2. Podemos definir bioma como um conjunto
de ecossistemas que funcionam de forma
estável. Um bioma é caracterizado por um
tipo principal de vegetação (num mesmo
bioma podem existir diversos tipos de
vegetação). Os seres vivos de um bioma
vivem de forma adaptada as condições da
natureza (vegetação, chuva, umidade,
calor, etc) existentes. Os biomas brasileiros
caracterizam-se, no geral, por uma grande
diversidade de animais e vegetais
(biodiversidade).
3. - Floresta amazônica– é considerada a maior
floresta tropical do mundo com uma rica
biodiversidade. Está presente na região norte
(Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Amapá,
Maranhão e Tocantins). É o habitat de milhares
de espécies vegetais e animais. Caracteriza-se
pela presença de árvores de grande porte,
situadas bem próximas umas das outras
(floresta fechada). Como o clima na região é
quente e úmido, as árvores possuem folhas
grandes e largas.
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5. - Caatinga– presente na região do sertão nordestino
(clima semi-árido), caracteriza-se por uma vegetação de
arbustos de porte médio, secos e com galhos
retorcidos. Há também a presença de ervas e cactos.
A caatinga é típica de regiões com baixo índice de
chuvas (presença de solo seco).
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que
significa “mata branca”, é o único sistema ambiental
exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de
734.478 de quilômetros quadrados, correspondendo a
cerca de 10% do território nacional, está presente nos
estados do Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Pi
auí e norte de Minas Gerais.
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7. - Cerrado – este bioma é encontrado nos estados do Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Com uma rica biodiversidade, caracteriza-se
pela presença de gramíneas, arbustos e árvores retorcidas. As plantas
possuem longas raízes para retirar água e nutrientes em profundidades
maiores.
É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente
por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central.
Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado
apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com
solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e
alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e
gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação
florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do
Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua
biodiversidade .
Cerrado é um bioma do tipo biócoro savana que ocorre no
Brasil, constituindo-se num dos seis grandes biomas brasileiros.
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9. -A Mata Atlântica -é uma formação vegetal que está
presente em grande parte da região litorânea brasileira.
Ocupa, atualmente, uma extensão de
aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. É
uma das mais importantes florestas tropicais do
mundo, apresentando uma rica biodiversidade.
A Mata Atlântica encontra-se, infelizmente, em
processo de extinção. Isto ocorre desde a chegada dos
portugueses ao Brasil (1500), quando iniciou-se a
extração do pau-brasil, importante árvore da Mata
Atlântica. Atualmente, a especulação imobiliária, o
corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os
principais fatores responsáveis pela extinção desta
mata.
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11. -O Pampa-O clima da região é temperado, apresentando
temperaturas que podem atingir os 40ºC no verão e podem
chegar abaixo de 0ºC no inverno.
Possui espécies de fauna e flora que só existem nesta região do
planeta.
A paisagem do Pampa é formada de planícies (longas extensões
de áreas planas), banhados (áreas permanentemente alagadas
por água doce), várzeas (áreas eventualmente alagadas por água
doce), coxilhas (terreno ondulado por um conjunto de pequenos
morros) e cerros (morros isolados), onde – por restrições de solo
e de disponibilidade hídrica – predominam as espécies silvestres
herbáceas.
As matas nativas do Pampa, em sua maioria, concentram-se ao
longo dos cursos d’água, formando na paisagem belos desenhos
em diferentes tonalidades de verde.
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13. -O Pantanal-Um dos ecossistemas mais ricos do Brasil, o
Pantanal, estende-se pelos territórios do Mato-Grosso (região
sul), Mato-Grosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte) e Bolívia
(leste). Ao todo são aproximadamente 228 mil quilômetros
quadrados. Em função de sua importância e diversidade
ecológica, o Pantanal é considerado pela UNESCO como um
Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. O Brasil
apresenta ao longo de seu território diversas composições
vegetais, dentre elas o Pantanal, que é conhecido também por
Complexo do Pantanal; sua formação vegetal recebe influência
da floresta Amazônica, Mata Atlântica, Chaco e do Cerrado. O
Pantanal, maior planície alagável do mundo, é o elo entre as
duas maiores bacias da América do Sul: a do Prata e a
Amazônica, o que lhe confere a função de corredor
biogeográfico, ou seja, permite a dispersão e troca de espécies
de fauna e flora entre essas bacias.
14.
15. -A Zona Costeira- ou faixa litorânea corresponde à zona de transição entre o
domínio continental e o domínio marinho. É uma faixa complexa, dinâmica,
mutável e sujeita a vários processos geológicos.
A acção mecânica das ondas, das correntes e das marés são importantes
factores modeladores das zonas costeiras, cujos resultados são formas de
erosão ou formas de deposição.
As formas de erosão resultam do desgaste provocado pelo impacto do
movimento das ondas sobre a costa - abrasão marinha -, sendo mais notória
nas arribas.
As formas de deposição são consequência da acumulação dos materiais
arrancados pelo mar ou transportados pelos rios, quando as condições
ambientais são propícias. Resultam praias ou ilhas-barreiras.
O dinamismo elevado característico das zonas costeiras traduz-se numa
constante evolução destas áreas. Algumas formas modificam-se, mudam de
posição, umas desaparecem e outras aparecem.
A zona costeira é um sistema que se encontra num equilíbrio dinâmico, que
resulta da interferência de inúmeros factores, quer naturais quer antrópicos.
Dos fenómenos naturais que interagem com a dinâmica das zonas costeiras
podem referir-se a alternância entre as regressões e transgressões marinhas,
a alternância entre períodos de glaciação e interglaciação e a deformação das
margens dos continentes.
16.
17. A Legislação e a Concervação da Natureza
-O Objetivos-O SNUC objetiva a conservação da natureza no Brasil. Especificamente, fornece
mecanismos legais às esferas governamentais federal, estadual e municipal e à iniciativa privada
para que possam:
contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais;
proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de
desenvolvimento;
proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, paleontológica
e cultural;
proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento
ambiental;
valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato
com a natureza e o turismo ecológico;
proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando
e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
18. A Recuperação de Áreas Degradadas
A preocupação com a reparação de danos provocados pelo homem aos ecossistemas não é recente. Plantações
florestais têm sido estabelecidas desde o século XIX no Brasil com diferentes objetivos. Entretanto, somente na
década de 1980, com o desenvolvimento da ecologia da restauração como ciência, o termo restauração
ecológica passou a ser mais claramente definido, com objetivos mais amplos, passando a ser o mais utilizado
no mundo nos últimos anos (Engel & Parrotta 2003). O histórico desta fase, no Brasil, inicia-se em 1862, sendo
um dos primeiros trabalhos de restauração florestal na atual Floresta Nacional da Tijuca, município do Rio de
Janeiro, visando à preservação das nascentes e regularização do abastecimento público de água (Ver: Pacto
para Restauração Ecológica da Mata Atlântica, 2007).
Consideram-se degradadas áreas que apresentam “sintomas” como: mineração, processos erosivos, ausência
ou diminuição da cobertura vegetal, deposição de lixo, superfície espelhada...entre outros (SMA 2004). Em
2004 a “Society for Ecological Restoration” - SER publicou “Os Princípios da SER na Ecologia de Restauração”
esse guia define a restauração ecológica como uma atividade intencional que inicia ou acelera a recuperação
de um ecossistema no que diz respeito a sua saúde, integridade e sustentabilidade. Ecossistemas que
requerem restauração têm sido degradados, danificados, transformados ou inteiramente destruídos como
resultado direto e indireto das atividades humanas. Adicionalmente, descreve vários passos a serem tomados
para o desenvolvimento e o manejo de projetos de restauração ecológica. Dentre as várias atividades a serem
realizadas estão: identificar o local e o tipo de ecossistema a ser restaurado; identificar o agente causador da
degradação; e identificar se há necessidade de intervenções diretas para a restauração. Dentro desses
princípios foram desenvolvidos vários modelos para a restauração de áreas degradadas, dentre eles:
Condução da Regeneração Natural: restauração através da sucessão secundária, sendo necessário apenas o
abandono da área a ser restaurada para que esta, naturalmente, se desenvolva através da regeneração natural
(Engel e Parrotta, 2003). No entanto, para que isso ocorra, há a necessidade de superar barreiras para a
regeneração natural, como a ausência ou a baixa disponibilidade de propágulos (sementes) para a colonização
do local, a falha no recrutamento de plântulas e jovens (predação de sementes e plântulas e/ou ausência de
um microclima favorável), falta de simbiontes (micorrizas e rizobactérias) e polinizadores e
dispersores. Atualmente o método é um dos indicados para restauração florestal em áreas de preservação
permanente pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
19. Plantio por sementes: esta técnica supera uma das
barreiras à regeneração natural, pois os propágulos
seriam diretamente lançados no local a ser restaurado.
Mas o sucesso no emprego desta técnica depende de
haver condições mínimas para que ocorra o
recrutamento das plântulas e dos juvenis e da
manutenção das interações para a funcionabilidade do
ecossistema. No Mato Grosso algumas iniciativas
demonstram que o método da semeadura direta, ainda
que com desempenho não satisfatório para algumas
espécies, mostrou-se viável, o que o recomenda como
alternativa econômica de restauração florestal
20. Plantio de mudas: Apesar de ser uma forma mais onerosa de restauração de áreas
degradadas, por aumentar as chances de sucesso do desenvolvimento das plântulas e
diminuir a perda das sementes, o plantio de mudas de espécies nativas de rápido
crescimento apresenta alta eficácia na restauração e com o passar do tempo
proporciona o desenvolvimento de espécies vegetais de outros níveis de sucessão e a
atração de animais frugívoros dispersores de sementes. Pelo alto índice de sucesso
dessa técnica, com a utilização de espécies de rápido desenvolvimento, cerca de um a
dois anos após o plantio têm-se áreas onde espécies arbóreas venceram a competição
com espécies invasoras herbáceas e gramíneas, através do sombreamento (Cavalheiro
et al., 2002).
É possível baratear os custos das atividades de restauro com o plantio de mudas em
“ilhas”. O plantio de mudas pode ser feito conforme sugerido por Kageyama e
Gandara (2000), as ilhas de alta diversidade são formações de pequenos núcleos onde
são colocadas plantas de distintas formas de vida (ervas, arbustos, lianas e árvores).
Com a utilização de uma alta diversidade e densidades de espécies arbóreas, essas
ilhas serviriam como “trampolins” para restaurar a conectividade entre os fragmentos
e auxiliar o processo de restauração de florestas nativas (Kageyama, et al., 2003). Ou
ainda, com o plantio de árvores isoladas ou em grupos – de espécies que atraem a
fauna, servindo como dispersores de sementes (SMA 2004).