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Revista Canavieiros - Outubro de 2009

1
2

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Editorial

Tamanho é
documento

O

faturamento do agronegócio
da cana já não é mais mistério. O estudo “Mapeamento e
Quantificação do Setor Sucroenergético”, realizado por uma equipe de
pesquisadores liderada pelo professor Marcos Fava Neves, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração
da USP, mostrou que, se considerada a somatória das vendas da cadeia, a movimentação chega a US$
86,8 bilhões.
O faturamento em 2008 foi de US$
28,15 bilhões, equivalente a quase 2%
do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. O estudo foi apresentado em
Brasília, durante encontro promovido
pela Unica, e está detalhado na Reportagem de Capa desta edição.
A Entrevista deste mês aborda
questões que têm preocupado o setor produtivo. Uma delas é o prazo
para a averbação das áreas de reserva legal, que termina no dia 11 de dezembro. Para falar a respeito, a diretora-executiva da Abag-RP (Associação
Brasileira do Agronegócio da Região
de Ribeirão Preto), Mônika Bergamaschi, é a entrevistada do mês.
A secção Novas Tecnologias traz
as novidades sobre variedades de
cana-de-açúcar que os institutos de
pesquisas irão lançar. Até o ano que
vem, pelo menos sete variedades serão apresentadas ao mercado.

o assessor técnico da Orplana, Enio
Roque de Oliveira, trata em seu artigo
da importância de o produtor conhecer
antecipadamente o potencial de rendimento da matéria-prima.
A coluna “Assuntos Legais”, assinada pelo advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, traz esclarecimentos sobre a adoção do sistema de licenciamento ambiental unificado no Estado de São
Paulo e também os novos mecanismos
de financiamento lançados pelo BNDES
para incentivar o setor ambiental do país.
O secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, está no
Ponto de Vista. Seu artigo “Pré-sal não
pode ser o pós-etanol” ressalta a importância de se estimular a produção de biocombustíveis.
O dia de campo realizado pela Canaoeste em parceria com a Case IH está
em Notícias Canaoeste deste mês. O
evento reuniu produtores e cooperados da região de Ribeirão Preto para a
demonstração da colhedora recém lançada, a A4000 pela empresa. Já a secção Notícias Copercana traz as novidades em Descalvado.
Em “destaque”, o assunto é a cana
transgênica. A reportagem aborda o interesse do Brasil em pesquisas biotecnológicas para variedades de cana-deaçúcar geneticamente modificadas.

São três os artigos técnicos. O assistente de Controle Agrícola da Canaoeste, Thiago Silva, aborda o acompanhamento da safra 2009/2010.

Na coluna Pragas e Doenças é feito
um alerta aos produtores sobre a ferrugem alaranjada, que este ano já foi constatada na Nicarágua, Costa Rica e Panamá. A preocupação agora é quanto à
chegada ao Brasil.

Em outro artigo, o gerente regional fornecedores do CTC, Mauro Sampaio Benedini, apresenta as discussões que surgiram sobre plantio mecanizado durante o seminário CTC. Já

Além de todas estas notícias, você
também poderá encontrar nesta edição
as informações setoriais do assessor
técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso,
dicas de leitura e Língua Portuguesa.
Boa leitura!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Quanto movimenta o
setor sucroenergético?
Estudo inédito mapeou e
quantificou cada elo da cadeia
produtiva e concluiu que o
faturamento do agronegócio da
cana, em 2008, foi de US$
28,15 bilhões

Pag.
Pag.

DESTA
DESTAQUES

OUTRAS

Entrevista
Mônika Bergamaschi
Diretora-executiva da AbagRP RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região
de Ribeirão Preto)
Dificuldades à vista

05

P a g .

P a g .

P a g .
P a g .

P a g .

14

ASSUNTOS
LEGAIS

15

PRAGAS E
DOENÇAS

NOVAS
TECNOLOGIAS
16

Economista, é o secretário de
Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo e presidente do CONSEA.
Pré-sal não pode ser o
pós-etanol

08

10

Copercana
- Descalvado ganha loja de magazine

Notícias

12
Canaoeste
- Case IH e Canaoeste realizam dia
de campo

Notícias
Cocred
- Balancete Mensal

P a g .

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

28

ARTIGO
TÉCNICO I

TIRAGEM:
11.000 exemplares

30

ARTIGO
TÉCNICO II

P a g .

26

P a g .

P a g .

ARTIGO
P a g .
3 2 TÉCNICO III
CULTURA
P a g .

P a g .

18

36

AGENDE-SE
P a g .

37

P a g .

38

Artigo Técnico g I
P a
.
Acompanhamento da
safra 2009/2010

EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Carla Rossisni
Cristiane Barão
Rafael H. Mermejo

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

24

P a g .
P a g .

P a g .

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

DESTAQUE
P a g .

João Sampaio

JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Janaina Bisson
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

Ponto de vista

Notícias

22

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814

28

CLASSIFICADOS

ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
w w w.r evistacanavieiros.com.br

Artigo Técnico II
Rendimento industrial:
Uma aproximação
Enio Roque de Oliveira - Assessoria Técnica/ORPLANA

4
4

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

Pag.

30

w w w.twitter.com/canavieiro s
redacao@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

Mônika Bergamaschi
Diretora-executiva da Abag-RP RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto)

Dificuldades à vista

Cristiane Barão

O

prazo para a averbação das áreas de reserva legal termina no dia 11 de dezembro e isso tem deixado
os produtores preocupados. Se nada acontecer até lá, a situação pode se agravar. Essa é a opinião
da diretora-executiva da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), Mônika Bergamaschi.
Segundo ela, há três possibilidades: que a matéria seja declarada inconstitucional, que o novo Código Ambiental Brasileiro seja aprovado ou que o decreto que determinou a data seja postergado. No entanto, essa não é
a única preocupação do setor. A atualização dos índices de produtividade, a dificuldade de comunicação com o
governo e com a sociedade também tiram o sono dos agentes do agronegócio nacional. Leia a entrevista que ela
concedeu à Canavieiros na sede da Abag-RP.
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

5
Entrevista
Canavieiros – Até o dia 11 de de- úteis, até esse prazo (11 de dezembro) daqui a um ano a lei mude novamente e
zembro pode acontecer alguma coisa ou tudo isso fosse visto, analisado. No todos sejam colocados na ilegalidade
o produtor deve averbar e ponto final? entanto, o problema está no embate en- de novo? A única coisa que garantiria
Mônika Bergamaschi – Existem al- tre ruralistas e ambientalistas. E seria alguma segurança é, primeiro, o cumgumas medidas que estão sendo toma- bom que isso acabasse primeiro. O que primento da Constituição Federal, onde
das. Há um grupo que entrou com uma é importante observar é que o homem está dito: irretroatividade das leis, diAdin (Ação Direta de Inconstituciona- saiu do centro da discussão e virou um reito de uso aos legítimos proprietárilidade). Essa ação é da CNA e recebeu biocentrismo. E não sabemos qual o re- os. Só isso já resolveria um monte de
recurso da CNI. A gente sabe que existe flexo de não ter um código e o que pen- problema. E uma questão a mais, que é
um parecer do relator do Supremo Tri- sa a sociedade brasileira que, no fundo, dividir com a coletividade todo o ônus
bunal Federal para ser levado (o pare- é quem liquida a conta.
da preservação ambiental, que hoje
cer) à votação. O teor desestá só nas costas do prose relatório a gente ainda "O interessante seria que houvesse uma lei dutor. O segundo ponto
não sabe, mas é uma posguarda-chuva federal que estabelecesse mais importante é que, ensibilidade que a reserva
quanto nós tentarmos fazer
alguns parâmetros e, a partir daí, cada
legal seja considerada inuma política ambiental para
constitucional. O que
um país com essa dimensão
Estado legisla em seu território."
acontece a partir daí, é um
e diversidade de solo, de
outro problema. Não significa que, por
Canavieiros – Quais os principais clima, de vegetação, não vamos prosser inconstitucional, nada mais terá de pontos que o setor produtivo defende seguir. Tudo o que fizermos para a conser feito. Existe um outro projeto, que é neste Código Ambiental?
servação da Amazônia passa a ser exo do Código Ambiental Brasileiro, apreMônika – O principal ponto é de (o cessivo para as outras regiões do país.
sentado pela Frente Parlamentar da Código Ambiental) estar calcado em O que for permissivo para as outras
Agropecuária, e que, de uma certa ma- questões técnicas e científicas. Isso regiões será danoso para a conservaneira, é como se fosse uma pós-Adin. E propiciará que as pessoas, com base ção da Amazônia. O interessante seria
existe ainda uma possibilidade de que, em algo real e no risco de um problema, que houvesse uma lei guarda-chuva
pela própria inoperância, o próprio de- façam a recomposição. Absolutamente federal que estabelecesse alguns parâcreto (6.514/2008) seja mais uma vez o setor não defende quem fez desmata- metros e, a partir daí, cada Estado lepostergado. Até 11 de dezembro é fato mento ao arrepio da lei. Isso precisa gisla em seu território.
que, ainda que todo mundo tivesse tido ficar muito claro. O que não pode, pora boa vontade de correr atrás de cartóri- que nos dá uma insegurança, é exataCanavieiros – Você acha que esses
os, técnicos e tudo, não teria tempo há- mente isso: como a lei mudou e colo- pontos são negociáveis com os ambibil. Em algum lugar aí no meio deve estar cou na ilegalidade, o que é que nos entalistas?
a solução. É isso que a gente tem tenta- garante que, se fizermos uma adequaMônika – Uma coisa é fazer polítido buscar. Resumindo: não acho que 11 ção com base no que está dito agora, ca agrícola sentado na Faria Lima ou
de dezembro seja simplesmente (o prazo final para) a averbação. Acho que, se
nada acontecer até lá, pode ser o começo de uma fase mais crítica do que a gente vive hoje.

“

Canavieiros – O projeto do Código Ambiental já tramita na Câmara
dos Deputados. Há uma Comissão Especial para reunir todas as matérias
que tratam de legislação ambiental e
florestal e colocar esse projeto único
em votação até o dia 11 de dezembro.
No entanto, o embate entre ruralistas
e ambientalistas é grande. Você acha
que esse prazo é possível, considerando que há mais de 300 projetos a serem analisados?
Mônika – Esse trabalho de consolidação das leis já está muito andado pelo
grupo que ajudou a escrever o Código
Ambiental. A estrutura da comissão permitiria que em 45 sessões, que são dias
6

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Entrevista
na Avenida Paulista ou lá em Brasília.
Outra coisa é vir aqui e sentir o que
acontecesse. Se esses grupos se dispusessem a vir para cá e verificar
como é possível fazer essa composição entre produção e conservação,
veriam que é mais do que uma simples nota ou lei. É possível fazer compensação? O produtor de cana está
perdendo renda há três anos e mesmo que a compensação custe R$ 1,00,
mesmo assim ele terá dificuldade porque não é só comprar a área. Ele tem
de cuidar. E juridicamente, colocar
todo mundo na ilegalidade é um problema. À medida que não cumprimos
a nossa própria lei, estamos fora de
qualquer mercado internacional. Há
de se ter um bom senso, que me leva
a crer que um consenso será possível sim. E o próprio governo viu, andando por aí afora, que não dá, que
ninguém está fazendo – não porque
não queira, mas porque não dá.
Canavieiros – O pagamento
por serviços ambientais é possível
no Brasil?
Mônika – Acho que é a solução.
Uma floresta ou uma área, se ele (produtor) não for obrigado por lei, ele só
manterá se tiver rentabilidade. Esse é
um meio, mas temos ainda de estudar
e achar uma maneira de fazer: de onde
virão os recursos, quem gerencia,
como fazer com que os recursos cheguem às mãos do produtor.
Canavieiros – A revisão dos índices de produtividade é uma discussão que ora ou outra vem à tona.
Como o setor está lidando com isso?
Mônika – É uma medida claramente eleitoreira, já que não tem mais
sentido que isso exista. Isso foi colocado há muito tempo, por uma questão de necessidade, de segurança alimentar, de fazer com que as pessoas
produzissem mais. Se existe latifúndio é um ou outro. Mas, nas áreas
produtivas todos estão tentando produzir cada vez mais, com cada vez
menos insumos, e quando isso (produtividade) cai, não é porque o produtor ficou sentado olhando, mas
porque aconteceu alguma coisa. Não
há necessidade disso, ainda mais para
o fim de desapropriação para reforma

agrária. A CNA divulgou um relatório que mostra que 37% dos assentamentos não produzem nem para o
próprio consumo. Não tem razão
(para atualizar os índices). Outra coisa: não falta comida no Brasil. Falta
renda para comprar comida. Não falta energia, fibra. O Brasil é exportador. É eleitoreiro (atualização dos índices de produtividade), corre o risco sim de passar por uma canetada e
é outra briga que vamos ter. Uma coisa é a versão. Outra é o fato. O setor
está aí, rendendo divisas, gerando
emprego, alimentando. E qual é o reconhecimento que existe por parte
do governo? Nenhum.
Canavieiros – Bastou uma reunião com o MST para que o governo
prometesse a atualização dos índices de produtividade. V acha que
ocê
há uma identificação ideológica entre o governo e os movimentos sociais ou o setor se comunica mal com o
governo e com a sociedade?
Mônika – Os dois. Temos dificuldades sérias de comunicação. O setor sabe do quanto é capaz, do quanto produz, mas acha desnecessário
dizer isso. Aqui, especificamente, temos tentando mostrar isso. E algumas outras regiões também têm tentado. Mas a população não sabe o
que é isso: há ainda um desconhecimento grande de cadeia produtiva,
de mercado, de comércio. Falta comunicação. Tem um fator ideológico
e também eleitoreiro.
Canavieiros – Quais os focos que
o setor deve ter neste momento?
Mônika - A comunicação, a educação, o fortalecimento das entidades são muito importantes. E mais do
que isso: estamos à beira de um processo eleitoral. É muito importante
trazer agora as pessoas que defendam as nossas ideias e interesses,
que querem o nosso voto. E não só
prometer, mas que assumam compromissos formais e que haja, depois da
parte dos associados, dos eleitores,
uma cobrança sobre eles. È meio utópico, mas estamos fazendo isso há
muitos e muitos anos. A coisa hoje
não é mais jurídica, não é mais econômica. Tudo é política.
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

7
Ponto de Vista

Pré-sal não pode ser o
Pré-sal não pode ser o
pós-etanol
pós-etanol
João Sampaio*

A

s jazidas de petróleo do pré-sal,
mais uma dentre as imensas
dádivas naturais do Brasil, são
uma riqueza expressiva e, sobretudo,
um consistente diferencial competitivo
no comércio exterior. Se o cronograma
de extração não sofrer alterações e se
viabilizarem os elevados investimentos
previstos, a produção deverá iniciar-se
em cerca de dez anos, conferindo sobrevida à velha economia baseada na
queima de combustíveis fósseis, persistente em numerosos países sem alternativas viáveis para alterar suas matrizes energéticas.
O Brasil, nação detentora das melhores condições do mundo (áreas disponíveis, solo, clima e tecnologia) para a produção de biocombustíveis, em especial
o etanol, terá, então, posição privilegiada. Poderá ampliar cada vez mais o uso
interno de fontes renováveis, menos
poluentes e sem a mínima suscetibilidade às crises internacionais e se tornar
exportador de petróleo para nações que
não dispõem de reservas e não têm
quaisquer condições de produzir canade-açúcar em larga escala, embora desejassem muito poder fazê-lo. Basta uma
estratégia eficaz para tornar essa equação da matriz energética um dos trunfos
de nosso desenvolvimento.
Desprezar a importância do pré-sal
seria tolice tão desmedida quanto um
retrocesso nos programas dos biocombustíveis, em especial o etanol. Por isso,
são preocupantes algumas posições e
atos de organismos públicos federais
que, de repente, parecem esquecer as
conhecidas vantagens socioeconômicas e ambientais da cadeia produtiva
da cana-de-açúcar, empregadora de
mão-de-obra intensiva, grande exportadora e base de um processo dinâmico
de aporte tecnológico — os automóveis flex são um ótimo exemplo! Mais
grave: esboçam-se ataques ao setor,
num movimento estranhamente proporcional à substituição dos biocombustíveis pelo monopólio semântico do pré8

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

sal no discurso energético do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentre tais manifestações, inclui-se
a recente Nota Verde do Ministério do
Meio Ambiente e do Ibama, com a anunciada intenção de disponibilizar à sociedade informações relativas aos níveis
de emissão veicular gerados por carros
leves de passeio. O documento chega à
“brilhante” conclusão de que, em muitos casos, o etanol polui mais do que a
gasolina. Utilizou-se metodologia inadequada para fazer parecer correta uma
conclusão muito distorcida quanto aos
volumes de monóxido de carbono. Compararam-se modelos diferentes de veículos, inclusive alguns importados,
com graus muito díspares de tecnologia embarcada. Um verdadeiro atentado contra os preceitos da ciência, da
pesquisa e da ética. Quanto a este último item, cabe a ressalva: se motivado
por dolo e não mera incompetência...
A análise não respeitou os rigorosos
critérios aplicados na homologação de
veículos. Além disso, ignorou por completo os gases causadores do efeito estufa. Neste quesito, o etanol derivado
de cana-de-açúcar apresenta boas propriedades, pois é praticamente neutro
quanto às emissões de dióxido de carbono. Ou seja, a Nota Verde é um desserviço à Nação, ao colocar em cheque
trinta anos de avanços concretos no
desenvolvimento do etanol como combustível mais barato, limpo e renovável.
Como se não bastasse, o Ministério
do Meio Ambiente acaba de divulgar o
seu Plano de Ação para Controle do Desmatamento no Cerrado, apontando a
cana-de-açúcar como uma das principais
causas da devastação. Como se sabe,
isso não procede, considerando que 98%
da cultura não provocam o corte de uma
árvore sequer, pois são utilizadas áreas
há muito tempo destinadas à agropecuária. E, num ato que até parece articulado com aquele programa, o Governo Federal lançou o Zoneamento Agroecoló-

gico da Cana-de-açúcar. Em tese, tratase de prática conceitualmente correta, à
medida que coíbe qualquer desmatamento para se fazer uma plantação. Até aí,
nada contra. O projeto, entretanto, coloca restrições à lavoura até mesmo em áreas agrícolas e pastoris já existentes.
Toda essa artilharia contra a cadeia
produtiva da cana-de-açúcar, incluindo a
insinuação de que o pré-sal pode significar a obsolescência do etanol, parece inserir-se num olhar distorcido pelo comprometimento ideológico do governo com
o MST, que sequer existe juridicamente, a
CUT e movimentos de intenções dúbias.
Por conta disso, os produtores rurais em
geral têm sido ameaçados por propostas
como o exagerado aumento da produtividade mínima das fazendas e a reforma do
Código Florestal, além de prejudicados por
medidas como as sanções relativas às reservas Legais e áreas de preservação permanente. Criou-se um clima de instabilidade para o agronegócio, numa atitude
de desrespeito ao setor e à sociedade, a
maior prejudicada pelos equívocos e desmandos das políticas públicas.
*João Sampaio, economista, é o
secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e
presidente do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional
Sustentável (CONSEA).
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

9
Notícias
Copercana

Descalvado ganha loja de
Descalvado ganha loja de
magazine
magazine
Carla Rodrigues

Agora já são mais de dez mil novos produtos disponibilizados pela Copercana na cidade

D

epois de a Copercana incorporar a antiga cooperativa Coper
van, em Descalvado, em fevereiro de 2008, trazendo para seus cooperados as melhores novidades do mercado, agora a cidade ganhou o Magazine, que traz uma ampla linha de artigos domésticos aos produtores.
Com a inserção do Magazine à loja,
já são mais de dez mil novos produtos
disponibilizados pela Copercana em
Descalvado, o que garante qualidade
e agilidade na compra de seus cooperados/clientes. "Estamos muito otimistas com a chegada do Magazine. Além
de gerar novos empregos, também temos grande expectativa com o público feminino", conta o encarregado de
loja, Breno Mazola.
Antes, a loja disponibilizava aos
produtores somente alguns produtos
e, para a linha automotiva, apenas lubrificante. Hoje, com 600 cooperados
e mais 100 novos clientes cadastrados
no sistema da Copercana, a loja tem
capacidade de oferecer produtos diversificados, como pneus, baterias,
hidráulicos, linha de filtro, ferramentas, defensivos, grãos, farelos, fertilizantes entre outros.
O cooperado Laudemir Antônio
Romanello, de Descalvado, é criador
de suínos e pecuarista. Para realizar a
engorda de seus animais, ele procura
pelos produtos da Copercana, que
sempre trouxe bons resultados para

Fachada do Magazine/Ferragens
Copercana de Descalvado

sua criação. "Venho
aqui na loja da Copercana para comprar aquilo que preciso para fazer meu
trabalho, pois eu sei
que são produtos
de grande qualidade e, além disso, as
formas de pagamento oferecidas são as
melhores que nós,
produtores rurais,
podemos encontrar
no mercado", explicou Romanello.

Além de Descalvado, a Copercana de Santa Cruz das Palmeiras também conta
com produtos do Magazine e a cidade de Santa Rosa de Viterbo é a próxima a
ganhar o seu próprio Magazine.
Parte interna da loja
Parte interna da loja

10

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

O cooperado Laudeir Antônio Roimanello ao lado de
Breno, encarregado da loja de ferragens de Descalvado

Aqui você encontra uma grande
Aqui você encontra uma grande
variedade de produtos
variedade de produtos
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

11
Notícias
Canaoeste

Case IH e Canaoeste
realizam dia de campo
Carla Rodrigues

Evento reuniu cooperados para demonstração de colhedora

O

Projeto Case IH Advanced
Show chegou a São Paulo para
trazer informações até o produtor e no dia 16 de outubro foi a vez
da região de Ribeirão Preto conhecer
na prática seus produtos.
Em parceria com a Canaoeste, a Case
IH realizou um dia de campo na Usina
Viralcool, em Pitangueiras, reunindo
cooperados, produtores e convidados
para a demonstração da colhedora recém lançada pela empresa, a A4000.
Também conheceram melhor o trabalho da colhedora A8000 e os tratores
das linhas Farmall e Maxxum.
A colhedora A4000 foi criada para
atender àqueles produtores de canade-açúcar que trabalham com espaçamento entre linhas reduzido, a partir de
1,0 m, e apresenta funções bastante similares à A7000.
De acordo com o especialista em
marketing de produção da Case IH,
Roberto Biasotto, esta colhedora foi
desenvolvida para complementar o
trabalho realizado pela A7000, pensando sempre em contribuir com a
dimensão da cana. “Com esta máquina o produtor consegue colher uma
linha por vez sem pisotear as soqueiras, aumentar a qualidade do corte,
reduzir os índices de perda de produção e gerar uma melhoria em seu canavial”, explicou o especialista.

Luis Carlos Tasso Júnior (diretor Canaoeste), Fernando dos Reis Filho (diretor Cocred), Gustavo
Nogueira (Canaoeste), Fábio Tonielo (Virálcool), Lucas Gaspar Doarte (gerente Fazenda Três Barras)

Esta colhedora permite ao produtor colher até 58 toneladas por hectare
e sua produtividade gira em torno de
20 toneladas por hora. Seu custo de
aquisição é bem competitivo dentro do
mercado e seu trabalho é suficientemente satisfatório para fornecedores e
usinas de baixo espaçamento.
Seu diferencial está no modelo compacto, que possibilita uma maior rapidez
no transporte, chegando a alcançar uma
velocidade de 16 km/h e também em seu
tanque de combustível, que tem capacidade para 210 litros, fazendo com que
diminua as paradas para abastecimento.
“Por mais que seja uma máquina simples
e menor, ela possui toda a força de uma
colhedora maior”, disse Biasotto.

Participantes e equipe da
Case IH presentes no evento

12

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

O produtor
de cana, Fernando dos Reis
Filho, se mostrou bastante
satisfeito com o
resultado da
colhedora e
acredita que

Colhedora A4000 durante demosntração no Dia de Campo

eventos assim influenciam na decisão
do produtor na hora da compra.
“Para mim estes encontros deveriam ser realizados no mínimo uma vez
por mês, pois além de sairmos da rotina, fazemos uma troca de ideias e
informações muito interessantes, o
que é uma necessidade para o produtor. Hoje pude ver o trabalho realizado por esta máquina e estou bastante satisfeito com o resultado, é ideal
para quem busca melhoria na produção”, conclui Reis Filho.
Consecana

Notícias
Canaoeste
CIRCULAR Nº 09/09
DATA: 30 de setembro de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Est ado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de SETEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à
Safra 2009/2010, é de R$ 0,2996.
O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e os acumulados
até SETEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado
externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao
mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e os acumulados
até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:
Assuntos Legais

Estado de São Paulo adota o
sistema de licenciamento
ambiental unificado.

N

o Estado de São Paulo, um intrincado sistema de comando
e controle ambiental das atividades produtivas, que era formado por
quatro departamentos do sistema estadual de meio ambiente - DEPRN (Departamento Estadual de Proteção de
Recursos Naturais), DUSM (Departamento de uso do Solo Metropolitano),
DAIA ( Departamento de Avaliação de
Impacto Ambiental) e CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento
Ambiental) - foi simplificado com a edição da Lei Estadual nº 13.542/2009, que
entrou em vigor em 07/08/2009, criando a “Nova CETESB” - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.

A referida agência ambiental passa, a partir de então, a licenciar todos
os empreendimentos no Estado, pleito
antigo do setor produtivo, da sociedade e do próprio sistema ambiental, o
que significa que o cidadão e/ou o empreendedor terá agora apenas um caminho (balcão único) para licenciar sua
atividade produtiva. Além de manter a
função de órgão fiscalizador e licenciador de atividades consideradas potencialmente poluidoras, passa a licenciar
atividades que impliquem corte de vegetação e intervenções em áreas de
preservação permanente e ambientalmente protegidas, ficando ressalvado
que o licenciamento de atividades e em-

preendimentos de
pequeno impacto
local passará a ser
feito diretamente
pelos municípios.
Isso demonstra
a tendência que
deve prevalecer no
Juliano Bortoloti - Advogado
sistema ambiental
Departamento Jurídico Canaoeste
de todo país, facilitando o acesso do empreendedor e do
cidadão ao licenciamento ambiental de sua
atividade. No caso de São Paulo, maiores
informações podem ser obtidas no sítio
eletrônico da Secretaria Estadual do Meio
Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br)

BNDES lança mecanismos de
financiamento para apoiar
setor ambiental

O

BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico
e Social) lançou novos mecanismos de financiamento destinados
a apoiar iniciativas no setor ambiental. A partir de agora, o Cartão BNDES
poderá financiar diagnósticos ambientais e serviços de certificação para sistemas de rastreabilidade, enquanto o
BNDES Florestal apoiará o reflorestamento, a recuperação e o uso sustentável das matas.
O banco de fomento também anunciou a criação da Compensação Florestal, que financiará a regularização do
passivo de reserva legal em propriedades rurais destinadas ao agronegócio;
a criação do BNDES Mata Atlântica, que
se constitui em apoio financeiro não reembolsável para projetos de reflorestamento de espécies nativas desse bioma; e a abertura do FIP Florestal, um
fundo de investimento para participação acionária em empresas ou empreendimentos com foco em ativos florestais.
14

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

O presidente do BNDES, Luciano
Coutinho, ressaltou que essas novas
linhas já estão disponíveis e afirmou
que não há teto orçamentário para desembolsos. Segundo ele, para a Compensação Florestal, por exemplo, foram
alocados R$ 300 milhões até 2012, mas,
caso seja necessário, mais recursos
poderão ser alocados.
Além dessas novas modalidades,
o banco de fomento já disponibilizava diversas linhas e mecanismos
para frigoríficos e pecuaristas. O
Cartão BNDES financia equipamentos utilizados na implementação de
sistemas de rastreabilidade do gado,
enquanto a Linha Inovação e o Funtece financiam inovações tecnológicas para o setor. Além destes, a Linha Meio Ambiente apoia projetos
para controle de poluentes, sistemas
de gestão ambiental e certificações;
o PMAE financia a modernização dos
órgãos ambientais estaduais e a regularização fundiária; e o Propflora

apoia o plantio comercial e a recuperação de florestas.
No ano passado, o banco de fomento destinou R$ 6 bilhões para o
setor de frigoríficos e pecuaristas, incluindo as participações acionárias.
Para Coutinho, as novas formas de
financiamentos e as exigências anunciadas para a concessão de crédito
para o setor contribuirão para reduzir
o passivo ambiental causado pela expansão da pecuária.
“A pecuária brasileira tem que superar o modelo extensivo, que precisa de cada vez mais espaço, aumentando o desmatamento. Tem (a pecuária) que voltar para áreas degradadas, temos que tornar atraente um
modelo intensivo para a pecuária”,
ressaltou Coutinho.
Matéria veiculada no Valor Online de 22/07/2009, por Rafael Rosas.
Pragas e Doenças

Ferrugem alaranjada:
produtor deve ficar alerta
Da redação

Embora não haja casos confirmados na América do Sul, todo cuidado é pouco

N

os dias 23 e 24 de setembro, foi
realizado no Centro de Eventos do IAC (Instituto Agronômico) em Ribeirão Preto, o 3º Grande
Encontro sobre Variedades de Cana-deAçúcar, em parceria com o Grupo IDEA.
O encontro reuniu pesquisadores, produtores e agrônomos de todo o país
Os participantes assistiram palestras
de profissionais qualificados, que discutiram questões como: melhores variedades para a colheita e plantio mecanizado,
comportamento varietal nas diferentes
regiões produtoras no Brasil, resultados
de ensaios das variedades CTC, RB, IAC
e CV, entre outros. Além disso, debateram assuntos de grande importância que
atingem o setor sucroenergético brasileiro, como a ameaça da ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii E. J. Butler).

A apresentação sobre esta doença foi feita pelo professor Dr. Eder Giglioti, das Faculdades Adamantinenses Integradas. Segundo ele, não existe confirmação da presença da doença na América do Sul, mas é sempre
bom ficar alerta. Ela se manifesta em
épocas úmidas e tem como prevenção
o manejo integrado.
A ferrugem alaranjada é uma doença conhecida desde o século XIX na
cultura da cana-de-açúcar. No ano 2000,
a doença ocorreu com grande intensidade em canaviais da Austrália, na variedade Q124, altamente suscetível e
também plantada em grande proporção
na principal região canavieira. Em 2007,
atingiu lavouras da Flórida (EUA) e
Guatemala. Neste ano já foi constatado na Nicarágua, Costa Rica e Panamá.

Agora, a preocupação é quanto à chegada ao Brasil.
Os sintomas, com exceção da cor
das lesões que são alaranjadas, são
bastante semelhantes aos sintomas da
ferrugem marrom. A disseminação ocorre da mesma maneira, por meio de correntes aéreas, diferindo apenas nas
condições climáticas favoráveis à doença, pois a ferrugem alaranjada exige
condições de elevada temperatura e
alta umidade.
O setor precisa ampliar o monitoramento nas áreas de suspeita de ferrugem comum, assegurando-se de que
não se trata da doença e ter cuidados
durante visitas a locais infectados. A
chegada é imprevisível, mas os produtores devem estar alerta.

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

15
Novas Tecnologias

Safra de novas variedades
Carla Rodrigues

Até o ano que vem, pelo menos sete cultivares de cana serão lançadas;
elas se somarão às quatro apresentadas nos últimos meses

A

o menos sete variedades de
cana devem ser lançadas até
o ano que vem pelos institutos de pesquisa. Esses lançamentos
somam-se aos feitos recentemente:
dois pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e outros dois pela Canavialis. Em 13 anos, o IAC (Instituto Agronômico), CTC, Canavialis e
Ridesa (Rede Interuniversitária para
o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) lançaram 96 cultivares de
cana.

Plantio na Fazenda São Paulo
Irmãos Rodrigues

O IAC promete apresentar em
2010 até cinco novos materiais:
IACSP955094, IACSP976682,
IACSP963060, IACSP961218 e
IACSP962042. De acordo com os
pesquisadores, Mario Campana e
Pery Figueiredo, estas cultivares são
de alta produção, adaptadas ao cultivo no Estado de São Paulo, Centro-Sul e Centro-Oeste do país.
“São variedades que se somarão
às boas já existentes e também apresentam um resultado para quatro cortes (ciclos), sendo que a maioria entre as variedades padrões são para
dois ou três cortes”, disseram os pesquisadores.
A Ridesa vai fazer uma liberação conjunta de novas variedades
e pela UFSCar serão liberados dois
materiais: (1) RB965902 e (2)

Pesquisadores do IAC,
Pery Figueiredo e Mario Campana

16

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

RB965917. A primeira é uma variedade precoce, de média exigência
em ambiente, que não floresce e é
resistente às principais doenças. A
segunda é uma variedade de alta
produtividade, maturação precoce
a média, de alta exigência em ambiente e também não floresce.
Segundo Roberto Giacomini,
pesquisador da RIDESA / Ufscar, a
importância destes lançamentos está

Roberto Giacomini
Agronômo-pesquisador da Ridesa

em oferecer aos produtores novas
opções de manejo e promover melhores índices de produtividade. “Nossa linha de trabalho é levar para os
produtores variedades mais produtivas, substituindo terra por tecnologia. Às vezes, em uma mesma área,
apenas com a alocação adequada de
variedades, já se consegue uma maior produção”, afirmou.
Os lançamentos mais recentes de
variedades de cana-de-açúcar foram apresentados pelo CTC, durante o Cana Show, no início do
mês, e pela Canavialis, em setembro. O CTC lançou a CTC19 e
CTC20, que fazem parte da quinta
geração de variedades do centro.
A CTC19 destaca-se pelo alto
teor de sacarose, alta produtividade agrícola e boa brotação de
soqueira. É recomendada para colheita de meio ao final da safra em
Novas Tecnologias
ambientes de médio e alto potencial de
produção. Outras características são
fibra baixa e não isoporização.
Na CTC20 também é possível encontrar uma elevada produtividade
agrícola e alto teor de sacarose. Além
disso, apresenta um perfilhamento
abundante e rápido fechamento,
pode ser colhida durante toda a safra e na maioria dos ambientes de
produção. Ainda tem como características a fibra baixa, pouca isoporização e florescimento.

“Esses materiais são criados
para o produtor ter opção, poder
escolher àquela que melhor se
adapte ao seu ambiente. Com isso
ele consegue aumentar sua produção na mesma área, ou seja, produz mais com custo reduzido”, explica Arnaldo José Raizer, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do CTC.
A Canavialis se tornou a primeira empresa privada do país a agregar materiais para o setor canaviei-

Arnaldo Raizer (coordenador de pesquisa e desenvolvimento CTC), Nilson Boeta
(diretor superintendente CTC), Tadeu Andrade (diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC), Osmar Figueiredo Filho (diretor de mercados e oportunidades CTC)

ro. Em setembro, apresentou a CV
Pégaso e CV Centauro. A CV Pégaso destaca-se pelo aspecto visual
e sua ótima capacidade de brotação, além de ter alta resistência às
principais doenças, baixo índice de
florescimento e despalha fácil. Já a
CV Centauro é caracterizada pela
sua boa brotação sob a palha e pelo
seu crescimento ereto, que faz com
que alcance grandes resultados na
colheita mecanizada de cana crua.
Também apresenta baixa isoporização e florescimento tardio.

José Bressiani - Canavialis

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

17
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - AGOSTO/2009
Valores em Reais

18

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

19
20

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

21
Reportagem de Capa

Quanto movimenta o setor
sucroenergético?
Da redação

Estudo inédito mapeou e quantificou cada elo da cadeia produtiva e concluiu que o faturamento
do agronegócio da cana, em 2008, foi de US$ 28,15 bilhões

E

studo inédito apresentado no
seminário “O Setor Sucroenergético e o Congresso Nacional:
construindo uma agenda positiva”, que
aconteceu no último dia 14, em Brasília,
mapeou e quantificou o agronegócio da
cana-de-açúcar. A equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Marcos
Fava Neves, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia
e Administração da USP, se debruçou
no levantamento durante cinco meses.
E os resultados surpreendem.
O faturamento do setor sucroenergético no ano passado foi de US$ 28,15

22

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

bilhões, equivalente a quase 2% do PIB
(Produto Interno Bruto) nacional. Já a
movimentação financeira – que considera a somatória das vendas da cadeia
– foi de US$ 86,8 bilhões. Considerados apenas os impostos sobre o faturamento – isto é, IPI, ICMS, PIS e Cofins – estima- se que, em 2008, o setor
tenha pago o equivalente a US$ 9,86
bilhões. Desse total, US$ 3 bilhões são

relativos à venda de insumos agrícolas
e industriais e US$ 6,86 bilhões se referem a impostos agregados do setor
sucroenergético.
Na fazenda, o faturamento foi de US$
11,5 bilhões. Somente os fornecedores
independentes de cana-de-açúcar somam mais de 70 mil no país e geraram
uma receita superior a US$ 5 bilhões.
Reportagem de Capa
Segundo o estudo, a compra dos
insumos agrícolas no ano passado atingiu US$ 9,2 bilhões. Só em relação aos
fertilizantes, a cultura da cana realizou
gastos de US$ 2,3 bilhões, o que é equivalente a 14% da venda de fertilizantes
no Brasil. Quanto aos defensivos agrícolas, o setor movimentou US$ 768,4
milhões (9,5% das vendas no país).
O setor de insumos industriais faturou com o setor sucroenergético US$
6,4 bilhões em 2008. Nesse mesmo ano
foram alocados US$ 79,15 milhões para
pesquisas, provenientes de Finep, Fapesp, Canavialis e Allelyx, CTC, IAC e
distribuídos entre organizações públicas e privadas, USP, Unicamp, Unesp,
Embrapa, Ridesa entre outras.
As usinas faturaram com etanol
US$ 12,4 bilhões em 2008, contabilizadas as vendas ara o mercado externo e
interno. As exportações, que foram de
US$ 2,36 bilhões, cresceram 26 vezes
em faturamento e 15 vezes em volume
desde 2001.

Fonte: Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009)

A energia comercializada inclui a bioletricidade – a energia elétrica renovável gerada a partir do bagaço da cana.
Em 2008, cerca de trinta usinas negociaram 544 MW médios para a venda anual
por quinze anos. Esse volume irá gerar
faturamento anual de US$ 389,6 milhões.
Quanto ao número de empregados,
havia 1,28 milhão de pessoas com cartei-

ra assinada em 2008, ou 2,15% dos postos de trabalho. Nessa conta incluem-se
os empregos no cultivo da cana-de-açúcar, nas fábricas de açúcar e na produção
de etanol. O índice de formalidade no setor
canavieiro atingiu a média nacional de
80,9%. O índice é maior na região CentroSul (90,3%), chegando a 95,05% em São
Paulo, segundo dados do IBGE de 2007.
No Nordeste, é de 66,5%.

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

23
Destaque

Cana transgênica:

Tecnologia de ponta para um
Tecnologia de ponta para um
futuro próspero
futuro próspero
Carla Rossini

A engenharia genética na agricultura canavieira deve consolidar o
Brasil como a grande potência do setor sucroalcooleiro

O

setor sucroalcooleiro passa
por um momento de crescimento e tem pela frente horizontes promissores. Mas, como a canade-açúcar, que sempre teve um papel
importante no Brasil, pode ajudar a
construir esse futuro? A resposta está
diretamente ligada à tecnologia e aos
investimentos que estão sendo empregados em pesquisas.
"O Brasil é pioneiro no desenvolvimento de pesquisas biotecnológicas de cana. A planta transgênica deve ser uma realidade da nossa
agricultura em médio prazo", declarou o pesquisador e professor da
Unesp de Jaboticabal, Jesus Ferro,
que lançou durante a Fenasucro &
Agrocana 2009, o Guia da Cana-deaçúcar Transgênica, uma publicação
do CIB (Conselho de Informações
sobre Biotecnologia). O objetivo da
publicação é servir de fonte de informações dos recentes avanços científicos na área de transgenia.
Para Alda Lerayer, diretora executiva do CIB, a adoção da engenharia genética na agricultura canavieira deve definitivamente consolidar o Brasil como a grande potência do setor sucroalcooleiro. "As

vantagens das variedades de canade-açúcar geneticamente modificadas partem do aumento de produtividade, redução do uso de insumos
agrícolas e à preservação ambiental", destacou.

nal de Biossegurança). Entre eles,
variedades tolerantes a herbicidas,
resistente a pragas e doenças, tolerantes à seca, com maior teor de sacarose e biomassa e com melhoria
de porte de planta.

Ao todo, existem cerca de 50 pedidos de liberação planejada no
meio ambiente protocolados na
CTNBio (Comissão Técnica Nacio-

Esses benefícios podem ajudar
ainda mais o Brasil a se consolidar
como o maior e mais eficiente produtor de cana no mundo. AtualmenAlda Lerayer

“Tecnologia e investimentos estão
sendo empregados em pesquisas”
24

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

“...aumento de produtividade,
redução do uso de insumos agrícolas
e à preservação ambiental...”

“...engenharia genética na
agricultura deve consolidar o
Brasil como a grande potência...”
Destaque
te, mais de 500 milhões de toneladas de cana são produzidas por ano,
que fazem com que o Brasil lidere a
ranking das exportações de açúcar,
sendo responsável por 45% do produto consumido no mundo. O país
também é o maior exportador mundial de etanol. De acordo com dados do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, em 2008,
o açúcar e o etanol renderam a economia brasileira aproximadamente
US$ 7,8 bilhões em divisas.
São essas razões que fazem especialistas buscar, há anos, o aprimoramento no cultivo da planta,
para torná-la mais produtiva e resistente. Com o êxito do mapeamento
do seu genoma, estão abertas as
portas para uma infinidade de possibilidades, entre elas o melhoramento genético assistido por marcadores moleculares e a biotecnologia aplicada.
- Biotecnologia
Desde a década de 90 existe a utilização de biotecnologia para melhoramento de cana. No fim dos anos
90, a Fapesp (Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo), iniciou o Projeto Genoma da
Cana, no qual foram identificados 50
mil genes da planta. Atualmente, o
seqüenciamento completo do genoma da cana está sendo realizado por
um consórcio internacional no qual
o Brasil é um dos líderes.
No futuro, o uso dessas informações permitirá o desenvolvimento mais rápido de novas variedades
com características fundamentais,
que poderão ajudar o setor como um
todo. Um exemplo é a cana que será
utilizada como uma biofábrica, capaz de gerar produtos de alto valor
agregado, como os bioplásticos.
Até o momento não há no mundo nenhuma variedade de cana
transgênica comercial. Mas já foram
realizados ou estão em andamento
testes de campo na África do Sul,
Argentina, Colômbia, Austrália, Estados Unidos, Cuba e principalmente no Brasil.

Melhorias da cana
transgênica para a
agricultura brasileira
O Brasil será um dos países mais beneficiados com a
chegada de variedades com
teor elevado de sacarose e biomassa, graças ao maior potencial da planta para gerar
açúcar e energia. De acordo
com Jesus Ferro, esse tipo de
cana aumentará a competitividade do país no mercado internacional, além de contribuir
para a preservação do meio
ambiente. “Ao oferecer mais açúcar e
energia, a cana geneticamente modificada vai diminuir a pressão pelo
aumento da área plantada, cooperando para a manutenção das fronteiras
agrícolas”, explicou.
As áreas menos hídricas, como o
nordeste brasileiro, poderão aumentar as plantações de cana graças à
chegada de variedades tolerantes à
seca. Entretanto, de acordo com Sizuo Matsuoka, especialista em melhoramento de cana, regiões com escassez de chuvas não serão as únicas beneficiadas com a tecnologia. “Essas
variedades também aumentarão a produção em regiões que cultivam largamente a cana, pois haverá melhor aproveitamento da água”, argumentou.
Outra vantagem apontada pelo
especialista e de ordem econômica
para os agricultores é a resistência a
pragas e doenças. “A exemplo do milho Bt, esse tipo de cana exige menor

uso de insumos agrícolas”, esclareceu Matsuoka.
De acordo com Ferro, a cana
transgênica permitirá ao agricultor aumentar o rendimento na colheita mecanizada, utilizada principalmente em
grandes plantações. “A cana transgênica terá melhoria de porte e vai
oferecer plantas mais eretas e resistentes a colhedoras”, complementou.
A exemplo da soja, do milho e do
algodão, as variedades de cana-de-açúcar tolerantes a herbicidas trarão ganhos econômicos / sociais ao agricultor e
benefícios ao meio ambiente. “Essa característica irá facilitar o manejo da cultura, além de reduzir o uso de herbicidas
necessários para o controle de plantas
daninhas. Isso refletirá não apenas nos
custos de produção, como também na
preservação do solo, que sofrerá menor
impacto ambiental”, afirmou Ferro.
Fonte: Conselho de Informações
sobre Biotecnologia

Jesus Ferro

“...cana transgênica aumentará a
competitividade do país no mercado
internacional...”

“...em 2008, o açúcar e o etanol
renderam a economia brasileira
aproximadamente US$ 7,8 bilhões...”
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

25
Informações Setoriais

CHUVAS DE SETEMBRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de SETEMBRO de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

A média das observações de
chuvas durante o mês de
SETEMBRO(173mm, expressivo
e raro volume de chuvas para este mês) "ficou" muito acima da média das normais climáticas (60mm), em todos os locais
observados.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de SETEMBRO de 2009.

O Mapa 1 ao lado,
mostra que o índice de
Água Disponível no
Solo da área sucroenergética do Estado de São
Paulo, no período de 14
a 16 de SETEMBRO,
apresentava-se como
alto a elevado na região
abaixo da linha imaginária entre Presidente
Prudente a Franca.
Níveis críticos ainda
foram observados no
“triângulo” BarretosCatanduva-São José do
Rio Preto.

26
26

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
Informações Setoriais
Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2008.

Para subsidiar planejamentos de atividades
futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico
climático de consenso entre INMET (Instituto
Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses
de outubro a dezembro.
· Prevê-se que a temperatura média na Região Centro-Sul deverá ficar próxima a ligeiramente acima da normalidade climática;
· Quanto às chuvas, o Mapa 4 abaixo ilustra
os prognósticos de consenso INMET-INPE para
estes três meses;
· Como referência, as médias históricas das
chuvas, pelo Centro de Cana-IAC - Ribeirão Preto, são de 125mm em outubro, 170mm em novembro e 270mm em dezembro.
Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre
INMET–INPE para os meses de outubro a dezembro.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2009.

Excetuando-se as regiões de Catanduva, as próximas a Piracicaba-CampinasSorocaba e o extremo sudoeste do estado, os Mapas 2 e 3 acima, mostram total
contraste de volumes e distribuição de chuvas durante os meses de setembro de
2008 e de 2009.

sem abusar !
sem abusar !

As previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia mostram que, especificamente para
outubro-dezembro e região de abrangência
CANAOESTE, a média das chuvas do trimestre
poderão ser bem próximas das normalidades históricas que, com alguma aproximação, não está
muito distante da faixa de transição traçada pelo
prognóstico de consenso INMET-INPE (Mapa
4). Quanto às temperaturas médias, prevê-se que
durante o mês de outubro será acima da média
histórica e durante os meses de novembro e dezembro serão bem próximas das respectivas normais climáticas.
Como já ocorre e prevê-se que, doravante, a
umidade do solo deverá se manter entre média a
alta, a CANAOESTE recomenda que fiquem atentos a pisoteios durante as operações de colheita
(carregamento) e transporte da cana, que poderão
comprometer produtividades futuras.
Persistindo dúvidas, consultem os técnicos
da CANAOESTE mais próximos.

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Revista Canavieiros - Outubro de 2009
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

27
27
Artigo Técnico I

Acompanhamento da
safra 2009/2010
Thiago de Andrade Silva
Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE

A

safra 2009/2010 encontra-se
no sétimo mês (outubro) e
neste trabalho são apresentados os dados obtidos até a segunda
quinzena de setembro em comparação
com os obtidos na safra anterior.
Na Tabela 1 encontra-se o ATR mé-

dio acumulado (kg/tonelada) do início
da safra até a segunda quinzena de setembro desta safra em comparação com
o obtido na safra 2008/2009, sendo que
o ATR da safra 2009/2010 está 10,75 Kg
abaixo do obtido no mesmo período do
ciclo anterior.

O Gráfico 1 contém o comportamento do Brix do
caldo da safra 2009/2010 em comparação com a anterior.
Gráfico 1 – Brix do caldo obtido
nas safras 2009/2010 e 2008/2009

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da CANAOESTE das Safras 2008/2009 e 2009/2010

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

0209

0109

0208

0108

0207

0107

0206

0106

0205

0105

0204

0209

0109

0208

0108

0207

0107

0206

Pode-se observar que a Pol do caldo apresentou o mesmo comportamento do Brix do Caldo.
O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do
caldo na safra 2009/2010 em comparação com a anterior.

0209

0109

0208

0108

0207

0107

Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas
safras 2009/2010 e 2008/2009

0206

28

Gráfico 2 – Pol do caldo obtida nas
safras 2009/2010 e 2008/2009

0106

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da
CANAOESTE até a segunda quinzena de setembro da Safra 2009/2010
QUINZENA BRIX POL CALDO PUREZA FIBRA PC ARC A
TR
%
Kg/t
0203
13,12
9,85
75,08
11,86
8,36 0,91 87,86
0104
14,66
11,43
77,93
11,86
9,59 0,81 98,70
0204
16,09
13,02
80,87
12,55 10,95 0,73 110,87
0105
16,30
13,21
80,94
12,42 11,16 0,73 112,88
0205
16,99
14,02
82,48
12,14 11,82 0,68 118,76
0106
17,54
14,59
83,14
12,27 12,30 0,67 123,16
0206
18,23
15,40
84,47
12,28 12,97 0,63 129,20
0107
18,52
15,78
85,18
12,33 13,24 0,60 131,56
0207
19,06
16,43
86,20
12,56 13,77 0,57 136,34
0108
19,99
17,34
86,77
12,62 14,56 0,56 143,71
0208
20,27
17,67
87,15
12,52 14,72 0,54 145,17
0109
19,91
17,43
87,57
12,92 14,47 0,53 142,66
0209
19,45
16,96
87,19
13,14 14,02 0,54 138,39
MÉDIA
18,66
15,80
84,96
12,59 13,24 0,61 131,66

O Gráfico 2 contém o comportamento da Pol do caldo na safra 2009/2010 em comparação com a anterior.

0205

0,75
0,72
0,70
0,67
0,63
0,61
0,58
0,56
0,56
0,53
0,53
0,52
0,58

0106

11,94 10,54
12,42 10,54
12,16 11,12
12,04 11,81
12,32 12,48
12,23 13,37
12,17 14,28
12,31 14,81
12,61 15,02
12,68 15,76
13,02 16,20
13,32 16,26
12,53 14,40

A
TR
Kg/t
107,19
106,87
112,30
118,54
124,64
132,82
141,27
146,19
148,14
155,00
159,11
158,58
142,41

0205

ARC

0105

15,40
15,40
16,07
16,77
17,58
18,59
19,63
20,31
20,66
21,52
22,24
22,35
19,92

FIBRA PC

0105

0104
0204
0105
0205
0106
0206
0107
0207
0108
0208
0109
0209
MÉDIA

POL CALDO PUREZA
%
12,44
80,44
12,53
81,27
13,17
81,87
13,96
83,16
14,82
84,28
15,85
85,25
16,91
86,17
17,58
86,59
17,93
86,78
18,84
87,53
19,48
87,57
19, 65
87,91
17,17
86,04

0204

QUINZENA BRIX

0104

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da
CANAOESTE até a segunda quinzena de setembro da Safra 2008/2009

O Brix do caldo da safra 2009/2010 foi semelhante ao da safra 2008/2009 somente no período de maio
a junho; no restante, ficou bem abaixo, se acentuando no final do período, exceto na primeira quinzena
de abril, que ficou um pouco acima.

0204

-10,75

As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da
matéria-prima nas safras 2008/2009 e 2009/2010.

0104

0203

DIFERENÇA

0203

142,41

2009/2010
Kg/t
131,66

0104

2008/2009

0203

SAFRA
ATR (kg/t)
Artigo Técnico I
A Pureza do caldo da safra 2009/2010 - exceto na
primeira quinzena de agosto e na primeira quinzena
de setembro, que ficaram semelhantes - do início da
safra até a segunda quinzena de setembro, ficou
abaixo da obtida na safra 2008/2009.

Pode-se observar que o ATR apresentou o mesmo comportamento da Pol da cana.
O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2009/2010 em comparação com a safra anterior.
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada nas
safras 2009/2010 e 2008/2009

O Gráfico 4 contém o comportamento da fibra da cana
na safra 2009/2010 em comparação com a safra anterior.

0209

0109

0208

0108

0207

0107

0206

0106

0205

0105

0204

0104

0203

Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana

A fibra da cana na safra 2009/2010 ficou acima do
obtido na safra anterior somente na primeira quinzena de abril, segunda quinzena de maio, no mês de
julho e na segunda quinzena de agosto. No restante
das quinzenas houve poucas variações em relação
às da safra 2008/2009.
O Gráfico 5 contém o comportamento da Pol da cana
na Safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009.

0209

0109

0208

0108

0207

0107

0206

0106

0205

0105

0204

0104

O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009.
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, nas
safras 2009/2010 e 2008/2009

Gráfico 5 – Pol da cana obtida nas
Safras 2009/2010 e 2008/2009

0203

O volume de precipitação pluviométrica média dos meses de janeiro, março e
abril da safra 2009/2010 ficou muito abaixo dos valores obtidos na safra 2008/
2009. Porém, nos meses de junho, julho, agosto e setembro a precipitação pluviométrica desta safra ficou muito acima da observada na safra 2008/2009.

A Pol da cana obtida na safra 2009/2010 foi semelhante à da safra anterior até a primeira quinzena
de maio, ficando muito abaixo a partir da segunda
quinzena de maio.
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na
safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009.
Gráfico 6 – ATR obtido nas
safras 2009/2010 e 2008/2009

Na safra 2009/2010, tem-se um menor volume de chuva no primeiro trimestre e
um volume bem maior de chuva no terceiro trimestre, se comparado aos volumes
médios da safra 2008/2009.

0209

0109

0208

0108

0207

0107

0206

0106

0205

0105

0204

0104

0203

A precipitação pluviométrica ocorrida, muito acima da média, nos meses de
junho a setembro, fez com que a cana-de-açúcar continuasse a vegetar, reduzindo
o teor de Pol, com consequente redução do teor de ATR, se comparada à safra
passada. A chuva também foi responsável pelo aumento, em alguns períodos,
das impurezas minerais e vegetais na colheita que causam aumento da fibra da
cana, devido à umidade do solo. Isso fez com que o ATR médio ficasse 10,75 kg
abaixo do obtido na safra 2008/2009, para o mesmo período.
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

29
Artigo Técnico II

Rendimento industrial:
Rendimento
Uma aproximação
Uma aproximação
Enio Roque de Oliveira - Assessoria Técnica/ORPLANA

É

sempre interessante para o produtor de cana e necessário para
o industrial, conhecer-se, por antecipação, o potencial de rendimento da
matéria-prima, ainda que o valor encontrado tenha um caráter teórico, pois, a
rigor, para uma melhor aproximação, há
que se considerar a integração de todos
os fatores influentes em uma indústria.
Assim, não se pretende, neste artigo,
calcular a eficiência industrial
O Manual de Instruções do CON-

SECANA-SP, em sua 5ª edição, de 2003,
inseriu as fórmulas para o cálculo do
rendimento de açúcar cristal branco, do
açúcar VHP (Very High Pol), do etanol
anidro e do etanol hidratado.
Para o açúcar cristal de 99,7º de polarização e 0,04% de umidade e para o açúcar VHP, de 99,3º de polarização e 0,15%
de umidade – produtos estes incluídos
no Sistema CONSECANA-SP - as fórmulas, ajustadas para uma perda industrial
de 9,5%, são apresentadas a seguir:

RENDIMENTO DEAÇÚCAR:
-Açúcar VHP
= 15,2456 x PC x (1-40/87-1)
= 15,2456 x 14,76 x (1 -40/87,85-1)
= 121,39 kg/t de cana
Outras fórmulas, utilizando diretamente os valores do ATR e do ARC,
podem ser utilizadas, exemplificadas
a seguir:
Açúcar
cristal
branco=
1,5909x(A
TR-9,05ARC)x [1-40/(Q-1)]

Açúcar cristal branco= 15,1553 x PC x [1-40/(Q-1)]
Açúcar cristal VHP = 15,2456 x PC x [1-40/(Q-1)]

Açúcar VHP = 1,6104x(ATR9,05xARC)x[1-40/(Q-1)]

onde:
PC = pol da cana
Q = pureza do caldo

-Açúcar cristal branco
1,5909x(145,38-9,05x0,527)x(1-40/87,85-1)
= 120,67 kg/t de cana

Suponha-se, por exemplo, que o laboratório de análise da qualidade da cana
tenha apurado os seguintes resultados:
Brix do caldo (B)
= 20º
Leitura sacarimetrica (L) = 73ºZ
Peso do bagaço úmido (PBU)= 145g
Os cálculos - de maneira didática - seriam os seguintes:
CÁLCULO DA POL DO CALDO(S)
= Lx(0,2605 – 0,0009882 x B)
= 73x(0,2605 – 0,0009882 x 20) = 17,57%

-CÁLCULO DA FIBRA DA CANA(F)
=0,08xPBU+0,876
=0,08x145+0,876=12,48%

-CÁLCULO DA PUREZA DO CALDO(Q)
=100xS/B
=100x17,57/20=87,85%
-CÁLCULO DA POL DA CANA (PC):
=Lx(0,2605-0,0009882xB)x(1-0,01xF)x(1,0313-0,00575xF)
=73x(0,2605-0,0009882x20)x(1-0,01x12,48)x(1,0313-0,00575x12,48)
=14,76%
CÁLCULO DOS AÇÚCARES REDUTORES DA CANA(ARC)
=(3,641-0,0343xQ)x(1-0,01xF)x(1,0313-0,00575xF)
=(3,641-0,0343x87,85)x(1-0,01x12,48)x(1,0313-0,00575x12,48)
=0,527%
CÁLCULO DO ATR
= 9,5263 x PC + 0,905 x ARC
= 9,5263 x 14,76 + 0,905 x 0,527
= 145,38 kg/tonelada de cana
30

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

RENDIMENTO DEAÇÚCAR:
-Açúcar cristal branco
= 15,1553 x PC x (1- 40/Q-1)
= 15,1553 x 14,76 x (1-40/87,85-1)
= 120,67 kg/ t de cana

-Açúcar VHP
= 1,6104x(A
TR-9,05x0,527)x(1-40/87,85-1)
= 121,39 kg/t de cana
RENDIMENTO DE ETANOL
-Anidro
= A x 0,5665
TR
= 145,38 x 0,5665
= 82,36 litros/t de cana
-Hidratado
= A x 0,5913
TR
= 145,38 x 0,5913
= 85,96 litros/t de cana
As equações adotadas pelo CONSECANA-SP provem de dados médios
e para uma perda industrial de 9,5%.
Assim sendo, há unidades industriais
que obtém valores maiores que os
exemplificados, e outras, por outro lado,
ainda menores, dependendo, obviamente, das suas eficiências.
É evidente que as unidades industriais produzem proporções diferentes
(mix) desses derivados da cana, o que
leva a considerar a partilha dos açúcares, consoante os produtos que se pretende deles produzir.
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

31
Artigo Tecnico III

Seminário CTC discute
plantio mecanizado
Mauro Sampaio Benedini
Gerente Regional Fornecedores

O

avanço da mecanização na lavoura da cana-de-açúcar tem
ocorrido em ritmo intenso nas
diversas regiões canavieiras do Brasil. São vários os fatores determinantes, mas os principais deles são a oferta da mão-de-obra e seus custos. As
leis na área de Segurança do Trabalho, em especial a NR31 (Normas Regulamentadoras) também são fatores
de aceleração na introdução do plantio mecanizado.

Demonstração de plantio mecanizado
realizado durante a Agrishow 2009

No seminário sobre plantio mecanizado, realizado no CTC, estiveram
presentes técnicos de 12 das 15 associações de fornecedores filiadas e
produtores, mostrando o elevado interesse sobre o assunto.
Na abertura, o diretor de Pesquisa
e Desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, agradeceu a presença dos mais
de 220 participantes, às unidades associadas que colaboraram com palestrantes e maquinário demonstrativo e
comentou sobre o cronograma do seminário. Destacou que o CTC prioriza
o melhoramento regionalizado de suas
variedades com colheita mecanizada
em todos os ensaios e são recomendadas pelos ambientes edafoclimáticos.
Entre outras tecnologias, o CTC
também desenvolve a colhedora de
mudas e possui equipe de transferência de tecnologias regionalizada; os
gerentes regionais que junto com as
equipes do muda sadia, da carta de
solos e do melhoramento; disponibilizam as tecnologias às associadas.
Comentou sobre as pesquisas em andamento no CTC.
HISTÓRICO DO PLANTIO MECANIZADO (José Guilherme Perticarrari) – Os primeiros registros de patentes são de 1976 nos EUA. O primeiro ensaio do CTC com plantio me32

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

canizado foi realizado em 1989, na Usina São Martinho, numa área de 45
hectares. Ocorreram muitas injúrias
nas mudas de cana e a brotação foi
muito ruim, com muitas falhas por ataque de fungos (podridão abacaxi), inviabilizando o ensaio. Em 1993, o CTC
importou uma plantadora da Austrália que, porém, apresentava embuchamento das mudas e quebras frequentes. Em 1995, o CTC iniciou trabalhos
com plantio de toletes a pedido das
empresas cooperadas na época.
Em 1996 iniciou um projeto de
plantadora CTC com seu primeiro protótipo. Em 1998 surgiu a primeira plantadora CTC. Em 2001, outra plantadora (CTC / Us. São Martinho) que também aplica torta de filtro no mesmo
equipamento, com necessidade de
alta potência. Após isso, surgiram os
projetos em parceria com Santal (2003)
e DMB (2004 e 2009).
Os focos atuais da pesquisa do
CTC em relação ao plantio mecaniza-

do são: redução do custo de plantio;
aprimoramento do projeto da plantadora CTC; aprimoramento das colhedoras de mudas onde fomos pioneiros nos Kits; desenvolvimento da logística do sistema (Arena); avaliação
da aptidão varietal; fitossanidade das
mudas e práticas agronômicas.
SISTEMATIZAÇÃO DE ÁREA
(Armene José Conde) – Igualmente à
colheita, o plantio mecanizado necessita de preparo do terreno para que as
operações sejam realizadas satisfatoriamente. O espaçamento deve ser de
1,50 m para evitar o pisoteio posterior
na colheita. Evitar as matações de linhas (sulcação não contínua), não
usar sistema de talhões quadrados e
sim carreadores em nível e corrigir
pontas dos terraços.
As plantadoras não plantam laterais dos carreadores sendo necessário arremate de cabeceiras com duas
pessoas/máquina/turno, no mesmo
momento do plantio.
Artigo Técnico III
O dimensionamento mais comum
de uma frente de plantio é de 2 colhedoras para cada 3 plantadoras.
Não exceder 4 plantadoras por frente de plantio para conseguir um
aproveitamento aproximado de 5060% do tempo da plantadora, considerando as quebras, abastecimentos
e manobras. No plantio de meiose,
uma colhedora já é suficiente para 2
plantadoras. É necessária uma logística muito bem planejada de época
de plantio e localização do viveiro
para se obter mudas novas e bem
localizadas.
O uso de piloto automático traz
ótimos resultados como melhor paralelismo, maior número de sulcos na
mesma área, eliminação do pisoteio,
etc. Por ser um equipamento caro, vem
sendo usado também como marcadores de sulcação.
V
ARIEDADES PARA O PLANTIO
MECANIZADO (Ivo Francisco Bellinaso) – O CTC trabalha inicialmente

com testes em clones promissores. O
bom material é aquele que produz tanto no plantio mecanizado quanto no
manual. Já foram testados mais de 70
clones e alguns se tornaram variedades sendo que os ensaios foram iniciados em 2001.
O objetivo é que o plantio manual
fique com 18 gemas/metro linear e o
mecânico, com 22 gemas/metro linear.
Faz-se o plantio e observa-se a distribuição das mudas.
Nos ensaios de plantio mecanizado constatou-se que os danos causados às gemas e aos toletes pela colhedora diminuíram sobremaneira a
qualidade da muda, tornando mais
frequentes as falhas no stand da cultura e também que a colhedora é a
principal causadora de injúrias às
gemas e aos toletes comparativamente à plantadora (Figura 1 - pag 34) e
quanto mais danificados os toletes,
maior a incidência de fungos causadores de podridões.

Sempre o plantio mecanizado tem
apresentado maior porcentual de falhas. A mais testada das variedades
foi a CTC6. Todas podem ser plantadas mecanicamente. Devemos plantar
mudas e não cana. Adequar a colhedora devido a sua maior contribuição
nos danos. Treinar operadores é fundamental.
As avaliações rotineiras de campo nas fases do plantio devem ser rapidamente transmitidas aos operadores. Dois itens contribuem bastante
para o insucesso. O preparo de solo
mal feito e a quantidade de terra sobre as mudas. Via de regra, joga-se
mais terra que o necessário. As variedades SP81-3250 e RB72454 não são
recomendadas para plantio mecanizado pelos constantes insucessos nos
plantios já realizados. O plantio mecanizado não vem influenciando na
longevidade do canavial.
É importante ressaltar que simplesmente a classificação da aptidão

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

33
Artigo Tecnico III
das variedades para o plantio mecanizado não é garantia de sucesso no
plantio mecanizado. Mais que no
plantio convencional, a qualidade do
preparo do solo e demais operações,
são fundamentais. A muda, além do
vigor e sanidade, precisa se apresentar em porte ideal para a colheita mecanizada. A profundidade de sulcação, a homogeneidade na distribuição dos toletes nos sulcos e, principalmente, a espessura da lâmina de
terra na cobrição da muda são também fatores decisivos para se obter
bons resultados na produtividade e
longevidade do canavial.
SANIDADE DAS MUDAS (Adhair Ricci Júnior) – No plantio mecanizado, onde a colheita das mudas é feita
com máquinas, as doenças conhecidas como raquitismo das soqueiras
(RSD) e escaldadura das folhas, causadas pelas bactérias Leifsonia xyli
e Xanthomonas albilineans respectivamente, assumem importância especial por serem facilmente disseminadas por instrumentos de corte e por
mudas contaminadas, causando queda de produtividade. Para o controle
destas doenças é recomendável o uso
de variedades resistentes produzidas
em viveiros sadios plantados com
mudas tratadas termicamente (52º/30
minutos p/ controle de RSD) que tenham sofrido operações de “roguing”
durante o seu desenvolvimento, para
eliminação das possíveis plantas com
escaldadura. A desinfecção dos instrumentos de corte utilizados na colheita da mudas também é uma prática
indispensável para o controle destas
doenças, sendo que esta operação
deve ser aplicada nas partes cortantes das máquinas colhedoras de mudas, através da pulverização da solução desinfetante (solução 0,2 % de
cloreto benzalcônico 30 %).
A queda da temperatura e redução
das chuvas no final de plantio de verão e principalmente no plantio de inverno levam a uma condição muito desfavorável à brotação das gemas e muito propícia ao aparecimento da doença denominada podridão abacaxi, cujo
agente causal é um fungo (Thielaviopsis paradoxa). Trata-se de um fun34

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

Figura 1 – Incidência de injúrias pelos equipamentos de plantio

go oportunista que penetra através de
ferimentos dos toletes, provocando a
podridão dos tecidos internos logo
após o plantio. Os conídios do fungo
penetram nas extremidades dos toletes cortado e através dos ferimentos
causados em função da colheita mecanizada. Ao serem examinados exalam
um odor característico de abacaxi.
A cana-de-açúcar apresenta melhor desenvolvimento em temperaturas entre 30-34°C, sendo que a sua
brotação e crescimento diminuem abaixo dos 30°, dando oportunidade ao
fungo, que se desenvolve bem nas
condições desfavoráveis à cana, de
colonizar o tolete antes da brotação e
emergência das gemas.
Em testes experimentais, o controle preventivo através da pulverização
dos toletes no sulco de plantio, com
fungicidas de amplo espectro, mostrou-se promissor. Existem diferentes
níveis de resistência varietal à injúria
mecânica da muda e ao agente causal
da podridão. No plantio convencional também pode ocorrer a podridão
abacaxi, porém em níveis não tão significativos, pois a cana consegue
emergir mais rapidamente, antes da
colonização dos toletes pelo fungo.
Quanto à reação das variedades à
podridão abacaxí, os dados disponí-

veis não permitiram estabelecer correlação com o desempenho das mesmas em experimentos. A ocorrência de
podridão abacaxi também assume importância em situações onde a brotação é dificultada ou retardada com
maior espessura da lâmina de terra na
cobertura da muda, baixa temperatura
e baixa disponibilidade de água no
solo, principalmente.
BOAS PRÁTICAS E QUALIDADE NO SISTEMA (Luciano Menegasso) - No viveiro devemos atentar para
a variedade, a idade da muda, suas
condições de campo, a fitossanidade,
o paralelismo e a distância da área de
plantio. As colhedoras foram projetadas para colheita de cana para moagem e não para o plantio. Como o porcentual de plantio mecanizado é ainda baixo, as empresas produtoras ainda não se preocuparam com as modificações necessárias nas colhedoras.
Para iniciar a colheita de mudas de
cana faz-se o preparo da máquina: na
entrada da cana, deixar somente com o
divisor de linha interno, eliminando o
externo. Adaptar os rolos alimentadores e transportadores com borracha
(Kits comerciais). No extrator primário
e nos rolos picadores, fazer revestimento com borracha no bojo, ajustar os
rolos para o comprimento dos toletes
(42-45cm), objetivando 3 gemas por
Artigo Técnico III
tolete. No elevador, substituir chapas
perfuradas por chapas lisas.

importante o plantio logo após a sulcação que os diferentes adensamentos.

Existem diversos Kits no mercado.
Avaliar a durabilidade x danos no campo para a definição do melhor. As lâminas de corte de base devem estar bem
afiadas, manter os sincronismos dos
rolos picadores. Colmos não totalmente separados, mas somente fatiados,
são resultado da falta de sincronismo
e podem embuchar a colhedora.

Finalizando, a equipe de controle
tem que ter autonomia de ação sobre
a equipe de plantio e o ideal é que se
tenha também uma auditoria externa
periódica.

Normalmente a velocidade ideal da
colheita é de 50% do tempo da utilizada em área comercial para minimizar
danos e melhorar a qualidade da muda
com a limpeza pelo extrator. A rotação
do extrator vai depender da umidade
durante o dia. A boa limpeza da muda
facilita a dosagem no plantio.
O CTC desenvolveu a desinfecção e limpeza da colhedora diretamente na máquina. A montagem é fácil e
bastante prática.
É comum toletes em excesso, com
até 40 gemas/metro linear, ocorrendo a
sobreposição e perdas das mudas que
ficam por baixo, aumentando os custos de plantio, desnecessariamente.
Deve-se fazer avaliações constantes de pós-colheita com a classificação de toletes em ótimos, regular e ruins (Fotos 1 a 3) pós-plantio, verificando o espaçamento, cobrição, falhas de
distribuição de toletes, qualidade dos
toletes. O problema do tolete grande é
o embuchamento da plantadora.
Em testes de compactação (adensamento) de toletes no sulco, foi mais

SIMULAÇÃO NA LOGÍSTICA
DO PLANTIO (Daniel Alves) – Desde 1996 o CTC trabalha com simulação do corte, carregamento e transporte (CCT). Faz simulações diversas
comparando, por exemplo, dois ou três
turnos, rodotrem ou treminhão, carregadeiras de reserva, substituição do
pátio por estoques sobre rodas, etc.
A aplicação da simulação do ARENA na logística do plantio considera
diversos fatores como reabastecimento de mudas, adubo, inseticida simulando o plantio.
A logística do plantio gira em torno da plantadora. Quando temos estrutura sobrando podemos ser eficazes, mas nem sempre eficientes. O objetivo é aumentar a eficiência do rendimento de plantio. O abastecimento
das mudas é sem dúvida, o ponto de
estrangulamento.
A simulação permite identificar
quais são os gargalos do sistema e
propor alternativas para eliminá-los.
Faz projeções das necessidades para
o aumento de área a ser plantada, auxiliando na tomada de decisões. Portanto, o plantio mecanizado é um sistema complexo que exige equipamentos caros, necessitando de análise
sistêmica que avalie todo o conjunto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS –
Após as apresentações dos especialistas, representantes de três unidades associadas também fizeram
suas considerações, colaborando
com o evento.
Percebe-se a complexidade do sistema do plantio mecanizado como um
todo e como conclusão, podemos
destacar a necessidade de mudas novas com 9-10 meses, o que exige planejamento sistemático de plantio do
viveiro no ano anterior. Esta prática
não é comum no plantio tradicional
no qual planta-se normalmente mudas de 11-12 meses.
Conclui-se também que toda falha ou descuido em qualquer uma das
práticas recomendadas no plantio
tradicional serão mais “sentidas” no
plantio mecanizado, ou seja, os cuidados devem ser redobrados no preparo de solo, plantio em seguida à
sulcação, cobertura e adensamento
das mudas etc.
É fundamental, portanto, que o
produtor se conscientize que o aumento na mecanização do plantio é
irreversível e possivelmente virá de
forma mais acelerada que a mecanização da colheita, sendo necessária
a sua familiarização com a complexidade do sistema, e uma das maneiras é através da introdução parcial,
inicialmente na forma terceirizada,
do plantio mecanizado em suas áreas de reforma.
O agrônomo da sua associação
poderá dar maiores subsídios sobre
o assunto.

Fotos 1 a 3 – Classificação dos toletes após colheita dos viveiros.

Tolete ótimo

Tolete regular

Tolete ruim
Revista Canavieiros - Outubro de 2009

35
Biblioteca

Cultura

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”

Cultivando
a Língua Portuguesa

Processo de Fabricação do Açúcar
Fernando Medeiros de Albuquerque

Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
"Sem pressa, enamorando numa noite estrelada, para
mim, a Lua sorri: um coração apaixona-se..."
1) Maria disse um “blá-blá-blá” sobre seu novo emprego...
Prezado amigo leitor não sabemos o teor do “blá-blá-blá”,
mas conforme o Novo Acordo Ortográfico a escrita está correta.

Renata Carone
Sborgia*

Basta descobrirmos o conteúdo que Maria disse!
2) Ficou “ pré-estabelecido” : o horário da entrada na palestra será às 19h.
Com certeza, teremos problemas com o horário “ preestabelecido”...
Conforme o Novo Acordo Ortográfico, sobre PREFIXOS: usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento da palavra juntam-se com a MESMA VOGAL.
MAS os prefixos CO, PRO, PRE, RE se juntam ao segundo elemento, ainda que
esse inicie pelas vogais O ou E.
Portanto, o correto é: PREESTABELECIDO
prefixo: pré
segundo elemento: estabelecido, iniciado pela vogal “e”
3) Pedro está com dor de garganta...
Comprou um “antiinflamatório”.
Pedro, antes de comprar remédio, procure um médico...
E, prezado amigo leitor, agora com a nova regra sobre o PREFIXO:
Usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento da palavra juntam-se
com a mesma vogal, isto é, usa-se o hífen quando a primeira palavra termina por
vogal ou consoante igual à que inicia a segunda palavra (a regra dos PREFIXOS
tem exceções, aqui menciono a regra de forma geral).
O correto: anti-inflamatório.
PARAVOCÊ PENSAR:
“Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos internos: “Dentro de mim
existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro e muito bom e dócil. Os dois
estão sempre brigando...” Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimentar”.
AD
“É necessário esforçar-se, é necessário trabalhar, é necessário consagrar-se,
é necessário também sofrer para se obter um resultado.”
Antonio Labriola

N

esta obra, o engenheiro químico Fernando Medeiros de Albuquerque tem
como objetivo reunir informação e
conhecimento científico da tecnologia açucareira, que faz parte do desenvolvimento
do nosso país.
Durante esta leitura, que é resultado de
um estudo intenso e abrangente, assuntos
como o processo da purga do caldo (clarificação), a evaporação da água e cristalização são
tratados de forma clara e didática pelo engenheiro.
Com a tecnologia a nossa disposição, as
ilustrações do livro oferecem uma imagem precisa dos fenômenos físico-químicos da produção do açúcar. Não deixe de conferir esta
obra, considerada pelos profissionais da área,
uma leitura imprescindível.

“Todas as ações do homem revelam a sua natureza”
AD
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto
Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Novembro

de 2009

MERCADO FUTURO: OPERE COM SUCESSO
COMMODITIESAGRÍCOLAS E FINANCEIRAS
Dia: 17 a 19 de novembro
Local: Acit - Largo São Vicente de Paulo, 1333
Cidade: Toledo - PR
Informações: 0800 723 3700
E-mail: cursos@xpe.com.br

WORKSHOP CARRETAS DE TRANSBORDO PARA
CANA-DE-AÇUCAR: PROJETO E CONSTRUÇÃO
Dia: 24 de novembro
Local: Centro de Cana IAC - Centro de Convenções
Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 321 - Ribeirão Preto - SP.
Informações: (11) 4582- 8155 - ramal 197.
E-mail: ppontes@iac.sp.gov.br

CURSO DE AGRICULTURA ORGÂNICA E
ALIMENTAÇÃO DESINTOXICANTE

8º SEMINÁRIO SOBRE REDUÇÃO DE CUSTOS NA
AGROINDUSTRIACANAVIEIRA

Dia: 21 de novembro
Local: Parque da Água Branca - São Paulo - SP
Informações: AAO - Associação de Agricultura Orgânica
(011) 3875 2625
E-mail: cursos@aao.org.br

Dia: 25 e 26 de novembro
Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto
Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 321 - Ribeirão Preto - SP
Mais informações: (16) 3211 4770
E-mail: eventos@ideaonline.com.br

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

37
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metros comprimento;
• 800 a 1000 metros de tábua de aroeira e ipê 20cm largura com espessura de
4 cm e 4,0 metros de comprimento.;
• 02 barracões - sendo 01 cobre o tronco e outro para leite A - coberto com
telha francesa;
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com óleo queimado com neltrol;
• 01 embarcador;
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38

Revista Canavieiros - Outubro de 2009

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Revista Canavieiros - Outubro de 2009

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Agro da cana movimenta US$ 86,8 bi

  • 1. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Outubro de 2009
  • 3. Editorial Tamanho é documento O faturamento do agronegócio da cana já não é mais mistério. O estudo “Mapeamento e Quantificação do Setor Sucroenergético”, realizado por uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor Marcos Fava Neves, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração da USP, mostrou que, se considerada a somatória das vendas da cadeia, a movimentação chega a US$ 86,8 bilhões. O faturamento em 2008 foi de US$ 28,15 bilhões, equivalente a quase 2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. O estudo foi apresentado em Brasília, durante encontro promovido pela Unica, e está detalhado na Reportagem de Capa desta edição. A Entrevista deste mês aborda questões que têm preocupado o setor produtivo. Uma delas é o prazo para a averbação das áreas de reserva legal, que termina no dia 11 de dezembro. Para falar a respeito, a diretora-executiva da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), Mônika Bergamaschi, é a entrevistada do mês. A secção Novas Tecnologias traz as novidades sobre variedades de cana-de-açúcar que os institutos de pesquisas irão lançar. Até o ano que vem, pelo menos sete variedades serão apresentadas ao mercado. o assessor técnico da Orplana, Enio Roque de Oliveira, trata em seu artigo da importância de o produtor conhecer antecipadamente o potencial de rendimento da matéria-prima. A coluna “Assuntos Legais”, assinada pelo advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, traz esclarecimentos sobre a adoção do sistema de licenciamento ambiental unificado no Estado de São Paulo e também os novos mecanismos de financiamento lançados pelo BNDES para incentivar o setor ambiental do país. O secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, está no Ponto de Vista. Seu artigo “Pré-sal não pode ser o pós-etanol” ressalta a importância de se estimular a produção de biocombustíveis. O dia de campo realizado pela Canaoeste em parceria com a Case IH está em Notícias Canaoeste deste mês. O evento reuniu produtores e cooperados da região de Ribeirão Preto para a demonstração da colhedora recém lançada, a A4000 pela empresa. Já a secção Notícias Copercana traz as novidades em Descalvado. Em “destaque”, o assunto é a cana transgênica. A reportagem aborda o interesse do Brasil em pesquisas biotecnológicas para variedades de cana-deaçúcar geneticamente modificadas. São três os artigos técnicos. O assistente de Controle Agrícola da Canaoeste, Thiago Silva, aborda o acompanhamento da safra 2009/2010. Na coluna Pragas e Doenças é feito um alerta aos produtores sobre a ferrugem alaranjada, que este ano já foi constatada na Nicarágua, Costa Rica e Panamá. A preocupação agora é quanto à chegada ao Brasil. Em outro artigo, o gerente regional fornecedores do CTC, Mauro Sampaio Benedini, apresenta as discussões que surgiram sobre plantio mecanizado durante o seminário CTC. Já Além de todas estas notícias, você também poderá encontrar nesta edição as informações setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura e Língua Portuguesa. Boa leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Quanto movimenta o setor sucroenergético? Estudo inédito mapeou e quantificou cada elo da cadeia produtiva e concluiu que o faturamento do agronegócio da cana, em 2008, foi de US$ 28,15 bilhões Pag. Pag. DESTA DESTAQUES OUTRAS Entrevista Mônika Bergamaschi Diretora-executiva da AbagRP RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) Dificuldades à vista 05 P a g . P a g . P a g . P a g . P a g . 14 ASSUNTOS LEGAIS 15 PRAGAS E DOENÇAS NOVAS TECNOLOGIAS 16 Economista, é o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e presidente do CONSEA. Pré-sal não pode ser o pós-etanol 08 10 Copercana - Descalvado ganha loja de magazine Notícias 12 Canaoeste - Case IH e Canaoeste realizam dia de campo Notícias Cocred - Balancete Mensal P a g . IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora 28 ARTIGO TÉCNICO I TIRAGEM: 11.000 exemplares 30 ARTIGO TÉCNICO II P a g . 26 P a g . P a g . ARTIGO P a g . 3 2 TÉCNICO III CULTURA P a g . P a g . 18 36 AGENDE-SE P a g . 37 P a g . 38 Artigo Técnico g I P a . Acompanhamento da safra 2009/2010 EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS: Carla Rodrigues - MTb 55.115 Carla Rossisni Cristiane Barão Rafael H. Mermejo INFORMAÇÕES SETORIAIS 24 P a g . P a g . P a g . DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo DESTAQUE P a g . João Sampaio JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 COMERCIAL E PUBLICIDADE: Janaina Bisson (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br Ponto de vista Notícias 22 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 28 CLASSIFICADOS ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 w w w.r evistacanavieiros.com.br Artigo Técnico II Rendimento industrial: Uma aproximação Enio Roque de Oliveira - Assessoria Técnica/ORPLANA 4 4 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Pag. 30 w w w.twitter.com/canavieiro s redacao@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista Mônika Bergamaschi Diretora-executiva da Abag-RP RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto) Dificuldades à vista Cristiane Barão O prazo para a averbação das áreas de reserva legal termina no dia 11 de dezembro e isso tem deixado os produtores preocupados. Se nada acontecer até lá, a situação pode se agravar. Essa é a opinião da diretora-executiva da Abag-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), Mônika Bergamaschi. Segundo ela, há três possibilidades: que a matéria seja declarada inconstitucional, que o novo Código Ambiental Brasileiro seja aprovado ou que o decreto que determinou a data seja postergado. No entanto, essa não é a única preocupação do setor. A atualização dos índices de produtividade, a dificuldade de comunicação com o governo e com a sociedade também tiram o sono dos agentes do agronegócio nacional. Leia a entrevista que ela concedeu à Canavieiros na sede da Abag-RP. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 5
  • 6. Entrevista Canavieiros – Até o dia 11 de de- úteis, até esse prazo (11 de dezembro) daqui a um ano a lei mude novamente e zembro pode acontecer alguma coisa ou tudo isso fosse visto, analisado. No todos sejam colocados na ilegalidade o produtor deve averbar e ponto final? entanto, o problema está no embate en- de novo? A única coisa que garantiria Mônika Bergamaschi – Existem al- tre ruralistas e ambientalistas. E seria alguma segurança é, primeiro, o cumgumas medidas que estão sendo toma- bom que isso acabasse primeiro. O que primento da Constituição Federal, onde das. Há um grupo que entrou com uma é importante observar é que o homem está dito: irretroatividade das leis, diAdin (Ação Direta de Inconstituciona- saiu do centro da discussão e virou um reito de uso aos legítimos proprietárilidade). Essa ação é da CNA e recebeu biocentrismo. E não sabemos qual o re- os. Só isso já resolveria um monte de recurso da CNI. A gente sabe que existe flexo de não ter um código e o que pen- problema. E uma questão a mais, que é um parecer do relator do Supremo Tri- sa a sociedade brasileira que, no fundo, dividir com a coletividade todo o ônus bunal Federal para ser levado (o pare- é quem liquida a conta. da preservação ambiental, que hoje cer) à votação. O teor desestá só nas costas do prose relatório a gente ainda "O interessante seria que houvesse uma lei dutor. O segundo ponto não sabe, mas é uma posguarda-chuva federal que estabelecesse mais importante é que, ensibilidade que a reserva quanto nós tentarmos fazer alguns parâmetros e, a partir daí, cada legal seja considerada inuma política ambiental para constitucional. O que um país com essa dimensão Estado legisla em seu território." acontece a partir daí, é um e diversidade de solo, de outro problema. Não significa que, por Canavieiros – Quais os principais clima, de vegetação, não vamos prosser inconstitucional, nada mais terá de pontos que o setor produtivo defende seguir. Tudo o que fizermos para a conser feito. Existe um outro projeto, que é neste Código Ambiental? servação da Amazônia passa a ser exo do Código Ambiental Brasileiro, apreMônika – O principal ponto é de (o cessivo para as outras regiões do país. sentado pela Frente Parlamentar da Código Ambiental) estar calcado em O que for permissivo para as outras Agropecuária, e que, de uma certa ma- questões técnicas e científicas. Isso regiões será danoso para a conservaneira, é como se fosse uma pós-Adin. E propiciará que as pessoas, com base ção da Amazônia. O interessante seria existe ainda uma possibilidade de que, em algo real e no risco de um problema, que houvesse uma lei guarda-chuva pela própria inoperância, o próprio de- façam a recomposição. Absolutamente federal que estabelecesse alguns parâcreto (6.514/2008) seja mais uma vez o setor não defende quem fez desmata- metros e, a partir daí, cada Estado lepostergado. Até 11 de dezembro é fato mento ao arrepio da lei. Isso precisa gisla em seu território. que, ainda que todo mundo tivesse tido ficar muito claro. O que não pode, pora boa vontade de correr atrás de cartóri- que nos dá uma insegurança, é exataCanavieiros – Você acha que esses os, técnicos e tudo, não teria tempo há- mente isso: como a lei mudou e colo- pontos são negociáveis com os ambibil. Em algum lugar aí no meio deve estar cou na ilegalidade, o que é que nos entalistas? a solução. É isso que a gente tem tenta- garante que, se fizermos uma adequaMônika – Uma coisa é fazer polítido buscar. Resumindo: não acho que 11 ção com base no que está dito agora, ca agrícola sentado na Faria Lima ou de dezembro seja simplesmente (o prazo final para) a averbação. Acho que, se nada acontecer até lá, pode ser o começo de uma fase mais crítica do que a gente vive hoje. “ Canavieiros – O projeto do Código Ambiental já tramita na Câmara dos Deputados. Há uma Comissão Especial para reunir todas as matérias que tratam de legislação ambiental e florestal e colocar esse projeto único em votação até o dia 11 de dezembro. No entanto, o embate entre ruralistas e ambientalistas é grande. Você acha que esse prazo é possível, considerando que há mais de 300 projetos a serem analisados? Mônika – Esse trabalho de consolidação das leis já está muito andado pelo grupo que ajudou a escrever o Código Ambiental. A estrutura da comissão permitiria que em 45 sessões, que são dias 6 Revista Canavieiros - Outubro de 2009
  • 7. Entrevista na Avenida Paulista ou lá em Brasília. Outra coisa é vir aqui e sentir o que acontecesse. Se esses grupos se dispusessem a vir para cá e verificar como é possível fazer essa composição entre produção e conservação, veriam que é mais do que uma simples nota ou lei. É possível fazer compensação? O produtor de cana está perdendo renda há três anos e mesmo que a compensação custe R$ 1,00, mesmo assim ele terá dificuldade porque não é só comprar a área. Ele tem de cuidar. E juridicamente, colocar todo mundo na ilegalidade é um problema. À medida que não cumprimos a nossa própria lei, estamos fora de qualquer mercado internacional. Há de se ter um bom senso, que me leva a crer que um consenso será possível sim. E o próprio governo viu, andando por aí afora, que não dá, que ninguém está fazendo – não porque não queira, mas porque não dá. Canavieiros – O pagamento por serviços ambientais é possível no Brasil? Mônika – Acho que é a solução. Uma floresta ou uma área, se ele (produtor) não for obrigado por lei, ele só manterá se tiver rentabilidade. Esse é um meio, mas temos ainda de estudar e achar uma maneira de fazer: de onde virão os recursos, quem gerencia, como fazer com que os recursos cheguem às mãos do produtor. Canavieiros – A revisão dos índices de produtividade é uma discussão que ora ou outra vem à tona. Como o setor está lidando com isso? Mônika – É uma medida claramente eleitoreira, já que não tem mais sentido que isso exista. Isso foi colocado há muito tempo, por uma questão de necessidade, de segurança alimentar, de fazer com que as pessoas produzissem mais. Se existe latifúndio é um ou outro. Mas, nas áreas produtivas todos estão tentando produzir cada vez mais, com cada vez menos insumos, e quando isso (produtividade) cai, não é porque o produtor ficou sentado olhando, mas porque aconteceu alguma coisa. Não há necessidade disso, ainda mais para o fim de desapropriação para reforma agrária. A CNA divulgou um relatório que mostra que 37% dos assentamentos não produzem nem para o próprio consumo. Não tem razão (para atualizar os índices). Outra coisa: não falta comida no Brasil. Falta renda para comprar comida. Não falta energia, fibra. O Brasil é exportador. É eleitoreiro (atualização dos índices de produtividade), corre o risco sim de passar por uma canetada e é outra briga que vamos ter. Uma coisa é a versão. Outra é o fato. O setor está aí, rendendo divisas, gerando emprego, alimentando. E qual é o reconhecimento que existe por parte do governo? Nenhum. Canavieiros – Bastou uma reunião com o MST para que o governo prometesse a atualização dos índices de produtividade. V acha que ocê há uma identificação ideológica entre o governo e os movimentos sociais ou o setor se comunica mal com o governo e com a sociedade? Mônika – Os dois. Temos dificuldades sérias de comunicação. O setor sabe do quanto é capaz, do quanto produz, mas acha desnecessário dizer isso. Aqui, especificamente, temos tentando mostrar isso. E algumas outras regiões também têm tentado. Mas a população não sabe o que é isso: há ainda um desconhecimento grande de cadeia produtiva, de mercado, de comércio. Falta comunicação. Tem um fator ideológico e também eleitoreiro. Canavieiros – Quais os focos que o setor deve ter neste momento? Mônika - A comunicação, a educação, o fortalecimento das entidades são muito importantes. E mais do que isso: estamos à beira de um processo eleitoral. É muito importante trazer agora as pessoas que defendam as nossas ideias e interesses, que querem o nosso voto. E não só prometer, mas que assumam compromissos formais e que haja, depois da parte dos associados, dos eleitores, uma cobrança sobre eles. È meio utópico, mas estamos fazendo isso há muitos e muitos anos. A coisa hoje não é mais jurídica, não é mais econômica. Tudo é política. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 7
  • 8. Ponto de Vista Pré-sal não pode ser o Pré-sal não pode ser o pós-etanol pós-etanol João Sampaio* A s jazidas de petróleo do pré-sal, mais uma dentre as imensas dádivas naturais do Brasil, são uma riqueza expressiva e, sobretudo, um consistente diferencial competitivo no comércio exterior. Se o cronograma de extração não sofrer alterações e se viabilizarem os elevados investimentos previstos, a produção deverá iniciar-se em cerca de dez anos, conferindo sobrevida à velha economia baseada na queima de combustíveis fósseis, persistente em numerosos países sem alternativas viáveis para alterar suas matrizes energéticas. O Brasil, nação detentora das melhores condições do mundo (áreas disponíveis, solo, clima e tecnologia) para a produção de biocombustíveis, em especial o etanol, terá, então, posição privilegiada. Poderá ampliar cada vez mais o uso interno de fontes renováveis, menos poluentes e sem a mínima suscetibilidade às crises internacionais e se tornar exportador de petróleo para nações que não dispõem de reservas e não têm quaisquer condições de produzir canade-açúcar em larga escala, embora desejassem muito poder fazê-lo. Basta uma estratégia eficaz para tornar essa equação da matriz energética um dos trunfos de nosso desenvolvimento. Desprezar a importância do pré-sal seria tolice tão desmedida quanto um retrocesso nos programas dos biocombustíveis, em especial o etanol. Por isso, são preocupantes algumas posições e atos de organismos públicos federais que, de repente, parecem esquecer as conhecidas vantagens socioeconômicas e ambientais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, empregadora de mão-de-obra intensiva, grande exportadora e base de um processo dinâmico de aporte tecnológico — os automóveis flex são um ótimo exemplo! Mais grave: esboçam-se ataques ao setor, num movimento estranhamente proporcional à substituição dos biocombustíveis pelo monopólio semântico do pré8 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 sal no discurso energético do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentre tais manifestações, inclui-se a recente Nota Verde do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, com a anunciada intenção de disponibilizar à sociedade informações relativas aos níveis de emissão veicular gerados por carros leves de passeio. O documento chega à “brilhante” conclusão de que, em muitos casos, o etanol polui mais do que a gasolina. Utilizou-se metodologia inadequada para fazer parecer correta uma conclusão muito distorcida quanto aos volumes de monóxido de carbono. Compararam-se modelos diferentes de veículos, inclusive alguns importados, com graus muito díspares de tecnologia embarcada. Um verdadeiro atentado contra os preceitos da ciência, da pesquisa e da ética. Quanto a este último item, cabe a ressalva: se motivado por dolo e não mera incompetência... A análise não respeitou os rigorosos critérios aplicados na homologação de veículos. Além disso, ignorou por completo os gases causadores do efeito estufa. Neste quesito, o etanol derivado de cana-de-açúcar apresenta boas propriedades, pois é praticamente neutro quanto às emissões de dióxido de carbono. Ou seja, a Nota Verde é um desserviço à Nação, ao colocar em cheque trinta anos de avanços concretos no desenvolvimento do etanol como combustível mais barato, limpo e renovável. Como se não bastasse, o Ministério do Meio Ambiente acaba de divulgar o seu Plano de Ação para Controle do Desmatamento no Cerrado, apontando a cana-de-açúcar como uma das principais causas da devastação. Como se sabe, isso não procede, considerando que 98% da cultura não provocam o corte de uma árvore sequer, pois são utilizadas áreas há muito tempo destinadas à agropecuária. E, num ato que até parece articulado com aquele programa, o Governo Federal lançou o Zoneamento Agroecoló- gico da Cana-de-açúcar. Em tese, tratase de prática conceitualmente correta, à medida que coíbe qualquer desmatamento para se fazer uma plantação. Até aí, nada contra. O projeto, entretanto, coloca restrições à lavoura até mesmo em áreas agrícolas e pastoris já existentes. Toda essa artilharia contra a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, incluindo a insinuação de que o pré-sal pode significar a obsolescência do etanol, parece inserir-se num olhar distorcido pelo comprometimento ideológico do governo com o MST, que sequer existe juridicamente, a CUT e movimentos de intenções dúbias. Por conta disso, os produtores rurais em geral têm sido ameaçados por propostas como o exagerado aumento da produtividade mínima das fazendas e a reforma do Código Florestal, além de prejudicados por medidas como as sanções relativas às reservas Legais e áreas de preservação permanente. Criou-se um clima de instabilidade para o agronegócio, numa atitude de desrespeito ao setor e à sociedade, a maior prejudicada pelos equívocos e desmandos das políticas públicas. *João Sampaio, economista, é o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (CONSEA).
  • 9. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 9
  • 10. Notícias Copercana Descalvado ganha loja de Descalvado ganha loja de magazine magazine Carla Rodrigues Agora já são mais de dez mil novos produtos disponibilizados pela Copercana na cidade D epois de a Copercana incorporar a antiga cooperativa Coper van, em Descalvado, em fevereiro de 2008, trazendo para seus cooperados as melhores novidades do mercado, agora a cidade ganhou o Magazine, que traz uma ampla linha de artigos domésticos aos produtores. Com a inserção do Magazine à loja, já são mais de dez mil novos produtos disponibilizados pela Copercana em Descalvado, o que garante qualidade e agilidade na compra de seus cooperados/clientes. "Estamos muito otimistas com a chegada do Magazine. Além de gerar novos empregos, também temos grande expectativa com o público feminino", conta o encarregado de loja, Breno Mazola. Antes, a loja disponibilizava aos produtores somente alguns produtos e, para a linha automotiva, apenas lubrificante. Hoje, com 600 cooperados e mais 100 novos clientes cadastrados no sistema da Copercana, a loja tem capacidade de oferecer produtos diversificados, como pneus, baterias, hidráulicos, linha de filtro, ferramentas, defensivos, grãos, farelos, fertilizantes entre outros. O cooperado Laudemir Antônio Romanello, de Descalvado, é criador de suínos e pecuarista. Para realizar a engorda de seus animais, ele procura pelos produtos da Copercana, que sempre trouxe bons resultados para Fachada do Magazine/Ferragens Copercana de Descalvado sua criação. "Venho aqui na loja da Copercana para comprar aquilo que preciso para fazer meu trabalho, pois eu sei que são produtos de grande qualidade e, além disso, as formas de pagamento oferecidas são as melhores que nós, produtores rurais, podemos encontrar no mercado", explicou Romanello. Além de Descalvado, a Copercana de Santa Cruz das Palmeiras também conta com produtos do Magazine e a cidade de Santa Rosa de Viterbo é a próxima a ganhar o seu próprio Magazine. Parte interna da loja Parte interna da loja 10 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 O cooperado Laudeir Antônio Roimanello ao lado de Breno, encarregado da loja de ferragens de Descalvado Aqui você encontra uma grande Aqui você encontra uma grande variedade de produtos variedade de produtos
  • 11. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 11
  • 12. Notícias Canaoeste Case IH e Canaoeste realizam dia de campo Carla Rodrigues Evento reuniu cooperados para demonstração de colhedora O Projeto Case IH Advanced Show chegou a São Paulo para trazer informações até o produtor e no dia 16 de outubro foi a vez da região de Ribeirão Preto conhecer na prática seus produtos. Em parceria com a Canaoeste, a Case IH realizou um dia de campo na Usina Viralcool, em Pitangueiras, reunindo cooperados, produtores e convidados para a demonstração da colhedora recém lançada pela empresa, a A4000. Também conheceram melhor o trabalho da colhedora A8000 e os tratores das linhas Farmall e Maxxum. A colhedora A4000 foi criada para atender àqueles produtores de canade-açúcar que trabalham com espaçamento entre linhas reduzido, a partir de 1,0 m, e apresenta funções bastante similares à A7000. De acordo com o especialista em marketing de produção da Case IH, Roberto Biasotto, esta colhedora foi desenvolvida para complementar o trabalho realizado pela A7000, pensando sempre em contribuir com a dimensão da cana. “Com esta máquina o produtor consegue colher uma linha por vez sem pisotear as soqueiras, aumentar a qualidade do corte, reduzir os índices de perda de produção e gerar uma melhoria em seu canavial”, explicou o especialista. Luis Carlos Tasso Júnior (diretor Canaoeste), Fernando dos Reis Filho (diretor Cocred), Gustavo Nogueira (Canaoeste), Fábio Tonielo (Virálcool), Lucas Gaspar Doarte (gerente Fazenda Três Barras) Esta colhedora permite ao produtor colher até 58 toneladas por hectare e sua produtividade gira em torno de 20 toneladas por hora. Seu custo de aquisição é bem competitivo dentro do mercado e seu trabalho é suficientemente satisfatório para fornecedores e usinas de baixo espaçamento. Seu diferencial está no modelo compacto, que possibilita uma maior rapidez no transporte, chegando a alcançar uma velocidade de 16 km/h e também em seu tanque de combustível, que tem capacidade para 210 litros, fazendo com que diminua as paradas para abastecimento. “Por mais que seja uma máquina simples e menor, ela possui toda a força de uma colhedora maior”, disse Biasotto. Participantes e equipe da Case IH presentes no evento 12 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 O produtor de cana, Fernando dos Reis Filho, se mostrou bastante satisfeito com o resultado da colhedora e acredita que Colhedora A4000 durante demosntração no Dia de Campo eventos assim influenciam na decisão do produtor na hora da compra. “Para mim estes encontros deveriam ser realizados no mínimo uma vez por mês, pois além de sairmos da rotina, fazemos uma troca de ideias e informações muito interessantes, o que é uma necessidade para o produtor. Hoje pude ver o trabalho realizado por esta máquina e estou bastante satisfeito com o resultado, é ideal para quem busca melhoria na produção”, conclui Reis Filho.
  • 13. Consecana Notícias Canaoeste CIRCULAR Nº 09/09 DATA: 30 de setembro de 2009 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Est ado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de SETEMBRO de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,2996. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e os acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e os acumulados até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:
  • 14. Assuntos Legais Estado de São Paulo adota o sistema de licenciamento ambiental unificado. N o Estado de São Paulo, um intrincado sistema de comando e controle ambiental das atividades produtivas, que era formado por quatro departamentos do sistema estadual de meio ambiente - DEPRN (Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais), DUSM (Departamento de uso do Solo Metropolitano), DAIA ( Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental) e CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) - foi simplificado com a edição da Lei Estadual nº 13.542/2009, que entrou em vigor em 07/08/2009, criando a “Nova CETESB” - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. A referida agência ambiental passa, a partir de então, a licenciar todos os empreendimentos no Estado, pleito antigo do setor produtivo, da sociedade e do próprio sistema ambiental, o que significa que o cidadão e/ou o empreendedor terá agora apenas um caminho (balcão único) para licenciar sua atividade produtiva. Além de manter a função de órgão fiscalizador e licenciador de atividades consideradas potencialmente poluidoras, passa a licenciar atividades que impliquem corte de vegetação e intervenções em áreas de preservação permanente e ambientalmente protegidas, ficando ressalvado que o licenciamento de atividades e em- preendimentos de pequeno impacto local passará a ser feito diretamente pelos municípios. Isso demonstra a tendência que deve prevalecer no Juliano Bortoloti - Advogado sistema ambiental Departamento Jurídico Canaoeste de todo país, facilitando o acesso do empreendedor e do cidadão ao licenciamento ambiental de sua atividade. No caso de São Paulo, maiores informações podem ser obtidas no sítio eletrônico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br) BNDES lança mecanismos de financiamento para apoiar setor ambiental O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou novos mecanismos de financiamento destinados a apoiar iniciativas no setor ambiental. A partir de agora, o Cartão BNDES poderá financiar diagnósticos ambientais e serviços de certificação para sistemas de rastreabilidade, enquanto o BNDES Florestal apoiará o reflorestamento, a recuperação e o uso sustentável das matas. O banco de fomento também anunciou a criação da Compensação Florestal, que financiará a regularização do passivo de reserva legal em propriedades rurais destinadas ao agronegócio; a criação do BNDES Mata Atlântica, que se constitui em apoio financeiro não reembolsável para projetos de reflorestamento de espécies nativas desse bioma; e a abertura do FIP Florestal, um fundo de investimento para participação acionária em empresas ou empreendimentos com foco em ativos florestais. 14 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que essas novas linhas já estão disponíveis e afirmou que não há teto orçamentário para desembolsos. Segundo ele, para a Compensação Florestal, por exemplo, foram alocados R$ 300 milhões até 2012, mas, caso seja necessário, mais recursos poderão ser alocados. Além dessas novas modalidades, o banco de fomento já disponibilizava diversas linhas e mecanismos para frigoríficos e pecuaristas. O Cartão BNDES financia equipamentos utilizados na implementação de sistemas de rastreabilidade do gado, enquanto a Linha Inovação e o Funtece financiam inovações tecnológicas para o setor. Além destes, a Linha Meio Ambiente apoia projetos para controle de poluentes, sistemas de gestão ambiental e certificações; o PMAE financia a modernização dos órgãos ambientais estaduais e a regularização fundiária; e o Propflora apoia o plantio comercial e a recuperação de florestas. No ano passado, o banco de fomento destinou R$ 6 bilhões para o setor de frigoríficos e pecuaristas, incluindo as participações acionárias. Para Coutinho, as novas formas de financiamentos e as exigências anunciadas para a concessão de crédito para o setor contribuirão para reduzir o passivo ambiental causado pela expansão da pecuária. “A pecuária brasileira tem que superar o modelo extensivo, que precisa de cada vez mais espaço, aumentando o desmatamento. Tem (a pecuária) que voltar para áreas degradadas, temos que tornar atraente um modelo intensivo para a pecuária”, ressaltou Coutinho. Matéria veiculada no Valor Online de 22/07/2009, por Rafael Rosas.
  • 15. Pragas e Doenças Ferrugem alaranjada: produtor deve ficar alerta Da redação Embora não haja casos confirmados na América do Sul, todo cuidado é pouco N os dias 23 e 24 de setembro, foi realizado no Centro de Eventos do IAC (Instituto Agronômico) em Ribeirão Preto, o 3º Grande Encontro sobre Variedades de Cana-deAçúcar, em parceria com o Grupo IDEA. O encontro reuniu pesquisadores, produtores e agrônomos de todo o país Os participantes assistiram palestras de profissionais qualificados, que discutiram questões como: melhores variedades para a colheita e plantio mecanizado, comportamento varietal nas diferentes regiões produtoras no Brasil, resultados de ensaios das variedades CTC, RB, IAC e CV, entre outros. Além disso, debateram assuntos de grande importância que atingem o setor sucroenergético brasileiro, como a ameaça da ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii E. J. Butler). A apresentação sobre esta doença foi feita pelo professor Dr. Eder Giglioti, das Faculdades Adamantinenses Integradas. Segundo ele, não existe confirmação da presença da doença na América do Sul, mas é sempre bom ficar alerta. Ela se manifesta em épocas úmidas e tem como prevenção o manejo integrado. A ferrugem alaranjada é uma doença conhecida desde o século XIX na cultura da cana-de-açúcar. No ano 2000, a doença ocorreu com grande intensidade em canaviais da Austrália, na variedade Q124, altamente suscetível e também plantada em grande proporção na principal região canavieira. Em 2007, atingiu lavouras da Flórida (EUA) e Guatemala. Neste ano já foi constatado na Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Agora, a preocupação é quanto à chegada ao Brasil. Os sintomas, com exceção da cor das lesões que são alaranjadas, são bastante semelhantes aos sintomas da ferrugem marrom. A disseminação ocorre da mesma maneira, por meio de correntes aéreas, diferindo apenas nas condições climáticas favoráveis à doença, pois a ferrugem alaranjada exige condições de elevada temperatura e alta umidade. O setor precisa ampliar o monitoramento nas áreas de suspeita de ferrugem comum, assegurando-se de que não se trata da doença e ter cuidados durante visitas a locais infectados. A chegada é imprevisível, mas os produtores devem estar alerta. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 15
  • 16. Novas Tecnologias Safra de novas variedades Carla Rodrigues Até o ano que vem, pelo menos sete cultivares de cana serão lançadas; elas se somarão às quatro apresentadas nos últimos meses A o menos sete variedades de cana devem ser lançadas até o ano que vem pelos institutos de pesquisa. Esses lançamentos somam-se aos feitos recentemente: dois pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e outros dois pela Canavialis. Em 13 anos, o IAC (Instituto Agronômico), CTC, Canavialis e Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) lançaram 96 cultivares de cana. Plantio na Fazenda São Paulo Irmãos Rodrigues O IAC promete apresentar em 2010 até cinco novos materiais: IACSP955094, IACSP976682, IACSP963060, IACSP961218 e IACSP962042. De acordo com os pesquisadores, Mario Campana e Pery Figueiredo, estas cultivares são de alta produção, adaptadas ao cultivo no Estado de São Paulo, Centro-Sul e Centro-Oeste do país. “São variedades que se somarão às boas já existentes e também apresentam um resultado para quatro cortes (ciclos), sendo que a maioria entre as variedades padrões são para dois ou três cortes”, disseram os pesquisadores. A Ridesa vai fazer uma liberação conjunta de novas variedades e pela UFSCar serão liberados dois materiais: (1) RB965902 e (2) Pesquisadores do IAC, Pery Figueiredo e Mario Campana 16 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 RB965917. A primeira é uma variedade precoce, de média exigência em ambiente, que não floresce e é resistente às principais doenças. A segunda é uma variedade de alta produtividade, maturação precoce a média, de alta exigência em ambiente e também não floresce. Segundo Roberto Giacomini, pesquisador da RIDESA / Ufscar, a importância destes lançamentos está Roberto Giacomini Agronômo-pesquisador da Ridesa em oferecer aos produtores novas opções de manejo e promover melhores índices de produtividade. “Nossa linha de trabalho é levar para os produtores variedades mais produtivas, substituindo terra por tecnologia. Às vezes, em uma mesma área, apenas com a alocação adequada de variedades, já se consegue uma maior produção”, afirmou. Os lançamentos mais recentes de variedades de cana-de-açúcar foram apresentados pelo CTC, durante o Cana Show, no início do mês, e pela Canavialis, em setembro. O CTC lançou a CTC19 e CTC20, que fazem parte da quinta geração de variedades do centro. A CTC19 destaca-se pelo alto teor de sacarose, alta produtividade agrícola e boa brotação de soqueira. É recomendada para colheita de meio ao final da safra em
  • 17. Novas Tecnologias ambientes de médio e alto potencial de produção. Outras características são fibra baixa e não isoporização. Na CTC20 também é possível encontrar uma elevada produtividade agrícola e alto teor de sacarose. Além disso, apresenta um perfilhamento abundante e rápido fechamento, pode ser colhida durante toda a safra e na maioria dos ambientes de produção. Ainda tem como características a fibra baixa, pouca isoporização e florescimento. “Esses materiais são criados para o produtor ter opção, poder escolher àquela que melhor se adapte ao seu ambiente. Com isso ele consegue aumentar sua produção na mesma área, ou seja, produz mais com custo reduzido”, explica Arnaldo José Raizer, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do CTC. A Canavialis se tornou a primeira empresa privada do país a agregar materiais para o setor canaviei- Arnaldo Raizer (coordenador de pesquisa e desenvolvimento CTC), Nilson Boeta (diretor superintendente CTC), Tadeu Andrade (diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC), Osmar Figueiredo Filho (diretor de mercados e oportunidades CTC) ro. Em setembro, apresentou a CV Pégaso e CV Centauro. A CV Pégaso destaca-se pelo aspecto visual e sua ótima capacidade de brotação, além de ter alta resistência às principais doenças, baixo índice de florescimento e despalha fácil. Já a CV Centauro é caracterizada pela sua boa brotação sob a palha e pelo seu crescimento ereto, que faz com que alcance grandes resultados na colheita mecanizada de cana crua. Também apresenta baixa isoporização e florescimento tardio. José Bressiani - Canavialis Revista Canavieiros - Outubro de 2009 17
  • 18. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - AGOSTO/2009 Valores em Reais 18 Revista Canavieiros - Outubro de 2009
  • 19. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Outubro de 2009
  • 21. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 21
  • 22. Reportagem de Capa Quanto movimenta o setor sucroenergético? Da redação Estudo inédito mapeou e quantificou cada elo da cadeia produtiva e concluiu que o faturamento do agronegócio da cana, em 2008, foi de US$ 28,15 bilhões E studo inédito apresentado no seminário “O Setor Sucroenergético e o Congresso Nacional: construindo uma agenda positiva”, que aconteceu no último dia 14, em Brasília, mapeou e quantificou o agronegócio da cana-de-açúcar. A equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Marcos Fava Neves, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia e Administração da USP, se debruçou no levantamento durante cinco meses. E os resultados surpreendem. O faturamento do setor sucroenergético no ano passado foi de US$ 28,15 22 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 bilhões, equivalente a quase 2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Já a movimentação financeira – que considera a somatória das vendas da cadeia – foi de US$ 86,8 bilhões. Considerados apenas os impostos sobre o faturamento – isto é, IPI, ICMS, PIS e Cofins – estima- se que, em 2008, o setor tenha pago o equivalente a US$ 9,86 bilhões. Desse total, US$ 3 bilhões são relativos à venda de insumos agrícolas e industriais e US$ 6,86 bilhões se referem a impostos agregados do setor sucroenergético. Na fazenda, o faturamento foi de US$ 11,5 bilhões. Somente os fornecedores independentes de cana-de-açúcar somam mais de 70 mil no país e geraram uma receita superior a US$ 5 bilhões.
  • 23. Reportagem de Capa Segundo o estudo, a compra dos insumos agrícolas no ano passado atingiu US$ 9,2 bilhões. Só em relação aos fertilizantes, a cultura da cana realizou gastos de US$ 2,3 bilhões, o que é equivalente a 14% da venda de fertilizantes no Brasil. Quanto aos defensivos agrícolas, o setor movimentou US$ 768,4 milhões (9,5% das vendas no país). O setor de insumos industriais faturou com o setor sucroenergético US$ 6,4 bilhões em 2008. Nesse mesmo ano foram alocados US$ 79,15 milhões para pesquisas, provenientes de Finep, Fapesp, Canavialis e Allelyx, CTC, IAC e distribuídos entre organizações públicas e privadas, USP, Unicamp, Unesp, Embrapa, Ridesa entre outras. As usinas faturaram com etanol US$ 12,4 bilhões em 2008, contabilizadas as vendas ara o mercado externo e interno. As exportações, que foram de US$ 2,36 bilhões, cresceram 26 vezes em faturamento e 15 vezes em volume desde 2001. Fonte: Neves, Trombin e Consoli, com dados gerados por Markestrat (2009) A energia comercializada inclui a bioletricidade – a energia elétrica renovável gerada a partir do bagaço da cana. Em 2008, cerca de trinta usinas negociaram 544 MW médios para a venda anual por quinze anos. Esse volume irá gerar faturamento anual de US$ 389,6 milhões. Quanto ao número de empregados, havia 1,28 milhão de pessoas com cartei- ra assinada em 2008, ou 2,15% dos postos de trabalho. Nessa conta incluem-se os empregos no cultivo da cana-de-açúcar, nas fábricas de açúcar e na produção de etanol. O índice de formalidade no setor canavieiro atingiu a média nacional de 80,9%. O índice é maior na região CentroSul (90,3%), chegando a 95,05% em São Paulo, segundo dados do IBGE de 2007. No Nordeste, é de 66,5%. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 23
  • 24. Destaque Cana transgênica: Tecnologia de ponta para um Tecnologia de ponta para um futuro próspero futuro próspero Carla Rossini A engenharia genética na agricultura canavieira deve consolidar o Brasil como a grande potência do setor sucroalcooleiro O setor sucroalcooleiro passa por um momento de crescimento e tem pela frente horizontes promissores. Mas, como a canade-açúcar, que sempre teve um papel importante no Brasil, pode ajudar a construir esse futuro? A resposta está diretamente ligada à tecnologia e aos investimentos que estão sendo empregados em pesquisas. "O Brasil é pioneiro no desenvolvimento de pesquisas biotecnológicas de cana. A planta transgênica deve ser uma realidade da nossa agricultura em médio prazo", declarou o pesquisador e professor da Unesp de Jaboticabal, Jesus Ferro, que lançou durante a Fenasucro & Agrocana 2009, o Guia da Cana-deaçúcar Transgênica, uma publicação do CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia). O objetivo da publicação é servir de fonte de informações dos recentes avanços científicos na área de transgenia. Para Alda Lerayer, diretora executiva do CIB, a adoção da engenharia genética na agricultura canavieira deve definitivamente consolidar o Brasil como a grande potência do setor sucroalcooleiro. "As vantagens das variedades de canade-açúcar geneticamente modificadas partem do aumento de produtividade, redução do uso de insumos agrícolas e à preservação ambiental", destacou. nal de Biossegurança). Entre eles, variedades tolerantes a herbicidas, resistente a pragas e doenças, tolerantes à seca, com maior teor de sacarose e biomassa e com melhoria de porte de planta. Ao todo, existem cerca de 50 pedidos de liberação planejada no meio ambiente protocolados na CTNBio (Comissão Técnica Nacio- Esses benefícios podem ajudar ainda mais o Brasil a se consolidar como o maior e mais eficiente produtor de cana no mundo. AtualmenAlda Lerayer “Tecnologia e investimentos estão sendo empregados em pesquisas” 24 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 “...aumento de produtividade, redução do uso de insumos agrícolas e à preservação ambiental...” “...engenharia genética na agricultura deve consolidar o Brasil como a grande potência...”
  • 25. Destaque te, mais de 500 milhões de toneladas de cana são produzidas por ano, que fazem com que o Brasil lidere a ranking das exportações de açúcar, sendo responsável por 45% do produto consumido no mundo. O país também é o maior exportador mundial de etanol. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2008, o açúcar e o etanol renderam a economia brasileira aproximadamente US$ 7,8 bilhões em divisas. São essas razões que fazem especialistas buscar, há anos, o aprimoramento no cultivo da planta, para torná-la mais produtiva e resistente. Com o êxito do mapeamento do seu genoma, estão abertas as portas para uma infinidade de possibilidades, entre elas o melhoramento genético assistido por marcadores moleculares e a biotecnologia aplicada. - Biotecnologia Desde a década de 90 existe a utilização de biotecnologia para melhoramento de cana. No fim dos anos 90, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), iniciou o Projeto Genoma da Cana, no qual foram identificados 50 mil genes da planta. Atualmente, o seqüenciamento completo do genoma da cana está sendo realizado por um consórcio internacional no qual o Brasil é um dos líderes. No futuro, o uso dessas informações permitirá o desenvolvimento mais rápido de novas variedades com características fundamentais, que poderão ajudar o setor como um todo. Um exemplo é a cana que será utilizada como uma biofábrica, capaz de gerar produtos de alto valor agregado, como os bioplásticos. Até o momento não há no mundo nenhuma variedade de cana transgênica comercial. Mas já foram realizados ou estão em andamento testes de campo na África do Sul, Argentina, Colômbia, Austrália, Estados Unidos, Cuba e principalmente no Brasil. Melhorias da cana transgênica para a agricultura brasileira O Brasil será um dos países mais beneficiados com a chegada de variedades com teor elevado de sacarose e biomassa, graças ao maior potencial da planta para gerar açúcar e energia. De acordo com Jesus Ferro, esse tipo de cana aumentará a competitividade do país no mercado internacional, além de contribuir para a preservação do meio ambiente. “Ao oferecer mais açúcar e energia, a cana geneticamente modificada vai diminuir a pressão pelo aumento da área plantada, cooperando para a manutenção das fronteiras agrícolas”, explicou. As áreas menos hídricas, como o nordeste brasileiro, poderão aumentar as plantações de cana graças à chegada de variedades tolerantes à seca. Entretanto, de acordo com Sizuo Matsuoka, especialista em melhoramento de cana, regiões com escassez de chuvas não serão as únicas beneficiadas com a tecnologia. “Essas variedades também aumentarão a produção em regiões que cultivam largamente a cana, pois haverá melhor aproveitamento da água”, argumentou. Outra vantagem apontada pelo especialista e de ordem econômica para os agricultores é a resistência a pragas e doenças. “A exemplo do milho Bt, esse tipo de cana exige menor uso de insumos agrícolas”, esclareceu Matsuoka. De acordo com Ferro, a cana transgênica permitirá ao agricultor aumentar o rendimento na colheita mecanizada, utilizada principalmente em grandes plantações. “A cana transgênica terá melhoria de porte e vai oferecer plantas mais eretas e resistentes a colhedoras”, complementou. A exemplo da soja, do milho e do algodão, as variedades de cana-de-açúcar tolerantes a herbicidas trarão ganhos econômicos / sociais ao agricultor e benefícios ao meio ambiente. “Essa característica irá facilitar o manejo da cultura, além de reduzir o uso de herbicidas necessários para o controle de plantas daninhas. Isso refletirá não apenas nos custos de produção, como também na preservação do solo, que sofrerá menor impacto ambiental”, afirmou Ferro. Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia Jesus Ferro “...cana transgênica aumentará a competitividade do país no mercado internacional...” “...em 2008, o açúcar e o etanol renderam a economia brasileira aproximadamente US$ 7,8 bilhões...” Revista Canavieiros - Outubro de 2009 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE SETEMBRO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de SETEMBRO de 2009. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste A média das observações de chuvas durante o mês de SETEMBRO(173mm, expressivo e raro volume de chuvas para este mês) "ficou" muito acima da média das normais climáticas (60mm), em todos os locais observados. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 16 de SETEMBRO de 2009. O Mapa 1 ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo da área sucroenergética do Estado de São Paulo, no período de 14 a 16 de SETEMBRO, apresentava-se como alto a elevado na região abaixo da linha imaginária entre Presidente Prudente a Franca. Níveis críticos ainda foram observados no “triângulo” BarretosCatanduva-São José do Rio Preto. 26 26 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Protejam e preservem as n
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2008. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de outubro a dezembro. · Prevê-se que a temperatura média na Região Centro-Sul deverá ficar próxima a ligeiramente acima da normalidade climática; · Quanto às chuvas, o Mapa 4 abaixo ilustra os prognósticos de consenso INMET-INPE para estes três meses; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro de Cana-IAC - Ribeirão Preto, são de 125mm em outubro, 170mm em novembro e 270mm em dezembro. Mapa 4:- Prognóstico de chuvas de consenso entre INMET–INPE para os meses de outubro a dezembro. Mapa 3:- Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2009. Excetuando-se as regiões de Catanduva, as próximas a Piracicaba-CampinasSorocaba e o extremo sudoeste do estado, os Mapas 2 e 3 acima, mostram total contraste de volumes e distribuição de chuvas durante os meses de setembro de 2008 e de 2009. sem abusar ! sem abusar ! As previsões elaboradas pela SOMAR Meteorologia mostram que, especificamente para outubro-dezembro e região de abrangência CANAOESTE, a média das chuvas do trimestre poderão ser bem próximas das normalidades históricas que, com alguma aproximação, não está muito distante da faixa de transição traçada pelo prognóstico de consenso INMET-INPE (Mapa 4). Quanto às temperaturas médias, prevê-se que durante o mês de outubro será acima da média histórica e durante os meses de novembro e dezembro serão bem próximas das respectivas normais climáticas. Como já ocorre e prevê-se que, doravante, a umidade do solo deverá se manter entre média a alta, a CANAOESTE recomenda que fiquem atentos a pisoteios durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, que poderão comprometer produtividades futuras. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos da CANAOESTE mais próximos. nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 27 27
  • 28. Artigo Técnico I Acompanhamento da safra 2009/2010 Thiago de Andrade Silva Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE A safra 2009/2010 encontra-se no sétimo mês (outubro) e neste trabalho são apresentados os dados obtidos até a segunda quinzena de setembro em comparação com os obtidos na safra anterior. Na Tabela 1 encontra-se o ATR mé- dio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a segunda quinzena de setembro desta safra em comparação com o obtido na safra 2008/2009, sendo que o ATR da safra 2009/2010 está 10,75 Kg abaixo do obtido no mesmo período do ciclo anterior. O Gráfico 1 contém o comportamento do Brix do caldo da safra 2009/2010 em comparação com a anterior. Gráfico 1 – Brix do caldo obtido nas safras 2009/2010 e 2008/2009 Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da CANAOESTE das Safras 2008/2009 e 2009/2010 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 0209 0109 0208 0108 0207 0107 0206 0106 0205 0105 0204 0209 0109 0208 0108 0207 0107 0206 Pode-se observar que a Pol do caldo apresentou o mesmo comportamento do Brix do Caldo. O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra 2009/2010 em comparação com a anterior. 0209 0109 0208 0108 0207 0107 Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2009/2010 e 2008/2009 0206 28 Gráfico 2 – Pol do caldo obtida nas safras 2009/2010 e 2008/2009 0106 Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da CANAOESTE até a segunda quinzena de setembro da Safra 2009/2010 QUINZENA BRIX POL CALDO PUREZA FIBRA PC ARC A TR % Kg/t 0203 13,12 9,85 75,08 11,86 8,36 0,91 87,86 0104 14,66 11,43 77,93 11,86 9,59 0,81 98,70 0204 16,09 13,02 80,87 12,55 10,95 0,73 110,87 0105 16,30 13,21 80,94 12,42 11,16 0,73 112,88 0205 16,99 14,02 82,48 12,14 11,82 0,68 118,76 0106 17,54 14,59 83,14 12,27 12,30 0,67 123,16 0206 18,23 15,40 84,47 12,28 12,97 0,63 129,20 0107 18,52 15,78 85,18 12,33 13,24 0,60 131,56 0207 19,06 16,43 86,20 12,56 13,77 0,57 136,34 0108 19,99 17,34 86,77 12,62 14,56 0,56 143,71 0208 20,27 17,67 87,15 12,52 14,72 0,54 145,17 0109 19,91 17,43 87,57 12,92 14,47 0,53 142,66 0209 19,45 16,96 87,19 13,14 14,02 0,54 138,39 MÉDIA 18,66 15,80 84,96 12,59 13,24 0,61 131,66 O Gráfico 2 contém o comportamento da Pol do caldo na safra 2009/2010 em comparação com a anterior. 0205 0,75 0,72 0,70 0,67 0,63 0,61 0,58 0,56 0,56 0,53 0,53 0,52 0,58 0106 11,94 10,54 12,42 10,54 12,16 11,12 12,04 11,81 12,32 12,48 12,23 13,37 12,17 14,28 12,31 14,81 12,61 15,02 12,68 15,76 13,02 16,20 13,32 16,26 12,53 14,40 A TR Kg/t 107,19 106,87 112,30 118,54 124,64 132,82 141,27 146,19 148,14 155,00 159,11 158,58 142,41 0205 ARC 0105 15,40 15,40 16,07 16,77 17,58 18,59 19,63 20,31 20,66 21,52 22,24 22,35 19,92 FIBRA PC 0105 0104 0204 0105 0205 0106 0206 0107 0207 0108 0208 0109 0209 MÉDIA POL CALDO PUREZA % 12,44 80,44 12,53 81,27 13,17 81,87 13,96 83,16 14,82 84,28 15,85 85,25 16,91 86,17 17,58 86,59 17,93 86,78 18,84 87,53 19,48 87,57 19, 65 87,91 17,17 86,04 0204 QUINZENA BRIX 0104 Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da CANAOESTE até a segunda quinzena de setembro da Safra 2008/2009 O Brix do caldo da safra 2009/2010 foi semelhante ao da safra 2008/2009 somente no período de maio a junho; no restante, ficou bem abaixo, se acentuando no final do período, exceto na primeira quinzena de abril, que ficou um pouco acima. 0204 -10,75 As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2008/2009 e 2009/2010. 0104 0203 DIFERENÇA 0203 142,41 2009/2010 Kg/t 131,66 0104 2008/2009 0203 SAFRA ATR (kg/t)
  • 29. Artigo Técnico I A Pureza do caldo da safra 2009/2010 - exceto na primeira quinzena de agosto e na primeira quinzena de setembro, que ficaram semelhantes - do início da safra até a segunda quinzena de setembro, ficou abaixo da obtida na safra 2008/2009. Pode-se observar que o ATR apresentou o mesmo comportamento da Pol da cana. O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2009/2010 em comparação com a safra anterior. Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada nas safras 2009/2010 e 2008/2009 O Gráfico 4 contém o comportamento da fibra da cana na safra 2009/2010 em comparação com a safra anterior. 0209 0109 0208 0108 0207 0107 0206 0106 0205 0105 0204 0104 0203 Gráfico 4 – Comparativo das Médias de Fibra da cana A fibra da cana na safra 2009/2010 ficou acima do obtido na safra anterior somente na primeira quinzena de abril, segunda quinzena de maio, no mês de julho e na segunda quinzena de agosto. No restante das quinzenas houve poucas variações em relação às da safra 2008/2009. O Gráfico 5 contém o comportamento da Pol da cana na Safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009. 0209 0109 0208 0108 0207 0107 0206 0106 0205 0105 0204 0104 O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009. Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, nas safras 2009/2010 e 2008/2009 Gráfico 5 – Pol da cana obtida nas Safras 2009/2010 e 2008/2009 0203 O volume de precipitação pluviométrica média dos meses de janeiro, março e abril da safra 2009/2010 ficou muito abaixo dos valores obtidos na safra 2008/ 2009. Porém, nos meses de junho, julho, agosto e setembro a precipitação pluviométrica desta safra ficou muito acima da observada na safra 2008/2009. A Pol da cana obtida na safra 2009/2010 foi semelhante à da safra anterior até a primeira quinzena de maio, ficando muito abaixo a partir da segunda quinzena de maio. O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2009/2010 em comparação com a safra 2008/2009. Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2009/2010 e 2008/2009 Na safra 2009/2010, tem-se um menor volume de chuva no primeiro trimestre e um volume bem maior de chuva no terceiro trimestre, se comparado aos volumes médios da safra 2008/2009. 0209 0109 0208 0108 0207 0107 0206 0106 0205 0105 0204 0104 0203 A precipitação pluviométrica ocorrida, muito acima da média, nos meses de junho a setembro, fez com que a cana-de-açúcar continuasse a vegetar, reduzindo o teor de Pol, com consequente redução do teor de ATR, se comparada à safra passada. A chuva também foi responsável pelo aumento, em alguns períodos, das impurezas minerais e vegetais na colheita que causam aumento da fibra da cana, devido à umidade do solo. Isso fez com que o ATR médio ficasse 10,75 kg abaixo do obtido na safra 2008/2009, para o mesmo período. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 29
  • 30. Artigo Técnico II Rendimento industrial: Rendimento Uma aproximação Uma aproximação Enio Roque de Oliveira - Assessoria Técnica/ORPLANA É sempre interessante para o produtor de cana e necessário para o industrial, conhecer-se, por antecipação, o potencial de rendimento da matéria-prima, ainda que o valor encontrado tenha um caráter teórico, pois, a rigor, para uma melhor aproximação, há que se considerar a integração de todos os fatores influentes em uma indústria. Assim, não se pretende, neste artigo, calcular a eficiência industrial O Manual de Instruções do CON- SECANA-SP, em sua 5ª edição, de 2003, inseriu as fórmulas para o cálculo do rendimento de açúcar cristal branco, do açúcar VHP (Very High Pol), do etanol anidro e do etanol hidratado. Para o açúcar cristal de 99,7º de polarização e 0,04% de umidade e para o açúcar VHP, de 99,3º de polarização e 0,15% de umidade – produtos estes incluídos no Sistema CONSECANA-SP - as fórmulas, ajustadas para uma perda industrial de 9,5%, são apresentadas a seguir: RENDIMENTO DEAÇÚCAR: -Açúcar VHP = 15,2456 x PC x (1-40/87-1) = 15,2456 x 14,76 x (1 -40/87,85-1) = 121,39 kg/t de cana Outras fórmulas, utilizando diretamente os valores do ATR e do ARC, podem ser utilizadas, exemplificadas a seguir: Açúcar cristal branco= 1,5909x(A TR-9,05ARC)x [1-40/(Q-1)] Açúcar cristal branco= 15,1553 x PC x [1-40/(Q-1)] Açúcar cristal VHP = 15,2456 x PC x [1-40/(Q-1)] Açúcar VHP = 1,6104x(ATR9,05xARC)x[1-40/(Q-1)] onde: PC = pol da cana Q = pureza do caldo -Açúcar cristal branco 1,5909x(145,38-9,05x0,527)x(1-40/87,85-1) = 120,67 kg/t de cana Suponha-se, por exemplo, que o laboratório de análise da qualidade da cana tenha apurado os seguintes resultados: Brix do caldo (B) = 20º Leitura sacarimetrica (L) = 73ºZ Peso do bagaço úmido (PBU)= 145g Os cálculos - de maneira didática - seriam os seguintes: CÁLCULO DA POL DO CALDO(S) = Lx(0,2605 – 0,0009882 x B) = 73x(0,2605 – 0,0009882 x 20) = 17,57% -CÁLCULO DA FIBRA DA CANA(F) =0,08xPBU+0,876 =0,08x145+0,876=12,48% -CÁLCULO DA PUREZA DO CALDO(Q) =100xS/B =100x17,57/20=87,85% -CÁLCULO DA POL DA CANA (PC): =Lx(0,2605-0,0009882xB)x(1-0,01xF)x(1,0313-0,00575xF) =73x(0,2605-0,0009882x20)x(1-0,01x12,48)x(1,0313-0,00575x12,48) =14,76% CÁLCULO DOS AÇÚCARES REDUTORES DA CANA(ARC) =(3,641-0,0343xQ)x(1-0,01xF)x(1,0313-0,00575xF) =(3,641-0,0343x87,85)x(1-0,01x12,48)x(1,0313-0,00575x12,48) =0,527% CÁLCULO DO ATR = 9,5263 x PC + 0,905 x ARC = 9,5263 x 14,76 + 0,905 x 0,527 = 145,38 kg/tonelada de cana 30 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 RENDIMENTO DEAÇÚCAR: -Açúcar cristal branco = 15,1553 x PC x (1- 40/Q-1) = 15,1553 x 14,76 x (1-40/87,85-1) = 120,67 kg/ t de cana -Açúcar VHP = 1,6104x(A TR-9,05x0,527)x(1-40/87,85-1) = 121,39 kg/t de cana RENDIMENTO DE ETANOL -Anidro = A x 0,5665 TR = 145,38 x 0,5665 = 82,36 litros/t de cana -Hidratado = A x 0,5913 TR = 145,38 x 0,5913 = 85,96 litros/t de cana As equações adotadas pelo CONSECANA-SP provem de dados médios e para uma perda industrial de 9,5%. Assim sendo, há unidades industriais que obtém valores maiores que os exemplificados, e outras, por outro lado, ainda menores, dependendo, obviamente, das suas eficiências. É evidente que as unidades industriais produzem proporções diferentes (mix) desses derivados da cana, o que leva a considerar a partilha dos açúcares, consoante os produtos que se pretende deles produzir.
  • 31. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 31
  • 32. Artigo Tecnico III Seminário CTC discute plantio mecanizado Mauro Sampaio Benedini Gerente Regional Fornecedores O avanço da mecanização na lavoura da cana-de-açúcar tem ocorrido em ritmo intenso nas diversas regiões canavieiras do Brasil. São vários os fatores determinantes, mas os principais deles são a oferta da mão-de-obra e seus custos. As leis na área de Segurança do Trabalho, em especial a NR31 (Normas Regulamentadoras) também são fatores de aceleração na introdução do plantio mecanizado. Demonstração de plantio mecanizado realizado durante a Agrishow 2009 No seminário sobre plantio mecanizado, realizado no CTC, estiveram presentes técnicos de 12 das 15 associações de fornecedores filiadas e produtores, mostrando o elevado interesse sobre o assunto. Na abertura, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, agradeceu a presença dos mais de 220 participantes, às unidades associadas que colaboraram com palestrantes e maquinário demonstrativo e comentou sobre o cronograma do seminário. Destacou que o CTC prioriza o melhoramento regionalizado de suas variedades com colheita mecanizada em todos os ensaios e são recomendadas pelos ambientes edafoclimáticos. Entre outras tecnologias, o CTC também desenvolve a colhedora de mudas e possui equipe de transferência de tecnologias regionalizada; os gerentes regionais que junto com as equipes do muda sadia, da carta de solos e do melhoramento; disponibilizam as tecnologias às associadas. Comentou sobre as pesquisas em andamento no CTC. HISTÓRICO DO PLANTIO MECANIZADO (José Guilherme Perticarrari) – Os primeiros registros de patentes são de 1976 nos EUA. O primeiro ensaio do CTC com plantio me32 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 canizado foi realizado em 1989, na Usina São Martinho, numa área de 45 hectares. Ocorreram muitas injúrias nas mudas de cana e a brotação foi muito ruim, com muitas falhas por ataque de fungos (podridão abacaxi), inviabilizando o ensaio. Em 1993, o CTC importou uma plantadora da Austrália que, porém, apresentava embuchamento das mudas e quebras frequentes. Em 1995, o CTC iniciou trabalhos com plantio de toletes a pedido das empresas cooperadas na época. Em 1996 iniciou um projeto de plantadora CTC com seu primeiro protótipo. Em 1998 surgiu a primeira plantadora CTC. Em 2001, outra plantadora (CTC / Us. São Martinho) que também aplica torta de filtro no mesmo equipamento, com necessidade de alta potência. Após isso, surgiram os projetos em parceria com Santal (2003) e DMB (2004 e 2009). Os focos atuais da pesquisa do CTC em relação ao plantio mecaniza- do são: redução do custo de plantio; aprimoramento do projeto da plantadora CTC; aprimoramento das colhedoras de mudas onde fomos pioneiros nos Kits; desenvolvimento da logística do sistema (Arena); avaliação da aptidão varietal; fitossanidade das mudas e práticas agronômicas. SISTEMATIZAÇÃO DE ÁREA (Armene José Conde) – Igualmente à colheita, o plantio mecanizado necessita de preparo do terreno para que as operações sejam realizadas satisfatoriamente. O espaçamento deve ser de 1,50 m para evitar o pisoteio posterior na colheita. Evitar as matações de linhas (sulcação não contínua), não usar sistema de talhões quadrados e sim carreadores em nível e corrigir pontas dos terraços. As plantadoras não plantam laterais dos carreadores sendo necessário arremate de cabeceiras com duas pessoas/máquina/turno, no mesmo momento do plantio.
  • 33. Artigo Técnico III O dimensionamento mais comum de uma frente de plantio é de 2 colhedoras para cada 3 plantadoras. Não exceder 4 plantadoras por frente de plantio para conseguir um aproveitamento aproximado de 5060% do tempo da plantadora, considerando as quebras, abastecimentos e manobras. No plantio de meiose, uma colhedora já é suficiente para 2 plantadoras. É necessária uma logística muito bem planejada de época de plantio e localização do viveiro para se obter mudas novas e bem localizadas. O uso de piloto automático traz ótimos resultados como melhor paralelismo, maior número de sulcos na mesma área, eliminação do pisoteio, etc. Por ser um equipamento caro, vem sendo usado também como marcadores de sulcação. V ARIEDADES PARA O PLANTIO MECANIZADO (Ivo Francisco Bellinaso) – O CTC trabalha inicialmente com testes em clones promissores. O bom material é aquele que produz tanto no plantio mecanizado quanto no manual. Já foram testados mais de 70 clones e alguns se tornaram variedades sendo que os ensaios foram iniciados em 2001. O objetivo é que o plantio manual fique com 18 gemas/metro linear e o mecânico, com 22 gemas/metro linear. Faz-se o plantio e observa-se a distribuição das mudas. Nos ensaios de plantio mecanizado constatou-se que os danos causados às gemas e aos toletes pela colhedora diminuíram sobremaneira a qualidade da muda, tornando mais frequentes as falhas no stand da cultura e também que a colhedora é a principal causadora de injúrias às gemas e aos toletes comparativamente à plantadora (Figura 1 - pag 34) e quanto mais danificados os toletes, maior a incidência de fungos causadores de podridões. Sempre o plantio mecanizado tem apresentado maior porcentual de falhas. A mais testada das variedades foi a CTC6. Todas podem ser plantadas mecanicamente. Devemos plantar mudas e não cana. Adequar a colhedora devido a sua maior contribuição nos danos. Treinar operadores é fundamental. As avaliações rotineiras de campo nas fases do plantio devem ser rapidamente transmitidas aos operadores. Dois itens contribuem bastante para o insucesso. O preparo de solo mal feito e a quantidade de terra sobre as mudas. Via de regra, joga-se mais terra que o necessário. As variedades SP81-3250 e RB72454 não são recomendadas para plantio mecanizado pelos constantes insucessos nos plantios já realizados. O plantio mecanizado não vem influenciando na longevidade do canavial. É importante ressaltar que simplesmente a classificação da aptidão Revista Canavieiros - Outubro de 2009 33
  • 34. Artigo Tecnico III das variedades para o plantio mecanizado não é garantia de sucesso no plantio mecanizado. Mais que no plantio convencional, a qualidade do preparo do solo e demais operações, são fundamentais. A muda, além do vigor e sanidade, precisa se apresentar em porte ideal para a colheita mecanizada. A profundidade de sulcação, a homogeneidade na distribuição dos toletes nos sulcos e, principalmente, a espessura da lâmina de terra na cobrição da muda são também fatores decisivos para se obter bons resultados na produtividade e longevidade do canavial. SANIDADE DAS MUDAS (Adhair Ricci Júnior) – No plantio mecanizado, onde a colheita das mudas é feita com máquinas, as doenças conhecidas como raquitismo das soqueiras (RSD) e escaldadura das folhas, causadas pelas bactérias Leifsonia xyli e Xanthomonas albilineans respectivamente, assumem importância especial por serem facilmente disseminadas por instrumentos de corte e por mudas contaminadas, causando queda de produtividade. Para o controle destas doenças é recomendável o uso de variedades resistentes produzidas em viveiros sadios plantados com mudas tratadas termicamente (52º/30 minutos p/ controle de RSD) que tenham sofrido operações de “roguing” durante o seu desenvolvimento, para eliminação das possíveis plantas com escaldadura. A desinfecção dos instrumentos de corte utilizados na colheita da mudas também é uma prática indispensável para o controle destas doenças, sendo que esta operação deve ser aplicada nas partes cortantes das máquinas colhedoras de mudas, através da pulverização da solução desinfetante (solução 0,2 % de cloreto benzalcônico 30 %). A queda da temperatura e redução das chuvas no final de plantio de verão e principalmente no plantio de inverno levam a uma condição muito desfavorável à brotação das gemas e muito propícia ao aparecimento da doença denominada podridão abacaxi, cujo agente causal é um fungo (Thielaviopsis paradoxa). Trata-se de um fun34 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Figura 1 – Incidência de injúrias pelos equipamentos de plantio go oportunista que penetra através de ferimentos dos toletes, provocando a podridão dos tecidos internos logo após o plantio. Os conídios do fungo penetram nas extremidades dos toletes cortado e através dos ferimentos causados em função da colheita mecanizada. Ao serem examinados exalam um odor característico de abacaxi. A cana-de-açúcar apresenta melhor desenvolvimento em temperaturas entre 30-34°C, sendo que a sua brotação e crescimento diminuem abaixo dos 30°, dando oportunidade ao fungo, que se desenvolve bem nas condições desfavoráveis à cana, de colonizar o tolete antes da brotação e emergência das gemas. Em testes experimentais, o controle preventivo através da pulverização dos toletes no sulco de plantio, com fungicidas de amplo espectro, mostrou-se promissor. Existem diferentes níveis de resistência varietal à injúria mecânica da muda e ao agente causal da podridão. No plantio convencional também pode ocorrer a podridão abacaxi, porém em níveis não tão significativos, pois a cana consegue emergir mais rapidamente, antes da colonização dos toletes pelo fungo. Quanto à reação das variedades à podridão abacaxí, os dados disponí- veis não permitiram estabelecer correlação com o desempenho das mesmas em experimentos. A ocorrência de podridão abacaxi também assume importância em situações onde a brotação é dificultada ou retardada com maior espessura da lâmina de terra na cobertura da muda, baixa temperatura e baixa disponibilidade de água no solo, principalmente. BOAS PRÁTICAS E QUALIDADE NO SISTEMA (Luciano Menegasso) - No viveiro devemos atentar para a variedade, a idade da muda, suas condições de campo, a fitossanidade, o paralelismo e a distância da área de plantio. As colhedoras foram projetadas para colheita de cana para moagem e não para o plantio. Como o porcentual de plantio mecanizado é ainda baixo, as empresas produtoras ainda não se preocuparam com as modificações necessárias nas colhedoras. Para iniciar a colheita de mudas de cana faz-se o preparo da máquina: na entrada da cana, deixar somente com o divisor de linha interno, eliminando o externo. Adaptar os rolos alimentadores e transportadores com borracha (Kits comerciais). No extrator primário e nos rolos picadores, fazer revestimento com borracha no bojo, ajustar os rolos para o comprimento dos toletes (42-45cm), objetivando 3 gemas por
  • 35. Artigo Técnico III tolete. No elevador, substituir chapas perfuradas por chapas lisas. importante o plantio logo após a sulcação que os diferentes adensamentos. Existem diversos Kits no mercado. Avaliar a durabilidade x danos no campo para a definição do melhor. As lâminas de corte de base devem estar bem afiadas, manter os sincronismos dos rolos picadores. Colmos não totalmente separados, mas somente fatiados, são resultado da falta de sincronismo e podem embuchar a colhedora. Finalizando, a equipe de controle tem que ter autonomia de ação sobre a equipe de plantio e o ideal é que se tenha também uma auditoria externa periódica. Normalmente a velocidade ideal da colheita é de 50% do tempo da utilizada em área comercial para minimizar danos e melhorar a qualidade da muda com a limpeza pelo extrator. A rotação do extrator vai depender da umidade durante o dia. A boa limpeza da muda facilita a dosagem no plantio. O CTC desenvolveu a desinfecção e limpeza da colhedora diretamente na máquina. A montagem é fácil e bastante prática. É comum toletes em excesso, com até 40 gemas/metro linear, ocorrendo a sobreposição e perdas das mudas que ficam por baixo, aumentando os custos de plantio, desnecessariamente. Deve-se fazer avaliações constantes de pós-colheita com a classificação de toletes em ótimos, regular e ruins (Fotos 1 a 3) pós-plantio, verificando o espaçamento, cobrição, falhas de distribuição de toletes, qualidade dos toletes. O problema do tolete grande é o embuchamento da plantadora. Em testes de compactação (adensamento) de toletes no sulco, foi mais SIMULAÇÃO NA LOGÍSTICA DO PLANTIO (Daniel Alves) – Desde 1996 o CTC trabalha com simulação do corte, carregamento e transporte (CCT). Faz simulações diversas comparando, por exemplo, dois ou três turnos, rodotrem ou treminhão, carregadeiras de reserva, substituição do pátio por estoques sobre rodas, etc. A aplicação da simulação do ARENA na logística do plantio considera diversos fatores como reabastecimento de mudas, adubo, inseticida simulando o plantio. A logística do plantio gira em torno da plantadora. Quando temos estrutura sobrando podemos ser eficazes, mas nem sempre eficientes. O objetivo é aumentar a eficiência do rendimento de plantio. O abastecimento das mudas é sem dúvida, o ponto de estrangulamento. A simulação permite identificar quais são os gargalos do sistema e propor alternativas para eliminá-los. Faz projeções das necessidades para o aumento de área a ser plantada, auxiliando na tomada de decisões. Portanto, o plantio mecanizado é um sistema complexo que exige equipamentos caros, necessitando de análise sistêmica que avalie todo o conjunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS – Após as apresentações dos especialistas, representantes de três unidades associadas também fizeram suas considerações, colaborando com o evento. Percebe-se a complexidade do sistema do plantio mecanizado como um todo e como conclusão, podemos destacar a necessidade de mudas novas com 9-10 meses, o que exige planejamento sistemático de plantio do viveiro no ano anterior. Esta prática não é comum no plantio tradicional no qual planta-se normalmente mudas de 11-12 meses. Conclui-se também que toda falha ou descuido em qualquer uma das práticas recomendadas no plantio tradicional serão mais “sentidas” no plantio mecanizado, ou seja, os cuidados devem ser redobrados no preparo de solo, plantio em seguida à sulcação, cobertura e adensamento das mudas etc. É fundamental, portanto, que o produtor se conscientize que o aumento na mecanização do plantio é irreversível e possivelmente virá de forma mais acelerada que a mecanização da colheita, sendo necessária a sua familiarização com a complexidade do sistema, e uma das maneiras é através da introdução parcial, inicialmente na forma terceirizada, do plantio mecanizado em suas áreas de reforma. O agrônomo da sua associação poderá dar maiores subsídios sobre o assunto. Fotos 1 a 3 – Classificação dos toletes após colheita dos viveiros. Tolete ótimo Tolete regular Tolete ruim Revista Canavieiros - Outubro de 2009 35
  • 36. Biblioteca Cultura “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Cultivando a Língua Portuguesa Processo de Fabricação do Açúcar Fernando Medeiros de Albuquerque Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português "Sem pressa, enamorando numa noite estrelada, para mim, a Lua sorri: um coração apaixona-se..." 1) Maria disse um “blá-blá-blá” sobre seu novo emprego... Prezado amigo leitor não sabemos o teor do “blá-blá-blá”, mas conforme o Novo Acordo Ortográfico a escrita está correta. Renata Carone Sborgia* Basta descobrirmos o conteúdo que Maria disse! 2) Ficou “ pré-estabelecido” : o horário da entrada na palestra será às 19h. Com certeza, teremos problemas com o horário “ preestabelecido”... Conforme o Novo Acordo Ortográfico, sobre PREFIXOS: usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento da palavra juntam-se com a MESMA VOGAL. MAS os prefixos CO, PRO, PRE, RE se juntam ao segundo elemento, ainda que esse inicie pelas vogais O ou E. Portanto, o correto é: PREESTABELECIDO prefixo: pré segundo elemento: estabelecido, iniciado pela vogal “e” 3) Pedro está com dor de garganta... Comprou um “antiinflamatório”. Pedro, antes de comprar remédio, procure um médico... E, prezado amigo leitor, agora com a nova regra sobre o PREFIXO: Usa-se o hífen quando o prefixo e o segundo elemento da palavra juntam-se com a mesma vogal, isto é, usa-se o hífen quando a primeira palavra termina por vogal ou consoante igual à que inicia a segunda palavra (a regra dos PREFIXOS tem exceções, aqui menciono a regra de forma geral). O correto: anti-inflamatório. PARAVOCÊ PENSAR: “Um velho índio descreveu certa vez em seus conflitos internos: “Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro e muito bom e dócil. Os dois estão sempre brigando...” Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimentar”. AD “É necessário esforçar-se, é necessário trabalhar, é necessário consagrar-se, é necessário também sofrer para se obter um resultado.” Antonio Labriola N esta obra, o engenheiro químico Fernando Medeiros de Albuquerque tem como objetivo reunir informação e conhecimento científico da tecnologia açucareira, que faz parte do desenvolvimento do nosso país. Durante esta leitura, que é resultado de um estudo intenso e abrangente, assuntos como o processo da purga do caldo (clarificação), a evaporação da água e cristalização são tratados de forma clara e didática pelo engenheiro. Com a tecnologia a nossa disposição, as ilustrações do livro oferecem uma imagem precisa dos fenômenos físico-químicos da produção do açúcar. Não deixe de conferir esta obra, considerada pelos profissionais da área, uma leitura imprescindível. “Todas as ações do homem revelam a sua natureza” AD * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Agende-se Novembro de 2009 MERCADO FUTURO: OPERE COM SUCESSO COMMODITIESAGRÍCOLAS E FINANCEIRAS Dia: 17 a 19 de novembro Local: Acit - Largo São Vicente de Paulo, 1333 Cidade: Toledo - PR Informações: 0800 723 3700 E-mail: cursos@xpe.com.br WORKSHOP CARRETAS DE TRANSBORDO PARA CANA-DE-AÇUCAR: PROJETO E CONSTRUÇÃO Dia: 24 de novembro Local: Centro de Cana IAC - Centro de Convenções Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 321 - Ribeirão Preto - SP. Informações: (11) 4582- 8155 - ramal 197. E-mail: ppontes@iac.sp.gov.br CURSO DE AGRICULTURA ORGÂNICA E ALIMENTAÇÃO DESINTOXICANTE 8º SEMINÁRIO SOBRE REDUÇÃO DE CUSTOS NA AGROINDUSTRIACANAVIEIRA Dia: 21 de novembro Local: Parque da Água Branca - São Paulo - SP Informações: AAO - Associação de Agricultura Orgânica (011) 3875 2625 E-mail: cursos@aao.org.br Dia: 25 e 26 de novembro Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, km 321 - Ribeirão Preto - SP Mais informações: (16) 3211 4770 E-mail: eventos@ideaonline.com.br Revista Canavieiros - Outubro de 2009 37
  • 38. VENDE-SE - Grade intermediária tatu, 24 disco de 28'', ano 2007 em perfeito estado de conservação - R$ 15.000,00. Tratar com Márcio Meirelles/Alessandro (16) 9218-8448 VENDE-SE - Curral em Mesópolis-SP • 350 palanque cerrado no meio - 3,5 metros comprimento; • 800 a 1000 metros de tábua de aroeira e ipê 20cm largura com espessura de 4 cm e 4,0 metros de comprimento.; • 02 barracões - sendo 01 cobre o tronco e outro para leite A - coberto com telha francesa; • capacidade de 1.000 cabeças de boi; • Idade do curral: 35 anos - pintado com óleo queimado com neltrol; • 01 embarcador; • 01 seringa com 10 repartições; Preço a combinar - Tratar com o proprietário Marco Aurélio Junqueira Franco pelo telefone (17) 8141-5471 ou com Homero pelo telefone (17) 8141-1111. VENDE-SE - Fazenda com área de 1400 hectares, situada no município de Santa Fé de Minas - MG, com duas casas, curral, energia trifásica, plana, atualmente montada para pecuária, mas também serve para lavoura, reflorestamento ou pivot. Preço: R$ 3.000,00 por hectare. Prazo para pagamento: até 6 anos. Tratar com Ozires pelos telefones: (34) 9974 7500 ou (34) 3214 9703 Email: ozireseduardo@netsite.com.br VENDE-SE - Carroceria Binotto para transporte de madeira, semi-nova, para qualquer tipo de caminhão e ano. Toda metálica com seis pares de fueiros, com 3metros de altura e 7.70 metros de comprimento. Valor: R$ 15.000,00. Tratar com Geraldo pelos telefones: (16) 32020233 ou 91412267. 38 Revista Canavieiros - Outubro de 2009 VENDE-SE - 01 trator John Deere7500, ano1999. Tratar com Agnelo pelo telefone: (17)3331-2902. VENDE-SE - Fazenda com 20 alqueirões, próxima a Usina Caeté no Município de Uberaba. Preço total: R$ 1.000.000,00. Tratar com Renato pelos telefones: (16) 9285-0920 ou (16) 3947-2984. VENDEM-SE - 01 caixa d'água modelo australiana para 50.000 lts de água - 01 caixa d'água modelo australiana para 5.000 lts de água - 01 transformador de 15 KVA - 01 transformador de 45 KVA - 01 transformador de 75 KVA - tijolos antigos e telhas - lascas, palanques e mourões de aroeira - 01 sulcador de 2 linhas DMB - postes de aroeira - terças, caibros e porteiras - 01 moto CBR 1000, ano 2008, com 2.000 km - 02 mulas com 1 ano de idade - 02 burros com 1 ano de idade - coxos de cimento - 01 Caminhão MB 1114 ano 1987 revisado. Tratar com Wilson pelo telefone (17)9739.2000 - Viradouro -SP COMPRA-SE OU VENDE-SE - Caminhão Traçado Contato: (16) 39516375 ou (16) 91871901 Nextel 7*10486 VENDEM-SE - Caminhão scania p-124, novo zerado, 08/08 420 cv, carroçeria nova galego, 08/ 08 também,tabela fipe deste caminhão: R$315.000,00 vendo por : R$279.990,00. Contato: (19) 9716-6201 ou pelo email: abersan@ig.com.br. VENDEM-SE - 02 ford modelo f-600, toco motor perkns, ano 79/79, com munck de 3.5 toneladas. Preço com munck R$49.990,00 os dois e preço sem munck R$33.990,00 os dois; tenho fotos Tratar com Airtm pelo telefone (19) 9716-6201 ou pelo email: abersan@ig.com.br com VENDE-SE - Scania 113, ano 98, traçado, muito bem conservado. Tratar com Luis pelo telefone: (14) 97339888 ou pelo email: lucas18_366@hotmail.com. VENDE-SE - Ford Cargo 2422, traçado, ano 1993, branco. Está trabalhando no plantio de cana. Preço a combinar. Tratar com Dorival pelos telefones: (19) 3872-7316 ou 9605-1327. VENDE-SE - Corsa Joy 1.8, Ano 2005/2005, Preto, 4 portas, Motor Flex. Muito novo. Tratar com Júnior (16) 9179 7585 VENDEM-SE - Bombas de aço inox, WEG/ EBS,3,5,7.5,10,12.5 e 20 CV tenho diver, sas a prova de corrosão para usinas - Tubos de 4 Pol. galvanizados e Schedule. Tratar com Sergio Murilo, pelo telefone:(62) 9965 8610 ou pelo email: smpec@bol.com.br. VENDE-SE - MB 2325, ano 95, Canavieiro, engatado ou não. Reboque 4 eixos. Tudo novo, trabalhando e em perfeita manutenção. R$ 130 mil engatado ou preço a combinar Tratar com Ludiel ou Carlos, pelo telefone:(17) 3395 1373 ou pelo email: ludiel-justino@hotmail.com
  • 39. Revista Canavieiros - Outubro de 2009 39
  • 40. 40 Revista Canavieiros - Outubro de 2009