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Estratégia10
Inteligência geográfica ajuda a traçar
novos rumos para as empresas
A procura de maior eficiência em processos de tomada de decisão com recurso a informação geográfica nas empresas
e na Administração Pública está a suportar uma mudança de paradigma e a renovação num sector já maduro mas pautado
pela escassez de investimento nos últimos anos Fátima Caçador | Casa dos Bits
A
capacidade de visualizar, inter-
pretar e utilizar dados que reve-
lem relações, padrões e tendên-
cias é uma necessidade cada vez
mais premente para as empresas e organiza-
ções da Administração Pública central e lo-
cal, pressionadas para tomar as melhores de-
cisões num espaço de tempo cada vez mais
curto. A competitividade do mercado assim
o determina, tal como o imperativo de res-
ponder de forma mais eficiente às necessida-
des dos clientes, mesmo que estes sejam os
cidadãos e empresas de um determinado
país ou município.
Esta pressão está a levar a uma mudança nos
sistemas de informação geográfica, em que
as palavras de ordem passaram a ser inteli-
gência e integração da informação com sis-
temas corporativos, oferecendo capacidade
de visualização e análise espacial, além de
acesso a partir de diferentes dispositivos, ti-
rando partido de uma arquitectura ágil para
partilhar, mapear, visualizar e analisar
dados.
«A utilização de SIG tornou-se, nos últimos
anos, tão intuitiva que já não é exclusiva de
um utilizador especializado; está acessível a
qualquer pessoa de uma qualquer organiza-
ção», afirma Nuno Pereira Leite, director
de negócios da ESRI Portugal. «Trata-se
de uma mudança de paradigma que potencia
uma análise mais completa, rápida e eficaz,
capaz de responder à necessidade de proces-
sar enormes quantidades de informação, au-
mentando a eficiência do processo de toma-
da de decisão», acrescenta.
A visão da importância estratégica da inteli-
gência geográfica está também na mira da
Focus BC, que a encara como «instrumento
criador de valor para as organizações, numa
vertente de aumento de receitas e de optimi-
zação de custos, mas também como um im-
portante instrumento para tomar as melhores
decisões».
Sandro Batista, managing partner da em-
presa, que iniciou a sua actividade em Portu-
gal em Fevereiro de 2012 e estendeu o negó-
cio a Madrid no ano passado, explica que a
oferta combinada de business consulting e
location intelligence permitem à Focus BC
oferecer aos clientes «a capacidade de au-
mentarem os seus ganhos e de reduzirem os
seus gastos, contribuindo assim para a sua
rentabilidade e sustentabilidade», aliando a
flexibilidade das plataformas Google Maps
Enterprise aos instrumentos de SIG já exis-
tentes nas organizações. O desenvolvimento
de soluções verticais, muitas vezes em mo-
delo chave-na-mão, é outros dos vectores de
desenvolvimento do sector e está a ser ex-
plorado pela SmartGeo, uma startup criada
por quadros da Novabase que recebeu in-
vestimento da Novabase Capital.
«Desde a sua génese a SmartGeo tem-se de-
dicado sempre a áreas de soluções verticais,
sendo as telecoms a nossa principal área de
actuação», explicou ao Semana Pedro Rei-
no, chieftechnical officer da empresa.
«O desenvolvimento de soluções verticais é,
seguramente, um dos caminhos a seguir, no
sentido de responder a necessidades especí-
ficas de todo o tipo de organizações, que,
cada vez mais, exigem respostas rápidas,
direccionadas e eficazes», admite Nuno Pe-
reira Leite.
A Esri está a fazer este percurso, desenvol-
vendo soluções que auxiliem as organiza-
ções nos seus fluxos de trabalho e processos
GettyImages
de tomada de decisão. Um exemplo disso
é a disponibilização através da plataforma
ArcGIS de recursos (mapas, dados, aplica-
ções e outros conteúdos geográficos) pron-
tos a utilizar, numa perspectiva de dotar os
utilizadores de maior autonomia. Adicional-
mente, a empresa disponibiliza API e SDK
que permitem o desenvolvimento de solu-
ções verticais à medida.
O CAMINHO PASSAPELACLOUD
Num mercado relativamente maduro, onde
os sistemas de informação geográfica já tra-
çaram um caminho de desenvolvimento na
Administração Pública em termos de cria-
ção de cadastros de informação georreferen-
ciada, este alargamento de âmbito é relevan-
te para a renovação do sector, trazendo
mais-valias à gestão da informação e melho-
ria nos serviços públicos e privados, tirando
também partido da evolução tecnológica
proporcionada pela cloud e pela mobilidade.
A procura de decisões mais rápidas e da re-
dução da dependência em relação a vendors,
com autonomia e capacidade de resposta
face às constantes mudanças nos requisitos
Semana Informática | 23 a 29 de Abril de 2014
11
CRESCIMENTO PELA INTERNACIONALIZAÇÃO
A procura de mercados internacionais é já uma realidade com alguns anos para algumas
empresas portuguesas de SIG e tem vindo a ser intensificada face à fraca dinâmica interna.
A experiência em projectos de sucesso desenvolvidos em organizações portuguesas serve
de ponte para replicar iniciativas noutros países, nomeadamente em organizações de
países de língua oficial portuguesa, onde as necessidades de sistemas de informação
geográfica são semelhantes.
A Gismédia tem feito este caminho e a inovação desenvolvida na área de prevenção e
gestão de calamidades tem sido uma das pontas de lança da sua internacionalização,
nomeadamente em Moçambique, como refere Carlos Pereira, director de marketing e
vendas da empresa.
Na Esri Portugal o território de distribuição inclui também outros países africanos de língua
oficial portuguesa, o que torna natural o processo de internacionalização do negócio. Mas
a empresa tem vindo a reforçar esta aposta para responder às necessidades de
crescimento. «A nossa internacionalização tem vindo a ser intensificada, fruto de um
processo de definição de prioridades estratégicas, que visa potenciar os recursos
existentes, para um desenvolvimento sustentável de oportunidades no mercado, sempre
em busca de uma maior competitividade e crescimento», explica Nuno Pereira Leite,
director de negócios.
Para a PH Informática, que desenvolve soluções SIG municipais, a internacionalização é
uma estratégia que representa potencial de maior crescimento. Sandra Silva, directora
comercial da área, admite que em 2014, com a concretização de algumas oportunidades
em curso, especificamente nos PALOP, o negócio internacional terá um peso considerável.
A pensar desde o primeiro dia no mercado global, a SmartGeo, um dos players mais
recentes do sector e que nasceu a partir da Novabase, tem também uma aposta clara na
internacionalização. Embora com pouco mais de um ano de existência, a startup que se
focou na criação de soluções chave-na-mão para as grandes empresas já deu «os
primeiros passos para criar os alicerces que possam cimentar a presença nos mercados
internacionais», explica Pedro Reino, chief technical officer, embora ainda sem expressão
significativa. Mas para 2014, na sequência de projectos e mercados já identificados,
a perspectiva é de que «possa ter um peso de 40 a 50% no negócio».
Embora não seja encarado de forma tão transversal por todas as empresas contactadas
pelo Semana Informática, o outsourcing é visto também como uma área de negócio em
crescimento. É o caso da Gismédia, que está a implementar esta linha de negócio há pouco
tempo mas que regista já «um rápido crescimento, em parte verificado também pela
implementação de soluções SIG que se tornaram casos de sucesso», justifica Carlos
Pereira, adiantando que os consultores e as competências em SIG da empresa têm vindo
a ser solicitados pelos clientes para participação em projectos internacionais que requerem
elevada especialização em SIG. Em 2013 o peso do outsourcing no negócio da empresa já
foi de 34% e a expectativa é que em 2014 duplique.
de negócio, é um dos grandes impulsionado-
res de modelos de software as a service e
cloud também nos sistemas de informação
geográfica.
A Esri tem já a plataforma ArcGIS em am-
biente cloud e o modelo de SaaS funciona
de forma complementar, sendo materializa-
do em aplicações que permitem às organiza-
ções processar grandes volumes de informa-
ção sem terem de fazer à cabeça um avulta-
do investimento. «Este princípio está na
base do sucesso da cloud. Esta elasticidade
torna possível executar, de forma acessível
e eficiente, processamentos de grande esca-
la, sem as limitações da infra-estrutura on-
premise», explica Nuno Pereira Leite.
Pedro Reino, da SmartGeo, partilha a visão
da importância da cloud e do big data na
evolução do SIG. «Para conseguirmos ter
uma decisão geográfica tão rápida como as
decisões alfanuméricas, é essencial garantir
a convergência entre o SIG e a cloud, redu-
zindo o tempo de resposta da informação,
aproximando-nos da decisão em tempo real
e adaptando-a, automaticamente, ao nível de
serviço. Caso contrário, teremos uma res-
posta analítica célere em confronto com
uma resposta espacial que a não conseguirá
acompanhar», defende.
A mobilidade assume-se, como não podia
deixar de ser, como outro dos vectores de
maior relevância. «Como está em voga di-
zer, o futuro é móvel, e o GIS está na primei-
ra linha, disponibilizando formas de nos lo-
calizarmos ou de localizarmos o que procu-
ramos. Com cada vez mais pessoas a utilizar
os telemóveis em todas as ocasiões e locais
(incluindo o banho), a localização dos dis-
positivos móveis é de facto a localização
exacta dos indivíduos, informação que é ex-
tremamente apetecível para o marketing
contextual», lembra o CTO da SmartGeo.
A utilização da localização ao serviço da In-
ternet das Coisas e de uma rede de sensores
revela-se igualmente parte de um futuro
cada vez mais próximo, onde os SIG terão
um papel relevante. «A monitorização de
tudo o que acontece sobre o nosso planeta
irá criar uma nova dimensão de conheci-
mento e capacidade para tomar as melhores
decisões sobre a sustentabilidade no nosso
planeta», afirma Sandro Batista. ◗
O
s últimos anos não foram fáceis
para o sector. A quebra dos in-
vestimentos na Administração
Pública – um dos principais mer-
cados para as soluções SIG e fonte tradicio-
nal dos projectos de maior dimensão –, tem
afectado as empresas do sector, como aliás
acontece em várias áreas das TI. O número e
a dimensão dos projectos diminuíram, assim
como as receitas, e as empresas focadas em
SIG tiverem de procurar novas áreas para
manterem a actividade, apostando na inter-
nacionalização e em serviços de outsour-
cing, mas diversificando também os servi-
ços.
A previsível disponibilização de fundos de
investimento públicos, e comunitários, e a
necessidade de as organizações reverem os
seus sistemas de SIG de suporte à decisão
podem abrir novas perspectivas positivas
para este ano, com um novo ciclo de investi-
mentos, mesmo que sem projectos de gran-
de dimensão.
Nuno Pereira Leite, director de negócios
da ESRI Portugal, lembra porém que para
2014 «ainda há muitas incertezas com res-
peito à disponibilidade de verbas para inves-
timento, fruto da forte dependência dos fi-
nanciamentos comunitários». Mesmo assim
deixa uma nota de confiança, salientando
que «em alguns sectores da Administração
Pública já se nota uma dinâmica e boas pers-
pectivas para os próximos anos».
A optimização de recursos e a redução dos
riscos das decisões de gestão diária são vis-
tos por Sandro Batista como os principais
motores de investimento em SIG para este
ano. O managing partner da Focus BC
admite que para reforçar esse investimento
haverá certamente recurso a candidaturas a
financiamentos de projectos através do Ho-
rizonte 2020 – programa-quadro de investi-
gação e inovação da União Europeia, que
disponibilizará um total de 77 mil milhões
de euros para sete anos.
Os focos de financiamento serão projectos
de investigação, inovação e demonstração,
sendo um dos pilares de acção prioritários os
Desafios Societais, que terão uma fatia apro-
ximada de 35% do orçamento total, incluin-
do-se neste pilar as temáticas da energia,
ambiente, acção climática, transportes e efi-
ciência na utilização dos recursos e das ma-
térias-primas, saúde e bioeconomia agrícola
e marítima.
A mesma visão de optimismo em relação a
2014 é partilhada por Carlos Pereira, da
Gismédia. «O maior rigor orçamental em
2014 apresenta-se como uma oportunidade
para a adopção de soluções SIG», afirma
o director de marketing e vendas da empre-
sa, que coloca as fichas na aposta da Admi-
nistração Pública na maior ponderação rela-
tivamente aos valores de investimento e na
interoperabilidade e procura de soluções as-
sentes em open source, o que pode benefi-
ciar a empresa, já que reúne ambas as com-
petências.
Mas as perspectivas positivas advêm tam-
bém da necessidade de as organizações su-
portarem as suas decisões em informação
mais clara. «É expectável um aumento da
procura e da utilização de soluções SIG para
suportar tomadas de decisão cada vez mais
minuciosas no que concerne à realização de
investimento», defende o mesmo responsá-
vel da Gismédia.
A PH Informática, que focou a sua acção
nas autarquias, desenvolvendo para o efeito
soluções SIG municipais, como o GIS-
MAT, acredita que nesta área, e apesar da
maturidade, existem também oportunidades
de crescimento. Sandra Silva aponta sobre-
tudo «a melhoria de prestação de serviços ao
cidadão em sede de projectos como o Bal-
cão Único ou na área de desmaterialização
de processos».
Neste campo, as oportunidades passam pelo
lançamento de soluções complementares às
soluções SIG, como, por exemplo, o Nopa-
per – Desmaterialização de Processos Ur-
banísticos, que potencia oportunidades nou-
tras áreas de intervenção municipal para as
quais a empresa tem oferta. ◗
2014 com perspectivas
positivas para os SIG
Ospróximosmesespodemtrazerbonsventosebonsnegócios
na área de sistemas de informação geográfica
Fátima Caçador | Casa dos Bits
Semana Informática | 23 a 29 de Abril de 2014

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"Inteligência geográfica ajuda a traçar novos rumos para as empresas", in Jornal de Negócios/Semana Informática Nº 1159

  • 1. Estratégia10 Inteligência geográfica ajuda a traçar novos rumos para as empresas A procura de maior eficiência em processos de tomada de decisão com recurso a informação geográfica nas empresas e na Administração Pública está a suportar uma mudança de paradigma e a renovação num sector já maduro mas pautado pela escassez de investimento nos últimos anos Fátima Caçador | Casa dos Bits A capacidade de visualizar, inter- pretar e utilizar dados que reve- lem relações, padrões e tendên- cias é uma necessidade cada vez mais premente para as empresas e organiza- ções da Administração Pública central e lo- cal, pressionadas para tomar as melhores de- cisões num espaço de tempo cada vez mais curto. A competitividade do mercado assim o determina, tal como o imperativo de res- ponder de forma mais eficiente às necessida- des dos clientes, mesmo que estes sejam os cidadãos e empresas de um determinado país ou município. Esta pressão está a levar a uma mudança nos sistemas de informação geográfica, em que as palavras de ordem passaram a ser inteli- gência e integração da informação com sis- temas corporativos, oferecendo capacidade de visualização e análise espacial, além de acesso a partir de diferentes dispositivos, ti- rando partido de uma arquitectura ágil para partilhar, mapear, visualizar e analisar dados. «A utilização de SIG tornou-se, nos últimos anos, tão intuitiva que já não é exclusiva de um utilizador especializado; está acessível a qualquer pessoa de uma qualquer organiza- ção», afirma Nuno Pereira Leite, director de negócios da ESRI Portugal. «Trata-se de uma mudança de paradigma que potencia uma análise mais completa, rápida e eficaz, capaz de responder à necessidade de proces- sar enormes quantidades de informação, au- mentando a eficiência do processo de toma- da de decisão», acrescenta. A visão da importância estratégica da inteli- gência geográfica está também na mira da Focus BC, que a encara como «instrumento criador de valor para as organizações, numa vertente de aumento de receitas e de optimi- zação de custos, mas também como um im- portante instrumento para tomar as melhores decisões». Sandro Batista, managing partner da em- presa, que iniciou a sua actividade em Portu- gal em Fevereiro de 2012 e estendeu o negó- cio a Madrid no ano passado, explica que a oferta combinada de business consulting e location intelligence permitem à Focus BC oferecer aos clientes «a capacidade de au- mentarem os seus ganhos e de reduzirem os seus gastos, contribuindo assim para a sua rentabilidade e sustentabilidade», aliando a flexibilidade das plataformas Google Maps Enterprise aos instrumentos de SIG já exis- tentes nas organizações. O desenvolvimento de soluções verticais, muitas vezes em mo- delo chave-na-mão, é outros dos vectores de desenvolvimento do sector e está a ser ex- plorado pela SmartGeo, uma startup criada por quadros da Novabase que recebeu in- vestimento da Novabase Capital. «Desde a sua génese a SmartGeo tem-se de- dicado sempre a áreas de soluções verticais, sendo as telecoms a nossa principal área de actuação», explicou ao Semana Pedro Rei- no, chieftechnical officer da empresa. «O desenvolvimento de soluções verticais é, seguramente, um dos caminhos a seguir, no sentido de responder a necessidades especí- ficas de todo o tipo de organizações, que, cada vez mais, exigem respostas rápidas, direccionadas e eficazes», admite Nuno Pe- reira Leite. A Esri está a fazer este percurso, desenvol- vendo soluções que auxiliem as organiza- ções nos seus fluxos de trabalho e processos GettyImages de tomada de decisão. Um exemplo disso é a disponibilização através da plataforma ArcGIS de recursos (mapas, dados, aplica- ções e outros conteúdos geográficos) pron- tos a utilizar, numa perspectiva de dotar os utilizadores de maior autonomia. Adicional- mente, a empresa disponibiliza API e SDK que permitem o desenvolvimento de solu- ções verticais à medida. O CAMINHO PASSAPELACLOUD Num mercado relativamente maduro, onde os sistemas de informação geográfica já tra- çaram um caminho de desenvolvimento na Administração Pública em termos de cria- ção de cadastros de informação georreferen- ciada, este alargamento de âmbito é relevan- te para a renovação do sector, trazendo mais-valias à gestão da informação e melho- ria nos serviços públicos e privados, tirando também partido da evolução tecnológica proporcionada pela cloud e pela mobilidade. A procura de decisões mais rápidas e da re- dução da dependência em relação a vendors, com autonomia e capacidade de resposta face às constantes mudanças nos requisitos Semana Informática | 23 a 29 de Abril de 2014
  • 2. 11 CRESCIMENTO PELA INTERNACIONALIZAÇÃO A procura de mercados internacionais é já uma realidade com alguns anos para algumas empresas portuguesas de SIG e tem vindo a ser intensificada face à fraca dinâmica interna. A experiência em projectos de sucesso desenvolvidos em organizações portuguesas serve de ponte para replicar iniciativas noutros países, nomeadamente em organizações de países de língua oficial portuguesa, onde as necessidades de sistemas de informação geográfica são semelhantes. A Gismédia tem feito este caminho e a inovação desenvolvida na área de prevenção e gestão de calamidades tem sido uma das pontas de lança da sua internacionalização, nomeadamente em Moçambique, como refere Carlos Pereira, director de marketing e vendas da empresa. Na Esri Portugal o território de distribuição inclui também outros países africanos de língua oficial portuguesa, o que torna natural o processo de internacionalização do negócio. Mas a empresa tem vindo a reforçar esta aposta para responder às necessidades de crescimento. «A nossa internacionalização tem vindo a ser intensificada, fruto de um processo de definição de prioridades estratégicas, que visa potenciar os recursos existentes, para um desenvolvimento sustentável de oportunidades no mercado, sempre em busca de uma maior competitividade e crescimento», explica Nuno Pereira Leite, director de negócios. Para a PH Informática, que desenvolve soluções SIG municipais, a internacionalização é uma estratégia que representa potencial de maior crescimento. Sandra Silva, directora comercial da área, admite que em 2014, com a concretização de algumas oportunidades em curso, especificamente nos PALOP, o negócio internacional terá um peso considerável. A pensar desde o primeiro dia no mercado global, a SmartGeo, um dos players mais recentes do sector e que nasceu a partir da Novabase, tem também uma aposta clara na internacionalização. Embora com pouco mais de um ano de existência, a startup que se focou na criação de soluções chave-na-mão para as grandes empresas já deu «os primeiros passos para criar os alicerces que possam cimentar a presença nos mercados internacionais», explica Pedro Reino, chief technical officer, embora ainda sem expressão significativa. Mas para 2014, na sequência de projectos e mercados já identificados, a perspectiva é de que «possa ter um peso de 40 a 50% no negócio». Embora não seja encarado de forma tão transversal por todas as empresas contactadas pelo Semana Informática, o outsourcing é visto também como uma área de negócio em crescimento. É o caso da Gismédia, que está a implementar esta linha de negócio há pouco tempo mas que regista já «um rápido crescimento, em parte verificado também pela implementação de soluções SIG que se tornaram casos de sucesso», justifica Carlos Pereira, adiantando que os consultores e as competências em SIG da empresa têm vindo a ser solicitados pelos clientes para participação em projectos internacionais que requerem elevada especialização em SIG. Em 2013 o peso do outsourcing no negócio da empresa já foi de 34% e a expectativa é que em 2014 duplique. de negócio, é um dos grandes impulsionado- res de modelos de software as a service e cloud também nos sistemas de informação geográfica. A Esri tem já a plataforma ArcGIS em am- biente cloud e o modelo de SaaS funciona de forma complementar, sendo materializa- do em aplicações que permitem às organiza- ções processar grandes volumes de informa- ção sem terem de fazer à cabeça um avulta- do investimento. «Este princípio está na base do sucesso da cloud. Esta elasticidade torna possível executar, de forma acessível e eficiente, processamentos de grande esca- la, sem as limitações da infra-estrutura on- premise», explica Nuno Pereira Leite. Pedro Reino, da SmartGeo, partilha a visão da importância da cloud e do big data na evolução do SIG. «Para conseguirmos ter uma decisão geográfica tão rápida como as decisões alfanuméricas, é essencial garantir a convergência entre o SIG e a cloud, redu- zindo o tempo de resposta da informação, aproximando-nos da decisão em tempo real e adaptando-a, automaticamente, ao nível de serviço. Caso contrário, teremos uma res- posta analítica célere em confronto com uma resposta espacial que a não conseguirá acompanhar», defende. A mobilidade assume-se, como não podia deixar de ser, como outro dos vectores de maior relevância. «Como está em voga di- zer, o futuro é móvel, e o GIS está na primei- ra linha, disponibilizando formas de nos lo- calizarmos ou de localizarmos o que procu- ramos. Com cada vez mais pessoas a utilizar os telemóveis em todas as ocasiões e locais (incluindo o banho), a localização dos dis- positivos móveis é de facto a localização exacta dos indivíduos, informação que é ex- tremamente apetecível para o marketing contextual», lembra o CTO da SmartGeo. A utilização da localização ao serviço da In- ternet das Coisas e de uma rede de sensores revela-se igualmente parte de um futuro cada vez mais próximo, onde os SIG terão um papel relevante. «A monitorização de tudo o que acontece sobre o nosso planeta irá criar uma nova dimensão de conheci- mento e capacidade para tomar as melhores decisões sobre a sustentabilidade no nosso planeta», afirma Sandro Batista. ◗ O s últimos anos não foram fáceis para o sector. A quebra dos in- vestimentos na Administração Pública – um dos principais mer- cados para as soluções SIG e fonte tradicio- nal dos projectos de maior dimensão –, tem afectado as empresas do sector, como aliás acontece em várias áreas das TI. O número e a dimensão dos projectos diminuíram, assim como as receitas, e as empresas focadas em SIG tiverem de procurar novas áreas para manterem a actividade, apostando na inter- nacionalização e em serviços de outsour- cing, mas diversificando também os servi- ços. A previsível disponibilização de fundos de investimento públicos, e comunitários, e a necessidade de as organizações reverem os seus sistemas de SIG de suporte à decisão podem abrir novas perspectivas positivas para este ano, com um novo ciclo de investi- mentos, mesmo que sem projectos de gran- de dimensão. Nuno Pereira Leite, director de negócios da ESRI Portugal, lembra porém que para 2014 «ainda há muitas incertezas com res- peito à disponibilidade de verbas para inves- timento, fruto da forte dependência dos fi- nanciamentos comunitários». Mesmo assim deixa uma nota de confiança, salientando que «em alguns sectores da Administração Pública já se nota uma dinâmica e boas pers- pectivas para os próximos anos». A optimização de recursos e a redução dos riscos das decisões de gestão diária são vis- tos por Sandro Batista como os principais motores de investimento em SIG para este ano. O managing partner da Focus BC admite que para reforçar esse investimento haverá certamente recurso a candidaturas a financiamentos de projectos através do Ho- rizonte 2020 – programa-quadro de investi- gação e inovação da União Europeia, que disponibilizará um total de 77 mil milhões de euros para sete anos. Os focos de financiamento serão projectos de investigação, inovação e demonstração, sendo um dos pilares de acção prioritários os Desafios Societais, que terão uma fatia apro- ximada de 35% do orçamento total, incluin- do-se neste pilar as temáticas da energia, ambiente, acção climática, transportes e efi- ciência na utilização dos recursos e das ma- térias-primas, saúde e bioeconomia agrícola e marítima. A mesma visão de optimismo em relação a 2014 é partilhada por Carlos Pereira, da Gismédia. «O maior rigor orçamental em 2014 apresenta-se como uma oportunidade para a adopção de soluções SIG», afirma o director de marketing e vendas da empre- sa, que coloca as fichas na aposta da Admi- nistração Pública na maior ponderação rela- tivamente aos valores de investimento e na interoperabilidade e procura de soluções as- sentes em open source, o que pode benefi- ciar a empresa, já que reúne ambas as com- petências. Mas as perspectivas positivas advêm tam- bém da necessidade de as organizações su- portarem as suas decisões em informação mais clara. «É expectável um aumento da procura e da utilização de soluções SIG para suportar tomadas de decisão cada vez mais minuciosas no que concerne à realização de investimento», defende o mesmo responsá- vel da Gismédia. A PH Informática, que focou a sua acção nas autarquias, desenvolvendo para o efeito soluções SIG municipais, como o GIS- MAT, acredita que nesta área, e apesar da maturidade, existem também oportunidades de crescimento. Sandra Silva aponta sobre- tudo «a melhoria de prestação de serviços ao cidadão em sede de projectos como o Bal- cão Único ou na área de desmaterialização de processos». Neste campo, as oportunidades passam pelo lançamento de soluções complementares às soluções SIG, como, por exemplo, o Nopa- per – Desmaterialização de Processos Ur- banísticos, que potencia oportunidades nou- tras áreas de intervenção municipal para as quais a empresa tem oferta. ◗ 2014 com perspectivas positivas para os SIG Ospróximosmesespodemtrazerbonsventosebonsnegócios na área de sistemas de informação geográfica Fátima Caçador | Casa dos Bits Semana Informática | 23 a 29 de Abril de 2014