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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU
SESSÃO DE SENSIBILIDZAÇÃO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
RICARDO MIRANDEZ
O que é a Biodiversidade?
2
A biodiversidade consiste na variedade de vida
existente no Planeta - os diferentes tipos de
plantas, animais, fungos e todos os
microrganismos.
Toda a variedade genética existente dentro de
cada uma das espécies e a diversidade de
ecossistemas onde estas habitam são também
importantes componentes da biodiversidade.
3
• A biodiversidade é essencial ao equilíbrio e funcionamento
dos ecossistemas e até mesmo dos ciclos biogeoquímicos da
água e de outros elementos.
• Numa floresta, as plantas que a compõem além de
desempenharem importantes funções no armazenamento de
carbono, na produção de oxigénio e até na filtração de
partículas nocivas que se encontram no ar como resultado das
actividades industriais, são também aliadas essenciais contra
a erosão, degradação dos solos e perda de nutrientes.
4
Os mangais, nos ecossitemas tropicais, assim
como os sapais, são essenciais na filtragem da
água tornando-a mais pura e rentendo também
substâncias que podem ser nocivas para os
humanos. Além disso, e tal como os
ecossistemas dunares, evitam a erosão costeira.
Os sapais, que estão presentes nos estuários,
actuam como “esponjas” e evitam que as águas
dos rios no Inverno ultrapassem as margens e
cheguem às comunidades ribeirinhas.
5
A preservação da biodiversidade é fundamental para o
desenvolvimento da indústria farmacêutica dado que cerca de
70% dos medicamentos prescritos são elaborados com
substâncias químicas extraídas de seres vivos.
A título de exemplo, o percursor do ácido acetilsalicílico da
aspirina foi extraído do Salgueiro (Salix Sp.), uma espécie que
pode ser encontrada no território nacional.
Apesar da importância das plantas para a indústria
farmacêutica, apenas se conhece a composição química de 2%
das 250 mil espécies de plantas vasculares.
A desflorestação leva à perda de espécies que nem sequer
chegaram a ser identificadas pelos taxonomistas, ou estudadas
pelos botânicos.
6
Hotspots Mundiais
• A diversidade biológica não se encontra distribuída uniformemente por todo o planeta. Certas áreas
apresentam valores excepcionalmente altos de biodiversidade em espécies endémicas (são aquelas em
que a distribuição geográfica se limita apenas num lugar do Mundo), sendo conhecidas como “hotspots”
(zonas quentes) de biodiversidade.
• Países como o Brasil, Equador e Madagáscar concentram grande parte da biodiversidade mundial mas
também Portugal se encontra num zona privilegiada em termos biológicos, uma vez que cerca de 75% do
território nacional se encontra incluído no “hotspot” mediterrânico. A maioria destes “hotspots”
encontra-se nos trópicos. Neste momento estão 34 regiões classificadas pela “Conservation Internacional”
como “hotspots”:
7
Ameaças Mundiais
Estes locais encontram-se seriamente ameaçados por diversos
factores, entre os quais se destacam:
- Sobreexploração das espécies para consumo alimentar;
- Produção de medicamentos;
- Tráfico de espécies;
- Alterações climáticas;
- Sobreexploração das florestas;
- Agricultura intensa e monoculturas.
8
Ameaças Mundiais
9
Ameaças Mundiais
Destruição de habitats
As actuais taxas de crescimento populacional têm conduzido a um rápido desaparecimento de
habitats naturais. A expansão urbana e a conversão de áreas naturais em campos agrícolas
(sobretudo monoculturas), os incêndios florestais, e as alterações climáticas, têm contribuído de
forma decisiva para a perda contínua destes habitats.
Incêndios
• Nos últimos anos temos assistido a grandes incêndios florestais, que vão diminuindo de
forma assustadora a área florestal do nosso país. O fogo, é responsável pelo
desaparecimento imediato das espécies e por mudanças bruscas na paisagem. As áreas
protegidas não saem ilesas deste fenómeno, sofrendo danos irreparáveis ou levando vários
anos a recuperar.
• Segundo o Sistema Europeu de Informação sobre os Incêndios Florestais, os países europeus
mais assolados pelos incêndios são: Espanha, Itália, França, Portugal e Grécia, dadas as
condições climatéricas que se fazem sentir sobretudo no Verão.
10
Ameaças Mundiais
11
Espécies exóticas ou invasoras
Uma espécie exótica (a maioria das vezes utilizada para fins comerciais e ornamentais) torna-se invasora,
quando começa a competir, ocupar o espaço e substituir as espécies nativas de uma região, ameaçando-as de
extinção. As espécies invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade a nível
mundial, provocando enormes alterações na paisagem natural e no funcionamento dos ecossistemas.
Estas “invasões biológicas” desencadeiam a substituição de comunidades biodiversas por comunidades
monoespecíficas dominadas pelas espécies invasoras. É o que se passa com a Acácia- -de-espigas (Acacia
longifolia) que, nos ecossistemas dunares portugueses, está a substituir as comunidades vegetais nativas.
Exploração não sustentável dos recursos
O grande crescimento populacional humano tem despoletado o consumo excessivo dos recursos naturais. Os
recursos marinhos são explorados por grandes frotas pesqueiras até ao seu limite. As florestas estão a dar lugar
a monoculturas ou áreas de pastagens de gado de grandes dimensões e, por isso, é cada vez mais frequente
ver os habitats naturais transformarem-se em ilhas isoladas, pequenas reservas ou parques naturais (alguns
sofrendo grande pressão exercida pela caça ilegal) que se encontram rodeados de monoculturas ou pastagens
até às cidades.
Ameaças Mundiais
Alterações climáticas
Também as alterações climáticas têm um efeito nefasto sobre a biodiversidade, principalmente ao nível da
fenologia das espécies. A fenologia é a reacção anatómica e fisiológica das espécies em relação à variação
cíclica de condições ambientais, entre elas a variação anual da temperatura, humidade etc.
A queda das folhas no Outono, a floração das plantas na Primavera ou a frutificação no Verão, assim como a
migração de algumas espécies de animais está directamente relacionada com o clima. Devido às alterações
climáticas, os processos fenológicos dos animais e plantas estão a alterar-se.
A maioria das espécies tem dificuldade em adaptar-se rapidamente às drásticas alterações climáticas e estas
mudanças acabarão por provocar sérias consequências ao nível da biodiversidade, alterações nas interacções
bióticas e até mesmo na agricultura.
As espécies aquáticas acabam por ser mais susceptíveis ao rápido aumento da temperatura. Os anfíbios, por
exemplo, são um dos grupos mais ameaçados. Os cientistas prevêem que mais de 70 espécies de anfíbios da
América tropical serão dizimados por um fungo parasita (Batrachochytrium dendrobatidis) que se propaga
rapidamente face ao aumento da temperatura. Com este exemplo é possível prever o modo como as alterações
climáticas poderão levar à extinção de várias espécies.
Também o fitoplâncton, o primeiro elo na cadeia alimentar marinha e responsável pela absorção de dióxido de
carbono na atmosfera (ao realizar a fotossíntese), será fortemente afectado pelo aquecimento climático.
Portanto, distúrbios ao nível do fitoplâncton irão acelerar o processo de alteração climática.
12
Espécies ameaçadas Portugal
13
Novo LIVRO VERMELHO avalia até 2021 os riscos de extinção dos mamíferos
em Portugal Continental
Espécies ameaçadas em Portugal
14
lince-ibérico
Nome científico: Lynx pardinus
Espécie em perigo – População
menor que 250 individuos.
Lobo ibérico
Nome científico: Cannis Lupus signatus
15
Ferramentas EDC. AMBIENTAL
Requisitos:
• Rigor científico – Adequação dos conhecimentos mais recentes em todas as
áreas;
• Elementos extra-científicos – Relacionar aspectos além do ecológico, como
sociais, económicos, éticos entre outros. Multidisciplinares;
• Qualidade didática – Os recursos devem adaptar-se ao nível mental e físico
dos alunos, além dos demais princípios pedagógicos;
• Pensamento crítico – impulso do pensamento crítico como ingrediente
essencial do processo de EA (participação ativa).
• Máxima eficácia e mínimo custo – Estudar a viabilidade dos recursos,
visando sempre a economia e o uso racional.
16
Rio Pavia
Ricardo Mirandez
O PROJECTO RIOS
Como surgiu o Projecto Rios?
O Projecte Rius foi lançado na Catalunha pela “Associación
Habitats para Projecte RIUS Catalunya” em 1999
Mais recentemente foi implementado na Galiza, com quem
foi estabelecido um protocolo para a sua adopção no
território português.
O Projecto Rios chegou a Portugal em 2006 através da
Associação de Professores de Geografia (APG), a
Associação Portuguesa de Educação Ambiental
(ASPEA), a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e a
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
(FEUP).
Actualmente, a ASPEA é a responsável pela coordenação
do Projecto.
18
O PROJECTO RIOS
Público-alvo
Todos podem participar, nomeadamente:
- Municípios;
- Empresas;
- Escolas (desde o ensino pré-escolar até à Universidade);
- ATL;
- Grupos de escuteiros e escoteiros;
- Associações/Grupos culturais, pescadores, agricultores, caçadores;
- Lares de 3ª idade;
- Grupo de amigos;
- Famílias;
- Grupos de pressão;
- População em geral.
19
ORGANIGRAMA DO PROJETO
20
O PROJECTO RIOS
Metodologia específica de acção
21
22
Projecto Rios – troço adoptado
23
Rio Pavia – Projecto Rios
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
PROJECTO RIOS
40
PROJECTO RIOS
Rio Pavia
BIODIVERSIDADE
41
42
OBJECTIVOS PROPOSTOS
Caracterização da biodiversidade
Monitorização do sistema ecológigo
Projecto Rios
43
Área de estudo
44
Biodiversidade do rio Pavia
FLORA
45
Rio Pavia – flora
Estrato arbório:
Freixo (Fraxinus angustifolia) Amieiro (Alnus glutinosa)
46
Rio Pavia - flora
Estrato arbustivo:
Tamargueiras (Tamarix africana) Caniços (Phragmites australis )
47
Rio Pavia – flora
Estrato herbáceo:
Agrião (Nasturtium officinale ) Raúnculo-aquático (Nasturtium officinale )
48
Mirandez - 6992
FAUNA
Biodiversidade
49
Fauna - mamíferos
No ecossistema ripícola do rio Pavia foram identificadas a presença de
duas espécies de mamíferos:
lontra (Lutra lutra L.)
ratazana-de-água (Rattus norvegicus
50
Fauna - répteis
lagarto de água (Lacerta schreiberi)
cobra-de-escada (Elaphe scallaris)
cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix)
51
Fauna - anfíbios
sapo-comum (Buffo buffo)
rã verde (Rana perezi )
tritão-marmurado (Triturus marmoratus)
52
Rio Pavia – aves
(Alcedo atthis)
guarda-rios alvéola-amarela (Motacilla flava).
53
Rio Pavia –peixes
Boga comun (Chondrostoma polylepis) Ruivaco (Rutilus macroleptidotus)
Rio Pavia – Monitorização do sistema
ecológico
Ricardo Mirandez
55
Rio Pavia – Monitorização
56
Estação 1 – Nascente do rio Pavia
Póvoa de Mundão a 480m de
altitude.
tojo (Ulex eurupaeus)
silva (Rubus)
giestas (Cytisus striatus)
pinheiro-Bravo (Pinus pinaster)
feto (Pteridium aquiuilinum)
57
Estação 2 - Santiago
Aproximadamente 6.5Km da nascente do
rio Pavia
amieiro (Alnus glutinosa)
choupo (Populus nigra)
salgueiro (Salix atrocinerea)
freixo (Fraxinus angustifolia).
lentilha de água (Lemma sp.)
ranúnculo aquático (Ranunculus sp.)
58
Estação 3 – Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental
8 Km da estação Nascente do rio
Pavia.
carvalhos (Quercus sp.)
amieiros (Alnus glutinosa)
lentilha-de-água (Lemma sp.)
ranúnculo aquático (Ranunculus sp.)
junco (Juncus effusos)
59
Parâmetros monitorizados
•Parâmetros organolépticos: cheiro, cor e espuma.
•Parâmetros físicos: O parâmetro físico seleccionado foi a temperatura.
A temperatura condiciona a actividade dos organismos, afectando a
velocidade das reacções químicas que se dão ao nível dos seres vivos, e
influi na solubilidade do oxigénio presente na água.
•Parâmetros químicos - O parâmetro químico seleccionado foi o pH,
nitratos.
•Parâmetros hidrobiológicos - O parâmetro químico seleccionado foi o
pH, nitratos.
60
Resultados Parâmetros organolépticos
Parâmetros organolépticos
Cor Cheiro Espuma
Local Fevereiro Junho Fevereiro Junho Fevereiro Junho
Est.1 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Ausente
Est. 2 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Ausente
Est. 3 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Acastanhada
61
Mirandez - 6992
Resultados Parâmetros Físicos Temperatura
Variou entre os 8,0 ºC e os 19,0 ºC ao longo do período de
monitorização. Valor Máximo Admissivel (VMA) 30ºc.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
fevereiro março abril maio junho
temperatura-
água
est. 1 est.2 est.3
62
Mirandez - 6992
Resultados Parâmetros Químicos pH
Os valores de pH variaram num intervalo relativamente estreito, entre os 6 e 7.
Exceptuando as estações 2 e 3 nos meses de Março e Abril, possivelmente
devido à pluviosidade.
A legislação estabelece que o pH se deve situar entre 5 e 9, o que se verificou
durante todo o período de monitorização.
5.4
5.6
5.8
6
6.2
6.4
6.6
6.8
7
7.2
fevereiro março abril maio junho
pH
est. 1 est.2 est.3
63
Mirandez - 6992
Resultados Parâmetros Químicos Nitratos
0
2
4
6
8
10
12
14
fevereiro março abril maio junho
nitratos
mg/L
est. 1 est.2 est.3
Nas estações (2 e 3), observou-se alguma contaminação, muito
provavelmente relacionada com a aplicação de fertilizantes em terrenos
agrícolas.
Em termos legais (Anexo V), os valores de nitratos cumprem em
todas as amostras das duas campanhas o Valor Máximo Recomendado
(VMR) de 25 mg NO3/L estabelecido pela legislação.
donzelinha azul (Calopteryx virgo)
Resultados Parâmetros biológicos
Fevereiro
0
2
4
6
8
10
12
14
ocorrências
em
%
est.1 est.2 est.3
ninfa de donzelinha azul
65
Resultados Parâmetros biológicos
Junho
0
2
4
6
8
10
12
14
16
ocorrências
em
%
est.1 est.2 est.3
Alfaiate Gerris lacustris Escorpião de água Nepa cinerea
66
Resultados Parâmetros biológicos
Nas estações dois e três foram observados durante a monitorização vinte e dois
dejectos de lontra. Estação 3 com 64% das ocorrências, este facto deve-se da
proximidade da ponte da estrada circunvalação, habitat preferencial deste
mamífero
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
fevereiro março abril maio junho
ocorrências
em
%
est. 1 est.2 est.3
Rio Pavia
67

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Biodiversidade do rio Pavia

  • 1. INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU SESSÃO DE SENSIBILIDZAÇÃO EDUCAÇÃO AMBIENTAL RICARDO MIRANDEZ
  • 2. O que é a Biodiversidade? 2
  • 3. A biodiversidade consiste na variedade de vida existente no Planeta - os diferentes tipos de plantas, animais, fungos e todos os microrganismos. Toda a variedade genética existente dentro de cada uma das espécies e a diversidade de ecossistemas onde estas habitam são também importantes componentes da biodiversidade. 3
  • 4. • A biodiversidade é essencial ao equilíbrio e funcionamento dos ecossistemas e até mesmo dos ciclos biogeoquímicos da água e de outros elementos. • Numa floresta, as plantas que a compõem além de desempenharem importantes funções no armazenamento de carbono, na produção de oxigénio e até na filtração de partículas nocivas que se encontram no ar como resultado das actividades industriais, são também aliadas essenciais contra a erosão, degradação dos solos e perda de nutrientes. 4
  • 5. Os mangais, nos ecossitemas tropicais, assim como os sapais, são essenciais na filtragem da água tornando-a mais pura e rentendo também substâncias que podem ser nocivas para os humanos. Além disso, e tal como os ecossistemas dunares, evitam a erosão costeira. Os sapais, que estão presentes nos estuários, actuam como “esponjas” e evitam que as águas dos rios no Inverno ultrapassem as margens e cheguem às comunidades ribeirinhas. 5
  • 6. A preservação da biodiversidade é fundamental para o desenvolvimento da indústria farmacêutica dado que cerca de 70% dos medicamentos prescritos são elaborados com substâncias químicas extraídas de seres vivos. A título de exemplo, o percursor do ácido acetilsalicílico da aspirina foi extraído do Salgueiro (Salix Sp.), uma espécie que pode ser encontrada no território nacional. Apesar da importância das plantas para a indústria farmacêutica, apenas se conhece a composição química de 2% das 250 mil espécies de plantas vasculares. A desflorestação leva à perda de espécies que nem sequer chegaram a ser identificadas pelos taxonomistas, ou estudadas pelos botânicos. 6
  • 7. Hotspots Mundiais • A diversidade biológica não se encontra distribuída uniformemente por todo o planeta. Certas áreas apresentam valores excepcionalmente altos de biodiversidade em espécies endémicas (são aquelas em que a distribuição geográfica se limita apenas num lugar do Mundo), sendo conhecidas como “hotspots” (zonas quentes) de biodiversidade. • Países como o Brasil, Equador e Madagáscar concentram grande parte da biodiversidade mundial mas também Portugal se encontra num zona privilegiada em termos biológicos, uma vez que cerca de 75% do território nacional se encontra incluído no “hotspot” mediterrânico. A maioria destes “hotspots” encontra-se nos trópicos. Neste momento estão 34 regiões classificadas pela “Conservation Internacional” como “hotspots”: 7
  • 8. Ameaças Mundiais Estes locais encontram-se seriamente ameaçados por diversos factores, entre os quais se destacam: - Sobreexploração das espécies para consumo alimentar; - Produção de medicamentos; - Tráfico de espécies; - Alterações climáticas; - Sobreexploração das florestas; - Agricultura intensa e monoculturas. 8
  • 10. Ameaças Mundiais Destruição de habitats As actuais taxas de crescimento populacional têm conduzido a um rápido desaparecimento de habitats naturais. A expansão urbana e a conversão de áreas naturais em campos agrícolas (sobretudo monoculturas), os incêndios florestais, e as alterações climáticas, têm contribuído de forma decisiva para a perda contínua destes habitats. Incêndios • Nos últimos anos temos assistido a grandes incêndios florestais, que vão diminuindo de forma assustadora a área florestal do nosso país. O fogo, é responsável pelo desaparecimento imediato das espécies e por mudanças bruscas na paisagem. As áreas protegidas não saem ilesas deste fenómeno, sofrendo danos irreparáveis ou levando vários anos a recuperar. • Segundo o Sistema Europeu de Informação sobre os Incêndios Florestais, os países europeus mais assolados pelos incêndios são: Espanha, Itália, França, Portugal e Grécia, dadas as condições climatéricas que se fazem sentir sobretudo no Verão. 10
  • 11. Ameaças Mundiais 11 Espécies exóticas ou invasoras Uma espécie exótica (a maioria das vezes utilizada para fins comerciais e ornamentais) torna-se invasora, quando começa a competir, ocupar o espaço e substituir as espécies nativas de uma região, ameaçando-as de extinção. As espécies invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade a nível mundial, provocando enormes alterações na paisagem natural e no funcionamento dos ecossistemas. Estas “invasões biológicas” desencadeiam a substituição de comunidades biodiversas por comunidades monoespecíficas dominadas pelas espécies invasoras. É o que se passa com a Acácia- -de-espigas (Acacia longifolia) que, nos ecossistemas dunares portugueses, está a substituir as comunidades vegetais nativas. Exploração não sustentável dos recursos O grande crescimento populacional humano tem despoletado o consumo excessivo dos recursos naturais. Os recursos marinhos são explorados por grandes frotas pesqueiras até ao seu limite. As florestas estão a dar lugar a monoculturas ou áreas de pastagens de gado de grandes dimensões e, por isso, é cada vez mais frequente ver os habitats naturais transformarem-se em ilhas isoladas, pequenas reservas ou parques naturais (alguns sofrendo grande pressão exercida pela caça ilegal) que se encontram rodeados de monoculturas ou pastagens até às cidades.
  • 12. Ameaças Mundiais Alterações climáticas Também as alterações climáticas têm um efeito nefasto sobre a biodiversidade, principalmente ao nível da fenologia das espécies. A fenologia é a reacção anatómica e fisiológica das espécies em relação à variação cíclica de condições ambientais, entre elas a variação anual da temperatura, humidade etc. A queda das folhas no Outono, a floração das plantas na Primavera ou a frutificação no Verão, assim como a migração de algumas espécies de animais está directamente relacionada com o clima. Devido às alterações climáticas, os processos fenológicos dos animais e plantas estão a alterar-se. A maioria das espécies tem dificuldade em adaptar-se rapidamente às drásticas alterações climáticas e estas mudanças acabarão por provocar sérias consequências ao nível da biodiversidade, alterações nas interacções bióticas e até mesmo na agricultura. As espécies aquáticas acabam por ser mais susceptíveis ao rápido aumento da temperatura. Os anfíbios, por exemplo, são um dos grupos mais ameaçados. Os cientistas prevêem que mais de 70 espécies de anfíbios da América tropical serão dizimados por um fungo parasita (Batrachochytrium dendrobatidis) que se propaga rapidamente face ao aumento da temperatura. Com este exemplo é possível prever o modo como as alterações climáticas poderão levar à extinção de várias espécies. Também o fitoplâncton, o primeiro elo na cadeia alimentar marinha e responsável pela absorção de dióxido de carbono na atmosfera (ao realizar a fotossíntese), será fortemente afectado pelo aquecimento climático. Portanto, distúrbios ao nível do fitoplâncton irão acelerar o processo de alteração climática. 12
  • 13. Espécies ameaçadas Portugal 13 Novo LIVRO VERMELHO avalia até 2021 os riscos de extinção dos mamíferos em Portugal Continental
  • 14. Espécies ameaçadas em Portugal 14 lince-ibérico Nome científico: Lynx pardinus Espécie em perigo – População menor que 250 individuos. Lobo ibérico Nome científico: Cannis Lupus signatus
  • 15. 15
  • 16. Ferramentas EDC. AMBIENTAL Requisitos: • Rigor científico – Adequação dos conhecimentos mais recentes em todas as áreas; • Elementos extra-científicos – Relacionar aspectos além do ecológico, como sociais, económicos, éticos entre outros. Multidisciplinares; • Qualidade didática – Os recursos devem adaptar-se ao nível mental e físico dos alunos, além dos demais princípios pedagógicos; • Pensamento crítico – impulso do pensamento crítico como ingrediente essencial do processo de EA (participação ativa). • Máxima eficácia e mínimo custo – Estudar a viabilidade dos recursos, visando sempre a economia e o uso racional. 16
  • 18. O PROJECTO RIOS Como surgiu o Projecto Rios? O Projecte Rius foi lançado na Catalunha pela “Associación Habitats para Projecte RIUS Catalunya” em 1999 Mais recentemente foi implementado na Galiza, com quem foi estabelecido um protocolo para a sua adopção no território português. O Projecto Rios chegou a Portugal em 2006 através da Associação de Professores de Geografia (APG), a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Actualmente, a ASPEA é a responsável pela coordenação do Projecto. 18
  • 19. O PROJECTO RIOS Público-alvo Todos podem participar, nomeadamente: - Municípios; - Empresas; - Escolas (desde o ensino pré-escolar até à Universidade); - ATL; - Grupos de escuteiros e escoteiros; - Associações/Grupos culturais, pescadores, agricultores, caçadores; - Lares de 3ª idade; - Grupo de amigos; - Famílias; - Grupos de pressão; - População em geral. 19
  • 21. O PROJECTO RIOS Metodologia específica de acção 21
  • 22. 22 Projecto Rios – troço adoptado
  • 23. 23 Rio Pavia – Projecto Rios
  • 24. 24
  • 25. 25
  • 26. 26
  • 27. 27
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  • 29. 29
  • 30. 30
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  • 32. 32
  • 33. 33
  • 34. 34
  • 35. 35
  • 36. 36
  • 37. 37
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  • 42. 42 OBJECTIVOS PROPOSTOS Caracterização da biodiversidade Monitorização do sistema ecológigo Projecto Rios
  • 45. 45 Rio Pavia – flora Estrato arbório: Freixo (Fraxinus angustifolia) Amieiro (Alnus glutinosa)
  • 46. 46 Rio Pavia - flora Estrato arbustivo: Tamargueiras (Tamarix africana) Caniços (Phragmites australis )
  • 47. 47 Rio Pavia – flora Estrato herbáceo: Agrião (Nasturtium officinale ) Raúnculo-aquático (Nasturtium officinale )
  • 49. 49 Fauna - mamíferos No ecossistema ripícola do rio Pavia foram identificadas a presença de duas espécies de mamíferos: lontra (Lutra lutra L.) ratazana-de-água (Rattus norvegicus
  • 50. 50 Fauna - répteis lagarto de água (Lacerta schreiberi) cobra-de-escada (Elaphe scallaris) cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix)
  • 51. 51 Fauna - anfíbios sapo-comum (Buffo buffo) rã verde (Rana perezi ) tritão-marmurado (Triturus marmoratus)
  • 52. 52 Rio Pavia – aves (Alcedo atthis) guarda-rios alvéola-amarela (Motacilla flava).
  • 53. 53 Rio Pavia –peixes Boga comun (Chondrostoma polylepis) Ruivaco (Rutilus macroleptidotus)
  • 54. Rio Pavia – Monitorização do sistema ecológico Ricardo Mirandez
  • 55. 55 Rio Pavia – Monitorização
  • 56. 56 Estação 1 – Nascente do rio Pavia Póvoa de Mundão a 480m de altitude. tojo (Ulex eurupaeus) silva (Rubus) giestas (Cytisus striatus) pinheiro-Bravo (Pinus pinaster) feto (Pteridium aquiuilinum)
  • 57. 57 Estação 2 - Santiago Aproximadamente 6.5Km da nascente do rio Pavia amieiro (Alnus glutinosa) choupo (Populus nigra) salgueiro (Salix atrocinerea) freixo (Fraxinus angustifolia). lentilha de água (Lemma sp.) ranúnculo aquático (Ranunculus sp.)
  • 58. 58 Estação 3 – Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental 8 Km da estação Nascente do rio Pavia. carvalhos (Quercus sp.) amieiros (Alnus glutinosa) lentilha-de-água (Lemma sp.) ranúnculo aquático (Ranunculus sp.) junco (Juncus effusos)
  • 59. 59 Parâmetros monitorizados •Parâmetros organolépticos: cheiro, cor e espuma. •Parâmetros físicos: O parâmetro físico seleccionado foi a temperatura. A temperatura condiciona a actividade dos organismos, afectando a velocidade das reacções químicas que se dão ao nível dos seres vivos, e influi na solubilidade do oxigénio presente na água. •Parâmetros químicos - O parâmetro químico seleccionado foi o pH, nitratos. •Parâmetros hidrobiológicos - O parâmetro químico seleccionado foi o pH, nitratos.
  • 60. 60 Resultados Parâmetros organolépticos Parâmetros organolépticos Cor Cheiro Espuma Local Fevereiro Junho Fevereiro Junho Fevereiro Junho Est.1 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Ausente Est. 2 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Ausente Est. 3 Transparente Transparente Sem odor Sem odor Ausente Acastanhada
  • 61. 61 Mirandez - 6992 Resultados Parâmetros Físicos Temperatura Variou entre os 8,0 ºC e os 19,0 ºC ao longo do período de monitorização. Valor Máximo Admissivel (VMA) 30ºc. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 fevereiro março abril maio junho temperatura- água est. 1 est.2 est.3
  • 62. 62 Mirandez - 6992 Resultados Parâmetros Químicos pH Os valores de pH variaram num intervalo relativamente estreito, entre os 6 e 7. Exceptuando as estações 2 e 3 nos meses de Março e Abril, possivelmente devido à pluviosidade. A legislação estabelece que o pH se deve situar entre 5 e 9, o que se verificou durante todo o período de monitorização. 5.4 5.6 5.8 6 6.2 6.4 6.6 6.8 7 7.2 fevereiro março abril maio junho pH est. 1 est.2 est.3
  • 63. 63 Mirandez - 6992 Resultados Parâmetros Químicos Nitratos 0 2 4 6 8 10 12 14 fevereiro março abril maio junho nitratos mg/L est. 1 est.2 est.3 Nas estações (2 e 3), observou-se alguma contaminação, muito provavelmente relacionada com a aplicação de fertilizantes em terrenos agrícolas. Em termos legais (Anexo V), os valores de nitratos cumprem em todas as amostras das duas campanhas o Valor Máximo Recomendado (VMR) de 25 mg NO3/L estabelecido pela legislação.
  • 64. donzelinha azul (Calopteryx virgo) Resultados Parâmetros biológicos Fevereiro 0 2 4 6 8 10 12 14 ocorrências em % est.1 est.2 est.3 ninfa de donzelinha azul
  • 65. 65 Resultados Parâmetros biológicos Junho 0 2 4 6 8 10 12 14 16 ocorrências em % est.1 est.2 est.3 Alfaiate Gerris lacustris Escorpião de água Nepa cinerea
  • 66. 66 Resultados Parâmetros biológicos Nas estações dois e três foram observados durante a monitorização vinte e dois dejectos de lontra. Estação 3 com 64% das ocorrências, este facto deve-se da proximidade da ponte da estrada circunvalação, habitat preferencial deste mamífero 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 fevereiro março abril maio junho ocorrências em % est. 1 est.2 est.3