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julho/agosto 2012

Inovações tecnológicas e novos players

A democratização dos GIS
Os Sistemas de Informação Geográfica, também
conhecidos por GIS, perderam a conotação de
tecnologia destinada a nichos de mercado e têm vindo
a alargar o seu leque de clientes. Do sector público a
empresas privadas de grande envergadura, passando
por PME, o mercado está a ganhar consciência das
vantagens potenciadas por estas plataformas. Para
o Canal, a oportunidade está na implementação de
hardware e software, assim como na sua integração
com outras ferramentas Paulo Belchior de Matos, Ana Rita Silva e CP

A

beneficiam de plataformas GIS. E a perspectiva a

forte crescimento para os sistemas de informação

curto prazo é igualmente animadora, pois é ex-

factores fizeram com que a utilização de

geográfica”, explica Eduardo Cruz, Business De-

pectável que a procura destas soluções suba, uma

velopment Manager da GMV, grupo privado que

vez que se está a tornar claro que as empresas

área dos Sistemas de Informação Geográfica, tenha

actua neste segmento desde 1984. “Estes períodos

conseguem aumentar a competitividade se a sua

crescido nos últimos anos e que se tenha convertido

foram acompanhados por ritmos correspondentes

actividade estiver suportada em soluções GIS.

numa ferramenta indispensável para tomadas de

de surgimento de empresas a operar no sector, com

“A indústria dos GIS está a entrar na sua fase mais

decisões empresariais. O mercado português tem

as mais diversas dimensões e focos de actuação”,

importante, até agora parecia ‘reservada’ a sectores

vindo a assistir a uma crescente procura destas fer-

acrescenta.

específicos e está a democratizar-se, chegando a

ramentas e já são muito poucos os negócios ou

GIS

90, a primeira década do milénio foi claramente de

tion Systems) goza de boa saúde. Diversos

soluções, tecnologias e serviços relacionados com a

16

indústria dos GIS (Geographic Informa-

Desde monitorização de redes de energia a trans-

um público mais amplo, graças ao importante de-

actividades que, hoje em dia, não têm alguma infor-

porte de bens e mercadorias, passando pelo acom-

senvolvimento tecnológico nos dispositivos móveis

mação baseada em localização espacial.

panhamento de furacões e outros eventos me-

(telemóveis, tablets, ...) e à utilização cada vez mais

“Depois de uma fase introdutória durante os anos

teorológicos, todas estas actividades recorrem e

importante da tecnologia GPS”, destaca Nicolás

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julho/agosto 2012

Galvez, Product Manager Outdoor- Fitness da Garmin Iberia, especialista em soluções de navegação
portátil.
Um dos sinais que evidencia a evolução dos GIS é
que já não se trata de uma tecnologia requerida
exclusivamente pelo Sector Público - embora ainda
se mantenha como o principal motor da procura no
mercado GIS nacional, “sendo que se pode situar
acima dos 70%”, esclarece Eduardo Cruz da GMV.
Outros segmentos estão já convencidos de todas as
vantagens que estas plataformas podem trazer para
o seu negócio, como, por exemplo, a possibilidade
de poder optimizar custos e tempo. Mas não é pre-

Os serviços GIS e a sua
posterior evolução e
integração nos social media
estão a gerar um grande
campo de actividade
e oportunidade que terão
um largo desenvolvimento
nos próximos anos

dade à manutenção das iniciativas que já têm em
marcha. “À semelhança do que está a acontecer
em torno de quase todas as áreas de negócio das
empresas, o mercado dos GIS em Portugal, que
não é excepção, tem sofrido nos últimos anos alguma estagnação, resultado dos efeitos da crise e
da consequente contenção orçamental”, ressalva
Jorge Apolinário, responsável pela área de SIG da
Ambisig, empresa integradora deste tipo de tecnologias. “Contudo, é normalmente na crise que se
encontram soluções para novos investimentos e, no
caso específico dos GIS, uma oportunidade de modernização tecnológica - as decisões passam a ser
tomadas de forma mais acertada dado existir menos

ciso ir muito longe para termos noção da sua extensa aceitação na sociedade: no âmbito particular,

largo reconhecimento nos próximos anos. Como

poder de investimento generalizado, o que faz com

é cada vez mais habitual a utilização de terminais

já não nos referimos a uma tecnologia puramente

que se tenha de fazer um melhor uso de toda a

que fazem uso das capacidades de geolocalização,

empresarial e acessível a poucos, há muitos utiliza-

informação já disponível”, acrescenta. Esta opinião

como ruas ou mapas que detectam o melhor per-

dores que podem usar a informação pública para

é reforçada por Eduardo Cruz da GMV: “No que se

curso a seguir ou que facilitam a localização de um

criar as suas próprias aplicações, o que, combinado

determinado restaurante ou bomba de gasolina,

com a utilização cada vez mais intuitiva destas pla-

por exemplo.

taformas, ajudou a lançar novos projectos e a gerar

Para trás ficou a ideia de que se trata de ‘tecnologias

consciência social da importância da geografia na

Ferramenta de gestão
empresarial

de nicho’, com aplicações verticalizadas para secto-

altura de melhorar o desempenho do negócio.

Não é novo. As empresas debatem-se

res muito concretos e que requerem conhecimentos

há anos para perceber como influenciar a

ploração. Hoje, este tipo de sistemas constitui uma

Cloud e mobilidade
na origem do crescimento

proposta revolucionária e inovadora ao alcance de

Tradicionalmente, o sector público tem sido o prin-

que possuem do fenómeno GIS, têm

todos. E esta transformação deve-se, por um lado,

cipal cliente dos sistemas de geolocalização para

ao seu alcance uma ferramenta que

a uma série de avanços, como o rápido aumento

cobrir serviços ligados à gestão de património e de

das taxas de transferência de dados das redes de

trânsito, ao ciclo de vida do planeamento urbano, e

lhes oferece a possibilidade de tomar

telecomunicações de última geração, da capacidade

à segurança policial, entre outros. Contudo, actual-

de processamento dos computadores e do ‘boom’

mente, outras áreas como o serviço público, meio

de dispositivos móveis. Assim, passou-se de um pa-

ambiente, telecomunicações, transportes, logística

radigma em que se gerava e corrigia a informação

e Defesa já levam a cabo projectos deste tipo. Por

para outro, onde existe a capacidade de actualizar

norma, devido à sua capacidade de análise, os GIS

a informação com muita qualidade e num intervalo

estão vinculados a projectos de grande enverga-

de tempo muito curto.

dura, o que se insere na perfeição com estes perfis.

A estas melhorias técnicas e de procedimento, há

Vitor Batista da Indra considera que as principais

zonas de acção, onde estavam a crescer)

que somar a chegada de vários players que provoca-

oportunidades de negócio para os GIS no mercado

- um sistema de geolocalização torna

ram a democratização dos GIS. Vitor Batista, gestor

nacional estão no sector dos transportes, “principal-

possível analisar toda essa informação e

de projectos da Indra, multinacional que fornece

mente no transporte marítimo, que está a atravessar

posteriormente visualizá-la num mapa.

serviços de valor acrescentado neste segmento, re-

um período de grande crescimento

fere que soluções como o Google Maps ou o Goo-

e que poderá beneficiar muito desta

gle Earth tiveram um efeito catalisador no sector,

nova geração de plataformas GIS,

pois “trouxeram uma consciência geoespacial para

especialmente nas suas componen-

o público em geral”. “Nos últimos cinco anos, a po-

tes de logística e na circulação de

pularidade dos produtos de mapeamento da Google

pessoas e mercadorias no espaço de

foi criando uma procura por dados geoespaciais,

influência dos portos”.

ao mesmo tempo que se tornava muito fácil de

O aspecto menos positivo deste

usar e sem representar custos para os utilizadores”.

tema é que a restrição financeira

Portanto, estes serviços, com a sua posterior inte-

fez com que alguns clientes tenham

gração nos social media, estão a gerar um grande

deixado de investir com a mesma

campo de actividade e oportunidade, que terá um

intensidade, passando a dar priori-

www.channelpartner.pt

variável espacial nos seus negócios e, hoje
em dia, devido ao maior conhecimento

decisões que melhorarão o seu fluxo de
trabalho e, consequentemente, os seus
resultados. Qualquer organização que
se preze precisa de conhecer os seus
recursos (como se distribuem e como os
estruturar com base no tempo e no espaço)
e a sua competência (onde estão, novas

GIS

e recursos de hardware específicos para a sua ex-

17
a fundo

julho/agosto 2012

refere à tecnologia, quando se conside-

de Intervenções, que articula diversos

ram as plataformas ‘tradicionais’ (server

serviços municipais no planeamento e

e desktop), estamos perante um mer-

execução das obras municipais. Além

cado amadurecido, onde a expansão é

disso, também participou no projecto

agora mínima ou quase nula. Quanto

SIG-SIRESP, da Guarda Nacional Re-

à componente de serviços deu-se uma

publicana, o qual estende os GIS que

forte retracção nos últimos dois anos,

detém adoptando tecnologias aber-

com muitas das empresas portuguesas

tas e livres para se dotar de uma pla-

a redireccionar os seus esforços para a

taforma de gestão da monitorização

internacionalização da sua oferta. Cre-

de meios e ocorrências.

mos que o espaço de crescimento está

O sector privado, graças ao compro-

agora na adopção de novos ambientes

vado avanço tecnológico destas solu-

de suporte (cloud, mobile), e na opti-

ções nos últimos anos, começa tam-

mização das infra-estruturas existentes,

bém a requerer este tipo de sistemas,

quer do ponto de vista funcional, quer

especialmente se virem neles um aliado

do ponto de vista tecnológico.”

perfeito para o seu desenvolvimento e

Ainda assim, a relação entre a Admi-

crescimento. Além disso, também as

nistração Pública e os GIS está conso-

PME começam a deslumbrar-se com

lidada, pois tratam-se de ferramentas

os encantos de ofertas que não su-

desenhadas para melhorar a gestão de

põem um grande investimento.

tempo, esforço e dinheiro, algo particularmente necessário na conjuntura actual. Jorge

que procuram soluções GIS com o objectivo de ob-

Apolinário da Ambisig refere que “é no sector pú-

ter aumentos de produtividade e competitividade”,

Para todos os públicos
(e necessidades)

blico que se encontram as maiores referências a

explica Vitor Batista.

A evolução natural dos GIS será implementar-se

projectos realizados em Clientes, até porque uma

A título de exemplo, refira-se que a Indra desen-

cada vez mais na sociedade, apresentando soluções

das principais características dos GIS é servir de ins-

volveu para o Gabinete de Gestão de Emergências

verticais ao mesmo tempo que chegam ao mercado

trumento no processo de Gestão Territorial e, nessa

do Ministério dos Negócios Estrangeiros um sis-

global, pois cidadãos, empreendedores, PME e pro-

medida, o forte do investimento está, de facto,

tema que permite acompanhar e monitorizar os

gramadores querem criar as suas próprias soluções

posicionado no Sector Público”. Além disso, a tec-

portugueses espalhados pelo mundo, centralizando

e aceder a conteúdos. E a verdade é que, deixando

nologia continua a evoluir, o que permite oferecer

a informação proveniente de Postos Consulares,

de parte a vertente mais técnica, estes sistemas

um valor acrescentado com novos produtos e fun-

do Registo de Viajantes e dos Operadores Turísti-

estão a começar a andar lado a lado com as redes

cionalidades, como, por exemplo, processamento

cos, de modo a suportar, centralizar e controlar as

sociais, combinando informação social e georrefe-

na Cloud ou mobilidade.

actividades efectuadas, o que permite actuar com

renciação. Além disso, começam a integrar-se com

Para termos uma noção do tipo de clientes existente

maior eficácia em situações de emergência. Por

outro tipo de propostas de “smart computing”, de-

no mercado português, maioritariamente no sector

sua vez, a Ambisig foi co-autora do projecto POR-

fendem a formula SaaS e têm na mobilidade e no

público, refira-se que, por exemplo, a Indra desen-

DATA Regiões para a Fundação Francisco Manuel

modelo Cloud dignos aliados. Ou seja, os GIS estão

volve a sua actividade em múltiplos sectores, desde

dos Santos, tendo também desenvolvido projectos

a democratizar-se - estamos numa sociedade com

a Defesa à Segurança, passando pela Administração

para empresas como a Brisa, REN ou Ana Aeropor-

utilizadores activos, que querem explorar informa-

Pública e Utilities, entre outros, pelo que, actual-

tos. Já a GMV trabalhou em parceria com a Câmara

ção e analisá-la, pois não se conformam apenas em

mente, “observamos que são os nossos clientes que

Municipal de Lisboa nas plataformas LxI - Lisboa In-

visualizá-la.

já têm um elevado grau de maturidade tecnológica

teractiva e SGPI – Sistema de Gestão e Planeamento

Por tudo isto, no futuro dos GIS a curto-médio
prazo em Portugal podemos contar com um au-

Factores que aumentam a procura dos GIS

mento da procura de soluções baseadas em cloud

•  maturidade tecnológica que se vive a todos os níveis: comunicações, armazenamento,
A

Microsoft. Esta convicção é defendida por Vitor

e sofisticação das interfaces do cliente;
•  regularização dos dados, muito graças ao trabalho realizado até agora pela
A
Administração Pública;

GIS

•  consumo cada vez maior de serviços de valor associados à georeferenciação, tanto
O

18

a nível particular, a partir da democratização dos serviços, como a nível profissional,
aportando valor aos negócios dos clientes em todo o seu ciclo de vida,
desde a operação à tomada de decisões.

computing, como as plataformas da Google ou da
Batista da Indra: “Hoje em dia, assistimos a uma
racionalização do investimento em TI e o modelo de
Cloud vem dar resposta a diversos problemas que
os investidores enfrentam, porque permite apenas
pagarem pelos serviços que usam, não necessitando
de efectuar o setup de infra-estruturas dedicadas
com a redução de custos que isso implica. Também não podemos ignorar o facto de que existe

www.channelpartner.pt
a fundo

julho/agosto 2012

Um negócio extremamente especializado (e rentável)
À
 primeira vista, poderia dizer-se que o negócio de sistemas

grau de qualificação. Desde a elaboração de dados cartográficos

de geolocalização é muito rentável e pouco concorrido.

através das empresas de fotogrametria e produção

Contudo, embora seja certo que a lista de fabricantes centrados

cartográfica até ao consumo dos mesmos ou a redes sociais

no fornecimento destas soluções não é muito extensa, do ponto

em terminais móveis, existe toda uma cadeia de valor

de vista dos integradores desta tecnologia, o sector encontra-se

ancorada em prestadores de serviços GIS, como, por exemplo,

bastante fragmentado. Assim, por um lado, há grandes empresas

gestores de conteúdos e portais web, que participam

a operar para um pequeno nicho, com alta especialização,

neste mercado.

que dão cobertura a necessidades claras e concretas do mercado.

Assim, podemos dizer que nos encontramos perante um bolo

Por outro lado, existem grandes integradores que funcionam através

repartido em várias partes, embora não menos apetitoso

de capacidades próprias ou mediante uma associação pontual

por isso, ou seja, ‘rentável’. É que muitas vezes lida-se

– de acordo com a oportunidade que apareça – com terceiros.

com projectos de grande envergadura, que acabam

Tanto num caso como noutro, os profissionais que prestam

por ser muito rentáveis, pois têm uma amortização rápida

os seus serviços neste âmbito estão obrigados a ter um elevado

devido à qualidade de análise da informação que é desenvolvida.

uma migração dos utilizadores do escritório para

Desta forma, é na implementação de hardware e

ao negócio dos clientes. Eduardo Cruz da GMV

o terreno potenciado pelos dispositivos móveis e

software, assim como na sua integração dentro de

faz uma análise do panorama actual do Canal de

pelo acesso via browser e, como tal, os modelos

outras ferramentas, que o Canal pode encontrar

GIS em Portugal: “Existe uma grande profusão de

clássicos de distribuição destas ferramentas não é

o seu nicho. Ou seja, o factor de diferenciação do

empresas integradoras, com diversificados âmbitos

adequado às necessidades de evolução de empresas

Parceiro está no valor que pode oferecer ao utiliza-

de actuação, quer ao nível dos sectores de mercado,

e pessoas.” Além disso, como frisa Nicolás Galvez

dor final mediante a especialização na definição,

quer ao nível das tecnologias, quer até da abran-

da Garmin, os GIS também se vão focando mais no

desenvolvimento e início de produção de soluções

gência territorial. Quase todas estas empresas têm

geomarketing, misturando as vertentes de posicio-

ligadas à exportação da informação geográfica dos

um foco numa determinada tecnologia/software;

namento geográfico com negócios, o que permite

dados, integrando soluções, serviços e tecnologias

muito poucas têm uma perspectiva de combinação

analisar o comportamento do cliente e organizá-lo

onde a localização, a dimensão espacial e a contex-

tecnológica visando a implementação de sistemas

geograficamente.

tualização geográfica da informação aportem valor

heterogéneos preocupados com a optimização
funcional e de custos. Nos tempos mais recentes
assiste-se a uma relativa atomização da oferta, com
o aparecimento disperso de empresas de pequena
dimensão e posicionadas em nichos de actuação,
dando resposta a necessidades muito focalizadas e/
ou a mercados regionais.”
“Actualmente, podemos observar que os integradores estão também a procurar adaptar-se ao paradigma de cloud computing, e vai ser a velocidade
com que esta adaptação vai decorrer e o grau de
maturidade das soluções que irá ditar o sucesso de
cada um”, destaca Vitor Batista da Indra. A juntar
a tudo isto, há que salientar que os fabricantes
precisam de se juntar a Parceiros que mostrem os
benefícios e o retorno do investimento destes sistemas, pois o negócio passa por construir soluções de
âmbito global, já que a rentabilidade não provém da
venda de licenças, mas sim da concessão de serviços
de consultoria, formação, implementação e integração com outras aplicações.

www.gmv.com/pt | www.indracompany.com

www.channelpartner.pt

GIS

Info www.ambisig.pt | www.garmin.com/pt

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A democratização dos GIS / The democratization of GIS

  • 1. a fundo julho/agosto 2012 Inovações tecnológicas e novos players A democratização dos GIS Os Sistemas de Informação Geográfica, também conhecidos por GIS, perderam a conotação de tecnologia destinada a nichos de mercado e têm vindo a alargar o seu leque de clientes. Do sector público a empresas privadas de grande envergadura, passando por PME, o mercado está a ganhar consciência das vantagens potenciadas por estas plataformas. Para o Canal, a oportunidade está na implementação de hardware e software, assim como na sua integração com outras ferramentas Paulo Belchior de Matos, Ana Rita Silva e CP A beneficiam de plataformas GIS. E a perspectiva a forte crescimento para os sistemas de informação curto prazo é igualmente animadora, pois é ex- factores fizeram com que a utilização de geográfica”, explica Eduardo Cruz, Business De- pectável que a procura destas soluções suba, uma velopment Manager da GMV, grupo privado que vez que se está a tornar claro que as empresas área dos Sistemas de Informação Geográfica, tenha actua neste segmento desde 1984. “Estes períodos conseguem aumentar a competitividade se a sua crescido nos últimos anos e que se tenha convertido foram acompanhados por ritmos correspondentes actividade estiver suportada em soluções GIS. numa ferramenta indispensável para tomadas de de surgimento de empresas a operar no sector, com “A indústria dos GIS está a entrar na sua fase mais decisões empresariais. O mercado português tem as mais diversas dimensões e focos de actuação”, importante, até agora parecia ‘reservada’ a sectores vindo a assistir a uma crescente procura destas fer- acrescenta. específicos e está a democratizar-se, chegando a ramentas e já são muito poucos os negócios ou GIS 90, a primeira década do milénio foi claramente de tion Systems) goza de boa saúde. Diversos soluções, tecnologias e serviços relacionados com a 16 indústria dos GIS (Geographic Informa- Desde monitorização de redes de energia a trans- um público mais amplo, graças ao importante de- actividades que, hoje em dia, não têm alguma infor- porte de bens e mercadorias, passando pelo acom- senvolvimento tecnológico nos dispositivos móveis mação baseada em localização espacial. panhamento de furacões e outros eventos me- (telemóveis, tablets, ...) e à utilização cada vez mais “Depois de uma fase introdutória durante os anos teorológicos, todas estas actividades recorrem e importante da tecnologia GPS”, destaca Nicolás www.channelpartner.pt
  • 2. a fundo julho/agosto 2012 Galvez, Product Manager Outdoor- Fitness da Garmin Iberia, especialista em soluções de navegação portátil. Um dos sinais que evidencia a evolução dos GIS é que já não se trata de uma tecnologia requerida exclusivamente pelo Sector Público - embora ainda se mantenha como o principal motor da procura no mercado GIS nacional, “sendo que se pode situar acima dos 70%”, esclarece Eduardo Cruz da GMV. Outros segmentos estão já convencidos de todas as vantagens que estas plataformas podem trazer para o seu negócio, como, por exemplo, a possibilidade de poder optimizar custos e tempo. Mas não é pre- Os serviços GIS e a sua posterior evolução e integração nos social media estão a gerar um grande campo de actividade e oportunidade que terão um largo desenvolvimento nos próximos anos dade à manutenção das iniciativas que já têm em marcha. “À semelhança do que está a acontecer em torno de quase todas as áreas de negócio das empresas, o mercado dos GIS em Portugal, que não é excepção, tem sofrido nos últimos anos alguma estagnação, resultado dos efeitos da crise e da consequente contenção orçamental”, ressalva Jorge Apolinário, responsável pela área de SIG da Ambisig, empresa integradora deste tipo de tecnologias. “Contudo, é normalmente na crise que se encontram soluções para novos investimentos e, no caso específico dos GIS, uma oportunidade de modernização tecnológica - as decisões passam a ser tomadas de forma mais acertada dado existir menos ciso ir muito longe para termos noção da sua extensa aceitação na sociedade: no âmbito particular, largo reconhecimento nos próximos anos. Como poder de investimento generalizado, o que faz com é cada vez mais habitual a utilização de terminais já não nos referimos a uma tecnologia puramente que se tenha de fazer um melhor uso de toda a que fazem uso das capacidades de geolocalização, empresarial e acessível a poucos, há muitos utiliza- informação já disponível”, acrescenta. Esta opinião como ruas ou mapas que detectam o melhor per- dores que podem usar a informação pública para é reforçada por Eduardo Cruz da GMV: “No que se curso a seguir ou que facilitam a localização de um criar as suas próprias aplicações, o que, combinado determinado restaurante ou bomba de gasolina, com a utilização cada vez mais intuitiva destas pla- por exemplo. taformas, ajudou a lançar novos projectos e a gerar Para trás ficou a ideia de que se trata de ‘tecnologias consciência social da importância da geografia na Ferramenta de gestão empresarial de nicho’, com aplicações verticalizadas para secto- altura de melhorar o desempenho do negócio. Não é novo. As empresas debatem-se res muito concretos e que requerem conhecimentos há anos para perceber como influenciar a ploração. Hoje, este tipo de sistemas constitui uma Cloud e mobilidade na origem do crescimento proposta revolucionária e inovadora ao alcance de Tradicionalmente, o sector público tem sido o prin- que possuem do fenómeno GIS, têm todos. E esta transformação deve-se, por um lado, cipal cliente dos sistemas de geolocalização para ao seu alcance uma ferramenta que a uma série de avanços, como o rápido aumento cobrir serviços ligados à gestão de património e de das taxas de transferência de dados das redes de trânsito, ao ciclo de vida do planeamento urbano, e lhes oferece a possibilidade de tomar telecomunicações de última geração, da capacidade à segurança policial, entre outros. Contudo, actual- de processamento dos computadores e do ‘boom’ mente, outras áreas como o serviço público, meio de dispositivos móveis. Assim, passou-se de um pa- ambiente, telecomunicações, transportes, logística radigma em que se gerava e corrigia a informação e Defesa já levam a cabo projectos deste tipo. Por para outro, onde existe a capacidade de actualizar norma, devido à sua capacidade de análise, os GIS a informação com muita qualidade e num intervalo estão vinculados a projectos de grande enverga- de tempo muito curto. dura, o que se insere na perfeição com estes perfis. A estas melhorias técnicas e de procedimento, há Vitor Batista da Indra considera que as principais zonas de acção, onde estavam a crescer) que somar a chegada de vários players que provoca- oportunidades de negócio para os GIS no mercado - um sistema de geolocalização torna ram a democratização dos GIS. Vitor Batista, gestor nacional estão no sector dos transportes, “principal- possível analisar toda essa informação e de projectos da Indra, multinacional que fornece mente no transporte marítimo, que está a atravessar posteriormente visualizá-la num mapa. serviços de valor acrescentado neste segmento, re- um período de grande crescimento fere que soluções como o Google Maps ou o Goo- e que poderá beneficiar muito desta gle Earth tiveram um efeito catalisador no sector, nova geração de plataformas GIS, pois “trouxeram uma consciência geoespacial para especialmente nas suas componen- o público em geral”. “Nos últimos cinco anos, a po- tes de logística e na circulação de pularidade dos produtos de mapeamento da Google pessoas e mercadorias no espaço de foi criando uma procura por dados geoespaciais, influência dos portos”. ao mesmo tempo que se tornava muito fácil de O aspecto menos positivo deste usar e sem representar custos para os utilizadores”. tema é que a restrição financeira Portanto, estes serviços, com a sua posterior inte- fez com que alguns clientes tenham gração nos social media, estão a gerar um grande deixado de investir com a mesma campo de actividade e oportunidade, que terá um intensidade, passando a dar priori- www.channelpartner.pt variável espacial nos seus negócios e, hoje em dia, devido ao maior conhecimento decisões que melhorarão o seu fluxo de trabalho e, consequentemente, os seus resultados. Qualquer organização que se preze precisa de conhecer os seus recursos (como se distribuem e como os estruturar com base no tempo e no espaço) e a sua competência (onde estão, novas GIS e recursos de hardware específicos para a sua ex- 17
  • 3. a fundo julho/agosto 2012 refere à tecnologia, quando se conside- de Intervenções, que articula diversos ram as plataformas ‘tradicionais’ (server serviços municipais no planeamento e e desktop), estamos perante um mer- execução das obras municipais. Além cado amadurecido, onde a expansão é disso, também participou no projecto agora mínima ou quase nula. Quanto SIG-SIRESP, da Guarda Nacional Re- à componente de serviços deu-se uma publicana, o qual estende os GIS que forte retracção nos últimos dois anos, detém adoptando tecnologias aber- com muitas das empresas portuguesas tas e livres para se dotar de uma pla- a redireccionar os seus esforços para a taforma de gestão da monitorização internacionalização da sua oferta. Cre- de meios e ocorrências. mos que o espaço de crescimento está O sector privado, graças ao compro- agora na adopção de novos ambientes vado avanço tecnológico destas solu- de suporte (cloud, mobile), e na opti- ções nos últimos anos, começa tam- mização das infra-estruturas existentes, bém a requerer este tipo de sistemas, quer do ponto de vista funcional, quer especialmente se virem neles um aliado do ponto de vista tecnológico.” perfeito para o seu desenvolvimento e Ainda assim, a relação entre a Admi- crescimento. Além disso, também as nistração Pública e os GIS está conso- PME começam a deslumbrar-se com lidada, pois tratam-se de ferramentas os encantos de ofertas que não su- desenhadas para melhorar a gestão de põem um grande investimento. tempo, esforço e dinheiro, algo particularmente necessário na conjuntura actual. Jorge que procuram soluções GIS com o objectivo de ob- Apolinário da Ambisig refere que “é no sector pú- ter aumentos de produtividade e competitividade”, Para todos os públicos (e necessidades) blico que se encontram as maiores referências a explica Vitor Batista. A evolução natural dos GIS será implementar-se projectos realizados em Clientes, até porque uma A título de exemplo, refira-se que a Indra desen- cada vez mais na sociedade, apresentando soluções das principais características dos GIS é servir de ins- volveu para o Gabinete de Gestão de Emergências verticais ao mesmo tempo que chegam ao mercado trumento no processo de Gestão Territorial e, nessa do Ministério dos Negócios Estrangeiros um sis- global, pois cidadãos, empreendedores, PME e pro- medida, o forte do investimento está, de facto, tema que permite acompanhar e monitorizar os gramadores querem criar as suas próprias soluções posicionado no Sector Público”. Além disso, a tec- portugueses espalhados pelo mundo, centralizando e aceder a conteúdos. E a verdade é que, deixando nologia continua a evoluir, o que permite oferecer a informação proveniente de Postos Consulares, de parte a vertente mais técnica, estes sistemas um valor acrescentado com novos produtos e fun- do Registo de Viajantes e dos Operadores Turísti- estão a começar a andar lado a lado com as redes cionalidades, como, por exemplo, processamento cos, de modo a suportar, centralizar e controlar as sociais, combinando informação social e georrefe- na Cloud ou mobilidade. actividades efectuadas, o que permite actuar com renciação. Além disso, começam a integrar-se com Para termos uma noção do tipo de clientes existente maior eficácia em situações de emergência. Por outro tipo de propostas de “smart computing”, de- no mercado português, maioritariamente no sector sua vez, a Ambisig foi co-autora do projecto POR- fendem a formula SaaS e têm na mobilidade e no público, refira-se que, por exemplo, a Indra desen- DATA Regiões para a Fundação Francisco Manuel modelo Cloud dignos aliados. Ou seja, os GIS estão volve a sua actividade em múltiplos sectores, desde dos Santos, tendo também desenvolvido projectos a democratizar-se - estamos numa sociedade com a Defesa à Segurança, passando pela Administração para empresas como a Brisa, REN ou Ana Aeropor- utilizadores activos, que querem explorar informa- Pública e Utilities, entre outros, pelo que, actual- tos. Já a GMV trabalhou em parceria com a Câmara ção e analisá-la, pois não se conformam apenas em mente, “observamos que são os nossos clientes que Municipal de Lisboa nas plataformas LxI - Lisboa In- visualizá-la. já têm um elevado grau de maturidade tecnológica teractiva e SGPI – Sistema de Gestão e Planeamento Por tudo isto, no futuro dos GIS a curto-médio prazo em Portugal podemos contar com um au- Factores que aumentam a procura dos GIS mento da procura de soluções baseadas em cloud • maturidade tecnológica que se vive a todos os níveis: comunicações, armazenamento, A Microsoft. Esta convicção é defendida por Vitor e sofisticação das interfaces do cliente; • regularização dos dados, muito graças ao trabalho realizado até agora pela A Administração Pública; GIS • consumo cada vez maior de serviços de valor associados à georeferenciação, tanto O 18 a nível particular, a partir da democratização dos serviços, como a nível profissional, aportando valor aos negócios dos clientes em todo o seu ciclo de vida, desde a operação à tomada de decisões. computing, como as plataformas da Google ou da Batista da Indra: “Hoje em dia, assistimos a uma racionalização do investimento em TI e o modelo de Cloud vem dar resposta a diversos problemas que os investidores enfrentam, porque permite apenas pagarem pelos serviços que usam, não necessitando de efectuar o setup de infra-estruturas dedicadas com a redução de custos que isso implica. Também não podemos ignorar o facto de que existe www.channelpartner.pt
  • 4. a fundo julho/agosto 2012 Um negócio extremamente especializado (e rentável) À primeira vista, poderia dizer-se que o negócio de sistemas grau de qualificação. Desde a elaboração de dados cartográficos de geolocalização é muito rentável e pouco concorrido. através das empresas de fotogrametria e produção Contudo, embora seja certo que a lista de fabricantes centrados cartográfica até ao consumo dos mesmos ou a redes sociais no fornecimento destas soluções não é muito extensa, do ponto em terminais móveis, existe toda uma cadeia de valor de vista dos integradores desta tecnologia, o sector encontra-se ancorada em prestadores de serviços GIS, como, por exemplo, bastante fragmentado. Assim, por um lado, há grandes empresas gestores de conteúdos e portais web, que participam a operar para um pequeno nicho, com alta especialização, neste mercado. que dão cobertura a necessidades claras e concretas do mercado. Assim, podemos dizer que nos encontramos perante um bolo Por outro lado, existem grandes integradores que funcionam através repartido em várias partes, embora não menos apetitoso de capacidades próprias ou mediante uma associação pontual por isso, ou seja, ‘rentável’. É que muitas vezes lida-se – de acordo com a oportunidade que apareça – com terceiros. com projectos de grande envergadura, que acabam Tanto num caso como noutro, os profissionais que prestam por ser muito rentáveis, pois têm uma amortização rápida os seus serviços neste âmbito estão obrigados a ter um elevado devido à qualidade de análise da informação que é desenvolvida. uma migração dos utilizadores do escritório para Desta forma, é na implementação de hardware e ao negócio dos clientes. Eduardo Cruz da GMV o terreno potenciado pelos dispositivos móveis e software, assim como na sua integração dentro de faz uma análise do panorama actual do Canal de pelo acesso via browser e, como tal, os modelos outras ferramentas, que o Canal pode encontrar GIS em Portugal: “Existe uma grande profusão de clássicos de distribuição destas ferramentas não é o seu nicho. Ou seja, o factor de diferenciação do empresas integradoras, com diversificados âmbitos adequado às necessidades de evolução de empresas Parceiro está no valor que pode oferecer ao utiliza- de actuação, quer ao nível dos sectores de mercado, e pessoas.” Além disso, como frisa Nicolás Galvez dor final mediante a especialização na definição, quer ao nível das tecnologias, quer até da abran- da Garmin, os GIS também se vão focando mais no desenvolvimento e início de produção de soluções gência territorial. Quase todas estas empresas têm geomarketing, misturando as vertentes de posicio- ligadas à exportação da informação geográfica dos um foco numa determinada tecnologia/software; namento geográfico com negócios, o que permite dados, integrando soluções, serviços e tecnologias muito poucas têm uma perspectiva de combinação analisar o comportamento do cliente e organizá-lo onde a localização, a dimensão espacial e a contex- tecnológica visando a implementação de sistemas geograficamente. tualização geográfica da informação aportem valor heterogéneos preocupados com a optimização funcional e de custos. Nos tempos mais recentes assiste-se a uma relativa atomização da oferta, com o aparecimento disperso de empresas de pequena dimensão e posicionadas em nichos de actuação, dando resposta a necessidades muito focalizadas e/ ou a mercados regionais.” “Actualmente, podemos observar que os integradores estão também a procurar adaptar-se ao paradigma de cloud computing, e vai ser a velocidade com que esta adaptação vai decorrer e o grau de maturidade das soluções que irá ditar o sucesso de cada um”, destaca Vitor Batista da Indra. A juntar a tudo isto, há que salientar que os fabricantes precisam de se juntar a Parceiros que mostrem os benefícios e o retorno do investimento destes sistemas, pois o negócio passa por construir soluções de âmbito global, já que a rentabilidade não provém da venda de licenças, mas sim da concessão de serviços de consultoria, formação, implementação e integração com outras aplicações. www.gmv.com/pt | www.indracompany.com www.channelpartner.pt GIS Info www.ambisig.pt | www.garmin.com/pt 19