O documento discute as "gaiolas" que as pessoas criam em suas relações ao tentar forçar o outro a se encaixar em suas expectativas. Afirma que isso acaba por transformar o outro em alguém diferente e causar dor quando a paixão é satisfeita. Cita um poema sugerindo que as pessoas devem viver suas próprias vidas e se encontrarem espontaneamente.
2. Há as feitas com ferro e cadeados.
Mas as mais sutis são feitas com desejos.
Esquisito o que vou dizer: a alma é uma biblioteca.
Nela se encontram as estórias que amamos.
Romeu e Julieta, Abelardo e Heloisa, Luiz e Ivani,
O paciente inglês, As pontes do Madison, Amor nos
tempos do cólera, A menina e o pássaro encantado.
As estórias que amamos revelam a forma
do nosso desejo.
Delas, escolhemos uma.
3. É a nossa gaiola. Gaiola na mão, saímos pela
vida à procura do nosso pássaro.
Quando imaginamos havê-lo encontrado...
que felicidade! Ficará feliz em nossa gaiola.
Será o amante da nossa estória de amor: eu para
você, você para mim... Nós o colocamos lá dentro
e pedimos que nos cante canções de amor.
4. Acontece que o pássaro também tinha a
sua estória.
E era outra. Todo pássaro deseja voar.
Ele bate suas asas contra as grades, suas
penas perdem as cores e o seu canto se
transforma em choro.
E, de repente, ele se transforma
Não mais o reconhecemos.
É um outro.
Essa é a razão por que a dor da paixão
satisfeita é muito maior.
5. Contada assim, a estória parece ter um
vilão e uma vítima.
A verdade é que os dois são vilões,
os dois são vítimas.
O desejo da gente é sempre engaiolar o outro
e levá-lo pelos caminhos que são nossos.
Isso vale para tudo: marido-mulher, pai-filha, mãe-filho,
patrão-empregado, professor-aluno...
Não admira que Sartre tenha dito que:
“o inferno é o outro”
6. Não haverá uma saída.
Lembro-me de um pequeno poema de Pearls que
sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas:
Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender às suas expectativas.
E você não está neste mundo para atender às minhas expectativas.
Eu faço a minha coisa.
Você faz a sua.
E quando nos encontramos.
É muito bom.
Desconheço o autor
7. Não haverá uma saída.
Lembro-me de um pequeno poema de Pearls que
sugere a possibilidade de uma relação sem gaiolas:
Eu sou eu.
Você é você.
Eu não estou neste mundo para atender às suas expectativas.
E você não está neste mundo para atender às minhas expectativas.
Eu faço a minha coisa.
Você faz a sua.
E quando nos encontramos.
É muito bom.
Desconheço o autor