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Cancro
da Próstatatudo o que precisa de saber
2
Cancro
da Próstata
tudo o que precisa de saber
Informação e conselhos práticos para pessoas que
têm que conviver com o cancro da próstata
Ficha Técnica
Cancro da Próstata: tudo o que precisa de saber
Propriedade
Sociedade Portuguesa de Oncologia
Associação Portuguesa de Urologia
Edição, paginação e produção
bloom up™
Patrocínio exclusivo
Sanofi Oncology
Tiragem
5000 exemplares
Índice
Índice
Prefácio
Introdução
1.
2.
3.
4.
6.
5.
7.
8.
9.
10.
11.
Próstata
Cancro da próstata
Fatores de risco
Sintomas mais frequentes
Diagnóstico
Quando realizar os exames complementares?
Escala de Gleason
Tratamentos
Cirurgia
Radioterapia
Crioterapia
Hormonoterapia
Quimioterapia
Novidades sobre o cancro da próstata
Terapêuticas-alvo: o que são?
O cancro da próstata e o dia-a-dia
Acompanhamento depois do tratamento
A não esquecer
Links de interesse
6 7
PrefácioPrefácio
O uso de informação específica de suporte para um conjunto de decisões visa proporcionar
ao doente um maior conhecimento da doença e uma percepção mais precisa do risco, assim
como a redução dos conflitos de decisão que levem os doentes a permanecer passivos ou in-
decisos. A partilha de informação é essencial quando se pede um PSA para o rastreio de cancro
da próstata ou quando se propõe uma cirurgia major. Num cenário de uma prática clínica cen-
trada no doente é essencial proporcionar aos doentes informação em tempo adequado que
permita a sua participação no processo de decisão e enunciar as suas preferências de forma
explícita e informada. Para algumas decisões existe uma alternativa claramente superior e as
preferências do doente assumem um papel secundário – uma fractura do colo do fémur ou
uma apendicite aguda necessitam uma operação, uma meningite bacteriana necessita anti-
bióticos. No entanto, para a maioria das decisões no tratamento do cancro existe mais do que
uma alternativa válida e as diferentes alternativas englobam distintas combinações de trata-
mentos possíveis com diferentes efeitos secundários. Decisões acerca da realização de um
teste de rastreio ou genético ou do tratamento de um cancro da próstata são bons exemplos de
situações nas quais o envolvimento do doente na decisão acrescenta valor.
A informação escrita proporcionada aos doentes nem sempre é completa e tanto os doentes
como os clínicos beneficiam quando os doentes recebem informação sobre os tratamentos
recomendados para uma determinada situação clínica. A informação escrita pode ajudar os
doentes a assimilar, de forma eficiente, evidências clínicas relevantes e contribuir para que
os doentes possam expressar de forma mais clara as suas preferências, especialmente para
possíveis resultados para os quais não estariam advertidos.
A implementação de estratégias que incrementem o envolvimento do doente no processo de
decisão é um desafio para todos. Este livro“Cancro da próstata, tudo o que precisa saber”proporciona
informação clara aos doentes e suas famílias sobre o tumor maligno mais frequente no sexo
masculino. Por outro lado, pode constituir um instrumento útil para os profissionais na sua
prática clinica diária, como veiculo de informação simples e clara aos doentes e dessa forma
contribuir para uma maior satisfação, menos conflitos de decisão e maior adesão ao tratamento
por parte dos doentes.
Joaquim Abreu de Sousa
Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia
Ao longo do tempo os avanços na
ciência médica têm trazido novas
opções diagnósticas e terapêuticas,
que se traduzem numa significativa
melhoria de resultados, mas que de
forma inadvertida têm contribuído a
distanciar os clínicos dos doentes e
o resultado é um ambiente sanitário
dominado pela tecnologia em que
o doente e as famílias são com fre-
quência excluídos de importantes
discussões sobre as diferentes alter-
nativas de abordagem diagnóstica e
terapêutica. O diagnóstico de cancro
constitui uma experiencia disruptiva
e por vezes tumultuosa para os do-
entes e para a sua família. Uma boa
comunicação como o doente com en-
fase na planificação antecipada é um
aspecto essencial nos cuidados do do-
ente com cancro. A discussão do diag-
nóstico, do prognóstico e das opções
terapêuticas são processos nos quais
a informação proporcionada é essen-
cial para o doente tomar decisões.
8 9
Prefácio
O cancro da próstata é hoje uma das grandes preocupações médicas das socie-
dades modernas. Para isso contribuem fatores vários, de que destacamos o fato
de ser o cancro mais frequente no homem e neste representar a segunda causa
de morte mais comum por cancro. Também como aspeto muito importante é
o fato deste cancro evoluir muitas vezes de forma silenciosa, podendo atingir
estadios avançados sem um único sintoma.
Por isso, só com uma vigilância adequada dos homens a partir dos 50 anos de
idade podemos detetar esta doença nas suas fases iniciais, altura em que tem
grandes hipóteses de ser curada.
Para atingir estes objetivos é necessário uma informação de qualidade, que
seja transmitida à população em geral.
Daí a grande atualidade desta monografia que, de uma forma extensiva mas
simples e compreensível, aborda todos os aspetos da doença, com exposição
das suas várias formas de apresentação, dos fatores de risco envolvidos, dos
sintomas mais frequentes e uma explicação concisa dos vários exames com-
plementares que podemos realizar para um diagnóstico correto do estadio da
doença.
Também se abordam, de uma forma clara, todos os meios terapêuticos que
podem ser utilizados nesta doença.
É importante a mensagem de que, para cada doente atingido pelo cancro da
próstata seja necessário que se discuta individualmente o tratamento ou tra-
tamentos mais adequados, pois não existe nenhuma terapêutica aplicável a
todos os doentes.
O tratamento dos doentes com cancro da próstata é discutido com uma equipa
multidisciplinar, sendo por vezes necessárias várias terapêuticas para o mes-
mo doente, de forma a potenciar a sua possibilidade de cura.
A Associação Portuguesa de Urologia privilegia, considera
muito importante e apoia este tipo de publicação. Só com uma
grande divulgação de informação, correta e credível, podemos
ter uma melhor saúde, padrão exigível numa sociedade que
se quer evoluída.
Tomé Lopes
Presidente da Associação Portuguesa de Urologia
10 11
Introdução
Apesar de ser o tumor maligno mais frequente nos homens o
cancro da próstata diferencia-se dos outros tipos de cancro
pela sua lenta evolução e à tardia manifestação dos primeiros
sintomas.
Regra geral, estes manifestam-se como perturbações da micção,
pelo que os homens que sofram destes sintomas devem
procurar esclarecê-los de imediato junto do seu médico assis-
tente. No entanto, os transtornos da micção nem sempre são
devidos ao desenvolvimento de tumores malignos, podendo
estar relacionados com outras problemas relacionados com
o envelhecimento, como o aumento de volume da próstata.
No entanto, existem vários fatores associados a um maior risco
de vir a sofrer de cancro da próstata,denominados fatores de risco.
O principal fator de risco é a idade (mais de 70% dos cancros
detetados afetam homens com uma idade superior a 65 anos),
de fatores genéticos (ter algum familiar com cancro da próstata),
fatores ambientais (o consumo habitual de alimentos ricos em
gordura animal pode aumentar o risco de sofrer desta doença)
e fatores hormonais.
Uma vez diagnosticada e establecida a extensão da doença
a estratégia terapêutica para cada caso particular deve ser
definida por equipas multidisciplinares constituídas por uro-
logistas, oncologistas e radioterapeutas, entre outros, que em
conjunto devem definir qual a estratégia terapêutica mais
adequada em cada caso.
O cancro da próstata é um tumor hormonossensível. Contudo,
em alguns casos, a doença escapa ao controlo hormonal, ou
seja, deixa de ser sensível ao tratamento hormonal. Nesses
casos pode ser necessário efetuar quimioterapia. Esta consiste
na administração de fármacos por via endovenosa capazes
de eliminar as células malignas em fase de divisão celular e
tem demonstrado melhorar a sobrevivência e a qualidade de
vida em doentes com cancro da próstata.
1.Próstata
14
1.
A próstata é uma glândula com uma dimensão semelhante à de
uma noz e que se situa na pélvis, debaixo da bexiga, na frente do
reto e atrás da base do pénis, e que envolve a uretra, o tubo que
conduz a urina e o sémen do interior até ao exterior do pénis.
A próstata, em conjunto com as vesículas seminais, é o órgão res-
ponsável por produzir o sémen, o líquido esbranquiçado e viscoso
que transposta os espermatozoides através do pénis durante o
clímax sexual.
Este fluido sustenta, dá energia e permite o movimento aos esper-
matozoides e, além disso, proporciona um ambiente menos ácido
e, por isso, menos agressivo, no canal vaginal da mulher.
Devido à sua situação anatómica se a próstata sofrer um aumento
de tamanho provocado por patologia benigna ou maligna, pode
provocar uma diminuição progressiva do calibre da uretra e con-
dicionar uma obstrução parcial ou total do fluxo de urina.
uretra
próstata
bexiga
reto
2.Cancro da próstata
16
2.
A próstata, tal como todos os órgãos do nosso corpo, é formada por diferentes
tipos de células que se dividem de forma organizada para substituir outras que
estão velhas ou mortas. O processo de divisão e morte celular é determinado por
alguns genes, que tem como função enviar informação à célula para iniciar a
duplicação celular ou a sua própria destruição. Nalguns casos estes genes podem
sofrer mutações e o resultado é a transmisão de uma informação alterada, que
pode dar lugar a uma inibição do sinal para a morte celular ou aumento da
proliferação celular.
O cancro é um processo causado pelo crescimento anormal e desordenado
de determinadas células que acabam por formar massas, as quais denominamos
de tumores. Os tumores malignos, conhecidos como cancro, caracterizam-se pela
sua capacidade de crescer de forma incontrolada, invadindo não só os tecidos
mais próximos como os mais distantes. Quando se estendem a outros órgãos
através da corrente sanguínea ou linfática dão lugar a um processo chamado
metastização.
O cancro da próstata diferencia-se de outros tumores malignos pela lenta evolução
observada na maioria dos casos, o que faz com que, por vezes, alguns sintomas
se manifestem apenas em fases avançadas da doença.
O cancro não é uma única doença.
É um conjunto de muitas doenças
que têm em comum o crescimento
anormal e descontrolado das células.
3.Fatores de risco
18
3.
Todos os homens podem sofrer de cancro da próstata. No entanto, existe um conjunto de fatores
associados a um maior risco de vir a sofrer a doença, dos quais se destacam:
Alguns indícios sublinham que dietas ricas
em frutas e em vegetais podem ter um
efeito protetor e que o consumo habitual
de alimentos ricos em gorduras animais
pode aumentar o risco de desenvolvi-
mento de cancro da próstata. O défice
de vitamina D e o consumo de álcool
poderão, também, ser fatores prejudi-
ciais, apesar de ainda não estar cienti-
ficamente provado;
A idade
Mais de 70% dos cancros detetados afetam homens com
mais de 65 anos;
Fatores genéticos
Os homens que tenham um familiar com cancro da prós-
tata têm uma maior probabilidade de sofrer desta doença,
principalmente quando diagnosticada antes dos 60 anos.
Quanto maior o número de familiares próximos com cancro
da próstata, maior o risco de sofrer desta doença;
Fatores ambientais
A contaminação atmosférica, a poluição e a exposição a
algumas substâncias químicas e fertilizantes, por exemplo.
Fatores hormonais
Alguns estudos indicam que há fatores hormonais que con-
tribuem para o desenvolvimento de cancro da próstata.
4.Sintomas mais frequentes
20
4.
O cancro da próstata caracteriza-se pela sua lenta evolução. Tendo isto em conta,
os seus sintomas podem demorar anos até se manifestarem. De qualquer for-
ma, as manifestações do cancro da próstata podem manifestar-se inicialmente
através de perturbações na micção:
Incapacidade em urinar;
Urinar em pequenas quantidades;
Urinar muito frequentemente, especialmente durante a noite;
Sentir dor ou ter incontinência;
Eliminar sangue.
Além destes sintomas, podem existir outros sintomas menos
frequentes como:
• Dor frequente na parte de baixo das costas, quadris
e da parte alta dos músculos;
• Dor ao ejacular;
• Presença de sangue no sémen.
Ainda que alguns destes sintomas podem estar relaciona-
dos com patologia benigna, como a hiperplasia benigna da
próstata (aumento do tamanho da próstata) que é habitual-
mente associada ao envelhecimento, qualquer homem que
apresente estes sintomas deve denunciá-los de imediato ao
seu médico para excluir a possibilidade de se tratar de um
cancro da próstata.
5.Diagnóstico
22 23
5. 5.
Apesar da sua lenta evolução e da manifestação tardia dos seus sintomas, o cancro
da próstata pode ser diagnosticado através de exames médicos específicos, como
sejam a realização de um exame digital (com palpação da zona afetada através
de toque retal) e de uma análise sanguínea a um marcador tumoral. Com
estes exames é possível detetar-se a doença antes do aparecimento
dos sintomas. Em homens com mais de 80 anos de idade não há
indicação para pesquisa ativa de cancro da próstata.
Assim, depois de uma avaliação física geral, o urologista
questionará o doente sobre sintomas e antecedentes mé-
dicos e procederá à realização dos seguintes exames.
Os homens que se submetam a estes testes devem informar-se sobre algumas circunstâncias
que podem modificar os resultados dos exames, tais como:
Atividade sexual;
Consumo de medicamentos para tratar
a hiperplasia da próstata.
Inflamação da próstata;
Análise da urina
Ecografia transretal
Com uma análise à urina o médico
pode avaliar se apresenta tem sangue
ou alguma infeção;
Baseia-se na utilização de ultrasons
para criar uma imagem da próstata e
visualizá-la num monitor. Para realizar
esta ecografia é colocada uma sonda
no reto, procedimento que pode ser in-
cómodo, mas indolor. É um método que
apresenta uma elevada taxa de falsos
positivos, ou seja, pode apresentar ima-
gens que sugerem a existência de can-
cro da próstata quando na realidade se
trata de outro tipo de inflamações be-
nignas que assemelham com o cancro;
Hoje em dia, com a introdução do
PSA nos exames de diagnóstico, o
cancro da próstata pode ser diag-
nosticado mais precocemente.
 Quando realizar os exames complementares?
Apesar da eficácia do teste de PSA, o diagnóstico de um cancro da próstata só pode ser confir-
mado pelo resultado da biopsia da próstata.
Previamente, podem realizar-se outro tipo
de testes e exames complementares, tais
como a análise da urina ou a ecografia pros-
tática transretal.
Toque retal
Antígeno prostático específico (PSA)
O médico, com uma luva lubrificada,
insere o dedo no reto (última parte
do intestino grosso) para detetar a
existência de alguma área irregular
dura que poderá ser indício de cancro.
Apesar de ser incómodo é um exame
rápido e indolor.
Consiste na recolha de sangue para
detetar a existência de uma proteína
produzida pela próstata chamada an-
tigénio específico da próstata ou PSA.
Quando os resultados do exame apre-
sentam um elevado nível desta subs-
tância, existe uma maior probabilida-
de de se sofrer de cancro da próstata.
No entanto, estes resultados apenas
expressam uma probabilidade, pelo
que necessitam da realização de uma
biopsia para confirmar a sua existência.
24
5.
Uma vez confirmada a existência da doença através da biopsia, de acordo com o valor do PSA e
o tipo de tumor detetado, poderão efetuar-se exames que determinem a dimensão da doença,
tais como:
Biopsia da próstata
Consiste na inserção de uma agulha na próstata para
extrair parte do tecido e proceder à sua análise. Normal-
mente, este teste é realizado em ambulatório com anes-
tesia local e não costuma ser doloroso. É a única técnica
que confirma a existência de um cancro da próstata.
Uma cintilografia óssea, um procedimento que consiste em injetar uma
pequena quantidade de uma substância radioativa num vaso sanguíneo
que acaba por se acumular nos ossos. Um scanner deteta, mede a radiação
e reproduz imagens dos ossos, as quais indicam a evolução do cancro;
A tomografia computorizada ou TAC é um procedimento de raios X que
produz imagens detalhadas do corpo e que permite a deteção da presença
de gânglios ou metástases do tumor.
6.Escala de Gleason
26
6.
Uma vez confirmada a existência de um cancro da próstata é fundamental
valorizá-lo para se decidir o tratamento a seguir e estabelecer o seu prognóstico.
Para isso, são realizados dois tipos de classificações de cancro da próstata.
De acordo com o grau:
Utiliza-se a escala de Gleason para se estimar o grau de agressividade do cancro
da próstata. A escala de Gleason classifica as células de acordo com a biopsia,
comparando as células normais com as células diferentes. Esta classificação é
feita de 1 a 5, em que o patologista valoriza as duas populações celulares ou
grupos de células mais frequentemente presentes no tumor e realiza a soma de
ambos (por exemplo: 3+3=6).
Graus de 2 a 6* indicam uma baixa agressividade das
células cancerígenas, uma vez que são muito parecidas
às células normais;
Graus de 8 a 10 indicam uma agressividade elevada
dado que as células cancerígenas são muito diferentes
das normais.
Grau 7 indica agressividade intermédia;
*Não existe grau 1
porque a soma de
1+1=2
De acordo com o estadio:
No que se refere à dimensão do cancro atualmente utiliza-se
a classificação TNM em que N determina a existência de
gânglios afetados e M a presença de metástases.
Assim:
• Estadios T1 e T2 significam que o tumor está
localizado;
• Estadios T3 e T4 que o tumor está localmente
avançado;
7.Tratamentos
28 29
7. 7.
O cancro da próstata é uma doença de comportamento indolente na maioria dos casos, sendo
por isso importante ter em conta a qualidade de vida e os efeitos secundários do tratamento.
Por isso, e para cada caso, as características da neoplasia a tratar devem ser cuidadosamente
valorizadas, bem como o estado geral do doente e as diferentes opções de tratamento, ha-
vendo a necessidade de as adaptar de forma individual.
 Cirurgia
Há diferentes tipos de cirurgia que dependendo de diversos fatores:
Opções de tratamento
Observação
Em casos muito específicos pode ado-
tar-se uma atitude conservadora, ou
seja, decidir em conjunto com o do-
ente realizar apenas o seguimento
do tumor. Isto só é possível em casos
com tumores muito limitados e com
características de baixa agressividade
(de acordo com a escala de Gleason).
A observação implica um seguimento
rigoroso com controlo frequente de
PSA e toque retal, bem como a reali-
zação de novas biopsias de próstata
para detetar a evolução da doença e
tratar com intenção curativa quando
o tumor mostrar que está a progredir.
Prostatectomia
Consiste na extração da totalidade da glândula prostática e dos tecidos
à sua volta. Algumas vezes extraem-se também os gânglios linfáticos
da área pélvica. Este tipo de intervenção pode ocorrer mediante dois
procedimentos: a cirurgia aberta e a cirurgia minimamente invasiva.
Tratamentos radicais
Cirurgia, radioterapia e crioterapia.
Tratamentos complementares
Hormonoterapia e quimioterapia.
Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica e robótica)
Trata-se de uma forma mais avançada de prostatectomia, menos
agressiva que a tradicional, realizada através de pequenas incisões e
inserção de uma câmara dentro do abdómen. A intervenção por cirurgia
minimamente invasiva reduz a possibilidade de perdas de sangue, o
internamento hospitalar e o tempo de recuperação.
30 31
7. 7.
Cirurgia aberta
É a via clássica, mas cada vez menos utilizada desde o aparecimento da
cirurgia minimamente invasiva a qual parece oferecer melhores resulta-
dos e ter menores complicações. Contudo, as duas formas de realização de
cirurgia aberta no cancro da próstata são a prostatectomia retropúbica (a
extração efetua-se através de uma incisão no abdómen, debaixo do umbi-
go) e prostatectomia perineal (incisão na área compreendida entre o es-
croto e o ânus, mas procedimento praticamente abandonado; não permite
retirar os gânglios e pode ser necessário realizar uma pequena incisão no
abdómen ou usar um laparoscópio). Em ambas as técnicas (retropúbica e
perineal) existe o risco de afetar tanto os nervos que intervêm na ereção,
como o mecanismo que evita as perdas de urina, causando impotência e
incontinência. Por outro lado, existe também um risco de perda de sangue.
Efeitos secundários da prostatectomia
Com o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica e o aparecimento das cirurgias minimamente
invasivas, nos últimos anos tem-se verificado uma diminuição muito significativa dos efeitos
secundários.
No entanto, há alguns efeitos que podem ocorrer:
A intervenção por via aberta
dura entre duas a quatro horas.
A próstata está profundamente
localizada e rodeada de muitos
vasos sanguíneos, o que aumen-
ta o risco de hemorragia.
Incontinência urinária
Hemorragias
Podem ocorrer porque existem muitos vasos sanguíne-
os em redor da próstata e a sua remoção pode fracionar
alguns. É mais frequente na intervenção por via aberta e
pode exigir transfusão sanguínea;
Aperto do colo da bexiga
Deve-se a uma cicatriz que se forma na junção localizada
entre a bexiga e a uretra. Pode originar problemas uriná-
rios e em cirurgia laparoscópica é pouco utilizada;
Impotência sexual
As técnicas de preservação dos nervos permitem conser-
var a ereção em muitos doentes. Ao não se poderem apli-
car estas técnicas, a disfunção ocorrerá em muitos casos.
é a perda involuntária de urina. Acontece quando a cirurgia
afeta o funcionamento do esfíncter da bexiga (a válvula
muscular que mantem a urina dentro da bexiga). Normal-
mente, a incontinência depois da cirurgia é recuperada em
dias, semanas ou até alguns meses depois da intervenção,
mas pode ser permanente (em maior ou menor grau) numa
pequena percentagem dos doentes submetidos a cirurgia.
Algumas publicações indicam que as técnicas minima-
mente invasivas diminuem esta ocorrência.
32 33
7. 7.
Exercícios de Kegel
Para acelerar a recuperação da continência é recomendável praticar os exercícios de Kegel.
Para identificar os músculos corretos de forma a se assegurar que estão
a ser exercitados adequadamente deve tentar parar e continuar o fluxo
da urina durante a micção. O movimento é exatamente o mesmo que se
realiza para evitar a flatulência inoportuna.
É muito importante não ter os músculos das pernas e abdómen tensos
quando se fazem os movimentos.
Não é necessário conter a respiração quando está a fazer o exercício.
Uma vez aprendido o movimento, é recomendável repeti-lo várias vezes
ao dia.
 Radioterapia
É uma técnica que utiliza radiação de alta energia para eliminar as células cancerígenas e que
pode afetar as células normais que se encontrem junto ao tumor. A toxicidade da radioterapia
pode ser aguda (a qual desaparecerá ao fim de um tempo) ou crónica (permanece durante
toda a vida).
Há duas modalidades diferentes de radioterapia aplicadas ao cancro da próstata:
Efeitos secundários da radioterapia:
Radioterapia externa
Radioterapia interna ou braquiterapia
Uma máquina situada a uma distância específica dirige as radiações
para a zona onde está localizado o tumor. O tratamento dura entre seis
a sete semanas, em sessões com uma duração de cerca de 30 minutos.
Antes de iniciar o tratamento, é realizada uma simulação que reproduz
as condições em que se efetuar o tratamento para determinar a dose e
a zona exata a tratar. A radioterapia externa é ambulatória, não requer
internamento, mas exige múltiplas sessões;
Consiste em inserir pequenos recipientes dentro da próstata, mais pe-
quenos que uma lentilha, de material radiativo. As agulhas, através das
quais se introduzem as sementes, perfuram através do períneo sob
raquianestesia. A braquiterapia realiza-se com anestesia num interna-
mento que dura aproximadamente 24 a 36 horas e o doente costuma
ter alta no dia seguinte à intervenção.
Cansaço;
Impotência sexual ao lesar os vasos sanguíneos e os nervos
necessários para produzir ereções. Isto acontece na maioria
dos casos, ainda que este efeito possa manifestar-se apenas
mais tarde.
Irritação ao urinar ou cistite;
34 35
7. 7.
 Crioterapia
Consiste na congelação do tecido da próstata para eliminar as células cancerígenas. Com o
doente anestesiado e mediante uma ecografia transretal são colocadas sondas nas quais
circula gás líquido que congela o tecido celular da próstata. Simultaneamente, um líquido
quente passa pela uretra para evitar que esta também congele.
Como ainda se encontra uma fase inicial de investigação não é vista como a primeira opção
de tratamento dado que ainda não há certezas de que seja tão efetivo como a cirurgia ou
a radioterapia. No entanto, é uma opção a considerar em doentes com mais de 70 anos ou
naqueles em que há uma recidiva da doença mesmo após radioterapia.
Efeitos secundários da crioterapia
Irritação da uretra ou da bexiga:
Urina frequente;
Inchaço do pénis;
Dor;
Sensação de irritação ao urinar;
Inchaço do escroto.
Desconforto ao defecar;
Cicatrizes na uretra que causem aperto da
mesma e, como consequência, originem
dificuldade ao urinar;
Impotência sexual, que afeta a grande
maioria dos homens.
Formação de lesões entre a uretra e o reto;
 Hormonoterapia
O cancro da próstata é sensível a determinadas hormonas, principalmente
a testosterona, que permitem o seu desenvolvimento e crescimento. Desta forma,
o objetivo desta terapia é diminuir ou eliminar os níveis dessas hormonas.
O tratamento hormonal está indicado nos seguintes casos:
Quando a doença se propaga a outros tecidos e órgãos;
Quando se quer diminuir o tamanho do tumor, antes da sua
expansão;
Quando o doente tem uma idade avançada ou estão contrain-
dicados outro tipo de tratamentos locais.
Quando a doença se repete de forma local, mesmo quando
o doente já tenha sido submetido a outros tratamentos;
Quando se quer melhorar o resultado do tratamento depois
da radioterapia;
Os fármacos utilizados são cópias das hormonas que o orga-
nismo produz, encarregadas de estimular a produção de
testosterona. Quando administradas provocam um estímulo
de produção da testosterona durante quinze dias. O corpo
deteta este excesso de produção e paralisa a produção da
hormona que estimula a produção de testosterona. Assim, é
possível “enganar” o organismo.
Estes fármacos são aplicados através de uma injeção intra-
muscular ou debaixo da pele do abdómen, uma vez por mês
ou a cada três, seis ou 12 meses.
36 37
7. 7.
Efeitos secundários da hormonoterapia
Diminuição do desejo sexual;
Cansaço;
Impotência;
Perda de apetite;
Aumento de peso;
Cansaço;
Afrontamentos (que vão diminuindo com o tempo);
Em tratamentos prolongados, pode ocorrer a
sensação de formigueiro nas mãos e nos pés.
Diarreia;
Osteoporose.
Sensibilidade e/ou crescimento das mamas;
Náuseas;
 Quimioterapia
O cancro da próstata, como já foi referido, é um tumor hormonossensivel. Contudo, a hormonote-
rapia não é um tratamento curativo após a propagação do tumor, uma vez que, apesar de manter
a doença controlada por longos períodos de tempo, não a erradica, o que significa que mais tarde
ou mais cedo todos os doentes desenvolvem resistência ao tratamento.
A certa altura, as células tumorais podem crescer sem necessitarem de andrógenos. Ou seja,
quando o tumor deixa de ser sensível aos tratamentos hormonais, atualmente a quimioterapia
é o melhor tratamento e o mais eficaz sendo que existem múltiplos fármacos disponíveis
para este tratamento. O objetivo da quimioterapia é destruir, através de
fármacos, as células que originam o cancro, enquanto se dividem
com o propósito de eliminar ou reduzir a doença.
Estudos demonstram que os doentes trata-
dos com quimioterapia têm uma melhor
qualidade de vida do que aqueles que não
a recebem, pelo que os seus benefícios
superam os possíveis efeitos adversos.
Efeitos secundários da quimioterapia
Foi recentemente identificada uma nova quimioterapia ativa
no cancro da próstata para doentes que já não respondem ao
tratamento inicial.
O tratamento mais indicado é definido por equipas multidis-
ciplinares compostas por oncologistas, urologistas, radiolo-
gistas, patologistas e radioterapeutas.
8.Novidades sobre
o cancro da próstata
40 41
8. 8.
É cada vez mais fácil entender a evolução do cancro da próstata e as causas do crescimento
das células do tumor, o que permite delinear novos tratamentos que possibilitam orientar o
controlo da doença.
Por um lado, há melhorias na técnica cirúrgica que proporcionam o aumento de resultados
positivos com uma menor morbilidade. Por outro, são desenvolvidos mais tratamentos siste-
máticos que ajudam a controlar a doença nos doentes que não são curáveis.
Além dos novos tratamentos de quimioterapia existem outros que atuam através da limitação
do impacto da doença nos ossos e muito outros ainda em processo de investigação clínica.
As terapêuticas que atuam sobre os mecanismos que controlam o crescimento celular deno-
minam-se de terapêuticas-alvo.
Antiangiogénicos
Terapêuticas que bloqueiam outros alvos
no cancro da próstata
Conjunto de fármacos que atuam sobre as causas da
formação de vasos sanguíneos por parte do tumor. O
objetivo é evitar o acesso dos nutrientes às células
tumorais, o que impedirá o crescimento do tumor. São
objeto de uma investigação clínica ativa no cancro da
próstata;
Entre os fármacos em investigação encontram-se os
inibidores do crescimento celular através do bloqueio
do produto de genes, que estão ativos no cancro da
próstata, e outros que atuam impedindo que se formem
metástases, evitando o contacto da célula tumoral com
o osso.
É importante que o doente solicite esclarecimentos sem ini-
bição, para que acabem com as dúvidas que vão surgindo ao
longo do processo, pois só assim o médico pode ter consci-
ência de que o paciente entende a sua doença de forma a
conseguir uma melhoria, ou mesmo curá-lo.
 Terapêuticas-alvo: o que são?
Atualmente existem novas terapêuticas, muito mais específicas e menos tóxicas,
cujo objetivo é bloquear o desenvolvimento e o crescimento das células que
originam o cancro da próstata e impedir que o tumor cresça.
9.O cancro da próstata
e o dia-a-dia
44
9.
Quando diagnosticada a existência de cancro da próstata, as pessoas tendem a mostrar uma
reação de stresse que, com o tempo, pode conduzir a um desequilíbrio emocional.Assim, importa
manter uma atitude positiva e aproveitar a situação para fazer mudanças saudáveis no estilo
de vida as quais serão, sem dúvida, benéficas tanto para superar a doença como para conviver
com ela.
Seguir uma dieta equilibrada pode ajudar o doente a sentir-se melhor e ter mais energia para
enfrentar o tratamento. Os médicos, enfermeiros e dietistas podem ser uma grande ajuda na
elaboração de uma dieta equilibrada com calorias e proteínas suficientes, que permita resistir
mais facilmente à doença.
Em muitos casos, os afetados por esta doença encontram apoio na troca de informação com
outras pessoas em situação semelhante. Por isso, é importante que o doente não recuse entrar
em contacto com grupos de ajuda, formados por outros doentes ou até médicos.
A prática de exercício físico moderado, sempre com aconselhamento médico, ajuda a:
Melhorar o ritmo cardíaco e a circulação;
Fortalecer os músculos;
Sentir-se melhor emocionalmente.
Reduzir o cansaço;
Reduzir a depressão e ansiedade;
10.Acompanhamento
depois do tratamento
46
10.
O acompanhamento do doente após o tratamento é fundamental, uma vez que é a melhor
forma de detetar possíveis alterações na evolução da doença.
Normalmente realizam-se vários exames de controlo após o tratamento do cancro da próstata
em que os mais habituais são:
PSA – detetado através do sangue;
Toque retal.
Uma vez que a maioria dos tratamentos tem efeitos secun-
dários que podem durar algum tempo ou ser permanentes, é
importante comunicar ao médico alguma indisposição para
que este o possa ajudar.
11.A não esquecer
49
Links de interesse
48
11.
A melhor forma de detetar precocemente o cancro da próstata é realizar
exames regulares, sobretudo a partir dos 50 anos;
Os possíveis tratamentos dependem do estado geral do doente, bem
como do grau e do estadio do cancro;
Contrariamente a outros tipos de cancro, o cancro da próstata desenvol-
ve-se de forma lenta. Por isso, os sintomas desta doença podem demorar
muito tempo a manifestar-se;
Algumas das causas que estão por detrás este cancro envolvem fatores
genéricos e hormonais;
É possível realizar uma deteção precoce do cancro da próstata através
de exames simples, como é o caso do toque retal e do controlo do
nível de PSA no sangue;
Estes tratamentos não estão isentos de efeitos secundários que dependem
do estado geral anterior do doente, do grau de profundidade da sua doença
e do tipo de tratamento que recebe.
Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO)
www.sponcologia.pt
Associação Portuguesa de Urologia (APU)
www.apurologia.pt
50 51
52
Informação Medicamento Conselho
PT-CAB-12-09-07

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  • 1. Cancro da Próstatatudo o que precisa de saber
  • 2. 2 Cancro da Próstata tudo o que precisa de saber Informação e conselhos práticos para pessoas que têm que conviver com o cancro da próstata
  • 3. Ficha Técnica Cancro da Próstata: tudo o que precisa de saber Propriedade Sociedade Portuguesa de Oncologia Associação Portuguesa de Urologia Edição, paginação e produção bloom up™ Patrocínio exclusivo Sanofi Oncology Tiragem 5000 exemplares Índice Índice Prefácio Introdução 1. 2. 3. 4. 6. 5. 7. 8. 9. 10. 11. Próstata Cancro da próstata Fatores de risco Sintomas mais frequentes Diagnóstico Quando realizar os exames complementares? Escala de Gleason Tratamentos Cirurgia Radioterapia Crioterapia Hormonoterapia Quimioterapia Novidades sobre o cancro da próstata Terapêuticas-alvo: o que são? O cancro da próstata e o dia-a-dia Acompanhamento depois do tratamento A não esquecer Links de interesse
  • 4. 6 7 PrefácioPrefácio O uso de informação específica de suporte para um conjunto de decisões visa proporcionar ao doente um maior conhecimento da doença e uma percepção mais precisa do risco, assim como a redução dos conflitos de decisão que levem os doentes a permanecer passivos ou in- decisos. A partilha de informação é essencial quando se pede um PSA para o rastreio de cancro da próstata ou quando se propõe uma cirurgia major. Num cenário de uma prática clínica cen- trada no doente é essencial proporcionar aos doentes informação em tempo adequado que permita a sua participação no processo de decisão e enunciar as suas preferências de forma explícita e informada. Para algumas decisões existe uma alternativa claramente superior e as preferências do doente assumem um papel secundário – uma fractura do colo do fémur ou uma apendicite aguda necessitam uma operação, uma meningite bacteriana necessita anti- bióticos. No entanto, para a maioria das decisões no tratamento do cancro existe mais do que uma alternativa válida e as diferentes alternativas englobam distintas combinações de trata- mentos possíveis com diferentes efeitos secundários. Decisões acerca da realização de um teste de rastreio ou genético ou do tratamento de um cancro da próstata são bons exemplos de situações nas quais o envolvimento do doente na decisão acrescenta valor. A informação escrita proporcionada aos doentes nem sempre é completa e tanto os doentes como os clínicos beneficiam quando os doentes recebem informação sobre os tratamentos recomendados para uma determinada situação clínica. A informação escrita pode ajudar os doentes a assimilar, de forma eficiente, evidências clínicas relevantes e contribuir para que os doentes possam expressar de forma mais clara as suas preferências, especialmente para possíveis resultados para os quais não estariam advertidos. A implementação de estratégias que incrementem o envolvimento do doente no processo de decisão é um desafio para todos. Este livro“Cancro da próstata, tudo o que precisa saber”proporciona informação clara aos doentes e suas famílias sobre o tumor maligno mais frequente no sexo masculino. Por outro lado, pode constituir um instrumento útil para os profissionais na sua prática clinica diária, como veiculo de informação simples e clara aos doentes e dessa forma contribuir para uma maior satisfação, menos conflitos de decisão e maior adesão ao tratamento por parte dos doentes. Joaquim Abreu de Sousa Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia Ao longo do tempo os avanços na ciência médica têm trazido novas opções diagnósticas e terapêuticas, que se traduzem numa significativa melhoria de resultados, mas que de forma inadvertida têm contribuído a distanciar os clínicos dos doentes e o resultado é um ambiente sanitário dominado pela tecnologia em que o doente e as famílias são com fre- quência excluídos de importantes discussões sobre as diferentes alter- nativas de abordagem diagnóstica e terapêutica. O diagnóstico de cancro constitui uma experiencia disruptiva e por vezes tumultuosa para os do- entes e para a sua família. Uma boa comunicação como o doente com en- fase na planificação antecipada é um aspecto essencial nos cuidados do do- ente com cancro. A discussão do diag- nóstico, do prognóstico e das opções terapêuticas são processos nos quais a informação proporcionada é essen- cial para o doente tomar decisões.
  • 5. 8 9 Prefácio O cancro da próstata é hoje uma das grandes preocupações médicas das socie- dades modernas. Para isso contribuem fatores vários, de que destacamos o fato de ser o cancro mais frequente no homem e neste representar a segunda causa de morte mais comum por cancro. Também como aspeto muito importante é o fato deste cancro evoluir muitas vezes de forma silenciosa, podendo atingir estadios avançados sem um único sintoma. Por isso, só com uma vigilância adequada dos homens a partir dos 50 anos de idade podemos detetar esta doença nas suas fases iniciais, altura em que tem grandes hipóteses de ser curada. Para atingir estes objetivos é necessário uma informação de qualidade, que seja transmitida à população em geral. Daí a grande atualidade desta monografia que, de uma forma extensiva mas simples e compreensível, aborda todos os aspetos da doença, com exposição das suas várias formas de apresentação, dos fatores de risco envolvidos, dos sintomas mais frequentes e uma explicação concisa dos vários exames com- plementares que podemos realizar para um diagnóstico correto do estadio da doença. Também se abordam, de uma forma clara, todos os meios terapêuticos que podem ser utilizados nesta doença. É importante a mensagem de que, para cada doente atingido pelo cancro da próstata seja necessário que se discuta individualmente o tratamento ou tra- tamentos mais adequados, pois não existe nenhuma terapêutica aplicável a todos os doentes. O tratamento dos doentes com cancro da próstata é discutido com uma equipa multidisciplinar, sendo por vezes necessárias várias terapêuticas para o mes- mo doente, de forma a potenciar a sua possibilidade de cura. A Associação Portuguesa de Urologia privilegia, considera muito importante e apoia este tipo de publicação. Só com uma grande divulgação de informação, correta e credível, podemos ter uma melhor saúde, padrão exigível numa sociedade que se quer evoluída. Tomé Lopes Presidente da Associação Portuguesa de Urologia
  • 6. 10 11 Introdução Apesar de ser o tumor maligno mais frequente nos homens o cancro da próstata diferencia-se dos outros tipos de cancro pela sua lenta evolução e à tardia manifestação dos primeiros sintomas. Regra geral, estes manifestam-se como perturbações da micção, pelo que os homens que sofram destes sintomas devem procurar esclarecê-los de imediato junto do seu médico assis- tente. No entanto, os transtornos da micção nem sempre são devidos ao desenvolvimento de tumores malignos, podendo estar relacionados com outras problemas relacionados com o envelhecimento, como o aumento de volume da próstata. No entanto, existem vários fatores associados a um maior risco de vir a sofrer de cancro da próstata,denominados fatores de risco. O principal fator de risco é a idade (mais de 70% dos cancros detetados afetam homens com uma idade superior a 65 anos), de fatores genéticos (ter algum familiar com cancro da próstata), fatores ambientais (o consumo habitual de alimentos ricos em gordura animal pode aumentar o risco de sofrer desta doença) e fatores hormonais. Uma vez diagnosticada e establecida a extensão da doença a estratégia terapêutica para cada caso particular deve ser definida por equipas multidisciplinares constituídas por uro- logistas, oncologistas e radioterapeutas, entre outros, que em conjunto devem definir qual a estratégia terapêutica mais adequada em cada caso. O cancro da próstata é um tumor hormonossensível. Contudo, em alguns casos, a doença escapa ao controlo hormonal, ou seja, deixa de ser sensível ao tratamento hormonal. Nesses casos pode ser necessário efetuar quimioterapia. Esta consiste na administração de fármacos por via endovenosa capazes de eliminar as células malignas em fase de divisão celular e tem demonstrado melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida em doentes com cancro da próstata.
  • 8. 14 1. A próstata é uma glândula com uma dimensão semelhante à de uma noz e que se situa na pélvis, debaixo da bexiga, na frente do reto e atrás da base do pénis, e que envolve a uretra, o tubo que conduz a urina e o sémen do interior até ao exterior do pénis. A próstata, em conjunto com as vesículas seminais, é o órgão res- ponsável por produzir o sémen, o líquido esbranquiçado e viscoso que transposta os espermatozoides através do pénis durante o clímax sexual. Este fluido sustenta, dá energia e permite o movimento aos esper- matozoides e, além disso, proporciona um ambiente menos ácido e, por isso, menos agressivo, no canal vaginal da mulher. Devido à sua situação anatómica se a próstata sofrer um aumento de tamanho provocado por patologia benigna ou maligna, pode provocar uma diminuição progressiva do calibre da uretra e con- dicionar uma obstrução parcial ou total do fluxo de urina. uretra próstata bexiga reto 2.Cancro da próstata
  • 9. 16 2. A próstata, tal como todos os órgãos do nosso corpo, é formada por diferentes tipos de células que se dividem de forma organizada para substituir outras que estão velhas ou mortas. O processo de divisão e morte celular é determinado por alguns genes, que tem como função enviar informação à célula para iniciar a duplicação celular ou a sua própria destruição. Nalguns casos estes genes podem sofrer mutações e o resultado é a transmisão de uma informação alterada, que pode dar lugar a uma inibição do sinal para a morte celular ou aumento da proliferação celular. O cancro é um processo causado pelo crescimento anormal e desordenado de determinadas células que acabam por formar massas, as quais denominamos de tumores. Os tumores malignos, conhecidos como cancro, caracterizam-se pela sua capacidade de crescer de forma incontrolada, invadindo não só os tecidos mais próximos como os mais distantes. Quando se estendem a outros órgãos através da corrente sanguínea ou linfática dão lugar a um processo chamado metastização. O cancro da próstata diferencia-se de outros tumores malignos pela lenta evolução observada na maioria dos casos, o que faz com que, por vezes, alguns sintomas se manifestem apenas em fases avançadas da doença. O cancro não é uma única doença. É um conjunto de muitas doenças que têm em comum o crescimento anormal e descontrolado das células. 3.Fatores de risco
  • 10. 18 3. Todos os homens podem sofrer de cancro da próstata. No entanto, existe um conjunto de fatores associados a um maior risco de vir a sofrer a doença, dos quais se destacam: Alguns indícios sublinham que dietas ricas em frutas e em vegetais podem ter um efeito protetor e que o consumo habitual de alimentos ricos em gorduras animais pode aumentar o risco de desenvolvi- mento de cancro da próstata. O défice de vitamina D e o consumo de álcool poderão, também, ser fatores prejudi- ciais, apesar de ainda não estar cienti- ficamente provado; A idade Mais de 70% dos cancros detetados afetam homens com mais de 65 anos; Fatores genéticos Os homens que tenham um familiar com cancro da prós- tata têm uma maior probabilidade de sofrer desta doença, principalmente quando diagnosticada antes dos 60 anos. Quanto maior o número de familiares próximos com cancro da próstata, maior o risco de sofrer desta doença; Fatores ambientais A contaminação atmosférica, a poluição e a exposição a algumas substâncias químicas e fertilizantes, por exemplo. Fatores hormonais Alguns estudos indicam que há fatores hormonais que con- tribuem para o desenvolvimento de cancro da próstata. 4.Sintomas mais frequentes
  • 11. 20 4. O cancro da próstata caracteriza-se pela sua lenta evolução. Tendo isto em conta, os seus sintomas podem demorar anos até se manifestarem. De qualquer for- ma, as manifestações do cancro da próstata podem manifestar-se inicialmente através de perturbações na micção: Incapacidade em urinar; Urinar em pequenas quantidades; Urinar muito frequentemente, especialmente durante a noite; Sentir dor ou ter incontinência; Eliminar sangue. Além destes sintomas, podem existir outros sintomas menos frequentes como: • Dor frequente na parte de baixo das costas, quadris e da parte alta dos músculos; • Dor ao ejacular; • Presença de sangue no sémen. Ainda que alguns destes sintomas podem estar relaciona- dos com patologia benigna, como a hiperplasia benigna da próstata (aumento do tamanho da próstata) que é habitual- mente associada ao envelhecimento, qualquer homem que apresente estes sintomas deve denunciá-los de imediato ao seu médico para excluir a possibilidade de se tratar de um cancro da próstata. 5.Diagnóstico
  • 12. 22 23 5. 5. Apesar da sua lenta evolução e da manifestação tardia dos seus sintomas, o cancro da próstata pode ser diagnosticado através de exames médicos específicos, como sejam a realização de um exame digital (com palpação da zona afetada através de toque retal) e de uma análise sanguínea a um marcador tumoral. Com estes exames é possível detetar-se a doença antes do aparecimento dos sintomas. Em homens com mais de 80 anos de idade não há indicação para pesquisa ativa de cancro da próstata. Assim, depois de uma avaliação física geral, o urologista questionará o doente sobre sintomas e antecedentes mé- dicos e procederá à realização dos seguintes exames. Os homens que se submetam a estes testes devem informar-se sobre algumas circunstâncias que podem modificar os resultados dos exames, tais como: Atividade sexual; Consumo de medicamentos para tratar a hiperplasia da próstata. Inflamação da próstata; Análise da urina Ecografia transretal Com uma análise à urina o médico pode avaliar se apresenta tem sangue ou alguma infeção; Baseia-se na utilização de ultrasons para criar uma imagem da próstata e visualizá-la num monitor. Para realizar esta ecografia é colocada uma sonda no reto, procedimento que pode ser in- cómodo, mas indolor. É um método que apresenta uma elevada taxa de falsos positivos, ou seja, pode apresentar ima- gens que sugerem a existência de can- cro da próstata quando na realidade se trata de outro tipo de inflamações be- nignas que assemelham com o cancro; Hoje em dia, com a introdução do PSA nos exames de diagnóstico, o cancro da próstata pode ser diag- nosticado mais precocemente. Quando realizar os exames complementares? Apesar da eficácia do teste de PSA, o diagnóstico de um cancro da próstata só pode ser confir- mado pelo resultado da biopsia da próstata. Previamente, podem realizar-se outro tipo de testes e exames complementares, tais como a análise da urina ou a ecografia pros- tática transretal. Toque retal Antígeno prostático específico (PSA) O médico, com uma luva lubrificada, insere o dedo no reto (última parte do intestino grosso) para detetar a existência de alguma área irregular dura que poderá ser indício de cancro. Apesar de ser incómodo é um exame rápido e indolor. Consiste na recolha de sangue para detetar a existência de uma proteína produzida pela próstata chamada an- tigénio específico da próstata ou PSA. Quando os resultados do exame apre- sentam um elevado nível desta subs- tância, existe uma maior probabilida- de de se sofrer de cancro da próstata. No entanto, estes resultados apenas expressam uma probabilidade, pelo que necessitam da realização de uma biopsia para confirmar a sua existência.
  • 13. 24 5. Uma vez confirmada a existência da doença através da biopsia, de acordo com o valor do PSA e o tipo de tumor detetado, poderão efetuar-se exames que determinem a dimensão da doença, tais como: Biopsia da próstata Consiste na inserção de uma agulha na próstata para extrair parte do tecido e proceder à sua análise. Normal- mente, este teste é realizado em ambulatório com anes- tesia local e não costuma ser doloroso. É a única técnica que confirma a existência de um cancro da próstata. Uma cintilografia óssea, um procedimento que consiste em injetar uma pequena quantidade de uma substância radioativa num vaso sanguíneo que acaba por se acumular nos ossos. Um scanner deteta, mede a radiação e reproduz imagens dos ossos, as quais indicam a evolução do cancro; A tomografia computorizada ou TAC é um procedimento de raios X que produz imagens detalhadas do corpo e que permite a deteção da presença de gânglios ou metástases do tumor. 6.Escala de Gleason
  • 14. 26 6. Uma vez confirmada a existência de um cancro da próstata é fundamental valorizá-lo para se decidir o tratamento a seguir e estabelecer o seu prognóstico. Para isso, são realizados dois tipos de classificações de cancro da próstata. De acordo com o grau: Utiliza-se a escala de Gleason para se estimar o grau de agressividade do cancro da próstata. A escala de Gleason classifica as células de acordo com a biopsia, comparando as células normais com as células diferentes. Esta classificação é feita de 1 a 5, em que o patologista valoriza as duas populações celulares ou grupos de células mais frequentemente presentes no tumor e realiza a soma de ambos (por exemplo: 3+3=6). Graus de 2 a 6* indicam uma baixa agressividade das células cancerígenas, uma vez que são muito parecidas às células normais; Graus de 8 a 10 indicam uma agressividade elevada dado que as células cancerígenas são muito diferentes das normais. Grau 7 indica agressividade intermédia; *Não existe grau 1 porque a soma de 1+1=2 De acordo com o estadio: No que se refere à dimensão do cancro atualmente utiliza-se a classificação TNM em que N determina a existência de gânglios afetados e M a presença de metástases. Assim: • Estadios T1 e T2 significam que o tumor está localizado; • Estadios T3 e T4 que o tumor está localmente avançado; 7.Tratamentos
  • 15. 28 29 7. 7. O cancro da próstata é uma doença de comportamento indolente na maioria dos casos, sendo por isso importante ter em conta a qualidade de vida e os efeitos secundários do tratamento. Por isso, e para cada caso, as características da neoplasia a tratar devem ser cuidadosamente valorizadas, bem como o estado geral do doente e as diferentes opções de tratamento, ha- vendo a necessidade de as adaptar de forma individual. Cirurgia Há diferentes tipos de cirurgia que dependendo de diversos fatores: Opções de tratamento Observação Em casos muito específicos pode ado- tar-se uma atitude conservadora, ou seja, decidir em conjunto com o do- ente realizar apenas o seguimento do tumor. Isto só é possível em casos com tumores muito limitados e com características de baixa agressividade (de acordo com a escala de Gleason). A observação implica um seguimento rigoroso com controlo frequente de PSA e toque retal, bem como a reali- zação de novas biopsias de próstata para detetar a evolução da doença e tratar com intenção curativa quando o tumor mostrar que está a progredir. Prostatectomia Consiste na extração da totalidade da glândula prostática e dos tecidos à sua volta. Algumas vezes extraem-se também os gânglios linfáticos da área pélvica. Este tipo de intervenção pode ocorrer mediante dois procedimentos: a cirurgia aberta e a cirurgia minimamente invasiva. Tratamentos radicais Cirurgia, radioterapia e crioterapia. Tratamentos complementares Hormonoterapia e quimioterapia. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica e robótica) Trata-se de uma forma mais avançada de prostatectomia, menos agressiva que a tradicional, realizada através de pequenas incisões e inserção de uma câmara dentro do abdómen. A intervenção por cirurgia minimamente invasiva reduz a possibilidade de perdas de sangue, o internamento hospitalar e o tempo de recuperação.
  • 16. 30 31 7. 7. Cirurgia aberta É a via clássica, mas cada vez menos utilizada desde o aparecimento da cirurgia minimamente invasiva a qual parece oferecer melhores resulta- dos e ter menores complicações. Contudo, as duas formas de realização de cirurgia aberta no cancro da próstata são a prostatectomia retropúbica (a extração efetua-se através de uma incisão no abdómen, debaixo do umbi- go) e prostatectomia perineal (incisão na área compreendida entre o es- croto e o ânus, mas procedimento praticamente abandonado; não permite retirar os gânglios e pode ser necessário realizar uma pequena incisão no abdómen ou usar um laparoscópio). Em ambas as técnicas (retropúbica e perineal) existe o risco de afetar tanto os nervos que intervêm na ereção, como o mecanismo que evita as perdas de urina, causando impotência e incontinência. Por outro lado, existe também um risco de perda de sangue. Efeitos secundários da prostatectomia Com o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica e o aparecimento das cirurgias minimamente invasivas, nos últimos anos tem-se verificado uma diminuição muito significativa dos efeitos secundários. No entanto, há alguns efeitos que podem ocorrer: A intervenção por via aberta dura entre duas a quatro horas. A próstata está profundamente localizada e rodeada de muitos vasos sanguíneos, o que aumen- ta o risco de hemorragia. Incontinência urinária Hemorragias Podem ocorrer porque existem muitos vasos sanguíne- os em redor da próstata e a sua remoção pode fracionar alguns. É mais frequente na intervenção por via aberta e pode exigir transfusão sanguínea; Aperto do colo da bexiga Deve-se a uma cicatriz que se forma na junção localizada entre a bexiga e a uretra. Pode originar problemas uriná- rios e em cirurgia laparoscópica é pouco utilizada; Impotência sexual As técnicas de preservação dos nervos permitem conser- var a ereção em muitos doentes. Ao não se poderem apli- car estas técnicas, a disfunção ocorrerá em muitos casos. é a perda involuntária de urina. Acontece quando a cirurgia afeta o funcionamento do esfíncter da bexiga (a válvula muscular que mantem a urina dentro da bexiga). Normal- mente, a incontinência depois da cirurgia é recuperada em dias, semanas ou até alguns meses depois da intervenção, mas pode ser permanente (em maior ou menor grau) numa pequena percentagem dos doentes submetidos a cirurgia. Algumas publicações indicam que as técnicas minima- mente invasivas diminuem esta ocorrência.
  • 17. 32 33 7. 7. Exercícios de Kegel Para acelerar a recuperação da continência é recomendável praticar os exercícios de Kegel. Para identificar os músculos corretos de forma a se assegurar que estão a ser exercitados adequadamente deve tentar parar e continuar o fluxo da urina durante a micção. O movimento é exatamente o mesmo que se realiza para evitar a flatulência inoportuna. É muito importante não ter os músculos das pernas e abdómen tensos quando se fazem os movimentos. Não é necessário conter a respiração quando está a fazer o exercício. Uma vez aprendido o movimento, é recomendável repeti-lo várias vezes ao dia. Radioterapia É uma técnica que utiliza radiação de alta energia para eliminar as células cancerígenas e que pode afetar as células normais que se encontrem junto ao tumor. A toxicidade da radioterapia pode ser aguda (a qual desaparecerá ao fim de um tempo) ou crónica (permanece durante toda a vida). Há duas modalidades diferentes de radioterapia aplicadas ao cancro da próstata: Efeitos secundários da radioterapia: Radioterapia externa Radioterapia interna ou braquiterapia Uma máquina situada a uma distância específica dirige as radiações para a zona onde está localizado o tumor. O tratamento dura entre seis a sete semanas, em sessões com uma duração de cerca de 30 minutos. Antes de iniciar o tratamento, é realizada uma simulação que reproduz as condições em que se efetuar o tratamento para determinar a dose e a zona exata a tratar. A radioterapia externa é ambulatória, não requer internamento, mas exige múltiplas sessões; Consiste em inserir pequenos recipientes dentro da próstata, mais pe- quenos que uma lentilha, de material radiativo. As agulhas, através das quais se introduzem as sementes, perfuram através do períneo sob raquianestesia. A braquiterapia realiza-se com anestesia num interna- mento que dura aproximadamente 24 a 36 horas e o doente costuma ter alta no dia seguinte à intervenção. Cansaço; Impotência sexual ao lesar os vasos sanguíneos e os nervos necessários para produzir ereções. Isto acontece na maioria dos casos, ainda que este efeito possa manifestar-se apenas mais tarde. Irritação ao urinar ou cistite;
  • 18. 34 35 7. 7. Crioterapia Consiste na congelação do tecido da próstata para eliminar as células cancerígenas. Com o doente anestesiado e mediante uma ecografia transretal são colocadas sondas nas quais circula gás líquido que congela o tecido celular da próstata. Simultaneamente, um líquido quente passa pela uretra para evitar que esta também congele. Como ainda se encontra uma fase inicial de investigação não é vista como a primeira opção de tratamento dado que ainda não há certezas de que seja tão efetivo como a cirurgia ou a radioterapia. No entanto, é uma opção a considerar em doentes com mais de 70 anos ou naqueles em que há uma recidiva da doença mesmo após radioterapia. Efeitos secundários da crioterapia Irritação da uretra ou da bexiga: Urina frequente; Inchaço do pénis; Dor; Sensação de irritação ao urinar; Inchaço do escroto. Desconforto ao defecar; Cicatrizes na uretra que causem aperto da mesma e, como consequência, originem dificuldade ao urinar; Impotência sexual, que afeta a grande maioria dos homens. Formação de lesões entre a uretra e o reto; Hormonoterapia O cancro da próstata é sensível a determinadas hormonas, principalmente a testosterona, que permitem o seu desenvolvimento e crescimento. Desta forma, o objetivo desta terapia é diminuir ou eliminar os níveis dessas hormonas. O tratamento hormonal está indicado nos seguintes casos: Quando a doença se propaga a outros tecidos e órgãos; Quando se quer diminuir o tamanho do tumor, antes da sua expansão; Quando o doente tem uma idade avançada ou estão contrain- dicados outro tipo de tratamentos locais. Quando a doença se repete de forma local, mesmo quando o doente já tenha sido submetido a outros tratamentos; Quando se quer melhorar o resultado do tratamento depois da radioterapia; Os fármacos utilizados são cópias das hormonas que o orga- nismo produz, encarregadas de estimular a produção de testosterona. Quando administradas provocam um estímulo de produção da testosterona durante quinze dias. O corpo deteta este excesso de produção e paralisa a produção da hormona que estimula a produção de testosterona. Assim, é possível “enganar” o organismo. Estes fármacos são aplicados através de uma injeção intra- muscular ou debaixo da pele do abdómen, uma vez por mês ou a cada três, seis ou 12 meses.
  • 19. 36 37 7. 7. Efeitos secundários da hormonoterapia Diminuição do desejo sexual; Cansaço; Impotência; Perda de apetite; Aumento de peso; Cansaço; Afrontamentos (que vão diminuindo com o tempo); Em tratamentos prolongados, pode ocorrer a sensação de formigueiro nas mãos e nos pés. Diarreia; Osteoporose. Sensibilidade e/ou crescimento das mamas; Náuseas; Quimioterapia O cancro da próstata, como já foi referido, é um tumor hormonossensivel. Contudo, a hormonote- rapia não é um tratamento curativo após a propagação do tumor, uma vez que, apesar de manter a doença controlada por longos períodos de tempo, não a erradica, o que significa que mais tarde ou mais cedo todos os doentes desenvolvem resistência ao tratamento. A certa altura, as células tumorais podem crescer sem necessitarem de andrógenos. Ou seja, quando o tumor deixa de ser sensível aos tratamentos hormonais, atualmente a quimioterapia é o melhor tratamento e o mais eficaz sendo que existem múltiplos fármacos disponíveis para este tratamento. O objetivo da quimioterapia é destruir, através de fármacos, as células que originam o cancro, enquanto se dividem com o propósito de eliminar ou reduzir a doença. Estudos demonstram que os doentes trata- dos com quimioterapia têm uma melhor qualidade de vida do que aqueles que não a recebem, pelo que os seus benefícios superam os possíveis efeitos adversos. Efeitos secundários da quimioterapia Foi recentemente identificada uma nova quimioterapia ativa no cancro da próstata para doentes que já não respondem ao tratamento inicial. O tratamento mais indicado é definido por equipas multidis- ciplinares compostas por oncologistas, urologistas, radiolo- gistas, patologistas e radioterapeutas.
  • 21. 40 41 8. 8. É cada vez mais fácil entender a evolução do cancro da próstata e as causas do crescimento das células do tumor, o que permite delinear novos tratamentos que possibilitam orientar o controlo da doença. Por um lado, há melhorias na técnica cirúrgica que proporcionam o aumento de resultados positivos com uma menor morbilidade. Por outro, são desenvolvidos mais tratamentos siste- máticos que ajudam a controlar a doença nos doentes que não são curáveis. Além dos novos tratamentos de quimioterapia existem outros que atuam através da limitação do impacto da doença nos ossos e muito outros ainda em processo de investigação clínica. As terapêuticas que atuam sobre os mecanismos que controlam o crescimento celular deno- minam-se de terapêuticas-alvo. Antiangiogénicos Terapêuticas que bloqueiam outros alvos no cancro da próstata Conjunto de fármacos que atuam sobre as causas da formação de vasos sanguíneos por parte do tumor. O objetivo é evitar o acesso dos nutrientes às células tumorais, o que impedirá o crescimento do tumor. São objeto de uma investigação clínica ativa no cancro da próstata; Entre os fármacos em investigação encontram-se os inibidores do crescimento celular através do bloqueio do produto de genes, que estão ativos no cancro da próstata, e outros que atuam impedindo que se formem metástases, evitando o contacto da célula tumoral com o osso. É importante que o doente solicite esclarecimentos sem ini- bição, para que acabem com as dúvidas que vão surgindo ao longo do processo, pois só assim o médico pode ter consci- ência de que o paciente entende a sua doença de forma a conseguir uma melhoria, ou mesmo curá-lo. Terapêuticas-alvo: o que são? Atualmente existem novas terapêuticas, muito mais específicas e menos tóxicas, cujo objetivo é bloquear o desenvolvimento e o crescimento das células que originam o cancro da próstata e impedir que o tumor cresça.
  • 22. 9.O cancro da próstata e o dia-a-dia
  • 23. 44 9. Quando diagnosticada a existência de cancro da próstata, as pessoas tendem a mostrar uma reação de stresse que, com o tempo, pode conduzir a um desequilíbrio emocional.Assim, importa manter uma atitude positiva e aproveitar a situação para fazer mudanças saudáveis no estilo de vida as quais serão, sem dúvida, benéficas tanto para superar a doença como para conviver com ela. Seguir uma dieta equilibrada pode ajudar o doente a sentir-se melhor e ter mais energia para enfrentar o tratamento. Os médicos, enfermeiros e dietistas podem ser uma grande ajuda na elaboração de uma dieta equilibrada com calorias e proteínas suficientes, que permita resistir mais facilmente à doença. Em muitos casos, os afetados por esta doença encontram apoio na troca de informação com outras pessoas em situação semelhante. Por isso, é importante que o doente não recuse entrar em contacto com grupos de ajuda, formados por outros doentes ou até médicos. A prática de exercício físico moderado, sempre com aconselhamento médico, ajuda a: Melhorar o ritmo cardíaco e a circulação; Fortalecer os músculos; Sentir-se melhor emocionalmente. Reduzir o cansaço; Reduzir a depressão e ansiedade; 10.Acompanhamento depois do tratamento
  • 24. 46 10. O acompanhamento do doente após o tratamento é fundamental, uma vez que é a melhor forma de detetar possíveis alterações na evolução da doença. Normalmente realizam-se vários exames de controlo após o tratamento do cancro da próstata em que os mais habituais são: PSA – detetado através do sangue; Toque retal. Uma vez que a maioria dos tratamentos tem efeitos secun- dários que podem durar algum tempo ou ser permanentes, é importante comunicar ao médico alguma indisposição para que este o possa ajudar. 11.A não esquecer
  • 25. 49 Links de interesse 48 11. A melhor forma de detetar precocemente o cancro da próstata é realizar exames regulares, sobretudo a partir dos 50 anos; Os possíveis tratamentos dependem do estado geral do doente, bem como do grau e do estadio do cancro; Contrariamente a outros tipos de cancro, o cancro da próstata desenvol- ve-se de forma lenta. Por isso, os sintomas desta doença podem demorar muito tempo a manifestar-se; Algumas das causas que estão por detrás este cancro envolvem fatores genéricos e hormonais; É possível realizar uma deteção precoce do cancro da próstata através de exames simples, como é o caso do toque retal e do controlo do nível de PSA no sangue; Estes tratamentos não estão isentos de efeitos secundários que dependem do estado geral anterior do doente, do grau de profundidade da sua doença e do tipo de tratamento que recebe. Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) www.sponcologia.pt Associação Portuguesa de Urologia (APU) www.apurologia.pt
  • 26. 50 51