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Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006.
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SOMMERMAN, Américo. Inter ou Transdisciplinaridade? Da
fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes. São Paulo:
Paulus. Coleção Questões Fundamentais da Educação. 75 pp, ISBN 85-349-
2453-8 , 2006. R$ 10,00
RESENHA
SILVA, Maurina Passos Goulart O. da
mauripassos@uol.com.br
Uma viagem entre os saberes
Américo é tradutor e co-editor de vários autores transdisciplinares contemporâneos.
Co-criador do Centro de Educação Transdisciplinar – CETRANS, membro do Centre
International de Recherche et d’ Etudes Transdisciplinares – CIRET, Paris, doutorando em
Ciências da Educação pela Université François Rabelais de Tours, França e em Educação
pela PUC/SP. Foi o primeiro editor e tradutor brasileiro de Plotino e de Jacob Boehme.
Foi numa viagem que tive o prazer de conhecer Américo, pessoa serena, simples,
generosa. Pronto para a escuta e atento às palavras de quem se dispõe ao diálogo com os
saberes e os não-saberes, um exercício de paciência científica. Estivemos juntos em
Cachoeira do Sul, RS, no X Seminário Internacional de Educação “Interdisciplinaridade
como forma de inclusão numa educação mundial”. Ele, na condição de participante de uma
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação Educação: Currículo
Revista E-Curriculum - ISSN 1809-3876
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mesa-redonda sobre o tema “Inter ou transdisciplinaridade?”, enquanto eu e os demais
pesquisadores do GEPI (Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares), ministramos
curso aos professores inscritos no evento.
Como justifica Américo, na introdução da obra, a participação neste seminário foi
decisiva para a exteriorização dos saberes resultantes de vários trajetos que constituem a
teia complexa de sua história de vida. Na ocasião do evento, Américo apresentou em sua
exposição um estudo denso sobre o tema “Inter ou Transdisciplinaridade?”.
Partilhar seu estudo diluindo esta densidade em explicações generosas aos leitores é
o exercício do autor do começo ao final desta publicação que se desenvolve, segundo suas
próprias palavras, numa estrutura quase circular, num círculo cujas pontas inicial e final se
aproximam, mas não se tocam. Nesse movimento realizado durante todo o percurso da
obra, vai situando-nos desde a fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes,
conduzindo-nos a uma verdadeira viagem neste tempo e espaço na busca da resposta à
pergunta Inter ou Trans? Organizada em três capítulos, a obra inicia o diálogo demarcando
as rupturas cosmológicas, antropológicas e epistemológicas ocorridas do século XII ao XX.
Até o século XIII o conhecimento considerado o mais verdadeiro pela elite
intelectual européia era o alcançado pela contemplação, o êxtase e a revelação. No século
XVII é a razão discursiva o caminho considerado verdadeiro pela elite intelectual para se
chegar à resposta da questão: O que é o conhecimento verdadeiro? Foram as mudanças nas
respostas a esta pergunta que Sommerman, apoiado em Bachelard e outros, chama de
ruptura epistemológica, destacando ainda que esta acontece como resultado de grandes
rupturas cosmológicas e antropológicas, traduzidas nas respostas dadas às questões: O que
é o cosmo? O que é o homem?
Assim, as mudanças nas respostas dadas a estas perguntas levaram, por um lado, a
uma redução da realidade e, por outro, a uma fragmentação e depois separação crescente
das disciplinas. Partindo da epistemologia “tradicional” (multidimensional) do século XII, e
passando pela racionalista no século XVII e pela empirista no século XIX, ocorre um
aprofundamento cada vez maior da separação entre a tradição, a religião, a filosofia e a
ciência no decorrer dos séculos. Predominaram, na elite intelectual ocidental dos últimos
séculos, no entanto, duas epistemologias: o racionalismo, do século XVII ao século XIX e o
empirismo, do século XIX até hoje. Outras posições ainda podem ser demarcadas neste
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último século como: o reducionismo, o mecanicismo, o ceticismo, o subjetivismo, o
relativismo e o criticismo.
Dessa circularidade inicial das ciências, ponto de partida da viagem de Américo,
somos conduzidos pelo autor à compreensão da fragmentação disciplinar dos séculos XIX e
XX. É a partir do século XVII, com o nascimento da ciência moderna, que se inicia a
ausência de diálogo entre os saberes, devido às metodologias científicas propostas pelas
epistemologias racionalistas e empiristas. Porém, o aprofundamento dessa disciplinarização
ocorre no século XIX quando Comte estabelece uma nova estrutura hierárquica das ciências
com o intuito de reorganizar os saberes, depois dos movimentos sociais e intelectuais
gerados pela Revolução Francesa e o Iluminismo.
Assim, as ciências são organizadas em: ciências fundamentais (matemáticas,
astronomia, física, química, biologia e sociologia), em ciências descritivas (zoologia,
botânica, mineralogia, psicologia) e ciências aplicadas (engenharia, agricultura e educação).
Estabelece-se, no entanto, na metade do século XX a hiperespecialização disciplinar em
decorrência de todo esse histórico do pensar o mundo, o homem e o conhecimento e pelo
crescimento cada vez maior do volume e da complexidade dos conhecimentos produzidos,
e ainda pela multiplicação e sofisticação das tecnologias.
Se na primeira parte do livro temos uma viagem entre as epistemologias, na
segunda, a valsa dos prefixos pluri, inter e transdisciplinaridade, anuncia a emergência da
reorganização dos saberes no sentido não apenas da retomada da circularidade, mas no
estabelecimento de um novo diálogo entre eles.
É no campo da pesquisa acadêmica que começaram a reaparecer, na metade do
século XX, propostas que propunham diferentes níveis de cooperação entre as
disciplinas.Inicialmente chamadas de multidisciplinares e de pluridisciplinares, depois de
interdisciplinares e de transdisciplinares, tais propostas começam a ter algum espaço nas
universidades com a criação, conforme explica Sommerman, de alguns institutos e núcleos
de pesquisa interdisciplinares, a partir da década de 70, e a fundação de alguns institutos e
núcleos transdicisplinares, a partir das décadas de 80 e 90. Datam também dessa época, o
surgimento de núcleos e centros transdisciplinares tanto nas universidades como fora delas,
porém mantendo uma aproximação importante com o ambiente acadêmico.
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Diante das muitas definições dos conceitos de multi, pluri, inter e
transdisciplinaridade, destaca-se na obra, o consenso na definição dos termos multi e
pluridisciplinaridade.
Apoiado em diferentes autores, como Coimbra, Japiassu, Silva, Leff, entre outros,
explica a multidisciplinaridade como a usência de nexo, relações ou ainda cooperação entre
as disciplinas. A pluridisiciplinaridade como justaposição de disciplinas com um certo nível
de relação que se limita à troca de informações, não existindo, no entanto, uma profunda
interação e coordenação.
Quanto à interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, a polissemia que emerge dos
vários autores é enorme e remete não a uma valsa, mas a um ritmo bem mais acelerado e
caótico, talvez um hard rock dos prefixos, que Sommerman vai, no processo do trabalho,
reorganizando esses ritmos e produzindo novas harmonias. Vamos encontrar
interdisciplinaridade como interação entre duas ou mais disciplinas, como método de
pesquisa e de ensino promovendo a interação desde a simples comunicação das idéias até a
integração mútua de conceitos, da epistemologia, da terminologia, dos procedimentos.
Explica-se ainda que o interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que
duas ou mais disciplinas intencionalmente relacionam-se entre si para alcançar maior
abrangência de conhecimento. Interdisciplinaridade é também entendida como uma busca
de “retotalização” do conhecimento.
Há ainda autores como Jean Louis Lê Moigne que dividem a inter em
interdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar e interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar.
No primeiro caso seria o empréstimo de métodos, conceitos e informações de uma
disciplina para outra, no segundo seria, como afirma Sommerman, muito mais uma
modelização epistemológica nova para a compreensão de fenômenos.
Para ampliar ainda mais a compreensão dessa grande polissemia, recorre o autor, a
Jurgo Torres Santomé que apresenta a hierarquização dos níveis de colaboração e
integração entre as disciplinas propostas por Piaget: Multidisciplinaridade: nível inferior de
integração. Caracteriza-se como a primeira fase de constituição de equipes
interdisciplinares, ao buscar-se informação e ajuda em várias disciplinas para a solução de
um problema. Interdisciplinaridade: nível de associação entre as disciplinas onde a
cooperação entre elas provoca intercâmbios reais, trazendo enriquecimentos mútuos.
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Transdisciplinaridade: etapa superior de integração, significando a construção de um
sistema total, sem fronteiras sólidas entre as disciplinas.
Ainda sobre o conceito de Interdisciplinaridade, Sommerman destaca que a
hiperespecialização crescente, durante todo o século XX, acabou conduzindo a um
aprofundamento de cada disciplina, levando-as às fronteiras de outras disciplinas. Esse
movimento provocou uma interdisciplinaridade que, ou criou novas disciplinas ou
transferiu métodos de uma disciplina para outra, abrindo assim a possibilidade de diálogo
entre elas, o que permitiu não apenas a troca de conteúdos, mas sobretudo favoreceu as
trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas envolvidos, como observou Fazenda
(2003).
Deslocando a discussão sobre o conceito para as atividades interdisciplinares e
depois para a pesquisa, o autor aponta o estruturalismo e a Teoria Geral dos Sistemas como
as teorias que muito teriam cooperado para estimular a pesquisa interdisciplinar,
enfatizando também a contribuição da Teoria Cibernética de Segunda Ordem e a Teoria da
Complexidade.
Foram alguns eventos internacionais organizados pela UNESCO e a OCDE
(Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os responsáveis pela
promoção do debate cada vez maior sobre a pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade e
a transdisciplinaridade. No entanto, tem sido a UNESCO quem vem organizando ou
apoiando a maioria desses eventos. O I Seminário Internacional sobre Pluridisciplinaridade
e Interdisciplinaridade ocorreu na Universidade de Nice (França), na década de 70, quando
Piaget, em sua comunicação, criou o termo transdisciplinaridade.
Segundo Sommerman, os congressos internacionais têm contribuído para explicitar
a definição do conceito de transdisciplinaridade. Destaca o colóquio A Ciência Diante das
Fronteiras do Conhecimento (1986) e o congresso Ciência e Tradição: Perspectivas
Transdisciplinares para o século XXI (1991). Se aquele gerou o primeiro documento da
transdisciplinaridade em congressos internacionais, este produziu o documento intitulado
Ciência e Tradição, do qual o autor destaca, entre outras passagens:
“um diálogo capital, cada vez mais rigoroso e profundo entre ciência e
tradição pode então ser estabelecido a fim de construir uma nova
abordagem científica e cultural: a transdisciplinaridade (...) Não pode haver
Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006.
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especialistas transdisciplinares mas, apenas pesquisadores animados por
uma atitude transdisciplinar”.
No entanto, o avanço das discussões, segundo o autor, ocorre no I Congresso
Mundial da transdisciplinaridade, organizado pelo CIRET (Centro Internacional de
Pesquisas e Estudos Transdisciplinares, sediado em Paris) com parceria da UNESCO, em
Arrábida (Portugal) em 1994, quando é elaborada a Carta da Transdisciplinaridade, onde se
observam avanços em relação ao conceito e metodologias transdisciplinares.
A definição do conceito de transdiciplinaridade registrada naquele documento
enfatiza a visão transdisciplinar como uma visão aberta, ultrapassando o campo das
ciências exatas devido ao seu diálogo e sua reconciliação não apenas com as ciências
humanas, mas também com a arte, a literatura, a poesia e a experiência espiritual. Ainda
deste documento final, produzido no referido evento, Sommerman ressalta na página 50 os
três pilares metodológicos da pesquisa transdisciplinar e os sete eixos básicos da evolução
transdisciplinar na Educação.
“Os três pilares definidos neste documento foram:
1) a Complexidade;
2) a Lógica do Terceiro Incluído e
3) os Diferentes Níveis de Realidade.
Os sete eixos básicos da evolução transdisciplinar na
Educação foram:
1) a educação intercultural e transcultural;
2) o diálogo entre arte e ciência;
3) a educação inter-religiosa e transreligiosa;
4) a integração da revolução informática na educação;
5) a educação transpolítica;
6) a educação transdisiciplinar;
7) a relação transdisciplinar: os educadores, os educandos e as
instituições e sua metodologia subjacente”.
Basarab Nicolescu (2001), Patrick Paul (2003), Gilbert Durand (1996) e outros
vêm aprofundando a metodologia da pesquisa interdisciplinar.
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Assim, como podemos observar, nossa viagem entre os saberes é marcada por
rupturas, ocorrendo esta última no início do século XX, quando a física comprovou a
existência de no mínimo dois níveis de realidade: o macrofísico (das grandes escalas) e o
microfísico (do interior do átomo), portanto novamente uma ruptura epistemológica e
cosmológica.
Demarcando rupturas, Sommerman conclui seu trabalho com a reorganização da
valsa dos prefixos, pois como afirmou no decorrer desta viagem, as definições sobre Inter e
Trans apresentadas pelos autores pouco contribuem para reorganização dessa valsa. Na
tentativa de reorganizar conceitos e elaborar novas construções, a partir de Nicolescu, Le
Moigne, Piage, Gusdorf e Pineau, sugere tipos e graus de inter e de transdisciplinaridade,
como veremos a seguir:
Interdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar – quando predomina nas equipes
multidisciplinares a transferência de métodos de uma disciplina para a outra.
Interdisciplinaridade forte – quando predomina não a transferência de métodos, mas
de conceitos, ocorrendo um verdadeiro diálogo, o que exige trocas intersubjetivas dos
diferentes especialistas, bem como nesse diálogo se reconheçam os saberes teóricos,
práticos e existenciais, em si e nos outros.
Interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar – quando nas equipes
multidisciplinares estiverem presentes o diálogo com os conhecimentos considerados não
científicos (das artes, da filosofia, dos atores sociais, das tradições de sabedoria etc.) com os
diferentes níveis do sujeito e da realidade.
Transdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar – estabelece um diálogo com os
saberes não disciplinares dos diversos atores sociais (empresas, órgãos públicos,
organizações não governamentais).
Transdisciplinaridade de tipo interdisciplinar – aproxima-se da
interdisciplinaridade forte, pois se abre não apenas para as trocas intersubjetivas dos
diferentes especialistas, mas para o diálogo com os saberes (teóricos, práticos, existenciais
ou vivenciais) dos diversos atores sociais.
Transdisciplinaridade forte – apoiada nos três pilares metodológicos da pesquisa
transdisciplinar (complexidade, níveis de realidade e lógica do terceiro incluído), aproxima-
se da interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar.
Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006.
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A partir desta reorganização dos prefixos, Américo salienta que o trabalho
desenvolvido por Ivani Fazenda no Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares
(GEPI)- PUC/SP, pode ser identificado no campo da interdisciplinaridade forte se abrindo
para a transdisciplinaridade forte e o trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação
Transdisciplinar (CETRANS), caracteriza-se como transdisciplinaridade forte.
Ao final de nossa viagem entre os saberes, conduzidos pelas mãos de Américo,
vislumbramos a possibilidade de um novo diálogo entre os saberes, retomando a idéia da
estrutura circular, num círculo cujas pontas inicial e final se aproximam, mas não se tocam,
para lembrar a idéia de movimento e transitoriedade de saberes. Concordamos com o autor
ao afirmar que em cada um dos diferentes graus de inter e de transdisciplinaridade estará
presente algo do outro, e os outros tipos ou graus sempre poderão manifestar-se, portanto, o
círculo não se fecha e o diálogo, a dança entre os prefixos permanece viva.
Resenha recebida em junho de 2006
Aceita em junho de 2006.
Para citar este trabalho:
SILVA, Maurina Passos Goulart Oliveira da. Resenha do livro de SOMMERMAN,
Américo.(2006). Inter ou Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo
diálogo entre os saberes. São Paulo: Paulus. Coleção Questões Fundamentais da Educação.
75 pp, ISBN 85-349-2453-8. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de
2006.
Breve currículo da resenhista:
Maurina Passos Goulart Oliveira da Silva é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em
Educação: Currículo, PUC/SP. Mestre em Educação: Supervisão e Currículo no mesmo
programa. Pesquisadora do GEPI (Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares).
Licenciada em Letras e Pedagogia. Atua em cursos de Graduação e Pós-Graduação.
Professora de Didática, Leitura e Produção de Texto, Organização do Trabalho Pedagógico,
Técnica de Trabalho em Grupo. Coordena Núcleo de Alfabetização de Adultos e Pós-
Graduação Lato Sensu em Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

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Revista E-Curriculum resenha

  • 1. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum SOMMERMAN, Américo. Inter ou Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes. São Paulo: Paulus. Coleção Questões Fundamentais da Educação. 75 pp, ISBN 85-349- 2453-8 , 2006. R$ 10,00 RESENHA SILVA, Maurina Passos Goulart O. da mauripassos@uol.com.br Uma viagem entre os saberes Américo é tradutor e co-editor de vários autores transdisciplinares contemporâneos. Co-criador do Centro de Educação Transdisciplinar – CETRANS, membro do Centre International de Recherche et d’ Etudes Transdisciplinares – CIRET, Paris, doutorando em Ciências da Educação pela Université François Rabelais de Tours, França e em Educação pela PUC/SP. Foi o primeiro editor e tradutor brasileiro de Plotino e de Jacob Boehme. Foi numa viagem que tive o prazer de conhecer Américo, pessoa serena, simples, generosa. Pronto para a escuta e atento às palavras de quem se dispõe ao diálogo com os saberes e os não-saberes, um exercício de paciência científica. Estivemos juntos em Cachoeira do Sul, RS, no X Seminário Internacional de Educação “Interdisciplinaridade como forma de inclusão numa educação mundial”. Ele, na condição de participante de uma Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Pós-Graduação Educação: Currículo Revista E-Curriculum - ISSN 1809-3876 http://www.pucsp.br/ecurriculum
  • 2. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum mesa-redonda sobre o tema “Inter ou transdisciplinaridade?”, enquanto eu e os demais pesquisadores do GEPI (Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares), ministramos curso aos professores inscritos no evento. Como justifica Américo, na introdução da obra, a participação neste seminário foi decisiva para a exteriorização dos saberes resultantes de vários trajetos que constituem a teia complexa de sua história de vida. Na ocasião do evento, Américo apresentou em sua exposição um estudo denso sobre o tema “Inter ou Transdisciplinaridade?”. Partilhar seu estudo diluindo esta densidade em explicações generosas aos leitores é o exercício do autor do começo ao final desta publicação que se desenvolve, segundo suas próprias palavras, numa estrutura quase circular, num círculo cujas pontas inicial e final se aproximam, mas não se tocam. Nesse movimento realizado durante todo o percurso da obra, vai situando-nos desde a fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes, conduzindo-nos a uma verdadeira viagem neste tempo e espaço na busca da resposta à pergunta Inter ou Trans? Organizada em três capítulos, a obra inicia o diálogo demarcando as rupturas cosmológicas, antropológicas e epistemológicas ocorridas do século XII ao XX. Até o século XIII o conhecimento considerado o mais verdadeiro pela elite intelectual européia era o alcançado pela contemplação, o êxtase e a revelação. No século XVII é a razão discursiva o caminho considerado verdadeiro pela elite intelectual para se chegar à resposta da questão: O que é o conhecimento verdadeiro? Foram as mudanças nas respostas a esta pergunta que Sommerman, apoiado em Bachelard e outros, chama de ruptura epistemológica, destacando ainda que esta acontece como resultado de grandes rupturas cosmológicas e antropológicas, traduzidas nas respostas dadas às questões: O que é o cosmo? O que é o homem? Assim, as mudanças nas respostas dadas a estas perguntas levaram, por um lado, a uma redução da realidade e, por outro, a uma fragmentação e depois separação crescente das disciplinas. Partindo da epistemologia “tradicional” (multidimensional) do século XII, e passando pela racionalista no século XVII e pela empirista no século XIX, ocorre um aprofundamento cada vez maior da separação entre a tradição, a religião, a filosofia e a ciência no decorrer dos séculos. Predominaram, na elite intelectual ocidental dos últimos séculos, no entanto, duas epistemologias: o racionalismo, do século XVII ao século XIX e o empirismo, do século XIX até hoje. Outras posições ainda podem ser demarcadas neste
  • 3. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum último século como: o reducionismo, o mecanicismo, o ceticismo, o subjetivismo, o relativismo e o criticismo. Dessa circularidade inicial das ciências, ponto de partida da viagem de Américo, somos conduzidos pelo autor à compreensão da fragmentação disciplinar dos séculos XIX e XX. É a partir do século XVII, com o nascimento da ciência moderna, que se inicia a ausência de diálogo entre os saberes, devido às metodologias científicas propostas pelas epistemologias racionalistas e empiristas. Porém, o aprofundamento dessa disciplinarização ocorre no século XIX quando Comte estabelece uma nova estrutura hierárquica das ciências com o intuito de reorganizar os saberes, depois dos movimentos sociais e intelectuais gerados pela Revolução Francesa e o Iluminismo. Assim, as ciências são organizadas em: ciências fundamentais (matemáticas, astronomia, física, química, biologia e sociologia), em ciências descritivas (zoologia, botânica, mineralogia, psicologia) e ciências aplicadas (engenharia, agricultura e educação). Estabelece-se, no entanto, na metade do século XX a hiperespecialização disciplinar em decorrência de todo esse histórico do pensar o mundo, o homem e o conhecimento e pelo crescimento cada vez maior do volume e da complexidade dos conhecimentos produzidos, e ainda pela multiplicação e sofisticação das tecnologias. Se na primeira parte do livro temos uma viagem entre as epistemologias, na segunda, a valsa dos prefixos pluri, inter e transdisciplinaridade, anuncia a emergência da reorganização dos saberes no sentido não apenas da retomada da circularidade, mas no estabelecimento de um novo diálogo entre eles. É no campo da pesquisa acadêmica que começaram a reaparecer, na metade do século XX, propostas que propunham diferentes níveis de cooperação entre as disciplinas.Inicialmente chamadas de multidisciplinares e de pluridisciplinares, depois de interdisciplinares e de transdisciplinares, tais propostas começam a ter algum espaço nas universidades com a criação, conforme explica Sommerman, de alguns institutos e núcleos de pesquisa interdisciplinares, a partir da década de 70, e a fundação de alguns institutos e núcleos transdicisplinares, a partir das décadas de 80 e 90. Datam também dessa época, o surgimento de núcleos e centros transdisciplinares tanto nas universidades como fora delas, porém mantendo uma aproximação importante com o ambiente acadêmico.
  • 4. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum Diante das muitas definições dos conceitos de multi, pluri, inter e transdisciplinaridade, destaca-se na obra, o consenso na definição dos termos multi e pluridisciplinaridade. Apoiado em diferentes autores, como Coimbra, Japiassu, Silva, Leff, entre outros, explica a multidisciplinaridade como a usência de nexo, relações ou ainda cooperação entre as disciplinas. A pluridisiciplinaridade como justaposição de disciplinas com um certo nível de relação que se limita à troca de informações, não existindo, no entanto, uma profunda interação e coordenação. Quanto à interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, a polissemia que emerge dos vários autores é enorme e remete não a uma valsa, mas a um ritmo bem mais acelerado e caótico, talvez um hard rock dos prefixos, que Sommerman vai, no processo do trabalho, reorganizando esses ritmos e produzindo novas harmonias. Vamos encontrar interdisciplinaridade como interação entre duas ou mais disciplinas, como método de pesquisa e de ensino promovendo a interação desde a simples comunicação das idéias até a integração mútua de conceitos, da epistemologia, da terminologia, dos procedimentos. Explica-se ainda que o interdisciplinar consiste num tema, objeto ou abordagem em que duas ou mais disciplinas intencionalmente relacionam-se entre si para alcançar maior abrangência de conhecimento. Interdisciplinaridade é também entendida como uma busca de “retotalização” do conhecimento. Há ainda autores como Jean Louis Lê Moigne que dividem a inter em interdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar e interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar. No primeiro caso seria o empréstimo de métodos, conceitos e informações de uma disciplina para outra, no segundo seria, como afirma Sommerman, muito mais uma modelização epistemológica nova para a compreensão de fenômenos. Para ampliar ainda mais a compreensão dessa grande polissemia, recorre o autor, a Jurgo Torres Santomé que apresenta a hierarquização dos níveis de colaboração e integração entre as disciplinas propostas por Piaget: Multidisciplinaridade: nível inferior de integração. Caracteriza-se como a primeira fase de constituição de equipes interdisciplinares, ao buscar-se informação e ajuda em várias disciplinas para a solução de um problema. Interdisciplinaridade: nível de associação entre as disciplinas onde a cooperação entre elas provoca intercâmbios reais, trazendo enriquecimentos mútuos.
  • 5. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum Transdisciplinaridade: etapa superior de integração, significando a construção de um sistema total, sem fronteiras sólidas entre as disciplinas. Ainda sobre o conceito de Interdisciplinaridade, Sommerman destaca que a hiperespecialização crescente, durante todo o século XX, acabou conduzindo a um aprofundamento de cada disciplina, levando-as às fronteiras de outras disciplinas. Esse movimento provocou uma interdisciplinaridade que, ou criou novas disciplinas ou transferiu métodos de uma disciplina para outra, abrindo assim a possibilidade de diálogo entre elas, o que permitiu não apenas a troca de conteúdos, mas sobretudo favoreceu as trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas envolvidos, como observou Fazenda (2003). Deslocando a discussão sobre o conceito para as atividades interdisciplinares e depois para a pesquisa, o autor aponta o estruturalismo e a Teoria Geral dos Sistemas como as teorias que muito teriam cooperado para estimular a pesquisa interdisciplinar, enfatizando também a contribuição da Teoria Cibernética de Segunda Ordem e a Teoria da Complexidade. Foram alguns eventos internacionais organizados pela UNESCO e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), os responsáveis pela promoção do debate cada vez maior sobre a pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. No entanto, tem sido a UNESCO quem vem organizando ou apoiando a maioria desses eventos. O I Seminário Internacional sobre Pluridisciplinaridade e Interdisciplinaridade ocorreu na Universidade de Nice (França), na década de 70, quando Piaget, em sua comunicação, criou o termo transdisciplinaridade. Segundo Sommerman, os congressos internacionais têm contribuído para explicitar a definição do conceito de transdisciplinaridade. Destaca o colóquio A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento (1986) e o congresso Ciência e Tradição: Perspectivas Transdisciplinares para o século XXI (1991). Se aquele gerou o primeiro documento da transdisciplinaridade em congressos internacionais, este produziu o documento intitulado Ciência e Tradição, do qual o autor destaca, entre outras passagens: “um diálogo capital, cada vez mais rigoroso e profundo entre ciência e tradição pode então ser estabelecido a fim de construir uma nova abordagem científica e cultural: a transdisciplinaridade (...) Não pode haver
  • 6. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum especialistas transdisciplinares mas, apenas pesquisadores animados por uma atitude transdisciplinar”. No entanto, o avanço das discussões, segundo o autor, ocorre no I Congresso Mundial da transdisciplinaridade, organizado pelo CIRET (Centro Internacional de Pesquisas e Estudos Transdisciplinares, sediado em Paris) com parceria da UNESCO, em Arrábida (Portugal) em 1994, quando é elaborada a Carta da Transdisciplinaridade, onde se observam avanços em relação ao conceito e metodologias transdisciplinares. A definição do conceito de transdiciplinaridade registrada naquele documento enfatiza a visão transdisciplinar como uma visão aberta, ultrapassando o campo das ciências exatas devido ao seu diálogo e sua reconciliação não apenas com as ciências humanas, mas também com a arte, a literatura, a poesia e a experiência espiritual. Ainda deste documento final, produzido no referido evento, Sommerman ressalta na página 50 os três pilares metodológicos da pesquisa transdisciplinar e os sete eixos básicos da evolução transdisciplinar na Educação. “Os três pilares definidos neste documento foram: 1) a Complexidade; 2) a Lógica do Terceiro Incluído e 3) os Diferentes Níveis de Realidade. Os sete eixos básicos da evolução transdisciplinar na Educação foram: 1) a educação intercultural e transcultural; 2) o diálogo entre arte e ciência; 3) a educação inter-religiosa e transreligiosa; 4) a integração da revolução informática na educação; 5) a educação transpolítica; 6) a educação transdisiciplinar; 7) a relação transdisciplinar: os educadores, os educandos e as instituições e sua metodologia subjacente”. Basarab Nicolescu (2001), Patrick Paul (2003), Gilbert Durand (1996) e outros vêm aprofundando a metodologia da pesquisa interdisciplinar.
  • 7. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum Assim, como podemos observar, nossa viagem entre os saberes é marcada por rupturas, ocorrendo esta última no início do século XX, quando a física comprovou a existência de no mínimo dois níveis de realidade: o macrofísico (das grandes escalas) e o microfísico (do interior do átomo), portanto novamente uma ruptura epistemológica e cosmológica. Demarcando rupturas, Sommerman conclui seu trabalho com a reorganização da valsa dos prefixos, pois como afirmou no decorrer desta viagem, as definições sobre Inter e Trans apresentadas pelos autores pouco contribuem para reorganização dessa valsa. Na tentativa de reorganizar conceitos e elaborar novas construções, a partir de Nicolescu, Le Moigne, Piage, Gusdorf e Pineau, sugere tipos e graus de inter e de transdisciplinaridade, como veremos a seguir: Interdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar – quando predomina nas equipes multidisciplinares a transferência de métodos de uma disciplina para a outra. Interdisciplinaridade forte – quando predomina não a transferência de métodos, mas de conceitos, ocorrendo um verdadeiro diálogo, o que exige trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas, bem como nesse diálogo se reconheçam os saberes teóricos, práticos e existenciais, em si e nos outros. Interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar – quando nas equipes multidisciplinares estiverem presentes o diálogo com os conhecimentos considerados não científicos (das artes, da filosofia, dos atores sociais, das tradições de sabedoria etc.) com os diferentes níveis do sujeito e da realidade. Transdisciplinaridade de tipo pluridisciplinar – estabelece um diálogo com os saberes não disciplinares dos diversos atores sociais (empresas, órgãos públicos, organizações não governamentais). Transdisciplinaridade de tipo interdisciplinar – aproxima-se da interdisciplinaridade forte, pois se abre não apenas para as trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas, mas para o diálogo com os saberes (teóricos, práticos, existenciais ou vivenciais) dos diversos atores sociais. Transdisciplinaridade forte – apoiada nos três pilares metodológicos da pesquisa transdisciplinar (complexidade, níveis de realidade e lógica do terceiro incluído), aproxima- se da interdisciplinaridade de tipo transdisciplinar.
  • 8. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. http://www.pucsp.br/ecurriculum A partir desta reorganização dos prefixos, Américo salienta que o trabalho desenvolvido por Ivani Fazenda no Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares (GEPI)- PUC/SP, pode ser identificado no campo da interdisciplinaridade forte se abrindo para a transdisciplinaridade forte e o trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação Transdisciplinar (CETRANS), caracteriza-se como transdisciplinaridade forte. Ao final de nossa viagem entre os saberes, conduzidos pelas mãos de Américo, vislumbramos a possibilidade de um novo diálogo entre os saberes, retomando a idéia da estrutura circular, num círculo cujas pontas inicial e final se aproximam, mas não se tocam, para lembrar a idéia de movimento e transitoriedade de saberes. Concordamos com o autor ao afirmar que em cada um dos diferentes graus de inter e de transdisciplinaridade estará presente algo do outro, e os outros tipos ou graus sempre poderão manifestar-se, portanto, o círculo não se fecha e o diálogo, a dança entre os prefixos permanece viva. Resenha recebida em junho de 2006 Aceita em junho de 2006. Para citar este trabalho: SILVA, Maurina Passos Goulart Oliveira da. Resenha do livro de SOMMERMAN, Américo.(2006). Inter ou Transdisciplinaridade? Da fragmentação disciplinar ao novo diálogo entre os saberes. São Paulo: Paulus. Coleção Questões Fundamentais da Educação. 75 pp, ISBN 85-349-2453-8. Revista E-Curriculum, ISSN 1809-3876, v. 1, n. 2, junho de 2006. Breve currículo da resenhista: Maurina Passos Goulart Oliveira da Silva é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, PUC/SP. Mestre em Educação: Supervisão e Currículo no mesmo programa. Pesquisadora do GEPI (Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares). Licenciada em Letras e Pedagogia. Atua em cursos de Graduação e Pós-Graduação. Professora de Didática, Leitura e Produção de Texto, Organização do Trabalho Pedagógico, Técnica de Trabalho em Grupo. Coordena Núcleo de Alfabetização de Adultos e Pós- Graduação Lato Sensu em Supervisão Escolar e Orientação Educacional.