SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
CORPO: SOM E MOVIMENTO
Redescobrindo Brinquedos Cantados na
Africanidade Brasileira
* Por Denise Guerra
E-mail:
denise.guerra@yahoo.com.br
Todos os povos têm suas
brincadeiras pertinentes às
necessidades expressivas de cada
cultura. Como sonhar acordado,
brincar é expor-se de dentro para
fora. Segundo a Musicoterapia o som
tem propriedades físicas que incidem sobre o corpo humano de forma objetiva e
subjetiva, movendo o sujeito afetivamente, interferindo no seu desenvolvimento bio-psico-
social. Vamos fazer uma breve leitura de alguns brinquedos do folclore brasileiro que
perpassam as instâncias da arte de brincar , cantar, dançar e imaginar.
Os brinquedos cantados surgem na espontaneidade da cultura popular.
Geralmente são cantigas anônimas acompanhadas de movimentos expressivos,
saltitantes e ou dramatizados. Nestes brinquedos em geral, as crianças imitam o mundo
do adulto vivenciando emoções, sensações e conflitos como veículos de elaboração e
amadurecimento.
Dos três povos que inicialmente formaram a cultura brasileira, o português
trouxe maior influência para os brinquedos cantados. A oralidade que caracteriza o
processo de transmissão das brincadeiras e brinquedos cantados de certa forma
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
transformou as cantigas e os modos de brincar, ocorrendo a mistura dos costumes
africanos com os lusitanos, além das variações regionais de uma mesma brincadeira
(CASCUDO,1988). No entanto, os ritmos e danças africanas deram um tempero mais
brejeiro ao legado lúdico brasileiro.
Até o século XIX as brincadeiras das crianças eram muito limitadas pela rigidez
patriarcal imposta ao comportamento infantil, e porque os infantes eram vistos como
miniadultos. Freyre (2005) conta que muitas crianças brancas eram criadas pelas
escravas africanas juntamente com seus filhos negros, os quais eram mais habilidosos
com a natureza, mais dados a traquinagens e a criatividade devido a sua condição servil.
Outro aspecto característico das brincadeiras infantis no tempo colonial
brasileiro, é que as crianças ao acompanharem seus pais no labor cotidiano da casa
grande ou do eito, repetiam em suas brincadeiras estes afazeres e também o contexto de
violência vivido na época. (Freyre, 2005)
Nos brinquedos cantados encontra-se o canto, a poesia, a dança, a
brincadeira, o compartilhar, devido a simplicidade musical, riqueza simbólica e ludicidade
peculiar; as vivências através destes elementos lúdicos, conquistam a criança como
aquilo que é próprio do seu tempo.
Os termos brincar e jogar são referenciados como sinônimos por Cascudo
(1988). Nos principais idiomas internacionais (Inglês, Francês, Alemão e espanhol),
brincar e jogar também serve para definir atividades artísticas como a interpretação
teatral ou musical (Santa Roza,1993). Na língua portuguesa o termo "brincar" vem do
latim vinculum e significa laço, união. No entanto é o termo lúdico da nossa língua,
também proveniente do latim "ludus", que melhor abrange e define as atividades
artísticas, culturais, brincadeiras e jogos. (ibid.)
Passando para o lado prático, vamos brincar com quatro exemplos curiosos do
cancioneiro infantil brasileiro. O primeiro se chama “Uma, duas angolinhas”, é um
brinquedo cantado tipo parlenda em roda, com as crianças sentadas, e um solista ao
meio dando beliscos nas mãos de cada colega enquanto cantam as quadrinhas:
Uma, duas angolinhas, Finca o pé na pampulhinha
O rapaz que faz o jogo, faz o jogo de capão
Capão sobre capão, Fica aí Mané João
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Aquele que tirar a mão por último, Vai leva um be-lis-cão.
Além do beliscão refletindo a idéia da galinha d’angola beliscando as mãos de
cada participante, a protagonista da música, uma ave, é um dos mais importantes mitos
iorubanos sobre a origem da criação do mundo; conta Lopes (2004) que “a galinha
d’angola ciscou sobre as águas iniciais uma porção de terra e a espalhou por todas as
direções fazendo nascer terra firme”. Por este mito e outras razões ela também é
considerada a primeira iaô e é o animal mais importante dentro da tradição dos orixás.
No divertido brinquedo cantado “O Saci Pererê”, as crianças em pé na roda,
devem cantar e imitar as habilidades do saci mostradas na música:
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o tambor, toca como ele só.
O Saci Pererê, pula numa perna só,
Ele toca o pandeiro, toca como ele só. (...)
Esta brincadeira é aberta a improvisações na letra, onde se podem colocar
quantos instrumentos quiser para o Saci tocar e consequentemente para as crianças
imitarem. O Saci Pererê, elemento tradicional no nosso folclore, aproxima-se de várias
figuras da mítica iorubana como: Exu (em suas traquinagens); Arôni (duende iorubano de
uma perna só, ligado a Ossãim, e que vive nas matas); e ainda é referenciado a uma
palavra do campo semântico da magia e do sortilégio em ioruba “Ásasí”, conforme
assinalado em Lopes (2004 e 2006).
Outro brinquedo cantado de significado muito expressivo é o Tangolomango; as
crianças brincam em roda também para contagem de números decrescentes, no qual um
participante deve deixar a roda ao final de cada verso. Eis algumas quadras desta
cantiga:
Eram dez irmãs numa casa, Uma delas foi tocar o fole,
Deu um Tangolomango nela, E das dez ficaram nove.
Eram nove irmãs numa casa, Uma delas foi fazer biscoito,
Deu um Tangolomango nela, E das nove ficaram oito.
Eram oito irmãs numa casa, Uma delas foi amolar canivete,
Deu um Tangolomango nela, E das oito ficaram sete. (...)
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
A simbologia contida nesta brincadeira onde a cada momento uma criança deixa
de fazer parte do grupo acometida pelo Tangolomango, vai de encontro as diversas
referências a esta palavra como “Uma doença atribuída a feitiçaria, bruxedo, azar,
infelicidade, morte” (LOPES, 2004). Nota-se que este assunto é bastante difícil para o
entendimento das crianças e carregado de discriminação e preconceito racial, social
entre outros.
Como é de praxe, vamos terminar em samba com uma brincadeira muito
conhecida no sudeste brasileiro, onde as crianças finalizam a música sambando
conjuntamente na roda - como fazem os adultos.
Samba Lelê ta doente, Tá com a cabeça quebrada,
Samba Lelê precisava, É de umas boas lambadas,
Samba, samba, samba ô Lelê, Samba, samba, samba ô Lalá. (bis)
Nosso velho conhecido samba não poderia ficar de fora das brincadeiras das
crianças. Samba é um nome genérico para várias danças brasileiras e para a própria
música; contudo, foi registrado em Angola o verbo samba querendo dizer “cabriolar,
brincar, divertir-se”; é remetido também a palavra semba de origem Bantu significando o
mesmo que umbigada. A propósito, “Lê” é o nome do menor dos três atabaques da
orquestra ritual dos candomblés jeje-nagô (LOPES, 2004). As crianças se divertem
aprendendo e ensinando a dança do samba umas às outras. Este parece ser o maior
objetivo dos brinquedos cantados: transmitir a cultura pela oralidade e pela corporeidade,
favorecendo a vivência, a elaboração e o desenvolvimento da criança.
Buscamos neste trabalho retomar um pouco o tema da africanidade permeada em
nossa cultura desde a infância. Há centenas de outros exemplos, mas, precisaríamos de
um espaço específico para mostrá-los.
Acredito que dar à criança a oportunidade de brincar, cantar e dançar é investir num
caminho de busca da essência do ato, da mente, da voz e do pertencimento inventando o
prazer de ser feliz! Para ambientar o final deste artigo, deixo alguns versos de uma
música popular brasileira do compositor Gonzaguinha que é um exemplo de ciranda:
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
REDESCOBRIR
Como se fora brincadeira de roda (memória)
Jogo do trabalho na dança das mãos (macias)
O suor dos corpos na canção da vida (história)
O suor da vida no calor de irmãos (magia) (...).
Referências:
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª edição. Belo
Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora Universo, 1988.
COSTA, Clarice Moura. O Despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: Summus
editorial, 1989.
FREGTMAN, Carlos Daniel. Corpo, Música e Terapia. São Paulo: Editora Cultrix Ltda,
1989.
FREYRE, Gilberto. Casa grande e Senzala. 50ª edição. São Paulo: Global Editora, 2005.
LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro
Edições, 2004.
__________. Dicionário Escolar Afro-brasileiro. São Paulo: Selo Negro Edições, 2006.
PAIVA, Ione Maria R. Brinquedos cantados. Rio de Janeiro: Editora Sprint ltda. 1998.
SANTA ROZA, Eliza. Quando brincar é dizer: A experiência psicanalítica na infância.
Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 1993.
*CRÉDITOS DA AUTORA
 Graduação em Musicoterapia (Conservatório Brasileiro de Música)-1995.
 Especialização em Psicomotricidade (Universidade Candido Mendes)-2003.
 Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (Universidade Estácio de Sá) –
2004.
 Especialização em Cultura Africana e Afro Brasileira (Universidade Castelo
Branco) – 2007.
 Trabalho de Dança e Musicoterapia com portadores de deficiência (Apae-Rio)
1996 – 2006.
 Formação em Dança de Salão, Yoga, Massoterapia, Shiatsu.
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354
www.africaeafricanidades.com
 Professora do Ensino Fundamental e E.J.A da rede municipal de ensino de Japeri
e Queimados.
 Artigo publicado em site da Argentina http://www.efdeportes.com.br 2004: A
criação do clube escolar e núcleo de artes: uma nova alternativa no
combate ao ócio estudantil. 2007: Preserve a sua natureza faça atividades
físicas.
 Artigo publicado no jornal Comunicandido – (Univ. Candido Mendes 2003):
Ludomotricidade: Da espontaneidade à construção do sujeito.
 Ministrou cursos no Instituto Isabel de: Recreação, Psicomotricidade, Dança.
 Artigos para a revista eletrônica www.boletimEF.org
2008: A recreação na Educação Especial infantil com o portador de síndrome de
down: contextualizando o desenvolvimento psicomotor
2008: Brinquedos Cantados na Psicomotricidade

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas Abordagens
Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas AbordagensColeção Historia - Estudos Africanos - Multiplas Abordagens
Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas AbordagensHistoria_da_Africa
 
Literatura negra infanto juvenil
Literatura negra infanto juvenilLiteratura negra infanto juvenil
Literatura negra infanto juvenilJuciara Brito
 
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil Historia_da_Africa
 
HISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAHISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAculturaafro
 
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciais
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciaisCiência, tecnologia e relações étnico-raciais
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciaisVitor Vieira Vasconcelos
 
05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicas05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicasprimeiraopcao
 
ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...
  ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...  ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...
ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...Alexia Oliveira
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Glauco Ricciele
 
Projeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinarProjeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinarkarinacancado
 
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileira
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileiraOT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileira
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileiraClaudia Elisabete Silva
 
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosInclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosWilson
 
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobato
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro LobatoA Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobato
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobatojaquemiranda
 
cultura afro-brasileira
cultura afro-brasileiracultura afro-brasileira
cultura afro-brasileiraculturaafro
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaValeria Santos
 
história e cultura afro brasileira e africana
história e cultura afro brasileira e africanahistória e cultura afro brasileira e africana
história e cultura afro brasileira e africanaculturaafro
 

Mais procurados (20)

Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas Abordagens
Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas AbordagensColeção Historia - Estudos Africanos - Multiplas Abordagens
Coleção Historia - Estudos Africanos - Multiplas Abordagens
 
Culinária afro brasileira
Culinária afro brasileiraCulinária afro brasileira
Culinária afro brasileira
 
Literatura negra infanto juvenil
Literatura negra infanto juvenilLiteratura negra infanto juvenil
Literatura negra infanto juvenil
 
Monografia Ângela Pedagogia 2009
Monografia Ângela Pedagogia 2009Monografia Ângela Pedagogia 2009
Monografia Ângela Pedagogia 2009
 
áFrica 2012
áFrica 2012áFrica 2012
áFrica 2012
 
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil
O ensino de História da África e dos Africanos no Brasil
 
Literatura afrobrasileira
Literatura afrobrasileiraLiteratura afrobrasileira
Literatura afrobrasileira
 
HISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICAHISTÓRIA DA AFRICA
HISTÓRIA DA AFRICA
 
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciais
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciaisCiência, tecnologia e relações étnico-raciais
Ciência, tecnologia e relações étnico-raciais
 
05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicas05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicas
 
ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...
  ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...  ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...
ARTE E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS ESCOLAS: INFLUÊNCIA AFRICANA ...
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
 
Projeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinarProjeto interdisciplinar
Projeto interdisciplinar
 
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileira
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileiraOT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileira
OT Currículo e histórias indígena, africana e afro-brasileira
 
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosInclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
 
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobato
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro LobatoA Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobato
A Representação do Negro em Obras Infantis de Monteiro Lobato
 
cultura afro-brasileira
cultura afro-brasileiracultura afro-brasileira
cultura afro-brasileira
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
 
Monografia Noêmia Pedagogia 2009
Monografia Noêmia Pedagogia 2009Monografia Noêmia Pedagogia 2009
Monografia Noêmia Pedagogia 2009
 
história e cultura afro brasileira e africana
história e cultura afro brasileira e africanahistória e cultura afro brasileira e africana
história e cultura afro brasileira e africana
 

Semelhante a Revista Africana Explora Brinquedos Infantis Brasileiros

Dancas brasileiras de_matriz_africana
Dancas brasileiras de_matriz_africanaDancas brasileiras de_matriz_africana
Dancas brasileiras de_matriz_africanaMara Virginia
 
Apresentando forró anabel
Apresentando forró anabelApresentando forró anabel
Apresentando forró anabelElô Ribeiro
 
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturas
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturasSlide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturas
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturasCarina Soares Barroso
 
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiro
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiroTrabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiro
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiroHudson Giovanni
 
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades Diversas Cláudia
 
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades Diversas Cláudia
 
Apresentação1 aula danças
Apresentação1   aula dançasApresentação1   aula danças
Apresentação1 aula dançasAnnete Melo
 
Africanidades fato ou boato
Africanidades fato ou boatoAfricanidades fato ou boato
Africanidades fato ou boatolabjosecataldi
 
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E Culturais
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E CulturaisAs Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E Culturais
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E CulturaisHOME
 
Danças folcloricas do brasil
Danças folcloricas do brasilDanças folcloricas do brasil
Danças folcloricas do brasilEreni Gonçalves
 

Semelhante a Revista Africana Explora Brinquedos Infantis Brasileiros (20)

Dancas brasileiras de_matriz_africana
Dancas brasileiras de_matriz_africanaDancas brasileiras de_matriz_africana
Dancas brasileiras de_matriz_africana
 
Resenha Árica
Resenha ÁricaResenha Árica
Resenha Árica
 
Folclore 9º ano
Folclore 9º anoFolclore 9º ano
Folclore 9º ano
 
Cantigas
CantigasCantigas
Cantigas
 
Jornal heitor
Jornal heitorJornal heitor
Jornal heitor
 
Roteiro de estudo ARTE - Ensino Fundamental
Roteiro de estudo ARTE - Ensino FundamentalRoteiro de estudo ARTE - Ensino Fundamental
Roteiro de estudo ARTE - Ensino Fundamental
 
Consciêncianegraoficina
ConsciêncianegraoficinaConsciêncianegraoficina
Consciêncianegraoficina
 
Folclore Brasileiro
Folclore BrasileiroFolclore Brasileiro
Folclore Brasileiro
 
Dança
DançaDança
Dança
 
Dança
DançaDança
Dança
 
Apresentando forró anabel
Apresentando forró anabelApresentando forró anabel
Apresentando forró anabel
 
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturas
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturasSlide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturas
Slide sobre Brincadeiras, jogos,danças de nossas culturas
 
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiro
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiroTrabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiro
Trabalho sobre influencia da africa no espaço brasileiro
 
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
 
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fundAtividades os povos africanos topico 4 historia fund
Atividades os povos africanos topico 4 historia fund
 
Apresentação1 aula danças
Apresentação1   aula dançasApresentação1   aula danças
Apresentação1 aula danças
 
Texto do artigo
Texto do artigoTexto do artigo
Texto do artigo
 
Africanidades fato ou boato
Africanidades fato ou boatoAfricanidades fato ou boato
Africanidades fato ou boato
 
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E Culturais
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E CulturaisAs Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E Culturais
As Cantigas De Roda Fortalecem Elos Afetivos E Culturais
 
Danças folcloricas do brasil
Danças folcloricas do brasilDanças folcloricas do brasil
Danças folcloricas do brasil
 

Mais de primeiraopcao

A desigualdade racial
A desigualdade racialA desigualdade racial
A desigualdade racialprimeiraopcao
 
Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo
Educação a distância: conceitos  e história no Brasil e no mundoEducação a distância: conceitos  e história no Brasil e no mundo
Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundoprimeiraopcao
 
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...primeiraopcao
 
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricos
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricosIndisciplina escolar: diferentes olhares teóricos
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricosprimeiraopcao
 
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunos
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunosOs motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunos
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunosprimeiraopcao
 
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escolaOs desafios da indisciplina em sala de aula e na escola
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escolaprimeiraopcao
 
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunos
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunosDireitos e-normas-disciplinares-dos-alunos
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunosprimeiraopcao
 
11 cultura afro brasileira e cultura indígena
11 cultura afro brasileira e cultura indígena11 cultura afro brasileira e cultura indígena
11 cultura afro brasileira e cultura indígenaprimeiraopcao
 
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...primeiraopcao
 
07 aperfeiçoamento em estudos indígenas
07 aperfeiçoamento em estudos indígenas07 aperfeiçoamento em estudos indígenas
07 aperfeiçoamento em estudos indígenasprimeiraopcao
 
05 cultura e identidades indígenas
05 cultura e identidades indígenas05 cultura e identidades indígenas
05 cultura e identidades indígenasprimeiraopcao
 
patrimônio cultural povos indígenas
patrimônio cultural   povos indígenaspatrimônio cultural   povos indígenas
patrimônio cultural povos indígenasprimeiraopcao
 
Mitologia dos orixás
Mitologia dos orixásMitologia dos orixás
Mitologia dos orixásprimeiraopcao
 
Ressignificando a história
Ressignificando a históriaRessignificando a história
Ressignificando a históriaprimeiraopcao
 
Desigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasilDesigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasilprimeiraopcao
 
Desigualdades raciais
Desigualdades raciaisDesigualdades raciais
Desigualdades raciaisprimeiraopcao
 
A igualdade que não veio
A igualdade que não veioA igualdade que não veio
A igualdade que não veioprimeiraopcao
 

Mais de primeiraopcao (20)

A desigualdade racial
A desigualdade racialA desigualdade racial
A desigualdade racial
 
Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo
Educação a distância: conceitos  e história no Brasil e no mundoEducação a distância: conceitos  e história no Brasil e no mundo
Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo
 
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula ...
 
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricos
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricosIndisciplina escolar: diferentes olhares teóricos
Indisciplina escolar: diferentes olhares teóricos
 
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunos
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunosOs motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunos
Os motivos da indisciplina na escola: a perspectiva dos alunos
 
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escolaOs desafios da indisciplina em sala de aula e na escola
Os desafios da indisciplina em sala de aula e na escola
 
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunos
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunosDireitos e-normas-disciplinares-dos-alunos
Direitos e-normas-disciplinares-dos-alunos
 
11 cultura afro brasileira e cultura indígena
11 cultura afro brasileira e cultura indígena11 cultura afro brasileira e cultura indígena
11 cultura afro brasileira e cultura indígena
 
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...
08 as tecnologias de comunicação e a construção do conhecimento em comunidade...
 
07 aperfeiçoamento em estudos indígenas
07 aperfeiçoamento em estudos indígenas07 aperfeiçoamento em estudos indígenas
07 aperfeiçoamento em estudos indígenas
 
05 cultura e identidades indígenas
05 cultura e identidades indígenas05 cultura e identidades indígenas
05 cultura e identidades indígenas
 
patrimônio cultural povos indígenas
patrimônio cultural   povos indígenaspatrimônio cultural   povos indígenas
patrimônio cultural povos indígenas
 
Cantigas infantis
Cantigas infantisCantigas infantis
Cantigas infantis
 
Receitas africanas
Receitas africanasReceitas africanas
Receitas africanas
 
Contos africanos
Contos africanosContos africanos
Contos africanos
 
Mitologia dos orixás
Mitologia dos orixásMitologia dos orixás
Mitologia dos orixás
 
Ressignificando a história
Ressignificando a históriaRessignificando a história
Ressignificando a história
 
Desigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasilDesigualdades raciais no brasil
Desigualdades raciais no brasil
 
Desigualdades raciais
Desigualdades raciaisDesigualdades raciais
Desigualdades raciais
 
A igualdade que não veio
A igualdade que não veioA igualdade que não veio
A igualdade que não veio
 

Último

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 

Último (20)

Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 

Revista Africana Explora Brinquedos Infantis Brasileiros

  • 1. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com CORPO: SOM E MOVIMENTO Redescobrindo Brinquedos Cantados na Africanidade Brasileira * Por Denise Guerra E-mail: denise.guerra@yahoo.com.br Todos os povos têm suas brincadeiras pertinentes às necessidades expressivas de cada cultura. Como sonhar acordado, brincar é expor-se de dentro para fora. Segundo a Musicoterapia o som tem propriedades físicas que incidem sobre o corpo humano de forma objetiva e subjetiva, movendo o sujeito afetivamente, interferindo no seu desenvolvimento bio-psico- social. Vamos fazer uma breve leitura de alguns brinquedos do folclore brasileiro que perpassam as instâncias da arte de brincar , cantar, dançar e imaginar. Os brinquedos cantados surgem na espontaneidade da cultura popular. Geralmente são cantigas anônimas acompanhadas de movimentos expressivos, saltitantes e ou dramatizados. Nestes brinquedos em geral, as crianças imitam o mundo do adulto vivenciando emoções, sensações e conflitos como veículos de elaboração e amadurecimento. Dos três povos que inicialmente formaram a cultura brasileira, o português trouxe maior influência para os brinquedos cantados. A oralidade que caracteriza o processo de transmissão das brincadeiras e brinquedos cantados de certa forma
  • 2. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com transformou as cantigas e os modos de brincar, ocorrendo a mistura dos costumes africanos com os lusitanos, além das variações regionais de uma mesma brincadeira (CASCUDO,1988). No entanto, os ritmos e danças africanas deram um tempero mais brejeiro ao legado lúdico brasileiro. Até o século XIX as brincadeiras das crianças eram muito limitadas pela rigidez patriarcal imposta ao comportamento infantil, e porque os infantes eram vistos como miniadultos. Freyre (2005) conta que muitas crianças brancas eram criadas pelas escravas africanas juntamente com seus filhos negros, os quais eram mais habilidosos com a natureza, mais dados a traquinagens e a criatividade devido a sua condição servil. Outro aspecto característico das brincadeiras infantis no tempo colonial brasileiro, é que as crianças ao acompanharem seus pais no labor cotidiano da casa grande ou do eito, repetiam em suas brincadeiras estes afazeres e também o contexto de violência vivido na época. (Freyre, 2005) Nos brinquedos cantados encontra-se o canto, a poesia, a dança, a brincadeira, o compartilhar, devido a simplicidade musical, riqueza simbólica e ludicidade peculiar; as vivências através destes elementos lúdicos, conquistam a criança como aquilo que é próprio do seu tempo. Os termos brincar e jogar são referenciados como sinônimos por Cascudo (1988). Nos principais idiomas internacionais (Inglês, Francês, Alemão e espanhol), brincar e jogar também serve para definir atividades artísticas como a interpretação teatral ou musical (Santa Roza,1993). Na língua portuguesa o termo "brincar" vem do latim vinculum e significa laço, união. No entanto é o termo lúdico da nossa língua, também proveniente do latim "ludus", que melhor abrange e define as atividades artísticas, culturais, brincadeiras e jogos. (ibid.) Passando para o lado prático, vamos brincar com quatro exemplos curiosos do cancioneiro infantil brasileiro. O primeiro se chama “Uma, duas angolinhas”, é um brinquedo cantado tipo parlenda em roda, com as crianças sentadas, e um solista ao meio dando beliscos nas mãos de cada colega enquanto cantam as quadrinhas: Uma, duas angolinhas, Finca o pé na pampulhinha O rapaz que faz o jogo, faz o jogo de capão Capão sobre capão, Fica aí Mané João
  • 3. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Aquele que tirar a mão por último, Vai leva um be-lis-cão. Além do beliscão refletindo a idéia da galinha d’angola beliscando as mãos de cada participante, a protagonista da música, uma ave, é um dos mais importantes mitos iorubanos sobre a origem da criação do mundo; conta Lopes (2004) que “a galinha d’angola ciscou sobre as águas iniciais uma porção de terra e a espalhou por todas as direções fazendo nascer terra firme”. Por este mito e outras razões ela também é considerada a primeira iaô e é o animal mais importante dentro da tradição dos orixás. No divertido brinquedo cantado “O Saci Pererê”, as crianças em pé na roda, devem cantar e imitar as habilidades do saci mostradas na música: O Saci Pererê, pula numa perna só, Ele toca o tambor, toca como ele só. O Saci Pererê, pula numa perna só, Ele toca o pandeiro, toca como ele só. (...) Esta brincadeira é aberta a improvisações na letra, onde se podem colocar quantos instrumentos quiser para o Saci tocar e consequentemente para as crianças imitarem. O Saci Pererê, elemento tradicional no nosso folclore, aproxima-se de várias figuras da mítica iorubana como: Exu (em suas traquinagens); Arôni (duende iorubano de uma perna só, ligado a Ossãim, e que vive nas matas); e ainda é referenciado a uma palavra do campo semântico da magia e do sortilégio em ioruba “Ásasí”, conforme assinalado em Lopes (2004 e 2006). Outro brinquedo cantado de significado muito expressivo é o Tangolomango; as crianças brincam em roda também para contagem de números decrescentes, no qual um participante deve deixar a roda ao final de cada verso. Eis algumas quadras desta cantiga: Eram dez irmãs numa casa, Uma delas foi tocar o fole, Deu um Tangolomango nela, E das dez ficaram nove. Eram nove irmãs numa casa, Uma delas foi fazer biscoito, Deu um Tangolomango nela, E das nove ficaram oito. Eram oito irmãs numa casa, Uma delas foi amolar canivete, Deu um Tangolomango nela, E das oito ficaram sete. (...)
  • 4. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com A simbologia contida nesta brincadeira onde a cada momento uma criança deixa de fazer parte do grupo acometida pelo Tangolomango, vai de encontro as diversas referências a esta palavra como “Uma doença atribuída a feitiçaria, bruxedo, azar, infelicidade, morte” (LOPES, 2004). Nota-se que este assunto é bastante difícil para o entendimento das crianças e carregado de discriminação e preconceito racial, social entre outros. Como é de praxe, vamos terminar em samba com uma brincadeira muito conhecida no sudeste brasileiro, onde as crianças finalizam a música sambando conjuntamente na roda - como fazem os adultos. Samba Lelê ta doente, Tá com a cabeça quebrada, Samba Lelê precisava, É de umas boas lambadas, Samba, samba, samba ô Lelê, Samba, samba, samba ô Lalá. (bis) Nosso velho conhecido samba não poderia ficar de fora das brincadeiras das crianças. Samba é um nome genérico para várias danças brasileiras e para a própria música; contudo, foi registrado em Angola o verbo samba querendo dizer “cabriolar, brincar, divertir-se”; é remetido também a palavra semba de origem Bantu significando o mesmo que umbigada. A propósito, “Lê” é o nome do menor dos três atabaques da orquestra ritual dos candomblés jeje-nagô (LOPES, 2004). As crianças se divertem aprendendo e ensinando a dança do samba umas às outras. Este parece ser o maior objetivo dos brinquedos cantados: transmitir a cultura pela oralidade e pela corporeidade, favorecendo a vivência, a elaboração e o desenvolvimento da criança. Buscamos neste trabalho retomar um pouco o tema da africanidade permeada em nossa cultura desde a infância. Há centenas de outros exemplos, mas, precisaríamos de um espaço específico para mostrá-los. Acredito que dar à criança a oportunidade de brincar, cantar e dançar é investir num caminho de busca da essência do ato, da mente, da voz e do pertencimento inventando o prazer de ser feliz! Para ambientar o final deste artigo, deixo alguns versos de uma música popular brasileira do compositor Gonzaguinha que é um exemplo de ciranda:
  • 5. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com REDESCOBRIR Como se fora brincadeira de roda (memória) Jogo do trabalho na dança das mãos (macias) O suor dos corpos na canção da vida (história) O suor da vida no calor de irmãos (magia) (...). Referências: CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª edição. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora Universo, 1988. COSTA, Clarice Moura. O Despertar para o outro: Musicoterapia. São Paulo: Summus editorial, 1989. FREGTMAN, Carlos Daniel. Corpo, Música e Terapia. São Paulo: Editora Cultrix Ltda, 1989. FREYRE, Gilberto. Casa grande e Senzala. 50ª edição. São Paulo: Global Editora, 2005. LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro Edições, 2004. __________. Dicionário Escolar Afro-brasileiro. São Paulo: Selo Negro Edições, 2006. PAIVA, Ione Maria R. Brinquedos cantados. Rio de Janeiro: Editora Sprint ltda. 1998. SANTA ROZA, Eliza. Quando brincar é dizer: A experiência psicanalítica na infância. Rio de Janeiro: Editora Relume Dumará, 1993. *CRÉDITOS DA AUTORA  Graduação em Musicoterapia (Conservatório Brasileiro de Música)-1995.  Especialização em Psicomotricidade (Universidade Candido Mendes)-2003.  Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (Universidade Estácio de Sá) – 2004.  Especialização em Cultura Africana e Afro Brasileira (Universidade Castelo Branco) – 2007.  Trabalho de Dança e Musicoterapia com portadores de deficiência (Apae-Rio) 1996 – 2006.  Formação em Dança de Salão, Yoga, Massoterapia, Shiatsu.
  • 6. Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com Revista África e Africanidades – Ano 2 - n. 5 - Maio. 2009 - ISSN 1983-2354 www.africaeafricanidades.com  Professora do Ensino Fundamental e E.J.A da rede municipal de ensino de Japeri e Queimados.  Artigo publicado em site da Argentina http://www.efdeportes.com.br 2004: A criação do clube escolar e núcleo de artes: uma nova alternativa no combate ao ócio estudantil. 2007: Preserve a sua natureza faça atividades físicas.  Artigo publicado no jornal Comunicandido – (Univ. Candido Mendes 2003): Ludomotricidade: Da espontaneidade à construção do sujeito.  Ministrou cursos no Instituto Isabel de: Recreação, Psicomotricidade, Dança.  Artigos para a revista eletrônica www.boletimEF.org 2008: A recreação na Educação Especial infantil com o portador de síndrome de down: contextualizando o desenvolvimento psicomotor 2008: Brinquedos Cantados na Psicomotricidade