Tema do 20º Domingo do Tempo Comum - Ano C
A Palavra de Deus que hoje nos é servida convida-nos a tomar consciência da radicalidade e da exigência da missão que Deus nos confia. Não há meios-termos: Deus convida-nos a um compromisso, corajoso e coerente, com a construção do “novo céu” e da “nova terra”. É essa a nossa missão profética.
A primeira leitura apresenta-nos a figura do profeta Jeremias. O profeta recebe de Deus uma missão que lhe vai trazer o ódio dos chefes e a desconfiança do Povo de Jerusalém: anunciar o fim do reino de Judá. Jeremias vai cumprir a missão que Deus lhe confiou, doa a quem doer. Ele sabe que a missão profética não é um concurso de popularidade, mas um testemunhar, com verdade e coerência, os projectos de Deus.
Evangelho reflecte sobre a missão de Jesus e as suas implicações. Define a missão de Jesus como um “lançar fogo à terra”, a fim de que desapareçam o egoísmo, a escravidão, o pecado e nasça o mundo novo – o “Reino”. A proposta de Jesus trará, no entanto, divisão, pois é uma proposta exigente e radical, que provocará a oposição de muitos; mas Jesus aceita mesmo enfrentar a morte, para que se realize o plano do Pai e o mundo novo se torne uma realidade palpável.
A segunda leitura convida o cristão a correr de forma decidida ao encontro da vida plena – como os atletas que não olham a esforços para chegar à meta e alcançar a vitória. Cristo – que nunca cedeu ao mais fácil ou ao mais agradável, mas enfrentou a morte para realizar o projecto do Pai – deve ser o modelo que o cristão tem à frente e que orienta a sua caminhada.
2. É um itinerário espiritual,
ao longo do qual Jesus
vai educando seus
discípulos e alertando
sobre as consequências
no seguimento fiel
ao Mestre.
O profeta sempre foi
e sempre será
um sinal de contradição.
As Leituras ilustram
essa verdade.
Sinal de Contradição
O Evangelho de Lucas,
que meditamos nesse ano litúrgico.
apresenta caminhada de Jesus para Jerusalém.
3. A 1ª Leitura propõe o exemplo de JEREMIAS,
que foi escolhido por Deus para anunciar
uma mensagem dura, contrária à opinião
do rei e dos generais do exército. (Jr 38,4-6.8-10)
4. No ano 587, os Babilônios suspenderam o cerco a Jerusalém
para enfrentar a ameaça do Egito.
Os judeus consideram eliminado o perigo.
Jeremias, em nome de Deus, falou o que as autoridades
não queriam ouvir: Era melhor fazer um acordo,
para não morrer à espada ou de fome.
5. Jeremias foi então
perseguido, colocado
numa cisterna, onde
deveria morrer de fome.
Mas Deus
o libertou das mãos
dos seus inimigos.
Os profetas
sempre incomodam
e são perseguidos.
A 2ª Leitura nos alerta
a permanecermos
firmes em todas
as provações,
para superarmos
com galhardia
todas as dificuldades,
como os atletas numa
competição. (He 12,1-4)
6. No Evangelho, Jesus está a caminho de Jerusalém.
É uma viagem teológica e de julgamento, na qual Jesus
lança desafios a quem deseja segui-lo. (Lc 12,49-53)
À medida que caminhamos com ele, purificamos nosso olhar
e direcionamos nossos passos no caminho certo.
Não devemos ter medo das divisões provocadas pela sua palavra.
7. A Palavra de Cristo
é sinal de divisão:
Os profetas
tinham anunciado
que o Reino de Deus
como um tempo de paz,
bem-estar, de alegria;
um tempo de
fraternidade universal.
Como concordar isso
com as palavras de Jesus
do evangelho de hoje?
"Pensais que eu vim
trazer a paz à terra?
Não, a divisão".
8. O Anúncio da verdade
suscita oposição
Jesus pede uma opção
pessoal consciente,
que assume os riscos,
inclusive a rejeição
dos familiares, para
pertencer à nova família,
cujo laço de unidade
não é o sangue, mas
compromisso com a Palavra.
É nesse sentido
que Jesus traz divisão.
Ela não é essência do seu
projeto e sim consequência.
Jesus que caminha
exige opções maduras
e consequentes.
9. É estranho que a fé em Cristo crie inimigos,
ponha obstáculos. Isso é a realidade,
porque o amor e a verdade têm na cruz o seu preço.
Não há amor verdadeiro que não acarrete sofrimento,
não há verdade que não fira.
10. O profeta é aquele
que anuncia a verdade
profunda dos fatos.
Uma vez que a realidade
dos fatos é a ação
imprevisível de Deus,
que move para a liberdade,
suscita ela sempre
no homem a dúvida,
o medo do risco, a oposição,
pelos quais se manifestam
o orgulho e o pecado.
Da verdade nasce
a incerteza, porque o homem
prefere a segurança
da prudência humana
ao abandono
à imprevisibilidade de Deus.
11. Escolher Cristo
é angariar inimigos
O cristão,
ao se pôr do lado
de Cristo, entra,
por isso mesmo,
na luta.
Isto é inevitável
porque é
sobre os valores
e os significados
que estão em jogo
a luta e a vida,
e sobre isso
que se faz a comunhão
ou surgem as oposições.
12. Não pode considerar-se
nem conservar-se
um neutro.
Através história
da humanidade
transparece a vontade
de comunhão, de esforço,
de colaboração do cristão,
mas seu plano
de libertação não pode
deixar de suscitar
dissensões na família,
entre os amigos,
na sociedade, impor
opções que impedem
a tranquilidade de muitos.
13. Os homens se dividem
em grandes grupos
geográfico e sociais,
mas o que os distingue
realmente e os opõe
é a concepção que têm
do devir humano,
o modo de enfrentar
os graves problemas
que se impõem a todos:
a injustiça, a liberdade,
as prioridades e
responsabilidades sociais...
14. + O cristão supera a divisão com o amor gratuito
O cidadão do reino está em paz com quem, como ele,
aceita a própria morte para que o outro viva,
entra em comunhão com quem vive na esperança.
Mas estará separado de quem não busca
a verdade, o amor e a justiça,
e experimentará a realidade das palavras de Cristo:
15. "Pensais que vim trazer
a paz à terra?
Não, digo-vos,
mas a divisão".
Ele, porém, supera
a divisão com o amor.
Mesmo que
sua palavra e sua ação
criem divisões
e oposições,
ele não paga o mal
com o mal,
mas sabe vencer
o mal com o bem.
Retribui o ódio com o amor.
16. - Que tipo de Igreja somos hoje? Profética como Jesus e Jeremias?
- Que tipo de cristãos somos nós? De conveniência, de tradição
ou conscientes, consequentes e participantes?
Pe. Antônio G Dalla Costa CS - 14
Aos PAIS
que
testemunham
o Bem e
a Verdade,
a nossa
eterna
gratidão
17.
18. MEU DOMINGO
Com a Palavra de Deus
Meditada por: Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS
Ilustração: Nelso Geraldo Ferronatto
• Música: Lá na casa de meus Pais
• CD: Catequese, caminhando para o discipulado
• Antônio Cardoso
• Paulinas COMEP
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