2. Prof. Jorge
Os conjuntos numéricos
Como surgiram os números? Eles foram sendo
criados pouco a pouco. A cada nova dificuldade
ou necessidade, o homem e a ciência foram
juntando novos tipos de números aos já
existentes.
Com o tempo, por questões práticas, foi preciso
agrupá-los, formando estruturas com
características e propriedades comuns.
3. Prof. Jorge
Conjuntos – Conceitos iniciais
Ficaram definidos, assim, os conjuntos numéricos
ℕ, dos números naturais;
ℤ, dos números inteiros;
ℚ, dos números racionais;
ℝ, dos números reais;
ℂ, dos números complexos.
4. Prof. Jorge
Conjunto dos números naturais (ℕ)
A necessidade de contar surgiu com o início da
civilização dos povos. Povos primitivos contavam
apenas um, dois e muitos. Esses três conceitos,
sozinhos, já resolviam seus problemas. Depois
outras quantidades (três, quatro, etc.) foram
sendo incorporadas. A idéia do zero só surgiu mais
tarde.
Números utilizados para contar formam o conjunto
ℕ dos números naturais, definido assim:
ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}
5. Prof. Jorge
Conjunto dos números inteiros (ℤ)
A soma e o produto de dois naturais são sempre
naturais. Mas a diferença de dois naturais nem
sempre é natural. Por exemplo,
(5 – 2) ℕ, mas (2 – 5) ℕ
Subtrações como essa última só são definidas com
a introdução dos números inteiros negativos (–1,
–2, –3, –4, ...).
A união dos naturais com os inteiros negativos
forma o conjunto ℤ dos números inteiros.
ℤ = {..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...}
6. Prof. Jorge
Conjunto dos números inteiros (ℤ)
Podemos separar os inteiros em três categorias:
Os positivos: 1, 2, 3, 4, ...
O zero: 0
Os negativos: –1, –2, –3, –4, ...
De maneira geral, se k é um número inteiro, o número
–k também é inteiro.
Dizemos que k e –k são simétricos ou opostos.
7. Prof. Jorge
Conjunto dos números inteiros (ℤ)
Simetria em relação ao zero.
0
-1
-2
-3
-4 1 2 4
3
8. Prof. Jorge
Exemplo
De dois inteiros simétricos k e –k, não-nulos, qual
é o positivo? Qual o negativo?
Dois inteiros simétricos podem ser iguais?
A soma, a diferença, o produto e o quociente de
dois inteiros são sempre inteiros?
9. Prof. Jorge
Conjunto dos números inteiros (ℤ)
Definem-se, em ℤ, as relações de igualdade e de
ordem (desigualdade).
Se p e q são dois inteiros, eles satisfazem uma, e
somente uma, das seguintes relações:
p = q (p é igual a q);
p < q (p é menor que q);
p > q (p é maior que q).
→ 3 – 5 = 2
→ –5 < –1 < 0 < 3
→ 7 > 2 > 0 > –4
10. Prof. Jorge
Observação
Certos subconjuntos de ℕ e ℤ são definidos por
meio de desigualdades. No caso, devemos estar
atentos ao universo indicado.
Exemplos
A = {x ℕ / x < 4} → A = {0, 1, 2, 3}.
B = {x ℤ / –3 ≤ x < 2} → B = {–3, –2, –1, 0,
1}.
C = {x ℤ / x ≥ –2} → C = {–2, –1, 0, 1, ...}.
11. Prof. Jorge
Observação
Os conjuntos numéricos podem vir acompanhados
de certos símbolos, que têm a função de excluir,
dele, determinados números. Veja:
O símbolo asterisco (*) exclui o zero;
O símbolo mais (+) exclui os negativos;
O símbolo menos (–) exclui os positivos.
12. Prof. Jorge
Observação
Quando colocamos os inteiros em ordem crescente,
valem os conceitos de antecessor e sucessor. O
antecessor de 8 é o 7 e o sucessor de 8 é o 9.
Identifique, entre as sentenças a seguir, as que são
verdadeiras.
O antecessor de –6 é –5 ( ).
Se p é inteiro, seu sucessor é (p + 1) e seu antecessor
(p – 1) ( ).
Se p, é par e q ímpar, então (p + 1).q é impar ( ).
Se p é par e q é ímpar, então (p + q).(q + 1) é par ( ).
No conjunto dos naturais, 0 não tem antecessor ( ).
13. Prof. Jorge
Conjunto dos números racionais (ℚ)
A necessidade de operar com grandezas que nem
sempre podem ser representadas por números
inteiros e, consequentemente exigem subdivisões
levou à criação dos números fracionários:
3
5
,
8
7
,
1
10
, etc.
Divisões como essas são definidas com a introdução
do conceito de número racional.
14. Prof. Jorge
Conjunto dos números racionais (ℚ)
Todo quociente p/q da divisão de um inteiro p por
um inteiro q (q ≠ 0) é chamado de número
racional.
Veja a definição do conjunto ℚ dos números
racionais.
ℚ = {x/x = p/q; p, q ℤ, q ≠ 0}
15. Prof. Jorge
Exemplo
São racionais os seguintes números
8
2
= 4 (inteiro)
3
7
(fracionário de termos inteiros)
–3
8
= –0,375 (decimal exato)
5
9
= 0,555... (dízima periódica)
16. Prof. Jorge
Conjunto dos números racionais (ℚ)
Em resumo, são números racionais
Os números inteiros;
Os números fracionários;
Os decimais exatos;
As dízimas periódicas.
17. Prof. Jorge
Transformando decimais exatos em frações
Um número decimal exato é sempre igual a uma
fração, cujo denominador é uma potência de base
10 e expoente natural.
Exemplos
0,35 =
35
102
=
35
100
=
7
20
–1,8 =
–18
101
=
–18
10
=
–9
5
18. Prof. Jorge
Transformando decimais periódicos em frações
Numa dízima periódica, o grupo de algarismos que
se repete é chamado período da dízima. Por
exemplo na dízima 23, 4727272..., o período é 72.
A fração que dá origem a uma dízima é a sua
geratriz.
19. Prof. Jorge
Exemplos
Achar a fração geratriz da dízima periódica
0,424242...
Suponhamos (1)
x = 0,424242...
100 . x = 100 . 0,424242...
100x = 42,4242...
⇒
⇒
(2)
subtraindo (2) – (1), membro a membro
100x = 42,4242...
– x = 0,424242...
99x = 42
⇒
x =
42
99
=
14
33
20. Prof. Jorge
Exemplos
Encontrar a fração geratriz da dízima periódica
4,73333...
Suponhamos (1)
x = 4,73333...
10 . x = 10 . 4,73333...
10x = 47,3333...
⇒
⇒
(2)
subtraindo (2) – (1), membro a membro
10x = 47,33333...
– x = 4,73333...
9x = 42,6
⇒
90x = 426
⇒
x =
426
90
=
71
15
21. Prof. Jorge
Conjunto dos números racionais (ℚ)
Podemos representar os números racionais por
pontos pertencentes a uma reta orientada,
bastando para isso fazer subdivisões convenientes
no eixo dos inteiros.
0
-1
-2
-3 1 2 3
0,333...
0,6
–5/3 1,5
–6/5
22. Prof. Jorge
Conjunto dos números reais (ℝ)
Vimos anteriormente, que os únicos números
decimais racionais são os exatos e as dízimas
periódicas.
Existirão números decimais que não sejam exatos
nem dízimas? Ou seja, números decimais não-
racionais?
23. Prof. Jorge
Conjunto dos números reais (ℝ)
Veja a figura a seguir. Ela mostra um triângulo
retângulo cujos catetos medem 1 unidade. Veja o
cálculo de sua hipotenusa.
x
1
1
x2 = 12 + 12
x2 = 2
x = √2
Extraindo a raiz quadrada de 2 nos levará ao número
1,41421356237... que não é racional.
24. Prof. Jorge
Conjunto dos números reais (ℝ)
Números com √2 são chamados de números
irracionais. Sua representação decimal não é exata
e nem periódica.
De modo geral, número irracional é todo número
que, escrito na forma decimal, é infinito e não-
periódico. Veja alguns exemplos:
√3 = 1,73205080...
3√5 = 1,70099759...
= 3,141592653...
0,202202220...
25. Prof. Jorge
Você sabia?
que é aproximadamente
3,14159265358979323846264338327950288419716
939937510582097494459230781640628620899862
803482534211706798214808651328230664709384
460955058223172535940812848111745028410270
193852110555964462294895493038196442881097
566593344612847564823378678316527120190914
564856692346034861045432664821339360726024
91412737245870066…?
26. Prof. Jorge
Conjunto dos números reais (ℝ)
A reunião dos racionais com os irracionais resulta
no conjunto dos números reais. Ele é a partir de
agora, o nosso universo numérico.
ℝ = {x/x é racional ou irracional}
27. Prof. Jorge
Visão geral dos conjuntos numéricos
No nosso estudo você deve ter notado como os
conjuntos numéricos ℕ, ℤ, ℚ e ℝ foram sendo
construídos. Na verdade, cada um deles amplia o
anterior, com acréscimo de novos tipos de
números.
ℕ ℤ ℚ ℝ
+ Inteiros
negativos
+ racionais
fracionários
+ irracionais
28. Prof. Jorge
Visão geral dos conjuntos numéricos
Veja sua representação por diagrama.
Inteiros
negativos
racionais
fracionários
irracionais
ℕ ℤ ℚ ℝ
29. Prof. Jorge
O
Números reais como pontos da reta
O conjunto ℝ dos números reais pode ser colocado
em correspondência com o conjunto dos pontos de
uma reta. Para isso definimos
Um sentido positivo, indicado pela seta;
Um ponto O, chamado origem, associado ao zero;
uma unidade de medida arbitrária.
1 u
A esta reta, damos o nome de reta real ou eixo real;
30. Prof. Jorge
Números reais como pontos da reta
Na reta da figura marcamos os pontos O(0), A(1),
B(–3,5), C(4) e D(–2).
O
0
A C
B D
1 4
–2
–3,5
Na representação:
A(1), 1 é a abscissa ou a coordenada do ponto A;
Em geral: Escrevemos P(x) para indicar que o
ponto P está associado ao número x.
31. Prof. Jorge
Números reais como pontos da reta
A reta estabelece uma ordenação para os números
reais, expressas por relações de desigualdade.
Sendo a e b dois reais distintos, temos:
a < b (a é menor que b) significa que, na reta real,
a está à esquerda de b.
a > b (a é maior que b) significa que, na reta real,
a está à direita de b.
32. Prof. Jorge
Números reais como pontos da reta
Na reta real da figura a seguir, estão
representados os números reais 0, p e q.
O
0 q
p
Podemos escrever, por exemplo:
p < 0 (p é negativo)
q > 0 (q é positivo)
p < 0 < q (0 está entre p e q)
33. Prof. Jorge
Observação
A relação a ≤ b significa que (a < b ou a = b) e a
relação a ≥ b indica que (a > b ou a = b).
a ≤ b (a é menor que ou igual a b)
a ≥ b (a é maior que ou igual a b)
Exemplos
5 ≥ 3 (5 é maior ou igual a 3)
–2 ≤ 1 (–2 é menor ou igual a 1)
34. Prof. Jorge
O C
b
a
Exemplos
A figura mostra a reta real, em que O é a origem.
São dados os pontos A(a) e B(b) e sabe-se que
OA = OC.
A B
a) Quais são as abscissas de dos pontos O e C.
b) Complete os pontilhados com os sinais de
desigualdade > ou <.
a .... 0 –a .... 0 a + b .... 0 a2 .... 0
b .... 0 –b .... 0 ab .... 0 –b .... a
0 e –a
< > > >
> < < <
36. Prof. Jorge
2
–3
Intervalos reais
Considere os conjuntos A = {x ℤ /–3 ≤ x < 2} e
B = {x ℝ /–3 ≤ x < 2}. É verdade que A = B?
O conjunto A tem apenas os elementos –3, –2, –1, 0 e
1, enquanto o conjunto B tem infinitos elementos,
dentre os quais estão os elementos de A.
O conjunto A pode ter seus elementos representados
na reta real, delimitando-se uma parte dessa reta.
veja
37. Prof. Jorge
Intervalos reais
Muitas vezes trabalhamos com determinados
subconjuntos de ℝ (partes da reta), denominados
intervalos reais. Em geral eles são definidos por
desigualdades.
Suponhamos dois números reais a e b tais que
a < b. Os subconjuntos de ℝ definidos a seguir são
chamados de intervalos reais de extremos a e b.
38. Prof. Jorge
b
a
Intervalos reais – limitados
Intervalo fechado a, b.
Representações: [a, b] = {x ℝ /a ≤ x ≤ b}
Na reta real:
b
a
Intervalo aberto a, b.
Representações: ]a, b[ = {x ℝ /a < x < b}
Na reta real:
39. Prof. Jorge
b
a
Intervalos reais – limitados
Intervalo fechado em a e aberto em b.
Representações: [a, b[ = {x ℝ /a ≤ x < b}
Na reta real:
b
a
Intervalo aberto em a e fechado em b.
Representações: ]a, b] = {x ℝ /a < x ≤ b}
Na reta real:
40. Prof. Jorge
Observação
Observe que cada intervalo inclui todos os reais
entre a e b; para os extremos a e b, temos:
inclusão do extremo fechado bolinha cheia
(•) colchetes normais [ ].
exclusão do extremo aberto bolinha vazia
(o) colchetes invertidos ] [.
41. Prof. Jorge
a
Intervalos reais – ilimitados
Intervalo de a fechado até +.
Representações: [a, +[ = {x ℝ / x ≥ a}
Na reta real:
a
Intervalo de a aberto até +.
Representações: ]a, +[ = {x ℝ /x > a}
Na reta real:
42. Prof. Jorge
a
Intervalos reais – ilimitados
Intervalo de – até a fechado.
Representações: ]–, a] = {x ℝ / x ≤ a}
Na reta real:
a
Intervalo de – até a aberto.
Representações: ]–, a[ = {x ℝ /x < a}
Na reta real:
43. Prof. Jorge
5
–3
Exemplos
Vamos analisar, em detalhes, o intervalo real
A = [–3, 5[.
Temos um intervalo fechado em –3 e aberto em 5;
Representa todos os reais entre –3 e 5;
Inclui o extremo –3 e exclui o extremo 5.
A = {x ℝ / –3 ≤ x < 5}
Note que: –3 A; 4,99 A; 5 A
44. Prof. Jorge
Exemplos
Vamos analisar, agora, o intervalo B, representado
na reta real.
temos um intervalo aberto de 2 a +;
estão indicados todos os reais maiores que 2;
o extremo 2 está excluído;
B = {x ℝ / x > 2}
Note que: 0 B; 2 B; 2,001 B; 1035 B
2
46. Prof. Jorge
Operando com intervalos reais
Podemos efetuar, com intervalos, as operações
usuais com conjuntos.
A B A interseção B: conjunto dos elementos
comuns a A e B;
A B A união B: conjunto dos elementos que
pertencem a pelo menos um dos conjuntos A ou B;
A – B A menos B: conjunto dos elementos que
pertencem a A e não pertencem a B.
Na prática, operações que envolvem intervalos são
efetuadas a partir da representação na reta real.
47. Prof. Jorge
–2 5
3
3 5
Exemplo
Dado os intervalos A = ]–2, 5] e B = ]3, +[, obter
A B, A B e A – B.
Cálculo de A B.
A = ]–2, 5]
B = ]3,+[
A ⋂ B = ]3, 5]
48. Prof. Jorge
–2 5
3
–2
Exemplo
Dado os intervalos A = ]–2, 5] e B = ]3, +[, obter
A B, A B e A – B.
Cálculo de A B.
A = ]–2, 5]
B = ]3,+[
A B = ]–2, +[
49. Prof. Jorge
–2 5
3
–2 3
Exemplo
Dado os intervalos A = ]–2, 5] e B = ]3, +[, obter
A B, A B e A – B.
Cálculo de A – B.
A = ]–2, 5]
B = ]3,+[
A ⋂ B = ]–2, 3]
50. Prof. Jorge
Exemplos
Complete o quadro abaixo.
{x ℝ; x ≥ 3}
[3,+[
{x ℝ; –7 ≤ x < 4}
[–7, 4[
{x ℝ; –2 ≤ x ≤ ½}
[–2, ½]
{x ℝ; x > –1}
]–1, +[
{x ℝ; –5 < x ≤ 2}
]–5, 2]
{x ℝ; x ≤ 5}
]–, 5]
Subconjunto de ℝ
Representação na
reta
intervalo
5
2
–5
–1
½
–2
4
–7
3
51. Prof. Jorge
Exemplos
Chama-se amplitude de um intervalo real limitado
e fechado a medida de seu comprimento na reta
real, ou ainda, a distância entre seus extremos.
a) Qual é a amplitude dos intervalos [2, 5] e [–3, 4]?
b) Sendo a e b reais, com a < b, qual é a amplitude
do intervalo [a, b]?
c) Escreva todos os intervalos fechados de amplitude
4, sendo –1 um de seus extremos.
3 e 7
b – a
[–5, –1] e [–1, 3]
52. Prof. Jorge
Exemplos
Escreva dois intervalos A e B, limitados, aos quais
pertença o real e não pertençam os reais 3 e 4.
Escreva, também, um intervalo limitado C, de
amplitude 1,5 e ao qual pertençam dois números
primos.
A = ]3, ] e B = [, 4[
C = [2; 3,5]