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Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Editorial

Novas tecnologias à
disposição dos canavicultores

O

utubro foi um mês de novidades para os
canavicultores brasileiros: a Canaoeste,
em parceria com o CTC, está mapeando e
disponibilizando o projeto Carta de Solos e Ambientes de Produção aos seus fornecedores e o CTC
lançou três novas variedades de cana-de-açúcar.
A reportagem de capa deste mês traz a nova
tecnologia adotada pela Canaoeste desde maio
para permitir ao produtor elevar a produtividade e
reduzir os custos com insumos e energia, além de
reforçar a sustentabilidade da cultura. Essa nova
ferramenta, chamada de Carta de Solos e Ambientes de Produção permitirá ao produtor prever sua
real possibilidade de ganho de acordo com o seu
ambiente de produção e alocação de variedades
adequadas.
O entrevistado de outubro é o analista da TBC
Investimentos e que atua com mercados futuros
de commodities, André Paloschi, que explica os
efeitos da crise dos Estados Unidos. A crise, que
começou no mercado imobiliário norte-americano,
se espalhou pelo mundo e seus reflexos já são sentidos no Brasil. Por aqui, os primeiros sinais foram
a falta de crédito para produção e exportação e,
como conseqüência, o aumento nas taxas para essas operações. Diante desse cenário, o produtor
deve agir com cautela e acompanhar com atenção
as alterações no horizonte macroeconômico.
Na editoria Ponto de Vista, temos dois artigos:
de Edivaldo Del Grande, presidente do Sistema
Ocesp/Sescoop-SP, que aborda a questão das commodities, dos fertilizantes e cooperativas e do diretor adjunto da Canaoeste, José Mário Paro, que
discorre sobre suas experiências como produtor
rural, com o artigo intitulado “Minha 42ª safra”.
O “Notícias Copercana” traz dois eventos. O
primeiro é a realização da terceira reunião técnica
para produtores e parceiros da cooperativa no Projeto Amendoim. Desde a safra 2006/2007 a Copercana, em parceria com 42 produtores de amendoim, implantou um sistema que visa melhorar a qualidade do produto produzido pelos cooperados.
O segundo evento é o Syngenta Adventure Cana,
que tem como objetivo promover de forma itinerante o portfólio de produtos da Syngenta. Num
ambiente high-tech, os cooperados puderam assistir à projeção de filmes que apresentaram os

produtos da Syngenta dirigidos à proteção de cultivo da cana.
Por suas vez, a Canaoeste apresenta a Circular do Consecana do mês de setembro e a Semana
da Criança do Netto Campello Hospital e Maternidade. Continuando em seu caminho inovador, otimizando o espaço da Brinquedoteca, o Netto
Campello desenvolveu atividades extras em comemoração ao Dia das Crianças.
No destaque, para provar que é possível a plantação de leguminosas em meio a cana-de-açúcar,
José Luís Balardin, cooperado da região de Barrinha, iniciou uma experiência pioneira em agosto
deste ano, em 2 hectares da Fazenda São José –
de propriedade de sua família: o consórcio de canade-açúcar com feijão.
Em Novas Tecnologias está o CTC Cana Show
realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira
no dia 14 de outubro em Ribeirão Preto, que mostrou aos produtores e autoridades presentes o
lançamento da quarta geração de variedades de
cana-de-açúcar, denominadas CTC16, CTC17 e
CTC18. Frutos de anos de pesquisas e desenvolvimento, as novas variedades prometem avanços
em relação ao teor de sacarose, produtividade,
resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada. Além disso, apresentam capacidade de
adaptação a diferentes regiões que produzem
cana-de-açúcar no Brasil.
A Canavieiros também traz a participação de
técnicos, pesquisadores e agrônomos renomados.
Confira as Informações Setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o Pragas e
Doenças sobre Nematóides, com artigo de Leila
Luci Dinardo Miranda, diretora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento e pesquisadora do Centro de Cana IAC/APTA. Ainda temos o Dr. Juliano Bortoloti, com três assuntos sobre legislação:
prorrogação da comunicação de matas ciliares;
entrega do ADA 2008, que foi prorrogada até o
dia 30 de novembro e zoneamento agroambiental
da cana no Estado de São Paulo. Encontre também outras reportagens interessantes nas seções
Culturas de Rotação, Dicas de Português, Agenda de Eventos, Classificados e muito mais.
Boa Leitura.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros Outubro de 2008
Revista Canavieiros -- Outubro de 2008

3
3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Carta de solos e
ambientes de
produção:
Tecnologia para elevar a
produtividade, reduzir
custos e reforçar a
sustentabilidade

Pag.
Pag.

22

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788

DESTA
DESTA QUES

OUTRAS

Entrevista

CONSECANA

DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo

REPERCUTIU

FOTOS:
Carla Rossini
Rafael H. Mermejo

INFORMAÇÕES
Pag.
SETORIAIS
26

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rossini,
Daniel Pelanda, Eduardo Saran,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

Pag.

André Paloschi

13

Analista da TBC
Investimentos
Pag.

Cautela e atenção diante da
crise
Pag.
Pag.

05

24

Ponto de vista
Pag.

28

PRAGAS E
DOENÇAS

Pag.

31

CULTURAS DE
ROTAÇÃO

Pag.

32

José Mário Paro
Diretor Adjunto da
Canaoeste
Minha 42ª safra
Pag.
Pag.

Notícias

09
09

10
Copercana
- Copercana realiza 3ª Reunião
Técnica de Amendoim
- Syngenta Adventure Cana apresenta
show de tecnologia em Sertãozinho
Notícias

Pag.

Pag.

Canaoeste
- Alegria no hospital é possível?
No Netto Campello é!

Notícias
Cocred
- Balancete Mensal

14

LEGISLAÇÃO

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

NOVAS
Pag.
3 4 TECNOLOGIAS

TIRAGEM:
10.500 exemplares

CULTURA
Pag.

36

AGENDE-SE
Pag.

37

Pag.
Pag.

38

CLASSIFICADOS

18

4
4

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

Tecnologias
Novas Tecnologias
CTC lança mais três variedades de cana-de-açúcar
Cultivares apresentam avanços em relação ao
teor de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada

ISSN:
1982-1530

Pag.
Pag.

34

www.revistacanavieiros.com.br
revistacanavieiros@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

André Paloschi
Analista da TBC Investimentos e que atua com mercados futuros
de commodities.

Cautela e atenção diante da crise
Cristiane Barão

A

crise que começou no mercado imobiliário norte-americano
se espalhou pelo mundo e seus
reflexos já são sentidos no Brasil. Por aqui,
os primeiros sinais foram a falta de crédito para produção e exportação e, como
conseqüência, o aumento nas taxas para
essas operações. Diante desse cenário,
o produtor deve agir com cautela e acom-

panhar com atenção as alterações no horizonte macroeconômico. Esse é o conselho de André Paloschi, analista da TBC
Investimentos e que atua com mercados
futuros de commodities.
Paloschi traça prováveis cenários
para o agronegócio e alerta que o produtor, nesse momento, não deve dar o

passo além da perna e que também não
pode reduzir investimentos em tecnologia. “(O produtor) Deve plantar somente o que der para plantar. A economia em
tecnologia neste momento é um “tiro no
pé”, pois não se pode dar ao luxo de ter
uma má produtividade neste momento”,
diz. A seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros por e-mail.
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

5
Entrevista
Canavieiros: Objetivamente, nanciamento, ou quando podem, os Você concorda com isso?
como começou a crise nos Estados custos estão elevados. Tivemos tamPaloschi - Ainda é cedo para diUnidos e como ela contaminou os bém, grandes empresas que estavam zermos até que ponto esta crise vai
demais mercados?
expostas perante o dólar, além do ne- repetir 1929, até porque hoje a ecoAndré Paloschi - A crise teve ori- cessário, que, com a valorização do nomia é bastante diferente do que era
gem no mercado imobiliário. Com ex- dólar no Brasil, tiveram grandes preju- em 1929, o que pode distorcer essa
cesso de dinheiro em caixa, os ban- ízos no curto prazo, o que certamente relação. A crise de 29 começou com
cos ofereceram crédito para compra- afetará nos seus investimentos futu- um crash no sistema financeiro. Os
dores de imóveis com histórico de cré- ros. Sendo assim, a médio prazo, a eco- bancos barraram o crédito aos cliendito ruim (segmento subprime). Fatu- nomia brasileira vai crescer menos, afe- tes e entre os próprios bancos, gerando com os altos juros cobrados tando setores que até então não esta- rando incertezas no mercado e levanpara compensar a falta de garantia dos vam expostos à crise inicial, como a do o mundo a uma recessão. Acredimutuários, muitas corretoras entraram agricultura, o terceiro setor e assim por to que o mundo hoje está mais inteno mercado de hipotecas imobiliári- diante. No longo prazo, tudo vai de- rado e preparado para dar respostas
as, assim como grandes
mais rápidas a uma poscompanhias hipotecárias
"A médio prazo a economia brasileira vai sível recessão do que há
usaram o dinheiro de in90 anos.
vestidores para ampliar
crescer menos, afetando setores que até
empréstimos e os “empaCanavieiros: O setor
então não estavam expostos à crise inicial, produtivo já sente o recotaram” por meio de um
processo chamado de seflexo da escassez de crécomo a agricultura, o terceiro setor e
curitização, que permite
dito para produção e exassim por diante"
que as hipotecas sejam
portação. Quais serão as
agrupadas e transformaconseqüências disso?
das em papéis negociados. Assim, pender de o quanto esta crise se esPaloschi - Quem depende de crébancos de investimentos americanos tenderá, mas acredito que se o Brasil dito para produzir, provavelmente divenderam os papéis hipotecários se sair bem da “tempestade” podere- minuirá sua produção ou cancelará
com suas bandeiras, espalhando o mos ver o país se consolidando peran- suas atividades, o mesmo está aconterisco por todo o mercado internacio- te outras nações, o que poderá trazer cendo com os exportadores. É uma sinal. Nesse período, muitos mutuári- grandes benefícios no futuro.
tuação complicada, pois além do créos refinanciaram seus imóveis para
dito reduzido, o que está disponível
continuar consumindo. O juro ameriCanavieiros: Alguns especialistas está muito caro, o que pode inviabilicano começou a subir, o que elevou dizem que essa crise é pior do que a zar a operação. O setor certamente seno valor das dívidas e provocou uma de outubro de 1929, quando ocor- tirá isso de uma maneira dolorida e a
disparada da inadimplência e a der- reu a quebra da Bolsa de Nova York. desaceleração será iminente.
rubada de toda cadeia. A esse choque inicial, somaram-se efeitos secundários, enquanto a falta de capital obrigava os bancos a recuarem,
provocando declínio maior nos preços dos ativos e, em decorrência,
mais prejuízos, e assim por diante. Um
círculo virtuoso de “desalavancagem” por todo o mundo.

“

Canavieiros: O governo brasileiro de certa forma reconheceu que o
país não está ileso à crise. Quais as
conseqüências imediatas e a médio
e longo prazo?
Paloschi - Já estamos sentindo a
falta de crédito no Brasil. Grandes empresas que vendem seus produtos com
prazo estendido e precisam de dinheiro de outras instituições para honrar
seus compromissos de curto prazo, já
não podem contar com este tipo de fi6

Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Entrevista
Canavieiros: Em 2004, o produCanavieiros: No caso do açútor plantou com o dólar alto e vendeu car, soja e milho, quais são as perscom o dólar baixo e isso provocou a pectivas?
pior crise das últimas décadas. O cePaloschi - O preço de todos esnário hoje é parecido, já que o país tes produtos vai depender de como
está plantando a nova safra com o o mundo se comportará com toda esta
dólar nas alturas. Vem uma nova cri- crise. Atualmente, é consenso que o
se por aí?
consumo desses produtos deve diPaloschi - Podemos ver esse ce- minuir. A grande dúvida é se essa dinário novamente, o que, aliás, acho minuição será branda ou acentuada.
bem provável, mas fazendo uma ava- Isso é que irá ditar os preços para o
liação simples, teano que vem, mes"Além do crédito
mos dois cenários:
mo que a produo primeiro é a crise
reduzido, o que está ção mundial do
americana permaneaçúcar diminua na
disponível está muito próxima safra, que
cer por um longo
período, o que proo milho e soja pascaro, o que pode
vavelmente poderia
sem o ano com esdeixar o dólar des- inviabilizar a operação. toques ajustados,
valorizado com o
O setor certamente a demanda vai dipassar dos meses e,
tar os preços futusentirá isso"
em conjunto, os
ros, e quem irá dipreços das commotar a demanda será
dities permanecerem em um movimen- a robustez ou fraqueza da economia
to de preços descendentes, tendo como um todo.
uma combinação trágica para nossos
produtores. De outro lado, podemos
Canavieiros: O que o produtor
ver o câmbio cair até a comercializa- de matéria-prima deve fazer nesse
ção, mas com o mundo mais calmo, o momento?
preço em dólar poderá voltar a subir,
Paloschi - Deve plano que de certa forma iria batar somente o que der para
lancear a perdas por conta do
plantar com crédito dispocâmbio.
nível com taxas de juros baratas ou com recursos próprios,
sem esquecer que a economia em tecnologia neste momento é um “tiro no
pé”, pois não se pode dar ao luxo de
ter uma má produtividade neste momento. Um pouco de cautela e atenção aos fatores macroeconômicos
não farão mal a ninguém.

“

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

7
Ponto de Vista

Commodities, fertilizantes e
Commodities, fertilizantes e
cooperativas
cooperativas
Edivaldo Del Grande*

H

á poucas semanas, a queda
dos preços das commodities,
em especial as agrícolas, nos
mercados mundiais, provocou uma
onda de preocupações entre produtores brasileiros, que já enfrentam
pesados custos de produção, puxados pelos altos preços dos fertilizantes e outros insumos.
Em relação às commodities, já houve uma reacomodação. É normal as cotações alternarem altas e baixas, dependendo das expectativas de safras
nos Estados Unidos e Europa, ou seja,
da oferta e da demanda. O cenário
mundial é de grande necessidade de
grãos, transformados agora em fonte
alternativa de bioenergia. A tendência
é os preços continuarem em alta.
Para os produtores, além das intermináveis negociações com o governo em torno das dívidas do setor e da
questão do seguro de safra, o que mais
pesa na decisão de investir é o custo
das sementes e, acima de tudo, dos
fertilizantes. De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes,
os fertilizantes representam entre 30%
e 50% dos custos de produção, dependendo da distância dos portos.
O Brasil é o país que mais depende
da importação de adubos. Vêm do ex-

terior em torno de 70% dos produtos
que consome – 90% do potássio, 50%
do fósforo e 65% do nitrogênio. Para
efeito de comparação, outros grandes
países produtores têm uma dependência externa muito menor – de 10% a
20% – ou são auto-suficientes. Stephanes alerta que, diante da falta de
investimentos no passado para reduzir essa dependência, não há como
mudar a situação a curto prazo.
O Brasil mantém negociações com
fornecedores estrangeiros, como a
Argentina (potássio) e Egito (fósforo), além de outros países do Norte
da África. Stephanes disse que o
Mapa estimula as cooperativas agrícolas a agirem em bloco na importação e na mistura dos três produtos,
uma saída para a redução de custos.
A auto-suficiência, segundo o ministro, somente será possível daqui a
cinco ou dez anos.
A Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo),
com 123 cooperativas agropecuárias
filiadas, desenvolve um trabalho de
incentivo à formação de centrais de
compras de insumos, o que também
pode contribuir para a redução de
custos. De acordo com levantamento
da Organização, das 123 filiadas, 63
já trabalham com revenda própria de
insumos, beneficiando milhares de
produtores cooperados.
O exemplo
mais emblemático
das vantagens da
ação das cooperativas nesse setor é
o da Central Cooperfértil, também
filiada à Ocesp. É
resultado
da
união de três poderosas coopera-

8

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

tivas paulistas para a área de importação e produção de fertilizandes – a
Carol, de Orlândia, a Coopercana, de
Sertãozinho, e a Coopercitrus, de Bebedouro. A Cooperfértil importou, em
2007, 40% dos insumos que utiliza.
Neste ano, esse percentual deve atingir 60%. Como balizadora de preços
para o mercado, por operar sem qualquer tipo de especulação, a cooperativa consegue atingir seu objetivo final, que é a redução de custos para
os produtores, ampliando a capacidade de plantio.
Bons exemplos da ação das cooperativas nesse setor não faltam em
outros estados, em especial no Paraná. A força do cooperativismo para
tornar o agronegócio brasileiro cada
vez mais competitivo foi reconhecida
pelo ministro Stephanes. É um estímulo para todos nós.
*Edivaldo Del Grande é
presidente do Sistema Ocesp/
Sescoop-SP
Ponto de Vista

Minha 42ª safra
José Mario Paro
Diretor Adjunto da Canaoeste

Q

uando tinha dois anos de idade, meu avô adquiriu um pequeno engenho de aguardente. De lá para cá, a cana-de-açúcar passou a fazer parte de minha vida. Em janeiro de 1967, iniciei minhas atividades
profissionais no setor, de sorte que a
presente safra (08/09) é a 42ª de que
participo.
Como esperado, ao longo deste
percurso presenciei e vivi momentos
bons e ruins, mas esta safra está sendo
particularmente difícil. A conjunção de
fatores adversos, como a quebra da
produtividade agrícola, a redução da
quantidade de açúcar por tonelada de
cana, os baixos preços vigentes e a
contaminação geral da economia pela
crise mundial, que ora vivemos, configuram um quadro de quase impasse,
sem soluções fáceis a curto prazo.
A produção de etanol, ao mesmo
tempo em que está criando janelas de
oportunidades, trouxe também uma
complexidade até então desconhecida
aos negócios. As carências começam a
ficar evidentes: escalas de produção
nem sempre satisfatórias, capitalização
inadequada na maioria das empresas da
cadeia produtiva, questões de logística ainda não resolvidas, dificuldades e
diferenças tarifárias nas diversas regiões produtoras do País, capacitação
inadequada da mão-de-obra, etc, são
partes das atuais dificuldades.
Uma conseqüência lógica dessa situação geral será a forte concentração
que se vislumbra para a atividade. Historicamente, o setor tem convivido com
períodos de expansão, seguidos por
outros de contração e, por tudo o que
se tem observado, a temporada de aquisições e fusões, que se avizinha, promete ser movimentada.
Para nós, produtores independentes de cana-de-açúcar, a situação é ainda mais difícil e complicada por sermos
o elo mais fraco de toda essa cadeia

produtiva. Sendo essa nossa segunda
safra deficitária consecutiva e acrescentando-se aqui as restrições ambientais vigentes e a rigidez das normas trabalhistas, tem-se uma percepção clara
do tamanho do problema.
Em minhas andanças pelos Estados
de São Paulo e Minas Gerais, tenho
sentido os produtores descapitalizados,
fragilizados, em boa parte incapacitados de sustentar seu negócio em níveis mínimos de eficiência e, por isso
mesmo, desmotivados.
A primeira questão que se coloca
neste momento resume-se em saber
como nós, produtores, faremos para
atravessar essa crise, que passará como
outras tantas já passaram.
A resposta não é fácil, mas passa
necessariamente por aumento de eficiência, tomando-se aqui o conceito de
eficiência num sentido bastante amplo
e é certo que muitos de nós deixarão a
atividade. A segunda questão trata da
sustentabilidade econômica de nosso
negócio.
Para melhor explicitar meu raciocínio, tomo a liberdade de propor àqueles que continuarão produzindo cana e
que estejam lendo este artigo, um roteiro básico de ação:
1 - avaliar o grau de satisfação para
com as indústrias às quais vendem sua
matéria-prima, bem como verificar se
existem outras alternativas de comercialização;
2 - avaliar se a região onde atuam
não está congestionada, com preços de
terras, arrendamentos, mão-de-obra,
etc, acima de limites aceitáveis para uma
atividade minimamente lucrativa;
3 - avaliar a possibilidade de acompanhar a expansão do setor para as
novas fronteiras da cana-de-açúcar,
onde se possa atingir economia de es-

cala com mais facilidade e onde se tenha segurança mínima de sustentabilidade na atividade;
4 - buscar uma alternativa de receita. O cultivo de grãos desponta como
uma das opções mais viáveis. Definitivamente, é prudente não depender exclusivamente das receitas da cana-deaçúcar.
Por outro lado, também as entidades representativas, cooperativas e
bancos cooperativos dos produtores
de cana-de-açúcar não passarão imunes pela crise, como é óbvio. Precisarão se ajustar aos novos tempos. De
minha parte, gostaria de vê-las caminhando, igualmente, para as novas fronteiras da cana, onde têm papel essencial a ser desempenhado em apoio aos
seus associados.
E para que não se pense que estou
aqui pregando o fim dos tempos, tal qual
um profeta do apocalipse, julgo importante afirmar que minha família continuará plantando cana-de-açúcar e grãos.
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

9
Notícias
Copercana

Copercana realiza 3ª reunião
técnica de amendoim
Edgard Matrangolo Júnior
Encarregado Técnico de Projetos

Evento reuniu produtores e parceiros do projeto, desenvolvido desde a safra 2006/07, que visa
elevar a qualidade do grão

A

Copercana realizou no dia 10
de outubro, no auditório da Canaoeste, a 3ª Reunião Técnica
para produtores e parceiros da cooperativa no Projeto Amendoim. Desde a
safra 2006/2007 a Copercana, em parceria com 42 produtores de amendoim,
implantou um sistema que visa melhorar a qualidade do produto produzido
pelos cooperados.
Para obter sucesso com o projeto, todo ano a cooperativa realiza
uma reunião com os seus parceiros
para esclarecer o andamento do mercado do grão e apresentar as expectativas para a nova safra.
Neste ano, aconteceu a reunião
pela terceira vez e foram proferidas
palestras pelos professores da
Unesp de Jaboticabal, Modesto Barreto, Odair Aparecido Fernandes e
Rouverson Pereira da Silva. Também
foram concedidos espaços técnicos
para as empresas Kimberlit e Miac.
O professor Modesto, que também é consultor no Projeto Amendoim da Copercana, apresentou o resultado dos experimentos na área de
doenças que foram realizados na safra passada e também falou sobre os

Produtores que participam do projeto
Amendoim da Copercana

que serão feitos nesta próxima safra.
O trabalho desenvolvido pelo
professor Modesto, juntamente com
a equipe do Departamento Técnico
de Grãos da Copercana, tem sido
muito importante na orientação e recomendação aos produtores para o
controle das doenças do amendoim.
O professor Odair fez uma apresentação sobre as pragas que atacam
a cultura e afirmou que a partir desta
safra iniciará, junto ao Departamento Técnico, experimentos visando
buscar resultados para orientar os
produtores quanto aos melhores produtos e modos de aplicação para o
controle das pragas.
O professor Rouverson apresentou resultados dos trabalhos que
vem desenvolvendo nas etapas de
arranquio e colheita, mostrando dados em que as perdas chegam a 40%.
Demonstrou também o método que
desenvolveu para que os produtores possam quantificar as perdas de
suas lavouras.
Para finalizar, o gerente da Unidade de Grãos da Copercana, Augusto Strini Paixão, fez uma explanação
sobre o mercado atual e perspecti-

Augusto Paixão - gerente da Unidade de
grãos da Copercana

vas para o futuro, salientando que
os produtores devem se conscientizar da necessidade de conduzir suas
lavouras visando à redução dos custos e aumento da produtividade, ou
seja, produzir com qualidade. Enfatizou que o objetivo do Projeto Amendoim é o recebimento de grãos para
exportação e que os compradores,
além das necessidades citadas anteriormente, querem saber a rastreabilidade do produto que estão comprando para obter um produto de
qualidade e seguro. “Eles querem
ainda um produto que seja produzido de maneira sustentável, para que
tenham um fornecimento duradouro
e não ocasional”, finalizou Augusto.
O evento também contou com a
participação do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, e do diretor da cooperativa, Pedro Esrael Bighetti. No final, os produtores participaram de um almoço
oferecido pela Copercana.

10

Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

11
Notícias
Copercana

Syngenta Adventure Cana
apresenta show de tecnologia
em Sertãozinho
Carla Rossini

Evento demonstrou através de multimídia, informação aos produtores sobre o portfólio da empresa

S

ertãozinho é uma das principais
cidades produtoras de cana-deaçúcar do Brasil, motivo pelo
qual foi palco, no dia 10 de outubro, do
Syngenta Adventure Cana.

Tendas infláveis em formato de
semicírculos que proporcionaram aos participantes uma
viagem inusitada

O objetivo da Syngenta é promover um evento itinerante para difundir
o portfólio de produtos de forma inovadora e descontraída. Num ambiente
high-tech, os cooperados puderam assistir à projeção de filmes que apresentaram os produtos da Syngenta dirigidos à proteção de cultivo da cana.
Os roteiros reproduzem o ambiente
rural e os trabalhadores são representados por personagens animados que
mostram de forma interativa o mecanismo de atuação dos herbicidas Dual
Gold, Callisto e o inseticida Actara. Com
essas apresentações, os cooperados
conheceram as soluções da Syngenta
para superar os problemas que podem
surgir nas lavouras.
A exposição incluiu tendas infláveis em formato de semicírculos que
proporcionaram aos participantes uma
viagem inusitada, interativa e de conhecimento sobre os principais desafios na produção da cana. Dessa forma, os visitantes compreenderam a importância das soluções apresentadas

pela Syngenta aos problemas corriqueiros do campo.
O espaço em que as tendas foram
dispostas ocupou uma área média de
quatro mil metros quadrados, o equivalente à área de um campo de futebol.
No interior das tendas, houve exibição
de um show de imagens, sons e luzes
criados para provocar experiências sensoriais aos visitantes.
“A programação da Syngenta trouxe informação e também entretenimento aos produtores rurais, assim, eles
conheceram mais sobre as soluções e
tecnologias da empresa”, afirmou Frederico José Dalmaso, gerente comercial da Copercana.
Interior das tentas onde foram
realizadas as apresentações dos
produtos para cana-de-açúcar

12

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

SOBRE OS PRODUTOS:
• Dual Gold: herbicida de ação préemergente, seletivo à cana (soca e planta) e altamente eficaz contra as gramíneas de difícil controle, tais como o
capim-braquiária, o capim-colonião, o
capim-colchão e o capim-pé-de-galinha.
Ação eficaz também em condições de
chuvas intensas.
• Callisto: herbicida de ação pósemergente, seletivo e de alta eficácia
no controle das cordas-de-viola e do
capim-colchão, que escapam da aplicação dos herbicidas pré-emergentes principalmente daquela feita na época
seca. O produto não causa redução de
porte nem queima da cana. Ele apresenta os melhores resultados em aplicação na época úmida, tanto na cana
soca como na cana planta.
Notícias
Copercana
• Actara 250 WG: inseticida inovador, seletivo e eficiente no controle de cigarrinha e cupim, que oferece o efeito VPQ
– vigor, produtividade e qualidade. Ele é
absorvido pelas raízes e folhas, espalhando-se por toda planta. As raízes se desenvolvem criando um excelente sistema radicular, o colmo aumenta o diâmetro e o
comprimento e as folhas crescem saudáveis e maiores. Por causa dessas características, Actara garante o aumento de produção em termos de toneladas de colmo
por hectare e açúcar total recuperável.

Diretores da Copercana, Syngenta e produtores rurais participaram do evento em Sertãozinho

Consecana

Notícias
Canaoeste
CIRCULAR Nº 09/08
DATA: 30 de Setembro de 2008

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o
mês de SETEMBRO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2008/2009, é de
R$ 0,2510.
O preço de faturamento
do açúcar no mercado interno e externo e os preços do
etanol anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos
meses de ABRIL a SETEMBRO e acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do etanol anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado,
carburante (AAC e AHC)
destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/
kg, por produto, obtidos
nos meses de ABRIL a SETEMBRO e acumulados
até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Notícias
Canaoeste

Alegria no hospital é possível?
Alegria no hospital é possível?
No Netto Campello é!
No Netto Campello é!
Cíntia Sicchieri Toniolo
Terapeuta Ocupacional do Netto Campello

A

hospitalização da criança a
conduz à uma situação de confronto. Confronto com o estado de desamparo, originando reações
diversas, tais como regressão, depressão, fobias e transtornos de comportamento em geral.
Ela se vê afastada do cotidiano, ficando em posição de passividade e
desconforto, o que geralmente, aos
olhos dos adultos, parece incompreensível. A internação infantil, não traz só
a figura da criança ao hospital, traz a
mãe. Figura de apoio e carinho que, diante da hospitalização, pode também
vivenciar medos, ansiedades e deixar
de apoiar efetivamente o filho.

formaram em objetos de decoração e
brinquedos. As mães não ficaram de
fora e tiveram atividades programadas
com os filhos relembrando os doces
anos da infância.
Também foi realizado um carnaval
fora de época, com trio elétrico e tudo!
É claro que não com dimensões adultas e resguardando-se ao ambiente

hospitalar (redução de ruídos). As crianças tiveram a oportunidade de montar um “carro de som” e desfilaram com
fantasias confeccionadas por elas próprias. A satisfação foi superior as nossas espectativas. O Netto Campello se
tornou por várias horas a extensão dos
ambientes domésticos e escolares e
deixou lembranças positivas para estes pacientes tão diferenciados.

São por esses motivos que o Netto
Campello Hospital & Maternidade considera que, humanizar o ambiente da
criança hospitalizada para minimizar os
sofrimentos a ela causados é uma atitude essencial na redução das dificuldades emocionais produzidas pela doença e hospitalização.
Continuando em seu caminho inovador, otimizando o espaço da Brinquedoteca, o Netto Campello desenvolveu
atividades extras em comemoração ao
Dia das Crianças - 12 de outubro. Para
nós, não foi apenas um dia de brincadeiras especiais, mas sim, uma semana
dedicada aos nossos pequenos e mais
queridos clientes.
Através de atividades artísticas,
recreativas e festivas, com incentivo da
direção do hospital e colaboração das
estagiárias do Curso de Pedagogia da
Fasert - Anhanguera Educacional, a
criançada nem percebereu a internação.
Houve infusão de alegria todo dia!
Foram realizadas atividades com
materiais recicláveis, conhecidos e desconhecidos das crianças, que se trans16

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES:
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - AGOSTO/2008
Valores em Reais

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Reportagem de Capa

Carta de solos e
Carta de solos e
ambientes de produção:
ambientes de produção:
Tecnologia para elevar a produtividade,
Tecnologia para elevar a produtividade,

reduzir custos e reforçar a sustentabilidade
reduzir custos e reforçar a sustentabilidade
Da Redação

Projeto é desenvolvido pela Canaoeste em parceria com o CTC desde maio e em cinco anos
todos os fornecedores terão suas propriedades classificadas
propriedade para
que o produtor,
com bases nessas
informações, possa
escolher as variedades mais adequadas e melhorar
o processo de manejo”, afirmou.

A

classificação dos solos com
cana-de-açúcar é a nova tecnologia adotada pela Canaoeste desde maio para permitir ao produtor elevar a produtividade e reduzir
os custos com insumos e energia, além
de reforçar a sustentabilidade da cultura. Essa nova ferramenta, chamada
de Carta de Solos e Ambientes de Produção, é desenvolvida em parceria com
o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e permitirá ao produtor prever sua
real possibilidade de ganho de acordo com o seu ambiente de produção e
alocação de variedades adequadas.
De acordo com o presidente da
Canaoeste, Manoel Ortolan, a previsão é que em cinco anos todos os
associados estarão com suas áreas
classificadas. “Esse é um dos mais
importantes e amplos projetos em que
a Canaoeste está investindo para
possibilitar que o fornecedor amplie
a produtividade em sua propriedade.
O projeto vai identificar e delimitar diferentes tipos de solos dentro de cada

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008

Segundo o gerente do Departamento Técnico da
Canaoeste, Gustavo
de Almeida Nogueira, para o desenvolvimento do projeto
foram contratados novos agrônomos,
que foram treinados e capacitados
para realizar os levantamentos de campo e toda equipe técnica da Canaoeste vem sendo capacitada para o uso
intensificado desta nova ferramenta.
O CTC, desde o início da década
de 80, vem trabalhando no mapeamento dos solos cultivados com cana-deaçúcar, possuindo uma metodologia de
Levantamento de Solos específica para
a cultura da cana. Nesse sistema os
solos são classificados, de acordo com
suas características morfológicas, químicas e físicas, em diferentes unidades de mapeamento (tipos de solos).
Em cinco anos o CTC pretende mapear toda a área de suas associadas, que
hoje somam 177 e compreendem uma
área de 3 milhões de hectares. “Já temos
20% do projeto realizado e estamos esperando a reforma dos canaviais para
fazer a análise do solo. A Carta de Solos
e Ambientes de Produção permitirá melhoramentos em vários aspectos dos ca-

naviais. Faremos a alocação das variedades e melhoraremos todo o processo de
manejo da cana, desde o plantio à colheita”, afirmou o diretor superintendente do
CTC, Nilson Zaranelo Boeta.
De acordo com Gustavo de Almeida
Nogueira e o agrônomo da Copercana,
Danilo Saulle, a Carta de Solos tem diferentes aplicações dentro da cultura da
cana-de-açúcar, sendo as principais:
· Manejo de variedades;
· Preparo e conservação de solos;
· Planejamento de adubação;
· Planejamento da época de plantio;
· Planejamento da época de colheita e
· Sistematização de talhões.
Visando facilitar o manejo de variedades, os diferentes tipos de solos
são agrupados em cinco níveis de
produtividade, conceituados como
Ambientes de Produção. O conceito
Ambiente de Produção foi desenvolvido pelo CTC através de estudos relacionando banco de dados de produtividade, em áreas comerciais, com diferentes tipos de solos em várias safras. Com o elevado número de variedades existentes atualmente e perspectivas de lançamentos de novas nos
próximos anos, o mapeamento dos
solos se faz necessário para que se
tenha sucesso e ganho de produtividade das atuais e das futuras novas
variedades nos diferentes tipos de
solos, evitando assim que ocorram erros nas suas alocações. Pesquisas realizadas pelo Centro de Tecnologia
Canavieira demonstraram que uma variedade plantada num solo inadequado para ela pode gerar até 20% de perda de produtividade.
Reportagem de Capa
Considerações técnicas da carta de solos e
ambientes de produção
Gustavo de Almeida Nogueira, gerente do Departamento Técnico da Canaoeste
Danilo Saulle, agrônomo da Copercana

Classificação dos solos – O levantamento de solos é a caracterização
morfológica, física, química e geográfica dos solos de uma área e pode ser
utilizado para diversos fins. Os solos
são classificados após a descrição da
cor e textura, estrutura e consistência,
análise química dos elementos em três
camadas do solo.
Do ponto de vista agronômico, a
primeira camada é a mais importante, pois
nela se concentra a maioria das raízes e
onde é realizada a maioria das operações
de preparo de solo, aplicação de fertilizantes e corretivos. Entre as características do solo, algumas são facilmente

perceptíveis como a cor e textura. Outras, como estruturas e consistência, são
mais difíceis de diferenciar.
A finalidade de qualquer classificação é a ordenação de conhecimentos
com relação a um objetivo, visando facilitar a memorização de todas as suas
propriedades, de maneira fácil e precisa. Quanto maior o número de características essenciais que se conhece de
uma unidade, melhor definida ela estará. Dentro desse conceito, a classificação de solos visa ordenar os diferentes tipos de solos, diferenciá-los na
paisagem e enquadrá-los nos Ambientes de Produção.

Gustavo de A. Nogueira

Diferenciação de solos na paisagem
- Fonte CTC

Os Ambientes de Produção visam separar as
áreas em diferentes potenciais de produção de
cana-de-açúcar (A, B, C, D e E). Fonte: CTC

Cartas de Solos de
Ambientes de Produção
A carta de solos é o produto final
do levantamento pedológico. Compõese de um mapa da distribuição espacial
dos solos e de um memorial descritivo
(relatório contendo todas as informações técnicas dos solos).
As áreas mapeadas são agrupadas
em cinco ambientes de produção de
cana-de-açúcar (A, B, C, D e E) considerando-se o potencial de produção de
cada uma deles (Joaquim et al., 1994).
Os Ambientes são definidos pela interação de dois fatores: tipo de solo e
produtividade das variedades de canade-açúcar.

A definição de Ambiente de Produção é baseada em um conjunto de fatores relacionados à produção, a exemplo do clima e manejo, mas o solo merece destaque por ser a base de sustentação da produção agrícola.
Etapas de execução do projeto:
1. Elaborar e enviar os mapas dos
associados ao CTC.
2 . Interpretação de aspectos fisiográficos:
· Imagens de satélites;
· Relevo e
· Geologia.
3 . Trabalho de campo:
· Coleta de amostras de solo em três
profundidades (0 a 25 cm, 25 a 50 cm e de

80 a 100 cm) em pontos georreferenciados;
· Delimitação dos tipos de solo e
· Descrições de informações gerais.
4. Envio das amostras ao laboratório de Análise de Solo.
5 . Determinação e interpretação
dos dados analíticos (análises química
e física de todas as amostras)
6 . Retorno ao campo com os resultados das análises para classificar o
solo até o nível de grande grupo para
enquadramento nos diversos ambientes de produção de cana-de-açúcar.
7 . Elaboração da Carta de Solos e
Relatórios.
8 . Mapas de Ambientes de Produção.
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Repercutiu

foto: Agência Brasil

“Há os que apelam para um
argumento sem pé nem cabeça: os
canaviais no Brasil estariam invadindo a Amazônia. Quem fala uma
bobagem dessas não conhece o
Brasil”
Luís Inácio Lula da Silva,
presidente do Brasil

foto divulgação

“Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foram identificados 210 empreendimentos com capacidade instalada potencial de 14.800
MW até 2015. Deste montante, serão exportados 10.200 MW para o sistema
elétrico nacional, o equivalente a uma usina do porte de Itaipu.”
Marcos Yank, presidente da UNICA, sobre o potencial crescente de geração de bioeletricidade, energia elétrica produzida a partir de biomassa de
origem vegetal.

foto: Agência Brasil

“O problema é que ninguém leu.
Eu disse isso ao ministro Minc
quando ele mandou o decreto ao
presidente: você não leu o decreto, o
presidente não leu o decreto. Ninguém leu o decreto”.
Reinhold Stephanes – Ministro
da Agricultura sobre um decreto que
penaliza produtores rurais que
desrespeitam leis de proteção
ambiental.

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

foto: Agência Brasil

“Ficaremos mais confortáveis se houver um restabelecimento de linhas de
crédito internacionais, se voltar a haver bancos lá fora com linhas de crédito
em dólares para os nossos bancos. Mas, enquanto isso, o governo brasileiro
tem tomado medidas no sentido de avaliar o problema de crédito, de liquidez”.
Guido Mantega, ministro da Fazenda sobre a tentativa do governo federal usar os bancos oficiais para minimizar os efeitos da crise internacional
sobre a economia brasileira
Destaque

Cooperado testa o
“feijão doce”
Carla Rossini

Experimento está sendo realizado na Fazenda São José (arredores de Barrinha)
e conta com a parceira do Apta-IAC

“
E

stava cansado de ouvir dizer
que as plantações de cana rou
bam o espaço da produção de
outros alimentos!”. Foi com essa frase
que o cooperado José Luís Balardin
recebeu a reportagem da Canavieiros
em sua propriedade.
Para provar que é possível a plantação de leguminosas em meio a canade-açúcar, Balardin iniciou uma experiência pioneira em agosto deste ano, em
2 hectares da Fazenda São José – de
propriedade de sua família: o consórcio de cana-de-açúcar com feijão.
O feijão carioca, da variedade IAC
Alvorada, foi plantado na entrelinha da
cana. Com ciclo de 90 dias, a colheita
está prevista para início de novembro.
O cooperado também plantou tremoço, feijão guandú anão, crotalária, mucuna anã e nabo forrageiro, tudo em
meio às entrelinhas da cana-de-açúcar.
“Estamos em fase de experimento,
mas, com certeza vamos obter sucesso e,
assim, o exemplo da Fazenda São José
poderá combater as críticas internacionais
de que a cana destinada à fabricação de
etanol rouba as áreas em que poderiam
ser cultivados alimentos”, afirma Balardin.
No início, a intenção do cooperado
era apenas cultivar plantas que funcionassem como adubo verde e acrescentassem nitrogênio ao solo dos seus 174
hectares de canaviais. “Mas depois, com

Odair Cardoso Campos, José Luís Balardin e Maria Clementina Guidi Balardin

a parceria do Apta – IAC percebemos
que a experiência poderia ser bem mais
ampla e bem sucedida”, conta Baladin. O
feijão será colhido manualmente e as demais culturas, que fixam o nitrogênio no
solo, serão arrancadas e deixadas no solo.

Raizes das
leguminosas
que fixam
nitrogênio no
solo

Segundo o pesquisador Denizart
Bolonhezi, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) de
Ribeirão Preto, o projeto Apta-IAC “Feijão Doce”, como foi batizado, vai analisar o desempenho das lavouras e fornecerá dados para os canavicultores
que desejem iniciar a produção em consórcio em suas propriedades. “A meta

é transformar essa região que já é produtora de cana, também produtora de
alimentos”, afirma o pesquisador.
O canavial onde o experimento está
sendo realizado está em seu terceiro
ano de vida. O feijão foi plantado em
área irrigada, no sistema de plantio direto – que dispensa técnicas de revolvimento do solo. Na propriedade da
família Balardin, a cana é colhida crua
há mais de 13 anos. Assim, a palha que
fica no solo favorece a umidade.
Para plantar a leguminosa, foi usada
uma plantadeira comum, apenas adaptada. Balardin aponta entre os vários
benefícios que esse tipo de cultivo pode
trazer a absorção de mão-de-obra na
entressafra. “O canavicultor vai empregar mais gente durante a entressafra,
gerando empregos e renda nas regiões
onde o plantio de cana com outras culturas for implantado”, afirma.

Plantação de feijão carioca - IAC
Alvorada em meio a cana-de-açúcar

Além do feijão outras leguminosas foram plantadas como: tremoço,
feijão guandú anão, crotalária, mucuna anã e nabo forrageiro
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Informações Setoriais

CHUVAS DE SETEMBRO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
As chuvas que ocorreram durante o mês de SETEMBRO de 2008 são apresentadas a seguir.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Nota-se que, a média mensal
das observações das chuvas que
ocorreram durante este mês de
SETEMBRO e em todos os locais observados na região de abrangência da CANAOESTE, “ficaram” aquém das respectivas
médias históricas.
Mapa 1: Água Disponível no Solo
entre 15 a 17 de SETEMBRO de 2008.
O Mapa 1, ao lado, mostra que o
índice de Água Disponível no Solo,
no período de 15 a 17 de SETEMBRO,
apresentava-se como baixo a crítico
em quase toda região sucroenergética
do Estado de São Paulo, com exceção
de uma pequena área entre Assis e
Presidente Prudente.

ÁGUA, usar sem abusar !
Protejam e preservem as
nascentes e cursos d’água.
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Revista Canavieiros - Outubro de 2008
Informações Setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2007.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático
de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais para os meses de outubro a dezembro.
O monitoramento das temperaturas da superfície do
mar (TSM), ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico, mostra que este parâmetro encontra-se em ligeira
elevação, mas sem manifestação do Fenômeno El Niño,
indicando neutralidade climática para os meses de primavera (setembro/outubro a final de dezembro). Logo,
para as áreas sucroenergéticas da Região Centro Oeste,
Sudeste e faixa norte do Paraná, tem-se que :

Mapa 3: Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2008.

· A temperatura média ficará entre próxima a ligeiramente acima da normalidade climática;
· Quanto às chuvas, prevêm-se que serão próximas das respectivas médias históricas;
· Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto e municípios próximos são próximos de 125mm em outubro,
170mm em novembro e de 270mm em dezembro.
· A previsão elaborada pela SOMAR Meteorologia
e interpretadas especificamente para a região de abrangência da CANAOESTE, também mostra que as temperaturas médias e as chuvas serão próximas das
médias históricas nos meses de outubro a dezembro.

O Mapa 2 acima, mostra que ao final de SETEMBRO de 2007, com pequenas
exceções, o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se baixo a crítico em
toda área canavieira do Estado. Situação um pouco diferente e também notadas
nos meses de julho e agosto, foi observada ao final deste mês de SETEMBRO de
2008, quando mostrou que aquele índice apresentava-se como médio a alto na faixa
Sul e Sudoeste e de baixo a crítico na Região Central, Norte e Noroeste do estado de
São Paulo (vide Mapa 3), permitindo quase que se recuperar de menores quantidades e qualidade da cana processadas, como verificadas no período de outono
(abril-junho) desta safra, dada maiores umidades do solo naquele período.

Face a estas previsões, a CANAOESTE recomenda aos seus Associados que fiquem atentos às condições de umidade do solo durante as operações de
colheita (carregamento) e transporte da cana, visando evitar ou, pelo menos, atenuar pisoteios sobre as
soqueiras.
Persistindo dúvidas quanto às operações de colheita e as de cultivos mecânicos e químicos (herbicidas para os matocontroles), consultem os Técnicos
CANAOESTE mais próximos.

Revista Canavieiros Outubro
Revista Canavieiros - -Setembro de 2008

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Pragas e Doenças

Nematóides
Nematóides
Profª. Leila Luci Dinardo-Miranda
Diretora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento e pesquisadora do Centro de Cana IAC/APTA

N

as condições brasileiras, três
espécies de nematóides são
economicamente importantes
para a cana-de-açúcar, em função dos
danos que causam à cultura: Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus zeae. Em muitos canaviais
pouco desenvolvidos e com baixa produção, são encontradas altas populações de pelo menos uma delas.
A espécie P. brachyurus é muito freqüente em canaviais paulistas, ocorrendo em cerca de 35% das amostras coletadas em áreas com suspeita de problemas nematológicos, mas ainda não
tem sua patogenicidade devidamente
avaliada, razão pela qual é alvo de uma
série de pesquisas em andamento no
Instituto Agronômico (IAC).
O ataque dos nematóides à canade-açúcar restringe-se às raízes, de
onde extraem nutrientes para o crescimento e desenvolvimento. Além do
dano causado pela utilização de nutrientes da planta, estes parasitos injetam toxinas no sistema radicular, resultando em deformações nas raízes,
como as galhas provocadas por Meloidogyne, e extensas áreas necrosadas, quando os nematóides presentes
são Pratylenchus.
Em conseqüência do ataque de
nematóides, as raízes se tornam pouco desenvolvidas, pobres em radicelas, deficientes e impossibilitadas de
desempenhar normalmente suas funções. Os prejuízos à parte aérea são
reflexos de um sistema radicular debilitado, incapaz de absorver água e
nutrientes necessários para o bom
desenvolvimento das plantas, que,
em conseqüência, tornam-se menores, raquíticas, cloróticas, com sintomas de “fome de minerais”, murchas
nas horas mais quentes do dia e menos produtivas. Em condições de
campo, são verificadas reboleiras de
plantas menores e cloróticas entre
outras de porte e coloração aparentemente normais.
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Revista Canavieiros - Outubro de 2008

A grandeza dos
danos causados por
nematóides é claramente quantificada
em ensaios nos
quais se faz a aplicação de nematicidas químicos. Assim, em um estudo
com diversas variedades em campos
altamente infestados por M. javanica, o uso de nematicidas resultou em
acréscimos de produtividade da ordem
de 15 % suscetíveis (Dinardo-Miranda
et al., 1995). No entanto, experimentos
anteriores demonstraram que tais incrementos de produtividade podem atingir a média de 30 %.Também em áreas
infestadas por M. incognita, a redução
das populações do nematóide, pelo emprego de produtos químicos, resultou
em aumentos médios de produtividade
da ordem de 40 % (Garcia et al., 1997).

Em relação a P. zeae, ensaio em campo revelou que a aplicação de nematicidas no plantio de diversas variedades contribuiu para incrementos de
produtividade altamente significativos,
atingindo valores de até 40t/ha (Dinardo-Miranda et al., 1996; 1998), comprovando a patogenicidade de P. zeae à
cana-de-açúcar.
A avaliação criteriosa de dados experimentais e de outros obtidos em áreas comerciais revelou que os danos
causados pelos nematóides variam em
função da espécie ou espécies presentes na área, dos seus níveis populacionais e da variedade cultivada. Em média, M. javanica e P. zeae causam cerca
de 20 a 30% de redução de produtividade, em variedades suscetíveis. M.
incognita pode ocasionar perdas maiores, ao redor de 40 %. Em casos de
variedades muito suscetíveis e níveis
populacionais muito altos, as perdas

provocadas por nematóides podem
chegar a até 50 % da produtividade.
Dada a ausência de variedades comerciais resistentes a uma ou a mais
espécie de nematóides, o manejo de
áreas infestadas, atualmente, tem se
baseado principalmente no uso de nematicidas químicos aplicados no plantio e/ou nas soqueiras.
Dois nematicidas são usados comercialmente em cana-de-açúcar: aldicarb (Temik 150G) e carbofuran (Furadan 50G ou 100G ou 350SC). No plantio, são aplicados no sulco, sobre os
toletes, imediatamente antes da cobertura deles. Nas soqueiras, geralmente
são aplicados ao lado da linha de cana
ou sobre elas.
A aplicação de nematicidas no plantio em áreas infestadas resulta em significativos incrementos de produtividade. Outro exemplo pode ser visto em
experimento conduzido por DinardoMiranda et al. (2002), em Piracicaba, SP,
em área infestada pelas três espécies
mais importantes: M. javanica, M. incognita e P. zeae. Nesse ensaio, as variedades IAC86-2480, IAC87-3184,
IAC87-3396, IAC91-3186, IAC91-5155,
SP83-2847 e SP87-365 foram plantadas
com ou sem a aplicação do nematicida
aldicarb 150G 12kg/ha. Verificou-se, por
ocasião da colheita, que o nematicida
Pragas e Doenças

Estágio inicial
Raizes de cana-de-açúcar infectadas por
nematóides do gênero Meloidogyne.

contribuiu para incrementos de produtividade variando de 17,3t/ha, para a
variedade IAC86-2480 até 38,1t/ha, para
a IAC91-5155, sendo em média de 28,2
t/ha ou 34%.
Em cana soca, os incrementos de
produtividade obtidos em função do
tratamento nematicida são menores,
mas também economicamente vantajosos em muitas situações. Um dos exemplos está nos dados do ensaio de Dinardo-Miranda e Garcia (2002), no qual
a aplicação de carbofuran 100G 22,7kg/
ha ou aldicarb 150G 10kg/ha, em soqueira da variedade RB835113, infestada por P. zeae, reduziram significativamente as populações do nematóide e
contribuíram para incrementos de produtividade, em relação à testemunha,
da ordem de 11,6 a 16,7 t/ha.
O período ocorrente entre o corte
do canavial e a aplicação dos nematicidas em soqueiras exerce grande influência sobre os incrementos de produtividade decorrentes do uso desses
produtos. Assim, no ensaio anteriormente citado (Dinardo-Miranda e Garcia, 2002), conduzido em área colhida
em agosto, os maiores incrementos de
produtividade foram obtidos quando
os produtos foram aplicados aos 40 e
60 dias depois da colheita, enquanto
os menores, em aplicações feitas aos
20 dias depois do corte. Esses dados
sugerem que, para um canavial colhido
no período seco da safra, a aplicação
tardia de nematicidas (aos 40 ou 60 dias
depois do corte) é mais adequada porque, provavelmente, uma maior quantidade dos produtos torna-se disponível no solo e na planta, na primavera/
verão, período em que as populações
dos nematóides se elevam, favorecidas
pelas temperaturas mais altas e chuvas

Estágio final

Raízes de cana-de-açúcar atacadas por nematóides
do gênero Pratylenchus

abundantes. É provável que parte dos
produtos aplicados em agosto (primeira aplicação), período ainda seco, se
decomponha antes da época em que
seriam mais úteis, ou seja, época chuvosa. Por outro lado, em canaviais colhidos no final da safra, período de chuvas abundantes e temperaturas elevadas, no qual há crescimento pleno de
raízes e das populações de nematóides,
aplicações de nematicidas feitas imediatamente após o corte resultam em maiores incrementos de produtividade do
que aquelas mais tardias, por reduzirem o período em que altas populações
de nematóides parasitam as raízes, causando danos à cultura.
Deve-se salientar, no entanto, que
a decisão sobre o tratamento químico
em soqueira deve considerar, além da
infestação na área (nível populacional
de nematóides) e o período entre a colheita e a aplicação do nematicida, o
potencial produtivo da cultura. Áreas
nas quais se espera baixa produtividade, em função de falhas na brotação da
soca, mato, etc, não devem ser tratadas, mesmo se as populações de nematóides forem elevadas, pois os incrementos de produtividade obtidos
podem ser inferiores (em função da
baixa produtividade) aos custos de
aplicação dos nematicidas.
Como medidas auxiliares no manejo de áreas com problemas de nematóides pode-se citar a torta de filtro no
sulco de plantio e o plantio de Crotalaria em áreas de reforma. Embora essas
medidas não interfiram, de uma maneira geral, nas populações de nematóides na área, pelo menos nas doses (torta de filtro) e período de cultivo (Crotalaria), empregados em nossas condições, elas contribuem para um melhor

desenvolvimento da cultura, sendo
portanto bastante indicadas para áreas com infestações médias ou altas de
nematóides.
Exemplos do uso dessas medidas
podem ser encontrados em DinardoMiranda et al (2003), que avaliaram o
efeito de torta de filtro, aplicada isoladamente ou em associação com os nematicidas, no plantio da cana-de-açúcar, em áreas infestadas por nematóides. A torta não apresentou efeito nematicida consistente, mas contribuiu
para incrementos médios de produtividade de 20t/ha. Os nematicidas contribuíram para incrementos de produtividade variando de 14,2 a 25,5t/ha e a
utilização simultânea de torta de filtro e
nematicidas resultou em incrementos
médios de até 40t/ha.
O efeito do cultivo de Crotalaria juncea, por cinco meses com incorporação,
em área de reforma do canavial, sobre
as populações de nematóides e a produtividade da cana-de-açúcar, plantada
em seguida, com ou sem nematicidas,
foi avaliado em ensaio em campo conduzido por Gil e Dinardo-Miranda (2005).
Os autores não observaram diferença
entre as populações de M. javanica nas
raízes de cana-de-açúcar, cultivada em
área com ou sem rotação com C. juncea, mas as populações de P. zeae foram significativamente maiores nas áreas cultivadas após o plantio dessa leguminosa. Apesar disso, a rotação com
C. juncea contribuiu para incrementar
a produtividade da cana em 20,8t/ha,
fato atribuído aos benefícios da adubação verde. Tanto em áreas com ou
sem rotação com crotalaria, carbofuran
100G a 21kg/ha reduziu as populações
de nematóides e incrementou a produtividade em 12,1t/ha.
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

29
Pragas e Doenças
Para que medidas de controle ou
manejo possam ser adequadamente
utilizadas é imprescindível conduzir
um levantamento nematológico, com
a finalidade de identificar quais as áreas com problemas de nematóides. O
levantamento inclui a coleta de amostras de raízes e de solo e envio para
análise em laboratório.
A coleta de amostras deve ser feita sempre em época chuvosa, sendo
cada amostra composta por raízes e
solo da rizosfera de pelo menos 10
touceiras de cana por talhão homogêneo de até 10 ha. Considera-se talhão homogêneo aquele cultivado
com a mesma variedade, mesma data
de plantio, recebendo os mesmos tratos culturais, etc. É recomendável que
talhões maiores que 10 ha sejam subdivididos, a fim de que cada amostra
represente área não superior a 10 ha.
O levantamento pode ser efetuado
tanto em cana planta como em soqueiras. Em áreas a serem reformadas,
pode ser feito de dezembro a fevereiro, antes do último corte, adotandose o mesmo critério citado anteriormente. Quando as soqueiras já foram
destruídas e as áreas se encontram
preparadas para o plantio da cana, o
levantamento pode ser efetuado utilizando-se raízes e solo da rizosfera
de uma variedade suscetível, como a
‘SP80-1842’, por exemplo, plantada ao
acaso, em aproximadamente 10 covas
por talhão homogêneo. O plantio desta variedade, conhecida como isca,
deve ser feito o mais breve possível
(entre setembro e dezembro), de modo
que a planta possa vegetar e se desenvolver por um período superior a
60 dias. Antes do plantio da cultura
definitiva na área, as “iscas” devem
ser arrancadas para compor a amostra a ser analisada.
Durante a coleta em campo, as
amostras devem ser mantidas na sombra, de preferência em caixas de isopor. A remessa ao laboratório deve
ser feita o mais rapidamente possível, porém, se for necessário aguardar alguns dias (4 a 5) para o envio
das amostras ao laboratório, elas podem ser mantidas em sala fresca, longe da luz direta do sol.
30

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

Canavial afetado por nematóide

É importante que o laboratório
identifique as espécies de nematóides e os níveis populacionais ocorrentes nas áreas. Embora alguns laboratórios identifiquem e contem os
nematóides presentes nas amostras,
pouquíssimos interpretam os dados
observados. A interpretação dos dados consiste em definir se as populações encontradas na área são baixas
ou altas, o que implica em estabelecer se há ou não necessidade de adotar medidas de controle na área amostrada. Um dos laboratórios que faz
tal interpretação é o DMLab, em Ribeirão Preto (16 3919 1018).
LITERATURACITADA
DINARDO-MIRANDA, L.L. & V.
GARCIA. 2002. Efeito da época de
aplicação de nematicidas em soqueira de cana-de-açúcar. Nematologia
Brasileira, 26 (1): 30-33.
DINARDO-MIRANDA, L.L.; C.C.
MENEGATTI; V. GARCIA; S.F. SILVA
& M. ODORISI. 1998. Reação de variedades de cana-de-açúcar a Pratylenchus zeae. STAB - Açúcar, Álcool e
Subprodutos, 17(2):39-41.
DINARDO-MIRANDA, L.L.; J.L.
MORELLI; M.G.A. LANDELL & M.A.

SILVA. 1996. Comportamento de genótipos de cana-de-açúcar em relação
a Pratylenchus zeae. Nematologia
Brasileira, 20(2):52-58.
DINARDO-MIRANDA, L.L.; W.R.T.
NOVARETTI; J.L. MORELLI & E.J.
NELLI. Comportamento de variedades
de cana-de-açúcar em relação a Meloidogyne javanica, em condições de
campo. Nematologia Brasileira, v. 19,
p. 60-66, 1995.
DINARDO-MIRANDA, L.L.; M.A.
GIL; A.L. COELHO; V. GARCIA & C.C.
MENEGATTI. Efeito da torta de filtro
e de nematicidas sobre as infestações
de nematóides e a produtividade da
cana-de-açúcar. Nematologia Brasileira, v.27, p.61-67, 2003.
GARCIA, V.; S.F. SILVA & L.L. DINARDO-MIRANDA. Comportamento
de variedades de cana-de-açúcar em
relação a Meloidogyne incognita. Revista Nacional do Álcool e Açúcar, v.
17, n. 87, p. 14-19, 1997.
GIL, M.A. & L.L. DINARDO-MIRANDA. Efeito da rotação com Crotalaria juncea na produtividade da
cana-de-açúcar, tratada ou não com
nematicidas no plantio. Nematologia
Brasileira, v.29, 2005 (no prelo).
Culturas de Rotação

Conab estima safra de grãos
entre 142 e 144,5 milhões/ton
Da Redação

Ciclo 2008/09 terá expansão de área entre 1,2% e 2,7%

O

primeiro levantamento da
safra 2008/09 de grãos, divul
gado pela Conab, demonstra
que a área plantada no Brasil crescerá
entre 1,2% a 2,7% em relação ao período anterior, ou seja, as lavouras vão
ocupar entre 47,9 e 48,6 milhões de hectares. A estimativa é que a produção de
grãos fique entre 142,03 a 144,55 milhões de toneladas. Na atual safra, o
país colheu 143,8 milhões de toneladas.
O estudo também aponta duas culturas como as apostas dos produtores neste início de plantio. O feijão primeira safra deve ter um crescimento
de área variando entre 8,6% e 11,6% e
a colheita deverá ficar entre 1,39 e 1,43
milhão de toneladas. Já as terras destinadas à soja devem aumentar entre
1,3% e 3,2%, ocupando entre 21,59 e
22,00 milhões de hectares. A produção deve ficar em 60,1 milhões e 61,3
milhões/ton.
Em São Paulo, a soja deve ocupar
uma área entre 541,8 e 557,6 mil hectares, um crescimento entre 3 e 6%.A produção paulista de soja está estimada
entre 1,468 e 1,511 milhão de toneladas. Na atual safra foram colhidas 1,446
milhão de toneladas.

A produção de amendoim deverá
crescer entre 2,9% e 3,1% em relação à
safra passada. O país deve colher entre 295,6 e 296,2 mil toneladas em uma
área que deve ficar entre 115,4 e
115,6 mil hectares. A expansão
de área em relação ao ciclo anterior é pequena, entre 0,2 e
0,4%. No Estado de São
Paulo, maior produtor nacional, a área cultivada
permaneceu a
mesma_81,3 mil
hectares_ e a produção está estimada
em 228,8 mil toneladas, contra 236,4 mil
toneladas na safra passada.
Fechamento da safra 2007/08: dos
143,87 milhões de toneladas colhidas,
o milho foi o grande destaque. Com
duas colheitas no ano, o milho participou com 58,59 milhões de t, ou 14%
(7,21 milhões t) a mais que na safra
passada.
Já a soja cresceu 2,8%, o equivalente a 1,66 milhões de t. Foram colhidas 60,02 milhões de toneladas. Esta
produção deveu-se ao aumento da área
plantada, motivado pelos bons preços
do produto e pela expectativa futura
de mercado no momento da implanta-

ção da
cultura, aliados às boas condições climáticas ocorridas durante todo o ciclo
da lavoura, para a maioria dos Estados
produtores e pelo alto nível tecnológico usado, principalmente, no combate
às pragas e às doenças como a ferrugem asiática.
No que se refere à área semeada, o
país saiu de 46,21 milhões para 47,36 milhões de hectares. A região Centro-Sul
responde por 79% do total. O milho e a
soja são também as culturas que mais
se beneficiaram com a ampliação das
terras cultivadas, com 14,71 e 21,33 milhões de hectares, respectivamente.

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

31
Legislação

Prorrogação da comunicação
de matas ciliares

N

o dia 1º de Outubro de 2008 foi
publicada Diário Oficial do
Estado (Poder Executivo, Seção I) a Resolução SMA nº 71, de 29 de
setembro de 2008, que altera a Resolução SMA nº 42, de 26 de setembro de
2007, prorrogando o prazo para que os
proprietários rurais comuniquem à Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(SMA) as áreas de preservação permanente em seus imóveis.
De acordo com a resolução anterior (Res. SMA 42/2007), os proprietári-

os e/ou posseiros com imóveis entre
500 e 2.000 hectares teriam prazo até 30
de setembro deste ano para comunicar
as áreas de preservação permanente à
SMA. Já para as propriedades menores, com área entre 200 e 500 ha., o prazo seria até 30 de setembro de 2009.
Com a novel resolução (Res. SMA
71/2008), fixou-se o prazo até 30 de
abril de 2009 para os proprietários e/
ou posseiros com área de 1000 a 2000
hectares comunicarem suas áreas de
preservação permanente, enquanto

que para as
propriedades
ou posses rurais com área
inferior a 1000
hectares, ficou
estabelecido
que a Secretaria do Meio
Ambiente definirá, no prazo
Juliano Bortoloti - Advogado
de 60 dias, o
Departamento Jurídico Canaoeste
novo cronograma a ser observado.

Entrega do ADA 2008 foi prorrogada
até o dia 30 de novembro

C

onforme apurado, a entrega do
ADA 2008 - Exercício 2008, foi
prorrogadaatéodia30denovembro
de 2008 (fonte: www.ibama.gov.br/adaweb/).
Como já afirmado em outras edições, o ADA (Ato Declaratório Ambiental) é uma declaração da situação
ambiental da propriedade rural, onde
será informado OBRIGATORIAMENTE ao IBAMA (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras
áreas de proteção ambiental (área de
reserva particular do patrimônio natu-

ral, área de declarado interesse ecológico, área com plano de manejo florestal, área com reflorestamento), caso
existam no imóvel rural e desde que
declaradas no DIAT (Distribuição da
Área do Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do Imposto Territorial Rural). Tal
declaração possibilita a redução do
pagamento do ITR (Imposto Territorial
Rural) em até 100% de seu valor.
Ressaltamos, ainda, que o envio do
ADA a partir do exercício 2007 é feito por
meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/.

No preenchimento eletrônico do
ADA ou em caso de retificação, devese observar fielmente o que foi declarado no formulário do DITR, protocolizado perante a Secretaria da Receita
Federal, pois as informações ali contidas devem guardar relação com as que
forem prestadas no ADA, tendo em
vista que, visando um maior controle
administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas
informações com a Receita Federal e o
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR.

Zoneamento Agroambiental da
cana no estado de São Paulo

C

om a expansão do setor su
croalcooleiro em todo país,
inclusive no Estado de São
Paulo, muito tem se falado do impacto sócio-ambiental que tal expansão
poderá causar e, visando equacionar
esta questão, foi apresentado pelo
governador José Serra, no dia 18 de
setembro de 2008, o mapa de zoneamento agroambiental para o desen32

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

volvimento sustentável da cana no
Estado de São Paulo, elaborado pela
Secretaria do Meio Ambiente e pela
Secretaria da Agricultura e Abastecimento, através de resolução conjunta, zoneamento este que alterará
sobremaneira os procedimentos de
licenciamento ambiental dos empreendimentos do setor e a gestão das
áreas agricultáveis.

Trata-se do primeiro zoneamento
feito por um Estado da federação, onde
se utilizou de parâmetros hidrográficos, físicos, topográficos, climáticos,
dentre outros, visando estabelecer critérios para se nortear o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, estimulando a produção sustentável do
etanol, respeitando os recursos naturais e controlando a poluição. Para tan-
Legislação
to, as áreas foram classificadas em adequadas, adequadas com limitações ambientais, adequadas com restrições
ambientais e inadequadas, onde foram
estabelecidas regras para o licenciamento de novas unidades industriais,
assim como áreas aptas ao plantio da
cultura.
Pelo zoneamento, representado
através de um mapa, identificou-se as
áreas pelas cores verde escuro (adequada); verde-claro (adequada, com limitações ambientais); amarelo (adequada, com restrições ambientais) e
vermelho (inadequado), essas estando concentradas na faixa litorânea, nas
grandes unidades de conservação do
Estado e, ainda, nas áreas com topografia acidentada.
Para a feitura do zoneamento agroambiental, foi considerado pelo governo do Estado de São Paulo diversos
outros fatores, além dos climáticos, tipo
de solo, etc., tais como a vulnerabilidade
das águas subterrâneas, a disponibili-

dade de águas superficiais, a biodiversidade presente na área,
às unidades de conservação, a
declividade e a qualidade do ar.
Nele, pode-se constatar que
o Estado conta com aproximadamente 19 milhões de hectares de terras agricultáveis, dos
quais 9 milhões são de pastagens e quase 4 milhões de cana,
e, segundo estimativas baseadas nos pedidos de licença para
novas unidades, até 2010 a área
da cultura poderá chegar a 6,2
milhões de hectares.
Uma grande preocupação que o zoneamento traz, porém, é a falta de regras
claras para os fornecedores independentes de cana, que poderão encontrar dificuldades por conta desta omissão.
Uma das conseqüências deste zoneamento será um maior controle na
expedição de licenças para instalação
de unidades novas, assim como a rea-

dequação das licenças já expedidas às
unidades industriais, quando de sua
renovação. Outro aspecto importante,
reside no fato de que tal zoneamento
servirá como ferramenta contra tentativas externas de se impor barreiras tarifárias à exportação brasileira, além de
servir como diretriz para o desenvolvimento sustentável da cana-de-açúcar
no Estado.

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

33
Novas Tecnologias

CTC lança mais três
CTC lança mais três
variedades de cana-de-açúcar
variedades de cana-de-açúcar
Carla Rossini

Cultivares apresentam avanços em relação ao teor de sacarose, produtividade, resistência a
doenças e favorecem a colheita mecanizada

O

CTC Cana Show realizado pelo
Centro de Tecnologia Canavieira no dia 14 de outubro em
Ribeirão Preto mostrou aos produtores e autoridades presentes o lançamento da quarta geração de variedades de cana-de-açúcar, denominadas
CTC16, CTC17 e CTC18.
Frutos de anos de pesquisas e desenvolvimento, as novas variedades
prometem avanços em relação ao teor
de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita
mecanizada. Além disso, apresentam
capacidade de adaptação a diferentes
regiões que produzem cana-de-açúcar
no Brasil. “Uma outra característica
marcante nessas variedades é a precocidade aliada a um alto teor de sacarose. Com a antecipação da safra, elas
vão cobrir uma lacuna que existe hoje
no setor”, explica Nilson Boeta, diretor
superintendente do CTC.

Tadeu também esclareceu que é
possível obter ganhos de produtividade com os novos cultivares, principalmente se os produtores souberem explorar bem o perfil desses materiais,
associando-os, por exemplo, ao mapeamento que o CTC está realizando para
as suas associadas denominado Carta
de Solos e Ambientes de produção.
“Uma variedade pode ser plantada em
diversas regiões, mas em momentos diferentes. O uso da variedade correta
pode aumentar a produtividade em até
20%”, esclarece Andrade.
Tadeu Andrade

Nilson Boeta

O diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, explica que as três variedades foram desenvolvidas com base em diversas
combinações entre solo e clima encontradas nos diferentes ambientes de produção do Brasil. “Nos últimos quatro
anos aconteceram pelo menos 50 ensaios em 24 usinas. Ao final obtivemos
excelentes cultivares, capazes de impulsionar a produtividade em todas as áreas de cana-de-açúcar”, afirma.
34

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

Para o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, a geração de novas tecnologias é essencial para acompanhar o
desenvolvimento do setor e permitir que
o Brasil continue sendo uma potência
em se tratando de cana-de-açúcar. “Essas pesquisas e lançamentos ajudam os
produtores a escolher que tipo de variedade irá proporcionar uma produtividade mais alta e, consequentemente, aumentar seus lucros”, diz Ortolan.
As novas variedades já estão disponíveis aos 177 associados ao CTC.
A Canaoeste, através de experimentos
na Fazenda Santa Rita, já plantou as
novas variedades e deve disponibilizá-las o mais rápido possível aos produtores de cana.
O CTC possui unidades regionais
e pólos de seleção varietal instalados

em pontos estratégicos da produção
nacional de açúcar, etanol e energia, nas
regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. As empresas associadas ao
centro respondem por 60% da cana
moída no Brasil.

VARIEDADES
A CTC16 apresenta alto teor de sacarose, produtividade e rápido fechamento. As soqueiras mostraram boa
brotação e longevidade na colheita
mecanizada de cana crua. De PUI (Período Útil de Industrialização) longo e
alto teor de fibra, é recomendada para
cultivo na maior parte da safra. Adapta-se a ambientes com alto potencial
Novas Tecnologias
de produção e também no sistema cana
de ano. É resistente à ferrugem, ao carvão, à escaldadura e ao amarelecimento, além de responder bem aos maturadores químicos.
A CTC17 se destaca quanto à precocidade e ao alto teor de sacarose. Recomendada preferencialmente para colheita no início da safra, apresenta bom

desempenho em solos arenosos e ambientes de baixo potencial produtivo.
Mostrou-se estável em ambientes restritivos. Com teor de fibra médio, é resistente ao mosaico, à escaldadura e
ao amarelecimento e responde bem a
maturadores químicos.
A CTC18 possui alta produtividade em todos os cortes, inclusive

em regiões de déficit hídrico, com boa
tolerância à seca. Possui bom perfilhamento, brotação e longevidade de
soqueira, inclusive na colheita mecanizada de cana crua. Recomendada
para colheita até o meio da safra, conta
com alto teor de fibra. É resistente à
ferrugem, à escaldadura, ao mosaico
e ao amarelecimento e também responde bem a maturadores químicos.

Características CTC 16 Características CTC 17 Características CTC 18
PRODUTIVIDADE
Cana-planta
Alta
Cana-soca
Alta
Exigência em fertilidade do solo Média
Brotação de soqueira
Excelente
Perfilhamento
Alto
Fechamento nas entrelinhas Excelente
Tombamento
Pouco
Florescimento
Pouco
Isoporização
Raro
Teor máximo pol
Alto
Teor fibra % cana
Alto
Sensibilidade a herbicidas
Não

PRODUTIVIDADE
Cana-planta
Alta
Cana-soca
Alta
Exigência em fertilidade do solo Baixa
Brotação de soqueira
Boa
Perfilhamento
Médio/Alto
Fechamento nas entrelinhas Bom
Tombamento
Médio
Florescimento
Raro
Isoporização
Pouca
Teor máximo pol
Alto
Teor fibra % cana
Médio
Sensibilidade a herbicidas
Não

PRODUTIVIDADE
Cana-planta
Muito Alta
Cana-soca
Muito Alta
Exigência em fertilidade do solo Média
Brotação de soqueira
Excelente
Perfilhamento
Alto
Fechamento nas entrelinhas Bom
Tombamento
Pouco
Florescimento
Médio
Isoporização
Médio
Teor máximo pol
Médio
Teor fibra % cana
Alto
Sensibilidade a herbicidas
Não

REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS
Ferrugem
Resistente
Carvão
Resistente
Escaldadura
Resistente
Mosaico
Intermediária
Amarelecimento
Não
Reação à broca dos colmos Intermediária

REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS
Ferrugem
Mod. Resist.
Carvão
Intermediária
Escaldadura
Resistente
Mosaico
Resistente
Amarelecimento
Não
Reação à broca dos colmos Intermediária

REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS
Ferrugem
Resistente
Carvão
Intermediária
Escaldadura
Resistente
Mosaico
Resistente
Amarelecimento
Não
Reação à broca dos colmos Intermediária

Novos projetos
Novos projetos para aumentar a
produtividade e a rentabilidade da canade-açúcar no Brasil foram apontados
pelo CTC durante o lançamento da
quarta geração de variedades.
Um dos mais importantes é a inauguração para fevereiro de 2009, em Piracica-

ba – sede do CTC -, de uma nova “biofábrica” de mudas, um projeto de alta tecnologia que ampliará a produção atual de
600 mil para 5 milhões de mudas por ano.
O orçamento anual do CTC corresponde a R$ 40 milhões, motivo pelo qual
o CTC não diminuiu seus investimen-

tos, mesmo com a remuneração mais
baixa recebida pelas empresas do setor
nas últimas duas safras. “Apesar da
crise, os associados sabem da importância desse investimento e mantiveram as contribuições”, diz diretor superintendente do CTC, Nilson Boeta.

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

A

O que aconteceu com o passaporte de Pedro?
Renata Carone
Prezado amigo leitor o verbo requerer é irregular. Não sigSborgia*
nifica “”querer de novo””, e sim pedir, solicitar, por meio de
requerimento, encaminhar(petição) à autoridade ou pessoa em condições de conceder o que se pede, pedir em juízo.
Portanto, a conjugação do verbo requerer só será idêntica a do verbo querer
no Presente do Indicativo e seus derivados, menos a uma pessoa, pois o correto
é REQUEIRO.
Os outros tempos têm conjugação regular, como qualquer outro verbo (regular) terminado em ER.
Como falamos “eu vendi”, deveremos falar “eu requeri”.
O correto é: Eu requeri meu passaporte ontem!
Agora sim, Pedro! E Boa Viagem!
2) - Eu só “COMPITO” se todos participarem da corrida, disse Maria.
Prezado amigo leitor, você diria essa frase sem titubear?
Claro que sim!!!
Pois bem, a frase está correta.
A forma do verbo competir, na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo, indica ação continuada.
Dica: verbo competir conjugado no Presente do Indicativo
Eu compito, Tu competes, Ele compete, Nós competimos, Vós competis, Eles
competem.
3) Todos disseram:
- Que eles “SEJEM” felizes!!!
Com certeza, não serão “”para sempre e nem felizes”” com o Português assim.
Prezado amigo leitor, não existe seje, sejem.
O correto é seja, sejam.
Que eles sejam felizes! E para sempre!
PARA VOCÊ PENSAR:

"Somos donos de nossos atos,
Mas não somos donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
Mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
Não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados
Sentimentos são pássaros em vôo".
Rubem Alves
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

“Cultivo de Pinhão-Manso para
Produção de Biodiesel”
Prof. Nagashi Tominaga
Prof. Jorge Kakida
Prof. Eduardo Kenji Yasuda

1) Pedro disse contente:
- Eu “REQUIS” meu passaporte ontem!

36

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”

Biblioteca da Canaoeste
disponibiliza aos seus associados o Curso “Cultivo de
pinhão-manso para produção
de biodiesel”, dirigido pela Engª
Agrônoma Patrícia Resende,
Mestra em Genética e Melhoramento de Plantas,
você receberá informações do professor Nagashi
Tominaga, especialista no cultivo de pinhão-manso, Gerente Geral da NNE MINAS Agro Florestal
Ltda. (Janaúba-MG) e dos Engenheiros Agrônomos Jorge Kakida e Eduardo Kenji Yasuda.
Além do livro também está disponível um
DVD sobre o assunto.
“Estudos Integrados em Ecossistemas”
“Estação Ecológica de JATAÍ”
José Eduardo dos Santos
José Salatiel Rodrigues Pires

H

á poucas diretrizes técnicas e éticas para um consenso em estabelecer qual a melhor política para enfrentar os
problemas ambientais não percebidos pela sociedade, como a perda de biodiversidade decorrente dos tipos de uso e ocupação do
solo no âmbito de uma Unidade de Conservação e
do seu entorno imediato. Provavelmente, um dos
principais motivos é a insuficiência do conhecimento a respeito do sistema ambiental em questão.
Este livro resulta do resgate dos trabalhos de
pesquisa sobre o patrimônio natural e cultural
da Estação Ecológica de Jataí, desenvolvidos com
base em um processo de avaliação, a longo prazo, desta Unidade de Conservação e do seu âmbito imediato, representado pelo município de
Luiz Antônio, SP, onde a mesma está inserida.
O conteúdo da obra contempla o conhecimento
ecológico e suas interfaces com as dimensões
sócio-econômica e cultural da questão ambiental, como uma estratégia para integrar as bases
científicas para compreensão dos ecossistemas
aquáticos, terrestres e inundáveis contidos na
Estação Ecológica de Jataí, na perspectiva do
manejo e planejamento ambiental desta Unidade
de Conservação.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Novembro

de 2008

AGROENERGY 2008 - FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAS LIMPAS E
RENOVÁVEIS
Data: 05 a 07/11/2008
Horário: Das 14h às 20hs
Local: Centro de Exposições Imigrantes
Rodovia dos Imigrantes Km 1,5
São Paulo - SP
Temática: Em todos os lugares do mundo o sentimento é o mesmo. O
mundo precisa de outras fontes de energia. As existentes, além de serem
finitas, poluem em demasia o meio ambiente e estão contribuindo de
forma acelerada para a deterioração do planeta. São muitos os cientistas
que apontam que o mundo deve se dirigir para os índices de contaminação dos anos de mil novecentos e cinqüenta, impondo assim um grande
esforço para a humanidade. Desta forma as energias limpas e renováveis
estarão nas mesas de decisões nos próximos trinta anos, com grande
importância e credibilidade.
Informações: GRUPO CIPA
Rua Correia de Lemos, 158C
Cep 04140-000 - Pça. da Árvore - São Paulo - SP
feira@cipanet.com.br - Tel.: (11) 5585-4355
CURSO DEAPERFEIÇOAMENTO EM GESTÃO PECUÁRIA
"TRANSFORMEAFAZENDAEM EMPRESA"
Duração: 5 (cinco) dias
Período: de segunda a sexta-feira, das 8hg às 17h
Carga horária: 40 horas (teórico-prático), incluindo visita à Central
com ênfase na área de coleta de sêmen e reprodutores;
Vagas por curso: apenas 20 alunos.
Objetivos: Preparar adequadamente criadores, gerentes de fazenda,
estudantes e profissionais ligados ao setor para o gerenciamento eficaz de propriedades pecuárias; Desenvolver competências na área de
liderança e motivação de equipes de trabalho; Determinar a importância dos controles e do estabelecimento de metas e índices adequados; Atualizar conceitos em formação e manejo de pastagens; Estabelecer conceitos e determinar estratégias direcionadas à nutrição de
bovinos de corte e de leite.
Informações: Lagoa da Serra - (16) 2105 2299
I SIMPÓSIO SOBRE BIOENERGIA
Data: 03 a 04/11/2008
Local: Anfiteatro do Departamento de Engenharia - Esalq - USP
Temática: Difundir novas pesquisas e técnicas de produção e comercialização de bioenergia permitindo também uma discussão e troca de experiências entre profissionais da área e público participante.
Informações/Inscrições: Período: 01/09/2008 até 04/11/2008
Local: Fundação de Estudos Agrários "Luiz de Queiroz" - FEALQ
Contato: Maria Eugênia (19)3417-6604 cdt@fealq.org.br
Revista Canavieiros - Agosto de 20082008
Revista Canavieiros - Outubro de

37
Vende-se
* 1Colheitadeira JD-1175 - ano 2000 2.500 hrs de trabalho
Plataforma de 16 pés
Plataforma de milho 04 linhas

Vende-se
* Arado Ikeda HD, ano 2007, com 4 aivecas, desarme automático, semi novo,
com sistema aplicador de regente, para
combate a migdolus.
* Arrendo sede de fazenda, contendo
*Colheitadeira JD-1550 - ano 2002 - 1.800 uma casa, barracão 35 metros, 10 baias
hrs de trabalho
para cavalos, curral, 6 alqueires de pasPlataforma 19 pés
to, rica em água, Paraíso-SP, próximo a
Plataforma de milho 06 linhas
Bebedouro - 35km.
Tratar: Junio Balieiro - fone (16) 9158 *Terraciador Civemasa - ano 2004
0303
24 C - 26x6
Informações / Contato - Alexandre - (16)
Vende-se
3663-3850
MB-2219, ano 78 em bom estado de
conservação.
Vende-se
Tratar com Murilo ou Cacau - 9134-5567
* Colhedeira de grãos axial flow marca ou 9136-8175
case, mod. 2388, motor pot. 280hp, ano
2001, revisão/peças sempre em concesVende-se
sionária case;
* Scania t112h Intercooler, ano 84 c/ car* Plataforma modelo 1020 de 25 pés, reta Guerra graneleiro ano 89 - R$
marca case, ano 2001.
110.000,00.
Tratar com Gustavo pelo telefone (34) * Mercedes Bens 2220, caçamba, ano
3317-2248 ou (34) 9938-6457.
1987/88 - R$ 75.000,00
* Caçamba 14 e 12 metros para camiVende-se ou troca-se
nhão trukado - R$ 20.000,00 e R$ 18.000,00
Trator 1580 - 4 x 4 em prefeito estado. * Mercedes Bens 708 baú ano 1988 R$
Tratar com Antenor Montenegro (16) 32.000,00.
3942 2453 ou 8158 7613
Tratar com Nilson - (18) 36223948 ou
97831122 ou 91020741
Vende-se
01 caixa d'água tipo taça de 5000 lts,
Vende-se
semi-nova
MB 2220, ano 1988 - reduzido - R$
tijolos antigos e telhas
60.000,00
01 transformador de 15 KVA
Tratar com Luis Carlos (16) 3343 2640
01 transformador de 45 KVA
ou (16) 9721 3731
01 transformador de 75 KVA
Vende-se
lascas, palanques e mourões de aroeira
Tratar com Wilson - (17) 9739.2000 - Ou troca-se, MB 2219, traçado, ano 86,
em bom estado - R$ 50.000,00
Viradouro - SP
Tratar com Mauro Okuno - (14) 3532
Vende-se
1402 ou (14) 8157 0492
Caminhão de plantio Ford ano 87/87
branco motor MWM, cambio, caixinha e
Vende-se
diferencial novo. Pneus novos pronto Tanque de fibra - 12.000lts, marca Tigre
Tratar com Alexandre ou Luiz Monteiro
para trabalhar valor r$ 49.500,00.
- (16) 3945 1250
Tratar com Roberval - (18) 81271445
38

Revista Canavieiros - Outubro de 2008

Vende-se
* Sítio com 33 ha em Teresópolis-RJ,
180 km do Rio de Janeiro, ideal para
montagem de hotel fazenda, local muito bonito, R$ 240.000,00.
*161 alq. na região de Araras-SP, fazenda formada em cana e laranja, R$
65.000,00/alq.
* 800 alq. com 730 alq. em cana própria
de 1º corte, estado de SP, 20 km da usina, sede de primeira, R$ 40.000,00/alq
* 1000 ha no Triangulo Mineiro, formada para gado, rica de água, solo de
cultura, reserva florestal tudo em ordem, plana ondulada, ótima para plantio de cana, a 30 km de duas usinas,
casa com 6 suítes e piscina, R$
7.800.000,00.
* Fazenda de 250 ha com 490.000 pés
de café, estruturada para exportação,
diversas maquinas, alojamentos, exportadora de café para a Europa com vários prêmios internacionais, fazenda nota
10, R$ 5.500.000,00.
* Colheitadeira SLC 6200 ano 88, maquina em excelente estado, R$
45.000,00.
* NH 8030/4 ano 1997, trator em excelente estado, R$ 47.000,00.
* MF 296/4 ano 85, R$ 30.000,00.
* Carregadeira Invertida CBT 1105,
motor Mercedes 1113, R$ 16.000,00.
* MF 275 simples ano 98, R$ 37.000,00.
Veja fotos e mais ofertas no site
www.zptratores.com.br
Tratar com José Paulo Prado - (19)
35415318 ou (19) 91548674
Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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Revista Canavieiros - Outubro de 2008

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  • 1. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 3. Editorial Novas tecnologias à disposição dos canavicultores O utubro foi um mês de novidades para os canavicultores brasileiros: a Canaoeste, em parceria com o CTC, está mapeando e disponibilizando o projeto Carta de Solos e Ambientes de Produção aos seus fornecedores e o CTC lançou três novas variedades de cana-de-açúcar. A reportagem de capa deste mês traz a nova tecnologia adotada pela Canaoeste desde maio para permitir ao produtor elevar a produtividade e reduzir os custos com insumos e energia, além de reforçar a sustentabilidade da cultura. Essa nova ferramenta, chamada de Carta de Solos e Ambientes de Produção permitirá ao produtor prever sua real possibilidade de ganho de acordo com o seu ambiente de produção e alocação de variedades adequadas. O entrevistado de outubro é o analista da TBC Investimentos e que atua com mercados futuros de commodities, André Paloschi, que explica os efeitos da crise dos Estados Unidos. A crise, que começou no mercado imobiliário norte-americano, se espalhou pelo mundo e seus reflexos já são sentidos no Brasil. Por aqui, os primeiros sinais foram a falta de crédito para produção e exportação e, como conseqüência, o aumento nas taxas para essas operações. Diante desse cenário, o produtor deve agir com cautela e acompanhar com atenção as alterações no horizonte macroeconômico. Na editoria Ponto de Vista, temos dois artigos: de Edivaldo Del Grande, presidente do Sistema Ocesp/Sescoop-SP, que aborda a questão das commodities, dos fertilizantes e cooperativas e do diretor adjunto da Canaoeste, José Mário Paro, que discorre sobre suas experiências como produtor rural, com o artigo intitulado “Minha 42ª safra”. O “Notícias Copercana” traz dois eventos. O primeiro é a realização da terceira reunião técnica para produtores e parceiros da cooperativa no Projeto Amendoim. Desde a safra 2006/2007 a Copercana, em parceria com 42 produtores de amendoim, implantou um sistema que visa melhorar a qualidade do produto produzido pelos cooperados. O segundo evento é o Syngenta Adventure Cana, que tem como objetivo promover de forma itinerante o portfólio de produtos da Syngenta. Num ambiente high-tech, os cooperados puderam assistir à projeção de filmes que apresentaram os produtos da Syngenta dirigidos à proteção de cultivo da cana. Por suas vez, a Canaoeste apresenta a Circular do Consecana do mês de setembro e a Semana da Criança do Netto Campello Hospital e Maternidade. Continuando em seu caminho inovador, otimizando o espaço da Brinquedoteca, o Netto Campello desenvolveu atividades extras em comemoração ao Dia das Crianças. No destaque, para provar que é possível a plantação de leguminosas em meio a cana-de-açúcar, José Luís Balardin, cooperado da região de Barrinha, iniciou uma experiência pioneira em agosto deste ano, em 2 hectares da Fazenda São José – de propriedade de sua família: o consórcio de canade-açúcar com feijão. Em Novas Tecnologias está o CTC Cana Show realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira no dia 14 de outubro em Ribeirão Preto, que mostrou aos produtores e autoridades presentes o lançamento da quarta geração de variedades de cana-de-açúcar, denominadas CTC16, CTC17 e CTC18. Frutos de anos de pesquisas e desenvolvimento, as novas variedades prometem avanços em relação ao teor de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada. Além disso, apresentam capacidade de adaptação a diferentes regiões que produzem cana-de-açúcar no Brasil. A Canavieiros também traz a participação de técnicos, pesquisadores e agrônomos renomados. Confira as Informações Setoriais do assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; o Pragas e Doenças sobre Nematóides, com artigo de Leila Luci Dinardo Miranda, diretora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento e pesquisadora do Centro de Cana IAC/APTA. Ainda temos o Dr. Juliano Bortoloti, com três assuntos sobre legislação: prorrogação da comunicação de matas ciliares; entrega do ADA 2008, que foi prorrogada até o dia 30 de novembro e zoneamento agroambiental da cana no Estado de São Paulo. Encontre também outras reportagens interessantes nas seções Culturas de Rotação, Dicas de Português, Agenda de Eventos, Classificados e muito mais. Boa Leitura. Conselho Editorial Revista Canavieiros Outubro de 2008 Revista Canavieiros -- Outubro de 2008 3 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Carta de solos e ambientes de produção: Tecnologia para elevar a produtividade, reduzir custos e reforçar a sustentabilidade Pag. Pag. 22 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 DESTA DESTA QUES OUTRAS Entrevista CONSECANA DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo REPERCUTIU FOTOS: Carla Rossini Rafael H. Mermejo INFORMAÇÕES Pag. SETORIAIS 26 COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Eduardo Saran, Janaina Bisson, Letícia Pignata, Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva. Pag. André Paloschi 13 Analista da TBC Investimentos Pag. Cautela e atenção diante da crise Pag. Pag. 05 24 Ponto de vista Pag. 28 PRAGAS E DOENÇAS Pag. 31 CULTURAS DE ROTAÇÃO Pag. 32 José Mário Paro Diretor Adjunto da Canaoeste Minha 42ª safra Pag. Pag. Notícias 09 09 10 Copercana - Copercana realiza 3ª Reunião Técnica de Amendoim - Syngenta Adventure Cana apresenta show de tecnologia em Sertãozinho Notícias Pag. Pag. Canaoeste - Alegria no hospital é possível? No Netto Campello é! Notícias Cocred - Balancete Mensal 14 LEGISLAÇÃO IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora NOVAS Pag. 3 4 TECNOLOGIAS TIRAGEM: 10.500 exemplares CULTURA Pag. 36 AGENDE-SE Pag. 37 Pag. Pag. 38 CLASSIFICADOS 18 4 4 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Tecnologias Novas Tecnologias CTC lança mais três variedades de cana-de-açúcar Cultivares apresentam avanços em relação ao teor de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada ISSN: 1982-1530 Pag. Pag. 34 www.revistacanavieiros.com.br revistacanavieiros@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista André Paloschi Analista da TBC Investimentos e que atua com mercados futuros de commodities. Cautela e atenção diante da crise Cristiane Barão A crise que começou no mercado imobiliário norte-americano se espalhou pelo mundo e seus reflexos já são sentidos no Brasil. Por aqui, os primeiros sinais foram a falta de crédito para produção e exportação e, como conseqüência, o aumento nas taxas para essas operações. Diante desse cenário, o produtor deve agir com cautela e acom- panhar com atenção as alterações no horizonte macroeconômico. Esse é o conselho de André Paloschi, analista da TBC Investimentos e que atua com mercados futuros de commodities. Paloschi traça prováveis cenários para o agronegócio e alerta que o produtor, nesse momento, não deve dar o passo além da perna e que também não pode reduzir investimentos em tecnologia. “(O produtor) Deve plantar somente o que der para plantar. A economia em tecnologia neste momento é um “tiro no pé”, pois não se pode dar ao luxo de ter uma má produtividade neste momento”, diz. A seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros por e-mail. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: Objetivamente, nanciamento, ou quando podem, os Você concorda com isso? como começou a crise nos Estados custos estão elevados. Tivemos tamPaloschi - Ainda é cedo para diUnidos e como ela contaminou os bém, grandes empresas que estavam zermos até que ponto esta crise vai demais mercados? expostas perante o dólar, além do ne- repetir 1929, até porque hoje a ecoAndré Paloschi - A crise teve ori- cessário, que, com a valorização do nomia é bastante diferente do que era gem no mercado imobiliário. Com ex- dólar no Brasil, tiveram grandes preju- em 1929, o que pode distorcer essa cesso de dinheiro em caixa, os ban- ízos no curto prazo, o que certamente relação. A crise de 29 começou com cos ofereceram crédito para compra- afetará nos seus investimentos futu- um crash no sistema financeiro. Os dores de imóveis com histórico de cré- ros. Sendo assim, a médio prazo, a eco- bancos barraram o crédito aos cliendito ruim (segmento subprime). Fatu- nomia brasileira vai crescer menos, afe- tes e entre os próprios bancos, gerando com os altos juros cobrados tando setores que até então não esta- rando incertezas no mercado e levanpara compensar a falta de garantia dos vam expostos à crise inicial, como a do o mundo a uma recessão. Acredimutuários, muitas corretoras entraram agricultura, o terceiro setor e assim por to que o mundo hoje está mais inteno mercado de hipotecas imobiliári- diante. No longo prazo, tudo vai de- rado e preparado para dar respostas as, assim como grandes mais rápidas a uma poscompanhias hipotecárias "A médio prazo a economia brasileira vai sível recessão do que há usaram o dinheiro de in90 anos. vestidores para ampliar crescer menos, afetando setores que até empréstimos e os “empaCanavieiros: O setor então não estavam expostos à crise inicial, produtivo já sente o recotaram” por meio de um processo chamado de seflexo da escassez de crécomo a agricultura, o terceiro setor e curitização, que permite dito para produção e exassim por diante" que as hipotecas sejam portação. Quais serão as agrupadas e transformaconseqüências disso? das em papéis negociados. Assim, pender de o quanto esta crise se esPaloschi - Quem depende de crébancos de investimentos americanos tenderá, mas acredito que se o Brasil dito para produzir, provavelmente divenderam os papéis hipotecários se sair bem da “tempestade” podere- minuirá sua produção ou cancelará com suas bandeiras, espalhando o mos ver o país se consolidando peran- suas atividades, o mesmo está aconterisco por todo o mercado internacio- te outras nações, o que poderá trazer cendo com os exportadores. É uma sinal. Nesse período, muitos mutuári- grandes benefícios no futuro. tuação complicada, pois além do créos refinanciaram seus imóveis para dito reduzido, o que está disponível continuar consumindo. O juro ameriCanavieiros: Alguns especialistas está muito caro, o que pode inviabilicano começou a subir, o que elevou dizem que essa crise é pior do que a zar a operação. O setor certamente seno valor das dívidas e provocou uma de outubro de 1929, quando ocor- tirá isso de uma maneira dolorida e a disparada da inadimplência e a der- reu a quebra da Bolsa de Nova York. desaceleração será iminente. rubada de toda cadeia. A esse choque inicial, somaram-se efeitos secundários, enquanto a falta de capital obrigava os bancos a recuarem, provocando declínio maior nos preços dos ativos e, em decorrência, mais prejuízos, e assim por diante. Um círculo virtuoso de “desalavancagem” por todo o mundo. “ Canavieiros: O governo brasileiro de certa forma reconheceu que o país não está ileso à crise. Quais as conseqüências imediatas e a médio e longo prazo? Paloschi - Já estamos sentindo a falta de crédito no Brasil. Grandes empresas que vendem seus produtos com prazo estendido e precisam de dinheiro de outras instituições para honrar seus compromissos de curto prazo, já não podem contar com este tipo de fi6 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 7. Entrevista Canavieiros: Em 2004, o produCanavieiros: No caso do açútor plantou com o dólar alto e vendeu car, soja e milho, quais são as perscom o dólar baixo e isso provocou a pectivas? pior crise das últimas décadas. O cePaloschi - O preço de todos esnário hoje é parecido, já que o país tes produtos vai depender de como está plantando a nova safra com o o mundo se comportará com toda esta dólar nas alturas. Vem uma nova cri- crise. Atualmente, é consenso que o se por aí? consumo desses produtos deve diPaloschi - Podemos ver esse ce- minuir. A grande dúvida é se essa dinário novamente, o que, aliás, acho minuição será branda ou acentuada. bem provável, mas fazendo uma ava- Isso é que irá ditar os preços para o liação simples, teano que vem, mes"Além do crédito mos dois cenários: mo que a produo primeiro é a crise reduzido, o que está ção mundial do americana permaneaçúcar diminua na disponível está muito próxima safra, que cer por um longo período, o que proo milho e soja pascaro, o que pode vavelmente poderia sem o ano com esdeixar o dólar des- inviabilizar a operação. toques ajustados, valorizado com o O setor certamente a demanda vai dipassar dos meses e, tar os preços futusentirá isso" em conjunto, os ros, e quem irá dipreços das commotar a demanda será dities permanecerem em um movimen- a robustez ou fraqueza da economia to de preços descendentes, tendo como um todo. uma combinação trágica para nossos produtores. De outro lado, podemos Canavieiros: O que o produtor ver o câmbio cair até a comercializa- de matéria-prima deve fazer nesse ção, mas com o mundo mais calmo, o momento? preço em dólar poderá voltar a subir, Paloschi - Deve plano que de certa forma iria batar somente o que der para lancear a perdas por conta do plantar com crédito dispocâmbio. nível com taxas de juros baratas ou com recursos próprios, sem esquecer que a economia em tecnologia neste momento é um “tiro no pé”, pois não se pode dar ao luxo de ter uma má produtividade neste momento. Um pouco de cautela e atenção aos fatores macroeconômicos não farão mal a ninguém. “ Revista Canavieiros - Outubro de 2008 7
  • 8. Ponto de Vista Commodities, fertilizantes e Commodities, fertilizantes e cooperativas cooperativas Edivaldo Del Grande* H á poucas semanas, a queda dos preços das commodities, em especial as agrícolas, nos mercados mundiais, provocou uma onda de preocupações entre produtores brasileiros, que já enfrentam pesados custos de produção, puxados pelos altos preços dos fertilizantes e outros insumos. Em relação às commodities, já houve uma reacomodação. É normal as cotações alternarem altas e baixas, dependendo das expectativas de safras nos Estados Unidos e Europa, ou seja, da oferta e da demanda. O cenário mundial é de grande necessidade de grãos, transformados agora em fonte alternativa de bioenergia. A tendência é os preços continuarem em alta. Para os produtores, além das intermináveis negociações com o governo em torno das dívidas do setor e da questão do seguro de safra, o que mais pesa na decisão de investir é o custo das sementes e, acima de tudo, dos fertilizantes. De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes, os fertilizantes representam entre 30% e 50% dos custos de produção, dependendo da distância dos portos. O Brasil é o país que mais depende da importação de adubos. Vêm do ex- terior em torno de 70% dos produtos que consome – 90% do potássio, 50% do fósforo e 65% do nitrogênio. Para efeito de comparação, outros grandes países produtores têm uma dependência externa muito menor – de 10% a 20% – ou são auto-suficientes. Stephanes alerta que, diante da falta de investimentos no passado para reduzir essa dependência, não há como mudar a situação a curto prazo. O Brasil mantém negociações com fornecedores estrangeiros, como a Argentina (potássio) e Egito (fósforo), além de outros países do Norte da África. Stephanes disse que o Mapa estimula as cooperativas agrícolas a agirem em bloco na importação e na mistura dos três produtos, uma saída para a redução de custos. A auto-suficiência, segundo o ministro, somente será possível daqui a cinco ou dez anos. A Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), com 123 cooperativas agropecuárias filiadas, desenvolve um trabalho de incentivo à formação de centrais de compras de insumos, o que também pode contribuir para a redução de custos. De acordo com levantamento da Organização, das 123 filiadas, 63 já trabalham com revenda própria de insumos, beneficiando milhares de produtores cooperados. O exemplo mais emblemático das vantagens da ação das cooperativas nesse setor é o da Central Cooperfértil, também filiada à Ocesp. É resultado da união de três poderosas coopera- 8 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 tivas paulistas para a área de importação e produção de fertilizandes – a Carol, de Orlândia, a Coopercana, de Sertãozinho, e a Coopercitrus, de Bebedouro. A Cooperfértil importou, em 2007, 40% dos insumos que utiliza. Neste ano, esse percentual deve atingir 60%. Como balizadora de preços para o mercado, por operar sem qualquer tipo de especulação, a cooperativa consegue atingir seu objetivo final, que é a redução de custos para os produtores, ampliando a capacidade de plantio. Bons exemplos da ação das cooperativas nesse setor não faltam em outros estados, em especial no Paraná. A força do cooperativismo para tornar o agronegócio brasileiro cada vez mais competitivo foi reconhecida pelo ministro Stephanes. É um estímulo para todos nós. *Edivaldo Del Grande é presidente do Sistema Ocesp/ Sescoop-SP
  • 9. Ponto de Vista Minha 42ª safra José Mario Paro Diretor Adjunto da Canaoeste Q uando tinha dois anos de idade, meu avô adquiriu um pequeno engenho de aguardente. De lá para cá, a cana-de-açúcar passou a fazer parte de minha vida. Em janeiro de 1967, iniciei minhas atividades profissionais no setor, de sorte que a presente safra (08/09) é a 42ª de que participo. Como esperado, ao longo deste percurso presenciei e vivi momentos bons e ruins, mas esta safra está sendo particularmente difícil. A conjunção de fatores adversos, como a quebra da produtividade agrícola, a redução da quantidade de açúcar por tonelada de cana, os baixos preços vigentes e a contaminação geral da economia pela crise mundial, que ora vivemos, configuram um quadro de quase impasse, sem soluções fáceis a curto prazo. A produção de etanol, ao mesmo tempo em que está criando janelas de oportunidades, trouxe também uma complexidade até então desconhecida aos negócios. As carências começam a ficar evidentes: escalas de produção nem sempre satisfatórias, capitalização inadequada na maioria das empresas da cadeia produtiva, questões de logística ainda não resolvidas, dificuldades e diferenças tarifárias nas diversas regiões produtoras do País, capacitação inadequada da mão-de-obra, etc, são partes das atuais dificuldades. Uma conseqüência lógica dessa situação geral será a forte concentração que se vislumbra para a atividade. Historicamente, o setor tem convivido com períodos de expansão, seguidos por outros de contração e, por tudo o que se tem observado, a temporada de aquisições e fusões, que se avizinha, promete ser movimentada. Para nós, produtores independentes de cana-de-açúcar, a situação é ainda mais difícil e complicada por sermos o elo mais fraco de toda essa cadeia produtiva. Sendo essa nossa segunda safra deficitária consecutiva e acrescentando-se aqui as restrições ambientais vigentes e a rigidez das normas trabalhistas, tem-se uma percepção clara do tamanho do problema. Em minhas andanças pelos Estados de São Paulo e Minas Gerais, tenho sentido os produtores descapitalizados, fragilizados, em boa parte incapacitados de sustentar seu negócio em níveis mínimos de eficiência e, por isso mesmo, desmotivados. A primeira questão que se coloca neste momento resume-se em saber como nós, produtores, faremos para atravessar essa crise, que passará como outras tantas já passaram. A resposta não é fácil, mas passa necessariamente por aumento de eficiência, tomando-se aqui o conceito de eficiência num sentido bastante amplo e é certo que muitos de nós deixarão a atividade. A segunda questão trata da sustentabilidade econômica de nosso negócio. Para melhor explicitar meu raciocínio, tomo a liberdade de propor àqueles que continuarão produzindo cana e que estejam lendo este artigo, um roteiro básico de ação: 1 - avaliar o grau de satisfação para com as indústrias às quais vendem sua matéria-prima, bem como verificar se existem outras alternativas de comercialização; 2 - avaliar se a região onde atuam não está congestionada, com preços de terras, arrendamentos, mão-de-obra, etc, acima de limites aceitáveis para uma atividade minimamente lucrativa; 3 - avaliar a possibilidade de acompanhar a expansão do setor para as novas fronteiras da cana-de-açúcar, onde se possa atingir economia de es- cala com mais facilidade e onde se tenha segurança mínima de sustentabilidade na atividade; 4 - buscar uma alternativa de receita. O cultivo de grãos desponta como uma das opções mais viáveis. Definitivamente, é prudente não depender exclusivamente das receitas da cana-deaçúcar. Por outro lado, também as entidades representativas, cooperativas e bancos cooperativos dos produtores de cana-de-açúcar não passarão imunes pela crise, como é óbvio. Precisarão se ajustar aos novos tempos. De minha parte, gostaria de vê-las caminhando, igualmente, para as novas fronteiras da cana, onde têm papel essencial a ser desempenhado em apoio aos seus associados. E para que não se pense que estou aqui pregando o fim dos tempos, tal qual um profeta do apocalipse, julgo importante afirmar que minha família continuará plantando cana-de-açúcar e grãos. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 9
  • 10. Notícias Copercana Copercana realiza 3ª reunião técnica de amendoim Edgard Matrangolo Júnior Encarregado Técnico de Projetos Evento reuniu produtores e parceiros do projeto, desenvolvido desde a safra 2006/07, que visa elevar a qualidade do grão A Copercana realizou no dia 10 de outubro, no auditório da Canaoeste, a 3ª Reunião Técnica para produtores e parceiros da cooperativa no Projeto Amendoim. Desde a safra 2006/2007 a Copercana, em parceria com 42 produtores de amendoim, implantou um sistema que visa melhorar a qualidade do produto produzido pelos cooperados. Para obter sucesso com o projeto, todo ano a cooperativa realiza uma reunião com os seus parceiros para esclarecer o andamento do mercado do grão e apresentar as expectativas para a nova safra. Neste ano, aconteceu a reunião pela terceira vez e foram proferidas palestras pelos professores da Unesp de Jaboticabal, Modesto Barreto, Odair Aparecido Fernandes e Rouverson Pereira da Silva. Também foram concedidos espaços técnicos para as empresas Kimberlit e Miac. O professor Modesto, que também é consultor no Projeto Amendoim da Copercana, apresentou o resultado dos experimentos na área de doenças que foram realizados na safra passada e também falou sobre os Produtores que participam do projeto Amendoim da Copercana que serão feitos nesta próxima safra. O trabalho desenvolvido pelo professor Modesto, juntamente com a equipe do Departamento Técnico de Grãos da Copercana, tem sido muito importante na orientação e recomendação aos produtores para o controle das doenças do amendoim. O professor Odair fez uma apresentação sobre as pragas que atacam a cultura e afirmou que a partir desta safra iniciará, junto ao Departamento Técnico, experimentos visando buscar resultados para orientar os produtores quanto aos melhores produtos e modos de aplicação para o controle das pragas. O professor Rouverson apresentou resultados dos trabalhos que vem desenvolvendo nas etapas de arranquio e colheita, mostrando dados em que as perdas chegam a 40%. Demonstrou também o método que desenvolveu para que os produtores possam quantificar as perdas de suas lavouras. Para finalizar, o gerente da Unidade de Grãos da Copercana, Augusto Strini Paixão, fez uma explanação sobre o mercado atual e perspecti- Augusto Paixão - gerente da Unidade de grãos da Copercana vas para o futuro, salientando que os produtores devem se conscientizar da necessidade de conduzir suas lavouras visando à redução dos custos e aumento da produtividade, ou seja, produzir com qualidade. Enfatizou que o objetivo do Projeto Amendoim é o recebimento de grãos para exportação e que os compradores, além das necessidades citadas anteriormente, querem saber a rastreabilidade do produto que estão comprando para obter um produto de qualidade e seguro. “Eles querem ainda um produto que seja produzido de maneira sustentável, para que tenham um fornecimento duradouro e não ocasional”, finalizou Augusto. O evento também contou com a participação do presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, e do diretor da cooperativa, Pedro Esrael Bighetti. No final, os produtores participaram de um almoço oferecido pela Copercana. 10 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 11. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 11
  • 12. Notícias Copercana Syngenta Adventure Cana apresenta show de tecnologia em Sertãozinho Carla Rossini Evento demonstrou através de multimídia, informação aos produtores sobre o portfólio da empresa S ertãozinho é uma das principais cidades produtoras de cana-deaçúcar do Brasil, motivo pelo qual foi palco, no dia 10 de outubro, do Syngenta Adventure Cana. Tendas infláveis em formato de semicírculos que proporcionaram aos participantes uma viagem inusitada O objetivo da Syngenta é promover um evento itinerante para difundir o portfólio de produtos de forma inovadora e descontraída. Num ambiente high-tech, os cooperados puderam assistir à projeção de filmes que apresentaram os produtos da Syngenta dirigidos à proteção de cultivo da cana. Os roteiros reproduzem o ambiente rural e os trabalhadores são representados por personagens animados que mostram de forma interativa o mecanismo de atuação dos herbicidas Dual Gold, Callisto e o inseticida Actara. Com essas apresentações, os cooperados conheceram as soluções da Syngenta para superar os problemas que podem surgir nas lavouras. A exposição incluiu tendas infláveis em formato de semicírculos que proporcionaram aos participantes uma viagem inusitada, interativa e de conhecimento sobre os principais desafios na produção da cana. Dessa forma, os visitantes compreenderam a importância das soluções apresentadas pela Syngenta aos problemas corriqueiros do campo. O espaço em que as tendas foram dispostas ocupou uma área média de quatro mil metros quadrados, o equivalente à área de um campo de futebol. No interior das tendas, houve exibição de um show de imagens, sons e luzes criados para provocar experiências sensoriais aos visitantes. “A programação da Syngenta trouxe informação e também entretenimento aos produtores rurais, assim, eles conheceram mais sobre as soluções e tecnologias da empresa”, afirmou Frederico José Dalmaso, gerente comercial da Copercana. Interior das tentas onde foram realizadas as apresentações dos produtos para cana-de-açúcar 12 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 SOBRE OS PRODUTOS: • Dual Gold: herbicida de ação préemergente, seletivo à cana (soca e planta) e altamente eficaz contra as gramíneas de difícil controle, tais como o capim-braquiária, o capim-colonião, o capim-colchão e o capim-pé-de-galinha. Ação eficaz também em condições de chuvas intensas. • Callisto: herbicida de ação pósemergente, seletivo e de alta eficácia no controle das cordas-de-viola e do capim-colchão, que escapam da aplicação dos herbicidas pré-emergentes principalmente daquela feita na época seca. O produto não causa redução de porte nem queima da cana. Ele apresenta os melhores resultados em aplicação na época úmida, tanto na cana soca como na cana planta.
  • 13. Notícias Copercana • Actara 250 WG: inseticida inovador, seletivo e eficiente no controle de cigarrinha e cupim, que oferece o efeito VPQ – vigor, produtividade e qualidade. Ele é absorvido pelas raízes e folhas, espalhando-se por toda planta. As raízes se desenvolvem criando um excelente sistema radicular, o colmo aumenta o diâmetro e o comprimento e as folhas crescem saudáveis e maiores. Por causa dessas características, Actara garante o aumento de produção em termos de toneladas de colmo por hectare e açúcar total recuperável. Diretores da Copercana, Syngenta e produtores rurais participaram do evento em Sertãozinho Consecana Notícias Canaoeste CIRCULAR Nº 09/08 DATA: 30 de Setembro de 2008 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de SETEMBRO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2008/2009, é de R$ 0,2510. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a SETEMBRO e acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do etanol anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/ kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a SETEMBRO e acumulados até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: Revista Canavieiros - Outubro de 2008 13
  • 14. 14 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 15. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 15
  • 16. Notícias Canaoeste Alegria no hospital é possível? Alegria no hospital é possível? No Netto Campello é! No Netto Campello é! Cíntia Sicchieri Toniolo Terapeuta Ocupacional do Netto Campello A hospitalização da criança a conduz à uma situação de confronto. Confronto com o estado de desamparo, originando reações diversas, tais como regressão, depressão, fobias e transtornos de comportamento em geral. Ela se vê afastada do cotidiano, ficando em posição de passividade e desconforto, o que geralmente, aos olhos dos adultos, parece incompreensível. A internação infantil, não traz só a figura da criança ao hospital, traz a mãe. Figura de apoio e carinho que, diante da hospitalização, pode também vivenciar medos, ansiedades e deixar de apoiar efetivamente o filho. formaram em objetos de decoração e brinquedos. As mães não ficaram de fora e tiveram atividades programadas com os filhos relembrando os doces anos da infância. Também foi realizado um carnaval fora de época, com trio elétrico e tudo! É claro que não com dimensões adultas e resguardando-se ao ambiente hospitalar (redução de ruídos). As crianças tiveram a oportunidade de montar um “carro de som” e desfilaram com fantasias confeccionadas por elas próprias. A satisfação foi superior as nossas espectativas. O Netto Campello se tornou por várias horas a extensão dos ambientes domésticos e escolares e deixou lembranças positivas para estes pacientes tão diferenciados. São por esses motivos que o Netto Campello Hospital & Maternidade considera que, humanizar o ambiente da criança hospitalizada para minimizar os sofrimentos a ela causados é uma atitude essencial na redução das dificuldades emocionais produzidas pela doença e hospitalização. Continuando em seu caminho inovador, otimizando o espaço da Brinquedoteca, o Netto Campello desenvolveu atividades extras em comemoração ao Dia das Crianças - 12 de outubro. Para nós, não foi apenas um dia de brincadeiras especiais, mas sim, uma semana dedicada aos nossos pequenos e mais queridos clientes. Através de atividades artísticas, recreativas e festivas, com incentivo da direção do hospital e colaboração das estagiárias do Curso de Pedagogia da Fasert - Anhanguera Educacional, a criançada nem percebereu a internação. Houve infusão de alegria todo dia! Foram realizadas atividades com materiais recicláveis, conhecidos e desconhecidos das crianças, que se trans16 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES:
  • 17. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 17
  • 18. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - AGOSTO/2008 Valores em Reais 18 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 19. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 19
  • 20. 20 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 21. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 21
  • 22. Reportagem de Capa Carta de solos e Carta de solos e ambientes de produção: ambientes de produção: Tecnologia para elevar a produtividade, Tecnologia para elevar a produtividade, reduzir custos e reforçar a sustentabilidade reduzir custos e reforçar a sustentabilidade Da Redação Projeto é desenvolvido pela Canaoeste em parceria com o CTC desde maio e em cinco anos todos os fornecedores terão suas propriedades classificadas propriedade para que o produtor, com bases nessas informações, possa escolher as variedades mais adequadas e melhorar o processo de manejo”, afirmou. A classificação dos solos com cana-de-açúcar é a nova tecnologia adotada pela Canaoeste desde maio para permitir ao produtor elevar a produtividade e reduzir os custos com insumos e energia, além de reforçar a sustentabilidade da cultura. Essa nova ferramenta, chamada de Carta de Solos e Ambientes de Produção, é desenvolvida em parceria com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e permitirá ao produtor prever sua real possibilidade de ganho de acordo com o seu ambiente de produção e alocação de variedades adequadas. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, a previsão é que em cinco anos todos os associados estarão com suas áreas classificadas. “Esse é um dos mais importantes e amplos projetos em que a Canaoeste está investindo para possibilitar que o fornecedor amplie a produtividade em sua propriedade. O projeto vai identificar e delimitar diferentes tipos de solos dentro de cada 22 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 Segundo o gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo de Almeida Nogueira, para o desenvolvimento do projeto foram contratados novos agrônomos, que foram treinados e capacitados para realizar os levantamentos de campo e toda equipe técnica da Canaoeste vem sendo capacitada para o uso intensificado desta nova ferramenta. O CTC, desde o início da década de 80, vem trabalhando no mapeamento dos solos cultivados com cana-deaçúcar, possuindo uma metodologia de Levantamento de Solos específica para a cultura da cana. Nesse sistema os solos são classificados, de acordo com suas características morfológicas, químicas e físicas, em diferentes unidades de mapeamento (tipos de solos). Em cinco anos o CTC pretende mapear toda a área de suas associadas, que hoje somam 177 e compreendem uma área de 3 milhões de hectares. “Já temos 20% do projeto realizado e estamos esperando a reforma dos canaviais para fazer a análise do solo. A Carta de Solos e Ambientes de Produção permitirá melhoramentos em vários aspectos dos ca- naviais. Faremos a alocação das variedades e melhoraremos todo o processo de manejo da cana, desde o plantio à colheita”, afirmou o diretor superintendente do CTC, Nilson Zaranelo Boeta. De acordo com Gustavo de Almeida Nogueira e o agrônomo da Copercana, Danilo Saulle, a Carta de Solos tem diferentes aplicações dentro da cultura da cana-de-açúcar, sendo as principais: · Manejo de variedades; · Preparo e conservação de solos; · Planejamento de adubação; · Planejamento da época de plantio; · Planejamento da época de colheita e · Sistematização de talhões. Visando facilitar o manejo de variedades, os diferentes tipos de solos são agrupados em cinco níveis de produtividade, conceituados como Ambientes de Produção. O conceito Ambiente de Produção foi desenvolvido pelo CTC através de estudos relacionando banco de dados de produtividade, em áreas comerciais, com diferentes tipos de solos em várias safras. Com o elevado número de variedades existentes atualmente e perspectivas de lançamentos de novas nos próximos anos, o mapeamento dos solos se faz necessário para que se tenha sucesso e ganho de produtividade das atuais e das futuras novas variedades nos diferentes tipos de solos, evitando assim que ocorram erros nas suas alocações. Pesquisas realizadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira demonstraram que uma variedade plantada num solo inadequado para ela pode gerar até 20% de perda de produtividade.
  • 23. Reportagem de Capa Considerações técnicas da carta de solos e ambientes de produção Gustavo de Almeida Nogueira, gerente do Departamento Técnico da Canaoeste Danilo Saulle, agrônomo da Copercana Classificação dos solos – O levantamento de solos é a caracterização morfológica, física, química e geográfica dos solos de uma área e pode ser utilizado para diversos fins. Os solos são classificados após a descrição da cor e textura, estrutura e consistência, análise química dos elementos em três camadas do solo. Do ponto de vista agronômico, a primeira camada é a mais importante, pois nela se concentra a maioria das raízes e onde é realizada a maioria das operações de preparo de solo, aplicação de fertilizantes e corretivos. Entre as características do solo, algumas são facilmente perceptíveis como a cor e textura. Outras, como estruturas e consistência, são mais difíceis de diferenciar. A finalidade de qualquer classificação é a ordenação de conhecimentos com relação a um objetivo, visando facilitar a memorização de todas as suas propriedades, de maneira fácil e precisa. Quanto maior o número de características essenciais que se conhece de uma unidade, melhor definida ela estará. Dentro desse conceito, a classificação de solos visa ordenar os diferentes tipos de solos, diferenciá-los na paisagem e enquadrá-los nos Ambientes de Produção. Gustavo de A. Nogueira Diferenciação de solos na paisagem - Fonte CTC Os Ambientes de Produção visam separar as áreas em diferentes potenciais de produção de cana-de-açúcar (A, B, C, D e E). Fonte: CTC Cartas de Solos de Ambientes de Produção A carta de solos é o produto final do levantamento pedológico. Compõese de um mapa da distribuição espacial dos solos e de um memorial descritivo (relatório contendo todas as informações técnicas dos solos). As áreas mapeadas são agrupadas em cinco ambientes de produção de cana-de-açúcar (A, B, C, D e E) considerando-se o potencial de produção de cada uma deles (Joaquim et al., 1994). Os Ambientes são definidos pela interação de dois fatores: tipo de solo e produtividade das variedades de canade-açúcar. A definição de Ambiente de Produção é baseada em um conjunto de fatores relacionados à produção, a exemplo do clima e manejo, mas o solo merece destaque por ser a base de sustentação da produção agrícola. Etapas de execução do projeto: 1. Elaborar e enviar os mapas dos associados ao CTC. 2 . Interpretação de aspectos fisiográficos: · Imagens de satélites; · Relevo e · Geologia. 3 . Trabalho de campo: · Coleta de amostras de solo em três profundidades (0 a 25 cm, 25 a 50 cm e de 80 a 100 cm) em pontos georreferenciados; · Delimitação dos tipos de solo e · Descrições de informações gerais. 4. Envio das amostras ao laboratório de Análise de Solo. 5 . Determinação e interpretação dos dados analíticos (análises química e física de todas as amostras) 6 . Retorno ao campo com os resultados das análises para classificar o solo até o nível de grande grupo para enquadramento nos diversos ambientes de produção de cana-de-açúcar. 7 . Elaboração da Carta de Solos e Relatórios. 8 . Mapas de Ambientes de Produção. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 23
  • 24. Repercutiu foto: Agência Brasil “Há os que apelam para um argumento sem pé nem cabeça: os canaviais no Brasil estariam invadindo a Amazônia. Quem fala uma bobagem dessas não conhece o Brasil” Luís Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil foto divulgação “Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foram identificados 210 empreendimentos com capacidade instalada potencial de 14.800 MW até 2015. Deste montante, serão exportados 10.200 MW para o sistema elétrico nacional, o equivalente a uma usina do porte de Itaipu.” Marcos Yank, presidente da UNICA, sobre o potencial crescente de geração de bioeletricidade, energia elétrica produzida a partir de biomassa de origem vegetal. foto: Agência Brasil “O problema é que ninguém leu. Eu disse isso ao ministro Minc quando ele mandou o decreto ao presidente: você não leu o decreto, o presidente não leu o decreto. Ninguém leu o decreto”. Reinhold Stephanes – Ministro da Agricultura sobre um decreto que penaliza produtores rurais que desrespeitam leis de proteção ambiental. 24 24 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 foto: Agência Brasil “Ficaremos mais confortáveis se houver um restabelecimento de linhas de crédito internacionais, se voltar a haver bancos lá fora com linhas de crédito em dólares para os nossos bancos. Mas, enquanto isso, o governo brasileiro tem tomado medidas no sentido de avaliar o problema de crédito, de liquidez”. Guido Mantega, ministro da Fazenda sobre a tentativa do governo federal usar os bancos oficiais para minimizar os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira
  • 25. Destaque Cooperado testa o “feijão doce” Carla Rossini Experimento está sendo realizado na Fazenda São José (arredores de Barrinha) e conta com a parceira do Apta-IAC “ E stava cansado de ouvir dizer que as plantações de cana rou bam o espaço da produção de outros alimentos!”. Foi com essa frase que o cooperado José Luís Balardin recebeu a reportagem da Canavieiros em sua propriedade. Para provar que é possível a plantação de leguminosas em meio a canade-açúcar, Balardin iniciou uma experiência pioneira em agosto deste ano, em 2 hectares da Fazenda São José – de propriedade de sua família: o consórcio de cana-de-açúcar com feijão. O feijão carioca, da variedade IAC Alvorada, foi plantado na entrelinha da cana. Com ciclo de 90 dias, a colheita está prevista para início de novembro. O cooperado também plantou tremoço, feijão guandú anão, crotalária, mucuna anã e nabo forrageiro, tudo em meio às entrelinhas da cana-de-açúcar. “Estamos em fase de experimento, mas, com certeza vamos obter sucesso e, assim, o exemplo da Fazenda São José poderá combater as críticas internacionais de que a cana destinada à fabricação de etanol rouba as áreas em que poderiam ser cultivados alimentos”, afirma Balardin. No início, a intenção do cooperado era apenas cultivar plantas que funcionassem como adubo verde e acrescentassem nitrogênio ao solo dos seus 174 hectares de canaviais. “Mas depois, com Odair Cardoso Campos, José Luís Balardin e Maria Clementina Guidi Balardin a parceria do Apta – IAC percebemos que a experiência poderia ser bem mais ampla e bem sucedida”, conta Baladin. O feijão será colhido manualmente e as demais culturas, que fixam o nitrogênio no solo, serão arrancadas e deixadas no solo. Raizes das leguminosas que fixam nitrogênio no solo Segundo o pesquisador Denizart Bolonhezi, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) de Ribeirão Preto, o projeto Apta-IAC “Feijão Doce”, como foi batizado, vai analisar o desempenho das lavouras e fornecerá dados para os canavicultores que desejem iniciar a produção em consórcio em suas propriedades. “A meta é transformar essa região que já é produtora de cana, também produtora de alimentos”, afirma o pesquisador. O canavial onde o experimento está sendo realizado está em seu terceiro ano de vida. O feijão foi plantado em área irrigada, no sistema de plantio direto – que dispensa técnicas de revolvimento do solo. Na propriedade da família Balardin, a cana é colhida crua há mais de 13 anos. Assim, a palha que fica no solo favorece a umidade. Para plantar a leguminosa, foi usada uma plantadeira comum, apenas adaptada. Balardin aponta entre os vários benefícios que esse tipo de cultivo pode trazer a absorção de mão-de-obra na entressafra. “O canavicultor vai empregar mais gente durante a entressafra, gerando empregos e renda nas regiões onde o plantio de cana com outras culturas for implantado”, afirma. Plantação de feijão carioca - IAC Alvorada em meio a cana-de-açúcar Além do feijão outras leguminosas foram plantadas como: tremoço, feijão guandú anão, crotalária, mucuna anã e nabo forrageiro Revista Canavieiros - Outubro de 2008 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE SETEMBRO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos As chuvas que ocorreram durante o mês de SETEMBRO de 2008 são apresentadas a seguir. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Nota-se que, a média mensal das observações das chuvas que ocorreram durante este mês de SETEMBRO e em todos os locais observados na região de abrangência da CANAOESTE, “ficaram” aquém das respectivas médias históricas. Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de SETEMBRO de 2008. O Mapa 1, ao lado, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 15 a 17 de SETEMBRO, apresentava-se como baixo a crítico em quase toda região sucroenergética do Estado de São Paulo, com exceção de uma pequena área entre Assis e Presidente Prudente. ÁGUA, usar sem abusar ! Protejam e preservem as nascentes e cursos d’água. 26 Revista Canavieiros - Outubro de 2008
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2007. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de outubro a dezembro. O monitoramento das temperaturas da superfície do mar (TSM), ao longo da faixa equatorial do Oceano Pacífico, mostra que este parâmetro encontra-se em ligeira elevação, mas sem manifestação do Fenômeno El Niño, indicando neutralidade climática para os meses de primavera (setembro/outubro a final de dezembro). Logo, para as áreas sucroenergéticas da Região Centro Oeste, Sudeste e faixa norte do Paraná, tem-se que : Mapa 3: Água Disponível no Solo, ao final de SETEMBRO de 2008. · A temperatura média ficará entre próxima a ligeiramente acima da normalidade climática; · Quanto às chuvas, prevêm-se que serão próximas das respectivas médias históricas; · Como referência, as médias históricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto e municípios próximos são próximos de 125mm em outubro, 170mm em novembro e de 270mm em dezembro. · A previsão elaborada pela SOMAR Meteorologia e interpretadas especificamente para a região de abrangência da CANAOESTE, também mostra que as temperaturas médias e as chuvas serão próximas das médias históricas nos meses de outubro a dezembro. O Mapa 2 acima, mostra que ao final de SETEMBRO de 2007, com pequenas exceções, o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se baixo a crítico em toda área canavieira do Estado. Situação um pouco diferente e também notadas nos meses de julho e agosto, foi observada ao final deste mês de SETEMBRO de 2008, quando mostrou que aquele índice apresentava-se como médio a alto na faixa Sul e Sudoeste e de baixo a crítico na Região Central, Norte e Noroeste do estado de São Paulo (vide Mapa 3), permitindo quase que se recuperar de menores quantidades e qualidade da cana processadas, como verificadas no período de outono (abril-junho) desta safra, dada maiores umidades do solo naquele período. Face a estas previsões, a CANAOESTE recomenda aos seus Associados que fiquem atentos às condições de umidade do solo durante as operações de colheita (carregamento) e transporte da cana, visando evitar ou, pelo menos, atenuar pisoteios sobre as soqueiras. Persistindo dúvidas quanto às operações de colheita e as de cultivos mecânicos e químicos (herbicidas para os matocontroles), consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros Outubro Revista Canavieiros - -Setembro de 2008 27
  • 28. Pragas e Doenças Nematóides Nematóides Profª. Leila Luci Dinardo-Miranda Diretora do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento e pesquisadora do Centro de Cana IAC/APTA N as condições brasileiras, três espécies de nematóides são economicamente importantes para a cana-de-açúcar, em função dos danos que causam à cultura: Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus zeae. Em muitos canaviais pouco desenvolvidos e com baixa produção, são encontradas altas populações de pelo menos uma delas. A espécie P. brachyurus é muito freqüente em canaviais paulistas, ocorrendo em cerca de 35% das amostras coletadas em áreas com suspeita de problemas nematológicos, mas ainda não tem sua patogenicidade devidamente avaliada, razão pela qual é alvo de uma série de pesquisas em andamento no Instituto Agronômico (IAC). O ataque dos nematóides à canade-açúcar restringe-se às raízes, de onde extraem nutrientes para o crescimento e desenvolvimento. Além do dano causado pela utilização de nutrientes da planta, estes parasitos injetam toxinas no sistema radicular, resultando em deformações nas raízes, como as galhas provocadas por Meloidogyne, e extensas áreas necrosadas, quando os nematóides presentes são Pratylenchus. Em conseqüência do ataque de nematóides, as raízes se tornam pouco desenvolvidas, pobres em radicelas, deficientes e impossibilitadas de desempenhar normalmente suas funções. Os prejuízos à parte aérea são reflexos de um sistema radicular debilitado, incapaz de absorver água e nutrientes necessários para o bom desenvolvimento das plantas, que, em conseqüência, tornam-se menores, raquíticas, cloróticas, com sintomas de “fome de minerais”, murchas nas horas mais quentes do dia e menos produtivas. Em condições de campo, são verificadas reboleiras de plantas menores e cloróticas entre outras de porte e coloração aparentemente normais. 28 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 A grandeza dos danos causados por nematóides é claramente quantificada em ensaios nos quais se faz a aplicação de nematicidas químicos. Assim, em um estudo com diversas variedades em campos altamente infestados por M. javanica, o uso de nematicidas resultou em acréscimos de produtividade da ordem de 15 % suscetíveis (Dinardo-Miranda et al., 1995). No entanto, experimentos anteriores demonstraram que tais incrementos de produtividade podem atingir a média de 30 %.Também em áreas infestadas por M. incognita, a redução das populações do nematóide, pelo emprego de produtos químicos, resultou em aumentos médios de produtividade da ordem de 40 % (Garcia et al., 1997). Em relação a P. zeae, ensaio em campo revelou que a aplicação de nematicidas no plantio de diversas variedades contribuiu para incrementos de produtividade altamente significativos, atingindo valores de até 40t/ha (Dinardo-Miranda et al., 1996; 1998), comprovando a patogenicidade de P. zeae à cana-de-açúcar. A avaliação criteriosa de dados experimentais e de outros obtidos em áreas comerciais revelou que os danos causados pelos nematóides variam em função da espécie ou espécies presentes na área, dos seus níveis populacionais e da variedade cultivada. Em média, M. javanica e P. zeae causam cerca de 20 a 30% de redução de produtividade, em variedades suscetíveis. M. incognita pode ocasionar perdas maiores, ao redor de 40 %. Em casos de variedades muito suscetíveis e níveis populacionais muito altos, as perdas provocadas por nematóides podem chegar a até 50 % da produtividade. Dada a ausência de variedades comerciais resistentes a uma ou a mais espécie de nematóides, o manejo de áreas infestadas, atualmente, tem se baseado principalmente no uso de nematicidas químicos aplicados no plantio e/ou nas soqueiras. Dois nematicidas são usados comercialmente em cana-de-açúcar: aldicarb (Temik 150G) e carbofuran (Furadan 50G ou 100G ou 350SC). No plantio, são aplicados no sulco, sobre os toletes, imediatamente antes da cobertura deles. Nas soqueiras, geralmente são aplicados ao lado da linha de cana ou sobre elas. A aplicação de nematicidas no plantio em áreas infestadas resulta em significativos incrementos de produtividade. Outro exemplo pode ser visto em experimento conduzido por DinardoMiranda et al. (2002), em Piracicaba, SP, em área infestada pelas três espécies mais importantes: M. javanica, M. incognita e P. zeae. Nesse ensaio, as variedades IAC86-2480, IAC87-3184, IAC87-3396, IAC91-3186, IAC91-5155, SP83-2847 e SP87-365 foram plantadas com ou sem a aplicação do nematicida aldicarb 150G 12kg/ha. Verificou-se, por ocasião da colheita, que o nematicida
  • 29. Pragas e Doenças Estágio inicial Raizes de cana-de-açúcar infectadas por nematóides do gênero Meloidogyne. contribuiu para incrementos de produtividade variando de 17,3t/ha, para a variedade IAC86-2480 até 38,1t/ha, para a IAC91-5155, sendo em média de 28,2 t/ha ou 34%. Em cana soca, os incrementos de produtividade obtidos em função do tratamento nematicida são menores, mas também economicamente vantajosos em muitas situações. Um dos exemplos está nos dados do ensaio de Dinardo-Miranda e Garcia (2002), no qual a aplicação de carbofuran 100G 22,7kg/ ha ou aldicarb 150G 10kg/ha, em soqueira da variedade RB835113, infestada por P. zeae, reduziram significativamente as populações do nematóide e contribuíram para incrementos de produtividade, em relação à testemunha, da ordem de 11,6 a 16,7 t/ha. O período ocorrente entre o corte do canavial e a aplicação dos nematicidas em soqueiras exerce grande influência sobre os incrementos de produtividade decorrentes do uso desses produtos. Assim, no ensaio anteriormente citado (Dinardo-Miranda e Garcia, 2002), conduzido em área colhida em agosto, os maiores incrementos de produtividade foram obtidos quando os produtos foram aplicados aos 40 e 60 dias depois da colheita, enquanto os menores, em aplicações feitas aos 20 dias depois do corte. Esses dados sugerem que, para um canavial colhido no período seco da safra, a aplicação tardia de nematicidas (aos 40 ou 60 dias depois do corte) é mais adequada porque, provavelmente, uma maior quantidade dos produtos torna-se disponível no solo e na planta, na primavera/ verão, período em que as populações dos nematóides se elevam, favorecidas pelas temperaturas mais altas e chuvas Estágio final Raízes de cana-de-açúcar atacadas por nematóides do gênero Pratylenchus abundantes. É provável que parte dos produtos aplicados em agosto (primeira aplicação), período ainda seco, se decomponha antes da época em que seriam mais úteis, ou seja, época chuvosa. Por outro lado, em canaviais colhidos no final da safra, período de chuvas abundantes e temperaturas elevadas, no qual há crescimento pleno de raízes e das populações de nematóides, aplicações de nematicidas feitas imediatamente após o corte resultam em maiores incrementos de produtividade do que aquelas mais tardias, por reduzirem o período em que altas populações de nematóides parasitam as raízes, causando danos à cultura. Deve-se salientar, no entanto, que a decisão sobre o tratamento químico em soqueira deve considerar, além da infestação na área (nível populacional de nematóides) e o período entre a colheita e a aplicação do nematicida, o potencial produtivo da cultura. Áreas nas quais se espera baixa produtividade, em função de falhas na brotação da soca, mato, etc, não devem ser tratadas, mesmo se as populações de nematóides forem elevadas, pois os incrementos de produtividade obtidos podem ser inferiores (em função da baixa produtividade) aos custos de aplicação dos nematicidas. Como medidas auxiliares no manejo de áreas com problemas de nematóides pode-se citar a torta de filtro no sulco de plantio e o plantio de Crotalaria em áreas de reforma. Embora essas medidas não interfiram, de uma maneira geral, nas populações de nematóides na área, pelo menos nas doses (torta de filtro) e período de cultivo (Crotalaria), empregados em nossas condições, elas contribuem para um melhor desenvolvimento da cultura, sendo portanto bastante indicadas para áreas com infestações médias ou altas de nematóides. Exemplos do uso dessas medidas podem ser encontrados em DinardoMiranda et al (2003), que avaliaram o efeito de torta de filtro, aplicada isoladamente ou em associação com os nematicidas, no plantio da cana-de-açúcar, em áreas infestadas por nematóides. A torta não apresentou efeito nematicida consistente, mas contribuiu para incrementos médios de produtividade de 20t/ha. Os nematicidas contribuíram para incrementos de produtividade variando de 14,2 a 25,5t/ha e a utilização simultânea de torta de filtro e nematicidas resultou em incrementos médios de até 40t/ha. O efeito do cultivo de Crotalaria juncea, por cinco meses com incorporação, em área de reforma do canavial, sobre as populações de nematóides e a produtividade da cana-de-açúcar, plantada em seguida, com ou sem nematicidas, foi avaliado em ensaio em campo conduzido por Gil e Dinardo-Miranda (2005). Os autores não observaram diferença entre as populações de M. javanica nas raízes de cana-de-açúcar, cultivada em área com ou sem rotação com C. juncea, mas as populações de P. zeae foram significativamente maiores nas áreas cultivadas após o plantio dessa leguminosa. Apesar disso, a rotação com C. juncea contribuiu para incrementar a produtividade da cana em 20,8t/ha, fato atribuído aos benefícios da adubação verde. Tanto em áreas com ou sem rotação com crotalaria, carbofuran 100G a 21kg/ha reduziu as populações de nematóides e incrementou a produtividade em 12,1t/ha. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 29
  • 30. Pragas e Doenças Para que medidas de controle ou manejo possam ser adequadamente utilizadas é imprescindível conduzir um levantamento nematológico, com a finalidade de identificar quais as áreas com problemas de nematóides. O levantamento inclui a coleta de amostras de raízes e de solo e envio para análise em laboratório. A coleta de amostras deve ser feita sempre em época chuvosa, sendo cada amostra composta por raízes e solo da rizosfera de pelo menos 10 touceiras de cana por talhão homogêneo de até 10 ha. Considera-se talhão homogêneo aquele cultivado com a mesma variedade, mesma data de plantio, recebendo os mesmos tratos culturais, etc. É recomendável que talhões maiores que 10 ha sejam subdivididos, a fim de que cada amostra represente área não superior a 10 ha. O levantamento pode ser efetuado tanto em cana planta como em soqueiras. Em áreas a serem reformadas, pode ser feito de dezembro a fevereiro, antes do último corte, adotandose o mesmo critério citado anteriormente. Quando as soqueiras já foram destruídas e as áreas se encontram preparadas para o plantio da cana, o levantamento pode ser efetuado utilizando-se raízes e solo da rizosfera de uma variedade suscetível, como a ‘SP80-1842’, por exemplo, plantada ao acaso, em aproximadamente 10 covas por talhão homogêneo. O plantio desta variedade, conhecida como isca, deve ser feito o mais breve possível (entre setembro e dezembro), de modo que a planta possa vegetar e se desenvolver por um período superior a 60 dias. Antes do plantio da cultura definitiva na área, as “iscas” devem ser arrancadas para compor a amostra a ser analisada. Durante a coleta em campo, as amostras devem ser mantidas na sombra, de preferência em caixas de isopor. A remessa ao laboratório deve ser feita o mais rapidamente possível, porém, se for necessário aguardar alguns dias (4 a 5) para o envio das amostras ao laboratório, elas podem ser mantidas em sala fresca, longe da luz direta do sol. 30 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 Canavial afetado por nematóide É importante que o laboratório identifique as espécies de nematóides e os níveis populacionais ocorrentes nas áreas. Embora alguns laboratórios identifiquem e contem os nematóides presentes nas amostras, pouquíssimos interpretam os dados observados. A interpretação dos dados consiste em definir se as populações encontradas na área são baixas ou altas, o que implica em estabelecer se há ou não necessidade de adotar medidas de controle na área amostrada. Um dos laboratórios que faz tal interpretação é o DMLab, em Ribeirão Preto (16 3919 1018). LITERATURACITADA DINARDO-MIRANDA, L.L. & V. GARCIA. 2002. Efeito da época de aplicação de nematicidas em soqueira de cana-de-açúcar. Nematologia Brasileira, 26 (1): 30-33. DINARDO-MIRANDA, L.L.; C.C. MENEGATTI; V. GARCIA; S.F. SILVA & M. ODORISI. 1998. Reação de variedades de cana-de-açúcar a Pratylenchus zeae. STAB - Açúcar, Álcool e Subprodutos, 17(2):39-41. DINARDO-MIRANDA, L.L.; J.L. MORELLI; M.G.A. LANDELL & M.A. SILVA. 1996. Comportamento de genótipos de cana-de-açúcar em relação a Pratylenchus zeae. Nematologia Brasileira, 20(2):52-58. DINARDO-MIRANDA, L.L.; W.R.T. NOVARETTI; J.L. MORELLI & E.J. NELLI. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em relação a Meloidogyne javanica, em condições de campo. Nematologia Brasileira, v. 19, p. 60-66, 1995. DINARDO-MIRANDA, L.L.; M.A. GIL; A.L. COELHO; V. GARCIA & C.C. MENEGATTI. Efeito da torta de filtro e de nematicidas sobre as infestações de nematóides e a produtividade da cana-de-açúcar. Nematologia Brasileira, v.27, p.61-67, 2003. GARCIA, V.; S.F. SILVA & L.L. DINARDO-MIRANDA. Comportamento de variedades de cana-de-açúcar em relação a Meloidogyne incognita. Revista Nacional do Álcool e Açúcar, v. 17, n. 87, p. 14-19, 1997. GIL, M.A. & L.L. DINARDO-MIRANDA. Efeito da rotação com Crotalaria juncea na produtividade da cana-de-açúcar, tratada ou não com nematicidas no plantio. Nematologia Brasileira, v.29, 2005 (no prelo).
  • 31. Culturas de Rotação Conab estima safra de grãos entre 142 e 144,5 milhões/ton Da Redação Ciclo 2008/09 terá expansão de área entre 1,2% e 2,7% O primeiro levantamento da safra 2008/09 de grãos, divul gado pela Conab, demonstra que a área plantada no Brasil crescerá entre 1,2% a 2,7% em relação ao período anterior, ou seja, as lavouras vão ocupar entre 47,9 e 48,6 milhões de hectares. A estimativa é que a produção de grãos fique entre 142,03 a 144,55 milhões de toneladas. Na atual safra, o país colheu 143,8 milhões de toneladas. O estudo também aponta duas culturas como as apostas dos produtores neste início de plantio. O feijão primeira safra deve ter um crescimento de área variando entre 8,6% e 11,6% e a colheita deverá ficar entre 1,39 e 1,43 milhão de toneladas. Já as terras destinadas à soja devem aumentar entre 1,3% e 3,2%, ocupando entre 21,59 e 22,00 milhões de hectares. A produção deve ficar em 60,1 milhões e 61,3 milhões/ton. Em São Paulo, a soja deve ocupar uma área entre 541,8 e 557,6 mil hectares, um crescimento entre 3 e 6%.A produção paulista de soja está estimada entre 1,468 e 1,511 milhão de toneladas. Na atual safra foram colhidas 1,446 milhão de toneladas. A produção de amendoim deverá crescer entre 2,9% e 3,1% em relação à safra passada. O país deve colher entre 295,6 e 296,2 mil toneladas em uma área que deve ficar entre 115,4 e 115,6 mil hectares. A expansão de área em relação ao ciclo anterior é pequena, entre 0,2 e 0,4%. No Estado de São Paulo, maior produtor nacional, a área cultivada permaneceu a mesma_81,3 mil hectares_ e a produção está estimada em 228,8 mil toneladas, contra 236,4 mil toneladas na safra passada. Fechamento da safra 2007/08: dos 143,87 milhões de toneladas colhidas, o milho foi o grande destaque. Com duas colheitas no ano, o milho participou com 58,59 milhões de t, ou 14% (7,21 milhões t) a mais que na safra passada. Já a soja cresceu 2,8%, o equivalente a 1,66 milhões de t. Foram colhidas 60,02 milhões de toneladas. Esta produção deveu-se ao aumento da área plantada, motivado pelos bons preços do produto e pela expectativa futura de mercado no momento da implanta- ção da cultura, aliados às boas condições climáticas ocorridas durante todo o ciclo da lavoura, para a maioria dos Estados produtores e pelo alto nível tecnológico usado, principalmente, no combate às pragas e às doenças como a ferrugem asiática. No que se refere à área semeada, o país saiu de 46,21 milhões para 47,36 milhões de hectares. A região Centro-Sul responde por 79% do total. O milho e a soja são também as culturas que mais se beneficiaram com a ampliação das terras cultivadas, com 14,71 e 21,33 milhões de hectares, respectivamente. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 31
  • 32. Legislação Prorrogação da comunicação de matas ciliares N o dia 1º de Outubro de 2008 foi publicada Diário Oficial do Estado (Poder Executivo, Seção I) a Resolução SMA nº 71, de 29 de setembro de 2008, que altera a Resolução SMA nº 42, de 26 de setembro de 2007, prorrogando o prazo para que os proprietários rurais comuniquem à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) as áreas de preservação permanente em seus imóveis. De acordo com a resolução anterior (Res. SMA 42/2007), os proprietári- os e/ou posseiros com imóveis entre 500 e 2.000 hectares teriam prazo até 30 de setembro deste ano para comunicar as áreas de preservação permanente à SMA. Já para as propriedades menores, com área entre 200 e 500 ha., o prazo seria até 30 de setembro de 2009. Com a novel resolução (Res. SMA 71/2008), fixou-se o prazo até 30 de abril de 2009 para os proprietários e/ ou posseiros com área de 1000 a 2000 hectares comunicarem suas áreas de preservação permanente, enquanto que para as propriedades ou posses rurais com área inferior a 1000 hectares, ficou estabelecido que a Secretaria do Meio Ambiente definirá, no prazo Juliano Bortoloti - Advogado de 60 dias, o Departamento Jurídico Canaoeste novo cronograma a ser observado. Entrega do ADA 2008 foi prorrogada até o dia 30 de novembro C onforme apurado, a entrega do ADA 2008 - Exercício 2008, foi prorrogadaatéodia30denovembro de 2008 (fonte: www.ibama.gov.br/adaweb/). Como já afirmado em outras edições, o ADA (Ato Declaratório Ambiental) é uma declaração da situação ambiental da propriedade rural, onde será informado OBRIGATORIAMENTE ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) as áreas de preservação permanente, reserva legal e outras áreas de proteção ambiental (área de reserva particular do patrimônio natu- ral, área de declarado interesse ecológico, área com plano de manejo florestal, área com reflorestamento), caso existam no imóvel rural e desde que declaradas no DIAT (Distribuição da Área do Imóvel Rural), entregue quando do preenchimento da DITR (Declaração do Imposto Territorial Rural). Tal declaração possibilita a redução do pagamento do ITR (Imposto Territorial Rural) em até 100% de seu valor. Ressaltamos, ainda, que o envio do ADA a partir do exercício 2007 é feito por meio eletrônico, via internet (ADAweb), através do site www.ibama.gov.br/adaweb/. No preenchimento eletrônico do ADA ou em caso de retificação, devese observar fielmente o que foi declarado no formulário do DITR, protocolizado perante a Secretaria da Receita Federal, pois as informações ali contidas devem guardar relação com as que forem prestadas no ADA, tendo em vista que, visando um maior controle administrativo das propriedades rurais, o IBAMA começou a cruzar suas informações com a Receita Federal e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), responsáveis pelo controle e recolhimento anual do ITR. Zoneamento Agroambiental da cana no estado de São Paulo C om a expansão do setor su croalcooleiro em todo país, inclusive no Estado de São Paulo, muito tem se falado do impacto sócio-ambiental que tal expansão poderá causar e, visando equacionar esta questão, foi apresentado pelo governador José Serra, no dia 18 de setembro de 2008, o mapa de zoneamento agroambiental para o desen32 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 volvimento sustentável da cana no Estado de São Paulo, elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente e pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento, através de resolução conjunta, zoneamento este que alterará sobremaneira os procedimentos de licenciamento ambiental dos empreendimentos do setor e a gestão das áreas agricultáveis. Trata-se do primeiro zoneamento feito por um Estado da federação, onde se utilizou de parâmetros hidrográficos, físicos, topográficos, climáticos, dentre outros, visando estabelecer critérios para se nortear o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, estimulando a produção sustentável do etanol, respeitando os recursos naturais e controlando a poluição. Para tan-
  • 33. Legislação to, as áreas foram classificadas em adequadas, adequadas com limitações ambientais, adequadas com restrições ambientais e inadequadas, onde foram estabelecidas regras para o licenciamento de novas unidades industriais, assim como áreas aptas ao plantio da cultura. Pelo zoneamento, representado através de um mapa, identificou-se as áreas pelas cores verde escuro (adequada); verde-claro (adequada, com limitações ambientais); amarelo (adequada, com restrições ambientais) e vermelho (inadequado), essas estando concentradas na faixa litorânea, nas grandes unidades de conservação do Estado e, ainda, nas áreas com topografia acidentada. Para a feitura do zoneamento agroambiental, foi considerado pelo governo do Estado de São Paulo diversos outros fatores, além dos climáticos, tipo de solo, etc., tais como a vulnerabilidade das águas subterrâneas, a disponibili- dade de águas superficiais, a biodiversidade presente na área, às unidades de conservação, a declividade e a qualidade do ar. Nele, pode-se constatar que o Estado conta com aproximadamente 19 milhões de hectares de terras agricultáveis, dos quais 9 milhões são de pastagens e quase 4 milhões de cana, e, segundo estimativas baseadas nos pedidos de licença para novas unidades, até 2010 a área da cultura poderá chegar a 6,2 milhões de hectares. Uma grande preocupação que o zoneamento traz, porém, é a falta de regras claras para os fornecedores independentes de cana, que poderão encontrar dificuldades por conta desta omissão. Uma das conseqüências deste zoneamento será um maior controle na expedição de licenças para instalação de unidades novas, assim como a rea- dequação das licenças já expedidas às unidades industriais, quando de sua renovação. Outro aspecto importante, reside no fato de que tal zoneamento servirá como ferramenta contra tentativas externas de se impor barreiras tarifárias à exportação brasileira, além de servir como diretriz para o desenvolvimento sustentável da cana-de-açúcar no Estado. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 33
  • 34. Novas Tecnologias CTC lança mais três CTC lança mais três variedades de cana-de-açúcar variedades de cana-de-açúcar Carla Rossini Cultivares apresentam avanços em relação ao teor de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada O CTC Cana Show realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira no dia 14 de outubro em Ribeirão Preto mostrou aos produtores e autoridades presentes o lançamento da quarta geração de variedades de cana-de-açúcar, denominadas CTC16, CTC17 e CTC18. Frutos de anos de pesquisas e desenvolvimento, as novas variedades prometem avanços em relação ao teor de sacarose, produtividade, resistência a doenças e favorecem a colheita mecanizada. Além disso, apresentam capacidade de adaptação a diferentes regiões que produzem cana-de-açúcar no Brasil. “Uma outra característica marcante nessas variedades é a precocidade aliada a um alto teor de sacarose. Com a antecipação da safra, elas vão cobrir uma lacuna que existe hoje no setor”, explica Nilson Boeta, diretor superintendente do CTC. Tadeu também esclareceu que é possível obter ganhos de produtividade com os novos cultivares, principalmente se os produtores souberem explorar bem o perfil desses materiais, associando-os, por exemplo, ao mapeamento que o CTC está realizando para as suas associadas denominado Carta de Solos e Ambientes de produção. “Uma variedade pode ser plantada em diversas regiões, mas em momentos diferentes. O uso da variedade correta pode aumentar a produtividade em até 20%”, esclarece Andrade. Tadeu Andrade Nilson Boeta O diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, explica que as três variedades foram desenvolvidas com base em diversas combinações entre solo e clima encontradas nos diferentes ambientes de produção do Brasil. “Nos últimos quatro anos aconteceram pelo menos 50 ensaios em 24 usinas. Ao final obtivemos excelentes cultivares, capazes de impulsionar a produtividade em todas as áreas de cana-de-açúcar”, afirma. 34 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 Para o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, a geração de novas tecnologias é essencial para acompanhar o desenvolvimento do setor e permitir que o Brasil continue sendo uma potência em se tratando de cana-de-açúcar. “Essas pesquisas e lançamentos ajudam os produtores a escolher que tipo de variedade irá proporcionar uma produtividade mais alta e, consequentemente, aumentar seus lucros”, diz Ortolan. As novas variedades já estão disponíveis aos 177 associados ao CTC. A Canaoeste, através de experimentos na Fazenda Santa Rita, já plantou as novas variedades e deve disponibilizá-las o mais rápido possível aos produtores de cana. O CTC possui unidades regionais e pólos de seleção varietal instalados em pontos estratégicos da produção nacional de açúcar, etanol e energia, nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. As empresas associadas ao centro respondem por 60% da cana moída no Brasil. VARIEDADES A CTC16 apresenta alto teor de sacarose, produtividade e rápido fechamento. As soqueiras mostraram boa brotação e longevidade na colheita mecanizada de cana crua. De PUI (Período Útil de Industrialização) longo e alto teor de fibra, é recomendada para cultivo na maior parte da safra. Adapta-se a ambientes com alto potencial
  • 35. Novas Tecnologias de produção e também no sistema cana de ano. É resistente à ferrugem, ao carvão, à escaldadura e ao amarelecimento, além de responder bem aos maturadores químicos. A CTC17 se destaca quanto à precocidade e ao alto teor de sacarose. Recomendada preferencialmente para colheita no início da safra, apresenta bom desempenho em solos arenosos e ambientes de baixo potencial produtivo. Mostrou-se estável em ambientes restritivos. Com teor de fibra médio, é resistente ao mosaico, à escaldadura e ao amarelecimento e responde bem a maturadores químicos. A CTC18 possui alta produtividade em todos os cortes, inclusive em regiões de déficit hídrico, com boa tolerância à seca. Possui bom perfilhamento, brotação e longevidade de soqueira, inclusive na colheita mecanizada de cana crua. Recomendada para colheita até o meio da safra, conta com alto teor de fibra. É resistente à ferrugem, à escaldadura, ao mosaico e ao amarelecimento e também responde bem a maturadores químicos. Características CTC 16 Características CTC 17 Características CTC 18 PRODUTIVIDADE Cana-planta Alta Cana-soca Alta Exigência em fertilidade do solo Média Brotação de soqueira Excelente Perfilhamento Alto Fechamento nas entrelinhas Excelente Tombamento Pouco Florescimento Pouco Isoporização Raro Teor máximo pol Alto Teor fibra % cana Alto Sensibilidade a herbicidas Não PRODUTIVIDADE Cana-planta Alta Cana-soca Alta Exigência em fertilidade do solo Baixa Brotação de soqueira Boa Perfilhamento Médio/Alto Fechamento nas entrelinhas Bom Tombamento Médio Florescimento Raro Isoporização Pouca Teor máximo pol Alto Teor fibra % cana Médio Sensibilidade a herbicidas Não PRODUTIVIDADE Cana-planta Muito Alta Cana-soca Muito Alta Exigência em fertilidade do solo Média Brotação de soqueira Excelente Perfilhamento Alto Fechamento nas entrelinhas Bom Tombamento Pouco Florescimento Médio Isoporização Médio Teor máximo pol Médio Teor fibra % cana Alto Sensibilidade a herbicidas Não REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS Ferrugem Resistente Carvão Resistente Escaldadura Resistente Mosaico Intermediária Amarelecimento Não Reação à broca dos colmos Intermediária REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS Ferrugem Mod. Resist. Carvão Intermediária Escaldadura Resistente Mosaico Resistente Amarelecimento Não Reação à broca dos colmos Intermediária REAÇÃO ÀS DOENÇAS E PRAGAS Ferrugem Resistente Carvão Intermediária Escaldadura Resistente Mosaico Resistente Amarelecimento Não Reação à broca dos colmos Intermediária Novos projetos Novos projetos para aumentar a produtividade e a rentabilidade da canade-açúcar no Brasil foram apontados pelo CTC durante o lançamento da quarta geração de variedades. Um dos mais importantes é a inauguração para fevereiro de 2009, em Piracica- ba – sede do CTC -, de uma nova “biofábrica” de mudas, um projeto de alta tecnologia que ampliará a produção atual de 600 mil para 5 milhões de mudas por ano. O orçamento anual do CTC corresponde a R$ 40 milhões, motivo pelo qual o CTC não diminuiu seus investimen- tos, mesmo com a remuneração mais baixa recebida pelas empresas do setor nas últimas duas safras. “Apesar da crise, os associados sabem da importância desse investimento e mantiveram as contribuições”, diz diretor superintendente do CTC, Nilson Boeta. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português A O que aconteceu com o passaporte de Pedro? Renata Carone Prezado amigo leitor o verbo requerer é irregular. Não sigSborgia* nifica “”querer de novo””, e sim pedir, solicitar, por meio de requerimento, encaminhar(petição) à autoridade ou pessoa em condições de conceder o que se pede, pedir em juízo. Portanto, a conjugação do verbo requerer só será idêntica a do verbo querer no Presente do Indicativo e seus derivados, menos a uma pessoa, pois o correto é REQUEIRO. Os outros tempos têm conjugação regular, como qualquer outro verbo (regular) terminado em ER. Como falamos “eu vendi”, deveremos falar “eu requeri”. O correto é: Eu requeri meu passaporte ontem! Agora sim, Pedro! E Boa Viagem! 2) - Eu só “COMPITO” se todos participarem da corrida, disse Maria. Prezado amigo leitor, você diria essa frase sem titubear? Claro que sim!!! Pois bem, a frase está correta. A forma do verbo competir, na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, indica ação continuada. Dica: verbo competir conjugado no Presente do Indicativo Eu compito, Tu competes, Ele compete, Nós competimos, Vós competis, Eles competem. 3) Todos disseram: - Que eles “SEJEM” felizes!!! Com certeza, não serão “”para sempre e nem felizes”” com o Português assim. Prezado amigo leitor, não existe seje, sejem. O correto é seja, sejam. Que eles sejam felizes! E para sempre! PARA VOCÊ PENSAR: "Somos donos de nossos atos, Mas não somos donos de nossos sentimentos; Somos culpados pelo que fazemos, Mas não somos culpados pelo que sentimos; Podemos prometer atos, Não podemos prometer sentimentos... Atos são pássaros engaiolados Sentimentos são pássaros em vôo". Rubem Alves * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia Revista Canavieiros - Outubro de 2008 “Cultivo de Pinhão-Manso para Produção de Biodiesel” Prof. Nagashi Tominaga Prof. Jorge Kakida Prof. Eduardo Kenji Yasuda 1) Pedro disse contente: - Eu “REQUIS” meu passaporte ontem! 36 “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Biblioteca da Canaoeste disponibiliza aos seus associados o Curso “Cultivo de pinhão-manso para produção de biodiesel”, dirigido pela Engª Agrônoma Patrícia Resende, Mestra em Genética e Melhoramento de Plantas, você receberá informações do professor Nagashi Tominaga, especialista no cultivo de pinhão-manso, Gerente Geral da NNE MINAS Agro Florestal Ltda. (Janaúba-MG) e dos Engenheiros Agrônomos Jorge Kakida e Eduardo Kenji Yasuda. Além do livro também está disponível um DVD sobre o assunto. “Estudos Integrados em Ecossistemas” “Estação Ecológica de JATAÍ” José Eduardo dos Santos José Salatiel Rodrigues Pires H á poucas diretrizes técnicas e éticas para um consenso em estabelecer qual a melhor política para enfrentar os problemas ambientais não percebidos pela sociedade, como a perda de biodiversidade decorrente dos tipos de uso e ocupação do solo no âmbito de uma Unidade de Conservação e do seu entorno imediato. Provavelmente, um dos principais motivos é a insuficiência do conhecimento a respeito do sistema ambiental em questão. Este livro resulta do resgate dos trabalhos de pesquisa sobre o patrimônio natural e cultural da Estação Ecológica de Jataí, desenvolvidos com base em um processo de avaliação, a longo prazo, desta Unidade de Conservação e do seu âmbito imediato, representado pelo município de Luiz Antônio, SP, onde a mesma está inserida. O conteúdo da obra contempla o conhecimento ecológico e suas interfaces com as dimensões sócio-econômica e cultural da questão ambiental, como uma estratégia para integrar as bases científicas para compreensão dos ecossistemas aquáticos, terrestres e inundáveis contidos na Estação Ecológica de Jataí, na perspectiva do manejo e planejamento ambiental desta Unidade de Conservação. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. Agende-se Novembro de 2008 AGROENERGY 2008 - FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIAS PARA PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIAS LIMPAS E RENOVÁVEIS Data: 05 a 07/11/2008 Horário: Das 14h às 20hs Local: Centro de Exposições Imigrantes Rodovia dos Imigrantes Km 1,5 São Paulo - SP Temática: Em todos os lugares do mundo o sentimento é o mesmo. O mundo precisa de outras fontes de energia. As existentes, além de serem finitas, poluem em demasia o meio ambiente e estão contribuindo de forma acelerada para a deterioração do planeta. São muitos os cientistas que apontam que o mundo deve se dirigir para os índices de contaminação dos anos de mil novecentos e cinqüenta, impondo assim um grande esforço para a humanidade. Desta forma as energias limpas e renováveis estarão nas mesas de decisões nos próximos trinta anos, com grande importância e credibilidade. Informações: GRUPO CIPA Rua Correia de Lemos, 158C Cep 04140-000 - Pça. da Árvore - São Paulo - SP feira@cipanet.com.br - Tel.: (11) 5585-4355 CURSO DEAPERFEIÇOAMENTO EM GESTÃO PECUÁRIA "TRANSFORMEAFAZENDAEM EMPRESA" Duração: 5 (cinco) dias Período: de segunda a sexta-feira, das 8hg às 17h Carga horária: 40 horas (teórico-prático), incluindo visita à Central com ênfase na área de coleta de sêmen e reprodutores; Vagas por curso: apenas 20 alunos. Objetivos: Preparar adequadamente criadores, gerentes de fazenda, estudantes e profissionais ligados ao setor para o gerenciamento eficaz de propriedades pecuárias; Desenvolver competências na área de liderança e motivação de equipes de trabalho; Determinar a importância dos controles e do estabelecimento de metas e índices adequados; Atualizar conceitos em formação e manejo de pastagens; Estabelecer conceitos e determinar estratégias direcionadas à nutrição de bovinos de corte e de leite. Informações: Lagoa da Serra - (16) 2105 2299 I SIMPÓSIO SOBRE BIOENERGIA Data: 03 a 04/11/2008 Local: Anfiteatro do Departamento de Engenharia - Esalq - USP Temática: Difundir novas pesquisas e técnicas de produção e comercialização de bioenergia permitindo também uma discussão e troca de experiências entre profissionais da área e público participante. Informações/Inscrições: Período: 01/09/2008 até 04/11/2008 Local: Fundação de Estudos Agrários "Luiz de Queiroz" - FEALQ Contato: Maria Eugênia (19)3417-6604 cdt@fealq.org.br Revista Canavieiros - Agosto de 20082008 Revista Canavieiros - Outubro de 37
  • 38. Vende-se * 1Colheitadeira JD-1175 - ano 2000 2.500 hrs de trabalho Plataforma de 16 pés Plataforma de milho 04 linhas Vende-se * Arado Ikeda HD, ano 2007, com 4 aivecas, desarme automático, semi novo, com sistema aplicador de regente, para combate a migdolus. * Arrendo sede de fazenda, contendo *Colheitadeira JD-1550 - ano 2002 - 1.800 uma casa, barracão 35 metros, 10 baias hrs de trabalho para cavalos, curral, 6 alqueires de pasPlataforma 19 pés to, rica em água, Paraíso-SP, próximo a Plataforma de milho 06 linhas Bebedouro - 35km. Tratar: Junio Balieiro - fone (16) 9158 *Terraciador Civemasa - ano 2004 0303 24 C - 26x6 Informações / Contato - Alexandre - (16) Vende-se 3663-3850 MB-2219, ano 78 em bom estado de conservação. Vende-se Tratar com Murilo ou Cacau - 9134-5567 * Colhedeira de grãos axial flow marca ou 9136-8175 case, mod. 2388, motor pot. 280hp, ano 2001, revisão/peças sempre em concesVende-se sionária case; * Scania t112h Intercooler, ano 84 c/ car* Plataforma modelo 1020 de 25 pés, reta Guerra graneleiro ano 89 - R$ marca case, ano 2001. 110.000,00. Tratar com Gustavo pelo telefone (34) * Mercedes Bens 2220, caçamba, ano 3317-2248 ou (34) 9938-6457. 1987/88 - R$ 75.000,00 * Caçamba 14 e 12 metros para camiVende-se ou troca-se nhão trukado - R$ 20.000,00 e R$ 18.000,00 Trator 1580 - 4 x 4 em prefeito estado. * Mercedes Bens 708 baú ano 1988 R$ Tratar com Antenor Montenegro (16) 32.000,00. 3942 2453 ou 8158 7613 Tratar com Nilson - (18) 36223948 ou 97831122 ou 91020741 Vende-se 01 caixa d'água tipo taça de 5000 lts, Vende-se semi-nova MB 2220, ano 1988 - reduzido - R$ tijolos antigos e telhas 60.000,00 01 transformador de 15 KVA Tratar com Luis Carlos (16) 3343 2640 01 transformador de 45 KVA ou (16) 9721 3731 01 transformador de 75 KVA Vende-se lascas, palanques e mourões de aroeira Tratar com Wilson - (17) 9739.2000 - Ou troca-se, MB 2219, traçado, ano 86, em bom estado - R$ 50.000,00 Viradouro - SP Tratar com Mauro Okuno - (14) 3532 Vende-se 1402 ou (14) 8157 0492 Caminhão de plantio Ford ano 87/87 branco motor MWM, cambio, caixinha e Vende-se diferencial novo. Pneus novos pronto Tanque de fibra - 12.000lts, marca Tigre Tratar com Alexandre ou Luiz Monteiro para trabalhar valor r$ 49.500,00. - (16) 3945 1250 Tratar com Roberval - (18) 81271445 38 Revista Canavieiros - Outubro de 2008 Vende-se * Sítio com 33 ha em Teresópolis-RJ, 180 km do Rio de Janeiro, ideal para montagem de hotel fazenda, local muito bonito, R$ 240.000,00. *161 alq. na região de Araras-SP, fazenda formada em cana e laranja, R$ 65.000,00/alq. * 800 alq. com 730 alq. em cana própria de 1º corte, estado de SP, 20 km da usina, sede de primeira, R$ 40.000,00/alq * 1000 ha no Triangulo Mineiro, formada para gado, rica de água, solo de cultura, reserva florestal tudo em ordem, plana ondulada, ótima para plantio de cana, a 30 km de duas usinas, casa com 6 suítes e piscina, R$ 7.800.000,00. * Fazenda de 250 ha com 490.000 pés de café, estruturada para exportação, diversas maquinas, alojamentos, exportadora de café para a Europa com vários prêmios internacionais, fazenda nota 10, R$ 5.500.000,00. * Colheitadeira SLC 6200 ano 88, maquina em excelente estado, R$ 45.000,00. * NH 8030/4 ano 1997, trator em excelente estado, R$ 47.000,00. * MF 296/4 ano 85, R$ 30.000,00. * Carregadeira Invertida CBT 1105, motor Mercedes 1113, R$ 16.000,00. * MF 275 simples ano 98, R$ 37.000,00. Veja fotos e mais ofertas no site www.zptratores.com.br Tratar com José Paulo Prado - (19) 35415318 ou (19) 91548674
  • 39. Revista Canavieiros - Outubro de 2008 39
  • 40. 40 Revista Canavieiros - Outubro de 2008