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Historiador: Contexto histórico referente ao final do século XIX no Brasil:


        As modificações das estruturas político - econômicas na Europa no final
do século XIX afetaram a sociedade mundial sob o ponto de vista cultural e
transformaram as formas de agir e produzir, além de influir na vida cultural.
        A França da III República (1871 - 1914) passou por períodos de paz e
viu florescer partidos de direita e de esquerda, com programas radicais. Entre
1880 e 1881 votou-se as leis escolares que obrigaram à gratuidade do ensino
primário, assegurando às crianças de ambos os sexos o ensino de qualidade.
Esta lei foi de vital importância para garantir a ampliação dos conhecimentos,
tornando o acesso ao saber mais democrático. Todos os países que passaram
por esse tipo de transformação foram beneficamente afetados.
        Por toda a Europa houve uma ampliação das conquistas industriais e de
transformações nas estruturas que possibilitaram novas condições de vida para
os trabalhadores.
        Durante a Segunda metade do século XIX, a sociedade brasileira
passou por mudanças fundamentais nos campos políticos, sociais e
consequentemente na forma de ver e entender a nova realidade que estavam
vivendo.
        O Brasil nesta época também sofreu transformações importantes: de
país com mão de obra escravocrata passou a ter mão de obra livre, de
Monarquia para República com várias mudanças nas formas de viver o dia a
dia de sua população. Pouco a pouco passou-se a contar com reflexos da
modernização: a presença de cinematógrafos, iluminação nas ruas, vacinas
para garantir vida mais saudável às populações urbanas e a incorporação,
através das novidades divulgadas pela imprensa, dos grandes feitos científicos
europeus.
        É claro que essas transformações ocorrem de forma lenta e não
atingiram nem todas as regiões do país e nem todas das partes das províncias.
Regiões do Nordeste, por exemplo, poderiam ser descritas como imensas
terras cercadas com trabalhadores escravos, somente pequenos núcleos
urbanos, nos quais os únicos edifícios de destaque eram a igreja e a câmara
municipal. Lugares marcados pelo poder dos proprietários de terras.
        A transição do século XIX para o XX foi também de estabelecimento de
novas estruturas comerciais e financeiras que mudaram as características de
cidades brasileiras, sobretudo o Rio de Janeiro, capital do Império e depois
Capital Federal (na República) que sofreu grandes modificações urbanas,
como as reformas do Prefeito Pereira Passos que desejava transformá-la em
uma moderna capital, nos moldes europeus.
        O Rio de Janeiro, era uma cidade heterogênea, com mansões e
palacetes ao lado de bairros miseráveis. Na rua do Ouvidor podiam-se
encontrar as últimas novidades de Paris, mas a febre amarela e a varíola
periodicamente dizimavam a população pobre. Uma aristocracia culta e
exigente povoava os salões e os espetáculos de ópera, enquanto o
desemprego empurrava milhares de pessoas para uma vida incerta de
pequenos trabalhos avulsos, quando não para o baixo meretrício e a
malandragem. Nos palacetes de Laranjeiras falava-se francês nas noites de
gala, enquanto não longe dali, nos cortiços, a fome e a miséria faziam estragos
na população.
Jornalista: Realidade vivida nos cortiços do Rio de Janeiro no final do século
XIX:

        No século XIX, os cortiços eram galpões de madeira habitados por
trabalhadores     não-qualificados.   Esses    galpões     eram    subdivididos
internamente. O proprietário era geralmente português, dono de armazém
próximo. Mas havia outros interessados: o Conde D'Eu, marido da princesa
Isabel, foi dono de um imenso cortiço, o "Cabeça-de-porco", onde viviam mais
de 4 mil pessoas. Os cortiços surgiram como uma moradia de baixo custo e o
meio mais viável para o capitalismo nascente.
        Os primeiros moradores dos cortiços viviam em grandes casarões
subdivididos em vários cômodos, posteriormente alugados ou cedidos às
famílias de baixa renda. Na época, essas moradias eram completamente
insalubres, sujas e apresentavam condições precárias favoráveis à proliferação
de doenças contagiosas, como febre amarela, sífilis e varíola.
        É nesse contexto em que Aluísio de Azevedo descreve sua obra o
cortiço. O cenário é descrito com ambiente e os caracteres em toda a sua
sujeira, podridão e promiscuidade, com uma intenção crítica, mostrar a miséria
do proletariado urbano, sem esconder a náusea que o narrador sente diante da
realidade que revela, mas posicionando-se de maneira solidária junto ao povo
do cortiço. Nesta obra o cortiço onde se passa a historia, é o personagem
principal; sofre processo de zoomorfização; é o núcleo gerador de tudo e foi
feito à imagem de seu proprietário, cresce, se desenvolve e se transforma com
João Romão. Apesar de seu crescimento, desenvolvimento e transformação
acompanharem os mesmos estágios na pessoas de João Romão, é, na
verdade, o estabelecimento que muda o dono, não o contrário. Vê-se na
evolução do cortiço um processo que não se pode evitar ou reverter,
determinado desde o início da história, tendo João Romão apenas feito o que
estava em seu instinto de homem desprovido de livre-arbítrio fazer. O sobrado
representa para o cortiço o mesmo que Miranda representa para Romão,
criando-se entre eles a mesma tensão que existe entre os dois homens. O
cortiço tem a capacidade de influenciar a todos ficam próximo a ele durante a
história.

Filósofo: Correntes filosóficas que influenciaram o pensamento no século
XIX, Determinismo, Positivismo e Darwinismo:

        O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo
do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores
Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na
Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX, período em que
chegou ao Brasil. O positivismo defende a idéia de que o conhecimento
científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os
positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi
comprovada através de métodos científicos válidos. O positivismo teve muita
influência na literatura. No Brasil, por exemplo, influenciou escritores
naturalistas como Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia.
        Darwinismo é um termo prático que se refere aos estudos desenvolvidos
por Darwin e sua implicação nos estudos do meio ambiente, do processo
evolutivo dos seres vivos e da própria organização da vida no planeta. O
Darwinismo é um mecanismo que provoca contínuas mudanças em
populações de seres vivos e podemos decompor esse mecanismo em cinco
referenciais: Variação: os indivíduos não são totalmente semelhantes, mesmo
que tenham o mesmo parentesco. Essa variabilidade contribui para o processo
evolutivo ao apresentar em diferentes indivíduos características diversas.
Herança: a forma como se dá a passagem das características foi um fator que
intrigava Darwin, mas ele não conseguiu resposta conclusiva sobre o assunto.
Seleção: a competição pelos recursos ambientais seria um fator determinante
para a evolução de uma espécie. Tempo: a seleção natural não se processa
em curtos intervalos de tempo. Temos também que o ambiente está em
constante modificação, ocasionando mudanças contínuas. Adaptação: seria a
característica que favorece a sobrevivência dos indivíduos em um determinado
ambiente. Os indivíduos apresentam adaptações diferentes ao mesmo
ambiente, mas pela seleção natural, somente aquele que for mais apto
conseguirá sobreviver.
        Segundo as teorias deterministas do final do século XIX, que deixam de
ser aceitas já no inicio do século XX, o homem é determinado pelo momento
histórico, à raça e o meio. Esta teoria foi usada pelos nazistas para justificar
sua superioridade sobre os demais povos.
        Desse modo, haveria uma explicação para o desenvolvimento das
sociedades européias, que não tiveram grandes dificuldades em subjugar os
povos tropicais, mais indolentes e atrasados, teoria que justificou o
expansionismo neocolonial entre o fim do século XIX e o início do século XX.
Essas idéias seriam, mais tarde, aproveitadas pelos cientistas da Alemanha
Nazista.




Augusto Comte             Hippolyte Taine                  Charles Darwin

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  • 1. Historiador: Contexto histórico referente ao final do século XIX no Brasil: As modificações das estruturas político - econômicas na Europa no final do século XIX afetaram a sociedade mundial sob o ponto de vista cultural e transformaram as formas de agir e produzir, além de influir na vida cultural. A França da III República (1871 - 1914) passou por períodos de paz e viu florescer partidos de direita e de esquerda, com programas radicais. Entre 1880 e 1881 votou-se as leis escolares que obrigaram à gratuidade do ensino primário, assegurando às crianças de ambos os sexos o ensino de qualidade. Esta lei foi de vital importância para garantir a ampliação dos conhecimentos, tornando o acesso ao saber mais democrático. Todos os países que passaram por esse tipo de transformação foram beneficamente afetados. Por toda a Europa houve uma ampliação das conquistas industriais e de transformações nas estruturas que possibilitaram novas condições de vida para os trabalhadores. Durante a Segunda metade do século XIX, a sociedade brasileira passou por mudanças fundamentais nos campos políticos, sociais e consequentemente na forma de ver e entender a nova realidade que estavam vivendo. O Brasil nesta época também sofreu transformações importantes: de país com mão de obra escravocrata passou a ter mão de obra livre, de Monarquia para República com várias mudanças nas formas de viver o dia a dia de sua população. Pouco a pouco passou-se a contar com reflexos da modernização: a presença de cinematógrafos, iluminação nas ruas, vacinas para garantir vida mais saudável às populações urbanas e a incorporação, através das novidades divulgadas pela imprensa, dos grandes feitos científicos europeus. É claro que essas transformações ocorrem de forma lenta e não atingiram nem todas as regiões do país e nem todas das partes das províncias. Regiões do Nordeste, por exemplo, poderiam ser descritas como imensas terras cercadas com trabalhadores escravos, somente pequenos núcleos urbanos, nos quais os únicos edifícios de destaque eram a igreja e a câmara municipal. Lugares marcados pelo poder dos proprietários de terras. A transição do século XIX para o XX foi também de estabelecimento de novas estruturas comerciais e financeiras que mudaram as características de cidades brasileiras, sobretudo o Rio de Janeiro, capital do Império e depois Capital Federal (na República) que sofreu grandes modificações urbanas, como as reformas do Prefeito Pereira Passos que desejava transformá-la em uma moderna capital, nos moldes europeus. O Rio de Janeiro, era uma cidade heterogênea, com mansões e palacetes ao lado de bairros miseráveis. Na rua do Ouvidor podiam-se encontrar as últimas novidades de Paris, mas a febre amarela e a varíola periodicamente dizimavam a população pobre. Uma aristocracia culta e exigente povoava os salões e os espetáculos de ópera, enquanto o desemprego empurrava milhares de pessoas para uma vida incerta de pequenos trabalhos avulsos, quando não para o baixo meretrício e a malandragem. Nos palacetes de Laranjeiras falava-se francês nas noites de gala, enquanto não longe dali, nos cortiços, a fome e a miséria faziam estragos na população.
  • 2. Jornalista: Realidade vivida nos cortiços do Rio de Janeiro no final do século XIX: No século XIX, os cortiços eram galpões de madeira habitados por trabalhadores não-qualificados. Esses galpões eram subdivididos internamente. O proprietário era geralmente português, dono de armazém próximo. Mas havia outros interessados: o Conde D'Eu, marido da princesa Isabel, foi dono de um imenso cortiço, o "Cabeça-de-porco", onde viviam mais de 4 mil pessoas. Os cortiços surgiram como uma moradia de baixo custo e o meio mais viável para o capitalismo nascente. Os primeiros moradores dos cortiços viviam em grandes casarões subdivididos em vários cômodos, posteriormente alugados ou cedidos às famílias de baixa renda. Na época, essas moradias eram completamente insalubres, sujas e apresentavam condições precárias favoráveis à proliferação de doenças contagiosas, como febre amarela, sífilis e varíola. É nesse contexto em que Aluísio de Azevedo descreve sua obra o cortiço. O cenário é descrito com ambiente e os caracteres em toda a sua sujeira, podridão e promiscuidade, com uma intenção crítica, mostrar a miséria do proletariado urbano, sem esconder a náusea que o narrador sente diante da realidade que revela, mas posicionando-se de maneira solidária junto ao povo do cortiço. Nesta obra o cortiço onde se passa a historia, é o personagem principal; sofre processo de zoomorfização; é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de seu proprietário, cresce, se desenvolve e se transforma com João Romão. Apesar de seu crescimento, desenvolvimento e transformação acompanharem os mesmos estágios na pessoas de João Romão, é, na verdade, o estabelecimento que muda o dono, não o contrário. Vê-se na evolução do cortiço um processo que não se pode evitar ou reverter, determinado desde o início da história, tendo João Romão apenas feito o que estava em seu instinto de homem desprovido de livre-arbítrio fazer. O sobrado representa para o cortiço o mesmo que Miranda representa para Romão, criando-se entre eles a mesma tensão que existe entre os dois homens. O cortiço tem a capacidade de influenciar a todos ficam próximo a ele durante a história. Filósofo: Correntes filosóficas que influenciaram o pensamento no século XIX, Determinismo, Positivismo e Darwinismo: O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Augusto Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX, período em que chegou ao Brasil. O positivismo defende a idéia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada através de métodos científicos válidos. O positivismo teve muita influência na literatura. No Brasil, por exemplo, influenciou escritores naturalistas como Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia. Darwinismo é um termo prático que se refere aos estudos desenvolvidos por Darwin e sua implicação nos estudos do meio ambiente, do processo evolutivo dos seres vivos e da própria organização da vida no planeta. O
  • 3. Darwinismo é um mecanismo que provoca contínuas mudanças em populações de seres vivos e podemos decompor esse mecanismo em cinco referenciais: Variação: os indivíduos não são totalmente semelhantes, mesmo que tenham o mesmo parentesco. Essa variabilidade contribui para o processo evolutivo ao apresentar em diferentes indivíduos características diversas. Herança: a forma como se dá a passagem das características foi um fator que intrigava Darwin, mas ele não conseguiu resposta conclusiva sobre o assunto. Seleção: a competição pelos recursos ambientais seria um fator determinante para a evolução de uma espécie. Tempo: a seleção natural não se processa em curtos intervalos de tempo. Temos também que o ambiente está em constante modificação, ocasionando mudanças contínuas. Adaptação: seria a característica que favorece a sobrevivência dos indivíduos em um determinado ambiente. Os indivíduos apresentam adaptações diferentes ao mesmo ambiente, mas pela seleção natural, somente aquele que for mais apto conseguirá sobreviver. Segundo as teorias deterministas do final do século XIX, que deixam de ser aceitas já no inicio do século XX, o homem é determinado pelo momento histórico, à raça e o meio. Esta teoria foi usada pelos nazistas para justificar sua superioridade sobre os demais povos. Desse modo, haveria uma explicação para o desenvolvimento das sociedades européias, que não tiveram grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados, teoria que justificou o expansionismo neocolonial entre o fim do século XIX e o início do século XX. Essas idéias seriam, mais tarde, aproveitadas pelos cientistas da Alemanha Nazista. Augusto Comte Hippolyte Taine Charles Darwin