O documento discute a importância do estudo da história, abordando três pontos principais: 1) as razões para estudar história incluem evitar repetir erros do passado e entender melhor o presente e o futuro; 2) a história serve funções identitária, civil e bélica ao definir identidades, estabelecer participação no mundo e fornecer conhecimento estratégico; 3) os possíveis usos da história incluem inspiração, compreensão das regras atuais e posicionamento ético-político.
1. A História serve para fazer a Guerra
ou sobre o estudo da História
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
2. A pergunta inicial:
O que uma disciplina “livresca”...
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3. A pergunta inicial:
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
...tem a ver com um evento tão bárbaro e brutal?
4. Primeira questão:
O que se quer dizer, aqui, com “fazer a guerra”?
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5. Primeira questão:
É menos o evento e mais o jogo.
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6. Definindo guerra:
• “[A] guerra é, portanto, um ato de força para
compelir nosso oponente a fazer a nossa vontade.”
(Clausewitz, Da guerra, 1827, Livro 1, Cap. 1).
• A guerra é o conflito no seu grau máximo de
violência. (Item 3.2.4.1). Conflito é um fenômeno
social caracterizado pelo choque de vontades
decorrente do confronto de interesses(...). (Item
3.1.2) – BRASIL, Doutrina Militar de Defesa, 2ª
edição, 2007.
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7. Um pouco de História da História
A História é....
Heródoto e
Tucídides: pais
fundadores?
Clio:
A musa da
História
Isso quer dizer, existe desde sempre.
A História não tem fundador, tem mãe,
Mnemosyne (titanide), e musa, Clio.
8. Um pouco de história da História
• Não há dúvidas de que o pensamento histórico surja na
Grécia Antiga com Heródoto e Tucídides.
• Mas, a história-conhecimento se institucionaliza em
meio ao século XIX, servindo aos Estados Nacionais
nascentes por meio do estudo minucioso da
documentação de Arquivo (justificativa e legitimação dos poderes e das
demandas estatais).
• Com a Escola dos Annales (FR - 1929), desenvolver-se-á
uma História Econômica e Social, uma Demografia
Histórica, uma História Antropológica etc...
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9. Um pouco de história da História
Ao longo do século XX, com a Profissionalização e
Especialização do historiador (professor e pesquisador de
História Econômica, História Social, História da cultura, do
livro etc.);
O desenvolvimento das outras Ciências Sociais e o impacto do
Estruturalismo: tentativa de dotar as Humanidades de um
caráter científico (o sujeito não importa, o que importa é a
estrutura, o “sistema”).
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A História passa a ser o estudo da dinâmica da
sociedade e sua transformação (pós anos 1970):
Passa-se de uma abordagem que privilegia o indivíduo para o estudo de coletividades;
com uma atenção especial às mudanças.
10. A pergunta que não quer calar:
A História importa?
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11. Em que consiste essa importância?
Por quê? Por quais razões ou motivos?
Para quê? Com qual finalidade?
Para quem ela importa?
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
A importância da História
Geralmente, sob a pergunta “a História importa?”,
se encontram algumas perguntas:
12. A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
Fonte das declarações: O Tuiuti, nº 84.
http://migre.me/pHCET. Fonte das imagens: Wikipedia.
Curiosamente,
os militares enfatizam a importância
da História: Do general alemão Moltke - o Velho:
“A História Militar, por dominar a
conduta prática da guerra (e não
teórica) é uma fonte inesgotável de
ensinamentos para a formulação de
uma Doutrina Militar”.
“A leitura Crítica
da História Militar
é condição de
êxito para o
militar”.
Gal. Patton
“Para alimentar o cérebro de um
Exército na paz, para melhor
prepará-lo para a eventualidade
de uma guerra, não existe livro
mais fecundo em lições e
meditações do que o da História
Militar”. (Mal. Ferdinand Foch,
comandante francês da Primeira Guerra).
13. A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
E alguns dos possíveis usos:
O Exército dos EUA reconhece quatro maneiras de
utilização de sua História:
a) Como fonte de dados empíricos dos quais se
possam deduzir princípios e procedimentos.
b) Como um importante substitutivo de experiência
pessoal em Arte e Ciência Militar.
c) Como elemento auxiliar de redução do espaço
entre o real e o imaginário.
d) Campo base para o estabelecimento e
identificação das necessidades do presente,
relacionando-as com as do passado, bem como
para o estabelecimento de novos padrões de
pensamento e de conduta, não importando
posição social e conveniências pessoais. (p. 5)
Fonte: O Tuiuti, nº 84.
http://migre.me/pHCET
14. Utilização da História do Exército segundo
a Acad. Hist. Militar Terrestre do BR:
1. Valiosa substituta da ausência de experiência pessoal;
2. Fonte de dados empíricos, para deduzirem-se princípios ou características;
3. Fonte de dados comprovados, para viabilizar o planejamento, à luz das realidades culturais e
operacionais do Brasil;
4. Elemento auxiliar para reduzir o espaço entre o desejável e a realidade;
5. Elemento para o estudo das reações do fator de decisão do terreno brasileiro, nas operações
militares sobre ele realizadas em quase cinco séculos; (Análise crítica)
6. Meio auxiliar na instrução do combatente, sob a forma de exploração de casos históricos
brasileiros, pois o ajudará a melhor aprender e fixar ideias abstratas, conceitos e fundamentos
da Arte e Ciência da Guerra do Exército Brasileiro. Principalmente, casos que indiquem
sucessos e fracassos e apontem ensinamentos decorrentes;
7. Valioso instrumento para o desenvolvimento das forças morais do combatente do Exército.
Isto, através do culto e evocação dos heróis, feitos e tradições do Exército e da convicção, de
que ele é instrumento a serviço da conquista ou preservação dos Objetivos Nacionais
Permanentes do Brasil (ONP);
8. Fonte de exemplos edificantes de prática de virtudes militares, por militares do passado.
Assunto de grande utilidade, face a invasão que ora se percebe de novas escalas de valores, ou
axiológicas, relacionadas com o bem estar e não com a Felicidade. Esta, no caso do militar é a
satisfação do dever bem cumprido e harmonia entre seus interesses e os da Nacionalidade. Ou,
entre seus objetivos e os ONP; e
9. Elemento precioso, se pesquisado e estudado à luz da Doutrina do Exército ensinada nas
escolas do Exército (AMAN, CPOR, EsAO, ECEME).
Fonte: http://www.ahimtb.org.br/capitulo_3.PDF
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15. Para que serve a História?
(Pergunta acerca da utilidade...)
Por quê estudar História?
(Quais são as razões ou motivos do dever,
da obrigatoriedade de seu estudo.)
Para que estudar a História?
(Qual é ou quais são as finalidades de um tal estudo?)
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A importância da História
As perguntas anteriormente feitas, podem ser
reelaboradas como:
16. Respondendo algumas questões...
Para que serve a História?
A pergunta acerca da utilidade busca derivar a
importância da pesquisa histórica a partir dos
seus possíveis usos ou aplicações práticas.
É uma visão utilitária do conhecimento.
(Corolário dessa visão: o que não tem utilidade, não
vale...)
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17. A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
Em contrapartida, é possível dizer:
• A História se aplica a tudo (na medida em que
tudo o que existe tem uma história própria, uma
existência ao longo de um dado tempo), mas não é
possível ou útil definir uma serventia em
particular...
• ... Implica que a História seja “gratuita” assim como
as Artes e a Música o são, ou seja, ela não tem uma
aplicação própria ou exclusiva. Isso é positivo
porque implica uma não-obsolescência e uma
liberdade (não obrigatoriedade).
18. Retomando duas questões...
Por quê estudar História?
Quais são as razões ou motivos?
Para que estudar a História?
Qual é ou quais são as finalidades de um tal estudo?
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19. Razões (ou citações) para se estudar a
História
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado
estão condenados a repeti-lo”.
GEORGE SANTAYANA
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O dictum de Santayana:
20. Razões (ou citações) para se estudar a
História
“O progresso, longe de consistir em mudança, depende
da capacidade de retenção. Quando a mudança é
absoluta, não permanece coisa alguma a ser melhorada e
nenhuma direção é estabelecida para um
possível aperfeiçoamento; e quando a experiência não
é retida, como acontece entre os selvagens, a infância é
perpétua. Aqueles que não conseguem lembrar o
passado estão condenados a repeti-lo”. (grifos meus)
GEORGE SANTAYANA
http://super.abril.com.br/imagem/frases-santayana-1.jpg
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21. O dilema de Orwell
“Aquele que controla o passado, controla o futuro.
Aquele que controla o presente, controla o
passado.” (George Orwell, 1984)
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22. Alexis de Toqueville
• “Quando o passado não lança
mais luz sobre o futuro, o
espírito caminha nas trevas.
(A Democracia na América,
1951, vol. 2:336).
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
Quand le passé n'éclaire plus
l'avenir, l'esprit marche dans les
ténèbres.
23. Para que estudar História? Qual é a
finalidade de um tal estudo?
• Papel ou Função identitária:
dizer quem somos;
• Papel ou Função civil:
da nossa presença e participação no mundo;
• Papel ou Função bélica:
das condições e possibilidades de subjugar a
vontade do outro.
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24. Função bélica:
das condições e possibilidades de subjugar a vontade do
outro
• “Saber estratégico” que pode ter um caráter
emancipatório ou de controle e manipulação.
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25. Função bélica:
das condições e possibilidades de subjugar a vontade do
outro
• Inspiração:
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26. Função civil:
da nossa presença e participação no mundo
• Estar presente nesse mundo aqui e agora requer
algum conhecimento do que veio antes, do
legado que temos ou das condições a que
estamos submetidos, e das regras do jogo que
teremos que jogar ou não.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
27. Função civil:
da nossa presença e participação no mundo
• Estar presente nesse mundo aqui e agora requer
algum conhecimento do que veio antes, do
legado que temos ou das condições a que
estamos submetidos, e das regras do jogo que
teremos que jogar ou não.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
ÉTICA
28. Função civil:
da nossa presença e participação no mundo
• Estar presente nesse mundo aqui e agora requer
algum conhecimento do que veio antes, do
legado que temos ou das condições a que
estamos submetidos, e das regras do jogo que
teremos que jogar ou não.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
ÉTICA
SOLIDARIEDADE
29. Função civil:
da nossa presença e participação no mundo
• Estar presente nesse mundo aqui e agora requer
algum conhecimento do que veio antes, do
legado que temos ou das condições a que
estamos submetidos, e das regras do jogo que
teremos que jogar ou não.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
ÉTICA
SOLIDARIEDADE
POSICIONAMENTO
POLÍTICO
30. Função identitária: dizer quem somos
• É graças a História que nos reconhecemos como
parte da comunidade humana, de uma dada
nação ou país, tradição etc. Constituímos nossa
identidade e instituímos uma alteridade.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
Quem é o Outro? Qual é o tipo de relação que temos com ele?
31. Recapitulando:
Por quê estudar História?
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão
condenados a repeti-lo”. (George Santayana)
“Aquele que controla o passado, controla o futuro. Aquele que
controla o presente, controla o passado”. (George Orwell).
“O passado não iluminando mais o futuro, o espírito marcha
nas trevas”. (Alexis de Tocqueville).
32. Recapitulando:
Para que estudar História?
• Saber quem nós somos, quem são os outros
(função, finalidade identitária).
• Estabelecer nossa presença e participação no mundo
(função ou finalidade civil).
• Trabalhar pela emancipação ou pelo controle e
manipulação do outro (função ou finalidade bélica).
34. O relativismo ou “vale-tudo” mesmo?...
• “Valor é sempre valor para uma determinada
pessoa ou para um determinado grupo de
pessoas, portanto, relativo.” (H. J.
KOELREUTTER, Sobre o valor e o desvalor
da obra de arte)
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
35. O relativismo ou “vale-tudo” mesmo?...
• “Valor é sempre valor para uma determinada
pessoa ou para um determinado grupo de
pessoas, portanto, relativo.” (H. J.
KOELREUTTER, Sobre o valor e o desvalor
da obra de arte)
• “Os valores são relativos, MAS NÃO SÃO
INDIFERENTES.” (Beatriz SARLO).
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36. Pela objetividade...
• “Devemos mudar nossas concepções e
abandonar nosso hábito de igualar o pessoal ao
subjetivo e o objetivo ao fatual ou impessoal”.
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
Hannah ARENDT,
Homens em tempos sombrios,
p. 68.
37. Pela objetividade...
• “Como se reconhecem os valores objectivos? São
valores reconhecidos por todos como tal. Por
exemplo, se eu afirmar que misturando, amarelo-
limão com o azul-turquesa se obtém um verde, quer
se use têmpera, óleo, acrílicos, ou pastéis, estou a
afirmar um valor objectivo. Não se pode dizer: para
mim o verde obtém-se misturando o vermelho com
o castanho. Num caso desses consegue-se um
vermelho sujo, em certos casos um teimoso dirá que
para ele isso é um verde, mas será apenas para ele e
para mais ninguém.” (grifos meus)(Bruno Munari,
Das coisas nascem coisas. Lisboa: Edições 70,
1981)
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
38. Pela objetividade...
• “A objetividade é o resultado de um trabalho”.
(Francis VANOYE – Usos da linguagem).
Ela não está dada, requer fidelidade...
• “O acesso à fidelidade não é fácil, ela tem de ser
conquistada; ela implica abandonos frequentes,
mas não irresponsáveis.” (Tzvetan TODOROV,
Poética da prosa).
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
39. Muito Obrigado pela atenção!
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
40. Para uma outra visão:
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41. Referências:
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
CHAUNU, Pierre. História como ciência social: a duração, o espaço e o homem
na época moderna. Rio de Janeiro: Zahar 1976. FFLCH-USP 901 C498hP e.2
DOSSE, Francois. A história em migalhas: dos annales a nova história. São
Paulo: Ensaio 1994. FFLCH-USP 909 D724hp 1994
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, história
visual: balanço provisório, propostas cautelares. Revista Brasileira de
História, São Paulo , v. 23, n. 45, p. 11-36, jul. 2003 .
GOLDMANN, Lucien. Ciências humanas e filosofia : que é a sociologia? 12. ed.
Rio de Janeiro : Bertrand Brasil, 1993. FFLCH-USP 109 G619sP 12.ed.
BENTO, Cláudio Moreira. Como estudar e pesquisar a História do Exército.
Brasília: EME/AHIMTB, 1999, 2ª edição. Dispoível em:
http://www.ahimtb.org.br/comoestudar.htm
42. Referências:
A importância da História - Rodrigo Carlos do Nascimento (bacharel pela USP).
HARTOG, François (org.)A história de Homero a Santo Agostinho(trad.
Jacyntho Lins Brandão). Belo Horizonte: UFMG 2001.
LACOSTE, Yves. A geografia - isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Campinas: Papirus, 2005.
BRASIL, Doutrina Militar de Defesa, 2ª edição, 2007. Disponível em:
http://www.defesa.gov.br/arquivos/File/legislacao/emcfa/publicacoes/md51_
m_04_doutrina_militar_de_defesa_2a_ed2007.pdf
CLAUSEWITZ, Carl von, Da guerra, 1827 . Disponível em:
https://www.egn.mar.mil.br/arquivos/cepe/DAGUERRA.pdf
KOELLREUTTER, H. J.. Sobre o valor e o desvalor da obra de arte. Estudos
Avançados., São Paulo , v. 13, n. 37, p. 251-260, Dec. 1999 .
SARLO, Beatriz. Los estudios culturales y la crítica literária en la encrucijada
valorativa. Disponível em:http://cholonautas.edu.pe/modulo/upload/sarl.pdf