de gênero, parentesco e identidade no sertão nordestino, especificamente na região do Cariri.
2) Questiona como conceitos como "família patriarcal" e "parentesco" podem ocidentalizar as relações sociais estudadas.
3) Defende que a antropologia deve ir além dos conceitos para captar as múltiplas formas de subjetividade e relações sociais.
Da história das mentalidades à história cultural - Teoria da história IIKaio Veiga
A história das mentalidades declinou a partir da década de 1980 devido a fortes críticas, abrindo espaço para novos campos como a história da vida privada e da sexualidade. Estes campos absorveram parte das mentalidades. No entanto, o principal refúgio das mentalidades foi a história cultural, que buscou corrigir as imperfeições teóricas das mentalidades e defender a legitimidade do estudo do "mental" sem abrir mão da história como disciplina. A história cultural apresenta uma abordagem pluralista e valoriza estratificações socioc
Este artigo discute três pontos principais:
1) A importância de identificar o "lugar de produção" dos textos usados como fontes históricas.
2) Como o conceito de "lugar de produção" foi desenvolvido por Michel de Certeau para analisar a historiografia.
3) A aplicação deste conceito para entender que as fontes históricas também foram produzidas em um contexto específico.
1) O documento discute como a educação moderna se desenvolveu entre a transmissão de conhecimento e a vigilância, com a escola assumindo um papel de controle.
2) A autoridade do mestre diminuiu com a modernidade enquanto a reflexividade aumentou, mas isso também levou a uma perda da especificidade educacional.
3) Há debates sobre se as atuais dificuldades educacionais são resultado inevitável dos valores modernos ou se a função paterna sofreu mais um deslocamento do que um declínio.
Este documento discute como a teoria social contemporânea pode fornecer novas perspectivas para entender a vida e morte nas arenas romanas. Ele critica modelos interpretativos normativos e enfatiza a heterogeneidade das sociedades.
O documento discute a função humanizadora da literatura e como ela pode confirmar a humanidade do homem. A literatura pode satisfazer a necessidade universal de fantasia e contribuir para a formação da personalidade, além de fornecer conhecimento sobre o mundo e o ser humano ao representar uma realidade social e humana. No entanto, o regionalismo literário pode tanto estabelecer uma relação adequada entre tema e linguagem quanto ser um fator de artificialidade na linguagem e alienação no conhecimento do país.
Deriva cigana um estudo etnográfico sobre os ciganosmaladigitalmourao
Este resumo descreve duas recentes monografias antropológicas sobre comunidades cigana em Portugal. A primeira monografia descreve de forma holística uma comunidade cigana em Lisboa, enquanto a segunda foca especificamente no movimento evangélico cigano e no papel da música na identidade cigana. Embora ambas estudem ciganos, adotam abordagens metodológicas e teóricas distintas.
O artigo descreve os métodos de pesquisa utilizados na história da psicologia, discutindo: 1) as relações entre o trabalho histórico, a preservação da memória e a criação de documentos; 2) a existência de diversas abordagens metodológicas dependendo do objeto escolhido; 3) as novas interações entre historiografia, ciências humanas e psicologia, incluindo abordagens interdisciplinares como a psicologia histórica.
Roger Chartier propõe uma nova abordagem para a história cultural, focando nas representações sociais e práticas culturais ao invés de apenas eventos. Seu livro discute como as representações constroem o sentido social e como a leitura e apropriação dos textos influenciam o leitor. Chartier também reflete sobre como os historiadores produzem discursos históricos e devem considerar as técnicas narrativas e posições sociais.
O documento discute diferentes perspectivas sobre a escrita da história. Veyne argumenta que a história não pode deduzir ou prever, mas dar sentido à narrativa. Já Vico defende que a verdade histórica pode ser conhecida pelos autores da história, assim como Deus conhece a natureza.
O documento discute diferentes concepções de tempo na história, incluindo: 1) O tempo social construído pelas sociedades; 2) A unificação do tempo cristão a partir do nascimento de Cristo; 3) A periodização da história em períodos significativos para organizar os acontecimentos.
A DANÇA GROTESCA DE TERRA FÉRTIL: ENCRUZILHADAS COM ESTUDOS DE GÊNERO E FEMIN...Universidade da Baêa
O documento discute a obra Terra Fértil através das lentes dos Estudos de Gênero e Feminismo e Estudos em Dança Contemporânea. A autora propõe o conceito de "Grotesca" para descrever uma corporalidade fora dos padrões de humanidade representada na obra. Além disso, analisa como a Colonialidade de Gênero influencia a construção social de gênero e raça.
Este documento discute um livro de Francisco José Calazans Falcon sobre teoria da história e historiografia. O livro explora questões como: 1) o duplo significado da palavra "história"; 2) a crise do saber histórico; 3) o realismo histórico e a busca pela verdade histórica a partir de fontes documentais.
O documento discute a evolução dos meios de comunicação e transmissão do conhecimento ao longo da história, desde os pergaminhos e códices manuscritos da Antiguidade até os livros impressos após a invenção da prensa móvel por Gutenberg. Também aborda o Iluminismo e a Enciclopédia como marcos na disseminação universal do saber, e as possibilidades trazidas pelos meios digitais para uma aprendizagem mais interativa.
O documento discute dois ensaios de Lévi-Strauss sobre a relação entre História e Etnologia. No primeiro ensaio de 1949, Lévi-Strauss argumenta que a Etnologia deve se diferenciar da História focando no presente em vez do passado. No segundo ensaio de 1983, Lévi-Strauss adota uma abordagem mais conciliatória entre as disciplinas.
O documento discute conceitos fundamentais da história como ciência, incluindo:
1) A história investiga o passado da humanidade e seu desenvolvimento tendo como referência um lugar, época ou povo.
2) Fontes históricas como documentos, obras de arte e registros orais fornecem informações sobre como as sociedades humanas evoluíram ao longo do tempo.
3) O tempo histórico é construído pelo historiador para analisar mudanças sociais em determinado período, levando em conta variáveis culturais e soc
Resenha do texto historia das mentalidades e historia cultural r vainfasSandra Kroetz
1) O autor discute a história das mentalidades no contexto da Escola dos Annales francesa, que buscava estudar as mentalidades e modo de vida das massas, em contraposição à história focada em eventos políticos e militares.
2) É apresentada a evolução da Escola dos Annales em três fases, com ênfase inicial na economia e, posteriormente, no estudo das mentalidades.
3) O conceito de mentalidades é debatido, com dificuldades em sua definição e delimitação conceitual, contribuindo para seu de
1) O documento discute a biografia e seu lugar na ciência histórica do século XIX, com foco nas formulações de Wilhelm Dilthey sobre o assunto.
2) Dilthey via a biografia como uma forma de compreensão da história que valorizava a individualidade e singularidade dos eventos e pessoas, em contraste com abordagens globalizantes.
3) No século XIX, houve debates sobre como conciliar a narrativa biográfica com a busca pela verdade histórica, considerando a subjetividade do biógrafo e os limites da representação.
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do en...Raquel Alves
O documento discute a poesia dos poetas-soldados britânicos Rupert Brooke e Siegfried Sassoon durante a Primeira Guerra Mundial. Ambos os poetas inicialmente apoiaram a guerra em suas obras, porém depois de experienciarem diretamente os horrores da guerra, suas poesias passaram a criticá-la e expor suas mentiras e brutalidades. O documento analisa como suas obras refletiram o discurso propagandístico a favor da guerra no início e, posteriormente, denunciaram a realidade sangrenta que
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
O documento discute a natureza da história e como ela é produzida. Em três pontos principais: 1) A história é um discurso sobre o passado construído a partir de perspectivas presentes, não um relato objetivo; 2) Existem múltiplas interpretações válidas do passado, sem uma única "verdade"; 3) A produção da história é influenciada por fatores ideológicos e institucionais.
O texto discute a teoria da História e como diferentes abordagens e perspectivas ideológicas influenciam a interpretação dos fatos históricos. Defende que a História é relativa e depende do historiador, sendo influenciada por valores, posições e pressupostos. Aponta que a abordagem pós-modernista questiona a noção de uma única verdade histórica e defende que diferentes grupos esperam coisas diferentes da História.
Apresenta a história da fundação de Cáceres em 1778 e seu desenvolvimento inicial centrado na Fazenda Jacobina. Discute o progresso no século XIX devido à extração de ipecacuanha e borracha, bem como a abertura da navegação no Rio Paraguai. Explica que Vila Maria do Paraguai recebeu o nome de São Luiz de Cáceres em 1874 quando foi elevada à categoria de cidade.
1) O documento discute as noções de gênero, parentesco e identidade no sertão nordestino, especificamente na região do Cariri.
2) Questiona como conceitos como "família patriarcal" e "parentesco" podem ocidentalizar as relações sociais estudadas.
3) Defende que a antropologia deve ir além dos conceitos para captar as múltiplas formas de subjetividade e relações sociais.
Da história das mentalidades à história cultural - Teoria da história IIKaio Veiga
A história das mentalidades declinou a partir da década de 1980 devido a fortes críticas, abrindo espaço para novos campos como a história da vida privada e da sexualidade. Estes campos absorveram parte das mentalidades. No entanto, o principal refúgio das mentalidades foi a história cultural, que buscou corrigir as imperfeições teóricas das mentalidades e defender a legitimidade do estudo do "mental" sem abrir mão da história como disciplina. A história cultural apresenta uma abordagem pluralista e valoriza estratificações socioc
Este artigo discute três pontos principais:
1) A importância de identificar o "lugar de produção" dos textos usados como fontes históricas.
2) Como o conceito de "lugar de produção" foi desenvolvido por Michel de Certeau para analisar a historiografia.
3) A aplicação deste conceito para entender que as fontes históricas também foram produzidas em um contexto específico.
1) O documento discute como a educação moderna se desenvolveu entre a transmissão de conhecimento e a vigilância, com a escola assumindo um papel de controle.
2) A autoridade do mestre diminuiu com a modernidade enquanto a reflexividade aumentou, mas isso também levou a uma perda da especificidade educacional.
3) Há debates sobre se as atuais dificuldades educacionais são resultado inevitável dos valores modernos ou se a função paterna sofreu mais um deslocamento do que um declínio.
Este documento discute como a teoria social contemporânea pode fornecer novas perspectivas para entender a vida e morte nas arenas romanas. Ele critica modelos interpretativos normativos e enfatiza a heterogeneidade das sociedades.
O documento discute a função humanizadora da literatura e como ela pode confirmar a humanidade do homem. A literatura pode satisfazer a necessidade universal de fantasia e contribuir para a formação da personalidade, além de fornecer conhecimento sobre o mundo e o ser humano ao representar uma realidade social e humana. No entanto, o regionalismo literário pode tanto estabelecer uma relação adequada entre tema e linguagem quanto ser um fator de artificialidade na linguagem e alienação no conhecimento do país.
Deriva cigana um estudo etnográfico sobre os ciganosmaladigitalmourao
Este resumo descreve duas recentes monografias antropológicas sobre comunidades cigana em Portugal. A primeira monografia descreve de forma holística uma comunidade cigana em Lisboa, enquanto a segunda foca especificamente no movimento evangélico cigano e no papel da música na identidade cigana. Embora ambas estudem ciganos, adotam abordagens metodológicas e teóricas distintas.
O artigo descreve os métodos de pesquisa utilizados na história da psicologia, discutindo: 1) as relações entre o trabalho histórico, a preservação da memória e a criação de documentos; 2) a existência de diversas abordagens metodológicas dependendo do objeto escolhido; 3) as novas interações entre historiografia, ciências humanas e psicologia, incluindo abordagens interdisciplinares como a psicologia histórica.
Roger Chartier propõe uma nova abordagem para a história cultural, focando nas representações sociais e práticas culturais ao invés de apenas eventos. Seu livro discute como as representações constroem o sentido social e como a leitura e apropriação dos textos influenciam o leitor. Chartier também reflete sobre como os historiadores produzem discursos históricos e devem considerar as técnicas narrativas e posições sociais.
O documento discute as visões de Franz Boas, Clifford Geertz e Claude Lévi-Strauss sobre cultura e alteridade. Boas rejeitou as teses evolucionistas e fundou o relativismo cultural, enquanto Geertz viu a cultura como um conjunto de significados simbólicos. Lévi-Strauss defendeu a existência de leis universais, vendo a cultura como um sistema estrutural de parentesco e trocas.
Mitologia: abordagens metodológicas para o historiador de Antiguidade ClássicaAndré Santos Luigi
Este artigo discute a abordagem metodológica para analisar mitos na Antiguidade Clássica, particularmente nos discursos de Dion Crisóstomo. A autora propõe aplicar análise semiótica como metodologia histórica. Ela revisa diferentes teorias sobre o conceito de mito e sua função, incluindo ideias de que mitos são narrativas que refletem os pensamentos de uma sociedade e servem como normas morais. A autora também discute a relação entre mito, memória e história na Grécia Antiga
Este documento fornece informações sobre os direitos autorais de uma obra disponibilizada gratuitamente online. Segundo o texto, a obra pode ser usada parcialmente para pesquisas e estudos, mas sua venda ou uso comercial é proibido. O documento também apresenta a equipe responsável pela disponibilização de conteúdos em domínio público de forma gratuita, com o objetivo de tornar o conhecimento acessível.
Paul Ricoeur - intencionalidade históricacrislautert
O documento discute a distinção entre historiografia e narrativa segundo Paul Ricoeur. Ricoeur argumenta que a ruptura entre os dois afeta três níveis: procedimentos, entidades e temporalidade. A historiografia se diferencia da narrativa nos processos explicativos, entidades analisadas e no conceito de tempo histórico.
Desafios para a historiografia frente à Diversidade cultural.pdfwilliannogueiracosta
O documento discute os desafios da historiografia frente à diversidade cultural. Aponta que a historiografia passou por mudanças significativas ao longo do tempo, ampliando as fontes consideradas válidas para além dos documentos oficiais. Também discute como a Escola de Annales influenciou a consideração de novas perspectivas culturais e como as redes sociais deram voz a grupos antes marginalizados.
O documento discute o que é história e fontes históricas segundo diferentes perspectivas. Apresenta as visões tradicional, materialista e da Escola dos Annales sobre história, além de detalhar as fases desta última, que ampliou o conceito de fonte histórica e introduziu novas abordagens como a longa, média e curta duração.
Este documento discute a representação do passado na historiografia entre o historicismo do século XIX e o narrativismo do século XX. O historicismo enfatizou a pesquisa rigorosa de fontes para construir narrativas individuais, enquanto o narrativismo questionou a referencialidade dos textos históricos. O autor argumenta que esses paradigmas podem ser conciliados em uma abordagem que atenda tanto a filosofia da pesquisa quanto da narrativa histórica.
ARTIGO – COMO A ARTE LITERÁRIA PODE AUXILIAR NO ENSINO DE HISTÓRIA?.Tissiane Gomes
O documento discute como a arte literária pode auxiliar no ensino de história. A Escola dos Annales introduziu novas fontes históricas como a literatura para estudar mentalidades. A literatura pode contextualizar períodos históricos e mostrar como as pessoas pensavam e se comportavam, mesmo que de forma ficcional.
An dreas hofbauer entre olhares antropológicos e perspectivas dos estudos cul...Douglas Evangelista
O documento discute as perspectivas antropológicas e dos estudos culturais e pós-coloniais sobre as diferenças humanas. A antropologia tradicionalmente enfatizou a noção de cultura como sistemas distintos, mas pesquisadores recentes destacam mais a agência individual e a dinâmica cultural. Os estudos culturais e pós-coloniais analisam também questões de poder e representação. O autor argumenta que estas abordagens podem se complementar para entender melhor as complexidades das diferenças humanas hoje.
O documento discute os conceitos de história e tempo histórico. Define história como o estudo das experiências humanas ao longo do tempo e discute que a história depende da perspectiva do historiador. Também aborda os diferentes tipos de tempo histórico, como o tempo do acontecimento, da conjuntura e da estrutura.
O documento discute três temas principais:
1) A história narrativa, como foi rejeitada no século XIX em favor da objetividade, mas ressurgiu nos anos 1970 valorizando a narrativa e estilo.
2) O materialismo histórico de Marx, focando nas relações de produção, classes sociais e luta de classes.
3) A relação entre história e memória, como a memória foi transformada com a escrita e impressão, e pode ser manipulada para exercer poder.
Artigo para revista cadernos de história a reconstituição histórica dos movim...Otavio Luiz Machado
Este documento discute a importância dos arquivos estudantis para a história e como eles devem ser preservados. Em três frases:
1) Argumenta que os arquivos estudantis constituem um patrimônio cultural importante para compreender o movimento estudantil e não devem ficar sob controle de entidades privadas.
2) Aponta que as iniciativas de preservação destes arquivos merecem atenção para evitar instrumentalização política ou controle monopolista sobre a cultura.
3) Defende que as universidades devem gerir estes arquivos como
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...JONASFERNANDESDELIMA1
O documento discute como o trabalho do historiador envolve questionar o presente para compreender o passado, como as diferentes temporalidades se sobrepõem na História, e como as fontes históricas podem ajudar nesse processo de questionamento e compreensão.
A HISTÓRIA EM TRANSE: O TEMPO E A HISTÓRIA NA OBRA DE GLAUBER ROCHAAtomSamit
Un texto de Cristiane Nova (UNEB)
Glauber Rocha é, sem dúvida, um dos cineastas brasileiros, ao mesmo tempo, mais celebrados e repudiados. As contradições de sua vida e as características de sua obra fizeram dele um cineasta marcado por polêmicas. Por isso, não são poucos os estudos sobre sua obra, de múltiplas perspectivas. No entanto, seus filmes são vistos hoje com um enorme distanciamento, como se nada tivessem a nos dizer, como peças de museu de um passado que, embora glorioso, pelo sucesso internacional alcançado, não comportasse elementos de conexão com o nosso presente. Todavia, quanto mais nos aproximávamos dos filmes glauberianos, mais percebíamos quão atuais eram as concepções históricas elaborados pelos seus discursos. Esse impulso nos levou a realizar uma investigação mais profunda, baseada na análise de alguns de seus filmes, objetivando compreender como o tempo e a história se entrelaçavam nas suas narrativas, objeto cujos estudiosos ainda não haviam se debruçado. Além da contribuição que poderíamos dar para a ampliação da esfera de compreensão da obra do diretor, objetivamos abrir um debate entre as concepções históricas criadas pelo cinema brasileiro e as recentes reflexões teóricas da historiografia e da teoria literária sobre o sentido do tempo e da história. Foi nessa perspectiva que foram analisados os filmes e, em especial Terra em Transe, filme que melhor sintetiza essas problemáticas.
Reflexões sobre a resistência indígenaDaniel Silva
Este documento discute a importância da cultura e da festa para entender a resistência dos grupos subalternos. A festa permite observar a dialética entre dominação e resistência, onde elementos populares e dominantes se encontram. Ela é um local privilegiado para estudar valores, símbolos e comportamentos sociais.
O documento discute a importância da teoria literária para a escrita da história. Afirma que a história só pode ser acessada através da linguagem e que a experiência da história está ligada ao discurso sobre ela. Também argumenta que a narrativa sempre foi e continua sendo a forma predominante de escrita da história e que a teoria literária pode ajudar a explicar a persistência da narrativa na historiografia.
1. Resenha: CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, SP:
Edusc, 2005 – por Fabrício Sant’Anna de Andrade
CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios.
Bauru, SP: Edusc, 2005.
Fabrício Sant’Anna de Andrade
Acadêmico em História da Universidade Estadual de Goiás – UnU Itumbiara
Produzida pelo professor/pesquisador Ciro Flamarion Cardoso, Um historiador fala
de teoria e metodologia: ensaios, nos fornece uma ampla discussão no que se refere à
teoria da História. Ao dialogar com diferentes tendências historiográficas, o autor promove
uma série de debates em torno da questão de como se “fazer História”.
Com sua postura marxista, acredita que a História só possa ser interpretada através
das condições materiais que compõem cada sociedade e não pela consciência, linguagem
ou religião que cada uma possui. Apóia as primeiras gerações dos Annalles por
privilegiarem as estruturas e a longa duração, refutando veementemente o positivismo por
restringir-se apenas à história factual e a curta duração.
Num segundo momento de sua trajetória, debates entre as tendências pósmodernas, o neoconservadorismo e a História Cultural tornaram-se constantes. Segundo o
autor, o pós-moderno surge com os problemas da modernidade e também com o intuito de
preencher algumas lacunas deixadas pelo marxismo. Apesar de trazer algumas
contribuições para a história estrutural, isso não reduz o seu papel de superioridade sobre
as demais.
Sua obra se situará neste contexto, nos aspectos de estudos teóricos e metódicos.
Publicada em 2005, é composta por um conjunto de ensaios os quais nos permitem refletir
acerca das discussões de como a história pode ser vista em tempos atuais.
É notável a preocupação do autor frente a novas visões de tempo e espaço e a
relação que estes estabelecem com a história, devido às variadas funções que exercem em
diversas áreas.
Na vida moderna os acontecimentos se dão de forma muito rápida, o que faz com
que fiquemos perdidos no tempo. Os meios de comunicação contribuem para isso, pois ao
distorcer os fatos, ocasionará o que Cardoso irá chamar de “desnorteamento”. Dessa
maneira, as pessoas acreditam viver em um mundo totalmente diferente do que já existiu,
esquecendo-se do próprio passado.
1
Revista História em Reflexão: Vol. 3 n. 5 – UFGD - Dourados jan/jun 2009
2. Resenha: CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, SP:
Edusc, 2005 – por Fabrício Sant’Anna de Andrade
Essa “falta” de referência origina um sentimento de “necessidade”, sugerida pelo
autor como o nascimento de uma memória coletiva - recordações as quais todos acreditam
ser. Foram criadas com esse propósito podendo ser modificadas de acordo com o contexto
social de cada época.
É válido ressaltar que a noção de espaço precede a de tempo. Contudo, ao dialogar
com estudiosos de outras áreas, serve-se do conceito de Supermodernidade do antropólogo
francês Marc Augé, para tentar compreender esse “desnorteamento” imposto à sociedade,
mesmo observando que este percebe o sujeito apenas no nível individual. (Cardoso, 2005,
p. 47).
Ao elucidar questões que retratam a veracidade da narrativa histórica, o autor
demonstra como historiadores tradicionais e atuais ocupam diferentes posições. Enquanto
primeiramente acreditava-se existir uma relação entre narrativa e realidade, desde que
almejadas algumas regras, recentemente algumas teorias afirmam que a narrativa não
passa de produto de uma construção do imaginário. (Cardoso, 2005, p. 64).
Na atualidade, vários historiadores consideram a narrativa uma descontinuidade,
pois acreditam que suas características estejam ligadas apenas aos textos e não ao mundo
real. Cardoso se coloca contra essa descontinuidade, pois alega que a estrutura da ação é
comum tanto à narrativa, quanto à realidade. Afirma que a vida não somente se vive, ela se
relata, se conta o tempo todo: vivemos o relato, relatamos a vida. (Cardoso, 2005, p. 67).
É notável a importância do papel desempenhado pela linguagem na construção da
narrativa histórica. Enquanto os historiadores tradicionais se ocupam em estabelecer uma
sistematização dos fatos/relatos para encontrar uma verdade, os pesquisadores atuais,
chamados pelo autor de anti-realistas, propuseram a desconstrução e a virada lingüística.
Estes historiadores tentam demonstrar que os textos históricos são manipuladores.
Mas essa manipulação só é possível a partir da conversão do processo narrativo de primeiro
nível para segundo nível, ou seja, de constitutivo para cognitivo.
Em um dado momento, o autor afirma que isto acarretará mudanças no conteúdo,
pois a narrativa é prática antes de ser cognitiva e todo esse processo não se trata de uma
reconstituição, mas de algo embutido na própria ação. (Cardoso, 2005, p. 69).
Quanto às sociedades complexas, Cardoso elucida teorias tanto de integração
social, quanto aquelas que se referem ao conflito social. Coloca-se a favor desta última, pois
as ações humanas passam a ser vistas no coletivo. O homem social agora é entendido
como classe social e não mais como indivíduo. É também capaz de promover grandes
transformações num curto espaço de tempo.
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3. Resenha: CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, SP:
Edusc, 2005 – por Fabrício Sant’Anna de Andrade
Ao demonstrar a evolução da historiografia, Cardoso a qualifica como uma atividade
não-profissional durante a Antiguidade, devido à ausência de métodos. Nesse período as
ações humanas não são valorizadas, pois tudo é atribuído aos deuses. Os relatos eram
produzidos em forma de prosa e apenas as fontes orais e oculares eram aceitas.
Na Idade Média, várias transformações geram um caráter erudito e uma maior
preocupação com os fatos, resultado do maior acesso aos livros proporcionado pela
imprensa. Após o estabelecimento do Cristianismo, aquela visão cíclica é substituída por
uma visão linear da história e tanto as ações humanas quanto a causalidade tornam-se
valorizadas.
Na Idade Moderna o avanço das ciências rompe com o plano espiritual. Outras
preocupações surgem com relação aos documentos, pois na tentativa de se estabelecer
uma história abrangente, novos métodos são propostos o que faz surgir novas maneiras de
se ver o mundo.
O que se pode dizer dessas novas correntes – Positivismo, Annalles, marxismo - é
que todas se preocupavam em estabelecer teorias globais, explicando a sociedade através
daquilo que lhe fosse comum, demonstrando a inexistência de fronteiras estritas entre as
ciências sociais e respeitando a especificidade histórica de cada período. (Cardoso, 2005, p.
147).
Quanto a História Cultural, Cardoso a denomina como passageira, pois o mesmo que
contribuiu para o seu fortalecimento, o caráter unilateral, será ingrediente para o seu
enfraquecimento. A crítica segue mais além, pois o autor afirma que a História Cultural
exclui várias visões para atender interesses individuais esquecendo-se do coletivo, fazendo
com que o historiador se comporte como um “avestruz”.
Na última parte da obra, diferentes temas são abordados. Inicia-se traçando uma
discussão em torno de questões como “identidade” e “nação”, apontando o que ambas
poderiam ser e também o que diferentes pesquisadores vêem. Na etnografia aponta as
divergências entre oralidade/escrita/leitura. Ao afirmar que a escrita precedeu a leitura, o
autor estabelece uma relação entre o escrito e o oral, pois a escrita e as práticas a ela
ligadas não passam de uma parte de algo mais geral: o conjunto dos mecanismos de
controle que algum foco de poder trata de exercer sobre a sociedade, ou sobre parcelas
dela (Cardoso, 2005, p. 202).
Na religião, devido à escassez de fontes, dois tipos de definições são estabelecidos:
uma religiosa e outra funcional. Atualmente, o autor afirma não existir uma “verdade” com
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4. Resenha: CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, SP:
Edusc, 2005 – por Fabrício Sant’Anna de Andrade
relação à religião, somente crenças. Estas organizam as massas devido ao caráter de
“ideologia orgânica” que possuem. Assim,
A religião – um sistema simbólico orientando a ação com referência a supostos
fins últimos e a uma também suposta realidade de ordem superior – define-se
como uma ideologia, em conjunto com o sistema simbólico e institucional em que
ela é partilhada e comunicada. (Cardoso, 2005, p. 229).
Nas artes, a hermenêutica não restringe sua preocupação com a obra, apenas no
sentido de objeto, pois demonstra a relação íntima e necessária entre sujeito e objeto,
transformando a prática artística numa totalidade em processo, em devir (Cardoso, 2005, p.
232). A ascensão da obra se dará na verdade do próprio diálogo.
O visado não é a verdade resultante duma argumentação, nem a verdade num
sentido da correspondência entre o real e a ficção (ou entre o real e a
representação), menos ainda a verdade científica: trata-se de um “jogo de
verdade”, no qual só se determina a verdade quando e enquanto seja jogado.
(Cardoso, 2005, p. 232).
Nesse jogo a linguagem ao ultrapassar a função de denominar coisas –
metaforicamente falando -, assume definitivamente o caráter de quase-sujeito e quaseobjeto, ao permitir novas visões de mundo.
Embora a hermenêutica se preocupe com os elementos “estéticos”, tratando a arte
em geral, sua influência é notável na Psicanálise, na qual o foco é o processo de criação, o
qual não procura dar sentido à obra, mas sim compreender como tal sentido pôde produzirse. A interpretação histórica também tece o mesmo caminho, pois enfatiza a
contextualização necessária ao entendimento da obra de arte. (Cardoso, 2005, p. 234).
Ao teorizar as noções de sociedade e cultura, Cardoso demonstra como estas se
relacionaram em diferentes perspectivas, para só depois apontar a sua própria definição.
Entre os marxistas, tais noções não tinham o mesmo significado, porém suas relações eram
próximas. Antropólogos e sociólogos se propuseram a dividi-las, onde os primeiros
abarcariam os estudos referentes à cultura, enquanto os segundos se restringiriam apenas
ao social. Quanto aos historiadores, as divergências só apareceram a partir do momento em
que se criaram visões holísticas, primeiramente com a História Social e depois com a
História Cultural, esta por sua vez, na tentativa de sobrepor-se a anterior dividindo-a em
partes.
O autor admitindo não ser uma tarefa nada fácil se coloca contra esta última postura,
pois tomar apenas os aspectos culturais como referência, delimita o campo das pessoas
pensarem e se comportarem com o que fazem. (Cardoso, 2005, p. 259).
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5. Resenha: CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, SP:
Edusc, 2005 – por Fabrício Sant’Anna de Andrade
Traçando uma linha evolutiva do termo “cultura”,
pode-se observar que
primeiramente seu sentido era normativo. Depois de adquirir um caráter descritivo e de ser
considerada por Kroeber como um discurso coletivo do tipo simbólico (Cardoso, 2005, p.
270), Cardoso a chamará de um conceito-obstáculo, o qual se auto-explica. Para ele,
(...) pode ser útil usar o conceito de cultura para designar os objetos materiais, as
normas de comportamento e os processos de pensamento (bem como as
produções deles resultantes) que reúnam certas condições: 1) serem elementos
de um patrimônio social, historicamente produzidos por sucessivas gerações,
assimilados e selecionados pela comunidade humana que os transmite de
geração em geração; 2) terem um nível que ultrapasse o individual e cuja
dimensão se torne efetivamente social (a descoberta de algum pensador ou
cientista, guardada numa gaveta e não dada a público, enquanto permanecer
assim não será parte integrante da cultura); 3) serem duráveis, o que é garantido
pelo controle, sanção e pressão sociais, mais ou menos institucionalizados
segundo os casos, o que de modo algum significa que sejam imutáveis. (Cardoso,
2005, p. 277).
Apesar dos avanços que esses estudos têm proporcionado e de alguns momentos
focar elementos que a constitui, Cardoso crítica incessantemente a História Cultural. Não
abre mão de sua postura marxista, pois a idéia de restringir a História somente a casos
particulares, não deve sobrepor aquela de valorizar as estruturas.
É de extrema importância que todos possam ter conhecimento de como resultou o
processo de evolução historiográfica. É nesse sentido que a obra se sustenta, pois é
possível compreender como a linguagem pôde ser utilizada na construção do relato
histórico, e também como o autor eleva o homem a um “ser” pertencente a uma classe
social. Assim, acredito que sua contribuição não se restrinja apenas aos interessados na
área de teoria e metodologia, mas sim, a todos que se iniciam num curso de História.
Recebido em: 20/09/2008
Aprovado em: 05/12/2008
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