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A Ancestralidade do Fenômeno
Capoeira
Brasília, 28 de Outubro de 2016
O que é Fenômeno?
O que é Fenômeno?
O que acontece
Fenômeno Fogo é constituído por três
entidades distintas...
,
Sem uma ou mais dessas entidades, não pode haver f
combustível (aquilo que queima, ex. madeira)
comburente (entidade que permite a queima,
como o oxigênio)
calor
O Fenômeno CAPOEIRA
Matrizes Africanas
Matrizes Indígenas
ESCRAVIDÃO
Da dor brota a arte
O Fenômeno CAPOEIRA...
Matrizes Africanas
Matrizes Indígenas?
ESCRAVIDÃO
Da dor brota a arte
O Fenômeno CAPOEIRA não nasceu
em um lugar ...
Porto de São Mateus –
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Porto de Galinhas - PE
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Capoeira Primitiva
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Matrizes Indígenas
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Lussac 2015
Conclui que o perfil étnico dos praticantes da luta e
do jogo da Capoeira no início do século XIX
demonstra que, apesar de ser encontrado um per‡fil
predominantemente de escravos e africanos , não
se pode inferir que a gênese desta expressão seria
uma cultura e prática de um grupo, de uma etnia
ou de uma nação africana específica
Significados da palavra Capoeira
Araújo PC. Capoeira: um nome - uma origem. Juiz de Fora: Notas & Letras; 2005
Qualificação de indivíduos fugitivos
Qualificação de toda a sorte de indivíduos malfeitores
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ou o jogo da Capoeira
O fato do vocábulo capoeira ter diferentes significados, teria
contribuído para uma confusão em relação ao significado da
prática do jogo-luta e os outros significados da palavra
Significado de Negro
Araújo PC. Capoeira: um nome - uma origem. Juiz de Fora: Notas & Letras; 2005
Eram considerados negros todos cuja pele não fosse branca
Se a pele de um indivíduo fosse branca, mas se a legitimidade
da sua descendência branca fosse contestada, este indivíduo
poderia não ser considerado branco
Por tais razões, nos dois primeiros séculos do Brasil colônia, tantos os negros,
negros da Guiné, oriundos da África, como os negros da terra, os índios
brasileiros, eram chamados de negros, sendo indivíduos considerados
escravos (p.39-40). Portanto, ao se analisar algum documento deste período o
pesquisador deve estar atento para suas interpretações não serem
confundidas por meio da generalização do termo
KILOMBOLAS
GOIAS - TOCANTINS
Capoeira é Indígena?
Martim Afonso de Souza (1532)
Relatou que observou índios jogando capoeira
Padre Anchieta (1595)
Luiz Carlos Krummenauer Rocha
“os índios tupi-guaranis divertiam-se jogando capoeira”
Silva GO. Capoeira do engenho à universidade. 2a ed. São Paulo: o autor; 1995
Silva GO. Capoeira do engenho à universidade. 2a ed. São Paulo: o autor; 1995
Pesquisador cita as cartas para Portugal e Espanha dos anais
das missões jesuíticas no Brasil
Rocha LCK. Teses que comprovam a brasilidade da capoeira. Rev Prat Capoeira.
2002;17:10-3.
Cartas das Missões Jesuíticas
Jesuíta Antônio Gonçalves (1735)
descreve uma luta em que os índios praticavam antes de
qualquer conflito, em forma de dois a dois ao centro usando os
braços e as pernas como armas (Convento de Santo Inácio de
Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III p128)
Jesuíta Manoel da Nóbrega (1860)
descreve em suas cartas ao seu superior na Espanha falando dos
costumes indígenas, descrevendo a agilidade dos índios
Potiguaras com os pés, mãos e cabeçadas*, transformando-se
em arma perigosa. O “museu do convento dos Jesuítas de
Barcelona - Tomo VII em Latim)
A descrição do padre jesuíta Manoel da Nóbrega sobre a
prática dos índios Potiguara é interessante quando descreve
que estes também usavam a cabeça como uma arma ágil e
perigosa. A cabeçada é uma expressão motora muito
encontrada nos relatos mais antigos sobre a prática do
jogo-luta, mas é necessário ter o cuidado para não tecer
análises lineares com a prática da Capoeira. Talvez o padre
estivesse se referindo ao Maraná dos Potiguara
*Maraná
Maraná “no dicionário tupi-guarani significa dança de guerra”
(p.12)
Antônio Moraes da Silva cita a “Luta
da Capoeira” em 1813
Antônio Moraes da Silva. “Dicionário da Língua Portuguesa” Lisboa - Typografhia
Lacerdina - 1813 Tomo I p.343” (p.12)14
Praticada por negros, mestiços e índios no Brasil
Dado importante no que se refere à presença de índios e
mestiços em uma referência da Capoeira como luta no
período dos primeiros registros desta expressão no Rio de
Janeiro - em registros policiais e processos jurídicos - onde outras pesquisas
entendem haver quase um exclusivismo de escravos e africanos como praticantes
Matrizes Indígenas
No sec. X, o atual território baiano era ocupado por índios do
grupo linguístico macro-jê. A partir de então, com a expansão
dos índios do tronco linguístico tupi pela América do Sul a partir
da região de Rondônia, estes passaram a dominar o litoral
baiano, deslocando os povos macro-jês para o interior
À altura do século XVI, o litoral baiano era dominado pelos índios
tupinambás, ao norte e pelos índios tupiniquins, ao sul. Mais para
o interior, predominavam os chamados índios aimorés
HUKA HUKA
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• Corpo a corpo
LUTA MARAJOARA
• Ilha de Marajó
• Luta de desequilíbrio
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“Na dança do Marabaixo, depois da gengibirras, os negros começavam
a luta-dança carioca onde o objetivo era derrubar o outro só com as
pernas. O principal e mais efetivo golpe era a vingativa”
XONDARO
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• Luta Potiguar (Tupy)
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O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro “Crônicas do Brasil
Holandês” 1670, a luta da Maraná assim como descrevo abaixo:
As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe
Maurício de Nassau durante a invasão holandesa, descreve entre muitos
obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos
habitantes do Brasil. Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por
Vidal de Negreiros, Índios Potiguaras comandados por Felipe Camarão, o
“índio Poti”. Estes índios usavam durante o confronto, além de flechas,
borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos deferindo golpes mortais,
destacando-se por sua valentia e ferocidade. Pertencia à cultura potiguara a
dança de guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculo, os
guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater
com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de
atabaques de troncos com pele de anta, chocalhos e marimbas, enquanto
que dois guerreiros ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e
movimento que imitava os animais
Maraná
XONDARO
Povo Guarani Mbya
Prática Sagrada Nhanderu
Mistura Xamanismo, dança, instrumental, canto e luta
Pratica de toda tribo – pratica de desenvolvimento fisico
Tipos de Xondaro
zzz
Rugendas JM. Viagem pitoresca através do Brasil. Milliet S, tradutor. Belo Horizonte:
Itatiaia; 1998. (Coleção Reconquista do Brasil; série 3; vol. 8)
É possível constatar em algumas obras
de Rugendas a convivência entre negros
e índios no mesmo ambiente social.
Deste modo, é possível entender que
realmente há uma possibilidade da troca
de experiências e saberes culturais entre
índios e negros quanto aos
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Matrizes Africanas
De acordo com D`Amorim e Atil (2007), os negros
que aportaram ao Brasil foram em grande parte
de três grupos...
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kasanjes, do Congo, de Angola e de Moçambique
D`AMORIM E.; ATIL J. A capoeira uma escola de educação. Recife: Ed. do autor, 2007
Os povos africanos trazidos para o Brasil são
originários de diversas regiões da África:
1 África Ocidental - Yorubás (Nagô, Ketu, Egbá), Jejes (Ewê, Fon),
Fanti-Ashanti (conhecidos como Mina), povos islamizados (Peuhls,
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2) África Central - Bantos: Bakongo, Mbundo, Ovimbundo,
Bawoyo, Wili (conhecidos como Angolas, Congos, Benguelas,
Cabindas e Loangos)
3) Sudeste da África Oriental - Tongas e Changanas entre
outros (conhecidos como Moçambiques)
http://dossieafricano212.weebly.com/legado-cultural.html
DAMBE
• Africa Ocidental – Nigeria, Niger
• Boxe
LUTTE TRADICIONALLE
• Por toda Africa
• Corpo a corpo
BATUQUE
• Sudão
• Corpo a corpo + Stick
Matrizes Africanas
Dambe
Ritual de passagem, teste de valentia e prepação para guerra
Uma mão enfaixada golpeia e a outra bloqueia
DAMBÉ
LUTTE TRADICIONALLE
DESCH-OBI, M. Thomas J. Fighting for honor: the history of african martial art traditions in the
atlantic world. University of South Carolina Press, Columbia-USA, 2008.
Assume distintos nomes como Magba, praticada pelos igbos, Laamb
dos povos wolof do Senegal. Boreh na Gambia, Evala no Togo, NUBA
WRESTRING* no sudão...
GREEN, T. A. Martial Arts of the World: An Encyclopedia. New York: ABC-CLIO, 2001
Laamb é uma atividade tanto espiritual como física. Cada luta dura
apenas alguns minutos, mas é precedida por horas de preparação física
e espiritual, fanfarra e música. Há duas formas de Laamb: Em ambos
os estilos o vencedor tem que conseguir bater os joelhos, ombros, ou as
costas do oponente na areia
http:/ /www.amadou.net/ho/wrest.html)
BATUQUE
consistia de um negro mais forte ficar plantado dentro de
uma roda, em quanto o outro tentava projeta-lo ao solo,
com golpes desequilibrante
Outra forma, era tentar colocar o adversário a nocaute com
golpes de perna ou projeções, também usando alguns
golpes de braço
MUSANGWE
• Boxer
KHANDEKA
• Luta de mão aberta com quedas
• Angola
MORINGUE
• Madagascar – Ilha Reunião
• Pratica dos negros escravizados da plantação de cana e café
Matrizes Africanas
MUSANGWE
Vendas do norte e do sul do país se encontram uma vez por ano
para enfrentarem uns aos outros em combates muito violentos
usando golpes desferidos com os punhos, cabeçadas,
cotoveladas, joelhadas e rasteiras
KHANDEKA
A seção musical mais comum inclui três djembés: grave, médio e
agudo, que executam funções semelhantes ao trio de berimbaus.
Assim como o gunga na capoeira, o último djembé, o de som mais alto,
é o instrumento principal que orienta os lutadores no caso de
desrespeito das regras técnicas (desproporções de força, situações de
risco etc), e na ausência de árbitro
Em sua forma popular o combate acontece dentro de uma roda
formada pelos assistentes e existe todo um ritual antes da
confrontação para provar a superioridade de um time ou de um
indivíduo sobre outro. O ritual começa com uma festa regada a música
e rum onde todos se divertem e acertam as lutas. O rum dá coragem
aos lutadores e excita os partidários. Antes de lutar, os moringuers
consultam um feiticeiro
MORINGUE
O uso de apelidos também é uma tradição entre os moringuers
Protetorado francês de Madagascar: mas, o domínio colonial não se efetivou até 1895,
O primeiro governador francês, general Joseph-Simon Gallieni, foi o autor da abolição
da escravatura e em 1897 responsável pela expulsão da rainha Ranavalona III para
a ilha de Reunião
Em 1764 a ilha passou a ser governada diretamente pela França, e as revoltas de
escravos que se produziram propiciaram a fuga de muitos para o interior e o
estabelecimento de seus próprios povoados. A ilha experimentou uma forte crise,
quando a escravidão foi abolida a princípios do século XIX, e os franceses tiveram de
importar mão de obra hindu que passaria a modificar a composição demográfica da
ilha
MADAGASCAR
MORINGUE – Origens
A arte de combate Diamanga
(Dakabé) indica ser uma das matrizes
do Moringue, pois muitas técnicas das
duas artes são idênticas. Assim o
“tsipak’akoho” (planta dos pés que
batem), o “manitra de kopola ou
miamboho” - corte dos pés, o “tokana
de kapa – golpe com o salto do sapato -
ou o “dongomby” - projeção em direção
do tórax do adversário - são golpes
semelhantes às técnicas do moringue
Bill Richmond (1763 – 1829) was
an African-American boxer, born
a slave
MORINGUE
MORINGUE
Povo Africanas
ESCRAVIDÃO
Da dor brota a arte
MORINGUE
Povo Africano
Plantação de algodão e café
ESCRAVIDÃO
Da dor brota a arte
BASULA
• Quedas
KAMBANGULA
• Luta de mão aberta
N´GOLO
• Origem em Mucope – sul de Angola
Matrizes Africanas
luta tradicional acompanhada de palmas e cantos
praticada pelos pescadores da comunidade da Ilha do
Cabo em Luanda, desde tempos anteriores à chegada dos
portugueses na África. Os nativos, chamados de
muxiluandas ou axiluandas, trajando a saia multicolor
tradicional, o dikombo, se enfrentam na areia dos litorais
de Angola, onde o risco de acidentes mais graves diminui
consideravelmente.
BASSULA
Praticando Capoeira. Ano II, n. 17. Editora D+T, São Paulo-SP, 2002
A palavra bassula (do quimbundo kubasula, «quebrar») se refere a “golpe que
provoca queda, em luta corpo a corpo; rasteira”.
A Bassula de Kissoco (amizade) era a verdadeira luta desportiva e recreativa, juntando-se
familiares, amigos, pessoas de confiança e praticando-se em ocasiões reservadas.
Em algumas famílias, na cerimónia de casamento, o novo genro era testado com a Bassula de
Kissoco pelo futuro sogro ou tio da noiva, sabendo que o seu carácter era apenas recreativo, o
genro fingia não ser bom lutador para não faltar ao respeito (passível de pagar uma multa em
quantidade de bebidas e alguns quitutes) e a simulação da derrota.
A Bassula de Jinvunda era violenta e os contendores tinham de demonstrar as suas
técnicas e habilidades, usando por vezes artefactos como aduelas (tábuas de barril) e navalhas.
A Bassula de Carnaval eram lutas de bairros, os conflitos eram violentos quando grupos
rivais se cruzassem pela cidade.
A Bassula realizava-se particularmente entre os pescadores da Samba Grande, da Ilha do Cabo e
da Samba Pequena que eram, no fundo, pessoas da mesma origem linhageira para fortalecer a
amizade e a fraternidade, que corresponde ao ditado popular "a riqueza e a alegria do homem
africano é a sua coesão social"
BASSULA
KAMBANGULA
A Camangula ou Kambangula é uma luta africana onde
se usa somente as mãos abertas para nocautear o
adversário. É disputada dentro de rodas formadas por
outros lutadores, que batem palmas e cantam, porém
sem acompanhamento de instrumentos musicais
ALONSO, Marcelo. A essência da capoeira - entrevista com mestre Camisa. In:
Revista Kiai, ano V, n. 26. Sportpress, São Paulo-SP, 1997
Engolo
Ritual de passagem Bantu
N’GOLO / ENGOLO
Efundula (festa da puberdade)
Esta luta era feita da seguinte forma: os dois ou mais pretendentes, se combatiam (homem a
homem), com cabeçadas e chutes com as mãos e pés no chão, sendo que o que caisse primeiro
ou simplesmente desistisse da luta, o que nesse caso seria uma vergonha perante a tribo,
perdia a luta, ficando a jovem com o campeão.
N’GOLO
Capoeira Primitiva
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Capoeira do DF
Matriz BAIANA
Linhagem de Mestres
PAKALOLO
ROKEIRO
JR BAIANO
TUCANO KALL BARTO
ARRAIA-
BA
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Pablo
Canguru-
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Rogerinho
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Camisa-RJ
TABOSA
Camisa
Roxa - BA
ARRAIA -
BA
Popó
Tentando Concluir
A capoeira é um fenômeno que tem como
elementos essenciais o negro africano
escravizado
As matrizes indígenas temperam a prática
Nossa capoeira apesar de ser fortemente
influenciada pela capoeira carioca ela possui sua
raiz na capoeira baiana
Questões para Pesquisa
Capoeira carioca foi gerada da soma do N’golo
com Maraná?
Capoeira baiana provavelmente do N’golo e
Moringue com Xondaro?
A capoeira baiana é esta que está pelo mundo
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A ancestralidade da capoeira: suas matrizes africanas e indígenas

  • 1. A Ancestralidade do Fenômeno Capoeira Brasília, 28 de Outubro de 2016
  • 2. O que é Fenômeno?
  • 3. O que é Fenômeno? O que acontece
  • 4. Fenômeno Fogo é constituído por três entidades distintas... , Sem uma ou mais dessas entidades, não pode haver f combustível (aquilo que queima, ex. madeira) comburente (entidade que permite a queima, como o oxigênio) calor
  • 5. O Fenômeno CAPOEIRA Matrizes Africanas Matrizes Indígenas ESCRAVIDÃO Da dor brota a arte
  • 6. O Fenômeno CAPOEIRA... Matrizes Africanas Matrizes Indígenas? ESCRAVIDÃO Da dor brota a arte
  • 7. O Fenômeno CAPOEIRA não nasceu em um lugar ... Porto de São Mateus – BA/ES Porto de Galinhas - PE Eclodiu Cais do Valongo - RJ
  • 10. Lussac 2015 Conclui que o perfil étnico dos praticantes da luta e do jogo da Capoeira no início do século XIX demonstra que, apesar de ser encontrado um per‡fil predominantemente de escravos e africanos , não se pode inferir que a gênese desta expressão seria uma cultura e prática de um grupo, de uma etnia ou de uma nação africana específica
  • 11. Significados da palavra Capoeira Araújo PC. Capoeira: um nome - uma origem. Juiz de Fora: Notas & Letras; 2005 Qualificação de indivíduos fugitivos Qualificação de toda a sorte de indivíduos malfeitores Qualificação de indivíduos que praticavam ou exerciam a luta ou o jogo da Capoeira O fato do vocábulo capoeira ter diferentes significados, teria contribuído para uma confusão em relação ao significado da prática do jogo-luta e os outros significados da palavra
  • 12. Significado de Negro Araújo PC. Capoeira: um nome - uma origem. Juiz de Fora: Notas & Letras; 2005 Eram considerados negros todos cuja pele não fosse branca Se a pele de um indivíduo fosse branca, mas se a legitimidade da sua descendência branca fosse contestada, este indivíduo poderia não ser considerado branco Por tais razões, nos dois primeiros séculos do Brasil colônia, tantos os negros, negros da Guiné, oriundos da África, como os negros da terra, os índios brasileiros, eram chamados de negros, sendo indivíduos considerados escravos (p.39-40). Portanto, ao se analisar algum documento deste período o pesquisador deve estar atento para suas interpretações não serem confundidas por meio da generalização do termo
  • 14. Capoeira é Indígena? Martim Afonso de Souza (1532) Relatou que observou índios jogando capoeira Padre Anchieta (1595) Luiz Carlos Krummenauer Rocha “os índios tupi-guaranis divertiam-se jogando capoeira” Silva GO. Capoeira do engenho à universidade. 2a ed. São Paulo: o autor; 1995 Silva GO. Capoeira do engenho à universidade. 2a ed. São Paulo: o autor; 1995 Pesquisador cita as cartas para Portugal e Espanha dos anais das missões jesuíticas no Brasil Rocha LCK. Teses que comprovam a brasilidade da capoeira. Rev Prat Capoeira. 2002;17:10-3.
  • 15. Cartas das Missões Jesuíticas Jesuíta Antônio Gonçalves (1735) descreve uma luta em que os índios praticavam antes de qualquer conflito, em forma de dois a dois ao centro usando os braços e as pernas como armas (Convento de Santo Inácio de Loyola, anais das missões no Brasil. Tomo III p128) Jesuíta Manoel da Nóbrega (1860) descreve em suas cartas ao seu superior na Espanha falando dos costumes indígenas, descrevendo a agilidade dos índios Potiguaras com os pés, mãos e cabeçadas*, transformando-se em arma perigosa. O “museu do convento dos Jesuítas de Barcelona - Tomo VII em Latim)
  • 16. A descrição do padre jesuíta Manoel da Nóbrega sobre a prática dos índios Potiguara é interessante quando descreve que estes também usavam a cabeça como uma arma ágil e perigosa. A cabeçada é uma expressão motora muito encontrada nos relatos mais antigos sobre a prática do jogo-luta, mas é necessário ter o cuidado para não tecer análises lineares com a prática da Capoeira. Talvez o padre estivesse se referindo ao Maraná dos Potiguara *Maraná Maraná “no dicionário tupi-guarani significa dança de guerra” (p.12)
  • 17. Antônio Moraes da Silva cita a “Luta da Capoeira” em 1813 Antônio Moraes da Silva. “Dicionário da Língua Portuguesa” Lisboa - Typografhia Lacerdina - 1813 Tomo I p.343” (p.12)14 Praticada por negros, mestiços e índios no Brasil Dado importante no que se refere à presença de índios e mestiços em uma referência da Capoeira como luta no período dos primeiros registros desta expressão no Rio de Janeiro - em registros policiais e processos jurídicos - onde outras pesquisas entendem haver quase um exclusivismo de escravos e africanos como praticantes
  • 18. Matrizes Indígenas No sec. X, o atual território baiano era ocupado por índios do grupo linguístico macro-jê. A partir de então, com a expansão dos índios do tronco linguístico tupi pela América do Sul a partir da região de Rondônia, estes passaram a dominar o litoral baiano, deslocando os povos macro-jês para o interior À altura do século XVI, o litoral baiano era dominado pelos índios tupinambás, ao norte e pelos índios tupiniquins, ao sul. Mais para o interior, predominavam os chamados índios aimorés
  • 19. HUKA HUKA • Por todo Brasil • Corpo a corpo LUTA MARAJOARA • Ilha de Marajó • Luta de desequilíbrio MARABAIXO - Carioca • Norte • Manifestação cultural que culmina na carioca Matrizes Indígenas
  • 20. Luta indigena Paraense da Ilha de Marajó Recebeu influência dos negros no sec XVIII Sem golpes, o objetivo é a queda de costas MARAJOARA
  • 21. Luta corpo a corpo popular no Xingu e Norte do Brasil HUKA HUKA
  • 22. MARABAIXO Manifestação Cultural do Norte Professor Buffalo – AP “Na dança do Marabaixo, depois da gengibirras, os negros começavam a luta-dança carioca onde o objetivo era derrubar o outro só com as pernas. O principal e mais efetivo golpe era a vingativa”
  • 23. XONDARO • Prática Guarani Mbya MARANÁ • Luta Potiguar (Tupy) Matrizes Indígenas
  • 24. O cronista alemão Johann Nieuhoff descreve em seu livro “Crônicas do Brasil Holandês” 1670, a luta da Maraná assim como descrevo abaixo: As cartas do escrivão Francis Patris, que acompanhava o cortejo do príncipe Maurício de Nassau durante a invasão holandesa, descreve entre muitos obstáculos para a ocupação do território brasileiro a resistência dos habitantes do Brasil. Negros comandados por Henrique Dias, portugueses por Vidal de Negreiros, Índios Potiguaras comandados por Felipe Camarão, o “índio Poti”. Estes índios usavam durante o confronto, além de flechas, borduna, lanças e tacapes, os pés e as mãos deferindo golpes mortais, destacando-se por sua valentia e ferocidade. Pertencia à cultura potiguara a dança de guerra Maraná, que avaliava o nível de valentia. Em círculo, os guerreiros com perneiras de conchas compunham um compasso ao bater com os pés e as mãos, invocando seus antepassados, acompanhado de atabaques de troncos com pele de anta, chocalhos e marimbas, enquanto que dois guerreiros ao centro com golpes de pernas, cotoveladas e movimento que imitava os animais Maraná
  • 25. XONDARO Povo Guarani Mbya Prática Sagrada Nhanderu Mistura Xamanismo, dança, instrumental, canto e luta Pratica de toda tribo – pratica de desenvolvimento fisico Tipos de Xondaro
  • 26. zzz Rugendas JM. Viagem pitoresca através do Brasil. Milliet S, tradutor. Belo Horizonte: Itatiaia; 1998. (Coleção Reconquista do Brasil; série 3; vol. 8) É possível constatar em algumas obras de Rugendas a convivência entre negros e índios no mesmo ambiente social. Deste modo, é possível entender que realmente há uma possibilidade da troca de experiências e saberes culturais entre índios e negros quanto aos conhecimentos do jogo-luta
  • 28. De acordo com D`Amorim e Atil (2007), os negros que aportaram ao Brasil foram em grande parte de três grupos... 1) Sudanês – composto pelos povos ioruba e daomé 2) Guinéo-sudanês – composto pelos povos males e housa 3) Banto – os povos kongos, kumbundos e os kasanjes, do Congo, de Angola e de Moçambique D`AMORIM E.; ATIL J. A capoeira uma escola de educação. Recife: Ed. do autor, 2007
  • 29. Os povos africanos trazidos para o Brasil são originários de diversas regiões da África: 1 África Ocidental - Yorubás (Nagô, Ketu, Egbá), Jejes (Ewê, Fon), Fanti-Ashanti (conhecidos como Mina), povos islamizados (Peuhls, Mandingas e Haussás) 2) África Central - Bantos: Bakongo, Mbundo, Ovimbundo, Bawoyo, Wili (conhecidos como Angolas, Congos, Benguelas, Cabindas e Loangos) 3) Sudeste da África Oriental - Tongas e Changanas entre outros (conhecidos como Moçambiques) http://dossieafricano212.weebly.com/legado-cultural.html
  • 30. DAMBE • Africa Ocidental – Nigeria, Niger • Boxe LUTTE TRADICIONALLE • Por toda Africa • Corpo a corpo BATUQUE • Sudão • Corpo a corpo + Stick Matrizes Africanas
  • 31. Dambe Ritual de passagem, teste de valentia e prepação para guerra Uma mão enfaixada golpeia e a outra bloqueia DAMBÉ
  • 32. LUTTE TRADICIONALLE DESCH-OBI, M. Thomas J. Fighting for honor: the history of african martial art traditions in the atlantic world. University of South Carolina Press, Columbia-USA, 2008. Assume distintos nomes como Magba, praticada pelos igbos, Laamb dos povos wolof do Senegal. Boreh na Gambia, Evala no Togo, NUBA WRESTRING* no sudão... GREEN, T. A. Martial Arts of the World: An Encyclopedia. New York: ABC-CLIO, 2001 Laamb é uma atividade tanto espiritual como física. Cada luta dura apenas alguns minutos, mas é precedida por horas de preparação física e espiritual, fanfarra e música. Há duas formas de Laamb: Em ambos os estilos o vencedor tem que conseguir bater os joelhos, ombros, ou as costas do oponente na areia http:/ /www.amadou.net/ho/wrest.html)
  • 33. BATUQUE consistia de um negro mais forte ficar plantado dentro de uma roda, em quanto o outro tentava projeta-lo ao solo, com golpes desequilibrante Outra forma, era tentar colocar o adversário a nocaute com golpes de perna ou projeções, também usando alguns golpes de braço
  • 34. MUSANGWE • Boxer KHANDEKA • Luta de mão aberta com quedas • Angola MORINGUE • Madagascar – Ilha Reunião • Pratica dos negros escravizados da plantação de cana e café Matrizes Africanas
  • 35. MUSANGWE Vendas do norte e do sul do país se encontram uma vez por ano para enfrentarem uns aos outros em combates muito violentos usando golpes desferidos com os punhos, cabeçadas, cotoveladas, joelhadas e rasteiras
  • 37. A seção musical mais comum inclui três djembés: grave, médio e agudo, que executam funções semelhantes ao trio de berimbaus. Assim como o gunga na capoeira, o último djembé, o de som mais alto, é o instrumento principal que orienta os lutadores no caso de desrespeito das regras técnicas (desproporções de força, situações de risco etc), e na ausência de árbitro Em sua forma popular o combate acontece dentro de uma roda formada pelos assistentes e existe todo um ritual antes da confrontação para provar a superioridade de um time ou de um indivíduo sobre outro. O ritual começa com uma festa regada a música e rum onde todos se divertem e acertam as lutas. O rum dá coragem aos lutadores e excita os partidários. Antes de lutar, os moringuers consultam um feiticeiro MORINGUE O uso de apelidos também é uma tradição entre os moringuers
  • 38. Protetorado francês de Madagascar: mas, o domínio colonial não se efetivou até 1895, O primeiro governador francês, general Joseph-Simon Gallieni, foi o autor da abolição da escravatura e em 1897 responsável pela expulsão da rainha Ranavalona III para a ilha de Reunião Em 1764 a ilha passou a ser governada diretamente pela França, e as revoltas de escravos que se produziram propiciaram a fuga de muitos para o interior e o estabelecimento de seus próprios povoados. A ilha experimentou uma forte crise, quando a escravidão foi abolida a princípios do século XIX, e os franceses tiveram de importar mão de obra hindu que passaria a modificar a composição demográfica da ilha MADAGASCAR
  • 39. MORINGUE – Origens A arte de combate Diamanga (Dakabé) indica ser uma das matrizes do Moringue, pois muitas técnicas das duas artes são idênticas. Assim o “tsipak’akoho” (planta dos pés que batem), o “manitra de kopola ou miamboho” - corte dos pés, o “tokana de kapa – golpe com o salto do sapato - ou o “dongomby” - projeção em direção do tórax do adversário - são golpes semelhantes às técnicas do moringue
  • 40. Bill Richmond (1763 – 1829) was an African-American boxer, born a slave MORINGUE
  • 42. MORINGUE Povo Africano Plantação de algodão e café ESCRAVIDÃO Da dor brota a arte
  • 43. BASULA • Quedas KAMBANGULA • Luta de mão aberta N´GOLO • Origem em Mucope – sul de Angola Matrizes Africanas
  • 44. luta tradicional acompanhada de palmas e cantos praticada pelos pescadores da comunidade da Ilha do Cabo em Luanda, desde tempos anteriores à chegada dos portugueses na África. Os nativos, chamados de muxiluandas ou axiluandas, trajando a saia multicolor tradicional, o dikombo, se enfrentam na areia dos litorais de Angola, onde o risco de acidentes mais graves diminui consideravelmente. BASSULA Praticando Capoeira. Ano II, n. 17. Editora D+T, São Paulo-SP, 2002 A palavra bassula (do quimbundo kubasula, «quebrar») se refere a “golpe que provoca queda, em luta corpo a corpo; rasteira”.
  • 45. A Bassula de Kissoco (amizade) era a verdadeira luta desportiva e recreativa, juntando-se familiares, amigos, pessoas de confiança e praticando-se em ocasiões reservadas. Em algumas famílias, na cerimónia de casamento, o novo genro era testado com a Bassula de Kissoco pelo futuro sogro ou tio da noiva, sabendo que o seu carácter era apenas recreativo, o genro fingia não ser bom lutador para não faltar ao respeito (passível de pagar uma multa em quantidade de bebidas e alguns quitutes) e a simulação da derrota. A Bassula de Jinvunda era violenta e os contendores tinham de demonstrar as suas técnicas e habilidades, usando por vezes artefactos como aduelas (tábuas de barril) e navalhas. A Bassula de Carnaval eram lutas de bairros, os conflitos eram violentos quando grupos rivais se cruzassem pela cidade. A Bassula realizava-se particularmente entre os pescadores da Samba Grande, da Ilha do Cabo e da Samba Pequena que eram, no fundo, pessoas da mesma origem linhageira para fortalecer a amizade e a fraternidade, que corresponde ao ditado popular "a riqueza e a alegria do homem africano é a sua coesão social" BASSULA
  • 46. KAMBANGULA A Camangula ou Kambangula é uma luta africana onde se usa somente as mãos abertas para nocautear o adversário. É disputada dentro de rodas formadas por outros lutadores, que batem palmas e cantam, porém sem acompanhamento de instrumentos musicais ALONSO, Marcelo. A essência da capoeira - entrevista com mestre Camisa. In: Revista Kiai, ano V, n. 26. Sportpress, São Paulo-SP, 1997
  • 47. Engolo Ritual de passagem Bantu N’GOLO / ENGOLO Efundula (festa da puberdade)
  • 48. Esta luta era feita da seguinte forma: os dois ou mais pretendentes, se combatiam (homem a homem), com cabeçadas e chutes com as mãos e pés no chão, sendo que o que caisse primeiro ou simplesmente desistisse da luta, o que nesse caso seria uma vergonha perante a tribo, perdia a luta, ficando a jovem com o campeão. N’GOLO
  • 49. Capoeira Primitiva Matrizes Africanas Matrizes Indígenas Capoeira do DF Matriz BAIANA
  • 50. Linhagem de Mestres PAKALOLO ROKEIRO JR BAIANO TUCANO KALL BARTO ARRAIA- BA
  • 52. Tentando Concluir A capoeira é um fenômeno que tem como elementos essenciais o negro africano escravizado As matrizes indígenas temperam a prática Nossa capoeira apesar de ser fortemente influenciada pela capoeira carioca ela possui sua raiz na capoeira baiana
  • 53. Questões para Pesquisa Capoeira carioca foi gerada da soma do N’golo com Maraná? Capoeira baiana provavelmente do N’golo e Moringue com Xondaro? A capoeira baiana é esta que está pelo mundo todo?
  • 54. A Ancestralidade do Fenômeno Capoeira Brasília, 28 de Outubro de 2016