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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 19 - Número 1 - 1º Semestre 2019
ATIVIDADE ALELOPÁTICA DE SALVIA HISPÂNICA L. SOBRE SEMENTES E
PLÂNTULAS DE LOLIUM MULTIFLORUM E RAPHANUS SATIVUS L.
Andressa Camana1
; Douglas Camana2
; Vanderson Vieira Batista3
; Karine Fuschter Oligini3
; Pedro Valério Dutra de
Moraes2
; Paulo Fernando Adami2
RESUMO
A alelopatia indica uma área de pesquisa de grande importância. Objetivo do estudo foi avaliar o efeito alelopático
de diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L., sobre a germinação e crescimento
inicial de plântulas de Lolium multiflorum e Raphanus sativus L. O experimento foi conduzido na Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, utilizando concentrações de 1, 2,5, 5 e 10% de extrato e água destilada (controle).
Foram determinados índice de velocidade de germinação, tempo médio de germinação, germinação, comprimento,
massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular. Os dados foram submetidos a análise de variância e
havendo significância, a análise de regressão. O aumento da concentração do extrato aquoso das folhas de S.
hispânica promoveu redução linear sobre germinação de sementes, índice de velocidade da emergência e
comprimento da raiz de R. sativus. Já para o L. multiflorum, observa-se redução linear da germinação com aumento
da concentração do extrato e efeito quadrático sobre a massa seca de raiz, com menor valor (1,33 mg planta-1
) ao
ser utilizado 4,64% de extrato de S. hispânica. Existe evidencias de que o extrato de S. hispânica, apresenta
potencial alelopático sobre germinação de R. sativus L. e L. multiflorum.
Palavras-chave: Compostos voláteis; extrato aquoso; inibição da germinação
ALELOPATIC ACTIVITY OF SALVIA HISPÂNICA L. ON SEEDS AND SEEDLINGS OF
LOLIUM MULTIFLORUM E RAPHANUS SATIVUS L.
ABSTRACT
Allelopathy indicates a research area of great importance. Objective of the study was to evaluate the allelopathic
effect of different concentrations of aqueous extract of leaves of Salvia hispanica L. on the germination and initial
growth of Lolium multiflorum and Raphanus sativus L. seedlings. The experiment was conducted at the
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, using concentrations 1, 2,5, 5 and 10% of extract and distilled water
(control). Germination speed index, mean germination time, germination, length were determined. dry mass of the
aerial part and dry mass of the root system. The data were submitted to analysis of variance and, with significance,
regression analysis. The increase of the aqueous extract concentration of the leaves of S. hispanica promoted linear
reduction on seed germination, emergence speed index and root length of R. sativus. For L. multiflorum, linear
reduction of germination with increase of extract concentration and quadratic effect on root dry mass, with lower
value (1.33 mg plant-1
) was observed when 4.64% of extract of S. hispânica. There is evidence that the S. hispanic
extract presents allelopathic potential on germination of R. sativus and L. multiflorum.
Key words: Aqueous extract, inhibition of germination, volatile compounds.
27
INTRODUÇÃO
A alelopatia pode ser definida como
fatores que geram interações entre as plantas, as
quais podem resultar em efeitos benéficos ou
maléficos, variando de uma planta a outra. A
liberação destes compostos pode ser oriunda da
volatilização, lixiviação, exsudação,
decomposição de resíduos e outros processos
encontrados nos sistemas naturais ou agrícolas
(FERGUSON et al. 2013). Assim, a alelopatia
indica uma área de pesquisa de grande
importância, a qual permite que substâncias de
origem vegetal sejam utilizadas para o controle
de plantas daninhas na agricultura, minimizando
ou extinguindo a contaminação do ambiente,
preservando os recursos naturais e garantido
produtos de melhor qualidade.
A inibição alelopática é complexa e pode
envolver a interação de diferentes classes de
compostos, como: compostos fenólicos,
flavonoides, alcaloides, terpenos, esteroides,
hidratos de carbono e aminoácidos (FERGUSON
et al. 2013). Segundo os pesquisadores, estes
compostos podem ser produzidos em diferentes
partes de plantas, incluindo flores, folhas,
serapilheira, caules, cascas, raízes, compostos
lixiviados no solo e compostos derivados, onde a
concentração desta atividade alelopática varia ao
longo de um período de tempo e crescimento da
espécie.
Blanco (2007) relata que os compostos
alelopáticos podem causar alterações nos índices
de germinação, crescimento, função micorrizica,
ataque de insetos, crescimento bacteriano,
inibição da nitrificação e decomposição de
materiais na sua proximidade. Neste sentido um
parâmetro utilizado para análise do efeito
alelopático de forma prática é a germinação de
sementes, pois a quantificação experimental é
simples (CATTELAN et al., 2007). Souza et al.
(2002) destacam que estes extratos alelopáticos
podem quebrar a dormência das sementes das
plantas daninhas, facilitando um posterior
controle químico.
Neste contexto, a Salvia hispânica L. que
é pertence à família Lamiaceae, tendo origem
mexicana, a qual era empregada pelos Maias e
Astecas como alimento para aumento da
resistência física (COELHO; MERCEDES,
2014), apresenta como parte da sua composição
ácido α-linolênico, ácido graxo insaturado
ômega-3(ω-3), beta-caroteno, tocoferol, ácido
clorogénico, ácido caféico e flavonoides
(MIGLIAVACCA et al. 2014), se tornando uma
planta com possível atividade alelopática, assim
como outras plantas pertencentes a esta família.
Silva et al. (2015) observou que extratos
elaborados a partir das folhas de Mentha sp.,
Rosmarinus officinalis, Origanum majorana,
Salvia officinalis (Lamiaceae) apresentam efeitos
inibitórios na germinação de sementes de alface.
Também, o estudo da atividade alelopática
demonstrou que o extrato bruto das folhas de
Hyptis suaveolens, da família Lamiaceae tem
influência significativa no IVG tanto de Lactuca
sativa quanto de Brachiaria decumbens
(ALVES; SCHLIEWE, 2014).
Com base nesta contextualização
supõem-se que a Salvia hispânica também possa
apresentar efeitos de alelopatia, fato este que
carece de estudos na literatura. Sendo assim, o
estudo tem o objetivo de avaliar o efeito
alelopatico de diferentes concentrações de
extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L.,
sobre a germinação e desenvolvimento inicial de
plântulas de Lolium multiflorum e Raphanus
sativus L.
MATERIAL E MÉTODOS
O cultivo das plantas de chia foi realizado
na estação experimental da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no
município de Dois Vizinhos-PR (25º 42’ 52’’
latitude S e 53º 03’ 94’’ longitude W e altitude
média de 509 metros), e o efeito alelopático foi
avaliado no Laboratório de Análise de Sementes
da UTFPR.
Foram conduzidos simultaneamente dois
ensaios, um com Lolium multiflorum e outro com
Raphanus sativus L, ambos em delineamento
inteiramente casualizado, com quatro repetições.
Sobre as sementes destas espécies foram
avaliadas quatro concentrações de extrato aquoso
de chia (1,0; 2,5, 5,0 e 10,0%), mais um
tratamento testemunha utilizando água destilada.
Inicialmente as plantas de chia foram
cultivadas a campo até a formação das sementes
e início da maturação (aproximadamente 110
dias após emergência (DAE)). Neste período foi
realizada a coleta das folhas as quais foram
inseridas em sacos de papel e colocadas em
estufa a 60° C por 48 horas, para secagem. Após
este período as folhas foram moídas em moinho
do tipo martelo com granulometria de
aproximadamente 2 mm.
Em laboratório, os extratos foram
preparados na concentração de 10%
peso/volume, ou seja, 1.000 ml de água destilada
para 100 gramas de material elaborado a partir
das folhas moídas. A solução foi inserida em
recipientes de vidro e permaneceu por 24 horas
em temperatura ambiente. Após esse período a
mesma foi filtrada, diluída e obtida as
concentrações de extratos aquosos.
O teste de germinação das sementes foi
realizado sobre papel Germitest dispostos em
caixas Gerbox. Para tanto, foram alocadas 25
sementes em cada caixa e adicionadas 10 ml de
extrato para cada tratamento. A germinação foi
realizada em câmara de crescimento (B.O.D.) a
±24 °C, com fotoperíodo de 12/12 horas
luz/escuro.
Após a germinação da primeira semente,
foram realizados sete dias de avaliações, onde
foram realizadas contagens do número de plantas
germinadas, para estabelecer posteriormente o
índice de velocidade de emergência e o tempo
médio de germinação (dias-1
). Ao final do
período, foi avaliado a germinação (%), o
comprimento da radícula (cm) e da parte aérea
(cm). O comprimento da radícula e do hipocótilo
foram determinados pela medida de 15 plântulas
por unidade experimental. Posteriormente a
radícula e o hipocótilo foram separados e secos
em estufa a 60° C para determinação da massa
seca.
Os valores de germinação foram
transformados por arco seno √x/100 para atender
os pressupostos de homogeneidade e
normalidade. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância, adotando-se o
nível de significância (ANOVA) a 5% (p<0,05)
de probabilidade. As variáveis que apresentaram
efeito significativo foram submedidas a análise
de regressão linear e quadrática, sendo que
quando ambas eram significativas optou-se por
aquela que apresentava maior valor de P. A
análise foi realizada com auxílio do software
Sisvar 5.5 (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a ANOVA, houve efeito
das concentrações de extrato aquoso das folhas
de Salvia hispânica L. sobre a germinação de
sementes, índice de velocidade da emergência e
comprimento da raiz de Raphanus sativus L.
(Tabela 1).
Já para o Lolium multiflorum, observou-
se na Tabela 2, efeito significativo (p<=0,05)
apenas para o comprimento da raiz (CR) e massa
seca da raiz (MSR).
A Figura 1 mostra que houve efeito linear
das concentrações de extrato aquoso das folhas
de Salvia hispânica L., sobre a germinação das
sementes (Figura 1 A), índice de velocidade da
emergência (Figura 1 B) e comprimento da raiz
(Figura 1 C) de Raphanus sativus L.
Tabela 1. Resumo da análise de variância (ANOVA) para germinação de sementes (GS), índice de velocidade da emergência
(IVG), tempo médio de germinação (TMG), comprimento da parte área (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca parte
área (MSPA) e massa seca raiz (MSR) de Raphanus sativus L., submetidos a diferentes concentrações de extrato aquoso das
folhas de Salvia hispânica L. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019)
GS IVG TMG CPA CR MSPA MSR
P 0,0027* 0,0004* 0.8420ns
0,4787ns
0,0149* 0,0723ns
0,2853ns
Média 87,80 10,26 2,48 8,63 6,21 7,85 1,05
CV (%) 7,37 10,16 8,74 26,56 17,38 9,01 24.99
P Linear 0,007* 0,001* ---- ---- 0,018* ---- ----
P Quadrática 0,028* 0,018* ---- ---- 0,076ns
---- ----
P<0,05 = significativo ao nível de 5% de probabilidade (*). P>0,05 = não significativo (ns
). CV=Coeficiente da variação.
Tabela 2. Resumo da análise de variância (ANOVA) para germinação de sementes (GS), índice de velocidade da emergência
(IVG), tempo médio de germinação (TMG), comprimento da parte área (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca parte
área (MSPA) e massa seca raiz (MSR) de Lolium multiflorum, submetidos a diferentes concentrações de extrato aquoso das
folhas de Salvia hispânica L. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019)
GS IVG TMG CPA CR MSPA MSR
P 0,2120ns
0,1050ns
0,2546ns
0,0543ns
0,0009* 0,2652ns
0,0131*
Média 85,40 7,79 1,44 6,88 6,89 0,71 1,49
CV (%) 9,15 10,26 19,23 10,14 11,11 17,52 7,40
P Linear --- --- --- --- 0,001* --- 0,2889ns
P Quadrática --- --- --- --- 0,006* --- 0,005*
P<0,05 = significativo ao nível de 5% de probabilidade (*). P>0,05 = não significativo (ns
). CV=Coeficiente da variação.
Figura 1. Germinação de sementes (A), índice de velocidade da emergência (IVG) (B), tempo médio de germinação (TMG)
(B), comprimento da raiz (CR) (C) e massa seca raiz (MSR) (D) de Raphanus sativus L. e/ou Lolium multiflorum, em função
de diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L. - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019).
Observa-se que a elevação das
concentrações de extrato de Salvia hispânica L.
promoveu redução dos valores de ambas as
variáveis, indicando alelopatia. Entretanto, o
tempo médio de germinação, comprimento da
parte área, massa seca parte área e a massa seca
raiz de Raphanus sativus L. não foram
influenciados, apresentando valores médios de
2,48 dias-1
, 8,63 cm, 7,35 mg planta-1
e 1,05 mg
planta-1
, respectivamente (Tabela 1).
Assim como o Raphanus sativus L., para
o Lolium multiflorum, também observou-se que
o aumento da concentração do extrato promoveu
redução linear do comprimento da raiz (Figura 1
C). Porém, efeito quadrático foi observado para a
variável massa seca de raiz (Figura 1 D), com
menor massa (1,33 mg planta-1
) ao ser utilizado
concentração de 4,64% de extrato de S.
hispânica. Não foi constado influência das
concentrações para a germinação de sementes,
índice de velocidade da emergência, tempo
médio de germinação, comprimento da parte
aérea, massa seca parte área do Lolium
multiflorum L, as quais apresentaram valores
médios de 85,4%, 7,74, 1,44 dias-1
, 6,88 cm e
0,71 mg planta-1
, respectivamente (Tabela 2).
A intensidade do efeito alelopático
gerado pelos extratos aquosos está inteiramente
relacionada à espécie, e depende do tipo de tecido
do qual foram extraídos, assim como, da
concentração de aleloquímicos (WU et al., 2009),
proporcionar variação de ação no grupo vegetal
(SARTOR et al., 2015). Tal fato pode explicar a
variação do efeito do extrato da Salvia hispânica
L, observada sobre as duas espécies avaliadas.
Para a germinação de sementes de
Raphanus sativus L, resultados similares foram
observados por Borella et al. (2012), utilizando
extratos de Piper mikanianum sobre a
germinação das sementes de Raphanus
raphanistrum, espécie esta da mesma família do
Raphanus sativus L, os quais verificaram
redução do número de sementes germinadas,
sendo esta resposta proporcional ao aumento da
concentração do extrato.
Borella et al. (2011) relatam que a
porcentagem de germinação das sementes de
Raphanus raphanistrum foi restringida
significativamente pelos extratos de Schinus
molle L. nos tratamentos com 4 e 8% de extrato,
sendo proporcional ao aumento da concentração.
Estes mesmos autores, observaram que todas as
concentrações testadas de S. molle dificultaram a
germinação das sementes de R. raphanistrum,
sendo o efeito inibitório de germinação,
proporcional ao aumento da concentração dos
extratos.
Souza et al. (2005), mostram uma
diminuição na germinação das sementes de
Lactuca sativa L. em contato com o extrato do
Cymbopogon citratus (67,5%). Segundo os
pesquisadores, este produz metabólitos
secundários como o geraniol, citral e diterpenos
com funções ecológicas conhecidas como
inibidores de germinação e frequentemente
apresentam toxidade elevada dependente da dose
aplicada.
Os resultados de germinação de sementes
de Lolium multiflorum L. corroboram com
Pelegrini d Cruz-Silva (2012), os quais utilizando
extratos aquosos de folhas frescas do
Plectranthus barbatus, espécie da mesma família
botânica da Salvia hispânica L, observaram que
não houve efeito alelopático sobre a germinação
de sementes de alface em concentrações menores
que 30%. Neste contexto, pode-se supor que as
concentrações de extrato da folha de Salvia
hispânica L eram baixas, fato este que contribuiu
para a não diferenciação estatística do de Lolium
multiflorum L.
Entretanto, apesar da análise de dados
não apresentar efeito significativo para a
germinação do Lolium multiflorum L., observa-
se tendência de redução de 10% entre o
tratamento testemunha e os tratamentos que
receberam extrato de Salvia hispânica L até a
concentração de 2,5% (0% extrato: 93%
germinação, 1,25% extrato: 85% germinação,
2,5% extrato: 80% germinação, 5% extrato: 82%
germinação e 10% extrato: 87% germinação).
Alguns compostos têm atividade alelopática
inibitória em altas concentrações, mas, em
menores, podem não incitar o mesmo processo
(GATTI et al., 2004).
Sartor et al. (2015) relatam que
substâncias presentes na acícula verde de Pínus
diminuem a velocidade de germinação da Avena
strigosa, assemelhando-se com os resultados
observados no presente estudo para o Raphanus
sativus L.
Outros trabalhos também relatam efeito
da alelopatia de extratos sobre o IVG de
sementes. Para Bonfim et al. (2011) diferenças
significativas foram encontradas nas
concentrações do extrato aquoso de Mentha para
IVG de Plantago major L. Maia et al. (2011)
observaram que os extratos aquosos de Ocimum
basilicum, espécie da mesma família da Salvia
hispânica L, apresentaram efeito inibitório para
o IVG de sementes de Solanum lycopersicum.
Já Rosa et al. (2013), mostram em sua
pesquisa que provavelmente devido ao fato de
não apresentar síntese de compostos químicos
danosos ao desenvolvimento das sementes e
plântulas de Raphanus raphanistrum, o IVG não
sofreu alterações com a exposição ao extrato de
espécies de Salix. Sendo assim, imagina-se que a
ação do extrato de Salvia hispânica L pode
apresentar diferentes resultados em função da
estrutura da semente, e que por não ter
apresentado ação sobre a germinação de
sementes de Lolium multiflorum L, também não
apresentou capacidade de inferir sobre o índice
de velocidade de emergência e tempo médio de
germinação desta espécie.
Segundo Ferreira e Borghetti (2004),
quanto maior o índice de velocidade de
emergência, maior é o vigor das sementes. Sendo
assim, estas variáveis podem estar influenciando
o desenvolvimento inicial das plantas. O
desenvolvimento das plântulas, principalmente o
comprimento da raiz, se mostra mais sensível aos
aleloquímicos, pois essas substâncias levam a
formação irregular das plântulas, resultando em
necroses, um dos sinais mais corriqueiros em
ensaios de alelopatia (FERREIRA; AQUILA,
2000).
As raízes são mais sensíveis aos
conteúdos presentes nos extratos quando
confrontadas com outras partes da plântula
(CHON et al. 2000). Este fato pode explicar a
redução do comprimento da raiz do Raphanus
sativus L, e os valores semelhantes de
comprimento da raiz e massa seca da parte aérea
e da raiz, observados nesta espécie.
Para Borella et al. (2011), os extratos
aquosos de folhas de S. molle provocam
alterações no tamanho das plântulas de Raphanus
raphanistrum. Logo provocaram redução do
sistema radicular desta cultura, pois os efeitos
inibitórios foram equivalentes ao aumento da
concentração dos extratos utilizados, em relação
ao controle. Já Khanh et al. (2006) relatam que
os extratos de folhas de Passiflora edulis
reduziram significativamente o sistema radicular
e aéreo de plântulas de Raphanus raphanistrum.
Já Gatti et al. (2004) salientam que
perante a variedade da ação dos compostos
secundários, principalmente na ação alelopática,
os aleloquímicos podem ser considerados como
contribuintes para elaboração de herbicidas
naturais ou de estimulantes para o crescimento de
algumas plantas. Esta variação do efeito
alelopático explica a potencialização de ação
com elevação da massa seca da raiz de Lolium
multiflorum L (Figura 1 D).
Sendo assim, outras pesquisas avaliando
o efeito alelopático da Salvia hispânica L, e
investigando concentrações superiores ao do
presente estudo, necessitam ser realizadas, para
que se confirme a possível influência alelopática
das folhas de Salvia hispânica L sobre fatores de
germinação de sementes e desenvolvimento
inicial de plantas de outras espécies. Simões et al.
(2007) descrevem que as folhas da Salvia
leucophylla, pertencente ao mesmo gênero da S.
hispânica, são ricas em óleos voláteis.
Estes óleos, atuam como repelentes aos
insetos e contribuem na redução do uso de
produtos químicos na proteção dos cultivos
(POZO, 2010). Além disso, estudos apontaram
que terpenos voláteis, tais como 1,8-cineol e
cânfora foram responsáveis pelo efeito inibitório
nesta espécie (HARBORNE, 1993).
CONCLUSÕES
Extratos aquosos de Salvia hispânica L.
apresentam alelopatia sobre Raphanus sativus,
pois diminui a sua porcentagem de germinação,
reduz o índice de velocidade de germinação e o
comprimento da raiz da plântula.
A elevação da concentração de extratos
aquosos de Salvia hispânica L reduz a
germinação de sementes de Lolium multiflorum e
inferem sobre os valores de massa seca de raiz.
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2009.
1
Eng. Agrônoma, autônoma. Matelândia, PR.
2
Programa de Graduação em Agronomia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), Dois Vizinhos, PR.
3
Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), Pato Branco, PR.
vandersonvbatista@hotmail.com
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  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 19 - Número 1 - 1º Semestre 2019 ATIVIDADE ALELOPÁTICA DE SALVIA HISPÂNICA L. SOBRE SEMENTES E PLÂNTULAS DE LOLIUM MULTIFLORUM E RAPHANUS SATIVUS L. Andressa Camana1 ; Douglas Camana2 ; Vanderson Vieira Batista3 ; Karine Fuschter Oligini3 ; Pedro Valério Dutra de Moraes2 ; Paulo Fernando Adami2 RESUMO A alelopatia indica uma área de pesquisa de grande importância. Objetivo do estudo foi avaliar o efeito alelopático de diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L., sobre a germinação e crescimento inicial de plântulas de Lolium multiflorum e Raphanus sativus L. O experimento foi conduzido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, utilizando concentrações de 1, 2,5, 5 e 10% de extrato e água destilada (controle). Foram determinados índice de velocidade de germinação, tempo médio de germinação, germinação, comprimento, massa seca da parte aérea e massa seca do sistema radicular. Os dados foram submetidos a análise de variância e havendo significância, a análise de regressão. O aumento da concentração do extrato aquoso das folhas de S. hispânica promoveu redução linear sobre germinação de sementes, índice de velocidade da emergência e comprimento da raiz de R. sativus. Já para o L. multiflorum, observa-se redução linear da germinação com aumento da concentração do extrato e efeito quadrático sobre a massa seca de raiz, com menor valor (1,33 mg planta-1 ) ao ser utilizado 4,64% de extrato de S. hispânica. Existe evidencias de que o extrato de S. hispânica, apresenta potencial alelopático sobre germinação de R. sativus L. e L. multiflorum. Palavras-chave: Compostos voláteis; extrato aquoso; inibição da germinação ALELOPATIC ACTIVITY OF SALVIA HISPÂNICA L. ON SEEDS AND SEEDLINGS OF LOLIUM MULTIFLORUM E RAPHANUS SATIVUS L. ABSTRACT Allelopathy indicates a research area of great importance. Objective of the study was to evaluate the allelopathic effect of different concentrations of aqueous extract of leaves of Salvia hispanica L. on the germination and initial growth of Lolium multiflorum and Raphanus sativus L. seedlings. The experiment was conducted at the Universidade Tecnológica Federal do Paraná, using concentrations 1, 2,5, 5 and 10% of extract and distilled water (control). Germination speed index, mean germination time, germination, length were determined. dry mass of the aerial part and dry mass of the root system. The data were submitted to analysis of variance and, with significance, regression analysis. The increase of the aqueous extract concentration of the leaves of S. hispanica promoted linear reduction on seed germination, emergence speed index and root length of R. sativus. For L. multiflorum, linear reduction of germination with increase of extract concentration and quadratic effect on root dry mass, with lower value (1.33 mg plant-1 ) was observed when 4.64% of extract of S. hispânica. There is evidence that the S. hispanic extract presents allelopathic potential on germination of R. sativus and L. multiflorum. Key words: Aqueous extract, inhibition of germination, volatile compounds. 27
  • 2. INTRODUÇÃO A alelopatia pode ser definida como fatores que geram interações entre as plantas, as quais podem resultar em efeitos benéficos ou maléficos, variando de uma planta a outra. A liberação destes compostos pode ser oriunda da volatilização, lixiviação, exsudação, decomposição de resíduos e outros processos encontrados nos sistemas naturais ou agrícolas (FERGUSON et al. 2013). Assim, a alelopatia indica uma área de pesquisa de grande importância, a qual permite que substâncias de origem vegetal sejam utilizadas para o controle de plantas daninhas na agricultura, minimizando ou extinguindo a contaminação do ambiente, preservando os recursos naturais e garantido produtos de melhor qualidade. A inibição alelopática é complexa e pode envolver a interação de diferentes classes de compostos, como: compostos fenólicos, flavonoides, alcaloides, terpenos, esteroides, hidratos de carbono e aminoácidos (FERGUSON et al. 2013). Segundo os pesquisadores, estes compostos podem ser produzidos em diferentes partes de plantas, incluindo flores, folhas, serapilheira, caules, cascas, raízes, compostos lixiviados no solo e compostos derivados, onde a concentração desta atividade alelopática varia ao longo de um período de tempo e crescimento da espécie. Blanco (2007) relata que os compostos alelopáticos podem causar alterações nos índices de germinação, crescimento, função micorrizica, ataque de insetos, crescimento bacteriano, inibição da nitrificação e decomposição de materiais na sua proximidade. Neste sentido um parâmetro utilizado para análise do efeito alelopático de forma prática é a germinação de sementes, pois a quantificação experimental é simples (CATTELAN et al., 2007). Souza et al. (2002) destacam que estes extratos alelopáticos podem quebrar a dormência das sementes das plantas daninhas, facilitando um posterior controle químico. Neste contexto, a Salvia hispânica L. que é pertence à família Lamiaceae, tendo origem mexicana, a qual era empregada pelos Maias e Astecas como alimento para aumento da resistência física (COELHO; MERCEDES, 2014), apresenta como parte da sua composição ácido α-linolênico, ácido graxo insaturado ômega-3(ω-3), beta-caroteno, tocoferol, ácido clorogénico, ácido caféico e flavonoides (MIGLIAVACCA et al. 2014), se tornando uma planta com possível atividade alelopática, assim como outras plantas pertencentes a esta família. Silva et al. (2015) observou que extratos elaborados a partir das folhas de Mentha sp., Rosmarinus officinalis, Origanum majorana, Salvia officinalis (Lamiaceae) apresentam efeitos inibitórios na germinação de sementes de alface. Também, o estudo da atividade alelopática demonstrou que o extrato bruto das folhas de Hyptis suaveolens, da família Lamiaceae tem influência significativa no IVG tanto de Lactuca sativa quanto de Brachiaria decumbens (ALVES; SCHLIEWE, 2014). Com base nesta contextualização supõem-se que a Salvia hispânica também possa apresentar efeitos de alelopatia, fato este que carece de estudos na literatura. Sendo assim, o estudo tem o objetivo de avaliar o efeito alelopatico de diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L., sobre a germinação e desenvolvimento inicial de plântulas de Lolium multiflorum e Raphanus sativus L. MATERIAL E MÉTODOS O cultivo das plantas de chia foi realizado na estação experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no município de Dois Vizinhos-PR (25º 42’ 52’’ latitude S e 53º 03’ 94’’ longitude W e altitude média de 509 metros), e o efeito alelopático foi avaliado no Laboratório de Análise de Sementes da UTFPR. Foram conduzidos simultaneamente dois ensaios, um com Lolium multiflorum e outro com Raphanus sativus L, ambos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. Sobre as sementes destas espécies foram avaliadas quatro concentrações de extrato aquoso de chia (1,0; 2,5, 5,0 e 10,0%), mais um tratamento testemunha utilizando água destilada.
  • 3. Inicialmente as plantas de chia foram cultivadas a campo até a formação das sementes e início da maturação (aproximadamente 110 dias após emergência (DAE)). Neste período foi realizada a coleta das folhas as quais foram inseridas em sacos de papel e colocadas em estufa a 60° C por 48 horas, para secagem. Após este período as folhas foram moídas em moinho do tipo martelo com granulometria de aproximadamente 2 mm. Em laboratório, os extratos foram preparados na concentração de 10% peso/volume, ou seja, 1.000 ml de água destilada para 100 gramas de material elaborado a partir das folhas moídas. A solução foi inserida em recipientes de vidro e permaneceu por 24 horas em temperatura ambiente. Após esse período a mesma foi filtrada, diluída e obtida as concentrações de extratos aquosos. O teste de germinação das sementes foi realizado sobre papel Germitest dispostos em caixas Gerbox. Para tanto, foram alocadas 25 sementes em cada caixa e adicionadas 10 ml de extrato para cada tratamento. A germinação foi realizada em câmara de crescimento (B.O.D.) a ±24 °C, com fotoperíodo de 12/12 horas luz/escuro. Após a germinação da primeira semente, foram realizados sete dias de avaliações, onde foram realizadas contagens do número de plantas germinadas, para estabelecer posteriormente o índice de velocidade de emergência e o tempo médio de germinação (dias-1 ). Ao final do período, foi avaliado a germinação (%), o comprimento da radícula (cm) e da parte aérea (cm). O comprimento da radícula e do hipocótilo foram determinados pela medida de 15 plântulas por unidade experimental. Posteriormente a radícula e o hipocótilo foram separados e secos em estufa a 60° C para determinação da massa seca. Os valores de germinação foram transformados por arco seno √x/100 para atender os pressupostos de homogeneidade e normalidade. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, adotando-se o nível de significância (ANOVA) a 5% (p<0,05) de probabilidade. As variáveis que apresentaram efeito significativo foram submedidas a análise de regressão linear e quadrática, sendo que quando ambas eram significativas optou-se por aquela que apresentava maior valor de P. A análise foi realizada com auxílio do software Sisvar 5.5 (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com a ANOVA, houve efeito das concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L. sobre a germinação de sementes, índice de velocidade da emergência e comprimento da raiz de Raphanus sativus L. (Tabela 1). Já para o Lolium multiflorum, observou- se na Tabela 2, efeito significativo (p<=0,05) apenas para o comprimento da raiz (CR) e massa seca da raiz (MSR). A Figura 1 mostra que houve efeito linear das concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L., sobre a germinação das sementes (Figura 1 A), índice de velocidade da emergência (Figura 1 B) e comprimento da raiz (Figura 1 C) de Raphanus sativus L. Tabela 1. Resumo da análise de variância (ANOVA) para germinação de sementes (GS), índice de velocidade da emergência (IVG), tempo médio de germinação (TMG), comprimento da parte área (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca parte área (MSPA) e massa seca raiz (MSR) de Raphanus sativus L., submetidos a diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019) GS IVG TMG CPA CR MSPA MSR P 0,0027* 0,0004* 0.8420ns 0,4787ns 0,0149* 0,0723ns 0,2853ns Média 87,80 10,26 2,48 8,63 6,21 7,85 1,05 CV (%) 7,37 10,16 8,74 26,56 17,38 9,01 24.99 P Linear 0,007* 0,001* ---- ---- 0,018* ---- ---- P Quadrática 0,028* 0,018* ---- ---- 0,076ns ---- ---- P<0,05 = significativo ao nível de 5% de probabilidade (*). P>0,05 = não significativo (ns ). CV=Coeficiente da variação.
  • 4. Tabela 2. Resumo da análise de variância (ANOVA) para germinação de sementes (GS), índice de velocidade da emergência (IVG), tempo médio de germinação (TMG), comprimento da parte área (CPA), comprimento da raiz (CR), massa seca parte área (MSPA) e massa seca raiz (MSR) de Lolium multiflorum, submetidos a diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019) GS IVG TMG CPA CR MSPA MSR P 0,2120ns 0,1050ns 0,2546ns 0,0543ns 0,0009* 0,2652ns 0,0131* Média 85,40 7,79 1,44 6,88 6,89 0,71 1,49 CV (%) 9,15 10,26 19,23 10,14 11,11 17,52 7,40 P Linear --- --- --- --- 0,001* --- 0,2889ns P Quadrática --- --- --- --- 0,006* --- 0,005* P<0,05 = significativo ao nível de 5% de probabilidade (*). P>0,05 = não significativo (ns ). CV=Coeficiente da variação. Figura 1. Germinação de sementes (A), índice de velocidade da emergência (IVG) (B), tempo médio de germinação (TMG) (B), comprimento da raiz (CR) (C) e massa seca raiz (MSR) (D) de Raphanus sativus L. e/ou Lolium multiflorum, em função de diferentes concentrações de extrato aquoso das folhas de Salvia hispânica L. - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, Brasil (2019). Observa-se que a elevação das concentrações de extrato de Salvia hispânica L. promoveu redução dos valores de ambas as variáveis, indicando alelopatia. Entretanto, o tempo médio de germinação, comprimento da parte área, massa seca parte área e a massa seca raiz de Raphanus sativus L. não foram influenciados, apresentando valores médios de 2,48 dias-1 , 8,63 cm, 7,35 mg planta-1 e 1,05 mg planta-1 , respectivamente (Tabela 1). Assim como o Raphanus sativus L., para o Lolium multiflorum, também observou-se que
  • 5. o aumento da concentração do extrato promoveu redução linear do comprimento da raiz (Figura 1 C). Porém, efeito quadrático foi observado para a variável massa seca de raiz (Figura 1 D), com menor massa (1,33 mg planta-1 ) ao ser utilizado concentração de 4,64% de extrato de S. hispânica. Não foi constado influência das concentrações para a germinação de sementes, índice de velocidade da emergência, tempo médio de germinação, comprimento da parte aérea, massa seca parte área do Lolium multiflorum L, as quais apresentaram valores médios de 85,4%, 7,74, 1,44 dias-1 , 6,88 cm e 0,71 mg planta-1 , respectivamente (Tabela 2). A intensidade do efeito alelopático gerado pelos extratos aquosos está inteiramente relacionada à espécie, e depende do tipo de tecido do qual foram extraídos, assim como, da concentração de aleloquímicos (WU et al., 2009), proporcionar variação de ação no grupo vegetal (SARTOR et al., 2015). Tal fato pode explicar a variação do efeito do extrato da Salvia hispânica L, observada sobre as duas espécies avaliadas. Para a germinação de sementes de Raphanus sativus L, resultados similares foram observados por Borella et al. (2012), utilizando extratos de Piper mikanianum sobre a germinação das sementes de Raphanus raphanistrum, espécie esta da mesma família do Raphanus sativus L, os quais verificaram redução do número de sementes germinadas, sendo esta resposta proporcional ao aumento da concentração do extrato. Borella et al. (2011) relatam que a porcentagem de germinação das sementes de Raphanus raphanistrum foi restringida significativamente pelos extratos de Schinus molle L. nos tratamentos com 4 e 8% de extrato, sendo proporcional ao aumento da concentração. Estes mesmos autores, observaram que todas as concentrações testadas de S. molle dificultaram a germinação das sementes de R. raphanistrum, sendo o efeito inibitório de germinação, proporcional ao aumento da concentração dos extratos. Souza et al. (2005), mostram uma diminuição na germinação das sementes de Lactuca sativa L. em contato com o extrato do Cymbopogon citratus (67,5%). Segundo os pesquisadores, este produz metabólitos secundários como o geraniol, citral e diterpenos com funções ecológicas conhecidas como inibidores de germinação e frequentemente apresentam toxidade elevada dependente da dose aplicada. Os resultados de germinação de sementes de Lolium multiflorum L. corroboram com Pelegrini d Cruz-Silva (2012), os quais utilizando extratos aquosos de folhas frescas do Plectranthus barbatus, espécie da mesma família botânica da Salvia hispânica L, observaram que não houve efeito alelopático sobre a germinação de sementes de alface em concentrações menores que 30%. Neste contexto, pode-se supor que as concentrações de extrato da folha de Salvia hispânica L eram baixas, fato este que contribuiu para a não diferenciação estatística do de Lolium multiflorum L. Entretanto, apesar da análise de dados não apresentar efeito significativo para a germinação do Lolium multiflorum L., observa- se tendência de redução de 10% entre o tratamento testemunha e os tratamentos que receberam extrato de Salvia hispânica L até a concentração de 2,5% (0% extrato: 93% germinação, 1,25% extrato: 85% germinação, 2,5% extrato: 80% germinação, 5% extrato: 82% germinação e 10% extrato: 87% germinação). Alguns compostos têm atividade alelopática inibitória em altas concentrações, mas, em menores, podem não incitar o mesmo processo (GATTI et al., 2004). Sartor et al. (2015) relatam que substâncias presentes na acícula verde de Pínus diminuem a velocidade de germinação da Avena strigosa, assemelhando-se com os resultados observados no presente estudo para o Raphanus sativus L. Outros trabalhos também relatam efeito da alelopatia de extratos sobre o IVG de sementes. Para Bonfim et al. (2011) diferenças significativas foram encontradas nas concentrações do extrato aquoso de Mentha para IVG de Plantago major L. Maia et al. (2011) observaram que os extratos aquosos de Ocimum basilicum, espécie da mesma família da Salvia
  • 6. hispânica L, apresentaram efeito inibitório para o IVG de sementes de Solanum lycopersicum. Já Rosa et al. (2013), mostram em sua pesquisa que provavelmente devido ao fato de não apresentar síntese de compostos químicos danosos ao desenvolvimento das sementes e plântulas de Raphanus raphanistrum, o IVG não sofreu alterações com a exposição ao extrato de espécies de Salix. Sendo assim, imagina-se que a ação do extrato de Salvia hispânica L pode apresentar diferentes resultados em função da estrutura da semente, e que por não ter apresentado ação sobre a germinação de sementes de Lolium multiflorum L, também não apresentou capacidade de inferir sobre o índice de velocidade de emergência e tempo médio de germinação desta espécie. Segundo Ferreira e Borghetti (2004), quanto maior o índice de velocidade de emergência, maior é o vigor das sementes. Sendo assim, estas variáveis podem estar influenciando o desenvolvimento inicial das plantas. O desenvolvimento das plântulas, principalmente o comprimento da raiz, se mostra mais sensível aos aleloquímicos, pois essas substâncias levam a formação irregular das plântulas, resultando em necroses, um dos sinais mais corriqueiros em ensaios de alelopatia (FERREIRA; AQUILA, 2000). As raízes são mais sensíveis aos conteúdos presentes nos extratos quando confrontadas com outras partes da plântula (CHON et al. 2000). Este fato pode explicar a redução do comprimento da raiz do Raphanus sativus L, e os valores semelhantes de comprimento da raiz e massa seca da parte aérea e da raiz, observados nesta espécie. Para Borella et al. (2011), os extratos aquosos de folhas de S. molle provocam alterações no tamanho das plântulas de Raphanus raphanistrum. Logo provocaram redução do sistema radicular desta cultura, pois os efeitos inibitórios foram equivalentes ao aumento da concentração dos extratos utilizados, em relação ao controle. Já Khanh et al. (2006) relatam que os extratos de folhas de Passiflora edulis reduziram significativamente o sistema radicular e aéreo de plântulas de Raphanus raphanistrum. Já Gatti et al. (2004) salientam que perante a variedade da ação dos compostos secundários, principalmente na ação alelopática, os aleloquímicos podem ser considerados como contribuintes para elaboração de herbicidas naturais ou de estimulantes para o crescimento de algumas plantas. Esta variação do efeito alelopático explica a potencialização de ação com elevação da massa seca da raiz de Lolium multiflorum L (Figura 1 D). Sendo assim, outras pesquisas avaliando o efeito alelopático da Salvia hispânica L, e investigando concentrações superiores ao do presente estudo, necessitam ser realizadas, para que se confirme a possível influência alelopática das folhas de Salvia hispânica L sobre fatores de germinação de sementes e desenvolvimento inicial de plantas de outras espécies. Simões et al. (2007) descrevem que as folhas da Salvia leucophylla, pertencente ao mesmo gênero da S. hispânica, são ricas em óleos voláteis. Estes óleos, atuam como repelentes aos insetos e contribuem na redução do uso de produtos químicos na proteção dos cultivos (POZO, 2010). Além disso, estudos apontaram que terpenos voláteis, tais como 1,8-cineol e cânfora foram responsáveis pelo efeito inibitório nesta espécie (HARBORNE, 1993). CONCLUSÕES Extratos aquosos de Salvia hispânica L. apresentam alelopatia sobre Raphanus sativus, pois diminui a sua porcentagem de germinação, reduz o índice de velocidade de germinação e o comprimento da raiz da plântula. A elevação da concentração de extratos aquosos de Salvia hispânica L reduz a germinação de sementes de Lolium multiflorum e inferem sobre os valores de massa seca de raiz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, E. M.; SCHLIEWE, M. Alelopatia de Hyptis suaveolens poit (Lamiaceae). Contra Uruchloa decumbens stapf. (POACEAE). In: 8° Seminário de Iniciação Cientifica e Tecnológica. Instituto Federal de Goiás. Anais… Itumbiara, Goiás. 2014.
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